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TEXTO: Afonso de Lima Xavier Espedito dos Santos Júnior Mailane Santos Lima IMAGENS: Afonso de Lima Xavier Antonio Bruno Silva Farias Livia Maria Costa Rodrigues. EDIÇÃO: SUMÁRIO INSETO: VOCÊ SABE O QUE É? ........................... 5 ORTHOPTERA ..................................................... 6 ODONATA .......................................................... 8 HEMIPTERA ...................................................... 10 BLATTODEA ...................................................... 13 PHTHIRAPTERA ................................................ 16 COLEOPTERA ................................................... 19 HYMENOPTERA ................................................ 22 LEPIDOPTERA ................................................... 25 SIPHONAPTERA ............................................... 28 DIPTERA ........................................................... 31 REFERÊNCIAS ..................................................... 34 5 INSETO: VOCÊ SABE O QUE É? Os insetos são animais que apresentam diferentes formas, cores e tamanhos. São invertebrados artrópodes, pertencentes ao Filo Ar- thropoda e Classe Insecta. Eles se destacam entre os artrópodes devido à presença de asas, embora alguns tenham perdido suas asas no processo evolutivo, tornando-se ápteros, já outros foram tão reduzidas que são quase que imperceptíveis a olho nu. Pos- suem corpo dividido em cabeça, tórax, abdome e apresentam seis pernas, característica essa que os faz diferentes dos outros animais do filo. Estes animais apresentam uma diversidade enorme de es- pécies, compreendendo mais da metade de todos os organismos vivos descritos hoje. E exercem um grande impacto nos ecossis- temas terrestres, mais do que qualquer outro tipo de animal, além de estarem presentes também em ambientes aquáticos. Aqui você, caro leitor, verá um pouco dessa enorme di- versidade através da apresentação das ordens mais populares do Brasil. 6 ORTHOPTERA (gafanhotos, esperanças, grilos, manés-magros e paquinhas) ETIMOLOGIA Orthoptera: orthos = reto, plano; pteron = asas. Refere-se à pre- sença de tégminas planas, não dobradas transversalmente e retas e asas anteriores do tipo pergaminosas, alongadas e retas. DIVERSIDADE São conhecidas cerca de 33 mil espécies no mundo, das quais 1.480 ocorrem no Brasil. O grupo Orthoptera é dividido em duas subordens, Caelifera (antenas curtas, diurnos) e Ensifera (antenas longas, noturnos ou camuflados). Os ortópteros, como a maioria dos outros insetos, apesar de estarem distribuídos em todo o mundo, são mais abundantes nas regiões tropicais. Possuem há- bitos alimentares muito diversificados, podendo inclusive ser pre- dadores, mas a maioria é fitófaga. 7 MORFOLOGIA Suas antenas podem ser setáceas ou filiformes, aparelho bucal do tipo mastigador. Possuem pernas anteriores ambulatórias e o ter- ceiro par saltatório. Nas paquinhas as pernas anteriores são fosso- riais (para cavar). Possuem dois pares de asas sendo as anteriores do tipo tégminas e as posteriores membranosas, têm abdome sés- sil. REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO Reprodução sexuada e seu desenvolvimento é por hemimetabolia (ovo, ninfa e adultos). INTERAÇÕES ECOLÓGICAS Os gafanhotos são conhecidos por na fase de vida gregária, for- marem grandes nuvens, alimentando-se de plantas de qualquer espécie de maneira muito voraz. PRINCIPAIS AMEAÇAS Por muitas espécies serem consideradas pragas agrícolas, os inse- tos do grupo orthoptera correm risco devido a utilização de inse- ticidas em massa nos grandes cultivos agrícolas. 8 ODONATA (libélulas, lavadeira, lava-bunda, jacinta, cavalo-de-judeu, ca- valinho-do-diabo, zigue-zague e cigarrinha) ETIMOLOGIA Odonata do grego odon = dente, nata = mandíbula. Refere-se aos dentes fortes e robustos presentes nas mandíbulas dos adultos, ca- racterística que define esses insetos como predadores. DIVERSIDADE O número de espécies conhecidas no mundo é de pouco mais de 5.400, sendo quase 2.600 pertencentes à subordem Zygoptera e mais de 2.800 à subordem Anisoptera. No Brasil, são 828 espé- cies, distribuídas em 14 famílias e 1 40 gêneros. MORFOLOGIA 9 Apresentam cabeça móvel com olhos compostos grandes e mul- tifacetados, três ocelos, antenas curtas como cerdas e peças bucais mandibuladas. O tórax é maior para acomodar os músculos de vôo de dois pares de asas membranosas alongadas com muitas nervuras. O abdome delgado com dez segmentos termina em ór- gãos de apreensão em ambos os sexos; os machos têm uma geni- tália secundária no ventre do segundo para o terceiro segmento abdominal; as fêmeas na maioria das vezes apresentam um ovi- positor no ápice ventral do abdome. REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO Reprodução sexuada e seu desenvolvimento é hemimetábolo (ovo, ninfa e adulto). Na cópula, o macho segura a fêmea pelo pescoço ou pelo protórax e o par voa em tandem,normalmente para um poleiro. A fêmea então dobra seu abdome para frente para conectar-se com a genitália secundária do macho, formando então a posição “em círculo” o acasalamento pode durar de se- gundos a diversas horas, dependendo da espécie. INTERAÇÕES ECOLÓGICAS Se alimentam de insetos transmissores da dengue e da malária. Os imaturos servem de alimento para peixes e anfíbios; já os adultos servem de alimento para répteis e aves. PRINCIPAIS AMEAÇAS As principais ameaças aos odonatas estão relacionadas às ações antrópicas , devido a alta sensibilidade às alterações aos ambien- tes, podendo provocar o desaparecimento de diversas espécies. 10 HEMIPTERA (percevejos, cigarras, pulgões, moscas-brancas e cochonilhas) ETIMOLOGIA Hemiptera do grego hemi = metade; pteron = asa. Refere-se às asas anteriores (= hemiélitros), com metade coriáceas e metade membranosas. DIVERSIDADE São conhecidas cerca de 89 mil espécies em todo mundo, distri- buídas nas subordens: cerca de 16 mil em Sternorrhyncba, 35 mil em Auchenorrhyncha, 38 mil em Heteroptera, 30 espécies de Co- leorrhyncha. No Brasil, há 791 espécies conhecidas de Stemor- rhyncha, cerca de 4 mil de Auchenorrhyncha e cerca de 5 .400 de Heteroptera, com uma estimativa para a existência de cerca de 30 11 mil espécies, ocorrem em todas as regiões zoogeográficas (exceto Antártida) e sua adaptabilidade resultou em uma enorme diversi- dade estrutural e biológica. MORFOLOGIA Os olhos compostos dos hemípteros costumam ser grandes e os ocelos podem estar presentes ou ausentes. As antenas variam de curtas, com poucos artículos, a filiformes e multiarticuladas. As peças bucais mandíbulas e maxilas modificadas como estiletes contendo dois canais: um que libera saliva, outro que absorve lí- quido. O tórax com frequência consiste em protórax e mesotórax grandes, mas um metatórax pequeno. Ambos os pares de asas fre- quentemente apresentam nervação reduzida e alguns são ápteros, e raramente pode haver apenas um par de asas. As pernas são na maioria das vezes gressoriais, algumas vezes raptoriais, comu- mente com estruturas adesivas pré-tarsais complexas. O abdome é variável e os cercos estão ausentes. REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO Realizam reprodução sexuada e partenogênese. Seu desenvolvi- mento é hemimetábolo (ovo, ninfa e adulto). O acasalamento é feito com os parceiros de costas um para o outro, o acoplamento começa com o par voltado para a mesma direção, então o macho rotaciona seu oitavo segmento abdominal em 90º e em 180º, a sua cápsula genital, o pênis adentra a câmara genital da fêmea, e o macho se volta para a direção contrária. A cópula pode durar vá- rias horas e durante esse período eles podem se locomover, com a fêmea guiando o machode ré. 12 INTERAÇÕES ECOLÓGICAS Alguns percevejos são considerados pragas de plantas cultivadas por sugarem a seiva e os cloroplastos, e transmissores de patóge- nos pelo corte feito para alimentação nas plantas. Garantem o equilíbrio ambiental, sendo úteis predando insetos nocivos às plantas, outros têm relevância médica e veterinária; como os re- presentantes da subfamília Triatominae, à qual pertence o bar- beiro, transmissor da doença de Chagas e outros são hematófagos de aves e mamíferos. PRINCIPAIS AMEAÇAS São presas de diversos vertebrados e de algumas espécies de ara- nhas e parasitos. Seus ovos podem ser predados por ácaros e ou por outros hemípteros, coleópteros, aranhas e escorpiões. Os per- cevejos que habitam lugares úmidos são frequentemente atacados por fungos. 13 BLATTODEA (baratas) ETIMOLOGIA Blattaria (do latim blatta = barata – que foge da luz) deriva-se do latim blatta, adaptação do grego blapto DIVERSIDADE Cerca de 4 mil espécies são conhecidas em todo mundo, das quais 644 ocorrem no Brasil. Estão distribuídas em todo o mundo, a maioria das espécies ocorre nas regiões tropicais e subtropicais. MORFOLOGIA O tamanho geral das espécies de baratas varia em entre 3 mm e 10 cm de comprimento. Apresentam corpo oval, largo e achatado, cabeça curta e antenas longas e móveis, com função na comuni- cação, no reconhecimento do parceiro durante o cortejo de acasa- lamento e nas percepções de odores. A cabeça é curta, https://pt.wikipedia.org/wiki/Latim 14 subtriangular, do tipo opistognata, com uma abertura bucal tritu- radora, antenas longas e filiformes, geralmente dois ocelos, e os olhos compostos estão presentes na maioria das espécies, com ex- ceção das espécies cavernícolas. Os machos são menores do que as fêmeas, elas ainda têm antenas filiformes, pernas ambulatórias com espécie de espinhos. Possuem dois pares de asas sendo o 1º tégmina e o 2º membranoso, seu abdome é séssil e possui um par de cercos e os machos possuem um par de estilos. REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO De desenvolvimento hemimetábolo, se reproduzem de forma se- xuada, com elevada taxa reprodutiva, já que a fêmea é capaz de gerar dezenas de descendentes de uma única cópula com um ma- cho. Seu desenvolvimento, comportamento, reprodução e longe- vidade estão diretamente relacionados à temperatura à qual estão expostas. O desenvolvimento de embriões dura aproximadamente 30 dias. Os ovos se desenvolvem externamente à fêmea, na oo- teca, sendo encontrados aproximadamente 15 ovos em seu inte- rior. Se reproduzem e se proliferam com facilidade, estando sua presença diretamente relacionada à disponibilidade de abrigo e alimento, embora possam sobreviver um mês sem se alimentar e sete dias sem beber água. INTERAÇÕES ECOLÓGICAS Podem viver em ambiente aquático, desértico, silvestre e domés- tico; e tem uma histórica relação com os seres humanos, já que estão sempre visíveis em suas residências. As espécies sinantró- picas (domésticas), costumam abrigar-se em frestas e locais quen- tes, úmidos e próximos a alimentos como redes de esgoto, https://pt.wikipedia.org/wiki/Antena https://pt.wikipedia.org/wiki/Antena https://pt.wikipedia.org/wiki/Ocelo https://pt.wikipedia.org/wiki/Ocelo https://pt.wikipedia.org/wiki/Olho_composto https://pt.wikipedia.org/wiki/Olho_composto 15 armários e gavetas. São insetos presidencialistas, pois geralmente saem para forragear a procura de comida e retornam para o mesmo local. Tem hábitos noturnos e são lucífugas, durante o dia vivem escondidas em recantos escuros. São onívoros e forra- geiam à procura de comida e água durante à noite, devido a maior proteção contra predadores que a ausência de luz pode proporci- onar. PRINCIPAIS AMEAÇAS Diversos predadores e parasitas atacam as baratas, como por exemplo, lagartixas, bactérias, formigas, vermes, fungos, proto- zoários, artrópodes como ácaros, aranhas, besouros, escorpiões, hemípteros e himenópteros e diversos vertebrados. Dentre os hi- menópteros, seis famílias se desenvolvem em seus ovos (exem- plo: Evaniidae, Encyrtidae, Chalcididae e Eulophidae), e na famí- lia Sphecidae, as ninfas de baratas são colocadas no ninho destas vespas para servirem como alimento para as larvas. 16 PHTHIRAPTERA (piolhos) ETIMOLOGIA Phthiraptera: do grego phthir = piolho; a = sem;pteron = asa. Re- fere-se à ausência de asas nos piolhos. DIVERSIDADE 4.996 espécies conhecidas no mundo e cerca de 900 no Brasil. Phthiraptera MORFOLOGIA Insetos hemimetábolos, pterigotos, secundariamente ápteros, ec- toparasitos permanentes de aves e mamíferos, variando de 0,3 a 1 1 mm de comprimento. O corpo é esclerosado, achatado dorso- ventralmente, coberto de cerdas voltadas para trás, com coloração amarelada ou castanha. Olhos presentes ou ausentes, antena com 17 três a cinco artículos e aparelho bucal mastigador ou sugador- pungitivo. As fêmeas são maiores que os machos, com a extremi- dade posterior do abdômen bifurcada; machos com a extremidade posterior do abdômen de contorno arredondado. São desprovidos de ocelos e asas (são secundariamente ápteros) e a coloração do corpo varia de bege claro a cinza escuro, mas eles podem ficar mais escuros após se alimentarem. REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO São hospedeiro-específicos, há espécies que vivem em regiões es- pecíficas do corpo do seu hospedeiro, tendo grande dependência fisiológica sendo incapazes de viver por mais que poucas horas fora deles. As fêmeas colocam de 4 a 10 ovos por dia, estes são conhecidos como lêndeas. Os imaturos, chamados de ninfas, apresentam três estádios que se diferenciam dos adultos pelo me- nor tamanho e ausência de genitália externa. Todo o ciclo ocorre sobre um hospedeiro (nunca fora dele) e dura em média 35 dias. Todos os Phthiraptera são ovíparos, com exceção das duas espé- cies do gênero Meinertzhageniella (Philopteridae), ectoparasitos de emas, que são vivíparas, isto é, há o desenvolvimento da pri- meira fase ninfal no útero da fêmea. A maioria das espécies de piolho faz reprodução sexual. INTERAÇÕES ECOLÓGICAS São Insetos ectoparasitos obrigatórios de aves e mamíferos, in- clusive marinhos. A infestação por piolhos é conhecida como pe- diculose, anoplurose ou malofagose. Um único animal pode ser infestado com milhares deles causando coceira, formação de áreas de depilação, crostas na pele, irritabilidade e anemia, 18 predispondo o animal a infecções secundárias. Uma das espécies da família Pthiridae também é parasita do ser humano, sendo co- nhecido popularmente como “chato” ou piolho da região pubiana, o Pthirus pubis é transmitido através do ato sexual. PRINCIPAIS AMEAÇAS Os piolhos são específicos de seus hospedeiros, sendo muito de- pendentes da temperatura e umidade próximas à pele. A sobrevi- vência fora do hospedeiro é limitada sendo incapaz de viver fora do corpo do hospedeiro por um longo período, a espécie de piolho que pode sobreviver por maior período fora do corpo do hospe- deiro é o piolho do corpo, mas que também necessita tão logo encontrar um hospedeiro. 19 COLEOPTERA (besouros: joaninhas, vaga-lumes, escaravelhos, vaquinhas, pi- rilampos e etc.) ETIMOLOGIA Coleoptera do grego koleos = estojo e pteron = asas, refere às asas anteriores (élitros) coriáceas, DIVERSIDADE Apresenta cerca de 350 mil espécies, onde estão agrupadas em 4 subordens que compreende um dos grupos de animais mais diver- sos e importantes para vida terrestre. No mundo apenas 36 mil espécies estão descritas, distribuída em 5.300 mil gêneros, já na região neotropical tem cerca de 9.000 espécies. No brasil, 28 mil espécies, distribuídas em 105 famílias. MORFOLOGIA 20 O tamanho da ordem varia de 0,3 a 200mm e apresenta um corpoesclerotizado que cobrem total ou parcialmente o abdome, com cabeça móvel e olhos compostos, podendo ter tamanhos e formas reduzidos ou ausentes, o ocelo pode variar de um a três, contém vários tipos de antenas desde a setácea até a flabelada e, seu apa- relho bucal pode apresentar variação entre mastigador, sugador e lambedor. O tórax é bem desenvolvido com um par de asas de élitros que servem apenas para proteger as demais par de asas membranosas que são usadas para o voo, as pernas possui estru- turas adaptadas à vida aquática e terrestre. O abdome é composto por dez segmentos no macho e nove na fêmea, porém, nos machos o nono segmento é modificado para formar a genitália e o décimo segmento é reduzido ou fundido com o nono segmento, as fêmeas apresentam um ovipositor longo, curto ou reduzido no ápice ven- tral do abdome. REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO Reprodução sexuada e seu desenvolvimento é holometábolo (ovo, larva, pupa e adulto), podendo haver em alguns grupos de espécies o hipermetabólico que são ínstares diferentes. A cópula dessa ordem pode variar de acordo com a espécie, assim como seu feromônio para atrair seus parceiros para o acasalamento, e seus ovos são depositados e a duração de eclosão dos mesmos. INTERAÇÕES ECOLÓGICAS Os coleópteros terrestres desempenham um papel importante, sendo controladores de pragas e de ervas daninhas, além de serem utilizados como controladores pulgões e cochonilhas pragas de plantas. São parte integrante dos ecossistemas florestais, onde 21 ocupam desde o solo até a copa das árvores e, no processo de co- evolução entre as comunidades de insetos e a flora, exercem tam- bém o papel de polinizadores de plantas lenhosas. PRINCIPAIS AMEAÇAS Devido a grande diversidade os coleópteros encontra-se sob ame- aça devido à crescente modificação dos seu habitat no meio am- biente, como por exemplo a urbanização e as indústrias que cresce cada vez mais, além da devastação de matas e uso de agro- tóxicos nas plantações. Como é caso da Mata Atlântica que é, pro- vavelmente, o ecossistema mais devastado e mais seriamente ameaçado do planeta no qual há a presença de inúmeras espécies de coleópteros. 22 HYMENOPTERA (abelhas, vespas, formigas) ETIMOLOGIA Hymenoptera do grego hymen = membrana e pteron = asa, que se refere a asas membranosas presente nos membros dessa ordem, conhecida popularmente pelas abelhas, vespas e formigas. DIVERSIDADE O número de espécies conhecidas no mundo varia entre 110 mil e 130 mil. No Brasil, são 10 mil espécies, mas existem estimativas que indicam uma riqueza muito maior, com cerca de 70 mil espé- cies no Brasil e mais de 500 mil ao redor do mundo que ainda não foram descobertas. São divididas em duas subordem: Symphyta e Apocrita. MORFOLOGIA 23 Apresenta tamanho variado entre 0,14 mm a 7 cm, possui uma cabeça móvel com olhos compostos, três ocelos podendo estes presentes, reduzidos ou ausentes, antenas multi articuladas longas e aparelho bucal apresenta variação entre mastigador e lambedor. O tórax é bem desenvolvido, com dois pares de asas membrano- sas, sendo as asas anteriores são maiores do que as posteriores, exceto em algumas espécies, suas pernas podem ser de ambulató- ria, saltadora e coletoras. O abdome apresenta um pecíolo que se liga ao tórax, além do ovipositor ser adaptado em um ferrão como um mecanismo de defesa por algumas espécies. REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO Reprodução sexuada e seu desenvolvimento é holometábolo (ovo, larva, pupa e adulto), podendo ocorrer partenogênese, onde permite que a fêmea de algumas espécies possa controlar o sexo da prole conforme os ovos sejam fecundados ou não. A cópula varia de acordo com a espécies, assim como seu feromônio para atrair seus parceiros para o acasalamento. As fêmeas possuem o ovopositor, que em algumas espécies foi modificado em ferrão, não só para defesa como também para introduzir seus ovos nos hospedeiros. INTERAÇÕES ECOLÓGICAS As vespas são controladores biológicos de insetos, impedindo que estes aumentem drasticamente em grande número, proporcio- nando a redução do inseticidas nos plantios. Já as formigas de- sempenham diversas funções no ecossistema, como predação, re- ciclagem de nutrientes e dispersão de sementes. E as abelhas são 24 consideradas o maior agente responsável pela polinização das an- giospermas. PRINCIPAIS AMEAÇAS As principais ameaças aos hymenoptera é perda de habitat devido a fragmentação e destruição da vegetação nativa, o uso de inseti- cidas na agricultura e as mudanças climáticas. Podendo provocar a extinção das abelhas, esse efeito implica com a produção de mel e polinização, onde as abelhas possuem um papel importante na natureza, como a manutenção das populações selvagens de plan- tas, além de beneficiar os seres humanos com alimentos agrícolas e apícola. 25 LEPIDOPTERA (mariposas e borboletas) ETIMOLOGIA Lepidoptera vem do grego lepis = escamas, e pteron = asas, re- fere-se a suas asas cobertas por escamas, conhecida popularmente como mariposas e borboletas. DIVERSIDADE O número de espécies conhecidas no mundo é de aproximada- mente 500 mil. No Brasil, são 26 mil espécies, com estimativa recente de 60 a 80 mil espécies, distribuídas em 124 famílias. MORFOLOGIA Apresenta tamanho variada entre 1 a 280 mm de comprimento, seu é corpo e apêndice são revestidos por escamas, cabeça estreita 26 e arredondada com olhos grandes e compostos, as antenas multi articuladas e aparelho bucal sugador, probóscide bem desenvol- vida, raramente com aparelho bucal mastigador na fase larval. Dispõem de um tórax reduzido, suas pernas são articuladas e dois pares de asas membranosas. O abdome tem a forma cilíndrica alongada, é composto por dez segmento, onde os dois últimos são modificados para formar a genitália do macho, já na fêmea se mo- difica nos três últimos segmentos. REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO Reprodução sexuada e seu desenvolvimento é holometábolo (ovo, larva, pupa e adulto). A cópula varia de acordo com a espé- cies, assim como seu feromônio para atrair seus parceiros para o acasalamento, durante a cópula e penetra a bursa copularia da fê- mea. Os órgãos emparelhados usualmente se articulam com o te- gumen e o vinculum, e pode ser derivada a partir dos coxites, pon- tas ou parandrites do segmento 9. As fêmeas possuem o oviposi- tor, após verificar se o local é seguro para depositar, as lepidóp- teras deposita os ovos, que leva cerca de 5 a 15 dias para eclodir, dependendo da espécie, e liberar as larvas, conhecidas popular- mente como lagartas. INTERAÇÕES ECOLÓGICAS As pupas podem ser parasitadas por moscas e vespas, as lagartas servem de alimentos para insetos predadores e parasitas, para ara- nhas, pássaros, sapos, lagartos, roedores. Como também servem de alimento para certas tribos de índio e culturas. PRINCIPAIS AMEAÇAS 27 O principal fator de ameaça identificado para este grupo é a perda de habitats, que provoca reduções e isolamento de populações. Populações pequenas e isoladas tendem a se extinguir localmente, e quando se situam muito distantes das fontes de colonização, a chance dos fragmentos serem recolonizados é muito diminuída. 28 SIPHONAPTERA (pulgas) ETIMOLOGIA Siphonaptera vem do grego (siphos= sifão ou tubo, aptera= sem asas) DIVERSIDADE Atualmente são conhecidas quase 3.000 espécies, das quais 59 encontram-se no Brasil, além de apresentarem distribuição ampla, desde a região Ártica até a Antártica. No caso de Siphonaptera, a diversidade é baixa no Brasil. São ectoparasitos de mamíferos, vivendo em locais onde habitam seus hospedeiros. MORFOLOGIA Insetos holometábolos, secundariamente ápteros, ectoparasitas de aves e principalmente de mamíferos,variando de l a 3 mm de 29 comprimento. Corpo esclerosado e comprimido lateralmente. Segmentos imbricados uns sobre os outros, providos de cerdas voltadas para trás, coloração castanha a negra. Olhos, quando pre- sentes, arredondados e quase sempre negros. Antena curta, alo- jando-se em sulco ao lado da cabeça. Aparelho bucal sugador- pungitivo. Palpo maxilar com quatro artículos e palpo labial com dois a dezessete artículos. Pernas longas e coxas dilatadas, adap- tadas para o salto. As fêmeas são maiores que os machos, com a parte posterior do abdômen arredondada sendo que em algumas espécies são penetrantes ou semi penetrantes. REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO Desenvolvimento Holometabolia e cada fêmea pode liberar cerca de 500 ovos, que são esbranquiçados, ovóides ou elipsoidais, me- dindo 300 a 700 µm em média, que são lançados fora do corpo do hospedeiro, em ninhos, covas, solo, e até em carpetes e frestas de pisos. Em aproximadamente doze dias, saem larvas que são es- branquiçadas, com cabeça distinta, vermiformes e ápodas, com aparelho bucal do tipo mastigador. Estas alimentam-se de sangue do hospedeiro expelido pelo ânus da pulga adulta, e geralmente aderido a outros detritos orgânicos. Em razão disso, enquanto se alimentam dos hospedeiros as pulgas ingerem mais sangue do que o necessário para o próprio consumo. A hematofagia é exclusiva da fase adulta e obrigatória para os dois sexos, podendo ser reali- zada tanto durante o dia quanto à noite, e depois passam por três estágios, e trocas de pele. Depois, formam casulos, se transfor- mam em pupas e, após este estágio, adquirem forma adulta. O ciclo de vida depende das condições de temperatura e umidade. 30 INTERAÇÕES ECOLÓGICAS As pulgas participam de diferentes elos na cadeia epidemiológica: são parasitos, propriamente ditos, vetores biológicos e hospedei- ros invertebrados. Como ectoparasitos, exercem: a) ação irrita- tiva, como dermatite alérgica, os animais tornando-se irrequietos; b) ação espoliadora, que conduz à anemia face às altas infestações em animais de pequeno porte; c) ação inflamatória, causada prin- cipalmente por espécies que são penetrantes ou semi penetrantes e cujos orifícios deixados no corpo dos respectivos hospedeiros se tornam passíveis de infecção por agentes oportunistas. Como vetores biológicos ou transmissores de agentes patogênicos, são incriminados na transmissão de viroses (mixomatose), doenças bacterianas como a peste bubônica, protozooses (tripanossomía- ses) e helmintoses, infecções por tilenquídeos. PRINCIPAIS AMEAÇAS Como hospedeiros de invertebrados, as pulgas podem ser infec- tadas por artrópodes. Como larvas de Chalcidoidea (Hymenop- tera), e espécies de ácaros que são encontradas em associação com os mesmos, quer em foresia, ou no interior da cavidade geral. Infestações naturais de Polygenis tripus por Rhizoglyphus echinopus (Fumouze & Robin) foram constatadas em Belo Hori- zonte. Vários organismos endossimbiontes, incluindo vírus, bac- térias, fungos, protozoários, nematódeos e cestódeos foram repor- tados para 60 espécies de pulgas, desenvolvendo ações mutualís- ticas, comensalistas ou parasíticas. 31 DIPTERA (moscas e mosquitos) ETIMOLOGIA Diptera vem do grego(di = duas e pteron = asas, refere-se ao nú- mero de asas encontradas, duas. DIVERSIDADE Existem cerca de 120 mil espécies no mundo, distribuídas em duas subordens e com um total de 130 famílias. No Brasil, ocor- rem cerca de 8,7 mil espécies, com estimativas de 60 mil. MORFOLOGIA Apresenta tamanho varia de 0,5 a 60 mm de comprimento, cabeça móvel e esférica com olhos compostos e simples, contém três oce- los, suas antenas são multiarticulares e com aparelho bucal que 32 varia de acordo com a espécie, podendo ser sugador ou sugador- lambedor. Tem tórax pouco desenvolvido, porém, com o metató- rax bem desenvolvido em função do desenvolvimento do voo, as pernas têm tarsos pentâmeros e um par de asas anterior funcional e o posterior alterado em forma de halteres, sua função é manter o equilíbrio e conferir a estabilidade do voo. O abdome é com- posto por onze segmento, onde os últimos segmentos sofreram modificações para forma os órgãos genitais do macho e da fêmea, sendo que o último segmento também está localizado cercos e a abertura anal. REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO Reprodução sexuada e desenvolvimento holometábolo, a cópula dessa ordem pode variar de acordo com a espécie, assim como seu feromônio para atrair seus parceiros para o acasalamento, os escleritos fundidos no sétimo segmento forma uma bainha de ovi- positor, que é robusta, rígida e permanece invertida, enquanto que os segmentos terminais são adaptados para a perfuração, e seus ovos são depositados. INTERAÇÕES ECOLÓGICAS A maioria das larvas são decompositoras em ambientes aquáticos ou semi aquático, outras são predadoras, ou parasitóides, desem- penhando um papel importante como inimigo natural de uma va- riedade de organismo. As mais conhecidas, como a mosca-do- méstica ou a mosca-varejeira, reciclam algumas matérias orgâni- cas de origem animal. Alguns cientistas afirmam que os mosqui- tos em regiões mais afastadas, a ausência dos mosquitos das teias alimentares causaria um certo dano nas populações de peixes de 33 água doce, pois as larvas constituem uma parte importante da di- eta deles. PRINCIPAIS AMEAÇAS As principais ameaças estão relacionadas com a utilização desenfreada de inseticidas, degradação dos ambientes naturais e má utilização dos recursos hídricos. REFERÊNCIAS CAETANO, Roberta. Resumo de algumas ordens da Classe In- secta. Diponivel em: <https://robertacaetano.wordpress.com/re- sumo-de-algumas-ordens-da-classe-insecta/>. Acesso em: 31 mar. 2019. EADES, D. C.; OTTE, D. Orthoptera species file online, 2009. Disponível em: <http:// orthoptera.speciesfile.org/>. Acesso em: 31 mar. 2019. ENTOMOLOGIA. Entomologia na UFV. Disponivel em: <http://www.insecta.ufv.br/>. Acesso em: 31 mar. 2019. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (EMBRAPA). Embrapa Agrobiologia. Atualizado em: 10 dez. 2009. Disponível em: <https://www.embrapa.br/>. Acesso em: 31 mar. 2019. GULLAN P. J.; CRANSTON, P. S. Insetos: Fundamentos da En- tomologia. 5ª ed. Rio de Janeiro, 2017. Insetos Aquáticos. Dispo- nivel em: http://www.insecta.ufv.br/Entomologia/ent/disci- plina/ban%20160/AULAT/aula10/aquaticos.html. Acesso em: 27 mar. 2019. GULLAN, P.J. Insetos: fundamentos da entomologia / P.J. Gul- lan, P.S. Cranston; Com ilustrações de Karina H. McInnes; Tra- dução e Revisão Técnica Eduardo da Silva Alves dos Santos, So- nia Maria Marques Hoenen – 5. ed. – Rio de Janeiro: Roca, 2017. RAFAEL, José Albertina (ed.) 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