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ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL AEP

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cursoagoraeupasso.com.br 
 
Prof. Cesar Nakano AGORA EU PASSO! 
1 
 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL 
O	ministro	Fux,	no	dia	22/01/2020,	suspendeu	alguns	dispositivos	da	Lei	nº	13.964/19,	
o	tão	falado	pacote	anticrime.	Entretanto,	a	decisão	do	ministro	não	atingiu	o	acordo	de	não	
persecução	penal,	inserido	no	artigo	28-A	do	CPP.		
É	 importante	 frisar	 que	 o	 artigo	 28	 do	 CPP,	 que	 trata	 sobre	 a	 homologação	 do	
arquivamento	do	inquérito	policial,	em	que	somente	o	juiz	pode	homologar,	sendo	que	na	nova	
redação,	quem	arquiva	é	o	Ministério	público	não	necessitando	mais	da	decisão	judicial,	essa	
mudança	 foi	 suspensa	pela	decisão	do	ministro	Fux,	 porém	o	artigo	28-A	do	CPP	não	 foi	
atingido	 pela	 decisão	 e	 esta	 valendo.	 Inclusive	 houve	 um	 pedido	 de	 reconhecimento	 de	
inconstitucionalidade,	 formulado	 pela	 CONAMP	 -	 Associação	 Nacional	 dos	 Membros	 do	
Ministério	 Público,	 na	 ADI	 nº	 6.305,	 na	 qual	 pediam	 reconhecimento	 parcial	 da	
inconstitucionalidade	pela	necessidade	de	homologação	judicial	do	acordo	de	não	persecução	
penal.	 Porém,	 o	ministro	 Fux	 não	 aceitou	 o	 pedido	 e	 o	 art.	 28-A	 permanece	 integro	 e	 está	
valendo.	
Inicialmente,	é	importante	dizer	que	o	acordo	de	não	persecução	penal	é	novo	no	CPP,	
mas	 já	existia	no	nosso	ordenamento	 jurídico,	por	 força	da	resolução	181/2017	do	CNMP	–	
Conselho	Nacional	do	Ministério	Público	e	que	era	muito	criticada	pela	doutrina.	A	crítica	se	
baseava	na	necessidade	de	que	acordo	de	não	persecução	penal	dependia	de	lei,	lei	em	sentido	
material	e	formal,	uma	vez	que	o	assunto	versa	sobre	a	matéria	de	processo	penal	e	que	deve	
ser	regulamentada	por	lei.	Assim,	havia	uma	critica	muito	grande	sobre	esse	instituto,	sob	o	
ponto	de	vista	de	uma	 inconstitucionalidade	 formal.	Apesar	dessa	discussão,	muitos	órgãos	
judiciais	já	homologavam	os	acordos	feito	entre	o	MP	e	o	indicado.	Agora,	com	a	entrada	em	
vigor	do	pacote	anticrime,	a	discussão	de	constitucionalidade	ou	não	caiu	por	terra	e	temos	o	
acordo	de	não	persecução	penal	inserido	no	art.	28-A	do	CPP.	
Mas	o	que	vem	a	ser	o	acordo	de	não	persecução	penal?	É	muito	similar	ao	instituto	da	
transação	 penal,	 previsto	 no	 art.76	 da	 lei	 9.099/95,	 que	 constitui	 exceção	 ao	 princípio	 da	
obrigatoriedade	da	ação	penal	de	iniciativa	pública.	No	instituto	da	transação	que	só	se	aplica	
às	 infrações	de	menor	potencial	 ofensivo	 -	 IMPOs,	 assim,	mesmo	que	 o	MP	 tenha	prova	da	
materialidade	e	indícios	de	autoria,	não	estará	obrigado	a	oferecer	à	denúncia,	podendo	propor	
a	transação	penal.	A	transação	penal	nada	mais	é	de	que	um	acordo	entre	o	MP	e	o	suposto	
autor	do	fato,	de	modo	que	o	MP	formula	uma	proposta	e	se	o	sujeito	aceitar	e	cumprir	haverá	
a	extinção	da	punibilidade	sem	que	se	quer	tenha	havido	um	processo	criminal.	
O	acordo	de	não	persecução	penal	é	extremamente	similar	à	transação	penal,	no	entanto,	
o	acordo	não	se	aplica	às	IMPOs,	o	acordo	se	aplica	aos	crimes	que	tenham	pena	privativa	de	
liberdade	(PPL)	mínima	inferior	a	4	anos,	perceba	que	o	parâmetro	é	a	pena	mínima	e	não	a	
máxima	e	que	é	inferior	a	4	anos	e	não	igual	ou	inferior.		
Muita	 atenção	 a	 seguinte	 afirmativa:	 o	 acordo	 de	 não	 persecução	 penal	 poderá	 ser	
aplicado	 a	 todos	 os	 crimes	 em	que	 a	 lei	 preveja	 uma	PPL	mínima	 inferior	 a	 4	 anos?	Muito	
cuidado,	tenha	certeza	que	essa	afirmativa	será	uma	futura	questão	de	prova.		
A	afirmativa	está	errada,	a	lei	já	excluiu	do	acordo	de	não	persecução	os	casos	em	que	
caiba	a	transação	penal,	nos	casos	de	crimes	com	violência	ou	grave	ameaça,	nos	casos	em	que	
haja	violência	doméstica	e	familiar.			
Também	não	 caberá	 o	 acordo	 nas	 seguintes	 situações:	 nos	 casos	 em	que	 haja	 crime	
contra	a	mulher	por	razões	de	sexo	feminino,	quando	o	autor	do	fato	foi	reincidente	ou	mesmo	
não	 caracterizando	 reincidência	 exista	 características	 que	 demonstrem	 certa	 habitualidade	
criminosa	-	salvo	se	as	infrações	antecedentes	fossem	insignificantes.		Por	último,	também	não	
caberá	 acordo	 quando	 o	 agente	 tiver	 sido	 beneficiado	 nos	 5	 (cinco)	 anos	 anteriores	 ao	
cometimento	da	infração,	em	acordo	de	não	persecução	penal,	transação	penal	ou	suspensão	
condicional	do	processo.	
	
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2 
 
	
	
Cabimento	ou	não	do	acordo	de	não	persecução	penal	
	
	
Para	entender	melhor,	 vamos	 imaginar	uma	 situação	hipotética:	um	sujeito	 conhecido	
como	Arbusto	é	o	suposto	autor	de	um	furto	simples,	crime	que	a	lei	comina	PPL	de	um	a	quatro	
anos	de	reclusão.	Nesse	exemplo,	como	a	pena	mínima	prevista	para	o	crime	é	inferior	a	4	anos	
e	não	houve	violência	nem	grave	ameaça,	também	não	envolve	violência	doméstica	e	familiar	e	
não	é	crime	contra	mulher	em	razão	do	sexo	feminino	e	também	não	se	verifica	reincidência	
Acordo de não 
Persecução Penal
Cabimento 
Nos crimes com PPL 
mínima INFERIOR a 4 
anos
Não cabe 
Quando couber 
Transação Penal
Crimes com violência 
e grave ameaça
Crimes que envolva 
violência doméstica e 
familiar 
Nos casos de crimes 
contra mulher em 
razão de sexo 
feminino
Se o agente for 
reincidente ou 
houver caracteristicas 
de habitualidade 
criminosa
Se tiver sido 
beneficiado nos 5 
(cinco) anos 
anteriories ao 
cometimento da 
infração, em acordo 
de não persecução 
penal, transação 
penal ou suspensão 
condicional do 
processo.
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3 
 
nem	 ficou	 evidenciada	 conduta	 criminosa	habitual	 de	Arbusto.	Diante	desse	 exemplo,	 o	MP	
poderá	propor	um	acordo	a	Arbusto	antes	de	iniciar	o	processo	criminal.	O	MP	estabelecerá	
algumas	condições	que	o	suposto	autor	do	fato	deverá	cumprir	para	que	ao	final	seja	declarada	
a	extinção	da	punibilidade.		
Vamos	verificar	o	art.	28-A	que	estabelece	o	acordo	de	não	persecução	penal	e	quais	são	
as	condições	que	devem	ser	cumpridas:	
Art.	 28-A.	 Não	 sendo	 caso	 de	 arquivamento	 e	 tendo	 o	 investigado	
confessado	formal	e	circunstancialmente	a	prática	de	infração	penal	
sem	 violência	 ou	 grave	 ameaça	 e	 com	pena	mínima	 inferior	 a	 4	
(quatro)	anos,	 o	Ministério	Público	poderá	propor	acordo	de	não	
persecução	penal,	desde	que	necessário	e	suficiente	para	reprovação	
e	prevenção	do	crime,	mediante	as	seguintes	condições	ajustadas	
cumulativa	 e	 alternativamente:			(Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019)	
	
I	 -	 reparar	 o	 dano	 ou	 restituir	 a	 coisa	 à	 vítima,	 exceto	 na	
impossibilidade	de	fazê-lo;				(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
	
II	 -	 renunciar	 voluntariamente	 a	 bens	 e	 direitos	 indicados	 pelo	
Ministério	 Público	 como	 instrumentos,	 produto	 ou	 proveito	 do	
crime;				(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)	
	
III	 -	 prestar	 serviço	 à	 comunidade	 ou	 a	 entidades	 públicas	 por	
período	 correspondente	 à	 pena	 mínima	 cominada	 ao	 delito	
diminuída	de	um	a	dois	terços,	em	local	a	ser	indicado	pelo	juízo	da	
execução,	 na	 forma	 do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 (Código Penal);	 	 (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019)	
	
IV	-	pagar	prestação	pecuniária,	a	ser	estipulada	nos	termos	do art. 
45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código 
Penal), a	entidade	pública	ou	de	interesse	social,	a	ser	indicada	pelo	
juízo	 da	 execução,	 que	 tenha,	 preferencialmente,	 como	 função	
proteger	 bens	 jurídicos	 iguais	 ou	 semelhantes	 aos	 aparentemente	
lesados	pelo	delito;	ou						 (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)	
	
V	 -	 cumprir,	por	prazo	determinado,	outra	 condição	 indicada	pelo	
Ministério	 Público,	 desde	 que	 proporcional	 e	 compatível	 com	 a	
infração	penal	imputada.					 (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)	
	
Percebemos	 que	 do	 art.	 28-A	 determina	 que	 suposto	 autor	 do	 fato	 deverá	 cumprir,	
alternativamente	 ou	 cumulativamente,	 algumas	 condições.Vamos	 entendê-las	 no	 nosso	
exemplo.	O	MP,	diante	do	caso	hipotético,	poderá	oferecer	a	Arbusto	um	acordo	para	não	o	
processar,	Arbusto	por	sua	vez,	além	de	aceitar,	deverá	cumprir	as	seguintes	condições:		
Ø Confessar	formalmente	a	prática	do	crime;	
Ø Deve	reparar	o	dano	ou	restituir	a	coisa,	salvo	impossibilidade	de	fazê-lo;	
Ø Renunciar	voluntariamente	a	bens	e	direitos	indicados	pelo	Ministério	Público	como	
instrumentos,	produto	ou	proveito	do	crime;					
Ø Prestar	serviço	à	comunidade	ou	a	entidades	públicas	por	período	correspondente	
à	pena	mínima	cominada	ao	delito	diminuída	de	um	a	dois	 terços,	em	 local	a	ser	
indicado	pelo	juízo	da	execução;	
Ø Pagar	prestação	pecuniária,	a	ser	estipulada	nos	termos	do art. 45 do Decreto-Lei nº 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a	entidade	pública	ou	de	interesse	social,	
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a	ser	indicada	pelo	juízo	da	execução,	que	tenha,	preferencialmente,	como	função	
proteger	 bens	 jurídicos	 iguais	 ou	 semelhantes	 aos	 aparentemente	 lesados	 pelo	
delito;	ou	
Ø Cumprir,	por	prazo	determinado,	outra	condição	indicada	pelo	Ministério	Público,	
desde	que	proporcional	e	compatível	com	a	infração	penal	imputada.					 	
Assim,	o	MP	poderá	oferecer	o	acordo	a	Arbusto,	vamos	esquematizar	de	maneira	simples:		
	
	
Vamos	analisar	o	§1º	do	art.	28-A,	vejamos:	
	
§	1º	Para	aferição	da	pena	mínima	cominada	ao	delito	a	que	se	refere	
o caput deste	 artigo,	 serão	 consideradas	 as	 causas	 de	 aumento	 e	
diminuição	aplicáveis	ao	caso	concreto.				 (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019)	
	 	
Perceba	 que	 o	 foco	 está	 na	 pena	mínima	 para	 o	 oferecimento	 do	 acordo	 de	 não	
persecução	penal.	 E	 como	 fica	quando	houver	uma	 causa	de	 aumento	ou	diminuição	de	
pena?	
Imagine	um	crime	com	PPL	de	3	a	8	anos	e	para	esse	crime	está	prevista	uma	causa	
de	aumento	de	pena	de	1/3	 (um	terço)	até	1/2	 (metade).	Nesse	caso,	o	 cálculo	da	pena	
mínima	será	da	seguinte	forma:	pega-se	a	pena	mínima	(3	anos)	e	utilizamos	o	aumento	
mínimo	(1/3),	assim,	no	nosso	exemplo	daria	3	anos	+	1	ano	de	aumento	=	4	anos,	logo	não	
seria	possível	o	acordo	de	não	persecução	penal.	
	 Por	outro	lado,	se	fosse	uma	causa	de	diminuição	de	pena,	devemos	considerar	o	
mínimo	possível.	Imagine	o	crime	de	tráfico	de	drogas	que	tem	PPL	de	5	a	15	anos,	mas	se	
for	um	crime	de	tráfico	privilegiado	haverá	uma	causa	de	diminuição	de	1/6	a	2/3.	Assim,	
para	encontrarmos	a	pena	mínima:	pegamos	o	tempo	mínimo	da	pena,	nesse	exemplo	é	5	
anos	e	aplicamos	o	maior	 índice	de	diminuição,	que	seria	2/3.	Logo	5	anos	menos	2/3	é	
menor	que	4	anos	e,	nesse	caso,	caberia	sim	o	acordo	de	não	persecução	penal.	
	 O	§2º	do	art.	28-A	estabelece	algumas	hipóteses	que,	se	confirmadas,	 impedem	o	
oferecimento	do	acordo	de	não	persecução	penal,	vejamos:	
	
§	 2º	 O	 disposto	 no caput deste	 artigo	 não	 se	 aplica	 nas	 seguintes	
hipóteses:				 (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)	
	
•"Abursto" 
comete um 
crime com PPL 
mínima 
inferior a 4 
anos
MP estabelece as 
condições e 
propõe o acordo
•"Arbusto" 
confessa e 
aceita as 
condições
•Assina junto 
com seu 
advogado
A homologação 
do acordo será 
realizada em uma 
audiência judicial •O juiz 
verificará a 
voluntariedade 
e legalidade do 
acordo;
•O acordo será 
executado 
pelo juízo das 
execuções
Cumpridas as 
condições 
•Cumprido 
integralmente 
o acordo de 
não 
persecução 
penal, o juízo 
competente 
decretará a 
extinção de 
punibilidade.
Juízo competente
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5 
 
I	 -	 se	 for	 cabível	 transação	 penal	 de	 competência	 dos	 Juizados	
Especiais	Criminais,	nos	termos	da	lei;					 (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019)	
	
II	 -	 se	 o	 investigado	 for	 reincidente	 ou	 se	 houver	 elementos	
probatórios	que	 indiquem	conduta	 criminal	habitual,	 reiterada	ou	
profissional,	 exceto	 se	 insignificantes	 as	 infrações	 penais	
pretéritas;			 (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)	
	
III	 -	 ter	sido	o	agente	beneficiado	nos	5	(cinco)	anos	anteriores	ao	
cometimento	 da	 infração,	 em	 acordo	 de	 não	 persecução	 penal,	
transação	penal	ou	suspensão	condicional	do	processo;	e			 (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019)	
	
IV	 -	 nos	 crimes	 praticados	 no	 âmbito	 de	 violência	 doméstica	 ou	
familiar,	ou	praticados	contra	a	mulher	por	razões	da	condição	de	
sexo	feminino,	em	favor	do	agressor.			 (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019)	
	
	 É	muito	importante	perceber	que	na	assinatura	do	acordo	o	suposto	autor	do	fato	
deve	estar	acompanhado	de	 seu	advogado.	Essa	 regra	esta	prevista	no	§3º	do	art.	28-A,	
vejamos:	
§	3º	O	acordo	de	não	persecução	penal	será	formalizado	por	escrito	
e	será	firmado	pelo	membro	do	Ministério	Público,	pelo	investigado	e	
por	seu	defensor.				 (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)	
	
	 E	 o	 acordo	 deverá	 ser	 homologado	 em	 audiência	 judicial,	 momento	 que	 o	 juiz	
verificará	 a	 voluntariedade	 do	 suposto	 autor	 do	 fato.	 E	 se	 o	 juiz	 entender	 que	 não	 há	
voluntariedade,	que	não	há	legalidade,	o	juiz	não	homologará	o	acordo	e	encaminhará	os	
autos	ao	MP	que	analisará	a	necessidade	de	novas	diligências	ou	se	caso	de	oferecimento	de	
denúncia.		
§	4º	Para	a	homologação	do	acordo	de	não	persecução	penal,	será	
realizada	 audiência	 na	 qual	 o	 juiz	 deverá	 verificar	 a	 sua	
voluntariedade,	por	meio	da	oitiva	do	investigado	na	presença	do	seu	
defensor,	e	sua	legalidade.	 (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)	
	
	 Por	outro	 lado,	 se	o	 juiz	entender	que	há	voluntariedade,	que	há	 legalidade,	mas	
considerar	que	as	condições	impostas	são	inadequadas,	insuficientes	ou	abusivas,	devolverá	
os	autos	ao	MP	para	que	seja	reformulada	a	proposta	do	acordo.	
	
§	5º	Se	o	 juiz	considerar	 inadequadas,	 insuficientes	ou	abusivas	as	
condições	dispostas	no	acordo	de	não	persecução	penal,	devolverá	os	
autos	ao	Ministério	Público	para	que	seja	reformulada	a	proposta	de	
acordo,	com	concordância	do	investigado	e	seu	defensor.			 (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019)	
	
§	6º	Homologado	judicialmente	o	acordo	de	não	persecução	penal,	o	
juiz	 devolverá	 os	 autos	 ao	 Ministério	 Público	 para	 que	 inicie	 sua	
execução	perante	 o	 juízo	 de	 execução	penal.			 (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019)	
	
§	7º	O	juiz	poderá	recusar	homologação	à	proposta	que	não	atender	
aos	requisitos	legais	ou	quando	não	for	realizada	a	adequação	a	que	
se	refere	o	§	5º	deste	artigo.				 (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)	
	
§	8º	Recusada	a	homologação,	o	juiz	devolverá	os	autos	ao	Ministério	
Público	 para	 a	 análise	 da	 necessidade	 de	 complementação	 das	
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investigações	ou	o	oferecimento	da	denúncia.				 (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019)	
	
	 Perceba	que	o	§9º	prevê	que	a	vítima	será	intimada	da	homologação	do	acordo	de	
não	persecução	penal	e	do	seu	eventual	descumprimento.	
	
§	 9º	 A	 vítima	 será	 intimada	 da	 homologação	 do	 acordo	 de	 não	
persecução	 penal	 e	 de	 seu	 descumprimento.				 (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019)	
	 	
Se	o	beneficiado	pelo	acordo	não	cumprir	alguma	condição	estabelecida	o	MP	deverá	
comunicar	 o	 juiz,	 para	 fins	 de	 rescisão	 e	 posterior	 oferecimento	 de	 denúncia.	 E	 o	
descumprimento	do	acordo	pelo	investigado	também	poderá	ser	utilizado	pelo	MP	como	
justificativa	para	eventual	não	oferecimento	de	suspensão	condicional	do	processo.	
	
§	10.	Descumpridas	quaisquer	das	condições	estipuladas	no	acordo	
de	não	persecução	penal,	o	Ministério	Público	deverá	comunicar	ao	
juízo,	 para	 fins	 de	 sua	 rescisão	 e	 posterior	 oferecimento	 de	
denúncia.			 (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)	
	
§	 11.	 O	 descumprimento	 do	 acordo	 de	 não	 persecução	 penal	 pelo	
investigado	 tambémpoderá	 ser	 utilizado	 pelo	 Ministério	 Público	
como	 justificativa	 para	 o	 eventual	 não	 oferecimento	 de	 suspensão	
condicional	do	processo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)	
	
		 O	§12	do	art.	28-A	determina	que	a	celebração	e	o	cumprimento	do	acordo	de	não	
persecução	penal	não	constarão	de	certidão	de	antecedentes	criminais,	salvo	para	verificar	
se	o	agente	já	foi	beneficiado	nos	últimos	5	anos	com	outro	acordo	de	não	persecução	penal.	
	
§	12.	A	 celebração	e	o	 cumprimento	do	acordo	de	não	persecução	
penal	não	constarão	de	certidão	de	antecedentes	 criminais,	 exceto	
para	os	fins	previstos	no	inciso	III	do	§	2º	deste	artigo.		 (Incluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019)	
	 	
Depois	que	cumprido	todo	acordo	o	juiz	declarará	a	extinção	da	punibilidade.	
	
§	13.	Cumprido	integralmente	o	acordo	de	não	persecução	penal,	o	
juízo	 competente	 decretará	 a	 extinção	 de	 punibilidade.			 (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019)	
	
	 Se	estiverem	presentes	os	requisitos	para	o	acordo,	mas	o	MP	se	recusar,	o	que	o	
investigado	poderá	fazer?	Bom,	o	§14	prevê	que	o	investigado	poderá	requerer	remessas	
dos	autos	a	órgão	superior,	na	forma	do	art.	28	do	CPP.	Porém,	aqui	temos	um	problema,	
atualmente	a	decisão	do	ministro	FUX	suspendeu,	dentre	vários	outros,	o	art.28	do	CPP.	
Assim,	o	que	vale	hoje	em	dia	é	a	regra	antiga,	a	qual	determina	que	é	o	juiz	que	irá	provocar	
o	órgão	de	revisão	do	MP.	Logo,	parece-me	razoável	que,	hoje,	o	investigado	deve	provocar	
o	juiz	para	que	o	juiz	possa	provocar	o	órgão	de	revisão	do	MP.	
		
§	14.	No	caso	de	recusa,	por	parte	do	Ministério	Público,	em	propor	o	
acordo	 de	 não	 persecução	 penal,	 o	 investigado	 poderá	 requerer	 a	
remessa	 dos	 autos	 a	 órgão	 superior,	 na	 forma	 do	 art.	 28	 deste	
Código.			 (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)	
	 Fique	 muito	 atento	 e	 olhe	 com	 muito	 carinho	 o	 conteúdo	 sobre	 o	 acordo	 de	 não	
persecução	penal,	pois	é	uma	novidade	importantíssima	no	CPP	e	por	ser	um	tema	novo	ainda	
não	“caiu”	em	prova,	mas	certamente	irá	“despencar”	nos	próximos	concursos.		
		
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DEFENSOR DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL 
	 Uma	alteração	importante	inserida	no	CPP,	pelo	pacote	anticrime,	foi	o	art.	14-A.	O	qual	
torna	 necessária	 a	 participação	 do	 defensor	 nas	 investigações	 criminais	 que	 envolvam	
membros	da	segurança	pública	ou	das	forças	armadas.	Assim,	quando	um	policial	estiver	sendo	
investigado	 pela	 prática	 de	 determinadas	condutas	 com	 caráter	 letal,	 seja	 na	modalidade	
consumada	ou	tentada.	Por	exemplo,	um	policial	se	envolve	em	determinada	situação	e	que	
acaba	por	matar	alguém,	instaura-se	uma	investigação	criminal	para	apurar	se	a	conduta	foi	em	
legítima	defesa,	se	foi	uma	execução,	se	foi	qualquer	outra	situação.	A	novidade	se	refere	ao	fato	
de	que	nessa	investigação	criminal,	será	obrigatória	a	participação	do	defensor.		
É	importante	perceber	que	o	art.	14-A,	prevê	a	necessidade	do	defensor	na	investigação	
criminal	quando	o	objeto	for	o	uso	da	força	letal	no	exercício	professional.	Logo,	essa	regra	
não	vale,	por	exemplo,	para	casos	de	abuso	de	autoridade.	Vejamos:	
Art.	 14-A.	 Nos	 casos	 em	 que	 servidores	 vinculados	 às	 instituições	
dispostas	 no art. 144 da Constituição Federal	 figurarem	 como	
investigados	em	inquéritos	policiais,	 inquéritos	policiais	militares	e	
demais	 procedimentos	 extrajudiciais,	 cujo	 objeto	 for	 a	
investigação	 de	 fatos	 relacionados	 ao	 uso	 da	 força	 letal	
praticados	 no	 exercício	 profissional,	 de	 forma	 consumada	 ou	
tentada,	incluindo	as	situações	dispostas	no art. 23 do Decreto-Lei nº 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),	o	indiciado	poderá	
constituir	defensor.				 (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
O	 §1º	 diz	 que	 o	 investigado	 deverá	 ser	 citado	 da	 instauração	 do	 procedimento	
investigatório,	e	que	poderá	nomear	um	defensor	no	prazo	de	48	horas.	
§	 1º	 Para	 os	 casos	 previstos	 no caput deste	 artigo,	 o	 investigado	
deverá	 ser	 citado	 da	 instauração	 do	 procedimento	 investigatório,	
podendo	 constituir	 defensor	 no	 prazo	 de	 até	 48	 (quarenta	 e	 oito)	
horas	 a	 contar	 do	 recebimento	 da	 citação.				 (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019)	
Já	o	§2º	prevê	que	esgotado	o	prazo	do	parágrafo	anterior,	ou	seja,	48	horas,	na	ausência	
de	nomeação	de	defensor	pelo	investigado,	a	autoridade	responsável	pela	investigação	deverá	
intimar	a	instituição	a	que	estava	vinculado	o	investigado	à	época	da	ocorrência	dos	fatos,	para	
que	essa,	no	prazo	de	48	(quarenta	e	oito)	horas,	 indique	defensor	para	a	representação	do	
investigado.		
Assim,	por	exemplo,	se	um	policial	penal	federal,	não	nomeie	seu	defensor,	a	União	será	
intimada	para,	num	prazo	de	48	horas,	indicar	um	defensor	para	o	investigado.	
§	2º	Esgotado	o	prazo	disposto	no	§	1º	deste	artigo	com	ausência	de	
nomeação	 de	 defensor	 pelo	 investigado,	 a	 autoridade	 responsável	
pela	investigação	deverá	intimar	a	instituição	a	que	estava	vinculado	
o	 investigado	 à	 época	 da	 ocorrência	 dos	 fatos,	 para	 que	 essa,	 no	
prazo	 de	 48	 (quarenta	 e	 oito)	 horas,	 indique	 defensor	 para	 a	
representação	do	investigado.				 (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)	
	
§	3º	(VETADO).				 (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)	
§	4º	(VETADO).		 (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)	
§	5º	(VETADO).			 (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)	
Essa	necessidade	de	nomear	defensor	para	as	investigações	criminais	também	abrange	
os	militares	das	Forças	Armadas,	desde	que	os	fatos	investigados	digam	respeito	a	missões	para	
Garantia	da	Lei	e	da	Ordem	–	GLO.	
§	6º	As	disposições	constantes	deste	artigo	se	aplicam	aos	servidores	
militares	 vinculados	 às	 instituições	 dispostas	 no art. 142 da 
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Constituição Federal, desde	que	os	fatos	investigados	digam	respeito	
a	missões	para	a	Garantia	da	Lei	e	da	Ordem.				 (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019)	
Portanto,	 que	 fique	 bem	 claro,	 essa	 necessidade	 de	 defensor	 na	 fase	 da	 investigação	
criminal,	somente	ocorrerá	se	os	agentes	forem	membros	da	segurança	pública	ou	das	
forcas	armadas	e	o	objeto	da	investigação	for	o	uso	de	força	letal	praticados	no	exercício	
profissional,	sejam	eles	consumados	ou	tentados.	Ademais,	aos	membros	das	forças	armadas	
exige-se	que	estejam	em	missões	para	Garantia	da	Lei	e	da	Ordem-	GLO.	
Bom,	estude	com	muito	carinho	as	regras	do	artigo	14-A	e	seus	parágrafos.	É	um	tema	
novo	 e	 ainda	 não	 “caiu”	 em	 prova,	 mas	 tenho	 certeza	 que	 irá	 “despencar”	 nos	 próximos	
concursos.

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