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PEÇA CIVEL

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EXELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DO JUIZADO ESPECIAL DA COMARCA DO RIO DE JANIRO-RJ 
MARCELO, engenheiro, nacionalidade, estado civil, portado da cédula de identidade nº..., inscrito no CPF sob nº..., residente domiciliado na Rua..., nº..., bairro, Rio de Janeiro- RJ, CEP nº..., vem através de sua advogada e bastante procurador, (procuração em anexo) postular com AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C TUTELA ANTECIPADA em face de G.S.A, inscrita sob CNPJ..., com sede na rua , bairro, São Paulo- SP, CEP nº..., com base no artigo 18, § 1º, do Código de Defesa do Consumidor, bem como no nos artigos 273 e 461 do ambos do CPC, e no artigo 84, § 3º, da Lei nº 8.078/90, e com fulcro no artigo 5 º, X, da CF/88, e com base nos fatos e fundamentos a seguir aduzidos 
PRELIMINARMENTE
1. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Cumpre inicialmente destacar que a Requerente não possui condições de arcar com os custos do processo sem prejuízo do seu sustento e de sua família, conforme declaração de hipossuficiência (doc.02), razão pela qual requer os benefícios da justiça gratuita, na forma do art. 98 e seguintes do Código de Processo Civil (CPC) e do inciso LXXIV do artigo 5º da Constituição Federal (CF).
1. DOS FATOS
O Requerente em 15 de janeiro de 2013 adquiriu um aparelho de ar condicionado fabricado pela “G” S. A. Ocorre que o referido produto, apesar de devidamente entregue, desde o momento de sua instalação, passou a apresentar problemas, desarmando e não refrigerando o ambiente. 
Em virtude dos problemas apresentados, o Requerente no dia 25 de janeiro de 2013 (10 dias após a compra) entrou em contato com a Requerente, que prestou devidamente o serviço de assistência técnica, trocando o termostato do aparelho.
Todavia, apesar disso, o problema persistiu, razão pela qual o Requerente por diversas outras vezes, entrou em contato com a Requerida. a fim de tentar resolver a questão amigavelmente. Porém, tendo transcorrido o prazo de 30 (trinta) dias sem a resolução o defeito pelo fornecedor, o Requerente requereu a substituição do produto.
A Requerida negou-se a substituição do aparelho, afirmando que enviaria em 15(quinze) dias um novo técnico à residência do Requerente para analisar novamente o produto, devido à grande quantidade de demandas no período do verão.
1. TUTELA ANTECIPADA
O ordenamento jurídico nacional, através do artigo 300, CPC, previu, a possibilidade de o juiz antecipar os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial. 
Conforme os fatos expostos o autor roga pela antecipação de tutela tendo em vista as alarmantes temperaturas que atingem a cidade nesta época do ano e que adquiriu o ar-condicionado tendo em vista a chegada do Verão. 
A plausibilidade do direito do Requerente é constatada na medida em que o mesmo adquiriu um aparelho de ar condicionado fabricado pela “G” S. A e a mesma prestou devidamente o serviço de assistência técnica quando preciso, contudo, o aparelho adquirido pelo Requerente ainda assim não funcionou de maneira devida, restando ao Requerente REQUERER a troca do produto. 
E destaco ainda o Código de Processo Civil que diz
Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e: I – haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou II – fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu.
1. DO DIREITO 
3. DA EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE CONSUMO
É indiscutível a caracterização de relação de consumo entre as partes, apresentando-se a empresa ré como prestadora de serviços e, portanto, fornecedora nos termos do art. 3º do CDC, e o autor como consumidor, de acordo com o conceito previsto no art. 2º do mesmo diploma. 
Importante frisar que a relação jurídica existente foi inteiramente pactuada na localidade da empresa, inclusive a mesma em um primeiro momento prestou devidamente o serviço de assistência técnica, Não restam dúvidas que o negócio jurídico tem respaldo na Lei 8078/90 (Código de Defesa do Consumidor).
4.2 DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
No contexto da presente demanda, há possibilidades claras de inversão do ônus da prova ante a verossimilhança das alegações, conforme disposto no artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor.
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, seguindo as regras ordinárias de expectativas.
Desse modo, cabe a requerida demonstrar provas em contrário ao que foi exposto pelo autor. Resta informar ainda que algumas provas seguem em anexo. Assim, as demais provas que se acharem necessárias para resolução da lide, deverão ser observadas o exposto na citação acima, pois se trata de princípios básicos do consumidor.
4.3 DA OBRIGAÇÃO DE FAZER
Pelos fatos narrados o Requerente faz jus a troca do produto tendo em vista que já decorreu o prazo legal, para os fornecedores de produtos sanem os vícios existentes, de 30 dias assim estabelecido pelo Código de Defesa do Consumidor, deve então a Requerida conforme o art 18 parágrafo 1º,  I do código de defesa do consumidor, ter seu produto trocado.
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
        § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
        I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
Ademais se Requer a indenização conforme expõem o art. 14 do CDC
 Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
        § 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
        III - a época em que foi fornecido.
4.4 DO DANO MORAL 
Devido o grande desgaste do Requerente na tentativa de solucionar o conflito de forma consensual, e a demora excessiva na resolução do seu problema, e todo transtorno sofrido pelo mesmo, é inegável a responsabilidade da Requerida, pois os danos morais são também aplicados como forma coercitiva, ou melhor, de modo a reprimir a conduta praticada pela parte ré, que de fato prejudicou o autor da ação.
1. PEDIDOS.
Diante do exposto acima requer
a) Deferimento do pedido de tutela antecipada nos termos do art. 84 § 3º; e
b) Reconhecimento da relação de consumo e inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC; e
c) Condenação da parte ré a pagar os danos morais no montante justo de R$ x (x reais); e
d) Citação da parte ré para que, querendo, apresente contestação no prazo legal, bem como provas que achar pertinente para presente caso, sob pena de revelia; e
e) Condenação da parte ré ao pagamento das custas e honorários; e
f) A fixação dos honorários advocatícios;
g) Condenação da Requerida em substituir o produto, 
Nestes termos, dá-se à causa o valor de R$ x (x reais).
Termos em que,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 
advogada
OAB nº xxx
O candidato deve destacar que se trata de uma relação de consumo. Por fim, o pedido de tutela antecipada deve ser feito com fundamento nos artigos 273 e/ou 461 do CPC, ou no artigo84, § 3º, da Lei nº 8.078/90, postulando-se também danos morais a serem arbitrados pelo juízo.

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