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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO 6

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Disciplina: História da Educação
Aula 6: Educação na Idade Moderna III – Brasil Império
Apresentação
Nesta aula, refletiremos sobre a educação no Brasil durante o Período Imperial, que se iniciou em 1822 – embora seus primeiros
passos tenham sido dados a partir de 1808 – e se estendeu até 1889. Muitos fatores influenciaram o processo educacional desse
período. Com a expulsão dos jesuítas por Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782) – marquês de Pombal –, a educação
brasileira sofreu grande ruptura: a transição de uma educação pautada na fé para uma voltada aos interesses econômicos do
Estado.
Com a chegada da Família Real ao País, em 1808, foram criados cursos de Formação Superior no Rio de Janeiro, tais como:
Academia Real Militar, Anatomia e Cirurgia, laboratório de Química, Academia de Marinha, Escola Real de Ciências, Artes e
Ofícios, Agricultura. Na Bahia, foram criados os cursos de Agricultura, Cirurgia, Química, Desenho Técnico e cadeira de
Economia.
Além disso, foi implementado o sistema de jornalismo por meio da fundação da Imprensa Régia por Dom João (1767-1826), que
também estabeleceu a primeira biblioteca pública com acervo de 60.000 volumes doados pelo Príncipe Regente. Nesse período,
o Ensino Superior ganhou especial atenção. Já o Ensino Primário não teve grande desenvolvimento, e as iniciativas nesse
contexto foram lentas
Objetivos
Reconhecer a ruptura que a educação sofreu no Brasil após a expulsão dos jesuítas por marquês de Pombal;
Identificar a transição de uma educação influenciada pela fé para uma educação pautada nos interesses econômicos do
Estado;
Compreender que a chegada da família real ao Brasil inaugurou um novo modelo educacional, com a implementação de
vários cursos, além de inovações como a criação da Imprensa e outros espaços educacionais;
Identificar os fundamentos da educação no Brasil durante o período imperial e os principais fatos, contribuições e
contradições para a educação neste período.
 Matriz de Santos | Wikimedia <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Benedito_Calixto_-_Matriz_de_Santos.jpg>
Expulsão dos jesuítas
Após um estabelecimento de sucesso no Brasil, inclusive influenciando o rumo da educação, os Jesuítas passaram a ser
influentes em muitos outros aspectos e dimensões, tornando-se autônomos em relação ao poder do Estado e, em alguns
aspectos, do poder da Igreja.
Os colégios tinham alto número de alunos e as famílias os reconheciam como as referências para educar seus filhos. Os
jesuítas também ameaçavam a Coroa pela liderança que exerciam no campo religioso e educacional, mas foi a liderança
política que mais incomodou e atraiu os olhares que culminariam na expulsão dos Jesuítas e no desmantelamento da
Companhia de Jesus.
Essa situação provocou a ira da Coroa portuguesa, já que ameaçam a centralidade do poder real. Para conter os jesuítas,
antes que a expulsão acontecesse, foi pensada a estratégia de isolamento da Companhia com retaliações de todas as
naturezas.
Além dos aspectos de liderança e de autonomia, outro ponto que deve ser lembrado foi o estabelecimento, na Europa, da
política absolutista, que anunciava a ideia de que o cidadão deveria ser livre da tutela de qualquer outro poder (religioso,
judicial ou legislativo), reconhecendo, dessa forma, o poder do rei como o único.
 Absolutismo. Fonte: Wikipedia
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Absolutismo_y_los_reyes.jpg>
Em 1750, D. José I assume o trono português, tendo Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de Pombal, como o
seu primeiro-ministro. O Absolutismo sofre variações pelo fato da Coroa não defender todos os propósitos do Iluminismo.
No entanto, para manter os princípios do Absolutismo, é criado um sistema de governo conhecido como Despotismo
Esclarecido. Tal sistema instala o Regalismo, determinando o rei como absoluto, que podia inclusive, interferir em
assuntos internos da Igreja.
Os fatos ocorridos na Europa influenciaram o Brasil, sendo marquês de Pombal o expoente máximo do Despotismo
Esclarecido em Portugal, além de ministro do Reino. Foi inevitável sua vigilância sobre os jesuítas por todo o mundo. Era
preciso manter a ordem e o poder do estado absolutista, princípio não reconhecido pela Companhia de Jesus,
principalmente pela grande influência na educação e na formação dos professores, que eram canais de manutenção do
poder político da companhia.
Reforma Pombalina
A chamada Reforma Pombalina almejava fazer de Portugal a grande metrópole capitalista. Para isso, deveria haver
crescimento populacional, o que levou o marquês de Pombal a libertar os índios da escravidão, permitindo o casamento
entre indígenas e portugueses, promovendo, dessa forma, a miscigenação e aumentando a população.
A libertação dos indígenas causou impacto na ação dos jesuítas, não pela libertação em si, pois não havia escravidão
indígena antes dos portugueses chegarem ao Brasil, muito menos por parte dos religiosos, mas pela interferência direta
e agressiva dos portugueses nos projetos educacionais e sociais desenvolvidos pela Companhia de Jesus.
 Padre Gabriel Malacrida | Fonte: Wikipedia
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Gabriel_Malagrida#/media/File:Gabriel_Malagrida.png>
Nesta história há um caso de martírio. O padre Gabriel Malagrida, missionário Italiano no Brasil, tentou combater as
vaidades de marquês de Pombal, mas foi acusado de herege e queimado na fogueira em um auto de fé realizado no
Rossio de Lisboa. A liderança exercida pelo padre nos projetos de modernização e instrução das aldeias desagradou ao
marquês de Pombal, pois buscava a autonomia material e espiritual dos índios.
Uma das políticas adotadas no período foi a redução da dependência de Portugal dos produtos ingleses e reforço dos
laços do pacto colonial com o Brasil, colônia mais rica do decadente império português. O poder absolutista marcou a
história do período que ficou conhecido como Era Pombalina. Utilizando-se das muitas artimanhas do Iluminismo,
Pombal combinou Absolutismo com Despotismo Esclarecido para traçar ações que transformaram Portugal em país
moderno. 
 Marquês de Pombal| Fonte: Wikimedia
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Retrato_do_Marques_de_Pombal.jpg>
Para concretizar seu plano de ataque à Companhia de Jesus, Pombal convence o rei de
Portugal, José I, que o atentado que ele havia sofrido foi de responsabilidade dos jesuítas.
Com o decreto régio de setembro de 1759, o rei D. José, ordenou a expulsão dos religiosos
da Companhia de Jesus que estivessem em seus domínios continentais e ultramarinos.
(TRIGUEIROS, 2009)
Declaro os sobreditos Regulares na referida forma corrompidos, deploravelmente
alienados do seu Santo Instituto, e manifestamente indispostos com tantos, tão
abomináveis, tão inveterados e tão incorrigíveis vícios para voltarem à observância dele,
por notórios rebeldes, traidores, adversários e agressores, que têm sido e são
atualmente, contra a minha Real Pessoa e Estados, contra a paz publicados meus reinos e
domínios, e contra o bem comum dos meus fiéis vassalos; ordenando que tais sejam
tidos, havidos e reputados; e os hei desde logo, em efeito desta presente lei, por
desnaturados, proscritos e exterminados; mandando que efetivamente sejam expulsos de
todos os meus reinos e domínios, para neles mais não poderem entrar.
TRIGUEIROS, 2009. p. 161
 José I de Portugal | Fonte: Wikimedia
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Portrait_of_Joseph_Emanuel,_King_of_Portugal_(1773)_-
_Miguel_Ant%C3%B3nio_do_Amaral.png>
As consequências da expulsão dos jesuítas foram danosas e marcaram para sempre a história da Educação no Brasil. São
elas:
 Grandes prejuízos para os aldeamentos indígenas.
 Eliminação dos métodos de ensino.
 Agressão à identidade jesuítica em suas comunidades religiosas.
 Proibição do exercício do ministério sacerdotal.
 Proibição de 271 missões em todo o mundo. Permanência da Companhia de Jesus como oculta e inativa durante 41 anos.
O objetivo de Pombal era combater severamente os jesuítas, o que representava
um projeto arquitetado de avanço de poder.
Saiba mais
Assista aos vídeos a seguir, que apresentam mais detalhes sobre a vida de Pombal.
Quem foi marquês de Pombal? <https://www.youtube.com/watch?v=j_i0FDWHxsU>
Marquês de Pombal <https://www.youtube.com/watch?v=vGf2bxkNVho>
Reforma educacional de marquês de Pombal
Pombal tinha o objetivo de formar uma elite econômica portuguesa preparada para o comércio. Para isso, ele criou a
escola de comércio e a escola náutica, onde se aprendia caligrafia, contabilidade, escritura comercial e línguas modernas.
A estrutura deixada pelo sistema único de educação dos jesuítas foi destruída pela reforma educacional de Pombal. Em
junho de 1759, ele decretou, por meio do Alvará Régio de 28 de junho de 1759, a suspensão das escolas jesuíticas de
Portugal e de todas as colônias. Também criou as aulas régias ou avulsas de latim, grego, filosofia e retórica, oferecendo
um esquema completamente diferente do que era oferecido pela pedagogia jesuítica.
Saiba mais
Assista a mais um vídeo, que aborda a reforma educacional de Pombal de uma maneira positiva.
História da Educação no Brasil – Aula 4 – Reformas Pombalinas <https://www.youtube.com/watch?
v=DrCC46zxmcU>
Pontos da reforma educacional de Pombal
A reforma educacional empreendida por Pombal, com a expulsão dos jesuítas do Brasil, se baseou nos seguintes
aspectos:
01
Culpa dos jesuítas por todos os problemas e males da educação na metrópole e na colônia, e, inclusive, pela decadência
cultural de Portugal. Tal situação era justificada pela resistência da Companhia de Jesus ao Iluminismo, ou seja, ao
apogeu da razão esvaziada da fé.
02
Falta de estabelecimentos de ensino para acolher os estudantes dos colégios fechados. D. José I, no mesmo decreto da
expulsão dos Jesuítas, também criou as aulas régias gratuitas de gramática latina, grego e retórica.
As aulas régias compreendiam o estudo das humanidades, sendo pertencentes ao Estado
e não mais restritas à Igreja - foi a primeira forma do sistema de ensino público no Brasil.
Apesar da novidade imposta pela Reforma de Estudos realizada pelo Marquês de Pombal,
em 1759, o primeiro concurso para professor somente foi realizado em 1760 e as
primeiras aulas efetivamente implantadas em 1774, de Filosofia Racional e Moral.
Em 1772 foi criado o Subsídio Literário, um imposto que incidia sobre a produção do
vinho e da carne, destinado à manutenção dessas aulas isoladas. Na prática o sistema das
Aulas Régias pouco alterou a realidade educacional no Brasil, tampouco se constituiu
numa oferta de educação popular, ficando restrita às elites locais.
Ao rei cabia a criação dessas aulas isoladas e a nomeação dos professores, que levavam
quase um ano para a percepção de seus ordenados, arcando eles próprios com a sua
manutenção.
AZEVEDO, Fernando. 1943. p. 289-320
03
Centralização do ensino, com a criação do cargo de diretor-geral dos estudos, que tinha como funções fazer cumprir as
disposições do diploma, ficando a ele subordinados todos os professores régios das disciplinas citadas.
04
Estabelecimento de cadeiras de retórica (quatro em Lisboa, duas em Coimbra, duas em Évora, duas no Porto e uma em
cada uma das cidades e vilas que eram cabeça de comarca). Dos chamados Estudos Menores fazia também parte a
cadeira de filosofia, tendo sido nomeados quatro professores: um para Lisboa, um para Coimbra, um para Évora e um
último para o Porto.
05
Estabelecimento da educação laica, definida como responsabilidade do governo. Assim, a educação passou a ser
controlada pelo estado, com currículo centralizado.
06
Ensino feito exclusivamente em português, mesmo para os índios, aos quais era oferecido na língua Tupy pelos jesuítas.
07
Instituição do subsídio literário, uma espécie de imposto, para gerar recursos para o pagamento dos professores.
Saiba mais
Assista a mais um vídeo sobre as reformas pombalinas.
As reformas pombalinas (1750-1777). <https://www.youtube.com/watch?v=jYxkfTO08ak >
Os professores que foram nomeados para o Brasil provavelmente não tinham a formação
específica para atuarem na função. As aulas régias, isoladamente, dificilmente poderiam
suprir o conjunto de aulas e disciplinas aplicadas pelos jesuítas. Houve inúmeras perdas com
o desmantelamento de um aparato educativo que já funcionava há mais de duzentos anos.
Após a morte de Dom José I, Marquês de Pombal é destituído de seu cargo.
Napoleão e o contexto europeu
As vitórias da França nas chamadatzs guerras napoleônicas atendiam aos interesses franceses de expansão territorial,
bem como de uma nova ideologia burguesa, cujos princípios estavam delineados no documento Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão. <http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Documentos-anteriores-
%C3%A0-cria%C3%A7%C3%A3o-da-Sociedade-das-Na%C3%A7%C3%B5es-at%C3%A9-
1919/declaracao-de-direitos-do-homem-e-do-cidadao-1789.html >
Um dos principais personagens da época, Napoleão Bonaparte era o temor de muitos reis absolutistas na Europa nos
primeiros anos do século XIX. Após tomar o poder na França em 1799, ele tinha como um dos objetivos, tornar o seu
país o maior Império que o mundo já tinha conhecido. Sob os símbolos da bandeira francesa, o hino revolucionário da
marselhesa e o lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade, o exército napoleônico praticamente não possuía um
adversário à altura que o impedisse de avançar, invadir, derrotar e dominar aqueles países que se colocavam à frente de
seus planos.
 Declaração de guerra feita por D. João a Napoleão Bonaparte e todos os
seus vassalos (1808). | Fonte: Wikimedia
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Declara%C3%A7%C3%A3o_de_guerra_feita_por_D._Jo%C3%A3o_
O grande inimigo da França de Napoleão era a Inglaterra, berço da Revolução Industrial no século XVIII e a grande
fábrica da Europa, produzindo em larga escala produtos têxteis e comercializando uma série de outros, a Inglaterra era a
nação mais poderosa do mundo economicamente. Por causa disso, Napoleão decretou o Bloqueio Continental, que
proibia os países europeus de comercializarem com a Inglaterra.
Sem o seu principal mercado consumidor, a Inglaterra reduziria os seus lucros, abrindo espaço para a nascente
manufatura francesa. Portugal e Espanha, dois tradicionais aliados comerciais da Inglaterra, se recusam a aderir ao
bloqueio imposto por Napoleão e, em resposta, o imperador francês cumpre a promessa, invade a Península Ibérica e
depõe as monarquias absolutistas que ali governavam, o que motivou a vinda da família real portuguesa para o Brasil.
 Embarque da família real portuguesa no cais de Belém, em 29 de novembro de 1807 | Fonte: Wikimedia
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Departure_of_H.R.H._the_Prince_Regent_of_Portugal_for_the_Brazils_(Campaigns_of_the_British_Arm
_Henry_L%27Ev%C3%AAque,_F._Bartollozzi.png>
Chegada da família real portuguesa no Brasil
D. João decidiu não enfrentar o exército francês e executou uma retirada estratégica. Em 1807, ao som dos canhões e
das baionetas dos soldados franceses, a família real e a corte portuguesa deixaram Lisboa. Embarcados em vários
navios, levaram consigo alguns mantimentos, livros e toda a riqueza que puderam carregar. Vencendo uma longa
travessia do Atlântico e uma viagem conturbada, D. João chega ao Brasil em janeiro de 1808.
Saiba mais
Os vídeos a seguir apresentam as características da vinda da família real para o Brasil em 1808.
História: Peripécias de uma família real <https://www.youtube.com/watch?v=nGTLH3vPVY8>
A chegada da família real no Brasil <https://www.youtube.com/watch?v=Xf0yV7EXTMU>
Medidas para a educação
A primeira medida de D. João VI ao chegar ao Brasil foi a aberturados portos às nações amigas. Essa atitude foi de
crucial importância para reverter a condição do Brasil como colônia de Portugal, pois rompe o monopólio de comércio da
metrópole portuguesa, até então existente, caracterizado no chamado Pacto Colonial.
A partir de então, todos os países poderiam negociar livremente em portos brasileiros. As mudanças sociais, políticas e
econômicas também geram mudanças na educação.
1808
Criação da Imprensa Régia
A importação de máquinas permitiu, pela primeira vez, a impressão oficial e a circulação de ideias na Corte do
Rio de Janeiro. No mesmo ano, surgiu o primeiro jornal impresso no Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro.
Criação do Jardim Botânico
Com a sua extensa variedade de exemplares da flora tropical atraiu uma série de pesquisadores e estudiosos
estrangeiros.
Criação de uma biblioteca com os quase 60 mil volumes trazidos nos navios.
Aquela biblioteca daria origem à futura Biblioteca Nacional, localizada no Rio de Janeiro, hoje uma das maiores
bibliotecas do mundo.
1816
Missão Cultural Francesa
Teve como principal destaque o artista Jean Baptiste Debret, que através das suas telas retratou modos e
costumes da vida urbana da cidade do Rio de Janeiro.
1818
Criação do Museu Real
Mais tarde daria origem ao Museu Nacional.
A criação de escolas de ensino superior tinha como objetivo atender às necessidades de instrução dos filhos da nobreza e
da aristocracia brasileira.
NA BAHIA
1808 - Curso de Cirurgia.
1808 - Curso de Economia.
1812 - Curso de Agricultura, com estudos de Botânica e criação do Jardim Botânico.
1817 - Curso de Química, abrangendo Química Industrial, Geologia e Mineralogia.
1818 - Curso de Desenho Industrial.
NO RIO DE JANEIRO
1808 - Academia Real de Marinha Curso de Cirurgia e Anatomia.
1810 - Academia Real Militar.
1812 - Laboratório de Química.
1814 - Curso de Agricultura.
1816 - Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, transformada em 1820 na Real Academia de Pintura, Escultura e
Arquitetura Civil.
O ensino elementar ainda sofria as consequências do período pombalino, com os chamados
mestre-escola, ministrando as aulas régias, laicas e com pouca instrução e lógica do
conhecimento.
Saiba mais
Assista agora a um vídeo que apresenta a linha do tempo da história da educação no Brasil.
Linha do tempo da história da educação no Brasil. <https://www.youtube.com/watch?
v=VoTX8_pPrQE>
 O Grito do Ipiranga| Fonte: wikimedia <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Independence_of_Brazil_1888.jpg>
Independência do Brasil (1822)
O famoso Grito do Ipiranga do imperador Pedro I pouco repercutiu na sociedade brasileira daquela época. O Brasil
continuava constituído por ampla maioria de escravos, o que contrariava os princípios liberais que se espalhavam pelo
mundo e influenciavam boa parte dos dirigentes políticos em nosso país.
Confira a seguir uma cronologia com fatos importantes do período.
1823
A constituinte de 1823 foi dissolvida pelo imperador, entre outras razões, por apresentar um projeto de constituição
em que as ideias liberais eram predominantes, o que limitava o poder do imperador.
1824
A outorga da primeira Constituição do Brasil pode ser entendida como um ato autoritário e conservador por parte de
D. Pedro I e do grupo de portugueses que o apoiava.
1827
Em outubro de 1827, é proposto a adoção do 
método Lancaster em escolas primárias. Foi o primeiro método oficial de ensino implementado no Brasil, o que
marca o início da descolonização e da instituição do estado nacional.
Nesse ano, são criados dois novos cursos jurídicos, em São Paulo e no Recife. Além disso, ocorre a transformação de
alguns cursos superiores em faculdades isoladas.
1834
Em pleno período regencial, ocorreu uma reforma na constituição, que deixou marcas na educação. No chamado Ato
Adicional, foi definido que o ensino elementar, o secundário e a formação de professores seriam de responsabilidade
das províncias. O ensino superior ficaria sob o encargo do poder central. Oficializou-se a descentralização do ensino.
O Colégio de Pedro II passa ser estabelecimento-modelo dos estudos secundários.
1835
Em Niterói, província do Rio de Janeiro, é fundada a primeira escola normal do país. Em seguida, surgiram as
escolas normais de Minas Gerais.
1836
Nesse ano, é fundada a escola normal na Bahia.
1837
A suposta descentralização de 1834 foi desrespeitada com a criação do Colégio Pedro II, pelo Regente Araújo Lima.
Este colégio era um estabelecimento padrão de ensino secundário, que tinha o objetivo de atender os filhos
daqueles que faziam parte da elite intelectual do país.
O ensino superior, apesar de prioritário dentro da estrutura de ensino projetada
pelos políticos brasileiros, também não atingiu patamares desejáveis para um país
que pretendia se tornar civilizado. Entre os maiores avanços em relação ao nível
superior foram está a fundação da Escola Normal, em 1846, em São Paulo.
1
Atividade
1. No período Imperial, pelo decreto de 15/10/1827, na tentativa de se suprir a falta de professores, institui-se o
método do ensino mútuo, em que um aluno treinado (decurião) ensina a um grupo de dez alunos (decúria) sob a
rígida vigilância de um inspetor. Foi o primeiro método oficial de ensino implementado no Brasil, que marca o início
da descolonização e da instituição do Estado Nacional. Essa definição se aplica ao Método:
 a) Lancasteriano
 b) Construtivista
 c) Montessoriano
 d) Escolanovista
 e) Libertário
2. Há muitas críticas à educação implementada no período imperial e às heranças que foram deixadas para a
história da educação no Brasil. Dos fatos abaixo, qual apresenta uma informação incorreta quanto à educação no
período imperial?
 a) O Decreto de 1º de março de 1822 criava, no Rio de Janeiro, uma escola baseada no método lancasteriano ou
de ensino mútuo, enviando vários professores para cada escola e ampliando a formação dos alunos.
 b) A Constituição de 1824, outorgada pela Assembleia Constituinte, dizia, no seu artigo 179, que a instrução
primária era gratuita a todos os cidadãos.
 c) Uma Lei Geral, de 15 de outubro de 1827, dispõe sobre as escolas de primeiras letras, fixando-lhes o currículo
e institui o ensino primário para o sexo feminino.
 d) Convertem-se em Faculdades de Medicina, as Academias Médico-Cirúrgicas do Rio de Janeiro e da Bahia em
1832.
 e) O Ato Adicional da reforma constitucional de 1934 dizia que a educação primária e secundária ficaria a cargo
das províncias, restando à administração nacional o ensino superior.
Notas
Método Lancaster 
Conhecido como ensino mútuo ou sistema monitoral, pregava, dentre outros princípios, que um aluno treinado ou mais
adiantado (decurião) deveria ensinar um grupo de dez alunos (decúria), sob a orientação e supervisão de um inspetor. Ou seja,
os alunos mais adiantados deveriam ajudar o professor na tarefa de ensino. Essa ideia resolveu, em parte, o problema da falta
de professores no início do século XIX no Brasil, pois a escola poderia ter apenas um educador. Esse método, baseado na obra
de Joseph Lancaster, entendia também que se deveria repartir os alunos em classes segundo a ordem de seus conhecimentos e
que o procedimento educacional de castigo físico deveria acabar, instituindo uma nova forma de pensar a disciplina escolar. Foi
implantado oficialmente no Brasil pela Lei de 15 de outubro de 1827, que definia, em linhas gerais, as diretrizes do ensino geral.
(MENEZES. E; SANTOS, Thais, 2001)
Referências
AZEVEDO, Fernando. O sentido da educação colonial. In: A cultura brasileira. Rio de Janeiro: Serviço Gráfico do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, 1943. 
1
BOTO, Carla. A dimensão iluminista da reforma pombalina dos estudos: das primeiras letras à universidade. In: Revista
Brasileira de Educação. v. 15. n. 44. 2010.
COSTA, Célio Juvenal.O Marquês de Pombal e a Companhia de Jesus. In: MENEZES, S. L.; PEREIRA, L. A.; MENDES, C. M. M.
(orgs). A expansão e consolidação da colonização portuguesa na América. Maringá: EDUEM, 2011.
MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. Verbete método lancasteriano. Dicionário Interativo da Educação
Brasileira - Educabrasil. São Paulo: Midiamix, 2001. 
TRIGUEIROS, António. O negócio jesuítico e o papel da política regalista portuguesa. In: Revista Brotéria. v. 169. 2009.
Próximos Passos
Iluminismo, a Revolução Francesa e Revolução Industrial e a Educação;
A Educação técnico-fabril e a Educação Iluminista;
A criação da ONU e da UNESCO para conter o impacto da educação liberal.
Explore mais
Assista ao vídeo sobre a educação no Brasil imperial <https://www.youtube.com/watch?v=yxFcU1oHVQs> .
Leia também um texto sobre a introdução do Método Lancaster no Brasil
<http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/1257/12> .

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