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Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distância 
A leitura e suas Tipologias
Alberto Bauth Jemusse – 708201713 
Curso: Licenciatura em Ensino de Administração Pública 
Disciplina: Técnica de Expressão 
Ano de Frequência: 1° Ano 
Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia 
Disciplina: Geologia Geral
Ano de frequência: 1º Ano
Chimoio, Abril de 2020
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Estrutura
	
 Aspectos organizacionais
	· Capa
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	· Índice 
	0.5
	
	
	
	
	· Introdução 
	0.5
	
	
	
	
	· Discussão 
	0.5
	
	
	
	
	· Conclusão 
	0.5
	
	
	
	
	· Bibliografia 
	0.5
	
	
	
Conteúdo
	
Introdução 
	· Contextualização (indicação clara do problema)
	
1.0
	
	
	
	
	· Descrição dos objectivos 
	
1.0
	
	
	
	
	· Metodologia adequada ao objecto do trabalho
	2.0
	
	
	
	
Análise e discussão 
	· Articulação e domínio do discurso académico (expressão escrita cuidada, coerência / coesão textual)
	
2.0
	
	
	
	
	· Revisão bibliográfica nacional e internacionais relevantes na área de estudo 
	
2.0
	
	
	
	
	· Exploração de dados 
	2.0
	
	
	
	Conclusão 
	· Contributos teóricos práticos 
	2.0
	
	
	Aspectos gerais
	Formatação 
	Paginação, tipo e tamanho de letra, parágrafo, espaçamento entre linhas
	
1.0
	
	
	Referências Bibliográficas 
	Normas APA 6ª edição em citações e bibliografia 
	· Rigor e coerência das citações/referências bibliográficas 
	
4.0
	
	
 
Recomendações de melhoria 
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Índice 
I. Introdução	1
II. Objectivo do Trabalho	2
III. Capitulo 1: A Leitura e Suas Tipologias	3
1.1 Conceito de Leitura	3
1.2 Tipos de Leituras	3
1.2.1 A Leitura Sensorial	3
1.2.2 A leitura Emocional……………………………………………………………………...3 
1.2.3 A Leitura Intelectual	4
1.2.4 A Leitura Racional	4
1.3 Tipos de Leitura na Concepção de Bellenger	6
1.3.1 Leitura como Decodificação	6
1.3.2 Leitura como Avaliação	6
1.3.3 Leitura como Interacção	7
IV. Conclusão	8
V. Referências Bibliográficas	9
iii
I. Introdução 
A leitura é um dos componentes primordiais da língua e quando ela é correctamente expressada, respeitando todos os seus procedimentos (acentuações e pontuações), serve de um elo de ligação entre o leitor – mensagem – autor. Entretanto, como forma de compreendermos melhor, procuramos neste presente trabalho, abordar sobre “ a leitura e as suas tipologias”, tendo recorrido ao método de procedimento Bibliográfico que consistiu na leitura, análise e interpretação de obras que abordam sobre este conteúdo.
II. Objectivo de Trabalho
O trabalho tem por objectivo:
Geral
· Compreender a importância da leitura na vida estudantil;
Especificas 
· Mencionar os tipos de leitura;
· Descrever cada tipo de leitura;
· Caracterizar os tipos de leitura.
III. Capitulo 1: A Leitura e Suas Tipologias
1.1 Conceito de Leitura 
Parafraseando Koch e Elias (2009, p.11), “a leitura é, pois, uma actividade interactiva altamente complexa de produção de sentidos, que se realiza evidentemente com base nos elementos linguísticos presentes na superfície textual e na sua forma de organização, mas requer a mobilização de um vasto conjunto de saberes no interior do evento comunicativo”. Enquanto para Solé (1998), “existem dois conceitos sobre o processo de leitura: ler é extrair significados do texto e ler é atribuir significado ao texto”. 
Através dos conceitos destes dois autores, podemos perceber que a leitura é um processo amplo e complexo, que exige mais do leitor do que simplesmente o conhecimento linguístico.
1.2 Tipos de Leituras
Parafraseando Martins (1984), são quatro os tipos de leitura: a Sensorial, a Emocional, a Intelectual e a Racional.
1.2.1 A Leitura Sensorial
Os referenciais para essa leitura são a visão, tato, audição, olfacto, paladar. Essa leitura nos acompanha por toda a vida, pois lemos tudo o que está ao nosso redor, músicas, imagens, cheiros, para além de livro que tem além do escrito, a forma, a cor, a textura, o volume, o cheiro, sendo um objecto palpável que passa pelos nossos sentidos, indo para além da compreensão. Essa leitura refere-se à impressão que temos dela através dos sentidos, que nos marca definitivamente, seja para o bem ou para o mal, ou seja, para voltarmos à ela ou esquecê-la em definitivo.
1.2.2 A leitura Emocional
É uma leitura feita por sentimentos, por uma escolha subjectiva. Essa é a leitura mais comum e que incita mais prazer e, por isso, é menos valorizada. E isto acontece porque a leitura emocional mexe com nossos sentimentos, imaginação, fantasia, leva-nos de encontro às situações de nossa vida, por vezes até, ajudando-nos a lidar com ela, acabando marcar momentos, pois há uma identificação com o que foi lido.
Na leitura emocional acontece a empatia, colocamo-nos no lugar do personagem ou, até mesmo, assumimos seu papel, reportando-nos para o tempo/espaço da história lida. Essa leitura requer disponibilidade e predisposição para aceitar o que vem de fora, para aceitar esse outro da história. Segundo Maria (2008), nessa leitura:
O leitor lê sem se perguntar como o texto foi feito, sem buscar finalidades e objectivos de leitura, transformando-a em uma “válvula de escape” de tensões e frustrações, como uma “leitura de evasão”, na qual fugimos da realidade, das circunstânciase “entregamo-nos” ao texto, como um refúgio de uma realidade insuportável.
Este tipo de leitura provoca o leitor, mexe com ele, algo acontece. Em geral, é a leitura de romance, reportagem, novela, revista etc., algo visto por intelectuais como sendo de valor pejorativo, como um passatempo alienante. A leitura emocional é desconsiderada devido a uma possível falta de atitude intelectual, sendo caracterizada como mera distracção.
1.2.3 A Leitura Intelectual
Trata-se de uma leitura mais séria, correta, intelectualizada, considerada pela classe dominante. Esta leitura é apenas para a elite, para os pensadores e críticos que ditam as normas de leitura, considerando a leitura sensorial e emocional irrelevante e ignorante.
Na leitura puramente intelectual, o leitor mantém certo distanciamento do texto, não se envolve pessoalmente com ele, orientado por normas ideologicamente pré-estabelecidas.
Geralmente, o texto é utilizado como pretexto para provas e avaliações e para individualizar o conhecimento. 
Na óptica de Maria (2008), “este tipo de leitura requer educação formal, certo grau de cultura e erudição do leitor e visa meramente a percepção da estrutura do texto e das relações entre as partes que o compõem”.
1.2.4 A Leitura Racional
Tem carácter reflexivo e dinâmico, é actualizado e referenciado. Ao mesmo tempo em que busca a realidade do texto lido, busca-se sua percepção com base na experiência pessoal, estabelecendo um diálogo entre o texto e o leitor juntamente com o contexto. Estabelece, portanto, uma ponte entre leitor, conhecimento, reflexão, reordenamento do mundo, dando sentido ao texto e questionando a leitura, abrindo um “leque” de possibilidades de leitura interrelacionada com a realidade.
Martins (1984, p. 80-81), afirma que “a leitura racional tende a ser prospectiva, à medida que a reflexão determina um passo à frente no raciocínio, isto é, transforma o conhecimento prévio em um novo conhecimento ou em novas questões, implica mais concretamente possibilidades de desenvolver o discernimento acerca do texto lido”. 
Este tipo de leitura permite uma familiaridade, relação do leitor com o texto, conhecimento. Não se trata apenas de sentir o texto e, nem tampouco, só perceber nele sua estrutura e as relações entre as partes que o compõem. A leitura racional permite uma compreensão maior do texto em si, percebendo a relação leitor, texto e contexto. 
É possível captar como se constrói o sentido ou os sentidos, pelo reconhecimento dos indícios textuais, que se referem as pistas para que o leitor compreenda o que leu.
A leitura racional é mais exigente, predispõe a indagação, compreensão, questionamento, diálogo com o que é lido. O leitor se desprende de sua emoção com a finalidade de aprender, produzir e criar a partir da leitura. Há um processo de conquista, que visa o conhecimento e respeito à leitura, requer atenção especial para poder perceber suas peculiaridades. Sendo assim, as possibilidades de leitura se multiplicam, ampliando o conhecimento, as necessidades e exigências.
Os quatro tipos de leitura acima descritos interrelacionam-se simultaneamente, ainda que um possa prevalecer frente ao outro, já que o indivíduo é, na maioria das vezes, sensação, emoção e razão ao mesmo tempo, não tendo uma dicotomia entre as partes, essas instâncias se interpenetram e complementam-se. 
Segundo Silva (2002), “o sentido do texto depende do leitor e de sua história. Tudo o que se lê depende da forma como se percebe o que está sendo lido, da intenção da leitura e da interpretação que se faz dela”. Por isso, existe alguns tipos de leitor que vão transformando-se de acordo com os objectivos da leitura. 
Entretanto, as teorias mais recentes acerca da leitura apontam que durante a interacção leitor mais experiente é que se compreende o texto, e não durante a leitura silenciosa ou em voz alta, isto porque, a leitura é instrumento de apropriação do conhecimento, é ferramenta que permite aprender a aprender.
1.3 Tipos de Leitura na Concepção de Bellenger
 Bellenger (2004) distingue três tipos de leituras, a saber:
1.3.1 Leitura como Decodificação
A leitura é entendida como processo de decifração da escrita. Ler é identificar sinais gráficos e sons. Nessa concepção, a leitura é a decifração da escrita como afirma Martins (2008, p.9), que “ler é um gesto mecânico de decifrar sinais”.
As actividades compõem-se de uma série de automatismos de identificação das palavras idênticas numa pergunta ou comentário. Isto é para responder a uma pergunta, o leitor só precisa passar o olho pelo texto a procura de trechos que repitam o que já foi decodificado na pergunta.
Assim, a escola transmite uma concepção de que a escrita é a transcrição da oralidade (Cagliari citado por Solé, 1998, p.26).
1.3.2 Leitura como Avaliação
Este tipo de leitura, muitas vezes tem sido cobrado por meio de resumos, resenhas, o que acaba por transformar a leitura numa actividade de “dever” e não de “prazer”.
As práticas de leitura e produção de texto não podem nascer do acaso e nem do autoritarismo em relação a tarefas que podem ser medidas. Essas práticas devem ser envolventes e devidamente planejadas, que incorpore as necessidades, inquietações e os desejos dos alunos-leitores.
Mandar o aluno ler é bem diferente do que envolvê-los democraticamente em situações de leitura e produção textual, pois a leitura só desperta interesse quando interage com o leitor, quando faz sentido.
O aluno que lê ou produz sem objectivos, apenas porque o professor mandou e esses produtos poderão valer notas, tem sido uma prática que só desvaloriza o carácter da leitura e da escrita.
1.3.3 Leitura como Interacção
Este tipo de leitura consiste na produção, tanto do ponto de vista psicológico quanto sociológico, já que ao lermos um texto colocamos em acção todo o nosso sistema de valores, crenças e atitudes que reflectem nossa experiência de mundo.
Essa visão nos é ainda apontada por Martins (2008), segundo ele: a linguagem e realidade se prendem dinamicamente e que a compreensão de um texto implica a percepção das relações entre este e o contexto, uma vez que o ato de ler não se esgota na decodificação pura da palavra e a leitura desta não pode prescindir da continuidade da leitura daquela”.
IV. Conclusão 
O presente trabalho vincou sobre a leitura e a sua tipologia, procurando trazer os diferentes tipos de leitura e a sua importância, tendo notado que a leitura desempenha um papel preponderante na construção de conhecimento e crescimento intelectual dos indivíduos. Entretanto, já é sobejamente sabido que, nem sempre, ela é realizada de maneira eficaz, eficiente, devido a lacunas no processo de ensino-aprendizagem nas nossas escolas.
Portanto, acreditamos que ao criar possibilidades e incentivos nas pessoas, elas vão criando atitude de ler com prazer, de forma consciente e crítica, sem nunca a considerar como uma tarefa árdua e difícil de realizar.
Não procuramos buscar trazer “fórmulas mágicas” para fazer dos sujeitos, leitores instantâneos, como se em um encanto se formasse toda uma sociedade leitora mas sim, procuramos, com este trabalho, oferecer possibilidades, práticas e maneiras de fazer, para nos aproximar do mundo da leitura, conhecendo a sua importância.
V. Referências Bibliográficas 
· Bellenger, L. (2004). As Habilidades de leitura muito além da decodificação. Zahar Editora. São Paulo.
· Koch, I. & Elias, V. (2009). Ler e compreender: os sentidos do texto. 3. ed. São Paulo: Contexto.
· Maria, L. (2008). Leitura & Colheita: livros, leitura e formação de leitores. 2 ed. Petrópolis, Rio de Janeiro.
· Martins, M. (1984). O que é leitura? 4 ed. São Paulo: Brasiliense.
· Silva, M. (2002). Repensando a leitura na escola: um outro mosaico. 3 ed. Niterói, RJ: Eduff.
· Solé, I. (1998). Estratégias de leitura. Tradução Cláudia Schilling. Porto Alegre: Artmed.
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