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PRATICA JURIDICA I - PETICAO INICIAL AULA 5 (2)

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
PRÁTICA JURÍDICA I 
Aluna: Priscila Ferreira - Matrícula 20192100466 Professora: Mery Chalfun
EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DE SÃO PAULO
Marcelo Pimenta, brasileiro, casado, aposentado, portador do CPF Nº XXX, documento de identidade XXXX, endereço eletrônico xxxxxx@xxx.xx.br, domiciliado e residente na Rua das Couves, nº 10, Centro, Rio de Janeiro -RJ, CEP XXX, vem por meio de sua advogada que esta subscreve (procuração em anexo), com endereço profissional à Rua das Dores , Centro, Rio de Janeiro - RJ, CEP xxx, endereço eletrônico xxxxxx@xxx.xx.br, onde recebem intimações e notificações de praxes, nos termos art. 287 do NCPC/2015, vem, respeitosamente, à honrosa presença de Vossa Excelência, propor a presente:
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C\C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E TUTELA DE URGÊNCIA
Em face de Refresco S.A”, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ n° 22222 e sede em São Paulo.
PRELIMINARMENTE, da audiência de conciliação:
O código de processo civil traz em seu art. 319, inciso VII, a possibilidade do autor de optar ou não pela audiência de conciliação ou mediação, o que desde já manifesta pela natureza do litígio, e também em detrimento do esgotamento das tentativas extrajudiciais realizadas para resolução amigável da lide, expõe desinteresse na autocomposição.
I - DA PRIORIDADE NO TRÂMITE PROCESSUAL
Conforme documentos pessoais do Autor anexados à Inicial, o mesmo possuí 85 anos de idade, fazendo, por isso, jus ao benefício da prioridade na tramitação de procedimentos judiciais, nos termos do artigo 1.048 do Código de Processo Civil e artigo 71 do Estatuto do Idoso.
II - DA TUTELA DE URGÊNCIA
Conforme dispõe nosso Código processual, a tutela de urgência será concedida quando se ‘’houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo’’ (art. 300, CPC).
No caso em apreço, a probabilidade do direito se encontra fundado na própria norma consumerista que opta ao consumidor o exercício do direito de troca quando da incapacidade do fornecedor em dar as condições esperadas ao bem adquirido.
O Perigo de dano existe no fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, no que diz respeito aos interesses da parte autora, que ficará sem usufruir do bem comprado, levando-se em considerações que a parte autora comprou o ar condicionado com o objetivo de mitigar o calor escaldante que estamos sofrendo nesse verão, lhe dando maior qualidade de vida.
O ar condicionado adquirido possui caráter essencial. Pagou caro por um produto que esperava funcionar de forma adequada. A concessão da tutela de urgência para que a demandada, de forma imediata, realize a troca do produto é medida que se impõe para manutenção da dignidade do consumidor-autor.
III - DOS FATOS
O autor e o réu celebraram contrato de compra e venda, representada através da compra na data de 15 de janeiro de 2019 de um aparelho de ar condicionado fabricado pela “Refresco S.A”, empresa sediada em São Paulo, CNPJ n° 22222.
Ocorre que o referido produto, apesar de devidamente entregue, desde o momento de sua instalação, passou a apresentar problemas, desarmando e não refrigerando o ambiente. 
Em virtude dos problemas apresentados, o autor, no dia 25 de janeiro de 2019, entrou em contato com o fornecedor, que prestou devidamente o serviço de assistência técnica. Nessa oportunidade, foi trocado o termostato do aparelho. 
Todavia, apesar disso, o problema persistiu, razão pela qual o autor, por diversas outras vezes, entrou em contato com a Refresco S.A a fim de tentar resolver a questão amigavelmente. Porém, tendo transcorrido o prazo de 30 (trinta) dias sem a resolução do problema pelo fornecedor, Marcelo requereu a substituição do produto. 
Todavia, apesar disso, o problema persistiu, razão pela qual o autor, por diversas outras vezes, entrou em contato com a demandada para tentar resolver a questão amigavelmente. Porém, tendo transcorrido o prazo de 30 (trinta) dias sem a resolução do defeito pelo fornecedor, o autor deseja a imediata substituição do produto.
Sem outra alternativa, o autor se vale da presente ação com o intuito de ver seu direito realizado.
IV - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
IV.I DA RELAÇÃO DE CONSUMO
A norma que rege a proteção dos direitos do consumidor, define, de forma cristalina, que o consumidor de produtos e serviços deve ser abrigado das condutas abusivas de todo e qualquer fornecedor, nos termos do art 3º do referido Código.
No presente caso, tem-se de forma nítida a relação consumerista caracterizada, conforme redação do Código de defesa do Consumidor:
Lei. 8.078/90 - Art. 3º. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Lei. 8.078/90 - Art. 2º. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Lei. 8.078/90 - Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.
Assim, uma vez reconhecido o autor como destinatário final dos serviços contratados, tem-se configurada uma relação de consumo.
Com esse postulado, a demandada não pode eximir-se das responsabilidades inerentes à sua atividade, dentre as quais prestar a devida assistência técnica ou dar passagem ao livre exercício do direito do consumidor em trocar o produto, visto que se trata de um fornecedor de produtos que, independentemente de culpa, causou danos efetivos a um de seus consumidores.
IV.II DO LOCAL DE FORO
Consoante o art. 101, I, do Código de Defesa do Consumidor a ação fundada na responsabilidade civil do fornecedor poderá ser ajuizada no domicílio do autor. Competente, portanto, este juízo.
IV.III DO DIREITO DE SUBSTITUIÇÃO DO PRODUTO
Diante da demonstração inequívoca do vício e tentativa de o sanar sem êxito junto a demandada, o Código de Defesa do Consumidor assegura, em seu artigo 18, que:
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
Portanto, demonstrado que findo o referido prazo, sem que o fornecedor tenha efetuado qualquer reparação aos danos gerados, dever que foi negado conforme narrativas fáticas, cabe ao consumidor a escolha de qualquer das alternativas acima mencionadas.
Desta forma, diante da necessidade urgente do produto comprado, requer a imediata substituição do produto viciado por outro da mesma espécie, dessa vez com a qualidade que é esperada.
IV.IV DA INDENIZAÇÃO PELOS DANOS MORAIS SOFRIDOS
O autor cumpriu com a sua obrigação, qual seja, efetuar opagamento pelo produto no valor de R$ 1.250,00 (um mil e duzentos ecinquenta mil reais) e até o presente momento, o produto não foi consertado pela ré, sendo assim, o autor está sem poder utilizar o produtoadquirido.
O direito à indenização por danos morais foi consagrado em nossa Constituição, que em seu art. 5º, inc. X irá defender:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano materialou moral decorrente de sua violação;
Seguindo a lógica constitucional, o CDC garantiu que consumidores lesados, material ou moralmente, tivessem o direito de ser reparados da lesão sofrida, dessa forma o art. 6º, inc. VI do CDC irá dispor:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
Os fatos narrados causaram no autor imenso constrangimento e ofensa, que foi impedido de realizar negócios em decorrência da falha do fornecedor Réu.
É dever da empresa, portanto, reparar os danos morais perpetrados, respeitando-se a devida proporcionalidade.
Quanto ao arbitramento do quantum indenizatório é tarefa que incumbe ao juiz que, postado diante dos princípios da razoabilidade, da proporcionalidade e da equidade, e considerando a experiência de homem comum (dados objetivamente considerados), avalia o valor adequado nas circunstâncias de cada caso concreto. Suficiente mostra-se o valor indenizatório quando, a par de compensar os danos em sua extensão objetivamente considerada, e de cumprir sua finalidade pedagógico-punitiva.
Além disso, urge a vasta jurisprudência sobre casos análogos. Exemplifica-se:
RECURSO APELAÇÃO CÍVEL – ACÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS – APARELHO DE AR-CONDICIONADO QUE APRESENTA DEFEITO LOGO APÓS A AQUISIÇÃO – VÍCIO DE QUALIDADE – PRODUTO IMPRESTÁVEL PARA O USO – ESFORÇO HUMILHANTE E INÚTIL DO CONSUMIDOR PARA TENTAR OBTER A REPARAÇÃO VOLUNTÁRIA DO DANO – TENTATIVAS FRUSTRADAS DE SUBSTITUIÇÃO DO PRODUTO – DANO MORAL CONFIGURADO – RECURSO PROVIDO. 1. Comprovada a existência de vício de qualidade no produto novo adquirido pelo consumidor, deve o fornecedor e o comerciante do produto responderem solidariamente pelos danos causados ao consumidor, inclusive o dano moral em razão das diversas tentativas frustradas de substituição do produto defeituoso mercê de esforços humilhantes e inúteis do consumidor para tentar obter a reparação voluntária do prejuízo. 2. O valor da indenização por danos morais deve atender aos objetivos da compensação do dano e à eficácia pedagógica, levando-se em conta, ainda, os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade.
(TJ-MT 10047479120178110003 MT, Relator: JOAO FERREIRA FILHO, Data de Julgamento: 13/07/2021, Primeira Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 21/07/2021).
Assim sendo, a parte autora é a consumidora final da efetiva relação, dada a saída de natureza ser de consumo. A Ré responde objetivamente pelo risco, devendo arcar com os danos morais causados ao autor que teve o dissabor de experimentar problemas e falhas na prestação de serviços das Rés.
Desta forma tem sido o entendimento dos tribunais:
RESPONSABILIDADE CIVIL. VÍCIO DO PRODUTO. DANO MORAL. CONFIGURADO. Na relação de consumo a responsabilidade com origem em fato ou vício do produto e do serviço não depende da comprovação de culpa do fornecedor. Por essa razão, é de natureza objetiva, a teor dos arts. 12, 14 e 18 do CDC. O consumidor, como regra, deve demonstrar o nexo de causalidade e o dano. No caso, de modo específico, os elementos de fato indicam a presença de defeito no produto e da relação de causalidade. Caso concreto em que houve demora excessiva em proceder à troca do produto defeituoso. O valor da indenização deve ser fixado de acordo com as condições do ofensor, do ofendido e do bem jurídico lesado, bem como com os princípios da proporcionalidade e razoabilidade. Apelação provida.
(TJ-RS - AC: 70075830711 RS, Relator: Marcelo Cezar Muller, Data de Julgamento: 14/12/2017, Décima Câmara Cível, Data de Publicação: 26/01/2018)
IV.V DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Demonstrada a relação de consumo, resta consubstanciada a configuração da necessária inversão do ônus da prova, conforme disposição expressa do Código de Defesa do Consumidor:
Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: (...) VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências.
A inversão do ônus da prova tem fundamento na impossibilidade ou grande dificuldade em obtenção de prova indispensável por parte do Autor, sendo amparada pelo princípio da distribuição dinâmica do ônus da prova implementada pelo Novo Código de Processo Civil, em seu art. 373, § 1º.
Trata-se da efetiva aplicação do Princípio da Isonomia, segundo o qual, todos devem ser tratados de forma igual perante a lei, observados os limites de sua desigualdade.
Assim, diante da inequívoca e presumida hipossuficiência, uma vez que disputa a lide com uma empresa de grande porte, indispensável a concessão do direito à inversão do ônus da prova, que desde já requer.
V. DOS PEDIDOS
Pelo exposto:
a) Requer a citação do réu para apresentar contestação;
b) Requer que seja deferido a prioridade na tramitação;
c)Requer que seja deferido a tutela de urgência para determinar a substituição do aparelho de ar condicionado e que se torne definitiva ao final;
d) Requer que seja determinada a substituição do aparelho de ar condicionado;
e) Requer que seja determinado o pagamento indenizatório no valor correspondente a 30 (trinta) salários mínimos;
f) Requer que seja determinada a inversão do ônus da prova.
VI – DAS PROVAS 
A parte Autora protesta-se apenas pela produção de prova documental.
VII – VALOR DA CAUSA
Dá-se a causa o valor de 30 (trinta) salários mínimos, nos termos dos artigos 291º e 292º do Código de Processo Civil.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro , 01 de abril de 2022.
PRISCILA DE SOUSA FERREIRA
OAB/RJ XXXXX

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