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Roteiro de Ciência Política - aula 3 - 17 03 2020

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ROTEIRO DE AULA 3 – CIÊNCIA POLÍTICA – 17.03.2020 
 
Conceito de Estado – breve histórico: “A polis dos gregos ou a civitas 
e a respublica dos romanos eram vozes que traduziam a idéia de Estado, 
principalmente pelo aspecto de personificação do vínculo comunitário, de 
aderência imediata à ordem política e de cidadania. 
 
No Império Romano, durante o apogeu da expansão, e mais tarde entre os 
germânicos invasores, os vocábulos Imperium e Regnum, então de uso 
corrente, passaram a exprimir a idéia de Estado, nomeadamente como 
organização de domínio e poder. 
 
Daí se chega à Idade Média, que, empregando o termo Laender (“Países”) 
traz na idéia de Estado sobretudo a reminiscência do território. 
 
O emprego moderno do nome Estado remonta a Maquiavel, quando este 
inaugurou O Príncipe com a frase célebre: “Todos os Estados, todos os 
domínios que têm tido ou têm império sobre os homens são Estados, e são 
repúblicas ou principados”. 
 
Apesar do uso que fez Bodin, depois, do termo República na mesma acepção, 
o que ficou com a obra do escritor florentino foi a palavra Estado, 
universalmente consagrada pela terminologia dos tempos modernos e da 
idade contemporânea.” (PAULO BANAVIDES) 
 
O Estado nas acepções filosófica, jurídica e sociológica: “Há 
pensadores que intentam caracterizar o Estado segundo posição 
predominantemente filosófica; outros realçam o lado jurídico e, por último, 
não faltam aqueles que levam mais em conta a formulação sociológica de 
seu conceito.” (PAULO BONAVIDES) 
 
O Estado na acepção filosófica: “Aos primeiros pertence Hegel, que 
definiu o Estado como a “realidade da idéia moral”, a “substância ética 
consciente de si mesma”, a “manifestação visível da divindade”, colocando-
o na rotação de seu princípio dialético da Idéia como a síntese do espírito 
objetivo, o valor social mais alto, que concilia a contradição Família e 
Sociedade, como instituição acima da qual sobrepaira tão-somente o 
absoluto, em exteriorizações dialéticas, que abrangem a arte, a religião e a 
filosofia.” (PAULO BONAVIDES) 
 
O Estado na acepção jurídica: “Em Kant colhe-se acerca do Estado 
conceito deveras lacunoso, inferior à definição clássica que nos deu do 
 
 
 
Direito. Com seu formalismo invariável, viu Kant no Estado apenas o ângulo 
jurídico, ao concebê-lo como ́ a reunião de uma multidão de homens vivendo 
sob as leis do Direito`”. 
 
[...] 
 
“A definição de Del Vecchio, do ponto de vista exclusivamente jurídico, 
satisfaz, principalmente quando ele, separando o Estado da Sociedade, nota, 
com toda a lucidez que o Estado é o laço jurídico ou político ao passo que a 
Sociedade é uma pluralidade de laços. 
 
Vale a pena de referir sua noção de que a Sociedade é o gênero, o Estado, a 
espécie; de que a organização estatal representa uma forma de Sociedade 
apenas, em concorrência e contraste com outras, mais vastas, como as 
religiões e as nacionalidades, cujos laços, embora de maior extensão e 
abrangendo por vezes efetivos humanos mais numerosos, carecem todavia 
de envergadura e da solidez do laço político, de suprema influência sobre os 
demais 
 
De igual teor jurídico é também o conceito de Estado de Burdeau, que 
assinala sobretudo o aspecto institucional do poder. Diz esse autor que “o 
Estado se forma quando o poder assenta numa instituição e não num homem. 
Chega-se a esse resultado mediante uma operação jurídica que eu chamo a 
institucionalização do Poder”.16 Jean-Yves Calvez, inspirado em Burdeau e 
após comentar-lhe a concepção de Estado, conclui: “O Estado é a 
generalização da sujeição do poder ao direito: por uma certa 
despersonalização”. Desenvolvendo as idéias de Burdeau, intenta então 
demonstrar que o Estado só existirá onde for concebido como um poder 
independente da pessoa dos governantes.” (PAULO BONAVIDES) 
 
O Estado na acepção sociológica: “Ao passo que Spengler surpreende no 
Estado a História em repouso e na História o Estado em marcha, 
Oppenheimer considera errôneas todas as definições até então conhecidas de 
Estado, desde Cícero a Jellinek. 
 
O abalizado pensador confessa que o pessimismo sociológico domina os 
espíritos. O conceito de Estado que elabora está vazado nas influências 
marxistas de seu pensamento. 
 
O Estado, pela origem e pela essência, não passa daquela “instituição social, 
que um grupo vitorioso impôs a um grupo vencido, com o único fim de 
organizar o domínio do primeiro sobre o segundo e resguardar-se contra 
rebeliões intestinas e agressões estrangeiras”. 
 
 
 
 
O Estado constitucional moderno não se desvinculou na teoria de 
Oppenheimer de sua índole de organização da violência e do jugo econômico 
a que uma classe submete outra. Célebre é a passagem em que ele sustenta 
que, pela forma, esse Estado é coação e pelo conteúdo exploração 
econômica. 
 
A posição sociológica de Duguit com respeito ao Estado não varia 
consideravelmente da de Oppenheimer. 
 
Considera o Estado coletividade que se caracteriza apenas por assinalada e 
duradoura diferenciação entre fortes e fracos, onde os fortes monopolizam a 
força, de modo concentrado e organizado. 
 
Define o Estado, em sentido geral, como toda sociedade humana na qual há 
diferenciação entre governantes e governados, e em sentido restrito como 
“grupo humano fixado em determinado território, onde os mais fortes 
impõem aos mais fracos sua vontade”. 
 
Outro jurista-sociólogo do tomo de von Jehring destaca também no Estado o 
aspecto coercitivo. Com efeito, diz esse autor que o Estado é simplesmente 
“a organização social do poder de coerção” ou “a organização da coação 
social” ou “a sociedade como titular de um poder coercitivo regulado e 
disciplinado”, sendo o Direito por sua vez “a disciplina da coação”. 
 
Do mesmo cunho sociológico, o conceito marxista de Estado. Marx e Engels 
explicam o Estado como fenômeno histórico passageiro, oriundo da aparição 
da luta de classes na Sociedade, desde que, da propriedade coletiva se passou 
à apropriação individual dos meios de produção. Instituição portanto que 
nem sempre existiu e que nem sempre existirá. Fadado a desaparecer, o poder 
político, como Marx o definiu, é “o poder organizado de uma classe para 
opressão de outra”. 
 
Da mesma forma, assinala Engels que a presente Sociedade, enquanto 
Sociedade de classes, não pode dispensar o Estado, isto é, “uma organização 
da respectiva classe exploradora para manutenção de suas condições 
externas de produção, a saber, para a opressão das classes exploradas.” 
 
O conceito de Estado repousa, por conseguinte, na organização ou 
institucionalização da violência, segundo as análises mais profundas da 
sociologia política. Esse conceito, já examinado em tantos cientistas sociais, 
reaparece por igual num sociólogo da envergadura de Max Weber. 
 
 
 
 
Só um instrumento consente definir sociologicamente o Estado moderno, 
bem como toda associação política: a força — diz aquele pensador — e não 
o seu conteúdo. 
 
Todas as formações políticas são formações de força, prossegue o insigne 
sociólogo, de tal maneira que se existissem somente agregações sociais sem 
meios coercitivos, já não haveria lugar para o conceito do Estado. 
 
“Todo Estado se fundamenta na força”, disse Trotsky em Brest-Litowsk, e 
Max Weber, citando-o de forma literal, lhe dá inteira razão, embora ache que 
“a violência não é o instrumento normal e único do Estado”, mas aquele que 
lhe é “específico”. No passado, sim, fora a violência, desde a horda, um meio 
inteiramente normal entre os mais distintos grupos. 
 
O Estado moderno racionalizou, porém, o emprego da violência, ao mesmo 
passo que o fez legítimo. De modo que, valendo-se de tais reflexões, chega 
Max Weber, enfim, ao seu célebre conceito de Estado: aquela comunidade 
humana que, dentro de um determinado território, reivindica para si, de 
maneira bem sucedida, o monopólio da violência física legítima.Algo caracteriza assim o presente, por esse aspecto, segundo ele: os grupos 
e os indivíduos só terão direito ao emprego material da força com o 
assentimento do Estado. De sorte que este se converte na única fonte do 
“direito” à violência, conforme expressões textuais do abalizado sociólogo. 
 
O conceito de uma ordem jurídica legítima racionalizou, por sua vez, as 
regras concernentes à aplicação da força, monopolizada pelo Estado. Em 
suma, reconhece Max Weber o Estado como a derradeira fonte de toda a 
legitimidade, tocante à utilização da força física ou material.” (PAULO 
BONAVIDES) 
 
 
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO – Três são os elementos 
do Estado: Povo ou população, o território e o governo. Alguns autores 
citam, como quarto elemento constitutivo do Estado, a soberania. Para os 
demais, no entanto, a soberania integra o terceiro elemento. O governo 
pressupõe a soberania. Se o governo não é independente e soberano, não 
existe o Estado Perfeito. 
 
I - POVO – É a população do Estado, considerada pelo aspecto puramente 
jurídico. É o grupo humano encarado na sua integração numa ordem estatal 
determinada; é o conjunto de indivíduos sujeitos às mesmas leis, são os 
súditos, os cidadãos de um mesmo Estado, detentores de direitos e deveres. 
 
 
 
 
NAÇÃO: (entidade moral) É um grupo de indivíduos que se sentem unidos 
pela origem comum, pelos interesses comuns, e principalmente, por idéias e 
aspirações comuns. É uma comunidade de consciência, unidas por um 
sentimento complexo, indefinível e poderosíssimo: o patriotismo. 
 
II - TERRITÓRIO: É a base espacial do poder do Estado onde este exerce 
o poder coercitivo estatal sobre os indivíduos humanos, sendo materialmente 
composto pela terra firme, incluindo o subsolo e as águas internas (rios, lagos 
e mares internos), pelo mar territorial, pela plataforma continental e pelo 
espaço aéreo. 
 
III – GOVERNO: É o conjunto das funções necessárias à manutenção da 
ordem jurídica e da administração pública. No magistério de Duguit, a 
palavra governo tem dois sentidos; coletivo e singular. O primeiro, como 
conjunto de órgãos que presidem a vida política do Estado. O segundo, como 
poder executivo, “órgão que exerce a função mais ativa na direção dos 
negócios públicos”. Governo confunde-se, muitas vezes, com soberania. 
 
DIFERENÇA ENTRE POPULAÇÃO, POVO E RAÇA. 
 
População representa a massa total dos indivíduos que vivem dentro dos 
limites territoriais de um país, incluindo os nacionais e os não nacionais. 
 
Povo, no sentido amplo, genérico, equivale à população. Mas, no sentido 
estrito, qualificativo, condiz com o conceito de Nação: povo brasileiro; povo 
italiano, etc. 
 
Raça é a unidade bio-antropológica. 
 
CONCEITO DE SOBERANIA – Poder de organizar-se juridicamente e de 
fazer valer dentro do seu território a universalidade de suas decisões nos 
limites dos fins éticos de convivência emanado da vontade geral da nação. 
 
FONTES DO PODER SOBERANO - Para as teorias carismáticas, do 
direito divino (sobrenatural ou providencial) dos reis, o poder vem de Deus 
e se concentra na pessoa sagrada do soberano. Para as correntes de fundo 
democrático, a soberania provém da vontade do povo (teoria da soberania 
popular) ou da nação propriamente dita (teoria da soberania nacional). Para 
as escolas alemã e vienense, a soberania provém do Estado, como entidade 
jurídica dotada de vontade própria (teoria da soberania estatal). 
 
 
 
 
FINALIDADE E FUNÇÕES DO ESTADO – O Estado, como sociedade 
política, tem um fim geral, constituindo-se em meio para que os indivíduos 
e as demais sociedades, situadas num determinado território, possam atingir 
seus respectivos fins (manter a ordem, assegurar a defesa, e promover o bem-
estar e o progresso da sociedade). Assim, conclui-se que o fim do Estado é o 
BEM COMUM, entendido este como conjunto de todas as condições de vida 
que possibilitem e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade 
humana. 
 
Assim, as funções do Estado são todas as ações necessárias a execução do 
bem comum. 
 
• Função Legislativa – Exercido pelo Poder Legislativo que tem a função 
de elaborar leis; 
 
• Função Executiva – Exercida pelo Poder Executivo e tem como função 
administrar o Estado visando seus objetivos concretos. Assim acontece 
quando o Estado nomeia funcionários, cria cargos, executa serviços 
públicos, arrecada impostos, etc; 
 
• Função Judiciária – Exercida pelo Poder Judiciário, tem a função 
precípua de interpretar e aplicar a lei nos dissídios surgidos entre os cidadãos 
ou entre os cidadãos e o Estado. Em síntese, declara o Direito. 
 
O PODER DO ESTADO – Na observação de qualquer sociedade humana 
revela sempre, mesmo nas mais rudimentares, a presença de uma ordem 
jurídica e de um poder político. Assim, mesmo que o poder se apresente com 
a aparência de mero poder político, ele é essencialmente poder jurídico, visto 
que tem sua legitimidade reconhecida pela ordem jurídica, objetivando fins 
jurídicos ou não, fazendo-se obedecer através de normas jurídicas com as 
quais exerce a dominação estatal.

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