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p. 727-740, 2008. 10. HALE, T. W. Maternal medications during breastfeeding. Clin. Obstet. Gynecol., Philadelphia, U.S., v. 47, p. 696-711, 2004. Atenção à Saúde do Recém-Nascido Guia para os Profissionais de Saúde 149 Transporte Seguro 8 A mortalidade neonatal é mais baixa quando o nascimento de uma criança de alto risco ocorre em centros terciários bem equipados em termos de recursos materiais e huma- nos. No entanto, em algumas situações, o nascimento de um concepto pré-termo e/ou doente pode ocorrer em centros secundários ou mesmo primários. Nesse caso, tais pa- cientes devem ser transferidos para uma unidade especializada, respeitando-se a lógica dos sistemas regionalizados e hierarquizados de atendimento neonatal.1,2 Outro aspecto do transporte de RN que se deve ter em mente é o intra-hospitalar. É evidente que se trata de um transporte mais fácil de realizar, mas os princípios básicos do transporte entre hospitais se aplicam. A maneira mais segura de transportar uma criança de risco é dentro do útero materno. O transporte neonatal intra-hospitalar é realizado quando as crianças internadas em uni- dade neonatal necessitam de alguma intervenção cirúrgica ou procedimento diagnóstico dentro das dependências do próprio hospital ou em locais anexos. O transporte inter-hos- pitalar ocorre principalmente quando há necessidade de recursos de cuidados intensivos não disponíveis nos hospitais de origem, como abordagens diagnósticas e cirúrgicas mais sofisticadas e/ou de doenças menos frequentes, medidas de suporte ventilatório, nutrição parenteral e monitorização vital complexa. Em qualquer das duas situações, o transporte pode se tornar um risco a mais para o RN critica- mente doente e, por isso, deve ser considerado como uma extensão dos cuidados realizados na UTI. A responsabilidade pela indicação desse tipo de transporte é da equipe que presta assistência ao RN na unidade de origem. Costuma-se dar muito mais atenção ao transporte inter-hospitalar que ao intra-hospitalar. Entretanto, deve-se lembrar que o transporte intra- -hospitalar ocorre com grande frequência e, para sua realização, são necessários treinamento e habilidades similares aos requisitados para a realização do transporte inter-hospitalar.5,6,7 Atenção à Saúde do Recém-Nascido Guia para os Profissionais de Saúde 150 Ministério da saúde Principais indicações para o transporte inter-hospitalar:3,4 • Prematuridade: idade gestacional menor que 34 semanas e/ou peso de nascimento inferior a 1.500g. • Problemas respiratórios: uso de fração inspirada de oxigênio superior a 60%, necessidade de utilização de pressão positiva contínua em vias aéreas ou de ventilação mecânica. • Anomalias congênitas complexas que necessitem de avaliação diagnóstica e/ou terapêutica. • Convulsões neonatais. • Doenças em que seja necessária intervenção cirúrgica. • Hemorragias e coagulopatias. • Hiperbilirrubinemia com indicação de exsanguíneotransfusão. • Asfixia perinatal. • RN com cianose ou hipoxemia persistentes (suspeita de cardiopatia congênita). • Sepse ou choque séptico. • Hipoglicemia persistente. O transporte inter-hospitalar também é utilizado para transferir de volta ao hospital de origem o RN encaminhado a um centro terciário e que não mais necessita de cuidados intensivos. 8.1 Infraestrutura necessária para o transporte neonatal 8.1.1 Equipe O transporte neonatal só deve ser feito por profissionais aptos a realizar os procedimentos necessários para a assistência ao neonato gravemente enfermo. A equipe de transporte deve ter, de preferência, um pediatra ou um neonatologista e estar acompanhado por um técnico de enfermagem ou por um enfermeiro que tenha conheci- mento e prática no cuidado ao RN.5,8 8.1.2 Veículo A seleção do veículo para o transporte do RN depende de diversos fatores, incluindo o estado clínico do paciente, a distância a ser percorrida, as condições do tempo, o número e o tipo de profissionais necessários, o equipamento exigido para a estabilização do neonato e a disponibilidade do veículo no momento do transporte.4,8,9 Atenção à Saúde do Recém-Nascido Guia para os Profissionais de Saúde 151 Transporte Seguro 8 Capítulo 8.1.2.1 Ambulância de suporte avançado (tipo D) É eficaz para transportar pacientes graves ou instáveis em um raio de até cerca de 50km e pacientes estáveis em um raio de até 160km. O custo é relativamente baixo e é um meio seguro. Provoca pouca vibração e o nível de ruído não ultrapassa a 90 – 100 decibéis. Os prerrequisitos para a utilização da ambulância no transporte neonatal são:4,8,9 • Altura do compartimento de pacientes suficiente para a acomodação da incubadora de transporte, com local seguro para sua fixação. • Presença de fonte de energia, luz e controle de temperatura. • Fonte de oxigênio e ar comprimido, com estoque de ambos os gases. • Espaço interno suficiente para a manipulação do RN em situação de emergência. • Cintos de segurança para a equipe de transporte. 8.1.2.2 Helicóptero É eficiente para o transporte de pacientes graves em um raio de 160 a 240km, mas apresen- ta algumas desvantagens, como espaço interno limitado e alto nível de ruído. Como a ca- bine não é pressurizada, a pressão barométrica e a temperatura diminuem com o aumento da altitude e o ruído e a vibração podem afetar as respostas fisiológicas, o funcionamento dos equipamentos e o tratamento do paciente.4,9,10 8.1.2.3 Avião É ideal para transporte envolvendo longas distâncias pela rapidez, pouca vibração, pou- co ruído, iluminação adequada e espaço suficiente para a monitorização e a manipu- lação do RN. As desvantagens incluem o custo operacional elevado e a necessidade do uso de ambulância ou de helicóptero para o transporte do paciente do hospital ao aeroporto e vice-versa.4,9,10 No transporte aéreo, a aceleração nas decolagens e a desaceleração durante os pousos causam, momentaneamente, aumento da pressão intracraniana. Para minimizar esse efeito sugere-se que a cabeça da criança seja voltada para a frente da aeronave. 8.1.2.4 Embarcação de transporte (tipo F) Este veículo motorizado aquaviário é destinado ao tranporte de pacientes por via marítima ou fluvial e equipado como indicado para ambulância tipo D. Atenção à Saúde do Recém-Nascido Guia para os Profissionais de Saúde 152 Ministério da saúde 8.1.3 Equipamentos, materiais e medicações Equipamentos e materiais para controle da temperatura: • Incubadora de dupla parede. • Plástico poroso (PVC) e touca de malha. Equipamentos e materiais para monitorização: • Termômetro. • Estetoscópio. • Oxímetro de pulso. • Aparelho para controle de glicemia capilar. • Monitor cardíaco. • Esfigmomanômetro. Materiais para obtenção de acesso venoso e infusão de líquidos e medicações: • Cateteres intravenosos agulhados números 25 e 27 e cateteres intravenosos flexíveis números 22 e 24. • Seringas de 3, 5 e 10mL (duas de cada). • Equipo e bureta de microgotas (opcional para quando não houver bomba de infusão de seringa). • Material para antissepsia (álcool e clorexidina). • Tala para fixação do membro. • Bomba de infusão perfusora (de seringa). • Cateteres umbilicais 3,5F e 5F (dois de cada). • Caixa de pequena cirurgia (com pinças, tesoura, porta-agulha). • Lâmina de bisturi número 11. • Fio de sutura. • Torneira de 3 vias (duas unidades). • Gazes e luvas estéreis. Equipamentos e materiais para ventilação e oxigenação do paciente: • Máscaras para ventilação de RNs prematuros e a termo. • Sondas gástricas números 6, 8 e 10 (duas de cada). • Sondas de aspiração traqueal números 8 e 10 (duas de cada). • Laringoscópio com lâmina reta números 0 e 1. • Pilhas e lâmpadas sobressalentes. • Cânulas traqueais 2,5 – 3,0 – 3,5 – 4,0 (duas de cada). • Cânula de Guedel. • Balão autoinflável. • Manômetro. • Cilindros de