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PODER CONSTITUINTE 1 • Poder constituinte é o poder de elaborar ou atualizar uma Constituição. • A doutrina do poder constituinte foi teorizada por um abade francês, chamado Emmanuel Joseph Sieyés, um dos líderes da Revolução Francesa 2 Conceito: • É o poder que manifesta as regras que dão sustentação a todo o ordenamento jurídico. Assim, a Constituição dá fundamento às leis, sendo por isso denominada norma hipotética fundamental.” (Fernando Capez). • poder constituinte é, em última análise, a expressão máxima da soberania nacional, como elemento basilar de caracterização do Estado.” (R. Friede). 3 • Titularidade e Exercício do Poder Constituinte • O titular é aquele que detém o poder. – A nação que o exercita por meio do povo, os eleitores. – O titular é aquele que detém o poder. • O exercente é aquele que, de fato, o desempenha. 4 • Podemos dizer: • Poder Constituinte – doutrina moderna: • titular - povo • exercente - aquele que, em nome do povo, elabora a Constituição 5 6 Poder Constituído • É todo aquele instituído na Constituição pelo poder constituinte originário. São: • Derivado • Decorrente Espécies: Originário ou revolucionário • Explica uma nova ordem fundamental, jurídica e política de uma sociedade; • O poder constituinte originário é ilimitado, não se subordina a qualquer regra jurídica anterior; • É um poder soberano. • É absoluto 7 • Características do Poder Constituinte ORIGINÁRIO: – a) INICIAL – sua obra, a Constituição, é a base da ordem jurídica, inaugurando o Estado. Não se funda em nenhum outro poder; – b) AUTÔNOMO – não se subordina a nenhum outro poder; – c) ILIMITADO – não está de modo algum limitado pelo direito anterior; – d) INCONDICIONADO – não está sujeito a qualquer regra ou forma prefixada. Não tem que seguir qualquer procedimento determinado. 8 • Características do Poder Constituinte DERIVADO: – a) SECUNDÁRIO – pelo fato de suas competências terem sido atribuídas por outro poder (originário). Em suma, deriva de outro poder; – b) SUBORDINADO – por se vincular, estar subordinado a outro poder (o originário); – c) LIMITADO – porque se encontra limitado pelas normas do texto constitucional; – d) CONDICIONADO – porque seu exercício deve seguir as regras formais estabelecidas no texto da Constituição Federal. ( 10/10/17 sala 216 9 Finalidades e funções do Estado • A Finalidade e funções são essencial para se entender a ideia de Estado (Dallari) • A falta de consciência das finalidades é que faz com que, não raro, algumas funções importantes, mas que representam apenas uma parte do que o Estado deve objetivar, sejam tomadas como finalidade única ou primordial, em prejuízo de tudo mais. 10 • Relação Estreita: Fins e Funções • Dois exemplos atuais, ilustrativos dessa deformação, são representados pela superexaltação das funções econômico- financeira do Estado e pela obsessão de ordem , uma e outra exigindo uma disciplina férrea, que elimina, inevitavelmente, a liberdade. 11 • Fins objetivos – indagação sobre o papel representado pelo Estado no desenvolvimento da História da humanidade. – fins universais objetivos – fins comuns a todos os Estados de todos os tempos – fins particulares objetivos – cada Estado tem seus fins particulares, que resultam das circunstancias em que eles surgiram e se desenvolveram e que são condicionais de sua história ( 23/10 sala 219 ) 12 • Fins subjetivos – ressalta como importante o encontro da relação entre os Estados e os fins individuais. Assim os fins do Estado deverão ser a síntese dos fins individuais. • Fins expansivos – todas as teorias que preconizam o crescimento desmesurado do Estado, a tal ponto que se acaba anulando o individuo. • Essas teorias, que estão na base dos Estados totalitários, são de duas espécies: 13 • a) Utilitárias, quando indicam como bem supremo o máximo desenvolvimento material, mesmo que isso se obtenha com o sacrifício da liberdade e de outros valores fundamentais da pessoa humana • b) Éticas - rejeitam o utilitarismo e preconizam a absoluta supremacia de fins éticos, sendo este o fundamento da ideia do Estado ético. – Levam ao totalitarismo, pois dão ao Estado condição de fonte de moral, onipotente e leva a um exagerado moralismo 14 • Fins limitados – dão ao Estado a posição de mero vigilante da ordem social, não admitindo que tome iniciativas, sobretudo em matéria econômica. • três pensamentos: – Estado-polícia – função exclusiva de preservação da segurança – Estado-liberal – apenas proteger a liberdade individual, com um sentido muito amplo de liberdade 15 – Estado de Direito – exige-se que o Estado seja um aplicador rigoroso das leis e nada mais, levando a uma concepção puramente formal do Direito, pois se há ou não injustiça fica em plano secundário • grave distorção, pois os dirigentes do Estado declaram por direito aquilo que lhes convêm; • Fins relativos – baseado numa ideia de solidariedade também chamado de teoria solidarista. – Elementos essencialmente produtores de cultura geral de um povo residem, de modo fundamental, nos indivíduos e na sociedade, não no Estado, embora este produza efeitos sociais. 16 • Fins relativos – baseado numa ideia de solidariedade também chamado de teoria solidarista. – Elementos essencialmente produtores de cultura geral de um povo residem, de modo fundamental, nos indivíduos e na sociedade, não no Estado, embora este produza efeitos sociais. 17 • terceira classificação distingue: – fins exclusivos – só devem caber ao Estado e compreendem a segurança externa e interna – fins concorrentes – são de grande importância para o Estado, mas não exigem que o mesmo trate deles com exclusividade. 18 Estado e direito. Personalidade jurídica do Estado. • Hoje em dia é acatada a posição de ser o Estado uma pessoa jurídica, constituindo um avanço no estudo do próprio Estado e do interesse coletivo, pois impõe ao Estado direito e deveres, apartados de seus membros. 19 • No transcorrer da história, várias teorias surgiram para explicar, aceitar ou negar a personalidade jurídica do Estado. Entre elas destacam-se: – Teoria contratualista: com Hobbes, Locke, entre outros; – Teoria ficcionista: com Savigny e Kelsen, entre outros; – Teoria Realista: com Gerber, Gierke, Laband, Jellinek, entre outros; • Teoria do Realismo Jurídico: com Seydel, Donati e Duguit, entre outros. 20 TEORIA CONTRATUALISTA • Os cultores desta teoria podem ser tidos como os precursores da idéia do Estado como pessoa jurídica, através da própria noção de coletividade ou povo como unidade, dotada de interesses diferentes daqueles de cada membro. 21 • A própria teoria contratual da formação do Estado contribui para esta visão, a partir do momento que o concebe como uma seção de direitos individuais, que só poderia caracterizar uma pessoa própria. 22 TEORIA FICCIONISTA • Para os adeptos desta teoria o Estado deve ser reconhecido com personalidade jurídica própria, estando, basicamente, subdividida em dois ramos: – Escola Histórica: com Savigny SEC. XIX – Escola Normativista do Direito: Kelsen 23 • Escola Histórica: Savigny concebe a personalidade do Estado como ficção, admitindo que os sujeitos de direito são apenas os indivíduos dotados de consciência. Porém, foi-se estendido o conceito aos grupamentos de interesses coletivos, como sujeitos artificiais, por criação da Lei. 24 • Escola Normativa do Direito: Kelsen elabora sua teoria, a partir da concepção normativa do Direito e Estado. • O Estado é dotado de personalidade jurídica, personificação da ordem jurídica. Afirma que o Direito pode ou não conceder personalidade jurídica ao homem, o mesmo ocorrendo com as comunidades.25 TEORIAS REALISTAS • São as Teorias do Organicismo Biológico, que a partir da comparação de ser o Estado uma pessoa grande, união de vários indivíduos, passa a vê-lo sob o prisma de um organismo vivo, por isso teria personalidade jurídica. 26 • Teoria do Organicismo Ético: de Gerber, analisa o Estado como um organismo moral, que existe por si próprio e não fruto de uma criação conceitual, sendo a personalidade jurídica do Estado um meio de construção jurídica e não mera ficção jurídica, desligada da realidade. 27 • Teoria do Órgão: elaborada por Gierke, baseia-se no entendimento que o Estado é um organismo que através dos órgãos próprios (= pessoas físicas) faz atuar sua vontade, que se expressa e externa através das pessoas físicas. • Teoria da Unidade Organizada: desenvolvida por Laband, anota que o Estado é um sujeito de direito, pessoa jurídica com capacidade de participar das relações jurídicas, baseando-se em que o Estado é uma unidade organizada, que tem vontade própria, a qual não se confunde com a vontade dos que participam da vontade estatal. 28 • Teoria da Unidade Coletiva: elaborada por Jellinek, entende que sujeito, em sentido jurídico, é uma capacidade criada mediante a vontade da ordem jurídica, nada exigindo que tal capacidade seja conferida somente aos indivíduos. Sendo o Estado uma unidade coletiva ele deve possuir a personalidade jurídica. 29 Portanto • o Estado é uma unidade coletiva, uma associação e esta unidade não é uma ficção, mas uma forma necessária de síntese de nossa consciência que, como todos os fatos desta, forma a base de nossas instituições, então tais unidades coletivas não são menos capazes de adquirir subjetividade jurídica que os indivíduos humanos" 30 Estado absolutista. Estado totalitário. Estado liberal. Estado social. • O Estado Absolutista. – O absolutismo teve em Thomas Hobbes (1588- 1679) seu representante, cuja teoria procurava as origens do Estado e sua finalidade. Hobbes defendia um Estado soberano com representação máxima de uma sociedade civilizada e racional. 31 • No absolutismo surge a separação entre a pessoa do monarca e o poder político do Estado. Os monarcas varias vezes, defenderam medidas econômicas e políticas em nome do interesse geral e não de acordo com interesses próprios. • Absolutismo o poder político centralizou-se no interior do domínio nacional (ou territorial) e os parlamentos que surgiram nesse Estado funcionavam como órgãos consultivos, pois não eram permanentes e não tinham força perante o rei. 32 • O Estado Liberal. • A burguesia assumiu o governo, instituiu o mercado livre e fez da sociedade civil o seu sinônimo. Era necessária maior nitidez entre o que era público e o que era privado. A burguesia reivindicava ampla liberdade na economia, restringindo – mas não tirando – o poder do Estado. 33 • Para implantar o liberalismo econômico, a burguesia baseou-se na teoria formulada por Adam Smith (1723-1790) na obra “A riqueza das nações”, na qual este afirma que existe uma lógica interna, uma razão na produção das mercadorias em que a interferência de um elemento externo seria dispensável 34 Estado moderno e democracia. • surgimento do Estado Moderno coincide com a modernização da sociedade que se iniciou no séc. XVI e termina com a Revolução Industrial 35 http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Industrial http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Industrial http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Industrial • O Estado democrático somente passou a fazer parte do Estado Moderno após o sentimento social de revolta contra o absolutismo e a consequente afirmação dos direitos naturais da pessoa humana e a exigência de organização e funcionamento do Estado. Portanto, foi a partir da evolução do pensamento social, político e jurídico do século XVIII, que surgiu o Estado Democrático. 36 • Rousseau e Locke tiveram grande influência para o desenvolvimento da ideia de Estado Democrático. Nesta seara três grandes movimentos políticos –sociais auxiliaram na condução do Estado Democrático: – a) Revolução Inglesa: teve grande contribuição de Locke. Os princípios desta revolução foram expressos no Bill of Rights (Declaração Inglesa dos Direitos), de 1689, expressão dos fatos políticos da época que estavam transformando a Inglaterra. 37 • Segundo Dallari, esta Revolução possuía como pontos básicos: – 1º) a intenção de estabelecer limites ao poder absoluto do monarca e a influência do protestantismo; – 2º ) a afirmação do direito naturais dos indivíduos que nascem livres e iguais; – 3º) a necessidade de um governo da maioria, para assegurar a liberdade dos cidadãos, exercido pelo Poder Legislativo. 38 • b-) Revolução americana: foi influenciada pelas ideias de liberdade que se propagavam na Europa. – Dallari assevera que foi seguindo essa orientação é que se organizaram, “... primeiramente, as antigas colônias e, mais tarde, os Estados Unidos da América, procurando-se garantir sempre a supremacia da vontade do povo, a liberdade de associação e a possibilidade de manter um permanente controle sobre o governo”. 39 • c) Revolução Francesa: foi influenciada por Rousseau. Considerando que as condições políticas da França eram diferentes das da América do Norte, existiram algumas diferenças entre as respectivas Revoluções. – Segundo Dallari “declara-se, então, que os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos. Como fim da sociedade política aponta-se a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem, que são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão 40 • Nenhuma limitação pode ser imposta ao indivíduo, a não ser por meio da lei, que é a expressão da vontade geral. E todos os cidadãos têm o direito de concorrer, pessoalmente ou por seus representantes, para a formação dessa vontade geral. Assim, pois, a base da organização do Estado deve ser a preservação dessa possibilidade de participação popular no governo, a fim de que sejam garantidos os direitos naturais”. 41 • Uma síntese dos princípios que passaram a nortear os Estados, como exigências da democracia, permite- nos indicar três pontos fundamentais: – A supremacia da vontade popular, que colocou o problema da participação popular no governo, suscitando acesas controvérsias e dando margem às mais variadas experiências, tanto no tocante a representatividade, quanto à extensão do direito de sufrágio e aos sistemas eleitorais e partidários. 42 – A preservação da liberdade, entendida sobretudo como o poder de fazer tudo o que não incomodasse o próximo e como o poder de dispor de sua pessoa e de seus bens, sem qualquer interferência do Estado. – A igualdade de direitos, entendida como a proibição de distinções no gozo de direitos, sobretudo por motivos econômicos ou de discriminação entre classes sociais. 43 44 45 46
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