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Sociolinguistica unidade 1

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28/09/2020 Sociolinguística
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SOCIOLINGUÍSTICA
CAPÍTULO 1 - AFINAL, O QUE A LÍNGUA
TEM A VER COM AS PRÁTICAS SOCIAIS?
28/09/2020 Sociolinguística
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Danieli Silva Chagas
INICIAR
28/09/2020 Sociolinguística
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Introdução
A Linguística — vista, hoje, como uma ciência autônoma que se dedica ao estudo da
linguagem humana — só adquire esse status a partir do início do século XX. Isso porque, em
1916, é publicado o “Curso de Linguística Geral”, livro no qual são expostas as principais
ideias do professor genebrino Ferdinand Saussure, organizadas por seus alunos. Contudo,
que tipo de relação essa publicação teria com a evolução dos estudos linguísticos no
mundo? Até o século XIX, os principais estudos linguísticos se desenvolviam em torno da
busca por aspectos históricos e comparatistas que pudessem relacionar as línguas umas às
outras, por meio da chamada “linguística histórica”. Esses estudos priorizavam a análise
das línguas em perspectiva diacrônica, observando, principalmente, o desenvolvimento
das línguas ao longo do tempo, sem a preocupação com a influência de questões externas
em sua configuração. Com o advento do “Curso de Linguística Geral”, as línguas passam a
ser observadas, sobretudo, por meio de uma perspectiva sincrônica. Assim, vêm à tona os
estudos que se preocupam, também, com a análise linguística em um determinado
momento da língua, uma dada sincronia, inclusive, considerando o estágio da língua no
momento em que ela é estudada. Mas que mudanças os estudos sincrônicos trazem para os
estudos linguísticos? Analisadas em perspectiva sincrônica, as línguas podem, ainda, ser
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comparadas, estabelecendo relações entre si. Entretanto, essa comparação deixa de ser a
única ou principal preocupação dessa ciência, que então se estabelece como tal. Dessa
forma, sobretudo a partir da segunda metade do século XX, surgem variados ramos de
estudos linguísticos, como o estruturalismo, o gerativismo, o funcionalismo, a linguística do
texto, o cognitivismo, a sociolinguística, entre muitos outros; por meio dos quais se
desenvolvem inúmeras interfaces que consideram questões linguísticas e extralinguísticas
no estudo das línguas. Mas, afinal, do que trata a Sociolinguística? É o que veremos a partir
de agora, por meio de uma abordagem conceitual, prática e histórica sobre a importância
da Sociolinguística para os estudos da língua na contemporaneidade. Vamos lá!
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1.1 Conceito e objeto de estudo da
Sociolinguística
Com a evolução da Linguística enquanto uma ciência autônoma, dá-se lugar a outras
ciências que dela advém, como é o caso da Sociolinguística, que também surge como uma
ciência interdisciplinar e autônoma, a partir da segunda metade do século XX.
Para iniciar nossos estudos, vamos analisar de que maneira a Sociolinguística se estabelece
como uma ciência interdisciplinar, por meio das relações humanas.
1.1.1 Língua e sociedade
Com o objetivo de pensarmos na relação travada entre a língua e a sociedade, um dos
pilares da Sociolinguística, é preciso buscar a concepção de língua.
Segundo Marcuschi (2008, p. 59),
De acordo com as diferentes posições existentes, pode-se ver a língua:
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a) como forma ou estrutura – um sistema de regras que defende a autonomia do sistema diante
das condições de produção (posição assumida pela visão formalista);
b) como instrumento – transmissor de informações, sistema de codificação; aqui se usa a
metáfora de conduto (posição assumida pela teoria da comunicação);
c) como atividade cognitiva – ato de criação e expressão do pensamento, típica da espécie
humana (representada pelo cognitivismo);
d) como atividade sociointerativa situada – a perspectiva sociointeracionista relaciona os
aspectos históricos e discursivos. 
A despeito de cada concepção de língua estar inserida em concepções teóricas específicas
ligadas a linhas de pesquisa da língua também específicas, podemos observar que elas não
são estanques. A visão de língua como atividade sociointerativa, por exemplo, não
abandona totalmente a sistematicidade da língua e as regularidades inerentes a cada
sistema linguística. É fato, entretanto, que, com base nessa visão sociointerativa, a língua é
vista como um sistema em seu funcionamento social, por meio do qual é observada como
um sistema sócio-histórico.
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Com esse viés, ao analisar as línguas, é necessário analisar, também, os fatores externos
que agem sobre ela, influenciando-a e sendo por ela influenciados. Esses fatores, inclusive,
estão presentes no contexto social e histórico de desenvolvimento e circulação de uma
língua.
Não é difícil compreender a importância da visão sociointerativa da língua, segundo a qual
cada sistema linguístico deve ser observado em função de uma realidade sócio-histórica.
Como exemplo, podemos estudar o caso a seguir.
CASO
É comum ouvirmos professores, e, até mesmo, os que não são professores, repetirem
no dia a dia uma das regras de nossa gramática tradicional: não devemos usar
pronome átono em início de frase. A regra — que é mais complexa e foi aqui
parafraseada para se aproximar da fala diária sobre o tema — está na ponta da língua
de muitos brasileiros, mas, ainda assim, é muito comum ouvirmos frases do tipo “me
empresta sua caneta?”, “me assustei com sua chegada repentina!”, “me vê um copo de
água?” ou “se apronte logo!”. Esse uso é feito pela maioria dos brasileiros, ainda que
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alguns insistam em falar “empresta-me sua caneta?”, “assustei-me com sua chegada!”,
“vê-me um copo de água?” ou “apronte-se logo!”, correndo o risco de parecer
pedante, dependendo da situação de comunicação.
Esse conflito tem explicação, mas ela não está apenas na estrutura da língua, e, sim,
em questões sociais e históricas que a perpassam. Por volta da metade do século XIX,
após a independência do Brasil, foi adotado como padrão linguístico para o Brasil a
norma culta portuguesa, observada nos principais compêndios gramaticais
brasileiros. Contudo, a língua portuguesa no Brasil, já no século XIX, apresentava usos
predominantemente proclíticos, como “se apronte logo!”, mesmo na Constituição
vigente antes da independência. Esse fato só mudou após a separação política entre
Brasil e Portugal, quando passou a predominar a ênclise, de acordo com o padrão
português adotado na Constituição.
O caso apresentado é um exemplo claro da relação entre a língua e a sociedade, mas,
acima de tudo, demonstra que essa relação é mais complexa do que parece. Afinal, se,
nessa época, o Brasil acabara de se tornar independente politicamente de Portugal, por
que, então, adotara a norma culta portuguesa como padrão?
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A resposta para essa pergunta também está no contexto social e histórico do
desenvolvimento de nossa língua. Faraco (2008, p. 12) nos explica que
Em geral, a fixação de um certo padrão responde a um projeto político que visa impor uma
certa uniformidade onde a heterogeneidade é sentida como negativa (como “ameaçadora de
uma certa ordem”). Foi esse o caso do Brasil no século XIX, em que uma certa elite letrada,
diante dasvariedades populares (em particular do que se veio a chamar pejorativamente de
“pretoguês”) e face a um complexo jogo ideológico (em boa parte assentado em seu projeto de
construir um país branco e europeizado) trabalhou pela fixação de uma norma-padrão.
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Como se vê, as línguas constituem mais do que um simples conjunto de sons ou palavras.
Ela é um reflexo das relações sociais travadas entre seus falantes.
Figura 1 - A escravidão negra é um dos principais fatores sócio-históricos que influenciaram na configuração do
português no Brasil. Fonte: Marzolino, Shutterstock, 2018.
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Em perspectiva histórica ou diacrônica, essas relações se constituem, por exemplo, por
influência das línguas africana, indígena e europeia na configuração do português
brasileiro e por meio das ações políticas de então, diante de tal realidade. Já em
perspectiva sincrônica, a língua pode ser observada em diferentes recortes temporais,
inclusive o atual, em função de “quem fala, com quem fala, onde fala, por que fala” e outros
variados aspectos sociais.
Esse olhar sobre a relação entre a língua e a sociedade constitui um dos principais recortes
da Sociolinguística como ciência, sobre a qual estudaremos na sequência.
1.1.2 O que é a Sociolinguística?
A Sociolinguística, de maneira geral, é definida como o estudo da linguagem em que se
considera a implicação de fatores sociais. Essa definição, por ser bastante ampla e tratar de
uma visão apresentada internacionalmente na década de 1980, abre caminho para o seu
objeto de estudos: a relação entre a língua e a sociedade (LYONS, 1981).
Conforme observamos, a língua pode ser analisada sob várias perspectivas que consideram
fatores linguísticos e extralinguísticos. Essa convergência de fatores é, para a
Sociolinguística, vista como uma teoria para alguns estudiosos e como uma metodologia
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para outros, sendo de grande importância para a fundação de seus estudos.
Nas palavras de Mollica e Braga (2008, p. 9),
A Sociolinguística é uma subárea da Linguística e estuda a língua em uso no seio das
comunidades de fala, voltando a atenção para um tipo de investigação que correlaciona
aspectos linguísticos e sociais. Essa ciência se faz presente num espaço interdisciplinar, na
fronteira entre língua e sociedade, focalizando precipuamente, os empregos linguísticos
concretos, em especial os de caráter heterogêneo.
VOCÊ SABIA?
O que é comunidade de fala? A comunidade de fala, segundo Labov (1972), constitui cada
grupo que compartilha determinadas atitudes sociais e normas perante a língua. É possível
pensar que determinadas comunidades de fala considerem mais apropriado o uso proclítico
de “me empreste sua caneta?”, enquanto que outras comunidades de fala consideram mais
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apropriado o uso enclítico de “empreste-me sua caneta?”. É possível, ainda, que um mesmo
indivíduo participe de comunidades de fala diferentes, alternando seus usos para se adequar à
comunidade em que esteja em dado momento.
A Sociolinguística pode se dividir em vários ramos, como os que priorizam os estudos
relacionados à variação e à mudança linguística, o multilinguismo, o contato entre línguas,
entre outros. Em todos os casos, parte-se da premissa de que a língua é variável e
heterogênea, uma vez que, segundo Mollica e Braga (2008, p. 9), há “[...] formas distintas
que, em princípio, se equivalem semanticamente no nível do vocabulário, da sintaxe e
morfossintaxe, do subsistema fonético-fonológico e no domínio pragmático-discursivo”.
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Essa heterogeneidade — que, na visão de Saussure (2014), limita-se à fala ou à
materialização do sistema linguístico — é entendida pela Sociolinguística como inerente ao
próprio sistema linguístico. Nessa perspectiva, a pronúncia da palavra “Recife” em
Figura 2 - Os sons que emitimos são umas das instâncias em que opera a variação e a mudança linguística.
Fonte: Andrea Danti, Shutterstock, 2018.
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diferentes estados do Sul ou do Sudeste em relação ao Nordeste brasileiro, por exemplo,
seria parte do nosso sistema linguístico.
Ainda de acordo com Mollica e Braga (2008, p. 9), as “[...] formas distintas que, em princípio,
se equivalem semanticamente.”, apresentam variações em relação à região geográfica,
como o exemplo citado. Assim, essas formas são de interesse dos estudos sociolinguísticos
e desafiam a visão de língua estabelecida desde a imposição de um padrão normativo
espelhado no português europeu, conforme visto no século XIX, até a dicotomia
saussureana langue x parole (língua x fala), estabelecendo novos propósitos e definições
para os estudos linguísticos.
1.2 Termos frequentes na sociolinguística
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Como temos visto, a Sociolinguística parte da premissa de que a língua é variável e
heterogênea. Assim, por essa variedade e heterogeneidade, manifestam-se nas
comunidades de fala, gerando formas distintas em função do uso linguístico.
Sabendo que as comunidades de fala são muitas e que podem se configurar em função de
diversos fatores sociais, históricos e geográficos, é válido pensar na distribuição desses
fatores e na nomenclatura própria utilizada nos estudos sociolinguísticos. Vejamos, então,
os principais termos necessários à compreensão desses estudos a partir de agora.
1.2.1 Regionalismos, dialetos e línguas
A língua portuguesa transplantada para o Brasil se distribui como língua oficial por um
território de dimensões continentais. Dessa maneira, são muitas as formas linguísticas
observadas ao longo do nosso território para representar a mesma realidade.
Como exemplo, podemos citar o uso dos termos “bergamota” (no sul), “tangerina” (no
sudeste) e “mexerica” (no sudeste). Essas diferentes unidades lexicais, utilizadas em função
da região geográfica observada, constitui os chamados regionalismos.
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Os regionalismos não são considerados diferenças substancialmente relevantes para que
se fale na existência de dialetos, uma vez que se manifestam em aspectos pontuais, como o
vocabular ou a pronúncia. Os aspectos observados na fala das pessoas em função das
regiões em que vivem são popularmente chamados de “sotaque”. Aliás, todos temos o
chamado sotaque, independentemente da região em que vivemos. Quem mora no
Nordeste, por exemplo, costuma dizer que as pessoas que vivem no Sul ou no Sudeste
“falam cantando”, ao passo que muitos moradores do Sul e do Sudeste identificam a tal
“fala cantada” no falar dos Nordestinos. Isso nos mostra que a fala de cada região possui
suas peculiaridades, sendo prontamente identificadas por falantes oriundos de outras
regiões.
Os dialetos, por sua vez, são compostos de peculiaridades que extrapolam o nível lexical
ou fonético. No dialeto, são percebidas características peculiares que se mostram desde o
nível morfossintático, fonético-morfológico e até semântico-lexical. Ele é visto como uma
variedade linguística de uso coletivo, que se irradia por certas áreas geográficas.
Nos estudos dialetais brasileiros, o “dialeto caipira” é bastante mencionado, já que, em
meados do séculoXX, despertava a curiosidade de estudiosos como Amaral (1955, p. 41):
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Tivemos, até cerca de vinte e cinco a trinta anos atrás, um dialeto bem pronunciado, no
território da antiga província de São Paulo. É de todos sabido que o nosso falar caipira –
bastante característico para ser notado pelos mais desprevenidos como um sistema distinto e
inconfundível – dominava em absoluto a grande maioria da população e estendia a sua
influência à própria maioria culta.
O dialeto caipira faz parte da agenda de estudos linguísticos há muitas décadas, e, por sua influência, manifesta-
se, até mesmo, em textos literários. Osvaldo Ceschin, pesquisador do assunto, publicou um excelente artigo sobre
as peculiaridades desse dialeto, intitulado “O Dialeto Caipira”. Vale a pena ler! O artigo está disponível no link:
<https://www.revistas.usp.br/linguaeliteratura/article/viewFile/104900/103696
(https://www.revistas.usp.br/linguaeliteratura/article/viewFile/104900/103696)>.
VOCÊ QUER LER?
https://www.revistas.usp.br/linguaeliteratura/article/viewFile/104900/103696
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As línguas, diferentemente dos regionalismos ou dos dialetos, constituem um sistema de
regras que está presente na mente de todos os falantes de uma determinada comunidade.
Ela é vista como instrumento de um povo e contém as regras gerais, socialmente
estabelecidas, que podem variar em função de determinados fatores, sem ser percebida
como outro sistema.
Há muitos países multilíngues que tem em uma ou em várias de suas línguas a língua
oficial. No Brasil, por exemplo, a língua oficial é a língua portuguesa, embora sejam faladas,
ainda em território brasileiro, múltiplas línguas europeias e, sobretudo, indígenas. Essa
multiplicidade linguística possui influência em processos de variação observados na
própria língua portuguesa.
1.2.2 Mudança lexical e evolução das línguas
Dos estudos sociolinguísticos, recebem destaque em muitas pesquisas os estudos da
variação e da mudança. Essas pesquisas, sobretudo os estudos da mudança, apontam para
os vários estágios de uma língua, possibilitando analisar, com base em seu passado, os
possíveis rumos que a língua tomará. Entre elas, cumpre destacar os que dão foco à
mudança lexical.
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É sabido que, salvo as línguas mortas, nenhuma língua é estática, uma vez que todas
evoluem. E a mudança linguística se relaciona diretamente com essa evolução. 
VOCÊ SABIA?
O que é uma língua morta? São chamadas de línguas mortas aquelas que não possuem
falantes nativos por diversos motivos históricos. Esse é o caso, por exemplo, do latim, que, por
mais que possua gramática conhecida, registro escrito e seja utilizado em lugares para fins
específicos — como em ritos religiosos —, ela não constitui, modernamente, a língua mãe de
nenhuma nação.
O contato linguístico, uma das áreas estudadas no âmbito da Sociolinguística, é um grande
propulsor da mudança e da evolução das línguas. Geralmente, o contato se dá por meio de
uma língua franca, que, para Phillipson (1992, p. 42), 
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[...] é uma língua que é usada para a comunicação entre diferentes grupos de pessoas, cada
grupo falando uma língua diferente. A língua franca pode ser uma língua usada
internacionalmente (ex. inglês), pode ser a língua nativa de um dos grupos, ou uma língua que
não é falada por nenhum grupo como língua materna, mas possui uma estrutura e vocabulário
simplificados, e é frequentemente uma mistura de duas ou mais línguas.
Desse contato, pode-se resultar, inclusive, em outras línguas, por meio de processos como
a pidginização ou a crioulização. Os crioulistas nem sempre concordam sobre uma
definição precisa para pidgin e crioulo, apresentando visões divergentes com relação à
situação de muitas línguas que vêm sendo classificadas como tais.
Com relação a essa divergência, podemos mencionar que são chamados normalmente de
pidgins as línguas reduzidas que surgem em função de contato prolongado entre grupos
que não possuem uma língua em comum. Segundo Bortoni-Ricardo (2014, p. 30),
Um pidgin pode ter duração razoavelmente efêmera, seguindo dois ciclos possíveis: ou
desaparece ou evolui para uma língua crioula. A passagem do pidgin para uma língua crioula
dá-se quando uma ou sucessivas gerações o adotam como uma língua materna, conferindo-lhe
as características de uma língua natural. 
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No caso do pidgin, que possui como característica uma simplificação em que são
abandonadas marcas de concordância, além de ser utilizado um número reduzido de
palavras, ele surge para atender às necessidades específicas de comunicação e possuem
funções sociais reduzidas: comércio (Russernorsk, pidgin Eskimo); ocupação militar (pidgin
inglês no Japão do pós-guerra); e comunicação escravos-senhores (pidgin inglês do Havaí
nas plantations). Veja um exemplo em que é apresentada uma frase em um pidgin do
inglês, seguida da forma alvo (MESTHRIE et al., 2000, p. 291 apud RIEHL, 2009, p. 116):
Before my sellum for ten dollars
Before I sell for ten dollars (‘Eu vendi por 10 dólares’)
(Gras bilong fes (= grass belong face) = barba.
Diferentemente do pidgin, as línguas crioulas estão necessariamente ligadas aos fatores de
colonização europeia e escravidão negra. O crioulo é resultado do contato de longa
duração entre dois grupos étnicos (situação de bilinguismo), envolvendo a reestruturação
total da língua. 
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Há vários pesquisadores que se dedicam à pesquisa de línguas crioulas. Em uma entrevista feita pela Universidade
Aberto com o professor Jorge Morbey, intitulada “Viagem de um Crioulo de Cabo Verde aos Crioulos do Oriente”,
Morbey nos fala dos crioulos de Cabo Verde e do Oriente. Os vídeos estão disponíveis em:
<https://www.youtube.com/watch?v=gBYapf4s-po (https://www.youtube.com/watch?v=gBYapf4s-po)> e
<https://www.youtube.com/watch?v=0P0Q3LQXRhg (https://www.youtube.com/watch?v=0P0Q3LQXRhg)>. Vale a
pena assistir!
Essa mistura feita pelo crioulo é entendida como a norma de uma comunidade, em que os
componentes, como o léxico ou a gramática, podem ser claramente associados a cada uma
das línguas, pelo que se observa maior importância da língua do substrato (a língua que se
VOCÊ QUER VER?
https://www.youtube.com/watch?v=gBYapf4s-po
https://www.youtube.com/watch?v=0P0Q3LQXRhg
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mistura à língua-alvo). A transmissão irregular da língua-alvo em situação de bilinguismo,
muitas vezes, leva ao pidgin, que, na segunda geração, tornando-se língua materna,
reestrutura os espaços não preenchidos com aportes do substrato.
Conforme Mesthrie et al. (2000, p. 282) e Riehl (2009, p. 116), um conhecido crioulo do
inglês em situação de contato linguístico em terras africanas é o Tok Pisin:
 
Gras bilong hed (= grass belong head) = cabelo
Gras bilong ai (= grass belong eye) = sobrancelha
 
Resultante do contato com o português europeu, recebe destaque o crioulo cabo-verdiano,
que tem sido utilizado em situações oficiais. Veja um exemplo da conjugação verbal em
cabo-verdiano com a figura a seguir.
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Quadro 1 - As diferenças podem ser observadas com a conjugação verbal no Português e a conjugação verbalno
Caboverdiano. Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em QUINT, 2010, p. 251.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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Além do surgimento de pidgins crioulos e das línguas francas, a mudança lexical também
ocorre por meio de um empréstimo, uma abreviação ou uma junção. São considerados
empréstimos as palavras vindas de outras línguas para a língua de destino, na qual podem,
inclusive, adquirir outros significados. Os empréstimos geralmente são resultado do
contato linguístico, podendo, com seu radical, gerarem outras palavras na língua que
recebe o empréstimo. É o que acontece, por exemplo, com a palavra “delete” no português
do Brasil, que já deu origem, por meio do acréscimo de sufixo, ao verbo “deletar”.
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Figura 3 - A palavra “marketing”, assim como outros empréstimos, já foram consolidados na cultura brasileira e
na língua portuguesa no Brasil. Fonte: mypokcik, Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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Com a evolução das línguas — além dos empréstimos, que, no Brasil, originam-se desde
línguas africanas a europeias e indígenas, devido às diversas situações de contato
linguístico ao longo da história de nosso país — também são comuns as junções de radicais
ou lexemas. Tanto os já inseridos na língua portuguesa quanto os oriundos de outras
línguas na formação de novas palavras podem ser considerados.
Essas junções ocorrem, muitas vezes, como forma de representar na língua a evolução que
ocorre na sociedade em que ela está veiculada. Temos como exemplo a palavra
“sambódromo”, um neologismo formado por radicais de palavras de origem africana e
grega, criado para nomear a existência de um espaço característico de nossa sociedade na
contemporaneidade.
Além disso, as abreviações também são comuns e se fazem com base na apropriação de
palavras estrangeiras, como é o caso da palavra “Kombi”, veículo que recebe como nome,
no Brasil, a abreviação da palavra de origem alemã "kombinationsfahrzeug".
Sendo assim, podemos perceber que a mudança lexical está profundamente ligada à
evolução das línguas, assim como essa evolução está ligada às mudanças observadas na
sociedade e nas necessidades linguísticas inerentes a essas mudanças, como já atestava
Antoine Meillet, discípulo de Saussure, no início do século XX.
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1.3 Histórico da Sociolinguística
Os estudos linguísticos são de interesse internacional, uma vez que as correntes linguísticas
surgidas em diferentes países são de interesse de linguistas em todo o mundo. Afinal,
muitas dessas correntes têm origem americana e surgem, inicialmente, como forma de
explicar o inglês americano, espraiando-se por várias outras línguas, e servindo, também,
como subsídio para explicá-las. Esse é o caso da Sociolinguística, cujos principais temas
enquanto ciência autônoma interdisciplinar foram apresentados, pelo que cumpre pensar,
o histórico de seu surgimento.
1.3.1 Origens
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Como vimos, a Sociolinguística surge como ciência oficialmente a partir da metade do
século XX. Contudo, há estudos anteriores a esse período que lançam as bases para o seu
surgimento. Nas palavras de Bortoni-Ricardo (2014, p. 11), há linguistas que
[...] muito antes dos anos 1960, já desenvolviam em seus trabalhos teorias de natureza
claramente sociolinguística, como é o caso de Meillet [1866-1936], Bakhtin [1895 – 1975] e
membros do Círculo Linguístico de Praga. Esses são pensadores que levaram em conta o
contexto sociocultural e a comunidade de fala em suas pesquisas linguísticas, ou seja, não
dissociavam o material da fala do produtor dessa fala, o falante – pelo contrário, consideravam
relevante examinar as condições em que a fala é produzida. 
Com o desenvolvimento da pesquisa desses autores, são consideradas duas premissas
para o desenvolvimento das pesquisas linguísticas: o relativismo cultural e a
heterogeneidade linguística.
Também de acordo com Bortoni-Ricardo (2014, p. 12), o relativismo cultural parte do
pressuposto de que “[...] uma manifestação de cultura prestigiada na sociedade não é
intrinsecamente superior a outras [...]”.
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Figura 4 - Os livros são símbolos de culturas privilegiadas, cujos entes, por vezes, diminuíram a importância da
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Segundo as bases do relativismo cultural, assim como nenhuma cultura deve ser
considerada superior ou inferior a outra, as línguas, em suas várias manifestações, também
não devem ser consideradas superiores ou inferiores a outras. A premissa da
heterogeneidade linguística se traduz no “[...] advento da crença na heterogeneidade
ordenada e do reconhecimento da existência de muitas variedades no âmbito de qualquer
língua natural” (BORTONI-RICARDO, 2014, p. 12).
VOCÊ SABIA?
Que a concepção de cultura e a relatividade cultural se relacionam à hipótese Sapir-Whorf? A
hipótese Sapir-Whorf, como normalmente é apresentada, combina determinismo linguístico
(“A linguagem determina o pensamento”) com relatividade linguística (“Não há limites para a
diversidade estrutural das línguas”) (LYONS, 1981, p. 276).
g p g , j , p , p
cultura de outras comunidades, sobretudo, de comunidades ágrafas. Fonte: Thinglass, Shutterstock, 2018.
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Sobre a heterogeneidade, Mollica e Braga (2008, p. 9) destacam que 
Todas as línguas apresentam um dinamismo inerente, o que significa dizer que elas são
heterogêneas. Encontram-se assim formas distintas que, em princípio, se equivalem
semanticamente no nível do vocabulário, da sintaxe e morfossintaxe, do subsistema fonético-
fonológico e no domínio pragmático-discursivo. O português falado no Brasil está repleto de
exemplos. No sul do país, o pronome “tu” é o tratamento preferido quando o falante interage
com o ouvinte, encontrando-se em menor escala em outras regiões e evidenciando uma
diferenciação geográfica, em que os pronomes de tratamento distribuem-se em sistemas
variacionais diferentes. 
Com base nessas premissas, liderados por Labov (1981), linguistas norte-americanos
iniciaram estudos teóricos e experimentais, a fim de observar a variação e a mudança. 
1.3.2 Principais autores e estudos
Antes da década de 1960, alguns estudos já consideravam a relação entre língua e
sociedade e o relativismo cultural. No entanto, é no ano de 1953 que a palavra
“Sociolinguística” surge pela primeira vez. O termo é usado em um trabalho de Haver C.
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Currie e leva o estudo dessa ciência de maneira mais estruturada, com objetivos melhor
definidos, sendo desenvolvido nos Estados Unidos nas décadas de 1950 e 1960.
Em 1964, com a publicação da obra dos pesquisadores Gumperz (1982), Labov (1981) e
Hymes (1972), os estudos propriamente sociolinguísticos podem ser considerados
definitivamente inaugurados. Afinal, esses autores buscavam desenvolver uma nova
concepção sob a qual a Linguística seria estudada. Sendo vista como o cerne do
rompimento com a visão estruturalista da época. 
O estruturalismo orientou, por muito tempo, como modelo hegemônico, a agenda de estudoslinguísticos. Até
hoje, ele influencia linhas de pesquisas voltadas para o conhecimento estrutural das línguas. Para saber um pouco
mais sobre o assunto, acesse um resumo, escrito por José Renato Salatiel, sobre as origens dessa corrente no link:
VOCÊ QUER LER?
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<https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/estruturalismo-quais-as-origens-desse-metodo-de-analise.htm
(https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/estruturalismo-quais-as-origens-desse-metodo-de-
analise.htm)>.
A partir de então, surgem outras correntes de estudos linguísticos, como a Sociologia da
Linguagem, introduzida por e Joshua Fishman; e a Etnografia da Fala, iniciada por Dell
Hymes. Esses estudos também consideram a importância da interação entre a língua e a
sociedade.
Assim, a Sociolinguística passa a tratar do estudo sobre a incidência de forças sociais com
relação as manifestações linguísticas em seus diversos níveis (fonológicos, morfológicos,
sintáticos e semânticos).
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Figura 5 A língua em uso é o foco dos estudos sociolinguísticos Fonte: exopixel Shutterstock 2018
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Labov (1981) é o responsável por sistematizar os estudos de variação na língua falada. É ele
quem os inaugura em 1963, quando analisa o inglês falado na ilha de Martha’s Vineyard, no
estado de Massachusetts, nos Estados Unidos. Várias pesquisas foram realizadas após essa,
como a que trata da estratificação social do inglês falado em Nova York, em 1966.
Labov (1981) ainda contrapõe os estudos de orientação saussuriana focando, em vez da
langue, de Saussure, na parole, no ponto de vista social, e não individual.
William Labov é conhecido no Brasil e no mundo como o “pai” da Sociolinguística. Linguista americano, Labov
atuou por muito tempo como professor no departamento de linguística da Universidade da Pensilvânia. Ele
publicou livros e artigos com foco na relação entre a língua e a sociedade, além de participar de congressos no
mundo todo para divulgar sua linha de pesquisa.
Figura 5 - A língua em uso é o foco dos estudos sociolinguísticos. Fonte: exopixel, Shutterstock, 2018.
VOCÊ O CONHECE?
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Atualmente, várias interfaces têm sido feitas entre a Sociolinguística e as correntes, como o
cognitivismo, o funcionalismo e, até mesmo, o gerativismo, resultando, cada uma delas, em
olhares diferentes, mas, muitas vezes, convergentes. Isso subsidia o conhecimento sobre o
universo complexo que representam as línguas.
1.4 Sociolinguística Variacionista e
Sociolinguística Interacionista
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Como os estudos sociolinguísticos possuem diversas vertentes, cujas pesquisas podem se
complementar, é possível observar os fatos da língua sobre perspectivas diferentes. Esses
estudos são orientados por um referencial teórico que considera desde os aspectos sociais
que afetam a língua em uso até os fatos que afetem a língua em uma perspectiva dual ou
dialógica. É o caso, respectivamente, da Sociolinguística Variacionista e da Sociolinguística
Interacional. Vejamos suas peculiaridades na sequência.
1.4.1 Sociolinguística Variacionista
A Sociolinguística Variacionista, também conhecida como teoria da variação e mudança,
objetiva analisar a língua em seu contexto sociocultural. Assim, por meio de suas análises,
ela observa os processos de variação na língua. Isso pode, inclusive, resultar em uma
mudança linguística com o passar do tempo, ou, até mesmo, em uma variação estável.
São chamadas de variantes as formas em variação. Tarallo (2007, p. 8) afirma que “[...]
variantes linguísticas são diversas maneiras de se dizer a mesma coisa em um mesmo
contexto e com o mesmo valor de verdade”.
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VOCÊ SABIA?
A variação é considerada estável quando dura por um longo período, prevalecendo uma
variante sobre a outra. Nesse caso, geralmente as gerações mais novas e as mais velhas
utilizam a variante popular, o que se repete nas outras gerações. Quando a geração gera
mudança, a tendência é observar o crescimento gradual do uso da variante popular (MOLLICA;
BRAGA, 2008).
Além disso, temos visto que a Sociolinguística tem como pressuposto o fato de que toda
língua é heterogênea. Contudo, é preciso destacar, de acordo com a teoria da variação, que
essa heterogeneidade é ordenada por regras da língua. Nas palavras de Coelho et al. (2015,
p. 59, grifo dos autores),
Não se concebe a variação como uma propriedade que possa levar o sistema linguístico ao
caos. Mesmo que a princípio se possa pensar que heterogeneidade implica ausência de regras,
a Sociolinguística vê a língua como objeto dotado de heterogeneidade estruturada, logo, há
regras sim. Decorre daí que, enquanto a língua concebida como sistema homogêneo contém
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somente regras categóricas, que sempre se aplicam da mesma maneira, a língua concebida
como sistema heterogêneo comporta, ao lado de regras categóricas, também regras variáveis,
condicionadas por fatores tanto do contexto linguístico quanto do extralinguístico.
Entende-se como regra categórica aquela que opera em 100% dos casos, sem qualquer
violação na fala natural; enquanto que a regra variável é aquela que opera entre 5 e 95%
dos casos, em que não há violações por definição. No português brasileiro, é categórica a
regra segundo a qual os artigos vêm sempre antes do substantivo, por exemplo. Assim, é
agramatical (fora das regras e princípios internos de nossa língua), tanto na fala culta
quanto na fala popular, dizer “menino o” em vez de “o menino”.
A concordância verbal, por outro lado, constitui uma regra variável, visto que as pesquisas
linguísticas brasileiras atestam desde a marcação de concordância verbal em apenas 16%
dos casos pesquisados em Helvécia, na Bahia (LUCCHESI, 2008); até a marcação de
concordância verbal em 88,1% dos casos em Copacabana, no Rio de Janeiro (VIEIRA;
BAZENGA, 2013).
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Também é de interesse da Sociolinguística Variacionista investigar os fatores que
condicionam a variação e a mudança em determinadas comunidades linguísticas. Por
exemplo, é conhecido, internacionalmente, o trabalho de Labov (1981), que explora
condicionadores étnicos e sociais na investigação do que ele chama de “inglês negro”,
modernamente chamado de “vernáculo afro-americano”. No Brasil, são vários os
condicionadores linguísticos e extralinguísticos estudados com base na apresentação de
regras variáveis, em diferentes fenômenos e diferentes comunidades.
Os estudos da Sociolinguística Variacionista redimensionam as concepções de certo e errado no ensino da língua.
Nesse contexto, muito se questiona sobre o lugar da norma padrão. O professor Ataliba de Castilho fala sobre isso
no vídeo “Linguística: O dilema do ‘certo’ e do ‘errado’”. Assista no link: <https://www.youtube.com/watch?
v=WE1C57q_9zw (https://www.youtube.com/watch?v=WE1C57q_9zw)>.
VOCÊ QUER VER?
https://www.youtube.com/watch?v=WE1C57q_9zw
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https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 43/55Com a evolução dos estudos sociolinguísticos, uma nova vertente dessa ciência surge,
principalmente a partir da década de 1980, quando o foco do estudo se dá na influência de
fatores sociais, mesmo em seu aspecto individual. Vejamos!
1.4.2 Sociolinguística Interacionista
Diferentemente da Sociolinguística Variacionista, a Sociolinguística Interacionista, ou
Sociolinguística Interacional, detém-se no comportamento individual observado nas
interações face a face. Seus precursores são Erving Goffman e John Gumperz.
Segundo Bortoni-Ricardo (2014, p. 147),
A principal distinção que Gumperz faz entre a Sociolinguística interacional e a Sociolinguística
laboviana é que a primeira apoia-se no pressuposto de que a interação humana é constitutiva
da realidade social. Segundo esse pensador, a ordem, a estrutura, etc. não são pré-
determinadas, mas constituem-se na própria interação, baseadas em um conjunto complexo
de fatores materiais, experienciais e psicológicos [...]. A interação humana é, portanto,
constitutiva dos papéis sociais, considerados como um conjunto de prerrogativas e de deveres
em um determinado domínio social. 
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Bortoni-Ricardo (2014) ainda elabora uma metodologia segundo a qual pode ser realizada a
análise de estratégias da comunicação dentro da perspectiva da Sociolinguística
Interacional, organizando-a em cinco grupos de categorias: características estruturais e
comunicativas do evento, processo interpretativo, uso da língua ou práticas verbais, regras
dialógicas e linguagem não verbal. 
Figura 6 - A interação face a face é o objeto de estudo da Sociolinguística Interacional. Fonte: Lightspring,
Shutterstock, 2018.
VOCÊ O CONHECE?
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Stella Maris Bortoni-Ricardo atua como professora de Linguística na Universidade de Brasília. Atualmente, ela
desenvolve suas pesquisas em torno da interface entre Sociolinguística e educação, mas possui diversos livros
publicados em áreas da Linguística, sendo uma das precursoras dos estudos etnográficos no Brasil. Para saber
mais sobre a autora e seus projetos, acesse sua página na internet com o link: <http://www.stellabortoni.com.br/
(http://www.stellabortoni.com.br/)>.
Como exemplo de trabalho, Bortoni-Ricardo (2014, p. 149, grifos do autor) cita a canção de
Paulinho da Viola, “Sinal Fechado”, conforme fragmento a seguir:
— Olá! Como vai?
— Eu vou indo. E você, tudo bem?
— Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro... E você?
 
http://www.stellabortoni.com.br/
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O diálogo contempla dois turnos de fala, que, na linguagem técnica da Sociolinguística
Interacional, formam um par adjacente. Os interagentes usam expressões que fazem parte
de sua cultura em comum, como “Eu vou indo”, o qual possui um sentido específico dentro
do diálogo para além do significado das palavras em si. O mesmo acontece com a
expressão “[...] correndo pegar meu lugar no futuro”. Os sentidos das expressões
destacadas se dão pela conversação, ao passo que a interação acontece.
Para estudar mais a fundo a Sociolinguística Interacional, leia o capítulo publicado no site da PUC-Rio, intitulado
“Pressupostos teóricos”, em que são apresentados pressupostos teóricos e práticos da análise da conversação. O
capítulo está disponível no link: <https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/5503/5503_3.PDF
(https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/5503/5503_3.PDF)>.
VOCÊ QUER LER?
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/5503/5503_3.PDF
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Em outra situação, ou não partilhando os falantes de uma mesma cultura, mesmo que
falem uma mesma língua, a conversação não se travaria de forma efetiva, visto que as
frases poderiam ser interpretadas em seu sentido literal, prejudicando a comunicação.
Assim, percebe-se que, por mais que o foco da Sociolinguística Interacional não seja
idêntico ao da Sociolínguística Variacionista, ambas colocam o aspecto social em papel de
destaque, tornando-as parte dessa importante ciência que é a Sociolinguística de maneira
geral.
Síntese
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Você concluiu seus estudos sobre o conceito e a história da Sociolinguística, focando na
interação entre a língua e as práticas sociais. Dessa forma, foi possível perceber o que é a
Sociolinguística, o histórico de seu surgimento e como o termo evoluiu ao longo do século
XX, relacionando essa evolução às interfaces estabelecidas entre os estudos linguísticos e
os variados aspectos da vida social.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
aprender sobre a relação entre língua e sociedade, bem como sua ligação com a
Sociolinguística;
perceber as características dos processos de modificação das línguas (pidgin, crioulo
e língua franca);
compreender a origem e o histórico de evolução da Sociolinguística como ciência
autônoma e interdisciplinar;
reconhecer os principais autores e conceitos na evolução da Sociolinguística;
analisar as principais diferenças entre a Sociolinguística Variacionista e a
Sociolinguística Interacionista.
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28/09/2020 Sociolinguística
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