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3. Formulário Para ter uma noção da familiaridade do questionário, foi preparado um formulário para entender melhor a relação do indivíduo testado com o hábito de desenhar. Inserimos abaixo as perguntas realizadas para comentar o porquê de cada uma. A primeira pergunta feita trata da relação de identidade da atividade com a pessoa, indagando o mesmo acerca da sua consideração sobre ser um desenhista ou não. Embora essa pergunta tenha tomado um ar subjetivo, ela busca esclarecer o ponto em que não é necessário nenhum curso ou treinamento para tal. Tratando assim apenas da disposição e consideração para acabar se tornando de fato um desenhista. Logo em seguida vem uma, senão a mais importante das perguntas; a frequência do entrevistado no exercício de desenhar. Com opção para aquele que exercita sua capacidade diariamente, numa escala semanal, de um modo ininterrupto e periodicamente, em ocasiões raras ou se ele nem sequer ousa desenhar. Essa pergunta, um tanto opcional no formulário, questiona sobre os conhecimentos do indivíduo acerca da relação do desenho com a capacidade cognitiva do ser humano. Outro ponto a ser investigado aqui é a relação de se pessoas que desenham pouco fazem isso por não enxergarem uma vantagem ou motivo para tal. E a última pergunta, também sobre identificação, busca saber em que nível o entrevistado se considera. Essa, uma avaliação um tanto quanto livre, busca saber também se os entrevistados já possuem um contato com o desenho. Variando desde o apreciador, que não se envolve mas gosta, até o profissional, que comercializa sua arte. Neste intervalo podemos encontrar o leigo, ainda iniciando sua jornada de aprendizado, o iniciante e o amador, que são aqueles que praticam a atividade por hobby, de forma descompromissada. 4. Testando a Criatividade Como já dito acima, o primeiro contato que tive com alguma maneira de se mensurar a capacidade criativa foi com o Teste de Pensamento Criativo de Torrance, que foi apresentado em um artigo discutido em sala de aula. O teste oferece uma forma de avaliar a criatividade como forma de perceber e alterar o ambiente que nos cerca. Segundo a definição do próprio E. P. Torrance, ela poderia ser descrita como a seguinte passagem: [“Um processo de se tornar sensível aos problemas, deficiências, vácuos de conhecimento, elementos perdidos, desarmonias e assim em diante; indentificando a dificuldade; procurando por soluções, fazendo advinhações, ou formulando hipóteses sobre as deficiências: testando e re-testando essas hipóteses e possivelmente modificando e retestando elas; e finalmente comunicando os resultados”] - Traduzido do Inglês. Sendo assim classificada, a criatividade se torna algo muito mais inteligível. Se trata basicamente de perceber problemas, além de elaborar e executar hipóteses de soluções. Por fim, trazemos os objetivos do mesmo autor ao desenvolver o teste: [“(a) Para promover o entendimento da mente humana, seu funcionamento e desenvolvimento; (b) Para auxiliar no desenvolvimento da instrução individualizada; (c) Para prover informação adicional para programas psicoterapêuticos remediais; (d) Para acessar os diferentes efeitos de materiais educacionais, programa, currículo, procedimentos e assim por diante; (e) Para apontar potencialidades que poderiam passar despercebidas - especialmente em crianças de origens culturalmente diversas e de classes sociais desfavorecidas.”] - Traduzido do Inglês Torrance, E. P. (1966). The Torrance Tests of Creative Thinking-Norms-Technical Manual Research Edition-Verbal Tests, Forms A and B-Figural Tests, Forms A and B. Princeton, NJ: Personnel Press. Embora nossa finalidade se enquadre apenas no primeiro objetivo, podemos dizer que os outros podem prover sugestões para alterações e programas interessantes, visto o potencial terapêutico e educacional encontrado no ato do desenho. Outra confusão realizada com frequência é acreditar que pessoas inteligentes (com um alto coeficiente intelectual - Q.I.) sejam também criativas, sem falar no inverso. Isso se dá pois são diferentes tipos de inteligências, sendo uma de uma lógica operacional e computacional e outra de uma crítica, interventora e interativa. Segundo Kyung Kim, um crítico dos testes de Torrance, o mesmo oferece uma maneira de se encontrar talentos e de se medir essa forma de raciocínio, sem falar no incentivo ao desenvolvimento criativo. [“Testes tradicionais de QI são uma forma comum de recurso usados para se identificar estudantes excepcionais para programas alternativos como o posicionamento avançado. Contudo, a meta-análise de Kim mostrou um relacionamento negligível entre o QI e a criatividade, indicando que mesmo sem altos QIs, indivíduos podem ser altamente criativos.”] - Traduzido do Inglês KIM, Kyung Hee. (2017). The Torrance Tests of Creative Thinking - Figural or Verbal: Which One Should We Use? - The College of William & Mary, USA. O teste em si consiste em 3 atividades simples. A primeira é desenhar utilizando apenas uma forma geométrica, a segunda, utilizando 3 formas distintas e a terceira, utilizando formas incompletas. É uma forma de medir a criatividade do indivíduo ao analisar como e o que ele representa utilizando recursos limitados. Abaixo temos uma lista dos critérios levados em consideração ao se avaliar um teste Torrance de pensamento criativo: - [“ - Fluência: Número de ideias relevantes; demonstra a habilidade de criar um quantidade de imagens figurativas. - Originalidade: O número de imagens estatísticamentes improváveis; demonstra uma habilidade de criar respostas incomuns ou únicas. O procedimento de avaliação conta as resposta mais comuns como 0 e outras respostas legítimas como 1 . As listas de normalidade constam para cada item na informação normativa, que são memorizadas pelos avaliadores. - Elaboração: O número de ideias acrescentadas; demonstra a habilidade de desenvolver e elaborar em ideias. - Abstração dos títulos: O ponto além de catalogar; baseado na ideia que criatividade requer uma abstração do pensamento. Ela mede o quanto um título move além da descrição dos objetos desenhados. - Resistência ao fechamento prematuro: Nível de abertura psicológica; baseado na crença de que o comportamento criativo requer que uma pessoa considere uma variedade de informação quando processar informação enquanto mantém uma mente aberta.”] - Traduzido do Inglês Torrance, E. P. (1990). The Torrance tests of creative thinking norms—technical manual figural (streamlined) forms A & B. Bensenville, IL: Scholastic Testing Service, Inc. Todo esse estudo foi levantado por uma finalidade. Mesmo pesquisando bastante, achamos apenas um site que dizia vender o teste para instituições. Foi feito o contato com o autor do artigo que inspirou a reflexão deste aqui escrito, contudo, não foi recebemos nenhuma resposta do site e nem o arquivo do mesmo. Para que o mesmo pudesse ainda ser aplicado, foi desenvolvido uma versão pessoal similar à lógica utilizada pelo teste de Torrance. Contudo, a avaliação se tornou um pouco mais subjetiva, a fim de simplificar a aplicação e mensuramento do mesmo. É importante ressaltar que a mesma foi feita sem qualquer finalidade comercial, sendo apenas utilizada em fins acadêmicos, especificamente neste mesmo artigo. A ideia era aproveitar a lógica apresentada por Torrence para desenvolver e avaliar o aluno. As respostas foram uma forma de simplificar, trazendo perguntas pertinentes para critérios avaliativos, focando no uso dos recursos para a elaboração de alguma mensagem. 5. Análise dos resultados: Devido ao cronograma limitado por conta do prazo de entrega, o teste foi aplicado de maneira online. A fim de facilitar a compreensão dos resultados, foram reunidos os desenhos feitos com o teste. Válido ressaltar que o quesito “Tem relação direta com a forma” na realidade conta como um ponto negativo, que será debitado do escore do desenho em questão. 5.1. 1º Teste: Esse teste efetuou 4, 4 e dois pontos respectivamente em seus desenhos, somando um total de 10 pontos. O indivíduo testado afirma que passa por períodos sem desenhar e se considera amador. 5.2. 2º Teste: Esse teste efetuou 5, 3 e 5 pontos respectivamente em seus desenhos, somando um total de 13 pontos. O indivíduo testado afirma que desenha semanalmente e se considera amador. 5.3. 3º Teste: Esse teste efetuou 2, 2 e 5 pontos respectivamente em seus desenhos, somando um total de 9 pontos. O indivíduo testado afirma que desenha raramente e se considera leigo. 5.4. 4º Teste: Esse teste efetuou 1, 0 e 1 pontos respectivamente em seus desenhos, somando um total de 2 pontos. O indivíduo testado afirma que desenha raramente e se considera leigo. 5.5. 5º Teste: Esse teste efetuou 3, 4 e 4 pontos respectivamente em seus desenhos, somando um total de 11 pontos. O indivíduo testado afirma que desenha raramente e se considera leigo. 5.6. 6º Teste: Esse teste efetuou 2, 3 e -1 pontos respectivamente em seus desenhos, somando um total de 4 pontos. O indivíduo testado afirma que desenha sazonalmente e se considera amador. 5.7. 7º Teste: Esse teste efetuou 2, 4 e 1 pontos respectivamente em seus desenhos, somando um total de 7 pontos. O indivíduo testado afirma que desenha sazonalmente e se considera amador. 5.8. 8º Teste: Esse teste efetuou 2, 2 e 2 pontos respectivamente em seus desenhos, somando um total de 6 pontos. O indivíduo testado afirma que desenha sazonalmente e se considera iniciante. 6. Conclusões: No cenário ideal, mais pessoas teriam sido entrevistadas, a fim de reunir mais dados, o que poderia trazer uma conclusão mais sólida. Contudo, ainda foi possível observar algumas tendências. Para melhor comparação e entendimento dos resultados obtidos, foi feita a tabela abaixo, que reúne as informações mais importantes dos testes realizados. Nº do Teste Nota final Frequênci a Nível considerado 1 10 Sazonal Amador 2 13 Semanal Amador 3 09 Rara Leigo 4 02 Rara Leigo 5 11 Rara Leigo 6 04 Sazonal Amador 7 07 Sazonal Amador 8 06 Sazonal Iniciante Um dos primeiros aspectos a ser observado é que a maior pontuação pertence ao que possui uma maior frequência de desenho, enquanto a menor se encontra em uma das menores frequências possíveis. Mesmo assim, pode-se notar que a média de quem costuma desenhar sazonalmente acabou se revelando menor do que aqueles que desenham raramente, contrariando parcialmente a hipótese levantada nesse artigo. Concluindo, a relação entre os dois é um pouco mais complexa e multifatorial do que esperado. Embora seja reconhecido que exercício do desenho estimule o desenvolvimento da criatividade, essa hipótese não é sustentada em todos os casos. Também é válido frisar que existem diversas outras formas de se estimular a criatividade, tal como o artesanato, a música dentre outros exercícios artísticos. 7. Bibliografia: COSTA, Lúcio. Programa para a reformulação do ensino de desenho no curso secundário, por solicitação do ministro Capanema, IPHAN, 1940. Gianluca Vagnani, Loredana Volpe. Innovation attributes and managers' decisions about the adoption of innovations in organizations: A meta-analytical review, ScienceDirect, 2017 SANTOS, Clézio. O uso de desenhos no ensino fundamental: imagens e conceitos. In: PONTUSCHKA, Nídia Nacib; OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino (Org.). Geografia em perspectiva: ensino e pesquisa. São Paulo: Contexto, 2002. p. 195-206. Marco Antonio Ferreira da Costa; Maria de Fátima Barrozo da Costa ; Maria da Conceição Almeida Barbosa Lima ; Sidnei Quezada Meireles Leite. O desenho como estratégia pedagógica no ensino de ciências: o caso da biossegurança. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias Vol. 5 Nº 1 (2006). MACHADO, Rosilene Beatriz. ENTRE VIDA E MORTE: CENAS DE UM ENSINO DE DESENHO. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC). Florianópolis 2012. Emily Simplício Borges ,Edlamar clauss. A IMPORTÂNCIA DO DESENHO COMO EXPRESSÃO E REGISTRO INFANTIL. NIP - ICESP. TAYLOR, Anita. Why drawing needs to be a curriculum essential. The Guardian, 29 de Maio de 2019. Torrance, E. P. (1966). The Torrance Tests of Creative Thinking-Norms-Technical Manual Research Edition-Verbal Tests, Forms A and B-Figural Tests, Forms A and B. Princeton, NJ: Personnel Press. KIM, Kyung Hee. (2017). The Torrance Tests of Creative Thinking - Figural or Verbal: Which One Should We Use? - The College of William & Mary, USA. Torrance, E. P. (1990). The Torrance tests of creative thinking norms—technical manual figural (streamlined) forms A & B. Bensenville, IL: Scholastic Testing Service, Inc.
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