Buscar

HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE LIMINAR

Prévia do material em texto

Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) Desembargador (a) Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Ceará.
IMPETRANTE, brasileiro (a), casado (a), advogado (o) a regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob o nº XXX. XXX, vem respeitosamente e acatamento a douta presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º, inciso LXVIII da Constituição Federal, artigo 647 e 648, I E IV do Código de Processo Penal, impetrar a presente ordem de:
	
	HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR
Em favor de Sr. José Percival da Silva, (vulgo, Zé da Farmácia) brasileiro, casado, político – Presidente da Câmara dos Vereadores do Município de Conceição do Agreste/CE, inscrito no CPF sob o nº XXXXXXXXX, RG nº XXXXXX, endereço eletrônico, residente e domiciliado na Rua XXXXXXXXX, nº XXXX, Bairro XXXXXXX, – Cidade XXXXXX – Estado XXXX, CEP XXXXXXX, atualmente recolhido no CDP de Local XXXX, Excelentíssimo MAGISTRADO, MM. Juiz de Direito da _ª Vara Criminal da Comarca de XXXXX, tecnicamente designada doravante como Autoridade Coatora, pelas razões de fato e de direito que passa a expor.
	1 - DOS FATOS:
Em 04 de Fevereiro de 2018, Sr. José Percival da Silva, (vulgo, Zé da Farmácia) resolveu assistir a Sessão da Comissão de Finanças e Contratos no Plenário da Câmara de Vereadores do Município de Conceição do Agreste/CE o qual é presidente, modo que sem ter ciência nenhuma fatos que haveriam de acontecer.
Tendo o Sr. Delegado João Rajão recebido uma denúncia de uma suposta pratica de corrupção passiva, prevista no Art. 317 do CP, designou policiais disfarçados para estarem presentes na Sessão do Plenário a qual aconteceria para empresas interessadas em participar das contratações a serem realizadas pelas Câmaras de Vereadores, afim de realizar um flagrante delito e prender todos envolvidos na suposta pratica.
Mesmo sem ter ciência de nenhum dos fatos narrados, Sr José Percival, estava presente no Plenário da Câmara no momento da ação policial e acabou também preso em flagrante, acusado de participar do esquema criminoso. Apresentado ao Delegado João Rajão, este lavrou auto de Prisão em flagrante delito da forma estabelecida na legislação, prevista no Art. 317 CP, encaminhou ao Juiz competente, após o comunicado, Autoridade Judiciaria determinou apresentação de todos os envolvidos para audiência de custódia, a ser realizada no dia seguinte da prisão. Nada data e horário designado o réu foi representado pelo Procurador da Câmara de Vereadores, que requereu a liberdade de Sr José Percival da Silva, com a decretação de medidas cautelares diversas da prisão, portanto, o MM Juiz, acatou o pedido do Ministério Público de conversão de prisão em flagrante em prisão preventiva, nos termos do Art. 310, II, c/c Art. 312, c/c Art. 313 I, todos do CPP.
 	 2- DO MERITO:
2.1 Da inexistência do flagrante
No ocorrido, Sr. José Percival da Silva, que tão somente assistia a Sessão da Comissão de Finanças e Contratos da Câmara para verificar se ela estava realizando seu trabalho de maneira correta e eficaz, não cometeu nenhuma conduta atípica, não apresentava nenhuma situação delituosa, sofrendo assim uma coação ilegal, prevista no Art. 648 do CPP, de forma que sua prisão deve ser considerada ilegal.
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 prescreve em seu Art. 5º, inciso LXVIII, que será concedido “habeas corpus” sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
Tendo amparo legal também no CPP que contempla em seus artigos 647 e 648:
"Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar;"
"Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
 I - quando não houver justa causa; (...)"
Pode-se mencionar ainda o Pacto de São José da Costa Rica, recepcionado em nosso ordenamento jurídico brasileiro, que em seu art. 7º, é taxativo ao expor que toda pessoa tem direito a liberdade, sendo que ninguém pode ser submetido ao encarceramento arbitrário.
De forma que, para ocorrer o cerceamento da liberdade de qualquer cidadão deve-se observar os princípios e garantias previstos na Carta Magna, o que foi violado, cabe frisar que, não ocorreram os requisitos do artigo 312 do CPP (prisão preventiva) do paciente, a qual foi determinada com base em suposições que não encontram qualquer amparo nas provas colhidas.
2.2 – Flagrante preparado
Não obstante, a Súmula 145 do Supremo Tribunal Federal (STF). Estabelece que "não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação", no caso citado houve coação ilegal e ausência de justa causa, assim sendo. Dispõe art. 5º, LXV, da Constituição Federal: “A prisão será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária”.
Registre-se, que a situação exposta não enseja o auto de prisão em flagrante delito nos moldes do artigo 302 do Código de Processo Penal.
É notória a ilegalidade desta prisão. 
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
Destaca-se que não estão presentes os requisitos da prisão preventiva elencados no art. 312, do CPP, não sendo, pois, aplicável o permissivo do art. 387, parágrafo único do mesmo artigo.
Assim sendo, estando caracterizados os requisitos do fumus boni iuris (ilegalidade da prisão) e do periculum in mora, diante da determinação de expedição do mandado de prisão sem observar aos princípios legais, necessário se faz a expedição de liminar de salvo conduto em favor do impetrante, considera-se que, pode-se dizer que o paciente está preso ilegalmente, conforme Art. 319 e 320 do CPP, devendo ser aplicada outras medidas cautelares e não a prisão.
	
 DO PEDIDO:
Ante o exposto, requer:
a) À Vossa Excelência, uma vez provada a inexistência de flagrante delito, determinar a concessão definitiva do relaxamento da prisão, seja ouvido o representante do Ministério Público, expedindo-se o competente alvará de soltura Dispõe art. 5º, LXV, da Constituição Federal:
“A prisão será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária”.
b) a concessão de LIMINAR para suspender os efeitos da decisão que decretou a prisão preventiva nos autos de ação penal, determinar a soltura do paciente, até o julgamento definitivo do presente remédio constitucional.
c) Subsidiariamente, requer seja revogada a prisão preventiva, aplicando-se uma ou mais dentre as medidas cautelares previstas no artigo 319, do Código de Processo Penal.
d) Por fim, solicita oficiar a autoridade coatora que decretou a prisão preventiva em desfavor do paciente.
Nos termos em que, pede e espera deferimento.
Conceição do Agreste/CE, dia/mês/ano
– ASSINATURA –
Nome do Advogado
Número de inscrição na OAB

Continue navegando