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UNIVERSIDADE PAULISTA ENFERMAGEM TIPOS DE CIRURGIA CORONÁRIAS REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO Boa Vista/ RR Setembro de 2020 ADRIANA DE SOUZA E OLIVEIRA TIPOS DE CIRURGIA CORONÁRIAS REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO Boa Vista/ RR Setembro de 2020 RESUMO A doença aterosclerótica da artéria coronária causa mais morbidade, mortalidade e perda de capacidade econômica do que qualquer outro grupo de doenças. As modalidades de revascularização do miocárdio sofreram avanços rápidos, com ênfase na mudança alternada de métodos médicos para cirúrgicos. Ultimamente, a cardiologia intervencionista armada com tecnologia a laser está à altura dos enxertos de revascularização do miocárdio. PALAVRAS-CHAVE: Doença arterial coronariana, Revascularização do miocárdio, Angioplastia ABSTRACT Atherosclerotic coronary artery disease causes more morbidity, mortality and loss of economic capacity than any other group of diseases. The modalities of revascularization of the myocardium have undergone rapid advances with emphasis shifting alternately from medical methods to surgical. Lately interventional cardiology armed with laser technology stands at par with coronary artery bypass grafts. KEY WORDS: Coronary artery disease, Coronary artery bypass grafts, Angioplasty SUMÁRIO RESUMO....................................................................................................................03 ABSTRACT................................................................................................................04 INTRODUÇÃO...........................................................................................................06 CIRURGIA CORONÁRIA...........................................................................................07 ENXERTOS NA CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO..............08 INDICAÇÃO DA CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO..............08 REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCARDIO..................................................................09 COMPLICAÇÕES DA REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO..............................10 OUTRAS COMPLICAÇÕES COMUNS DA REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO...............................................................................................................11 REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICASEM USO DE CEC......................................12 CIRURGIA DE VALVAS.............................................................................................13 PLASTIA OU TROCA DA VÁLVULA CARDÍACA......................................................14 CIRURGIA AORTA.....................................................................................................16 ANEURISMAS DA AORTA........................................................................................17 DISSECÇÃO DA AORTA...........................................................................................18 IMPLANTE DE MARCAPASSO.................................................................................19 MANUTENÇÃO PÓS OPERATÓRIO........................................................................22 CONCLUSÃO.............................................................................................................29 BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................30 INTRODUÇÃO A doença isquêmica da artéria coronária é a maior causa de mortalidade nos países desenvolvidos. As últimas décadas testemunharam um grande progresso na compreensão da fisiopatologia e tratamento da doença arterial coronariana, prometendo maior eficácia em seu controle. Este artigo discute o estado atual das diferentes abordagens convencionais de revascularização do miocárdio e as terapias anti-isquêmicas mais recentes, como a terapia angiogênica com células-tronco e fatores de crescimento. Revascularização miocárdica é uma das mais freqüentes cirurgias realizadas em todo o mundo, sendo que, nas últimas três décadas, desde a realização da primeira revascularização direta do miocárdio, muitos avanços aconteceram, relacionados, sobretudo, à revisão de vários conceitos concernentes à aterosclerose, tecnologia e técnica cirúrgica. Entretanto, outros progressos podem ser já delineados nas áreas de medicina preventiva, tratamento clínico e intervenção com cateteres. Num futuro próximo, estará muito presente na prática diária, a utilização de drogas específicas com ação no metabolismo dos lipídios, na estabilização da placa de aterosclerose e no tratamento das síndromes coronarianas agudas. A cirurgia de revascularização miocárdica poderá, então, ser complementada pela angiogênese, como também aplicada para o tratamento da insuficiência cardíaca. O uso de enxertos arteriais e a cirurgia minimamente invasiva associados a altas tecnologias, futuramente, tornar-se-ão uma rotina. CIRURGIA CORONÁRIA A cirurgia das coronárias consiste na implantação de um enxerto retirado da ponte de safena ou da artéria mamária. Conheça o procedimento. O coração é um músculo que contrai e dilata para bombear o sangue venoso rico em gás carbônico com a finalidade de empurrá-lo para os pulmões para ser oxigenado. Transformado em sangue arterial, ele volta para o coração (pequena circulação), que funciona como uma bomba hidráulica do sistema cardiovascular, e é distribuído por todo o organismo (grande circulação). O coração está situado no mediastino, em contato íntimo com todos os órgãos que existem nessa região do tórax entre os dois pulmões. Ele é coberto por uma membrana resistente chamada pericárdio, que protege o miocárdio constituído por uma camada de fibras musculares especiais e o endocárdio, a parte interna. Para funcionar, o músculo cardíaco precisa do oxigênio trazido pelo sangue através das artérias coronárias que saem da aorta e vão se dividindo em ramos cada vez menores à medida que penetram a musculatura cardíaca. Quando uma dessas artérias é obstruída por uma placa de ateroma ou coágulo, a parte do músculo que depende dela pode sofrer isquemia, se a obstrução for parcial, ou necrose, se a circulação sanguínea for completamente interrompida. Esses episódios provocam sintomas. Quando o fluxo sanguíneo é insuficiente para atender à necessidade do músculo submetido à solicitação mais intensa, em geral, a pessoa sente uma dor no peito conhecida como angina. Já no infarto do miocárdio, a oclusão brusca da artéria causa sofrimento rápido e extenso na musculatura cardíaca e a dor em aperto no peito pode irradiar-se para o queixo, braço esquerdo ou para os dois braços. Nos quadros de obstrução num ramo terminal da artéria coronária, os sintomas são discretos e, às vezes, até passam despercebidos. O problema está quando ela ocorre em um ou mais ramos da artéria. O tratamento da obstrução das coronárias pode ser clínico, o que pressupõe uso de medicação e controle da dieta, ou depender da colocação de stents para https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/coracao/ https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/pulmao/ https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/angina/ https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/infarto-do-miocardio/comprimir a placa contra a parede da artéria comprometida e restabelecer o fluxo sanguíneo. Em certos casos, só a cirurgia resolve o problema com a implantação de um enxerto retirado da veia safena ou da artéria mamária. Noedir A. Groppo Stolf – O quadro típico de lesões nas coronárias é dor em aperto na parte central do peito, às vezes dor em queimação, que pode irradiar-se para o queixo, para o braço esquerdo ou para os dois braços. Na angina, ela aparece quando o indivíduo faz um esforço de qualquer natureza. No infarto, é uma dor prolongada, com ou sem fator desencadeante, que habitualmente leva à internação na UTI. Quando os sintomas estão bem delineados, o quadro clínico e o eletrocardiograma mostram alterações suficientes para levantar a suspeita de problema nas coronárias, o doente deve ser encaminhado para estudo mais invasivo, a fim de detectar a presença ou não de estreitamentos ou de obstrução nas coronárias. Já os quadros que não são típicos de doença coronariana permitem começar a avaliação por exames menos invasivos, como o teste ergométrico, um eletrocardiograma de esforço na bicicleta ou na esteira. Nos pacientes que não podem submeter-se a esforço físico maior, utiliza-se uma droga que estimula o sistema cardiocirculatório. ENXERTOS NA CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO A cirurgia de coronária ou cirurgia de revascularização do miocárdio consiste na colocação enxertos que funcionam como pontes que ultrapassam as lesões e devolvem ao coração uma irrigação normal. Para a realização dos enxertos podem ser utilizadas tanto artérias como veias. As artérias mais comumente empregadas como enxertos na cirurgia de coronária são as artérias mamárias. São duas, uma à direita e uma à esquerda, dentro do tórax, junto ao osso esterno. Outras artérias comumente utilizadas para os enxertos são as artérias radiais, que se localizam no antebraço. A remoção das artérias mamárias ou radiais, para serem utilizadas como enxertos na cirurgia de coronária, não traz consequência para os tecidos que previamente irrigavam. Os enxertos venosos mais utilizados são as veias safenas retirada das pernas. A sua remoção também não gera consequências para a drenagem das pernas. Foi por causa da utilização muito comum destes enxertos, nos primeiros anos da cirurgia de coronária, que ela adquiriu o popular apelido de “cirurgia de ponte de safena”. INDICAÇÃO DA CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO Atualmente, importantes trabalhos na literatura médica mostram a grande eficácia da cirurgia de coronária. É o tratamento mais seguro e com o melhor resultado para os pacientes que tem lesões em mais de uma coronária ou múltiplas lesões. É também considerado tratamento padrão ouro nos pacientes que tem comprometimento na contratilidade do coração, bem como naqueles com lesão de tronco de coronária esquerda. Com o grande desenvolvimento da Medicina atual, a cirurgia de revascularização do miocárdio apresenta baixa mortalidade e excelentes resultados em curto, médio e longo prazos. REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCARDIO A revascularização miocárdica tradicional envolve toracotomia por meio de esternotomia mediana. Normalmente, utiliza-se uma máquina coração-pulmão para estabelecer o bypass cardiopulmonar (BCP), permitindo que o sangue no coração seja interrompido e esvaziado para maximizar a exposição cirúrgica e facilitar a anastomose dos vasos; parar o coração também diminui acentuadamente a demanda de oxigênio pelo miocárdio. Antes do início do BCP, administra-se uma dose alta de heparina para prevenir coágulos no circuito do bypass. A aorta é, então, clampeada e o coração é parado por injeção de solução cardioplégica (cristaloide ou derivado sanguíneo) que também contém substâncias que permitem às células miocárdicas tolerar a isquemia e reperfusão. A solução cardioplégica e o coração são, algumas vezes, levemente resfriados para aumentar a tolerância à isquemia, assim como o corpo do paciente também é resfriado pela máquina de BCP por motivos semelhantes. A artéria mamária interna esquerda é classicamente utilizada como enxerto pediculado para artéria coronária descendente anterior esquerda. Outros enxertos consistem em segmentos de veias safenas removidas das pernas. Ocasionalmente, podem-se utilizar a artéria mamária interna direita ou a radial de braço não dominante. Após a anastomose vascular, a aorta é desclampeada, permitindo a perfusão das coronárias com sangue oxigenado, o que tipicamente restaura a atividade cardíaca. A anticoagulação com heparina é revertida com a administração de protamina. Apesar das medidas cardioprotetoras, a parada cardíaca tem consequências. Durante a reperfusão, a disfunção miocárdica é comum e pode levar à bradicardia, arritmias (p. ex., fibrilação ventricular) e baixo débito cardíaco; esses eventos são tratados com medidas padrão como marcapasso, desfibrilação e fármacos inotrópicos. O tempo médio de internação hospitalar é 4 a 5 dias, a menos que prolongado por complicações ou doenças concomitantes. COMPLICAÇÕES DA REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO As complicações e desvantagens da revascularização do miocárdio tradicional incluem principalmente ● Esternotomia ● Desvio cardiopulmonar A esternotomia mediana é surpreendentemente bem tolerada, embora a consolidação demore de 4 a 6 semanas. Infecções de ferida podem ocasionalmente causar mediastinite ou osteomielite do esterno, que podem ser de difícil tratamento. CEC pode causar diversas complicações, incluindo ● Sangramento ● Disfunção orgânica ● Efeitos neuropsiquiátricos ● AVE O sangramento pós-CEC é um problema comum causado por diversos fatores, como hemodiluição, uso de heparina, disfunção plaquetária pela exposição à bomba de CEC, coagulação intravascular disseminada e hipotermia induzida. Disfunção de órgão pode resultar de uma resposta inflamatória sistêmica causada pela máquina CEC (provavelmente devido à exposição dos componentes sanguíneos ao material estranho do circuito do bypass); essa resposta pode causar disfunção orgânica em qualquer sistema (p. ex., pulmonar, renal, cerebral, gastrointestinal). Canulação aórtica, grampeamento e liberação podem liberar êmbolos, causando acidente vascular cerebral em cerca de 1,5%; microembolias podem contribuir para os efeitos neuropsiquiátricos pós-CEC, que aparecem em cerca de 5 a 10%. OUTRAS COMPLICAÇÕES COMUNS DA REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO ● Isquemia miocárdica focal ● Isquemia miocárdica global ● Disritmias O infarto miocárdico perioperatório ocorre em cerca de 1% dos pacientes. Fibrilação atrial ocorre em 15 a 40% dos pacientes, tipicamente 2 a 4 dias após a cirurgia. Betabloqueadores (incluindo sotalol) e amiodarona parecem reduzir a probabilidade de desenvolvimento de arritmias atriais após cirurgia cardíaca. Pode ocorrer taquicardia ventricular não sustentada em até 50% dos pacientes. A mortalidade depende, principalmente, da saúde subjacente do paciente; a experiência do profissional e da instituição (i.e., número de procedimentos ao ano) também é importante. Em um programa experimentado, a mortalidade durante oprocedimento de pacientes de outra forma saudáveis é, tipicamente, < 1 a 3%. Uma calculadora simples pode categorizar o risco da revascularização do miocárdio em três grupos (baixo, intermediário, alto). Uma calculadora online de risco de cirurgia cardíaca online cardiac surgery risk calculator mais avançada foi publicada pela Society of Thoracic Surgeons. http://riskcalc.sts.org/stswebriskcalc/#/ PROCEDIMENTOS ALTERNATIVOS DE REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA Novas técnicas visam diminuir as complicações da revascularização miocárdica tradicional ● Evitando o uso de bypass cardiopulmonar (sem o uso de CEC) ● Evitar esternotomia mediana (revascularização miocárdica minimamente invasiva) ● Ambos REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA SEM USO DE CEC O bypass cardiopulmonar pode ser evitado em pacientes selecionados utilizando técnicas que permitem ao cirurgião revascularizar com o coração batendo. Diversos dispositivos e métodos estabilizam uma porção do miocárdio, fazendo com que o sítio cirúrgico permaneça relativamente imóvel. Procedimentos sem CEC são realizados com mais frequência por meio de pequena incisão paraesternal ou intercostal (revascularização miocárdica minimamente invasiva), algumas vezes com endoscópio ou assistência robótica, mas também podem ser realizados por esternotomia mediana que fornece melhor exposição do sítio cirúrgico. Manter o coração batendo requer maior demanda de oxigênio do que com o uso de CEC. Portanto, o coração é sensível à interrupção do fluxo sanguíneo necessário enquanto a anastomose é realizada, o que pode causar isquemia ou infarto do miocárdio irrigado pela coronária acometida. Alguns cirurgiões utilizam um shunt coronariano temporário para manter a perfusão distal. REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA MINIMAMENTE INVASIVA A técnica de revascularização do miocárdio minimamente invasiva é um pouco mais difícil de ser realizada e pode não ser adequada quando são necessários múltiplos enxertos, particularmente na região posterior do coração. A cirurgia sem CEC leva a menor necessidade de transfusão, tempo de hospitalização e custo, mas em alguns estudos, a frequência de complicações mais graves como morte, infarto do miocárdio e AVC é semelhante à da revascularização miocárdica com CEC. Portanto, as vantagens teóricas de se evitar o uso de CEC não foram completamente satisfeitas. A cirurgia minimamente invasiva é geralmente realizada sem CEC, mas ela pode ser utilizada. Nestes casos, CEC é realizada com o uso de cateteres especiais inseridos pelos sistemas venoso e arterial, a aorta é ocluída por um balão na ponta do cateter aórtico em vez do clampeamento externo. Apesar de evitar as complicações da esternotomia mediana, esta técnica tem taxas de mortalidade e complicações perioperatórias maiores semelhantes às técnicas convencionais. CIRURGIA DE VALVAS Comumente conhecidas como válvulas, as valvas do coração são quatro: mitral, aórtica, tricúspide e pulmonar. Para melhor entendimento neste texto, chamaremos as valvas cardíacas de válvulas. Para se entender a necessidade e o funcionamento das válvulas do coração, vamos compará-las ao funcionamento de uma bomba d’água. A bomba, no seu uso mais corriqueiro, tem a função de bombear a água de um poço e jogá-la numa caixa. Assim, para que a água da caixa não retorne ao poço, esta bomba precisa de válvulas de retenção. Algo muito parecido ocorre no coração. Ele também tem a função de bombear o sangue, e fazê-lo em um único sentido. Para que o sangue não volte no sentido contrário, as válvulas do coração funcionam também como válvulas de retenção. INDICAÇÃO DA CIRURGIA DE VÁLVULA CARDÍACA Várias doenças podem comprometer as válvulas cardíacas. Tanto as adquiridas, como no caso da febre reumática, como as degenerativas, que podem derivar de um condicionamento genético. Estas doenças levam a dois defeitos https://seucardio.com.br/febre-reumatica-e-doencas-do-coracao/ principais nas válvulas cardíacas: obstruem a válvula (estenose) ou a tornam incompetente (insuficiência). A cirurgia de válvula cardíaca consiste no reparo da válvula doente (plastia) ou na sua troca por uma prótese (mecânica ou biológica). É muito importante salientar que, assim como no defeito da bomba d’água, não adianta se diluir nada no poço (líquido, comprimido, etc), pois não vamos obter o conserto do defeito da válvula. No coração funciona da mesma forma, ou seja, os remédios não consertam a válvula cardíaca. Por se tratar de um defeito mecânico, há necessidade de reparo ou troca. Os remédios para pacientes portadores de doenças valvares tem como objetivo ajudar o coração a se manter, mesmo com o defeito mecânico. É fundamental ter em mente que o defeito leva a uma deterioração progressiva da função contrátil do coração. Assim, o diagnóstico tardio ou a decisão tardia pela cirurgia podem acarretar em um defeito irreversível, prejudicando o resultado se comparado ao tratamento precoce. PLASTIA OU TROCA DA VÁLVULA CARDÍACA O grande desafio na cirurgia das válvulas cardíacas é escolher o tipo de tratamento cirúrgico adequado para cada paciente. No caso de plastia da válvula do coração, é fundamental avaliar se a válvula doente permite um reparo duradouro ou se já se encontra muito degenerada, indicando a necessidade de troca por uma prótese. O grande desafio da plastia é apresentar um reparo perfeito e duradouro. Outro ponto importante é a decisão pelo tipo de prótese ideal, quando há necessidade de troca da válvula cardíaca. Existem vários tipos, entre válvulas mecânicas e biológicas. Na decisão, devem ser avaliados diversos aspectos do paciente, desde sua idade até o seu estilo de vida. Se você tem interesse em se aprofundar neste assunto, leia os posts que escrevemos em nosso Blog sobre os tipos de próteses. https://seucardio.com.br/ebook-estenose-aortica/ https://seucardio.com.br/insuficiencia-valvar/ https://seucardio.com.br/plastia-ou-troca-de-valvula-cardiaca/ https://seucardio.com.br/plastia-ou-troca-de-valvula-cardiaca/ https://seucardio.com.br/valvula-mecanica-ou-biologica/ https://seucardio.com.br/valvula-mecanica-ou-biologica/ https://seucardio.com.br/valvula-mecanica-ou-biologica/ https://seucardio.com.br/valvula-mecanica-ou-biologica/ O coração possui quatro válvulas que funcionam abrindo e fechando para o correto direcionamento do fluxo de sangue. Do lado esquerdo do coração estão as válvulas mitral e aórtica, que são as mais acometidas por problemas. Quando o paciente apresenta problemas mais graves nas válvulas é necessário o conserto ou a troca das válvulas por próteses. Quando o tratamento é realizado através de cirurgia, pode ser efetuado com o auxilio de vídeo, diminuindo o tempo de internação e, consequentemente, o retorno às atividades. Quando é indicado? O diagnóstico é realizado por meio do Ecocardiograma Transtorácico. Depois de feito o diagnóstico, o cirurgião definirá a melhor técnica para realizar o procedimento. Como funciona? O paciente que fará este procedimento passará por avaliação com o clínico do hospital, anestesista e psicólogo antes de realizar o procedimento, para que toda e qualquer dúvida possa seresclarecida. Os cuidados após a alta serão passados pelo cirurgião, bem como medicamentos a serem utilizados e o retorno no consultório. Lembrando que e de extrema importância manter o acompanhamento com o cardiologista clínico de sua preferência. O paciente operado permanecerá internado na Unidade de Terapia Intensiva no pós-operatório imediato e terá alta para o quarto, de acordo a evolução clínica. CIRURGIA AORTA A cirurgia de aorta é um procedimento que possui tipos de abordagem distintos dependendo do tipo de doença. Para que haja compreensão plena, é importante ter em mente que a aorta é uma artéria que, de forma indireta, irriga todos os tecidos do corpo. Originada no coração, a aorta desce pelo tórax e, na altura do umbigo, divide-se em dois ramos que seguem um para cada perna. Da aorta, originam-se os vasos que irrigam a cabeça, a região torácica e abdominal, além dos ramos que irão irrigar também os membros inferiores. Por isso, dada a sua importância no nosso corpo, as doenças da aorta demandam atenção e cuidado especializado. A doença mais comum que atinge a aorta é a aterosclerose, a mesma doença que atinge as artérias cerebrais, renais, das pernas e as coronárias. Nas artérias cerebrais, uma obstrução causada pela aterosclerose leva ao acidente vascular cerebral (AVC), normalmente isquêmico. Nas artérias das pernas, pode levar à necrose. E, nas artérias do coração, pode desencadear o infarto. A aorta também sofre com esse processo de obstrução e desenvolvimento de placas, apesar de ser uma artéria calibrosa. https://seucardio.com.br/impactos-doenca-coronariana/ https://seucardio.com.br/avc-e-coracao/ https://seucardio.com.br/avc-e-coracao/ https://seucardio.com.br/sintomas-do-infarto-causas-e-tratamentos/ Existem duas complicações mais comuns, resultantes da aterosclerose e da formação das placas de ateroma e que impactam na aorta: os aneurismas, que podem levar ao rompimento, e as úlceras, que podem levar à dissecção da aorta. ANEURISMAS DA AORTA No processo de aneurisma, há a dilatação da aorta em determinado ponto, oriunda do enfraquecimento de sua parede. Uma vez distendida, no segmento onde está o aneurisma, a parede da aorta torna-se cada vez mais fina, com risco progressivo de ruptura. Os aneurismas de aorta se dividem de acordo com sua localização: ● Aneurisma da aorta ascendente: quando está no segmento da aorta que sai do coração; ● Aneurisma do arco aórtico: quando atinge o arco aórtico, de onde se originam os vasos que vão para a cabeça; ● Aneurisma da aorta descendente: quando ocorre no segmento da aorta que está dentro do tórax até o diafragma; ● Aneurisma de aorta abdominal: quando atinge o segmento na região do abdômen; Tratamento do Aneurisma de Aorta Os aneurismas de aorta abdominal e descendente são, normalmente, tratados por via percutânea. Nessa abordagem, não há necessidade de uma cirurgia aberta. Essa técnica é possível graças ao avanço da tecnologia, muito grande de uns anos pra cá. O procedimento consiste na colocação de endopróteses, que são próteses colocadas por dentro do vaso e que são então expandidas no local do aneurisma. Isso faz com que aquele local fique reforçado pela endoprótese, diminuindo o risco de ruptura do aneurisma da aorta. A cirurgia de aorta tradicional (aberta) está reservada para o segmentos da aorta ascendente e arco aórtico. Muitas vezes, no tratamento dos aneurismas de aorta ascendente, a valva aórtica está envolvida e necessita ser tratada concomitantemente. Essa é uma associação bastante comum. Inclusive, em alguns https://seucardio.com.br/aneurisma-da-aorta/ casos, os aneurismas de aorta ascendente se formam por conta de uma doença da válvula aórtica. Dissecção da Aorta No caso da úlcera, ela se desenvolve quando há uma doença na parede interna da aorta. O rompimento de uma úlcera permite que o sangue, ao invés de seguir por dentro da aorta, avance entre as camadas da sua parede. Assim, ao invés de seguir um caminho único, o fluxo sanguíneo segue também por entre as camadas da parede da aorta. Isso chama-se dissecção da aorta, uma complicação de extrema gravidade. Normalmente, as dissecções de aorta são eventos agudos e de altíssimo risco. O principal sintoma da dissecção é uma dor importante no tórax – que se parece muito com a dor do infarto. Costuma ter irradiação para os braços e dorso. Nos casos de dissecção da aorta abdominal, a dor pode ser no abdômen, o que também pode mimetizar uma dor de infarto. No entanto, através de exames de imagem (angiotomografia ou ecocardiograma) é possível fazer o diagnóstico diferencial entre infarto ou uma dissecção aguda. Tratamento da Dissecção de Aorta Nos casos de dissecção de aorta no segmento descendente torácico, o tratamento pode ser clínico, para controle do caso. O tratamento cirúrgico é resguardado para quando a dissecção causa um aneurisma agudamente ou derrame pleural hemorrágico, por exemplo. Tais condições podem preceder uma ruptura iminente. Porém, mesmo nessas situações é possível tratar com um procedimento percutâneo, ou seja, sem necessidade de uma cirurgia aberta. Assim, pode-se utilizar uma endoprótese percutânea e realizar o tratamento cirúrgico por esta via, sem necessidade de abertura do tórax. Nas dissecções agudas da aorta ascendente e arco aórtico, o tratamento é por cirurgia convencional (aberta). O procedimento deve ser realizado em caráter de emergência, devido ao risco elevado de ruptura da aorta. Há casos em que a dissecção de aorta ascendente pode sofrer uma complicação grave, que é a insuficiência da válvula aórtica aguda. Essas situações são mais graves em função https://soscardio.com.br/cirurgia-da-valvula-aortica/ https://soscardio.com.br/cirurgia-da-valvula-aortica/ https://seucardio.com.br/aneurisma-de-aorta/ da falência aguda do coração. Nesses casos, é possível realizar a plastia ou troca da valva aórtica na mesma cirurgia para tratamento da dissecção da aorta. Após a cirurgia de aorta o paciente tem vida normal? Sim. A cirurgia eletiva de um aneurisma de aorta tem um risco baixo e devolve a qualidade de vida ao paciente. Já a cirurgia de emergência por uma dissecção de aorta, tem um risco elevado. No entanto, também é capaz de restabelecer uma condição normal de vida ao paciente. Contanto que a doença não tenha deixado alguma sequela irreversível, como um déficit neurológico decorrente de um AVC, por exemplo. Assim, a cirurgia de aorta pode devolver uma vida normal ao paciente, desde que a doença em si não tenha determinado alguma sequela. Por isso, o acompanhamento clínico com o Cardiologista e a agilidade na intervenção cirúrgica, quando necessária, são fundamentais. IMPLANTE DE MARCAPASSO Como o coração bate normalmente? Para entender como funciona um marcapasso, é preciso saber como o coração bate normalmente e como ele bombeia sangue pelo seu corpo. O coração tem seu próprio “marcapasso natural”, chamado nó sinusal ou nó sinoatrial. Ele envia impulsos elétricos regulares, que viajam através de “caminhos elétricos” dentro do coração fazendo com queos ventrículos (as duas câmaras inferiores do coração) façam o bombeamento do sangue do coração para os pulmões e para o resto do corpo, fazendo o sangue circular por todo o organismo. Um coração adulto normal tem um batimento cardíaco regular, que é geralmente entre 60 e 100 bpm (batimentos por minuto) enquanto está em repouso. Quando em exercício, este número pode subir a uma taxa maior, dependendo da idade e condicionamento físico. Se houver um problema com o sistema elétrico normal do seu coração e alguma alteração com as suas batidas cardíacas, você pode precisar de um implante de marcapasso por uma das seguintes razões: Um marcapasso contém um gerador de pulsos elétricos (a caixa do marcapasso) com 1, 2 ou até 3 eletrodos. Eletrodos são fios elétricos finos que levam os impulsos elétricos gerados pelo marcapasso até o coração. O gerador é composto pela bateria (que fornece a energia para o funcionamento do marcapasso), pelo o circuito eletrônico que contém software especial e pela memória que guarda todas as informações do seu ritmo cardíaco. Ele pesa cerca de 20 a 50 gramas e é menor que uma caixa de fósforos. A bateria do marcapasso é de lítio e geralmente dura entre seis e doze anos. A vida da bateria depende de quanto o marcapasso tem que trabalhar e como é programado de acordo com sua condição cardíaca particular. O eletrodo conduz os impulsos elétricos desde o gerador até o coração. Cada impulso elétrico enviado pelo marcapasso estimula a contração do coração na parte em que ele foi implantado. A frequência cardíaca pode variar de acordo com a programação feita no marcapasso. Quando programamos a frequência cardíaca no marcapasso não significa que você estará com essa frequência cardíaca. Como o marcapasso tem capacidade de gerar impulsos cardíacos e também sentir se o coração esta batendo corretamente sozinho, ele estimulará o coração somente quando o ritmo cardíaco começar a ficar lento. Da mesma forma, o marcapasso monitorará a sua frequência cardíaca e entrará somente quando for necessário. ● – Doença do nó sinusal: quando o nó sinusal (o marcapasso natural do coração) parar de funcionar corretamente. ● – Bloqueio cardíaco: (também chamado de bloqueio atrioventicular ou bloqueio cardíaco AV) quando há um problema com o nó AV (caminho elétrico) e existe um atraso ou um bloqueio do impulso elétrico entre os átrios e os ventrículos. ● – Fibrilação atrial: é um ritmo cardíaco irregular que se origina nos átrios (as duas câmaras cardíacas superiores), e pode ser muito rápido ou muito lento. Se ele faz o seu coração bater muito lentamente você pode precisar de um marcapasso. Existem vários tipos de marcapasso: Marcapasso de câmara única Marcapassos de câmara única tem apenas um condutor (eletrodo) que está ligado ao ventrículo ou ao átrio. Marcapasso de câmara dupla Marcapassos de câmara dupla tem dois condutores (eletrodos). Normalmente um deles está ligado ao átrio e outro ao ventrículo direito. Marcapasso biventricular Em um marcapasso biventricular, um eletrodo está ligado ao átrio direito, um no ventrículo direito e um terceiro eletrodo no ventrículo esquerdo. Alguns tipos de marcapasso também podem acelerar o ritmo do coração quando você está em atividade ou em exercício. O marcapasso faz isso usando um sensor especial que reconhece os movimentos do corpo e reage como se o coração estivesse funcionando normalmente. Este sensor controla o ritmo do marcapasso enquanto você está se exercitando e depois permite que o ritmo volte ao normal quando você parar o exercício. A programação do marcapasso pode ser alterada em qualquer momento que o médico julgar necessário, mesmo após o implante. Isso geralmente é feito no consultório médico, quando você voltar para consultas de acompanhamento. Alguns marcapassos podem ser acompanhados a distância pela equipe médica que lhe acompanha. Isso é realizado com um aparelho extra que se comunica com o marcapasso quando eles são aproximados e envia mensagens sobre o funcionamento do marcapasso através de conexões com a internet. MANUTENÇÃO PÓS OPERATÓRIO Pós-Operatório é o período durante o qual se observa e se assiste a recuperação de pacientes em pós-anestésico e pós "stress" cirúrgico. Os objetivos da equipe multidisciplinar durante este período são: a manutenção do equilíbrio dos sistemas orgânicos, alívio da dor e do desconforto, prevenção de complicações pós-operatórias, plano adequado de alta e orientações.11 A unidade de Pós-Operatório ( UPO ) tem por principal objetivo atender aos pacientes vindos da sala cirúrgica ou da Recuperação Pós-Anestésica (RPA) e que foram submetidos a cirurgias eletivas - de uma única ou de várias especialidades. Nela também podem atender a cirurgias de urgência e transplantes, conforme a estrutura organizacional da Instituição. O paciente, assistido nesta unidade, se portador crônico de alterações funcionais em órgãos ou sistemas, poderá apresentar repercussões importantes no pós-operatório. Nas cirurgias eletivas estas alterações são tratadas ou compensadas antes do ato operatório. Entretanto nas cirurgias de urgência tais disfunções nem sempre são compensadas no pré-operatório.17 Os pacientes que evoluem com estabilidade hemodinâmica na RPA podem voltar à enfermaria para completar sua recuperação. Aqueles que manifestam instabilidade na RPA, ou que têm antecedentes mórbidos passíveis de complicações, geralmente são transferidos à UPO para observação intensa e contínua. O período cirúrgico é dividido em três fases: a primeira é a pré-operatória; a segunda, a intra-operatória e, a terceira, pós-operatória. Nesta última, a enfermagem desempenha o importante papel de proporcionar ao paciente o retorno às atividades rotineiras. O pós-operatório inicia-se com os períodos pós-anestésico e pós-operatório imediato, nos quais o paciente está se recuperando dos efeitos anestésicos. O pós-operatório tardio é o tempo de cicatrização e prevenção das complicações, este período pode durar semanas ou meses após cirurgia. A assistência de enfermagem durante o período pós-operatório imediato concentra-se em intervenções destinadas a prevenir ou tratar complicações. Por menor que seja a cirurgia, o risco de complicações sempre estará presente. A prevenção destas, no pós-operatório promove rápida convalescençia, poupa tempo, reduz gastos, preocupações, ameniza a dor e aumenta a sobrevida. Após a avaliação, pelo enfermeiro, dos controles gerais, dos antecedentes clínicos, da fisiopatologia da doença, das intercorrências intra-operatórias e anestésicos, e de um exame físico completo, é possível elaborar um plano de cuidados individualizado. A transferência do paciente para sua unidade de origem é um momento de grande ansiedade para ele. A fim de evitar este sentimento, o paciente deve ser preparado num estágio precoce à hospitalização. A evolução clinica satisfatória do paciente e a estabilização do estado hemodinâmico são sinais de que a fase critica do pós operatório terminou e que será transferido. Durante sua internação na UPO deve-se orientar o paciente,sempre que possível, sobre seu estado, a fim de prepará-lo para uma transferência ou para sua permanência na unidade, diminuindo assim sua ansiedade Os familiares devem ser orientados sobre a rotina da unidade, estado geral do paciente, possíveis complicações, perspectiva de permanência na UPO e transferência para enfermaria. Este capítulo tem por objetivo orientar os enfermeiros sobre os cuidados serem realizados a pacientes pós-cirúrgicos incluindo desde o preparo do leito, transferência para UPO, admissão, período de internação até a alta para enfermaria. ADMISSÃO DO PACIENTE O período pós-operatório imediato é um momento crítico para o paciente, sendo importante a observação cuidadosa para manter as funções fisiológicas vitais dentro dos parâmetros da normalidade, até que os efeitos da anestesia desapareçam. É atribuição da equipe de enfermagem providenciar o leito e prepará-lo para receber o paciente. A unidade deve estar provida de materiais e equipamentos em perfeitas condições de uso, a fim de atender qualquer situação de emergência. MONTAGEM DO BOX EQUIPAMENTOS E MATERIAIS: o Cama com grades laterais de segurança, se possível, antropométrica; o Monitor Multiparamétrico: contendo ECG e opicional para pressão arterial não invasiva e invasiva (PAP,PVC,PIC,DC), oximetria de pulso, capnografia, temperatura e respiração. Incluindo os acessórios: cabo paciente, sensor para oximetria de pulso, cabo para transutor de pressão, suporte de transdutor, kit de monitorização completo ou para montagem (transdutor, domo, intraflow, torneirinha, tubo extensor e bolsa de pressão); o Respirador; o Bomba de Infusão; o Esfigmomanômetro; o Estetoscópio; o Termômetro; o Suporte de soro; o Painel de gases checado (manômetro de oxigênio, ar comprimido e vácuo, e fluxometro de oxigenio e ar comprimido); o Aspirador a vácuo (coluna d’água); o Aspirador de secreção (frasco coletor e redutor); o AMBÚ com máscara; o Nebulizador com traquéia e máscara; o Umidificador. EQUIPAMENTOS DISPONÍVEIS o Carrinho cardiorespiratório, contendo desfibrilador , materais e drogas; o ColchãoTérmico; o Eletrocardiógrafo; o Gerador de Marcapasso; o Balão Intra-aórtico; o Bomba de Aspiração à vácuo Intermitente. MATERIAIS DISPONÍVEIS NO BOX o Eletrodos; o Cateter para aspiração de secreções; o Cateter de oxigênio nasal; o Luvas; o Máscaras; o Gaze; o Régua de nível. TRANSPORTE E RECEPÇÃO DO PACIENTE O enfermeiro do Centro Cirúrgico ( CC ) ou da RPA notifica o da UPO que o paciente está pronto para ser transferido. Durante a transferência, o paciente é acompanhado pelo anestesista e pela enfermeiro do CC ou da RPA. A equipe multidisciplinar da UPO transfere o paciente para a cama, certificando-se da correta e confortável posição do corpo e observando os cuidados com tubo endotraqueal, cateteres, drenos e sondas. Após a transferência para o leito , todas as sondas e equipamentos são identificados e ajustados apropriadamente. Recomenda-se que todas as infusões sejam substituídas por prescrições médicas atualizadas. O enfermeiro da RPA ou do CC dá informações verbais, que incluem a história do paciente, seu estado, intercorrências no intra-operatório e na RPA. O enfermeiro da UPO informará as condições gerais do paciente, normas e rotinas da unidades aos familiares, permitindo a entrada destes para a visita. Ficarão sob a responsabilidade do cirurgião, ou médico intensivista, informações e orientações sobre a cirurgia. ASPECTOS GERAIS DO PÓS-OPERATÓRIO A cirurgia altera a homeostase do organismo, alterando o equilíbrio hidroeletrolítico, os sinais vitais e a temperatura do corpo. Independentemente do tempo cirúrgico, o risco de complicações pós-operatórias está presente em toda intervenção. Os cuidados de enfermagem na assistência ao paciente no pós-operatório são direcionados no sentido de restaurar o equilíbrio homeostático, prevenindo complicações. O enfermeiro da UPO procede a avaliação inicial do paciente quando este é admitido na unidade. Esta avaliação incluirá as condições dos sistemas neurológico, respiratório, cardiovascular e renal; suporte nutricional e de eliminações; dos acessos venosos, drenos; ferida cirúrgica; posicionamento, dor, segurança e conforto do mesmo. A avaliação imediata consiste na observação de: SISTEMA RESPIRATÓRIO: O paciente no pós-operatório será cuidadosamente observado quanto à permeabilidade das vias aéreas e à ventilação pulmonar, em freqüência, amplitude e ruídos. Também será observado a presença ou não de desconforto respiratório, referido pelo paciente ou verificado pela tiragem intercostal, cornagem, batimentos de asa de nariz e uso da musculatura acessória. Uma criteriosa percursão e ausculta dos ruídos pulmonares, deve ser realizada com o objetivo de detectar as complicações respiratórias o mais precocemente possível. As complicações respiratórias estão entre as mais comuns e podem ser causadas por vários fatores, tais como: doença respiratória prévia, efeitos depressivos dos anestésicos, broncoaspiração, imobilidade pós-operatória prolongada, tubo endotraqueal, oxigênio e aumento da secreção na árvore brônquica. Os problemas respiratórios mais frequentes no pós-operatórios são: atelectasia (colapso dos alvéolos em porções do pulmão ), pneumonia ( infecção aguda que causa inflamação no tecido pulmonar ) e embolia pulmonar ( causada por coágulos de sangue ou êmbolos de gordura ). Os sinais e sintomas de complicações pulmonares incluem: aumento da temperatura, agitação, dispnéia, taquicardia, hemoptise, edema pulmonar, alteração do murmúrio vesicular, expectoração viscosa e espessa. Dentre os cuidados de enfermagem, para que seja mantida uma via aérea permeável, os mais freqüentes são: mudar o paciente de decúbito; estimular a tosse, apoiando a área da incisão cirúrgica, evitando-se o rompimento da sutura; promover alívio para desconforto e dor; administrar oxigênio; estimular a mobilização precoce no leito e a deambulação; verificar a consistência e o aspecto das secreções; hidratar o paciente, se necessário; manter o nebulizador e o umidificador com nível de água adequado. O enfermeiro avalia a cânula oro / nasotraqueal ou de traqueostomia, observando se há vazamento de ar pela cânula em virtude do "cuff " insuflado inadequadamente e ainda, se há secreções em excesso na cavidade oral e fossas nasais. A avaliação dos gases sanguineos é de vital importância, a fim de verificar anormalidades nas trocas gasosas. CONCLUSÃO Os resultados da revascularização cirúrgica do miocárdio são semelhantes ou melhores obtidos com as intervenções coronárias percutâneas, dependendo do tipo de paciente. Apesar disso, o número de angioplastias com colocação de stent coronário é maior do que a revascularização do miocárdio com CRM, tendência que tem aumentado com o tempo. É difícil mudar essa tendência, pois o cardiologista é a pessoa que realiza a intervenção percutânea e, ao mesmo tempo, quem oferece esse procedimento ao paciente, mas é importante reconhecer que a capacidade dos stents coronáriosfarmacológicos oferecer parto local acrescenta uma nova dimensão ao controle da reestenose coronariana. Portanto, Os resultados da revascularização cirúrgica do miocárdio com CRM são melhores que os dos enxertos venosos no que se refere à eliminação dos sintomas de angina, sobrevida e necessidade de novas intervenções de revascularização. A escolha do tipo de enxerto arterial e da configuração do enxerto depende da experiência e habilidade pessoal de cada cirurgião, mas, atualmente, não há motivos para não utilizar enxertos arteriais. Apesar do entusiasmo pela CABG sem CEC, os resultados obtidos até o momento não mostraram vantagens claras sobre a CABG com CEC. Ao contrário, a possibilidade de redução da perviedade do enxerto e o alto índice de revascularização incompleta na CRM sem CEC representam uma séria limitação dessa técnica. A indicação mais clara para CABG sem CEC pode ser aterosclerose e calcificação da aorta ascendente, Os pacientes com doença coronariana difusa e angina refratária que não podem receber revascularização do miocárdio ou angioplastia podem ser tratados com uma série de terapias alternativas. Infelizmente, no entanto, alguns deles não são eficazes ou não eliminam completamente a angina da maneira que a terapia convencional pode e, às vezes, o benefício modesto obtido não é permanente. Estimular o crescimento de novos vasos com células-tronco e genes para superexpressar fatores de crescimento é uma terapia promissora, mas esse tratamento está em sua infância e ainda há um longo caminho a percorrer antes de esclarecer sua eficácia clínica. BIBLIOGRAFIA ● https://seucardio.com.br/procedimentos/cirurgia-de-coronaria/ ● https://drauziovarella.uol.com.br/entrevistas-2/cirurgia-das-coronarias- entrevista/ ● https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/doen%C3%A7as-card iovasculares/exames-e-procedimentos-cardiovasculares/cirurgia-de-re vasculariza%C3%A7%C3%A3o-mioc%C3%A1rdica-crm ● https://seucardio.com.br/procedimentos/cirurgia-de-valvula/ ● https://soscardio.com.br/cirurgia-de-aorta-tipos-e-procedimentos/ ● https://www.clinicaritmo.com.br/tratamentos/implante-de-marcapasso/
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