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A institucionalização da Educação Pública no Brasil ( Séculos XVIII e XIX)

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4 
A institucionalização da educação pública no 
Brasil (meados do século XVIII e século XIX) 
Neste capítulo é analisada a maneira como a administração 
da estrutura educacional foi encampada pelo Estado. Esse 
processo foi iniciado ainda no contexto colonial, sob a auto-
ridade da monarquia portuguesa, e esteve em sintonia com 
as reformas iluministas em desenvolvimento nas outras so-
ciedades ocidentais. Em 1822, com a independência do Bra-
si l e a vigência da monarquia constitucional, a disseminação 
da escola pública integrava o projeto de construção da na-
ção, combinando os pressupostos iluministas com o ideário 
liberal - ainda que num contexto escravocrata que perdurou 
até 1888. 
hme cenrralidade e um rígido comrole do Estado predominaram ramo na 
cxpntc:ncia educacional portuguesa do século XVIII quanto, mais tarde, na expc-
ii~'"'·' brasileira. hso incluiu o comrole das iniciativas particulares e a normatiza-
~~-io du, procedinwntm do ensino oficial - que determinaram uma complexa bu-
tnn:td.t na impl.un.t,.h, ck t·scola~ c na nomeação de professores, por exemplo. 
Ut'pois da 1111lqwt1d~"( '·'· .1 tnstitucionalização da escola pública, gratuita e 
~'I" ig.ttÓtt.l p.t\~clu 11 rcp•l"Sê'nHír 11111 t:kmcnto de afirmação do novo governo do 
l\•1•sil - ou .'it1·•· ctil um I!Hi polidr.-. t; fllll o objetivo d<: organi;o.ar e dar coesão à 
iuWa ~-=,ô•:d.ulc• mKiútiAI. A~ dllt'\ pülfti•::í r 1111dcc ru.tl do p.tÍ\ se investiram da 
... . 
rtlis\:icJ de •; iviiil.l! H fiUVU, tt'tUt~\l'IHtidn poa d.tll üllllc) iudc-:.-lêlliC1 dc-snaicbul•) " 
,arrus;adt"J, Adnua dt1 llid(t, no \'flltlltlo, hthc,i,, h. t'duc.aç~o dc,ra7l'l' os v.alc"llf"$ ani:.ô 
t;'·•udqs <; u din'a~id.adt; de "'''"1 ~1}1 hl1WIIIi1~ dt~ \un.a pclpul.a,:tn d:a pll1p1 in mi": ii~c 
~ . 
11:1d.1 t~ div(:rsa, hom••f.\CIIdl.1iili_lfl cO~ fl\í 11i1Vc)S Jl.ll.llll<"IIO\ t' .ttnutk,, 
As,im, ;1 cllg,IIIÍ7~•\fin il 1• ('SC<Jhl ti, j C.CIIII"dli;Hda ll:l\ d~·t cllllÍn.t\Õl·~ tio gnvi'IIIU 
I ' ' ' • I . I • ' A tJCmra . rum pou~.: .t na.ug('m p:11<1 Jtllt'l."ill\":1 \ ocm uu 'c <l\~OC. J .IÇe>n. n:pcrua,\:ic> 
tl.t:. nwd Jth,, cd ucacJOn,u., .tcluJ.HI:,o;, pw 0 11110 l.ado. r.nJ mcurc envolveu lll<lll ilê.·"m 
çík\ públi<.a~ de desacordo ou quc\IÍilll ,llllt'lllu~ m.m clcLivo~. Js~o n.1o ~ignifica <JIIC 
nrio tt:nham ocorrido ten~õc.' c wnflico . ..; na amplcmcntaçao dessa.~ providência'i, rwm 
•111( da\ não renham implicado mudJnça~. Nada era fei ro, porém, \em um longo 
t· demorado processo burocrático definido pelas hierarquias governamemais. 
4. 1 O reformismo ilustrado na Colônia 
De 1750 a 1822. ano da independência, mudanças significaLivas ocom·r.t!l\ 
11.1 Colônia, repercutindo acontecimentos que marcaram, por sua va, a realidade d;a 
Europa e das Américas. Essas mudanças incluíram aspecms sociais, econômiw~. 
pulhicos, cuhurais e também educacionais. 
NcS$e pcrfodo histórico, Brasil e Portugal vivenciaram imponames convul'iot''l 
política:. , com três monarcas absolutistas ocupando o trono português: d. Jtl'lt' I 
( I ."50 1777). dona Maria I (1 777- 1792) e d. João Vl (1792-1821). Oemre o' f.t 
ws poluicos marcantes, vale citar a mudança da sede do vice-reinado da Bahia p.tr.l 
•~ • J{ io de Janeiro (1763), os movimentos inconfidentes (1 789-1798), a rransfcr~u · 
d1 cl.a ~.:one portuguesa para a Colônia (1808), a elevação do Brasi l à condição dc;o 
Reino Unido a Portugal ( 1815), a revolução consriwcionalista portuguesa ( I 820). o 
•C{jll'''o de d. João VI a PorrugaJ (1821), a permanência de seu filho Pedro na Colei~ 
ui a t: .\ ascensão do príncipe regente ao Lrono do Império do Brasil como d. Pedro I, 
l'll l 1822, depois de proclamar a independência. 
As primeiras reformas ocorreram no n•in.ado dt• d . Jo<;(c I, lideradas pdo marqu~ 
<h~ Pomhal. A época estima-se.· <]W: o Hm~iluvc""'w. cntr l! dois milhões e 2.5 milhÓI:.\ de 
h:ahlt.lllll.'\ .
1 A economia p.HJI;av;a ~ pd:1s d irc11 i~,c;s lll('h";;Jiltifi,t<L\, c Pombal iníTiklu 
lÍIJ .tlguma!t mudanç~ para Uh II'IHCIII\11 (1 ,çonu't~iu ulínuu.u•nu ,. (wurél't' r a acunua 
l;.~.ul dt· <..tpilal. Exemplus di~' f(,,~m 11 Lfllli,ln dl;' (fullp.aulu.l:. p;ua wmercialit.u· n 
phl\ha~.to c: o inü·nravo .h rn.tn,al~ltlfill Ih h' '- r ~ amM~11 Íli t.idcui•gi,.t. 
•••••••• •• •• ••• •• o ........ . 
CiV(!j, A 111111111~ .1p1C\CIIIM '\'411U tiiWf 
l;lf1llt~n• ft11Q thM'IÔ Uill!~hllli\A llt'ltl ~~ .............. 
ol~.l.-.. 
H.l 
Ouu ;a Ult'did:t de in\tHI\.W lttl• rrsul.ii!H' iilnÇfto d .• dcu~llll.l por' lllcifl de 11111 
t1IY11d ilc d'·tclllhw de J7j0, A c.IC!Til !lll! l' til 11111 iuapmw c.ohr.ld u ~'"'"'' u pahdu 
~ . l (" . I '') I I \~O 111111t:mt or:a t~llllliU, •J •}1110 • p;n 'ít .;otnp uncntar o munr;uttl:. anua prr. 
vhtü de I 00 arrob~. qu;uadú l"~S•~ tc~ Jc) n :io t'l.l aung•clo. Em I 7)0, o pagallJCIH(I 
tl tJ.!l:t dilê:rcnça passou .1 ,,., 1cp;ucido c iHJ c todos o~ que possuíam algum tipo d,~ 
rHÜJIIit•d:tdc C que podiam até ter seus hcns confiscados caso não pagas!>t'nl, J\ 1111~· 
tlicl,, vi.,av<l c.obrír a queda da arrecadação de imposro decorrente: do declínio da 
11\liiCIOIÇ.lO. 
H .tvla uma grande diversidade na produção agrícola da Colônia, no licor.tl c 111_1 
IIW~ti11r, com destaque para o açúcar, o algodão e o cacau, além da extração de UIHI• 
r• ik di.11nances. No conjunto, a década de 1760 regimou o maior pico de cxpm· 
fiW:tu do período colonial, apesar do declínio da atividade mineradora. Na dé(";ld:• 
wuau~. conrudo, ocorreu uma acentuada redução nessas remessas, segundo Rnhcrct' 
~i lll lll\'>cnl o que levou a Coroa portuguesa a decretar uma série de mcdidJ~ L.()lll 
h11ponames repercussões políticas: a aprovação da derrama em Min;\s Gcr :al~ 
{11('lj, 177 1 e 1773); o fechamento das oficinas de ourives no Brasil (17G6); ~1 ll 
ll!b~titu ic_..io do sistema de contratos para a exploração de diamante.~ pcb .llllnini~ 
tl'"ç.!io dareta da Coroa (1771), criando-se o Distrito Diamantino, taml~mn:a C"'o!pl 
liliti.l dl.' Minas Gerais. 
Dlll<llllC o reinado de d. José 1 foram criadas as primeiras sociedadn, lil('l ~lliu ~ 
11t,) lh.l\il. t. o caso da Academia Brasílica dos Esquecidos, fundada em S.tlv.adcu 
11!1 111111 de 1759 com características laudatórias e livrescas. Seu protetor er:1 o I*'P' in 
t'CÍ pnnuguês, e o marquês de Pombal , o mecenas. Já a Academia Cienrífica do Rio 
do Janccro - criada em 1772 c inaugurada pelo vice-rei, com a proteção de Pom 
k1l - l.trauerizava-se por discussões científicas mais aprofundadas. 
A., reformas referentes à educação escolar tiveram início em 1759. quando :t 
f;ruup;lllhia de Jesus foi expulsa do Brasil. Maria Beatriz da Silva3 destaca o f~uu 
dr Pn11ugaJ ter sido o primeiro país a romar essa iniciativa, talvez estimulado por 
cunt<·cimcntos na Colônia, como eles o conflito com os jesuítas em dccord·au::iu 
do •1i.uado de Madri ( 1750), a ineficácia de seus métodos para a integração dos fn· 
d!f!' n.t o;ociedade colonial, a recusa da ordem em pagar taxas c dízimos c a gr~andc 
c:'lill ll \.10 de l>Uas atividad e11 econômicas e propriedades. 
(),métodos jesufdn>., de ed ucação indígena haviam sido quci>IÍOnados nW\Il iCI 
ll!! t::. de 1759. Em 17"l'l, ·" .uivid.1tb dos jesuítas no Grão-PM<l (rt·uni.w d:as 
,,,pit.II\Í:as do P.uá c M~wtnl•flêJ) t~tr .un r,·P·'''adas às autoridades ponugut•s.ao;, !;111 
RJ~üslo de 175H li 1i ':•)li fia nu!( lo Jl<H' d. Jn.;~ I n ·· Dirclório lJUl' st.~ devi.' nh,ervM n:a~ 
I t t f I I I~ I tI t t t t t . t t t t llo I I I 1 
l , /lilldda ríllll~lllir;l fio lir;;;l/ (I 'fl{í /IIJfl 
,, O impMo /uu,.br-.ml,itP. I J\(1. I 
J)(W(,~Çi,c~ dü~ lndiu~ dt) Pud c: Mtaf'ítt\hr.o" • o dt .. UIUt'f\lfl Hun,;H_utlllavla u s ui 
Jc~uut'IIWS imllgcn:as em vil:as l~ cml<:n;wa a ;\ulmlitJl\AU d~& "linf;U:I ~l'l\11" pdu 
ponuguês, ~•l c.'m Jc criai' 111\1,1 .ual,t p.~r;t nwuiuil~ iullioi (nlíi,hr.cil,~ll,""án, dnutr inll 
crtsl.l c aritmética b:i!>k a) c outra par.t ffil'llÍ naç (:all\ahr.c i7.lt\!lu, doutrina l' tÍSIII, 
renda:. e coswra). 
Ao contrário da orientaçãogeral, o Diretório prcvw •tut· O\ mestres fossem pagu:t 
pelos pais ou responsáveis por essas crianças. Antonio AJbeno de Andrade4 ob~crv;a 
ainda que as diretrizes do regulan1ento foram adaptadas para a capitania de Pt'r 
nambuco. Como não há informação sobre se foi estendido a outras regiões, c.' im· 
possível mensurar sua eficácia, mas o autor observa que soldados e suas esposas d1c 
garam a servir como mestres, e que os índios possuiam escassos recursos para pag;ar 
os professores. 
Os jesuítas também foram criticados pela insuficiência de seus métodos edu-
cacionais na formação de uma mocidade que necessitava ser integrada às mudança~ 
sociopolíticas e preparada para preencher cargos administrativos e novas profh-
sóes. Sua expulsão, no entanto, não representou um rompimento com a Igreja ou 
com o ensino religioso, mas uma troca no comando da estrutura adrninisrrativa d;a 
t"ducação, encampada pelo Estado. O documento que oficialirou tal mudança foi 
o "Alvará Régio de 28 de junho de 1759, em que se extinguem rodas as Escolas 
reguladas pelo método dos Jesuítas e se estabelece um novo regime administrativo, 
o cargo de Diretor de Estudos c a nomeação de professores régios de Gramática 
l.mina, de Grego e Retórica"~. Foi criada então a Diretoria-Geral de Estudos e o 
cmgo de Diretor de Estudos do Reino e Seus Domínios, que foi ocupado por 
d 'lo más de Almeida, principal primário da Santa Igreja de Lisboa, que executou .t~ 
rd.ormas no Brasil. 
O alvará régio de 1759, além de diretrizes administrativas gerais, estabelecia 
a nova organização dos escudos, o "novo mérodo", o ensino público e graruiro de 
gramit:ica latina, grego e retórica, a indicação e a proibição de vários compêndio!> 
c o impedimento para ensinar sem licença do diretor de Estudos. Determinava 
,ainda que os professores passariam a gozar dos privilégio~ d;l "nobreza ordinári;{ 
o que significava distinção social. Em edital com J mt·sm.t dat.\, d. Tomás regu · 
l.uncncou a criação e a forma de provinwnto d.t~ l;tdc•im' de t·mino. 
·cmco em Ponugal quamo nu Bra11il, ll'llllll\IU-M: tl'.'iisu·rn.t de l.'nsino qw.' vi· 
gwav.1 antes da criação do~ cc)l~gi(,S jt'SIIitÍ(OS (' tJIIé' indu!:. ~ulas :avub;t~ em sabs .alu 
g.td.ls, nos prédios das :uuig;t:. t"SCtJia~ d;. Comt'•mhlit de ksus tlll mc.\lno ru t;h.l 
I c As . · I ' fi · " · I " " I .1. I '" " · t " " I . " I to rrorcssor. Sim, .... l c:n01111111l\ .. {" "11 ll I lUitl !frH í'i I ~(0 ,I t• t.l( nr.t ( t• 
·1. , , r?forma /'I"""·""Ímt tlt~J mwtl.u 
~. At'"" Autoníu Ali><'"' .• te ,\11\h-.lt' .1 rtAtt,..,. lt<'.,lwi,'M IH l(fU/11/Jrwt fi/J /Jmtfl ., p. I ~7 <ltÍ'Í 
I li~ 
-•smaV".Ull 11111 nlt''\nln lflll\lcl•l! C'!I.Hnh•• .-vult~o~ rn'ini~u.ltiHS p\,r 11111 ptufc.s~nt régio 
iilll (t, .lliiOIII;\dO C 1\UI\\é.ldU pc:lil td. Somentt· 1\0 ~t'<;uJo X\X, (OIIl ·,1 t~fÍ,IytO d011 
hceu!> t' de novo~ c.olégJOS, rcwm;I•:IC ~' lt~uni~o do' estudo!., que (t)IIVÍv<~ p\W 11111 
ho111 tt·ulpu çom a CS[rutura de ,1\11;.~ :tvuk\~. 
Sc~umlo ;c, determinações do alvará. o "novo método" deveria priutii:H um 
cmim' prático c simplificado das "letras humanas, base de wdas a.~ ciêtul.t'l". poS· 
~raltílu.uulo sua assimilação pelos alunos de modo fácil e ráp•do. P,u., t,III\O proi 
hiu ~c .l utilização de várias obras e foram adotados compêndios t-onUl n Nmm 
mlw/(} da gramática latina reduzido a compêndio, do padre OJ'atoriano Anrbniü 
Pc~u:ha, c a Arte da gramática latina, do professor ponuguês Antônio Félix M<·n<ICS. 
Os mc~trcs que não seguissem essa orientação podiam ser punidos ,tté rom Q 
ptllb do cargo. Nas "Instruções para os professores de gramática latina, grega, hchr~tka r; t.lo 
•rtÔIIC<\, ordenadas e mandadas publicar por El Rey, nosso senhor, p;tr.t o uSi) il.t!! 
11,(olas novamente fundadas nestes Reinos e seus domínios"
6
, que Jcmnprlllhlt i) 
alv.u i de 1759, é definida a função do professor: educar a mocid.ld<' 11.1 v1n "'lc e 
l"e~t:rvação da união cristã c da sociedade civil. Esse regulamento dct<llh.t l.mll tH!Iiu! 
prcnsão a didática e os livros de estudo, horário das aulas (três hor~ts pc:\:1 ftl tanhll 
' trb à tarde), feriados, férias (setembro), correções disciplinares c o imprtli1nCIIW 
,lu aluno de trocar de professor sem justiftcaciva plausível. 
Num edital, d. Tomás disciplinava o procedimento de escolha do'> prnks~ot~·~ 
p11blícos. Os pretendentes ao cargo deveriam redigir um rcquerimcnw tln l.muuk• 
\11..1 pretensão de ensino c sua experiência. Também seriam recolhida~ iufcuiii,IÇfti:'\ 
dl ex-alunos sobre sua competência, vida e hábitos, e só então el~ pre~tar i.anl ex~•· 
''":~. Em 11 de janeiro de 1760. o "Alvará régio de aprovação das providênd:ts intc· 
'tn:ts do Diretor-Geral'', expedido por d. José l e pelo marquês de Pomb.tl. tlch:tmi 
nou, entre ourras medidas, que os exames para as cadeiras seriam rcaht.atlo'> pc·l';llm 
uma mesa composta por outros professores régios da mesma área dt· cstudu' o 1111 
ptc.,cnça do direror-geral ou de comissários nomeados. Também os prok,,md p.il 
1 kulares deveriam submeter-se às mesmas normas para obter a autorit.l<.'{\ll dl• í'fl 
<,11\tl, embora sem a presença do direror-geral ou dos comissário!>. 
Os preceitos dos alvarás foram introduzidos na Colônia por cmkm t•xptl'!i~;, 
,h,: d. lomás de AlnH.'it.b •lll v1cc rei da Bahia, d. Antônio de Almcid.t So.lll~S; pri 
,,,ciro marquês <k l..wt.ultn, qm· f,,\cn·u três meses após assurnit u l.<Hl;'' c fui t.ub~ 
I itufdo pd<) ch.am de I' ' 10111~~ Jtubim de 1\.1rros, membro prcwÍ\c'HÍn de gt.~V(;III(I , 
En1 nnvcmhtu dt~ 17'i'J. d. ' lhm1'< ('IIC.~IIIIinhou .\s novas tll\IIIIÇÔ~'!> :til dl,lt\(l'kt· l~ 
..................... , ... 
,-; , ~'~I""' "'"""j,, Alltt:IHt ili 1\utlu•l 4 I 
"''/'IJm/tallillf tll!i rJtlltf,,_. JrOoitMr/nA "ó IJrm/1. J). I úl· i ill 
ao~ úJmiss.iiÍt)~ do d~teun·"ft•l , ftr,.~ti;l8 IJiu: t'Xt~ • ctu11 ,, i~;ugo tlc ch"uet~k:rc.\ ou 
. I I 
IIIIVII fll ('!i•t)l! liliS, 
O d"'"""'"W tbar;l '' C.OII IH'C<'I ' tndm <•s dispositivos d.s s cl~''"'a p(llllb.tliua e 
dt:tl' llllin.tv.t \l'l l JHtHII(• '\~Bf!IIHÍIIt!'IIIU ''" Cnltuai.1, n qut· j(,j fl-irocru :slgum.l' t':n 
piwn i(l ~ Andr.tdt• llh'lld(lnuus "'' 'f'Íiilni.•s da lkthia, do Rso ele J~uwsro <.' Jc l't' l ' 
m1111buco. c.onclusndo ~JIIC vá aios lrtt(ut?!i úlll(lltlwam para dificuh.1r ~ua implc 
meuc.•c.:io. Fmrc os prohlcnw:. t':>tuvam :t tk·mura na nomeação do:. prof6solt~ 
upruv.ulu!> em exames, .t C1h.l de livw .; para .tplttaçao do "novo méwdo" c as liY••· 
licLHk' cmre professor~ régios de Portugal c do Brasil. 
O .. primeiros exames aconteceram em 1760, na Bahia, para provimenro d.1s 
cukir.t' de latim e retórica, e a nao-nomeação imediata dos profe.ssorc~> demanO(lll 
.1 tndH.<tç.lo de mestres interinos a ser remunerados pelos pais dos estudantes. 
A~mtllmados ao ensino gratuito dos jesuítas, os pais resistiram ao cumprimento da 
tlct~·•mmaçao, mesmo porque pagariam por mestres que não eram de sua escolh.a. 
O mesmo aconteceu em 1761, em concurso realizado no Rio de janeiro. Nessa 
m'.l',i.w, d. fomás encaminhou ao comissário da capitania, desembargador Castelo 
U1 .anw, instruções determinando que fossem submetidos a exame, pelo Estado, os 
pmfc),sorcs de seminários religiosos que orienrassem alunos não destinados à car· 
H~i l'.l teológica. O documento ainda destacava que os pais e alunos que não obscr, 
v.assem as orientações do alvará poderiam ser punidos e até presos, o que se apli-
~Vil ~~todo o território da Colônia. 
lm Pernambuco, além do problema do provi mento de cadeiras e da falra de li · 
vu1s, '' .tdmissão de dois professores régios de Portugal gerou mwtos conAiros com 
us mc.,tres inrerinos locais e com os alunos, originando uma série de petições, quci -
Xii ~ ~~ proce'isos, com a punição de todos os envolvidos. A documentação registra o 
ilt~:.~·orucmamenro com a "soberba" dos professores portugueses, os atritos decor· 
rctllc' dos proventos mais altos pagos a eles e a resistência aos novos métodos. 
A outra etapa da reforma pombal i na trariaoutras mudanças. Um dispositivo 
fel~· ·' de 4 de junho de 177 1 extinguiu a Diretoria-Geral de .E.srudos e, em con-
S('4tll~nüa, a função de d. Tomás de Almeida. A educação passou a ser adminis-
rr:ul.t pela Real Mesa Censória, criada em 176R. Novo .alvo~r~ régio, datado de 6 
1k nnvcmbro de 1772, expediu dirt·triu·\ p ;lr.t :1 rdoun.a da tlnivcr!>idadc de Coim· 
hr .s, p.1ra a criação de novJs c.ldt•ir.IS (lllélsflf'ila llll'Ít_mul , ,~,uraonli ;l poHLica, dest·-
ulw, comércio, francês t' in~IC:•o;) c· pllr.l 11111 imJlHHO que llu,IIH i.tri.t c1 ensino pl't -
hl k u n '\uh~ídio litc:r.\ritt. Em MIH'X(), ~· alvttrJ inclulil 11111 nupt.·amcnro do 
us'lmrw d.a~ <~111.1, ~ mc:~nc:s i'XÍ~tentr' rm l'tlriUK.tl c ll.IJ c~tlt• ísi.a , Vc·J.II110S .1 parw 
t"Cic rt' l\tc· .w 1\r.t,il: 
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'l.to Paulo 1 1 -
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lul.tl geral 17 15 3 
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fttmc: Antonio Albcno d~ Andrade. A rifonmr pomblllino tÚJs ~,,utÚJs ucundlinos no Brusil. I'· 
O subsídio literário visava centralizar o recolhimento de taxas p.mt ~~ nHIIlll 
IC:IH,.to das escolas- Até emao as aulas eram mantidas, tanto na Colôma l'otlul i!ll\ 
l'u r LUgal, pelas taxas sobre a produção de carne, sal, aguardente, vinho c \'illiiWC• 
\ nnva regulamentaçao determinava a unificação do recolhimento dessa~ t.tx.t'> Jn~· 
1.,, câmaras municipais e o depósito dos valores, a cada quatro meses. n:\ L.ll"'' g1' 
r.1l d,1 junta de finanças. 
O fundo destinava-~e exclusivamente ao pagamento dos professores, qut~ ram 
hun recebiam de quatro em quatro meses. Tcre-z.a Maria Cardoso
11 obs~·rv;\ cpu: f1S 
~>:tl.uios eram alvo permanente de queixas por parte dos mestres devtdo ;tos t.:ous 
l.lntt:s arrasos na remessa do dinheiro. Além disso, eram baixos e vanw•ttn ''' '" 
ltu me a localidade e os conteúdos ministrados. Um mestre de primt.·ira" k11.1\ ti~ 
(chia anualmente entre 80$000 e 150$000, enquanto um profe~>sor lk f11o o;t',fi.t 
po&'l ganhar até 460$000. 
O reinado de t.lon.1 Maria 1 (1777 - 1792) foi marcado pelo movimt'l\111 tl.s In 
..:unlidéncia Mincir.1 , I"" 11nvo~s runlidol' econômicas e pelas di~cu,,m., pnlhi t."ít ~ 
l~ ll\ wrno de um;• posslvel tl':.ll slb~m.:b ll.a Cone ponuglu:,-..1 p ;H.I o Hm~il. N(t 
........................... 
11. Ahtimln um n•iV\1 \.JIIIinl!lr ú tllilin! !til\!11!1 114 c.,ü•lli pt'thli<~• ,In I~ in 1lc J.mdt<.l , !11 1\~Çtfl\, M,lu~ 
I ldtnit (;An\~1111 e JIARift '1·111111, lu• ltflu M• i!oln tk (n•r,' ), A rJt(l/4 '''"''"''" tiP ,1.-ul!l XIX. o rnltNI•1 
mõltltiiiiilllmúlllil. 
lJ 
pl.111ú l.'dll(lldnn;tl ~c rnumcvc 11 ,~.,rruturot IIIC)IIIildi\ pelo !llillllu~s dt~ Pmnh.al, (um 
ligdm nmplia~'(in 110 utÍIIH:tu de c.\(ulas de plirudr;ts lcuu&. tH:tia~·J.o de no\'a\ t':t· 
dcii'Ct~ '~aula\ uvukl\ de.· C\tudoo; intermédios, alérn do inn:nt ivo J in~trução de nw-
nin:ts. A di,,·~·:to dos l''itudo' cominuava sob a rcspon~,tbd•d.ttk da Real Mesa Ct·n-
.s6dn c. Íc)l;llll c:cntrali1ados o controle e a arrecadação do subsídio lirerário pc:l.• 
iuntu dt· flnanç.ts. 
Do puntu de visra polftico-culcural, a Inconfidência Mineira (1789) represcn 
11111 11111.1 impottanre expressão das idéias iluminisras c 1berais inspiradas na indc 
pcrulênda dos EMados Unidos e na Revolução Francesa. Os inconfidentes eram 
uu:inimc.; na crítica ao domínio português, mas discordavam quanco ao regimt· 
púlitiw qul·lhc deveria suceder - havia os partidários da república e os que defen-
diutn unu monarquia constitucional. 
A l'omposição social do grupo de inconfidentes era variada, embora todo~ 
<~Xt~ ICt'SM'Ill atividades representativas d as elites: proprietários urbanos, de lavra!. 
111Í1Wradoras e de escravos; letrados, alguns oriundos da Universidade de Coimbra; 
dé1 tgo11, <' tme os quais o cônego Luís Vieira, professor do seminário de Mariana; 
nfif i:ti:. militares. Alguns intelectuais eram também proprietários endividados com 
.1 ( uma portuguesa. No conjunto, suas propostas combinavam reformas políticas, 
r í'c•númte;ts e educacionais - incluindo a criação de uma universidade c a defes,a 
d:t lihndade de expressão. 
N<'\\1.: período histórico houve uma significativa produção cultural em Mina!. 
Gemi~ <~ que repercutiu em roda a Colônia. Destacam-se os poetas Alvarenga Pei-
IWII• ( 1 7·i~ 1793). Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) e 'Iomás Antônio Gon-
llgu ( 1744- I 8l0) como representantes do arcadismo neoclássico, além do músico 
,. úiHalli\la José Joaquim Lobo de Mesquita 0756-1805), que compôs mais de 
\00 Jll'\";1\ musicais com acentuada innuência de Mozart. A capitania de Minas era 
ttttHt 1dcrência musical no contexro colonial. dado o profissionalismo e o rraba-
lfu, do, wpisras de partituras, rendo o seminário de Mariana importante aruação 
11:1 ,;,m,'lçao de músicos. 
A l!poc-a Minas Gerais enfrentava a crise da mineração. ma .. l'Xpandia-se uma di-
"'~ ':<~iftr.ada produção têxtil e agrícola. Os recidos mineiro~ c hcg;tr,am a ser comerciali-
.-;uff,, wm oulras capitanias, rivalitando u>m .a indtbtri.aponugucs;t. 1'...-.se fato, iliado 
,\ úllll orrên<;ia das indústria.\ t ~xi!;Íll uagl,~.~~. ''''- l_om •JIII: dt~tl.l M.111.1 I proibisse, em 
1 71-(~. o filllcionamemo da m:uuafà uu'il th til no Hra..~il. (•xctt'' .IIJUda volrada para o 
t:,I ,,iw <k p.HlOII n'tstico' tlntin.ldo~ ,~ wn(N_'tAc) dr tHIIj)óiS de t!.)lt,tvm c 'aços. 
A dn"H·ta\'áo da dc:rr.un:. "Q ~rml.tçln dot líllllfillm dr, r.xplt11 :1\'fio do ouro, ctn 
rn x. Ílltt·gr~llõllll lllll ÜIIIJIIIllfl tlr tnr.lidt~4 tl.el)ii!o!il!l pdv llliui~t IC I JlfHI II~Uê\ Mat 
linho de Mdln c C<úllo. A frprr\ uMI\u fui " t•ltn poufvd. trutf,, em vi"'" ptin~ ip.al 
IIICIIIe a ni.\e d.t prcxltí\Úfl dr ctUitt • •ulll-.llt\A•! IIJO ,Jlii\Sütl íl1: lt I urrc.has, qu;mdu 
;lc;:vr.riJ d•Cflõll :c (;cru, A OfiC'tlt\AU , ............... , ... , .. mn!.iiliíct,;IIJ dt_IS incwa(idt:nh~. 
"""'JRf" '""" "'"'IU'IIf"'-' 
.A iutr.rvt~n~iln de de'"·' Ml4rÍII I t'l11 Miu;.s Gc,.ais t:unhém se Ih P'"' mé:iu ,l.a 
t'dll<~.açrtu . Em 17H9. ;t r:ainh.t p(u 1 ugu~J p•np<'•s que o Rc,olhinH'ntc• das Maca(,. 
!)a.; St' conV('ItC~'c em educand.írifl, cxigiud,, a rc-forrnulaçáo dos c.,t~'" '' "~ ~a d~• · 
hüra.;ão de um plano de en~ino. A OJ(Ic:lll rêgtJ, porém, não foi cumprid.1 de Ílllt'· 
di.uo. A r • .unha destacou-se em Portugal por tentar uma aproxamac,:ao com :1s 
ordens rcligwsas, visando à expansão das primeiras letras e à eduC<lÇ.tO ft·minin:. . 
' 'ontudo. no caso brasileiro predominou a nomeação de professores lcig,os. 
O grande aconcecimenco do reinado de d. João VI, que se estendeu de: 17'n 
li I IH 1, foi a transferência da Corre portuguesa para o Brasil, o que determinou 
importantes mudanças políticas, econômicas e culturais. Antes desse cpt~ódin , 1111 
entanto, merecem destaque os movimentos ocorridos no Rio de Janeiro c na 1\;ahia, 
1lcm das reformulaçóes proposras pelo ministro português d. Rodrigo de Sou-..1 Cnu· 
unho entre os anos de 1796 e 1803. 
A conjuração carioca aconteceu em 1794 e se desenvolveu mais no âmhiw c:líl 
polêmica e das idéias, tendo como alvo o absolutismo, a tirania e os privilc<t;io~ 
C 'ontou com a participação de letrados, estud antes e alguns artesãos, e a prindp;al 
tmervenção se fez na Sociedade Literária, cujas atividades foram su~pt·ns.a~ pdü 
vice-rei d. José de Castro, conde de Resende. 
Já a inconfidência baiana ou Conjuração dos Alfaiates (1793-1798) t t'Vt~ Gu iÍICt 
mais radical e incluiu proresms e ações públicas. Tal como a conjuraçáo do l~k, tlcJ:t 
nciro, foi fortemente inspirada nos ideais da Revolução Francesa, ampliando'' tkkuc:! 
,obre as desigualdades presentes na sociedadecolonial. Entre seus intcgr~mt t'$ h.win 
proprietários de engenho, letrados, artesãos, forros c até escravos. Isrván J;m~M) :• (t~si ­
naJa que a maioria dos escravos envolvidos na revolta sabia ler e escrever c mantinlca 
~oonratos profissionais e sociais com homens livres das classes populares. 
Nesses três movimentos os alvos foram o despotismo e a subordinação ·' Li'l"'•" 
A ênfase e as discussões recaíram sobre reformas políticas e econômicas. porém u tem.l 
d,t escravidão foi apenas rangenciado. Mas uma percepção fundamental é a de <JIII~ os 
movimentos inconfidentes engendraram novas sociabilidades políticas c ktr;td.l\ p<u 
meao da circulação de livros, folhetos c pasquins, bem como de discUSSÕl'!l 1.' dc:hatc~. 
A virulência com que os movimentos insurrecionais foram reprimrdm 11~vd :1 
u rcmor da Coro.a quamo à perda dos poderes na Colônia. Na t'alLima dc.'t.ub " ' ' 
,t~t:.ulo XYlll foi ;unpli.ul.t .1 H'llsllr:t aos jornais portugueses no que ~c rcfl•tc .a ma~ 
11ifc~aaçõcs f.tvnr.\vc•~ ~'I n~volll\''o .11m:ricana e francesa. Também difundiu \t:. nlc 
ép()ca. a i<lc.'·t.• di• j(,,n,:cç:in d,: 11111 i111p~!nu luso-brru;ikiro - o pr11H. ip.1l ddtms••• 
d.1 pmpo'''' leu f• minlwu ()(.lflll(~'!~) d . l{utlngo Cout inho, que cl.lhorou 11111 rol dt~ 
.......................... 
11. A ltllll',"l~• oi~ lihoíl•,k (ollolttiiiu 
Mrlltt e ("lli•>• /h'rlrfr/.1 il<f 11~ f' 
l•nlir ic-~ ttü fi u~l '''' ~.:.ui !a XVIII . lu SOII7A, l.lllllil ti~ 
/f ;f!lhlww r ,,jJA pri1\1tW llií ltm!tlfil rrwugur•n 
---
rdo""ll~ p.'ll 'a !l;ui~i~t~et ~.dite·~ de 11111h:t~ ns p;utt~s, l'rure 111 'Wi•is a thtll}fc 
d:t c;~pirul du Ílllfi~IÍO '''""o H!liSII e llllrllidt~~ cdur.;u.k'llíli~. 
Maria Bc:.tiiÍ~ d11 Sih·~,,,-, dc~t:lC! fJIIe, 11;1 dc1t::td.t ele ~~~n. n:; poliri,os 
gul'!.\C:S ÍIIV<'_\Iitillll ll'l'llf'~•}S llo~ dr~;~tlns lt'tr;uJus hr.t,ildrus clt• mandnt ~~ implf. 
III<!IIWI rei;, 111.1:; de C'ólllÍII'I' t:ic~ttlllw Fw o Cl\O, por c·xt·rnplc>, do fin.lnci.tlltÇnfft 
(•)nccdido pdo 111ÍIIi''''' l.11f\ l'rntu ( ourinlw par;t qut.• M.tnud Fcnc:ir'J cl;, CA 
llllt1':1l' Joí.é Honif:kio dt~ Andrad,r t 'uiva viaj.r,\crn à l:..uropa a r.m de a111pli.u li(IJa 
~; ,_,,.J.t·dmt•ntcl\ \Obre: H,ict 1.~ 111iru.• r•Liogia. 
Attxili.ulo por Manuel Fcrrcira da Câmara, d. Rodrigo Courinho, mini~cra 
"'' d. }u:w Vl e ~ubsrituro de d. Luís, propôs a criação de: escola~ dt· mina~ na 
c ,rtlllia f>.ll.l pror.~sionaJi7ar a atividade mineradora. Pelo COntato com 01!11"01 
iurdcnuais cnrn: os quais A neônio Pires da Silva Ponre, Bernardo )o::.t! de l~o 
•ena <.~ Ju~c.: l.lói Owni -, d. Rodrigo incentivou estudos e publicaçoe~ sobre 111l 
ucr:du~ia, agricultura, comércio, abertura de vias de comunicação c produto• 
IIIUIIIIf.lltrr:tdos. 
A., propostas de d. Rodrigo Coucinho foram apresentadas ao Conselho de b 
wclu dt: l'oJtugaJ logo após os incidentes na Bahia. O minisrro reafirmava a rmpm 
r~ttlr.t dt· um império governado por letrados luso-brasileiros e do financiamcnru 
('5t:~r.rl .r cxpc:diçoes cienríficas, seja para a formação de futuros quadros govern.m 
rrs, ~rj.r p.lra a atividade profissional de engcnheü·os e médicos nas comarcas. Indi· 
ide) p.rra prc.,idir o erário régio em 1800, d. Rodrigo nomeou como intendcrür_, 
c p;~rn ''urro' postos políticos letrados de suas relações. Em 1803 propôs a rr.Hrs 
fh~ncia tb Cone e da capital do império para o Brasil. 
1\ ll.rthfcrência acabou acontecendo em 1808, devido às pressões da gul"na 
rJilfi<•lfl'mrla. Esse firo alterou signi(icarivamenre a realidade da Colônia, e mcrC' 
l"<' lll clt!Maquc, enrre ourras medidas, a abertura dos portos brasileiros ao comércin 
i rue• ''·•cior1.1l; a fundação da imprensa régia; a criação de espaços culrurais e dt· .tu 
l.1 ~ dt: t'ltudos superiores; e a nomeação de professores para diversas cadeirac; (1:1 
rim, H'l'go, geometria, inglês e francês) e primt·ir;u letra~. Em 1815, a Colônia ~ 
dr;v.rcb à condição de Reino Unido J Ponug.rl t· Al~.u v'~'- As anrigas capitania:. 
p.tss;rtu ,1 ,~·r denominadas provínti.l\. 
Em I H I 7, d. João VI enfrcnu,u IIIIH! ÍnrJ)flltiullr Íli~llrrclÍ\'Íiu, a chamada f{,. 
ulrtç!io 1\·rn;tmbucana. Com :t p;mkip4~·Ao de v~tio!i 6Ct(u(:s d.r .\ clitts locai, !to 
l r;ulc,~! rdiwmo~, mrncrciancc,\, ptuprlrtJr·ic._ r IJIA-,Oiil. =-=, o "''Wim<:nco tlc:~<'j.tv.• 
~ Írrrpf.1111:1\'lu tk 1101.1 rt·ptifyli(jt t' ffVC' cfUhi\Atlch• /'t ~~~~1,, ()~ n~voltO\(IS .lh()Jir:uu 
,, .. pt•:.tc•~ ,. l:.'r:rbt·lt·ú~'""' ~ liht~tlll..fflalr lmprru,,., lll;tj llllitll ivnnr11 a (:.\CI'.IVidãn, 
A H(:\'(11 tl~'\ío l'nu;uuhuc.uu• foi thu .. tnrtth, '"f" ltllhJl,, 
............. ••tti••••••·· 
f li O ll'lf'l'il' l~tln ·/,,,flrlm. 1•\(1-/ 
"'" 
NonJt':!tllu• uno d.t d1e~,ad.t dilllllnfllil rt"";tll1)i crbdu o primeiro jl)rual hr:Jsild111, 
• (itlr,rld tlu Ni(J tlr /undm, A 1,;a11h tfr ('m;ln ~trrgt·111 v.111m outnls .. Mnt 1k n·vi"·'' t' 
lliiiii,IIIUIJIIC:.\. todo'> wm ft'llSIIIIl )ll~vl;i 111.é I f0 I, qu.llld() J. l'cdm t'~tahck-t.c:u .1 lrbcr-
IJ~de tk~ irnpt('ll\.~ 1\() lkr,IJ, r~111 í.Ínlüni.l '' o111 .1 nova ConsritUJçao ponugucs;t. Dcs-
ltlf;t"lle 11 p.tpc:l fund.mlwt,tl d.1 inrpll;m-:t 11:1 t.l~cada de 1820. quando circularam arti-
l'm csdarccnlort.~ sobre tclll.t!. (umo Cun.smuição. governo conscirucionaJ e soberania 
tio piwo, entre ourros. lmponantc tJmbém foi a implantação de espaços culrumis, en-
IH' cb uma livraria criada em 1810 (transformada na Real Biblioteca Pública em 
IH l •í), ,, learro Real de São João (1813) e o Museu Real (1818). 
No campo dos escudos superiores destaca-se a criação de academias e aulas, 
wludp.llmcnce no Rio de Janeiro: Academia Real da Marinha (1808), Aula de Eco-
llümi.l Política (1808), Escola de Anatomia c Cirurgia (1809), Aula de Comércio 
(IB!m, Academia Real Militar (I 810) c Aula de Boclnica (1812). Na Bahia é implan-
loid ;r a hcola de Cirurgia (1808) e em Pernambuco wn curso de marcmárica (1814). 
A~ hdJs-arres também são incenrivadas, merecendo referência o decreto de 1816 
(jiJt" (;ria a Escola Real de Ciências, Artt:S c Ofícios, com duplo objetivo de formar ar 
ri5r.l\ c .mífices para atividades industriais. Para organizar e ftmdar a escola foi con-
11:11.1da tuna missão artística francesa coordenada por Joaquim Lebreton ( 17(,() 
181 ?). que trouxe para o Rio de Janeiro os pinrores Nicolas Taunay (1755-1830) r 
l)dm:l (1768-1848), o esculror Auguste Marie ' Jàunay (1768-1824) e o arquitetn 
CrandjL'all de Moncigny (1776-1850). Fundada no mesmo ano do decrcro. em I H2c; 
(i,j convertida na Academia Imperial das Belas-Arres. 
'I àmbém foram contratados professores régios para os chamados estudos intcrllll' 
dro~. destacando-se igualmente a criação de colégios particulares leigos para mcnr 
uo~ e meninas e a difusão da admissão de preceptOres para a educação donll''>nc.r. 
l.ut regime de internato ou de cxrernaro, os colégios para meninos ofereci.un ·'' 
di~liplmas exigidas nos exames para ingresso nos cursos superiores no Brasil c:· em 
l'urtugal. Como vimos, desempenhou importante papel o Seminário de Olind.r, 
lundado em 1800 pelo bispo José Joaquim Azeredo Coutinho. 
A;~redo Coucinho também dedicou atenção à educação feminina, fun<.land,, 
1111 1801, em OI inda. o Recolhimento de Nossa Senhora da Glória, destinado •• CuliÍ· 
lt.t'> de elite. Foram criados vários colégios femininos paniculares de cará1cr lcit;n, 
ruuHos deles dirigidos por educadoras francesas e inglesas. Já as preceptoras, na lllotior 
p:utc estrangeiras, costumavam ser contratadas pelas famílias ricas do interior. 
Por meio de ant'mcios em jornais do Rio de Janeiro e da Bahia, Maria lk<lll it. 
d:t \ilva 11 demomtra t)tl(', alt<m de alfabetizar e oferecer lições de aritmétit<l b:hica, 
'" c;nlégios feminuws cu~in:rva111 w~tur.l, hordado. confecção de flore:'>, mlic;1t:t, d(·· 
1 1. llbtdrill J, íámlllif ;111 /lrMil rtt/t~Hw/ 
JJU 
~(flhO, Íll!~Jê~, C frol ilt~l. J l llYÍIIIIIICIII;t lc}_8 ~~ ClUCI ll;IIIJS, (' Oli Jlf<'\ü~ VIII i41Yiilll dt~ li~ortfo 
Clm• us disdplin:~~ min i,H~tdit~,Um Íll tCfl t:llu fi.~min irm 11(1 Hk• de Juu<:iw, pnl' cxem 
pl!i, pf)lli.at:usr;,r I H$1)0(1ul('n~is, CIIIJU>uarn 11111 cJOt'ru;rli) ú•lmw.a I$2HO p:u'a ~l fit 
l1r.r iz.u· \~ t'nsi n.u ec'~" H'il '' 
Apt-s.ar de wtl.ts C:'.$.\~1\ rum-.a\r'ít~, ga.andc p.utc d.t popul.t~.1t1 hl:'l\dcn,l l ~'nll.ultw 
d.a ilnr:ul.t, incluindo n d1h liiUJHÍl't.ana. O voro do .m:~lf.Jbcto, aurorit.tdn lk:lll 
( 'ull\IÍtuic,.ao de 1821, é um irnpunantc indilador. No c45o das primeira' k·rr.a.\, o 
~"""tcho luer.11 10 era imufkil·n tc p.uo.1. pagar os prof~'>ores, e em alb'Uil1Js l(>uJiid .• dt~ 
• as t .• ulcll.l\ cn.tda~ não atendiam à demanda da população. Também fah.lVam lll<.>.'ltrt:l 
dt~vido .10\ b<tixos salários, ao atraso nos pagamentos c à làlca de qualificação. 
NJ épow de d. João VI difundiu-se a prática de acolher e utilitar os serv i\ ,)t 
ele lltl:ninos escravos ou pobres (geralmenre mestiços e fndios livres) nos C$l.thcle· 
cimcrHO\ militare~. Já dona Maria I tinha criado no Brasil, em alvará régio de 1764, 
'" wmp.mhia.s de Aprendizes Marinheiros, transformadas depois em comp.tnhi:u 
cll' Aprcn~ do Arsenal de Guerra e que tiveram a admissão de meninos rcguh1 
''''''Hada em 1799. Os garotos aprendiam ofícios (marceneiro, ferreiro, ca.nu<'irfJ 
<~rc) t· ço~cumavam receber instrução elementar. 
Ocorreram importantes debates, nesse período, sobre a sistematização da in\ 
1 r 111,.1o pública no Brasil. Na década de 181 O, d. João VI ordenou ao mínimo Am() 
111u de Araújo que elaborasse um plano de instrução, c a rarefa foi repassada ao mil i 
l.llc IMch,u-el em matemática Francisco Srockler (1759-1829). Este apresentou, t·m 
18 I (í, o Proj~to sobre o estabelecimento e organização da instrução pública no Bmsil. , j 
wibr ao encaminhado à Academia Real de Ciências de Porrugal em 1779. 
SHKkler chegou ao Brasil em 1812, sendo nomeado professor de malemálk;, 
i!;, .AC".Hlt·mia Real da Marinha e depurado da junta de direção da Academia Mili 
,,.,. do Rto de Janeiro. Como vimos anteriormente, seu projeto não foi aplicado l'lll 
l'c)r rug:tl nem no Brasil- Rogério Femandesl3 observa que os escritos de Srockln 
p.u1·n·m náo ter repercutido para além dos gabinete\ governamenrais. Emre I 80.! 
c I Xl6. Francisco Stockler publica o proit'to em \ll.l'> Obms complnas. 
~t·u plano previa uma ampb rcurg.ulit.u1.tu cl(, t'll\llto t'lll qu.ttro grau\ p.u.1 ~~ 
J'IIJlUf.u;,tO, independenremcntt· cft Wthi ÍÇ!iiJ t' si:tH:ru, f'.ll,l tJIIl' lodos adquirÍ\\('fll 
I I\ lllll f ll'C llnCn I OS necessáriO\ olll tfe5t,' ll1 JlC flf.(i I f c t.(~U~ 1 kvt'lt'\ c· .10 l'X<'rcfcio de .,\l:liS 
duuto\. O en~ino seguiri.t o 111~111du ~itnu hallt'O, c fiJlt'lli'IS o npr<.'ndu.tdo da!~ JHi 
lllt~im~ ku.ts, d<.• .lrHmcric• ll.hi~;. c tlr doll ll llílt llHIItll !icli;r I;r·aruiro. 
·························· 
12, l\f~ri;o llr.urillb Sikt, lluldtltl tlrl/rltt~lhrf 1t 
1!), l'tiljctn ~tilu c 11 i;.II;Aiod!:tÍiíi(III!J f I 111 .. 1 
Gruçáu ·s,~i{~l~· (Ultr.i . ll•tii\!i4 •I~ hhi 
f!ll I liató,;~ ,l,l l (tlnf~\lio)/1 iil/lii'I'Jol H 4 I 
Pdu prujclu dt• Stc>cklc:t, 11 t't1.0i.e thr 11thneiro gnur (charn,tdtl de "pc·•h•got;ia") se 
dividir ia c..·m r t~'> lbssc:s gmtluiUW, r tt ud.1 ,.,w o <vnrctido d.L~ m.uéri:ts scri.t :Apmflm 
d.ailo, :Mm J~.: \C intru<.lmirt·m Ollll.t~ . J-l fivcr ia dois profc.\\Mc\: un1 p:u:a t·u~ill.lf' a:> 
llllarbi.ts du primcrro l' do 'q;ur~t lêl uuo :an lougo do dia t' o outm p.ua u lcrü•im 
111101 'l"·mt.lo o conteúdo nm dor' pr imcirm mc.se5 seria igual para todos os aluno' <.~ u 
pnlr~sor Jaria uma aula por diJ. P.t\Sado ~~e período, e de acordo com o .tprovd-
h'tlllt'IIIO, os alunos seriam divididos em duas turmas com aulas em horános di~tinto\ . 
l:ntrcramo, d. João VI decidiu-se por um sistema menos dispendioso e ma i~ ta-
uonal: o mécodo mútuo. Esse modelo de ensino era praticado em Ponug.1l dt•,,d\' 
1815 nas escolas militares e em 1816, mesmo ano da apresentação do projcw J<~ 
~,,,ddcr no Brasil, o bacharel Hipólito da Costa Furtado de Mendonça (l7741HlJ) 
puhlrt.ou no Comio Brasiliense, em Londres, uma série de artigos aconselhando Portu-
f.-'1 ,. Bra.~il a adotarem o mécodo de Lancaster para a expansão da insrrução dcmt•n~ 
!·" Mendonça era diretor do serviço literário da imprensa régia e esteve em Lcmdn·-~ 
p.u.t adquirir máquinas e livros, lá permanecendo como professor. 
1àmbém na França foram divulgadas as vamagens do método mútuo p.u;1 11 cn 
AIIIO brasileiro, por meio da Sociedade pela Instrução Elementar e do jomtrl tlt l:i/11 
i<lf'tltJ. De acordo com Maria Helena Bastos'\ esse periódico registrou, t.•Jn IM 17, il 
Jllt'st·nça de um professor francês enviado ao Brasil a pedido do governo paa.r i111pl.ut 
1.11 n método. Novos registros constam nos anos seguintes, com indicação du m~l•'klll 
1111'nuo para a educação de negros e escravos. A autora também menciona um pr(1les 
~·:tr brasileiro que chegou à França em 1820 para aprender o método. Como Yl'lclllú\ 
ruli,mce, a partir da década de 1820 propagaran1-se no Brasil as escolas mt.'nua.\, 
Ainda ames da independência, por iniciativa das juntas provisional' de gu 
'Vt~rno, ocorreram importantes debates sobre a necessidade de reformar a educ•ç:iu. 
l\s;ts junras foram criadas na época da instalação da Assembléia Constitui me pnr 
uagucsa (1820-2 1) e eram integradas por depurados brasileiros que panicip.tv.ll tl 
1ln., debates em rorno da nova Constituição de Ponugal. 
Ao analisar tais debates, Rogério Fernandes15 registra o desejo unlninw dü'! 
políticos brasileiros de obrer maior autOnomia para a organização do cn!>II ICI 11( 1 
Hras1l. Em 1821, por exemplo, os depurados paulistas afirmavam a necc..,sid.ttk ~~~ 
t''<ll.lns.'lo das aulas de primeiras letras c de criação de cursos científicos em 1nd.1S 11 
pmvfnc.ias. A junta da Paraiba, no mesmo ano, reclamou dos baixo\ sahírru' rnlc• 
ltados pelos professores e estabeleceu um valor maior, o que foi ac:uadn pcl.t Co 
'" '''·•o de Insmtçao Pl'1hlica de Portugal. 
1\ ju,.,,,,_lo M.ut~nhAu, ,,.,, llll! ll(t,IIIIUII\;it•ll =• ;iu•plhç--:.o d~ t;,~çc,lrts, '' cn~1110 
p•iblk(, l~·uliui11o c o âunwmn .lo ui Mio p.üa o.~ lilt:.'il rt:l; cn1 111 dgo pi•blit~lu lcl no 
i~tr n.d ( J ( flnrilt:Jdür l'lll I 'I d(' Julho de I R2l. E•n :•gcNu du llll~snu• llllo
1 
nuru 
m•mif~~\to .1u pow1 bri•~ilt·iw, d, Jlr.dro I S!IJJI'IÜ u crb\~:to dl• 11111 trScligo de insuuç:io 
ptíl.lka nacin11al fi111clado tu),ç prindpifiS cl,, t~du,:açlio libt•r <11, tJIIc "'' Ía111 t'.\WIIÔir i~ 
p:tr 'a a lê:liddJdc do lktsil. 
l'.tra finalJzar, <.:orn ha,c t·rn lllll;t pc~qurs.t de Elomar fambara 1' , rdadonanl 
se algumas obras escritas ou u.rdund." j)JJ.t uso csçoJar nesse período· 
• Matemática- A seus disc!pulos oforece e dedica ~rta mnnórw de tngonomrtritl, 
rm rmt~! de amtzatk, de João dos Sanros Barrero ( 1823); Complmumo dos rlrmr'' 
ltJ\ 1/r ,í<~ebrn de Lacroix, postos em linguagem para uso dos ttltmo.l dtt real ac·rult'IIÚtl 
militar desta corte (18 J 3), Elementos de trstronomia para uso dos alunos drz twtdrmttl 
rr.t/ mditar, ordmados etc. (1815) e Elemmtos de geodésia para 11so dos drsdpulos 1l11 
lfrtltlrmitt rml militar desta corte, ordenados etc. (1815), de Manuel Ferreira de Aratíjc• 
( olltrnt~r.-.cs. O mesmo autor traduziu do francês para o porruguês Curso elnnt'll 
''" e mmpleto de Jtúltemáticas puras, ordenado por La-Cal/e, aumnítado por Marir ~ 
ilu.,tllldo por Thel!nuau (1800), Tratado elementar dt1. tmdlise matemática por}. .-1 
I ( rmxin ( 1802), Tratad() elementar de trigonometria retilínea e esférmze da aplim 
~""' tlT tl/gebra à geometria Lacroix ( 1821) c Geometria e mecânica dos oficios e das hr 
lll) ~ttrlri curso normal para uso dos artistas e obreiros, dos contra-mestres e mestrt•s tlr 
ofrdnar r fiíbricas, pelo Barão Carlos Dttpim (1835). 
• I li~t6ria- Inácio Felizardo Forres traduziu do francês o livro História do Bn~sil 
lr.-dr flllltt descoberta ati18JO(J 818-19), de Affonso Beuchamp- a mesma obra fot 
uwlit.td,t com acréscimos e o tírulo de História do Brasil desde seu tkscobrimmtomt 
I 'lO() tlfl 181 O, vertida da .francês e acrescentada de muitas notas por Pedro José de Fzgun 
w,/, ( 181 7- 1834). Ourro aucor,]osé Feliciano Pinheiro (1774-1847), paulisra com an 
vid.ulc.'> poHricas no Rio Grande do Sul e doutor em cânon~ pela Univenidade <k 
Goirubra. escreveu Anais da capitartia de S. Pedro (J 819. romo I; 1822, tomo H). 
• fc.ooomia polirica- Bento d.1 ~ilva l.i .. lm.t ll'.ldutiu ,. sinretizou a obrJ cJ,. 
,\.f.uu "ltnirh em Compêndw tftlolmt / 1 riqur.u1 tlm "''I ''f'J d,• Atlmn Smith " ( 181 I). 
• Mural José Sarur niuu d,l Coshi (l/7~'·16~l), prof~~:;~ol d01 Fscola Mili1.1r, 
puhlrnm I diUm p11m Nll'lliflllf, í"iilllll/1~1 ,u,,UI rol'rllo til' birlt1d,,, 11/fJIWs. l't'lll//111({ 11(1)' 
,/~fmr;, md""'m'r t1.1 ,{fttdn lt'!lll·l; I' 1011 dillltt~r~ wln'f 11 J!/Oi:'~{f/a, rt f'mun/o_~iil, billti· 
dit ,t,. 1~11'/ug,t/ r lu.,ltJrin 1111111ml C I H I H) 
··················· ······· 
t llttulil.ft/;• '"' .ll."rl/!1 .,\'/,\' "'' /lmiíl 
• Ung11.15 - Ntjlrxliri r•drim d,t 11"1.'"' /"ll'fll~:ursa uo ;m o/lrrtd.1rJ~1 u;lm~ 11 lm 
mo11i11 dtiS ;•.Jhti'Y.tJ r úJiírir.t rlrJi lmw (1607, d~_,j, optÍ,tullls)~ d(' Autíinin 1\:t c~. 
1/Jt't•r tmnJ'hlfllfl rll' gnm111/tf'tl /1111/ft,~WHI, "';~"''ir.~~tltt rlrformtl ltl/t'lfliltir,t, t'tWittdill• 
lttf/iiJ ;i tilf'•tmiJrdr dm tr!unm, d(~ :llllêlri:1 elo célebre ht:t C.mcca ( 177!J· I R2•í), pct 
n:unbuuno da ordem dos catrnclit:J\, pwfc,\or Jc. rcr6rica c gcom~·tria <: um do' ll 
.le"~' da Confederação do Equad01, movimento scparari!>t<t c •~·puhh~IIH1 nw1ndu 
"' I lU); Artl' dt' gramdtica portugut'sa, que para uso de seus dtJCÍpulm l'Oitlf'b> o f'.tdl'f' 
lp,uâdtJ Frli:wrdo Fortes (1816}, Brez•e exame de pregiUÚJres prfo qut ptrtt'll(t' ,) ,mr tlr 
iY'Itidc'tt rx:tmltÚJ da obra "O pregador instnddo, ( 1818), do presbítero, advogado l~ pt', • 
ÍcSMH de lattm Inácio Feli1..ardo Fortes; Nova gramática portuguesa t' mglr.flt, tiiJIIIII 
rm·r p.tra instruir os portugueses 11a língua inglesa (1811). do bachard em lei~ c lil(l 
t.'Jii:\ I lip6lito furtado de Mendonça; Compêndio da gramdtica ingleJrt r portugru·s,, 
/''llíl mo drt mocidtzde adiantada nas primeiras letrm (1820), de Manud Ju't' dr Frei 
t;l.,~ CtJmp~ndio da gmnuítica francesa, recopilado das Artes tk Mr. Dumnd r• I hm,lJnd, 
tJI'I'Ítt; pelo rnétodo d11 Artinha do grande padre Antonio Pereira de Figucunl(l ( I 8:.!3), 
do pr()fcssor e presbítero João Soares de Lima Mota. 
4.2 A institucionalização da instrução pública pela 
monarquia constitucional brasileira 
Na Constituição do Império do Brasil de 25 de março de 1824, lllti~o I•/, &I 
ruiu I, definiu-se a nova condição político-jurídica da nação: "O lmpértu d11 1\1'~1 
,.JJ é ·• associação pollrica de rodos os cidadãos brasileiros. Eles formam um.t n.u;fl•.a 
livr<' c: independente, que não admire com qualquer outra, laço algum Jt· unirio 
ou l(:deraçáo, que se oponha a sua independência"' . 
A rarefa que se apresentou a partir de enrão foi a de garantir a unidade: tl·rr ir o 
• i.rl e a associação dos cidadãos - dua<s premissas básicas na composiçáo polft i1.1 dM. 
dite.\ nacionais, que apoiaram sem hesitação o regime monárquico soh o Wllt.uhlh 
de~ J. Pedro L As elites também defenderam a manutenção da csc.ravatura p.11 .1 f,4 
ramir os interesses econômicos e a união dos proprietários de escravo!>. 
Os confl itos, no entanto, não tardaram a surgir. A medida qut· .t~ h,l\t'\ lch~ll ~ 
dt governo se afirm.tv;lm ficou daro que a premissa de unific.ar o~ rntcrt'\~,·~ Jc !(t~ 
alm os ddadãos cr.t int·xt<JUÍvcl. Entre a posição do imperador, .turopm<Lun;ulfl 
dt.fl·mor da Íntt:gritl,ulc e •la iml<·pt•nd(•nc.ia nacionais, c os imert''>\l''> do' ptupric-
r:ÍIIu' dt· tclr.JS. e dt~ ('.$(!(avos log1• ~"'tSir .rm drfer<:nças qnantn .ao .wmum:nw dt• 
pcnên~'a n.u~ ion;~l. FurHI!ldll c.'lll h;t\C'" ll 'ágá>, C!>\C wntimc-nto f~1i rncwiclo de inf 
........................... 
1'/, L 11) (~ l'inw n .. tilill junlnt. 14 ' "" llrrmL p. 111n 
d•> '"''" i«nilu""''''~!u, "'" 10 ,.,.OIIIIu d• "'''"<i• do "'" ••nlonku l'"•i<on 
.,;,,...,,,, geo•nJ,, 11111 ·~• '"' '"''''"" '"' que oe o"" iu11"""" '" o file",.,., I'·" 1' ' I I' ' r1~1:ts t t' < ''<'ll" llll~\ H• upo~. 
A• • nsn u·~isrond;, t lo I !lU ao,• 18,!1, 'fila'"'' • d, lhl~oo I ahJ;,.,II do "ono 
""'"""'"" 11 a in"'I'•"' ;,J,,dt ''" n '""arao p>•" I" o • ou•u i'" o" i u <e <e'"'' di""'~"'" 
,..,. Ao diS>olv« a A''<'mhlti.o Ç',,. '"i 11 • i 1 n n , I c 1823 c "' u "'~" a Como i"">·"' do 
I H24, o imperador'"'"" """ <li«oni><s ,1,, l•'<leo; ~k,mu 'l"c a nova c,,., nlo 
<'< 1111 ra """• os i nre"'"c' d"' pmpo io·o <• iu <. " l<ou11 a < ""'" foi ionpleonenoooda dtl 
xom d..,o que se trarava de uma "'""''"'"" e<mr.li,adora garamida pelu l'nd<r Moderador, ainda que consticucional. 
A primeira reação foi a chamada Confederação do Equador, que reve lugatoln 
l!o ·, iiC em 182 4 e se esrcndeu a ourrns prov/ncias do Nordcsre. O moviment" cri 
do ou o Poder Moderador, rejeitou o presidente nomeado da provlncia e a uovo 
Cnn"ituição c proclamou uma república confedernda, chegando a convocar "'"' 
Ao.cmbléia Consrituime. Reprimida a revolta pelo governo imperi.J, 16 de scuo 
ildnn fornm condenados à morre, enrre eles o popular Frei Caneca. 
Outra medida centrali,adora tomada por d. Pedro I à revelia do Poder kgi• 
l.otovo foi a assinatura de trarados com a lnglarerra que determinavam, entre not 
ro ·" coi,.,, a extinção do tr.!fico negreiro em 1830. Esse f.uo, somado à resraotraç•u 
.ol><nhoti\la em Ponugal, agrnvou as suspeitas quanto à manutenção da monarquia 
(urt\litu<ion.J no Brasil. Além disso, várias crises econômicas se sucederam, cul 
no;narrdo com a f.Jência do Banco do Bmsil em 1829. A abdicação do imperadm l~1i iut•viráveJ. 
Au longo do pedodo «genci.J (1831-1840) se .Jremaram i niciarivas progrc, 
•ht .h <' «mservadoras, por parrc do govemo, com visras à manutenção da ordem 
;"""''c da unidade polltica da nação. Em 1834, dun>nre a regência trina de Cam 
1'" Vo·rguciro, Francisco Lima e Silva e Carneiro de Campos, um aro adicional à 
( nu" it u i1·ão organizou as assembléias legislarivas provinciais e conferiu maior au 
t""""'"' à.o decisões pollcicas locais, mas também aumentorr o poder dos prcsiden 
,,., tk provlncia. Ourro dispositivo do ato adiciorr.ol ''"ipul.ov;o " «gência una arr ;I lll.lloiJd,Jde de d. Pedro li. 
I· no re 183 2 e 18 50 edooliram o li >co·'"' m•ovo ""'"' "·' '' "'"' .,., i,dos por de-
uo.rrrob, focai\, Dois deles f<or.urr •rrfofcvoçU.• d< tlil'""' U fkvuft .o of • ., Caor>ncb, 
o' rrr M "'·" c;<rai. (I HJJ). o· a lle.,rlo. do, M•l~, '" ll>foi,r (I ~.1)). I amltém mero•. 
(''"o '"'""I uo· pela p.trr i, ip.r(~o flOfiUI<I• • ~•hln•d• (! H,l? · 18 )8), n.o ll,oh i.<; a !I ;o. 
l.ú;oda. ( I il!IH). nu M.u .m hJu, ( :.,,, j r Pi•nlr • ~ I ·~""""li' ur (I HJ $-1 H 'i 0), no l'.mi 
1\ .. .,.;, ''"'I}• oi." ""''""' foi • k.,.rfu\.,1 1''"""1'111,., no l(k, Grande do> Sool. ,,,.,. 
doo «Ju of,n O""' ( 18~ S• 184 ~) .~rltlkfo.., oh• I'"''"' • llfüVIud:o '"1':0 "" l.o <lu 1 n 
'"u 1 c <lo lm pédo, 1 ""' '""''"'" UIIY ......,.,,., • """•'" I"''" iCdeoul imuo, 
~ ~\.\~ III(IVÍIIII'IIlOS t'IISC!j:irllm ... IU&l\JI'Ii\~Ü iiJ lll.llllllthulc. de tJ. l't'<ho IJ , C (I 
ttuvo iutpet:tdor ~L\\IIIniuu poder rm IMO, 110~ t•J fllltl\ de ~tl.ttlc, c:·cull o ühjecivu ,~~: 
~gumr :t t':>t;thilidadt.~ poUci,-., do p;~f~ , N&o dunurou, porém. :1 I<.'..S.\urgit "dch:u«: 
!li i111 1111 da ct.•rHralit.-tç:io nt(m.irqlliC.t ·~ di• :nuunumi.t provin(ial. Frn 12 de· mai.-1 
tio I MO. <.om .1 aprovação da J..i iut•:IJIICt.ltiV<l do ato adtc1onal de I 83'1. fm '"l'ri· 
mid.t .•. tlll<HlOnlta das provfn(l.l!. t' IC\I.&Urado o poder do Comelho de hL;tdo d(• 
rr.•li1.11 IHUllt~çõcs de cargos públit.os, o que fortalecia o Poder Exccuuvo. 
A~ mcdidàS foram conresradas pelas elites de Minas Gerais e de S:to P.utlu; 
•tt•r ;•pni.u:un .t antecipação da maioridade do imperador mas reagiram di;wtt~ cl~ 
di~~olu~.to da Câmara dos Deputados, composta em sua maioria de liber.tis. ' lbu 
lug.u.então, a chamada Revolução Liberal de 1842, que mesmo derrot.ad.a gt:lflll 
foll\t'((Üências imporrames, dentre as quais a nomeação de liberais par;\ intt't;l~ll 
li Mini~tério e a decretação do parlamentarismo em 1847. A decisão t cvt.~ <:omo 
objc:Livo garantir o revezamento entre conservadores e liberais na compu,içr.o ílo 
MÍrtP•tério. 
O enfrenramenro de todos esses movimcmos produziu estratégia' difc•tl:llct;l 
d.t~ pJra a manutenção do difícil equilíbrio entre a meta de coesão n.u ion:..l r o~ 
iutt'tl'SSes localistas. Ao lado de decisões e iniciativas de caráter ecunômko (JIIê 
•_H .1 beneficiaram um grupo, ora outro, restava a mais espinhosa de toJ.,,. .ís 'l"C~ 
1i1\:s: a da abolição da escravatura, que só seria efetivada em 1888, depois ílc una~t 
w rte de leis paliativas e fragmentadas. Por ouuo lado, a orienraçào J,, t't.cllll)fl)Ííl 
111\lliCÜal exigia auronomia e liberdade crescentes em relação às defini~bC\ puUd~ 
1:.1S c econômicas. Em conseqüência, a partir de 1870 ganha força. o nwvltw:utu 
"~publicano. 
No conjuntO das variáveis políticas que imegravam a complexa C!.tnttur:t ch 
na.anutcnção do império brasileiro, foi central o problema da "associac,..to pollti'~' 
tk todos os cidadãos". Dai a elaboração da proposta de educação eswLal. E111 que~ 
pese ao enunciado que igualava a rodos na condição genérica de "cidad.w•?'. h.wh1 
tlnt,l clara distinção enrre as elites politico-econômicas e as classes popular('s. lJmu 
d.ts únicas propostas para o restante da população brasileira era a educ"\':ÍC,, Ínfi• 
11 umenro de elaboração de uma identidade que integrasse a todos num iddr iu fi) 
111\ltn de penencimenro nacional. Concretamente, isso tradutÍ:l uma tutld.tdl~ dr 
itlll're.sses com vistas ao desenvolvimento econômico fundamentado no tt.th:tllu_, 
regular. na ordem c: no cumprimento do dever. 
Ma~ qua.is c,crif1111 os .\llpmrm hcncfkiários da propoHa de uma ill\trtu;flc, pt'i 
hlk<l 1\Jt;Íonal, tt•rn.t (t~ntr ~t l dt' di~l;III~O d.as elites brasileir<tS ,to lcm~o dr. rü,lu " 
llhlllo XIX? Alg11nR .:tl.lü~ ~lc;mogrdlkltS pod<'m C(lntrihuir p.n;t l'\\,1 rdkxrtu, 
,., 
Q&e•clro 4. CtmiJKu'"~•· &'UUu' d~t fiOJ.tl!lit\ÍI•• l•nuildnt ( 180 I d 8[J(I) 
llnmna~ hra~Jit·nm 
l· tlf0Jll'l!2_ 
lntlw, m~t·gr.tdCt\ 
Í.% .' 11 11 
l-f1111n Mu~ {~pud l{<ls.t Vir~inia Manm t· 'iJ!va l:iumiJJ pnru 111n11 JiJfi,)liJttlrill lh> /'"'IU,fub lmliJ/IiiJ•} 
Ou1ra .úcrição esrima, para I 823, uma população de 2.813.35 1 hnnJt'IIS 
c.: L 147.515 escravos.' A Já o censo geral do Império de 18721' 1 rcgr\lt,J ulll:l 
la~'áo em torno de dez milhões de habitantes. sendo 15% compo!.tJ dt• t'!S(h&VOft 
Ainda de acordo com os dados do Quadro 4 remos, somando-se o pcr<.cruu:al 
popul.•ç.to africana e mestiça, 57% afi-odescendenres conrra 'Í J% de br.1nco~ 
lltlltto., aucores suspeitam que o nl'tmero de brancos era excessivo e indula ~xpr& 
~i\~1 porcemagem de mesriços que se qualificavam como brancos para dcv:u tiCIU 
.1'/illtl\ s<•tiaJ. De qualquer modo, é interessante destacar o significativo dc.·ut1~drno 
._tt população escrava e a ampla miscigenação retratados nesses levanramtrll(•~. 
H'''-'·' dados são fundamentais para avaliar as peculiaridades dos disuu~c}.\ 
u~órs rdcrc.•nres à implantação da insuução pública no Brasil imperial. D.t IIIC.\rlJI 
1;11 tu:,, tt rmporranre recorrer aos processos legais que elevaram as pessoas ,, ~cm,ll 
ç~., de~ tidadãos e lhes proporcionaram acesso à instrução pública, sem t'.)tfiiC<C'.r 
de •fllt.\llonar os artifícios de exclusão c as precárias condições de vida dt: !-:nlliclf 
p;u w d.t população. 
Emrc: ourros dispositivos, o artigo 17,9, item .30, da Consricuição dt· I 82'1 ~~~ 
~cwuava que a instrução primária gratuit:t c.•r.1 diwuo inviolável de rodo ud.•dlin 
lua~ildw. Mas isso remetja a outr.\ tJllt''i tiio; (jll('lll c~•=• t'ott,idtrado cidad.to hru~i 
lciru? O ;trugo 6~ determin<t St'tl'lll de·' O'i ll~)dtlltS no Ur~•~il, <JUt:r s<·jJm rngt,ll_tlt)\ 
ótr lihc~ r w~; m filhos de pais hr.t~>lfc·ma)! <.: .t)~ ilr.-gfliruos de mãe hl~bik,ra, nascido.\ lU) 
t:.\ti~Utgc:iro, ma!~ corn dorn1c {fi!, lillu llu Hril ~i l : n~ lllltn~ ele pai br;t~ildro, n;tsd<lc)â 
t•m 011110 p.tl\ c sem dunudliu nn Br.ullí h1dm O\ ,,,.,tidos t~tll Punugal <~ t'IIJ ~t!u~ 
lf(llliÍIIÍU!,, rnor,ttfttrc.',\ do 1\,.,,jJuu/pct(l cf~t llldC<pWd~llí;Íil C (Oill inter<'\,\(;' Clll JICI 
111:111n t'l nu l'·'í'; c· "' '~'' "''ttrrh•• 1111111 "'''•''"' 
······· ······ ·····!'•••···· 
IH, M~cii!lkmit ·h Silv11, () itl!flrH!,. Hwlltltw. 
1'), A''I!C'f., \'i,lllltl! ll.lirllu• • IW.;IIi M•• Jl• jt} 
líi"il .lfmu/ f;,ft.i,/n "'"~!'"''"· I'• J.' 1 
IAH 
r. Í111p(l11:11liC tk•H;Iüll (JliC1 flfltt~ (l'tfnli- (111_ C:üii)IÍIIIiÇ{lfa, US m~gros 11;11) ('~C:I 
hnptdido~ dt~ fi!'IJikiiiJr ~• tilll.- 1n\hlrt,\, O ititp(~tlimt•fllll ,<.t~ rd~·ti.t .til\ c:'IWIVo:> 
wua COBdic,·ao dç n.io-t id,,d5o•J. Cc;-oirw pmpt it-d.u.k tk· 'rm 'cnho~t·~. podi.un 
M(('lí~ü :rum llll'Site pattttuloil C.l~c) c,o; \(tdwtt'\ .tr<..•lSM.:tn <.nm o:. çuMm. A im-
púhlic:r cr.t dcsrinad.r .1m rid.td:tu,, hta\llcrro~> sem outra disunç.í.o ()Ut: n.1o 
io ~t·rcu• livres. Segundo Rc.·gu1.1 \chrtctdcrlo, apenas a província Jc· ~ao Pcdm 
.... HJ11 C1.111dc Jo Sul contrariou a Consti(llição c, em lei de 22 de dezembro de 
llt \7, prutluu o acesso de negros a aulas públicas. ainda que livres ou libertos. 
Apü-"·" dt· boarantida a todos os cidadãos. os filhos das familias abastadas não cm-
Uiti!Willll freqüentar a escola pública, optando pela educação doméstica, professare.' 
,.llit:ul:ut~' c colégios pagos. Os registros documenrais confirmam que a escola pú-
Wic_il pt im.iria do Império foi freqüentada. ainda que de maneira difusa e irregular. 
l!i~ C(unatlas mais pobres da população, em geral também populações miscigcnad.~. 
E!!~~~ tc:Uidade sugere uma reflexão sobre o discurso das elites, que proclama-
llllí Clllc: ~l escola seria wn espaço privilegiado para o desenvolvimento dos vaJorc'i 
141 dvili~;•ção. O alvo da escola pública, no Brasil, foi essencialmente a popula\.to 
IHihrc, ncgl'a c mestiça, portadora de "hábitos e valores rudes", não afeita às norlll:tli 
~tchtis m·m ao cumprimento dos deveres e por isso passível de 1;er civilizada. A di 
fu.~o d:a. escola pública uniu as elites na afirmação de um lugar-comum: o di.•. qu~ 
1!.1 inww;ão dependeria o futuro da nação. Mas não foi elaborado um projeto na 
lu•ual dt· cducaçao, e os procedimentos para instruir o povo fragmemaram-st• ~~~~ 
llltdí!l iva' \Ubordinadas aos governos provinciais. 
H11trc a resolução da Constituição de 1824 e o ato adicional de 1834, que tram· 
k1lu p.tr.t.t!> assembléias provinciais a tarefa de administrar a instrução pública, O<..Ot· 
ffi• umunico movimento direcionado para a unificação do ensino- o da implant.t· 
~]O ofict.tl da escola mútua, em 1827. Aplicado no Brasil entre a independência c a 
dfc;tlb dr I 840, mesmo com significativas limitações, o sistema proposto por L.tn 
ld\'lt:r uniu as elites em torno de princípios pedagógicos fundamentais: abrevi,tç.m 
(l!l lt:111pn de aprendizagem, redução de despesas com o pagamento de ptofes\orc' c 
t',(' llc:r:tlll.tç.to da instrução e dos hábitos de disciplina e ordem. 
N.t década de 1820, diferentes disposições normativas deliberaram sulm- a 
'd.u;ru, c: a regulamentação de escolas m(mta.~. bem como sobre o rccruramcntu ~· 
fh1g.ullcllfo de professores. Algumas dessas escolas se encontravam sob a rc~ptlll,.l · 
hilul.uk dJ Repartição dos Negócios da Guerra devido ao seu funcionamento no 
IIIC'IIIIIIIIIlJr. Destaca-se, por exemplo, uma deliberação adotada em l823 qUt..· ~::<i · 
•:.'•' .1 pa·\crtça de um soldado de cada província para aprender o método n.1 rt•t.ón · 
1.riuda 1•-"oh.l do Ar'>cn.tl dn hrn uo. no Rio de Janeiro. 
ttti••···················· 
10 A IIIJtr-u(ll" ,.,;f,ht,; 11C1 Nu• (.Jfilfftlt J!f \11/ i 1-r.•n. J HIJ!I}, 
14Q 
Na Ass<'rnhl~i.t Ccxtuifuintc reunid>1 em :ahril de. 1823, •un prnjcw 
tado por M.tuirn Fnmdsm Ribri1o d,~ Amh;td.t cnf:ui;,,~,.,.~l ~• ffií:~ki.t,lf, 11'"''"-
destacava a v.uH.tgl'lll d.t un id:nlt- d(· ""11 u~.&n ,. d.t di,cipliu.l . Em I HJ.h, 11 
da Comissão de fnmuç:io l'tihli, .t d.1 O inl.lt.t dos D<·ptlt~ttlu' inuudu!ll;uu IIIJ\ 
jero de ensino orientado pdu ,i,tcm:t de l..mc.tM<.'f. Por fim. lU lei impcrilil dt 
de ourubro de 1827, o méroc.lo fm ofióaltt<tdo potra mJall . .t~ provtnet.l\ du 
acrescentando-se que os profcsllores deveriam inMruir-st• n.ts Cllc;ol.•~ d.1 ~ 
às suas próprias custas. Ao que se sabe, contudo, cais escolas cxisu .mt .lpCIHL'i no 
de Janeiro, à época. 
A determinação legal dispunha sobre o funcionamento uniforme tb C"M.ülil 
rnemar em rodo o Brasil, e em que pesem as limitações do funcionamcnw Ju 
mútuo, é imporrame acrescentar que o consenso das dites brasileiras em wrnn d.t 
posta estava em simonia com o contexto político, econômico e cultural vigcntl" naa 
ciedades ocidentais no período. Em outras palavras, a aprovação undnime do m~tfJéM.1 
mútuo pelas elit:es imegrava uma estratégia das elites para expandir a instn.u,:.tn po.-
lar, administrar os gastos públicos e implcmemar a cultura pedagógica d.t dil.~da. 
As modalidades pedagógicas existenres eram em geral .do aprendil.;tJI, ind 
vidual e demandavam anos de esrudo sem resultados aparentes, além de f.wor«tf 
a ociosidade dos alunos. O método mútuo, por outro lado, apresen(OU inoV.IIJl\tl 
no sentido de atender à cresceme necessidade de racionalizar o tempo e dis<.iplinar 
as condutas. Sua gra nde popularidade se deveu, portanto, a urna nova n•ganl 
zação da aula, e não a um novo método de conhecer, pois este cominuav.t se VI 
lendo da memorização. 
Se não inovou nos modos de aprender, o sistema mútuo criou um J>rutC',ll 
rnenro escolar que previa a ocupação de rodos os alunos a um só tempo, .t inta<,,lu 
~.to de princípios hierárquicos e baseados no mérito pessoal, além da aholt~!it! dt' 
(..tsügos físicos. Na prática, porém, a expectativa que cercou as escolas mútUas n~n 
foi totalmente satisfeita, pois a adesão das elites não se fez acompanhar de mi•di 
d.ts eficazes para sua implementação. Os professare~ não foram preparados Jc lllil 
ncir.t adequada, os locais para aula eram insuficil·ntcs c làltava material. A .. , int, 
qu;tndo SCU funcionamentO foi deSc!ltillluJ.Hlo, IIUS dt~Ctd.ts ~eguiJHc.>S, isso olt:UIIIC 
ll'U mnis por questões relacionada .. wm .1 Lth ,& de coudr~nn tl!utkas para <;11.1 .apli 
l.tçáu d o qu<' pelas limiraçól·~ P''< l.&tt<\~it:íl ~ dcl ll!c<todu. 
Em 1834. com a dc.\Cl'ntr.tliuiÇ':IO oldqtíni)tr;ulv .. , l'''t>Í>IÍ r.em <.'se ~tga :",.." ''IUU 
m prohlc·m:~~ ccntt(IÍS d;t inslrllç!\(• j)tlhlif.A do ltttJt~IÍt'l a Ín<.c•r1t:z.1 qu.tllfO às ~·c111 
d11,ncs de l·dn<.abilid.adt· d.a ,o;odc.'d.ulr pohrr r nw~l i~·•• ~~a uust~ lt dil dt• prujt:tus dt• 
n lttt .u,.au .uticul.u.fo, (' dum,Jumm, 1•\4• •r ,lt'\Vt'll; em gr 'e&lld,~ p:uw, à', <liiSt:&lltt'j 
.ahtmçiic~s nu~ pmtus dc~ \OIIIJndu tlil i lrtt r•hh ~UOrt,tl c 111..1 uuidi;uu• d1: diflcuhla 
ck~ d.t$ fl;t~\l'~ pc1plll l11 C'Ji f)~r• ntaltfft UI\ ~Utlllhu~ 111! (')'(í) J,I, 0:> 111 1.1\'Í IIIC~illt• S i ll ~ lll 
aedm111is tH).It riilt•S '"' ~tu1lu XIX tt~lím u tlr~\úlll f! lll!M'! c•m<~•t im,&giutido do 
111~ I ORlA U,.1!1i.ltAÇÂU 
\;ült lll \111\~1 11.1~\tO livre C intl~l'fll\lt't\li~, e fl\ iii iC'U.'.S~C.Oi p ;HI Íc.:IIIMt$ tbS t!lilt.$, 
inu~ r r~~es forjaram uma t:~mHUhl polieí, .c 'lu'· f.won·<:.b o dirnt<'lisnu.l, im• 
)ill&illlclo t.mlo ·' elabor;u,1iü ,te pwj~túS n.tLtonais quanw a l'fctiVtl\'!io tbS po· 
A i:SSl~ quadro se acresciam ,,\ l..tmll!~oell de freqüência à escola. Apcs;ll ,te: ,u h!(::.&h Je educaçáo. 
1lr,,H(,ri.1. ;\ imuução pública nao fo• aJorada simuhaneamenLe em tOd:t\ ~'' lll<' 
th i~~ , Manas Gerais e Mato Grosso, por exemplo, a estabeleceram na déc .. ul:a ~k 
I 11\0, 11 Rto de Janeiro na década de 1850. Em seus relatórios, os presidente~ Jl· ptn 
tnt.i~• eq.;eMravam e repetiam, gestão após gestão, uma queixa comum: a ttll'•êm 1.1 
Ml il frCt}iiC::m.ia irregular dos alunos às aulas. Os motivos eram óbvios: <\ condiç.u, 
.te- p••lu c1.t t'tn que vivia a maioria dos alunos, o trabalho infantil, o desprcp.m1 
"'" l'llll t•.,sorcs, a falta de material c de prédios adequados. ht~.&lmcnte, ainda há que se considerar o preconceito com que as elite!> poli · 
Ultl~ t' nonômicas viam o restanrc da população- e que se transmitia obvia.mcme 
._,enfoque educacional. Esse preconceito tinha fundamento na pobre-z.a, 1\;l ll\C:S 
tl\t1Vt'" l' no hábito das relações escravistas. Muitos relató rios de difercnlcS piO 
Vlllt~i;.s n:gistrarn dúvidas quantO à possibilidade de o povo simples desenvolvei (lft 
lh\\o\ii):\ c o refinamento cultural necessários à civilização. Em síntese, as ditt'5 t.cm 
id··•·•v••m a maioria de seus conterrâneos desqualificada para a inserção "l{~i:tl 
l) mtnisLrO dos Negócios Estrangeiros, Paul i no José Soares de Sous.t. viscnmlr 
tio Umgu;ti, atribuía os problemas da administração imperial aos cosllltnl'' t~ ~ ú! i 
~"'" •·tntcJ da população. Em ,elaró<io encaminhado ao minisuo Pedm ,kJI•••'•i<"• 
J.hu.e ('1\\ 1<? de fevereiro de 1858, sobre como melhorar a o rganização <.L1s prüvlll 
d11~. "'~' :.tllrrna: 
Demais, o self govemment não é um talismã de que possa usar quando 
quclt.l. O selfgovernmenté o hábito, a educação, o cosrume. Está na tradição. 
11.1 t.tça c quando faltam essas condições não podem ser estabelecida~ por lci'i. 
< 'omo h.i três séculos dizia Sá de Miranda: "Não valem as leis sem cosnJilll", 
'.e h: o costume sem lei" l ... ] E é por isso que as instituições dos Estados Uni 
,lll\ c da Inglaterra, na parte relativa ao se/f govemment, nos são pela m.1iut 
l'·'rt'' maplicáveis, e em geral à raça latina.2
1 
Num discurso de 1869, o presidente da província de Minas Gcrab, Jo,t' Ma• 
tli! lknrvedl·:., afarma que as reformas na legislação educacional seriam in!>ufadcn · 
10 "st:lll t JUC o CllpírilO pllhliw .. c c:sd.1rt<;3 mais, o estado da população "'d\uué c 
············ ········ ..... . .& t. H.t iJu'uiH, I kS' · 1\nnu A :ft (\1 11,W. I A A G) (~1io\IIIU do·ucim• .o 11.1 h.a~(' riu Cenll'f r,-,, ltrsttif(h 
I jhlíllfl'll l.o Uuívrt ''''·"" oh: (.h\··~~~ (/f,lllili!l (!Cliifl/iffli'/11 J), .. to)>fl'lllt) l hnp /fwwW.(cl colu/(lltlllowin 
(Ir\'"'" . Í.ll'~'"'''' ,j,, "''wndt, oM \ lu~Jüll. ,nehou tln.ul\• '"~ I !.!SK, ~·l i11o' luldu 1111 ocltllórlo ,Jc lli~'f. 
~ ( Í\·iliziíç!lo ~"· tlrn,·u"'"' Jllll.,. Jlvu,,u l.tru,uf,,s 6\)(:iai~"n , Par:. Brllevitlcs. 
rer;u;f~.\ dtpl"udcriiun d11 "~-•" d11 h'llli)U, ou 6t;'ÍJ, do grndua_l ulwulono doJ 
. . ws c we/on:.\ vig,·r~rcs. 
E111 rrf.u,ír ío cl;e llli:'t.ut.r prüvino,., dliliedo de I 8t)5, o.ç ''H~tlllnos de IHII il 
IIIÍS(ifi ·Cii;HI;, p. tfll Sllg1~di• lltud;ill\~1~ IH! Íli~IIIIÇ:iO ptíl,lica I('J::Í.\Ifalll 'JIH! "r.' f 
~'IÍ;tr l'. JHOillOVt'l t'lll l t~ IIIÍ5 1_1 111{1\'ÍIII('IIIrl iut_lu)rd;rl: Íl~ ;f.'i~ÍIIl lt:d O f'IIVIJ (:,\l it 
l;iariv,, indrvidual dt: .:uj:1 f~tlr.r lillll•·, 11•)5 ··ruri)\:unos c c[llt~ por w;rcs tnn•,\r 
hu idu a dd<:i r o llll'fl'll 1<: da f.t\ .1 l.u i ua"' .11, 
Hrarcr;.~mo, a., prccJri.l\ wudiçnt·\ de- vid.t da tnaioria J~~ popul.1c,..w t•nun 
vada .. pda trcsccme concentra~ao d.1 rÍ<Jlh.'l.t n.ts ntaos de um grupo rc.\truu, A 
,,il,f~tl.tdc th: freqüência à Ci>cola JcpenJia d~ condições matcri.tis de Y1tl.r tlch 
, .. ,,. Por sua vez, a consranre alteração doç quadros polltico~ nas províru.i:rto r 
pr<·,onrcitos em relação à educabilidade da população não f.worecia111 ., im 
r:t~.w d1ca7 de medidas para o funcionamenro das escolas. 
José Ricardo de Almeida24 considerava a questão da grat uidnde Jo ensino 
t•ngodo por não comprometer as famílias com a instrução. Para ele, o pruhlcn,. 
c:r .t u "vício" das famílias pobres de descuidarem de seus fi lhos: 
Nal> cidades em geral e no Rio de Janeiro em particular, há dois dcmcll 
lO\ pre11enres: uma classe média inreligenre e, em geral, voltada para o ht·n• 
e classes inferiores muiro miscigenadas, beirando em alguns ponros J d.l\\i' 
ruéd1a, mas quaserodas possuindo um fundo hereditário de dcpravaç,to '111'' 
lr;lmparccerá nas ocasiões de faltas e maus exemplos [ ... }. As classes ocupa· 
d.l\ wm rrabalhos manuais ou degradadas pelos hábiro11 ociosos ou vici!~\CJS 
Jl.lft'C'em, em muiros casos, comprazer-se com a ignorância. A escola é pat~l 
C)\ pais desta categoria apenas um meio de frearem desobrigados da vigil.indt~ 
de .\cus ftlhos. já se conhece como são os filhos destes pais: pálido~. fraco,, 
111.11 nutridos; trazem em seu rosto um descaramento precoce; insrinros pc:r-
Vt·rsos já se apropriam do coraçáo dc.Hel. p1XJUtno.\ seres, que fumam como 
.tJuftos e não hesiram diante de.' um lOpo dt• ping.t. h1.1\ uianças saem muiut.; 
VI.'I.Ci> da escola tão logo cnn.1m, "''111 'fll.lltJII t't 111\lllf\.IO, nem mai\ morali-
t.Jdo\, nem menos turbulcnrfls·,H 
Ot.• awrdo tom o .wrm, íl JJf!í lll l,f~tcl(•lfh~nlu r tt tkl cnsi111, r~.~flu\·av.t a "índol~n 
ó.a" dth pol•~t·\, .1k rn d t· Ull('r'IJr lu fluniUil• lih,t.•!ih lil~ (1)111 impostos c k·v;i·l.ts :a 11111 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . ·~ ..... 
2~. l(d.uuuu. l8í'fl 1 ;,~ (rf7') IIN) flltu•r•fl• tihl!fll•tNI.t 
2t lt.r ........ l IHfí~ •.• , .~w! iú-' H•41 H li tiN 1 A 41J uu,'tl,~liJ wlo~litiltiA 
24, 1/,idri,l d.1 in11flli•2" pllillwrf '"'lfPtiH/, I t4111,. IIHI 
1 
~. llbMrln tlii imtru(il' f'Jll>lliJI ,._ ,.,_, ,.., • 1111111. .. IJ4 ~ 
I ~t:IIS filh(IS 1!111 ~tt(OI II!i f)llftiHII!Ih''• Jlflf ICii!tll' d(l (ÜIIVIVfl l ((ílll Oia!l~~S 
!HMI l! iudbdplinadú:;. •tihlfl irt,tt Wll ll .lbur!, p.•rn "11:1n!>ltm llôll' ü C5c:olri p .. 1hl ic:t 
· J I · . I' " tt\:1) .I I I' lllt ISt'lliC\ . 
N.t Momh"ltl que l{'{hgtu (~ puhlkí.lll e•·· I'} .W por ()(;3~1 .10 dfllllltflll'tlll'fl:.J io 
II~Cr•LI Nm mal de São 1'.1uln, il 111 (1~~5~or j<lao L Rodngm:' teu.: conwm,írio'\ 
hrr 11111 1d.ttório em que u ptc~idcJHl' th provfnda aborda o fechamento d.1 co, 
tia Cllt I H78. As razões seriam a inaptidão dos mestre\ e a baixa frequênlla po1 
P''w_d'" .1lunos, enquanto as escolas particulares eram bem freqüentada ... P<~r.1 
ittHhigur.,, contudo, é possível uma interpretação diferente: 
l l.wta uma outra causa que desviava da escola pública um bom número 
di! ~o· r t<tnças: era a baixa extração de sua clientela ordinária. Os colégios p.~r· 
l !(ul.trcs, onde o ensino era remunerado, não estavam ao alcance de todos. t• 
•k\\t· modo operava-se uma seleção: as crianças de faml1ias medianamentc 
1h.l\tad<lS iam para as escolas particulares da localidade ou, quando elas não 
i!)(f\li;Un, para imernatos por vezes distantes. Desse modo só iam para a escvl.t 
Jllihlica as crianças cujos pais eram totalmente indigentes, não só mal veslidas 
c· dc·,c.alças, mas muitas vezes desasseada..~. destituídas daquele polimento qut· 
tn'da à primeira vista uma boa educação de família. 2ó 
A .wilise desses autores ganha relevo na medida em que é conflrmad.t por 11 
I•HI•tlu., <]UC registram a total precariedade- para não dizer completa indig{·nd:• 
1lrt~ c:,wlas públicas de ensino elementar nesse período. Faltavam professorc' <111.1 
l! lk .. dm, material escolar adequado, edificações adaptada~ à sistemática das .nrla,, 
l ~eis f.HnrC.'o conrribu(ram, obviamente, para afastar os estudantes. 
l•m pesquisa recente, Cynchia Veiga27 constarou a presença, à época, de <; ri .lll -
\••~ llt'~ras c mesriças nas escolas elementares de Minas Gerais. A conclusão foi po\· 
•lvd pd.1 comparação entre mapas de população c listagens de meninos em cond içon 
de fit•qllcmar a escola na mesma localidade e no mesmo ano. Os m apas popula 
\ .i(lfl.IIS .lprescntam os dados mais gerais dos habitantes (entre eles a cor), m ,ts 1.1 
!lll'.'tltiU n.io ocorre com os mapas de freqüência das escolas públicas- apó~ I H:~·i 
J~1 niiu há registro da cor dos alunos. 
Isso demonstra que a cor das crianças não era relevante para a esratístic.t t·stn 
lllt ~ pdo menos em Minas Gerais e a partir da implantação d a instrução ob rig.t· 
.......................... 
J(, Jolu Rc~<lriguc:s, Um rerro~p«u•. All\110~ çubsfdios para a hisroria pragmuica. do en~ioo pí1hlili.• rn• 
o.lo 1',.-.J,:o, Mt'rnori;a dabor ... l.a pc·ln prnC Jur.n I. Rn .. ltigucs por occasião do cinwcrucn.uic~ cb l~uiA 
Nün1"l'b (::.pil~l.p. 1()5 ·h 
l / l~rldn\~-" m-gt.l~ I' mt'$1iÇol) uup•üt"OIIItlt' ift~ti~ui'iutulit.o\'~lo d.r in\cru\:111 t'ltmrm.u, Mlu.~~ (';(-r\111, 
!í~tuln XIX , lu Jlmtir t/, 111 Cr!flflrtiil /11JUI/I'ifiP ;(,. lllfl•;,.;" '''' liltu·.rr,w ( tunth.t. I'UC ;. I' I{~ ~111 1 1;. 
l(~} ·i , (1~ 1) . 1((1~1) 
Pl .l 
1t~lia . rmf,ür:J o lo.uç PM14 Ot ('(~ti~OlJ f.!iJpul.t~:i,_~u;a is. l'o,. 011 1 '" l;rd,,, ()\ <ltll 
ltl~ t'\< ul.trt·s t('gi~l t111 ia (J \IftJt' liftllprc :a tnndi,.in ,, .. -;.af de" nfunus. t~Spl'~i 
seu nfvc;l de poluc-1 .. &. No C;l~o,J;, <"du( ··~·'" puhlrç.1, lt' tH.Io l'lll vistJ o gr .ru de· 
riçagem da poptildçii<>. " ol.j,,, i"' ,., .o •'> ,,_.,,,..,.,, '""'' ''""'1-" '" I"''"'' e "'''"I"' 
Esse faro ajud.t .1 dus1rar '~"" u .a lvo da\ polfliras de <:ducação púhlk.t er.t t:SS<'tKiiJ 
mente quem necessllava \<.'r ''crvrl.t;ttlu" <.'lll novos hábitos c valore.\ para altc.•ru r· •t'V 
modo de inserção social. 
Constua-se ainda, pelos regisrcos do governo em relação a Minas Gerais, o)!lt 
alguns escravos tinham acesso ao saber elementar, mas com mestres panicu l.ltt'_,, 
Conrradiroriamente, a pobreza e a condição miscigenada da maroría da\ ui;tn 
ças brnsilei.-as- que eram a razáo maior da expansão de uma instrução púb~<.J •111 
visava integrá-las na formação da nova identidade nacional- impediram o seu d l'\t"fl 
volvimenro. A escola instirufda não apenas não conseguiu alterar a situação de indi 
gência das crianças, mas deu visibilidade à sua pobreza e .Unda estabeleceu nov;t\ cJl 
ferenciaçóes para o acesso à cidadania. O preconceito em relação à escola pt1hlic.. 
referendava as divagens sociais e émicas ao longo da nossa história. Um exemplo: tf.a 
dos registram que 81% dos homens e 90% das mulheres eram ap.alfàbetos em I ~NO.!~ 
4.3 A organização da instrução elementar e das escolas 
normais, e iniciativas de formação profissional 
Instrução elementar 
Como vimos, as primeiras iniciativas de regulamentação da instrução clemt.;n 
tar pública brasileira aconreceram em 1827. Com a descentralização admin..istr.l 
1 Ív;~, em 1 834, cada província passou a ter uma legislação particular. A parei r til' 
r;lf fato, é irnporrante oferecer uma visão genérica desse ramo de ensino no Brasil 
impl'riaJ no período 1834-1889. 
O decreto de 26 de julho de 182729 igualou os ordenados de rodos os proft..,. 
\ores de primeiras !erras em 150$000 anu.Us e den.:rminou que as rendas gerais 'li 
prh~cm o déficit do subsídio liter.írio utiliz.Jdo p.1r.1 p.rg.IIJH nto desse~ profcs~orn 
< do, me"'"' de gramáoica '"'""· < 'omo "" ;,,," '""'f>-''-'1'"'' uma lei de ago"" 
do nwsmo ano ftxou a dot:tç.io ~11111,11 du llllf!cmdnr• ,.,., I 000 000$000 c a da im 
1)l·r.u r11 em I 00:000$000. 10 
····· ..... ····· ... ········ 
1'14 
lhi 1\111{1 i('õl l .JIIÍII;I o lo~ sécul~o .'\IX 
lili! llil J'lml,.;,-,, l,ntitu . f{iu ''" J,, 
l'na I? tlt· nuwhau de I Hl7'~, Ullllt kl ll~üil ~~~ <>:tl.irius tios ptofl!.r,s(ltC:ll C1111e. 
Oéi$000 ,. "l00$000. de ftfOHin \lt)lll ~~~ Liltldi\(•cs lo\..li\. I :\\(~ clct:tlh<: ~ illlc'!<'~ 
iile 11.1 nH:du.la crn que possihiliwu'"'~ J'f(•lê.''''rt:s p.miciparcrn da vid.t poHtiôa, 
Pe !aCfllílf, com a ConslÍlui~,'!lcJ, ~'' VC1IO Cl:-:t iuclin;lo e masculino. c: m lid.ul:iú\ t·n••" 
tiMdtdo, em Lrês categoria!.: cidadiió :ilivo, com renda mínima de I 00$000 c qru· 
ll!Rii.a vnt~H nos cidadãos ddcorc.s, dJadao ativo eleitor, com rcmb rnlllllll.t d~ 
100'it000 e que escolhia os depurados e senadores; e cidadão acivo c: clcgfvt•l, t:n i11 
rrud.1 mfnima de 400$000 para depurados e de 800$000 para senadores. 
\ tllcsma lei, além de prescrever o método mútuo na capilal da~ província~ ~ 
'''' ~ lnctlidadcs mais populosas, regulamentou o funcionamento das cscol:ts de pai· 
nu~i'·" lcuas. Os prédios e o malerial escolarseriam fornecidos pela Fan·nd.t I'•'•· 
hllca. t• os professores deveriam buscar habilitação nas escolas das capit.m, ~s SU:IS 
UHills, embora a lei não especifique tais escolas. Também prescrevia que O\ cxattll~S 
p<u:t u provimento de cadeiras seriam públicos, na presença dos presidentes dr: pro 
\IIm '·' e dos conselhos. 
Ainda estabelecia uma grarificação anual de até um terço dos s.thír in ~ ll(lll 
fuilfcssores que comprovassem mais de 12 anos de serviços inimcnuptüS <! f\11 
r~\O na formação dos alunos, igualava os salários e gratificações Jc IIIC,\Ire~ 
IIIC'\lr<tS c definia ser o cargo público vitalício, embora os fisccUs das escol.1\, o~ pn 
.adc:mcs de província e o conselho pudessem suspender e demitir SIIU.I\'ÚO <! in 
!fll<' um professor substituto ocupava o posto do professor punido ntt- :1 n·alil'.f• 
~·íto de novo exame. Uma lei de 1828 atribuiu a fiscalização dos prole~~OIC\ ~s d1 
111.tr~ munrctpars. 
A lei de outubro de 1827 também ftxava as disciplinas para as C$COI,I\ de uu:~ 
umos: ler, escrever, as quatro operações aritméticas, prática de quebrado:., tlt.'<.IIJltlÍII 
c proporções, noções gerais de geometria, gramática da língua nacion.tl, IIHII~tl 
Ul~[á e doutrina católica, indicando serem preferenciais para leitura n Cotl:.IÍIIIÍ 
çíio t" .t história do Brasil. Finalmente, mandava criar escolas para mcnanas. di r iH i 
das por mestras, nas localidades mais populosas, excluindo-se do currículo a gêi• 
IIH'tria, a prática de quebrados, decim.Us e proporções, e acresccntando·.\t~ o cmi11n 
dt~. prendas úteis à economia doméstica. 
Fssas prescriçóes leg.Us, no entanto, não foram aplicadas de modu unilo0111 n 
111:m .10 mesmo tempo em rodas as províncias- embor:l a lei de 1 B27 tcnh;1 M'l 
vicln c.omo refcrênci.t p.tr.t k·gtsl.tçocs locais. Além disso. apc~ar d.t intli~"it ÇÍifl do 
111é1Udo mtíruo t.'nt ld, t.'l':l Jll:llltÍI itl.a ,t .aplka\-ãO dos mémdus indavidual t'. sir1111l 
t.IIH·n n:h l'sco!,,, . 
........................... 
')I . (:,,!f,rf/11• rl#i /.rll dn /m I',Hti't .l'r .. uri•á, p !;7, 
• 
Ocpnis de l'~d:ucu:t 'lJil(' o futlciotntlltellltJ d.t~ <'~'olit~ mt'ttttU~ h~vc inlcio j4 
tllt<:s IÍ .• ind,~pend~ud,t, lbm.a M;ui;, C:udüsn11 ''''~'~"VI' 'l''c cn• I Rj I a refém 
\I i•ltb Sndc:d:tdt: l'tomüt(lr~ d(~ lnsuuc,'ftu J:lcnlt'llt.ll f~, l in<,lllllhid.a dl: n~(':tlit.U r.u 
' 'Sfol:" prÍm;tJi;a<; pc11qm~, sq;urHIIl rc:l.tiO!o, \CU fli1KlOJI.1111Cillfl d<·ixaV<I cl dcsc:j:u. 
h~11 levnn n g<,vcnw a rd~uc;ar J li.,c..th?.açao. Em .IgoMu dl· 1833 for.1m ela 
hm•tdas c distribuídJs t<tbcla~ de organi?.ação d~ aulas- uma para a clas-,c dl~ ki 
tlll '.l c outra para matemática- de maneira a garantir o funcionamenro-padrão dn 
sistema múmo. 
Quadro 5. Organização das classes de leitura de ensino múruo ( 1833) 
TabeiJa para as Classes de leitura nas Aulas de Ensino-mútuo 
( )hjt."Ç(Ql> Para as Classes DOUTRINAS -
l. " I~ A, B, C, minúsculo, e maiúsculo nas 2:", 3~. 5~ c 6~ 
feiras: Idem em manuscripto nas 4~. e Sabbados. 
2. " 2!' Syllabas de 2, e 3 letras. -
3. u 3:< Ditas de 3 letras -
-1. " 4~ Dit3l> de 3 letras 
5. .. 5~ Ditas de 3 letras 
(1. " 6~ Ditas de 4 letras, e articulações. 032 
7. " 7~ Vocabulario do Exposiror Porrugucz nas 2~. 3!', 5~· e 
6~ feiras: e Doutrina Chrisrãa nas 4~. e Sabbados -H. u 8~ Historias Moraes de leirura para meninos nas 2!', 3~'. 
5~· e 6~ feiras, e a Biblia do Thesouro de meninas em 
manuscripta nas 4~. c Sabbados. 
9. " 9~ Algw1s Proverbial> de Simão de Nantua nas 2~. 3~·. 5~· 
e &.> reiras, e a cominuação da Biblia em manuscnpta 
nas 4••,e Sabbados. - - - -
lO. .. 10~ Alguns PrciVl'rhm' Jt· Si ua:ilt ti,~ N;mllr:\ nas 2,, 3·.'', S:• 
,~ 6:• l~·ir.h. , .. a utntiruuaç!i•) tl;a Hthl~.tun manu.\crrpta 
na\ ·•i ~•.c S.al•b:ai l(•~· 
::::__ __ =--:..._ ~-
li, " I I '~ lliuoti~ ,to Htii, ilt,.tlltr tÍdó! nor 1\t;lqptdc. nas ,2~·. 3:-o, 
'l~• C) ftl' fclla~; l' « ( ~~~~~(hiJt'tlü ·ele) lmp1<rio n.t\ ·i ~1 t' 
S;~hhtulo • 
..,..~ ~ -
·························· 
'•:!. Altt\rul(t 11111 '''J"P ç.Jru\uhn; O lll,ltltt "11\1 
llekru 1 ~\m.u,r (' 11,\ tilll. 1 ~11 f(O, I ih 1~1 
rl!llolio I tllliUO d 11 J.álltitll , lnll,\SI'O~, f',lari lt 
I .1 111 •I/,, flwmttnr' '"' 11lí lllt• .\'1.\'' 41 fltlloll•• 
tlllttiltm itt/lmr1tu4>. 
,.. a ,;...______. 
~ --··--
- --;-==-.··~ -.;;;;:::;- - ;;;= 
Uhjccto\ l'.u·,, :as C l.t 5SC~ 
no\ ''l'lliNAS 
- --- -
- - -
12. " 1 2~ 
u. ,, ~.~~ 
t•L " 14:' 
15. " 15~ 
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16. 
.. l6!' 
~ 
' 1'1! ~-•lllf(t dr. allt'UIIIIl\ 11.1\ :.!~•, ~\!', 5!' e (;!1 kiriiS, C 
Culll~tof•hilt ,,. .. , m.rnmaipta n;ts 4:• l~ ~.1hh.a~h,, 
----~· ...,.;........; . 
l!n11uli11Í;a d.1 ViJ.a humana 11.1'. 2~·. j:•. )!'c(,: ku.a~ 
o l. ivru tios nteninos n3l> 4-:s e );\bh.tdl)s. 
~. c 
-Deveres do homem, por Euscbio N.merill. '"'" ,:l:', 
5~' e 6~· reiras, e a Escola Polirica por Fr. Juau de 
Nossa Senhora da Porta Siqueira, só o qm: pc• ll'lll' 
Civilidade, nas 4~ e Sabbados. 
.... 
'·• 
Grammarica do Padre Fontes, nas 2!', 3:•, 5~· c (i!' f,Ci 
e o Resumo de onographia por Barker n.tS 4!' ê S.ah~ 
IIUS, 
dM. 
Noçót:l> Elementares de Geographia, tradmid.a por 
hum Brasiliano nas 2~, 3!', 5~ e 6~ fe~, 1: Pnnd p 
de Geomerria pratica nas 4~ e Sabbados. 
IIU 
~ 
N.B. o~ Proressores, que não riverern agualmune• 
Classes, poderão supprimir da 9!' Classe tndu11ivo.: 1 
diante, o que rnarcria julgarem conveniente; lllt'lllll 
Biblia, e as materias expressas na Lei, podt:IHIIl 1~\1 
em rodas as Classes, e as rnarerias de dua,, ou rn.ri~, 
i dt: 
)fia 
11 
lllllf 
til 
huma só: v.g. as da 2~. }!, c 4~, e asstm pm tlt.antc, 
-
I o1111e: Tcre-~.a Maria R. Fachada Cardoso. Abrindo um novo cantinho: o erumo mú.nm n• n<.uh pt\hlicu dv 
l(tn Jc jJneiro. In BASTO~. Maria Helena Câmara c FARIA FILHO. Luciano Mendes de (nff,\ ). A filo/.1 ;/ttrlfl!lllf 
1111 •lm/11 XIX: o mtrodo mgmtoriaUmúmo. p. 131 . 
Quadro 6. O rganização das classes de aritmética de ensino mútuo ( 18J1) 
-~ 
Tabella para leitura de Arithmetica nas Aulas de Ensino-mÚlUO 
-=-=:.: 
~ 
l )bJl'C.lOS Para as Classes 
ARITHMETlCA 
~-
~ 
I. " H Nurneros digitos. .---= 
2. 
.. 2!' Combinaçôel> de dczen~ . -= 
~~. " 3~ Ditas de centenas. -
·1. 
.. 4~ Ditas de: milhares. 
s. .. 'i·• l)it.ts 1k tk•JellaS de milh;lres . -· ~-----= ... _ ·- ; --
(, , 
.. c;·~ Pir,a~ •"'- ,,.;111'"·" dt malhAr~:~. ~ 
-=-'-.;;;:;: ---
7. .. 7f ' fnhn:u l ~t~ tlc ~fmam .• r. t~ tlinunuir. 
~--- --~~~ 
-
~ -
fi . 
.. . ., lll! tl\ tlr muhipli~..'lal, t: dividi• • 
~------
==------== 
-,_.__...... ..- ------;;;;:--= 
*.1 . 
,. 
'" l llfllilll•l Llf !Hh !l\Íi t.i, l' ~ubll liCÇ~•·• , - ---- -- ~~ ,- _-__ ~ 
~-
.. 
I.' la ~. 
13. 13~ 
14. 141 
15. I 5~ 
16. 16? 
Pmpor\-ocs. 
- - ---- . 
Algun~ problemas de facil resolução Jd 
·dade dos meninos. 
Geometria Prarica. 
Rio de Janeiro 13 de julho de 1833. 
Francisco Joaquim Nogueira Neves. 
Felizardo Joaquim da Silva Moraes. 
fonte: Tereza Maria R. Fachada Cardoso. Abrindo um novo c01.minho: o ensino múcuo na csoola plihl11 11 ~!(; 
de }3netro. In BASTos, Maria Helena Câmara e FARJA Fn.1ro, Luciano Mend~ de (orgs.). A t•coL1 ,./(-m,,;.,, 
<ku/q XIX: o mltodo monitoriaVmútuo, p. 132. 
Outro aspecro importante é que o professor deveria rer auroriza.ç.to dfl p, 
verno para implantar a escola múrua1 não sendo possível alrerar o mérodo rot 
w nta própria. Isso porque cabia ao governo, segundo a lei de 1827, fornctcr ma. 
u·rial c um prédio para essa modalidade de ensino, o que arrafa muiros profc.,~oroa. 
f >c Jcordo com Tereza Maria Cardoso33, em 1835, dos 23 professores púhlim, dt 
pnrneiras letras no município do Rio de Janeiro, seis adoravam o mécodo nuíruo 
:ll<"nJcndo em corno de 398 alunos: em 1839, dos 30 professores, nove eram J•tc>-
ln,orc.·s de aulas mútuas, atendendo 807 alunos. 
Luciano Faria Filho e Walquíria Rosa31 confirmam que a primeira iniu.uivt 
dt- aplicação do sisrema múruo foi anterior à lei de 1827. Em Minas Gerai,, uma 
portaria de 29 de abril de 1823 determinou o d<.•sloc,lmcnco

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