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Tratados Internacionais de Cooperação Investigativa

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Investigação - Coop.
Investigativa
Aula 7 - Tratados internacionais envolvendo a
cooperação investigativa internacional
INTRODUÇÃO
Os Tratados Internacionais possuem o mesmo valor de lei ordinária. Eventualmente, terão valor de Emenda
Constitucional.
Todos os acordos envolvendo o Brasil devem ser celebrados pelo Chefe de Estado, no caso o Presidente da República, a
autoridade brasileira que representa o País no cenário internacional. Para ter validade jurídica, os acordos têm que ser
aprovados pelo Congresso Nacional, órgão legislador.
Nesta aula, designaremos todos os atos internacionais simplesmente como Tratados Internacionais.
OBJETIVOS
Analisar os tratados internacionais e seu valor jurídico.
Examinar os principais tratados de cooperação investigativa dos quais o Brasil é signatário.
FORÇA NORMATIVA DOS TRATADOS
Quando esse tipo de relação ocorre entre países, é um tratado. Como os contratos fazem lei entre os contratantes, um
tratado possui força normativa entre países. A força normativa dos tratados obriga os países a ter determinada conduta.
Ser signatário de um tratado internacional é uma forma de exercer livremente a Soberania.
Os tratados possuem força normativa interna. Vinculam o Estado como Pessoa Jurídica de Direito Público Internacional, e
os indivíduos sujeitos às normas brasileiras em geral.
POSIÇÃO HIERÁRQUICA
Os tratados internacionais possuem o mesmo valor das leis ordinárias, produzindo efeitos depois de aprovados pelo
Congresso Nacional.
Conforme previsto na Constituição (art. 5º, §3º (glossário)), terão força de Emenda Constitucional os tratados que
cumulativamente:
TRATADOS INTERNACIONAIS DE COOPERAÇÃO COM BRASIL
O Brasil é signatário de diversos tratados envolvendo cooperação jurídica e investigativa internacionais.
A cooperação pode ser:
Uma relação jurídica entre dois indivíduos, estabelecida por meio de um acordo, é um contrato.
Digam respeito a direitos humanos
Sejam aprovados por votos de 3/5 dos membros de cada casa legislativa (Câmara e Senado)
Sejam aprovados em dois turnos em cada casa do Congresso Nacional
Técnica
Operacional
Aspectos cíveis
Aspectos penais
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
TRATADOS DE EXTRADIÇÃO
A Extradição é o ato pelo qual determinado país entrega uma pessoa a outro. Pode ter por fim a entrega de pessoa
investigada, processada ou condenada, por um ou mais crimes praticados no país solicitante.
INSTRUTÓRIA
Quando solicitada para fins de investigação ou para processo criminal.
EXECUTÓRIA
Para fins de cumprimento de pena após condenação.
ATIVA
Quando o Governo Brasileiro pede a Extradição de um foragido da justiça brasileira que esteja
em outro país.
PASSIVA
Quando autoridade estrangeira pede a Extradição de indivíduo foragido que tenha ingressado
em território Brasileiro.
A Extradição pressupõe que tenha sido determinada a prisão do extraditado, seja por prisão preventiva ou por
condenação à pena restritiva de liberdade.
A Constituição brasileira veda a extradição de brasileiros natos. Os brasileiros naturalizados, só poderão ser extraditados
por crimes cometidos antes da naturalização, ressalvados os casos de tráfico de entorpecentes e drogas afins, quando
poderão ser extraditados a qualquer tempo.
Fonte:
O Brasil é signatário de 37 tratados de Extradição, sendo 29 bilaterais (glossário) e 8 multilaterais (glossário).
Outros
SAIBA MAIS
, Os tratados de Extradição têm como finalidade facilitar o procedimento de Extradição. Ainda que não exista tratado de Extradição
entre o Brasil e determinado país, é possível a Extradição pautada na promessa de reciprocidade de tratamento. O procedimento será
mais burocrático.
TRANSFERÊNCIA DE PESSOA CONDENADA
É o procedimento pelo qual um indivíduo que cometeu um crime, foi processado, e condenado em outro país, solicita o
cumprimento da pena no seu país de origem.
ATIVA
Quando um preso, cumprindo pena o exterior, pede transferência para o Brasil.
PASSIVA
Quando um indivíduo estrangeiro, que cumpre pena no Brasil, pede transferência para seu país
de origem.
A Transferência deve ser pedida pelo preso e deve ser aceita pelos dois países envolvidos. As despesas decorrentes da
transferência serão arcadas pelo país que receber o seu nacional condenado.
Após a efetivação da transferência, competirá exclusivamente ao país remetente a revisão da condenação. O país
recebedor apreciará os benefícios decorrentes do cumprimento da pena (progressão de regime etc.).
Fonte: Africa Studio / Shutterstock
O Brasil é signatário de 21 tratados, sendo 15 bilatérias (glossário) e 6 multilaterais (glossário).
TRANSFERÊNCIA DE EXECUÇÃO DA PENA
Como é impossível a extradição de brasileiro nato, e de brasileiros naturalizados por crimes cometidos após a
naturalização, surgiu o instituto da transferência da Execução da Pena, para evitar a impunibilidade.
Quando um indivíduo estrangeiro é condenado pela prática de um crime, mas foge para seu país de origem para evitar o
cumprimento da pena, envia-se a punição, já que não é possível o envio da pessoa (Extradição). O país de origem do
condenado irá puni-lo pelo país que o condenou.
Por se tratar de um instrumento de cooperação recente, existe somente um tratado celebrado pelo Brasil com o Reino dos
Países Baixos (Holanda, Aruba, Curaçao e São Martinho) envolvendo esse instituto.
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL EM MATÉRIA PENAL
O Brasil mantém diversos tratados envolvendo cooperação em matéria penal.
TÉCNICA
Quando envolver questões referentes à conhecimento jurídico de Direito Penal em cada país.
OPERACIONAL
Quando disser respeito ao cumprimento de diligências judiciais ou investigativas.
Fonte:
O Brasil mantém 22 tratados, sendo 20 bilaterais (glossário) e 12 multilaterais (glossário).
SAIBA MAIS
, Os tratados têm por objetivo formalizar, simplificar, e estreitar os laços cooperativos entre as nações. É possível existir cooperação
internacional independentemente da existência de tratados, pautadas na promessa de reciprocidade recíproca.
ATIVIDADE
Caio, brasileiro nato que reside na Itália, vendia cocaína no interior de seu bar localizado em Veneza. Diante disso, foi
julgado e condenado à pena privativa de liberdade por tráfico de drogas pela Justiça italiana. A fim de se furtar de cumprir
pena, Caio retorna ao Brasil. Ciente disso, o Governo Italiano pede a Extradição de Caio. Sendo certo que existe tratado de
Extradição entre Brasil e Itália, o Governo brasileiro deverá Extraditar Caio? Existe outra medida que possa ser adotada?
Resposta Correta
EXERCÍCIOS
Questão 1: Quando tem início a vigência do tratado internacional no Brasil?
a) Com a aprovação do tratado pelo Congresso Nacional.
b) Com a assinatura do Tratado pelo Presidente da República.
c) Com a assinatura do tratado pelo Congresso Nacional.
d) Com a aprovação do tratado pelo Câmara dos Deputados.
e) Com a aprovação do tratado pelo Senado Federal.
Justificativa
Questão 2: O tratado internacional, em regra, ingressará no ordenamento jurídico como:
a) Decisão Judicial.
b) Decreto legislativo.
c) Emenda Constitucional.
d) Lei Ordinária.
e) Lei complementar.
Justificativa
Glossário
BILATERAIS
Argentina; Austrália; Bélgica; Bolívia; Chile; China; Colômbia; Coréia do Sul, Equador; Espanha; Estados Unidos; França; Índia; Itália;
Lituânia; México; Panamá; Paraguai; Peru; Portugal; Reino Unido e Irlanda do Norte; República Dominicana; Romênia; Rússia; Suíça;
Suriname; Ucrânia; Uruguai e Venezuela.
MULTILATERAIS
Específicos: tratados multilaterais com países especificados. São tratados fechados, que não admitem adesão de outros países.
MERCOSUL (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai);
MERCOSUL, Bolívia e Chile (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Chile);
Comunidade de Países da Língua Portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique; Portugal, São Tomé e Príncipe,
e Timor Leste).
Subsidiários: tratados multilaterais celebrados que admitem a adesão de qualquer país a qualquer tempo:Convenção de Viena - contra o tráfico ilícito de entorpecentes e de substâncias psicotrópicas;
Convenção de Palermo - Nações Unidas contra o crime organizado transnacional;
Convenção de Mérida - Nações Unidas contra a corrupção;
Convenção de Paris - Combate da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais;
Convenção Interamericana Sobre Extradição dos Estados-Membros da Organização dos Estados Americanos.
BILATERAIS
Angola; Argentina; Bolívia; Canadá; Chile; Espanha; Japão; Panamá; Paraguai; Peru; Portugal; Países Baixos; Reino Unido da Grã
Bretanha e Irlanda do Norte; Suriname; Ucrânia.
MULTILATERAIS
Específicos
Convenção Interamericana sobre o Cumprimento de Sentenças Penais no Exterior (Arábia Saudita, Argentina, Belize, Brasil, Canadá,
Cazaquistão, Chile, Costa Rica, El salvador, Equador, Eslováquia, Estados Unidos da América, Guatemala, Índia, México, Nicarágua,
Panamá, Paraguai, República Tcheca, Uruguai e Venezuela);
Convenção sobre a Transferência de Pessoas Condenadas entre os Estados Membros da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor Leste);
MERCOSUL: Acordo sobre Transferência de Pessoas Condenadas entre os Estados Partes do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e
Uruguai).
Subsidiários
Convenção de Viena - contra o tráfico ilícito de entorpecentes e de substâncias psicotrópicas;
Convenção de Palermo - Nações Unidas contra o crime organizado transnacional;
Convenção de Mérida - Nações Unidas contra a corrupção.
BILATERAIS
Acordos de assistência mútua em matéria penal com Bélgica; Canadá; China; Colômbia; Coréia do Sul; Cuba; Espanha; EUA; França;
Honduras; Itália; México; Nigéria; Panamá; Peru; Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda do Norte; Suíça Suriname; Turquia e Ucrânia.
MULTILATERAIS
Convenção das Nações Unidas contra o crime organizado transnacional;
Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o crime organizado transnacional relativo ao combate ao tráfico de
migrantes por via terrestre;
Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o crime organizado transnacional relativo à prevenção, repressão e
punição do tráfico de pessoas;
Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o crime organizado transnacional contra a fabricação e o tráfico ilícito
de armas de fogo, suas peças, componentes e munições;
Convenção contra o tráfico ilícito de entorpecentes e substâncias psicotrópicas;
Convenção das Nações Unidas contra a corrupção;
Convenção Interamericana sobre Assistência Mútua em Matéria Penal;
Convenção sobre o combate da corrupção de funcionários públicos estrangeiros em transações comerciais internacionais;
Protocolo de Assistência Jurídica Mútua em assuntos penais - Mercosul;
Acordo Complementar ao Acordo de Assistência Jurídica Mútua em assuntos penais entre os Estados Partes do Mercosul, Bolívia e
Chile;
Convenção de Auxílio Judiciário em matéria penal entre os Estados Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa;
Convenção Interamericana sobre tráfico internacional de menores.

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