Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RESUMO PC V NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS AULA 25.08.2020 TÍPICOS Já estão tipificado no cpc sobre o que pode ser negociado. ATÍPICOS: • O legislador, no art. 190, permitiu negócio jurídicos processuais sem estabelecer a respeito do que. Ele simplesmente previu no art. 190 que se o direito envolvido no processo permitir autocomposição as partes podem, desde que elas sejam plenamente capazes, estipular mudanças no procedimento e ajustar este procedimento às especificidades da causa e ocasionar sobre seus ônus, deveres, poderes e direito antes e ou durante o processo. • Quando o art. 190 fala assim “se o direito no processo admitir autocomposição e as partes forem capazes” elas podem dar o que elas bem entenderem. • 1º o direito precisa admitir autocomposição; se estou falando em direito indisponível, não é possível o NJP; • E o juiz? O juiz pode interferir na negociação. O § único do art. 190 fala: • O juiz de ofício, veja ele não precisa homologar para ter uma validade, um negócio jurídico processual entabulado entre as partes antes ou durante o processo ele já visa. Ou seja, o NJP não precisa de homologação prévia do juiz, mas o juiz pode, eventualmente, negar validade de eficácia a esse negócio processual. Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo. Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade. Somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão, alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade. SOMENTE ESSES CASOS, os demais o juiz não pode interferir. Recurso não é possível no caso que o juiz não respeitar os negócios jurídicos processuais, pois não temos decisões sobre isso. ENUNCIADOS FPPC de orientação sobre negócios processuais e servem enquanto não há jurisprudência. Enunciados do Fórum Permanente de Processualistas Civis ENUNCIADO 16. O controle dos requisitos objetivos e subjetivos de validade da convenção de procedimento deve ser conjugado com a regra segundo a qual não há invalidade do ato sem prejuízo Não faz sentido o juiz vir simplesmente falar assim: olha vou controlar e interferir nesse negócio feito entre vocês que são capazes, que a causa admite autocomposição, sendo que nenhuma das partes veio levantar prejuízo. ENUNCIADO 17. As partes podem, no negócio processual, estabelecer outros deveres e sanções para o caso do descumprimento da convenção Nos casos em que é acordado algo antes do litigio e no momento do litigio não é cumprido. ENUNCIADO 18. Há indício de vulnerabilidade quando a parte celebra acordo de procedimento sem assistência técnico-jurídica. É um indício, mas não necessariamente deve ser levado em consideração, pois pode ser algo simples ou uma das partes é formada em direito. ENUNCIADO 19. São admissíveis os seguintes negócios processuais, dentre outros: pacto de impenhorabilidade, acordo de ampliação de prazos das partes de qualquer natureza, acordo de rateio de despesas processuais, dispensa consensual de assistente técnico, acordo para retirar o efeito suspensivo de recurso , acordo para não promover execução provisória; pacto de mediação ou conciliação extrajudicial prévia obrigatória, inclusive com a correlata previsão de exclusão da audiência de conciliação ou de mediação prevista no art. 334; pacto de exclusão contratual da audiência de conciliação ou de mediação prevista no art. 334; pacto de disponibilização prévia de documentação (pacto de disclosure), inclusive com estipulação de sanção negocial, sem prejuízo de medidas coercitivas, mandamentais, sub-rogatórias ou indutivas; previsão de meios alternativos de comunicação das partes entre si; acordo de produção antecipada de prova; a escolha consensual de depositário-administrador no caso do art. 866; convenção que permita a presença da parte contrária no decorrer da colheita de depoimento pessoal. Possui vários exemplos admissíveis. Pacto de impenhorabilidade= quando as partes convencionam que não irão penhorar determinado bem; acordo para retirar o efeito suspensivo de recurso = o recurso será apenas de devolutivo. previsão de meios alternativos de comunicação das partes entre si = pelo whats, telegrama, etc. ENUNCIADO 20. Não são admissíveis os seguintes negócios bilaterais, dentre outros: acordo para modificação da competência absoluta, acordo para supressão da primeira instância, acordo para afastar motivos de impedimento do juiz, acordo para criação de novas espécies recursais, acordo para ampliação das hipóteses de cabimento de recursos. Exemplos que NÃO são admissíveis. ENUNCIADO 21. São admissíveis os seguintes negócios, dentre outros: acordo Exemplos ADMISSÍVEIS. para realização de sustentação oral, acordo para ampliação do tempo de sustentação oral, julgamento antecipado do mérito convencional, convenção sobre prova, redução de prazos processuais. Convenção sobre a prova= as partes estabelecem quais provas serão produzidas. ENUNCIADO 115. O negócio jurídico celebrado nos termos do art. 190 obriga herdeiros e sucessores. Negócio não perde a eficácia com a morte do titular da negociação. ENUNCIADO 132. Além dos defeitos processuais, os vícios da vontade e os vícios sociais podem dar ensejo à invalidação dos negócios jurídicos atípicos do art. 190. Por exemplo, se a pessoa foi coagida para realizar o negócio processual. ENUNCIADO 133. Salvo nos casos expressamente previstos em lei, os negócios processuais do art. 190 não dependem de homologação judicial. Nada impede que as partes façam um NJ com cláusula que só será válido se o juiz homologar, pois elas querem, mas via de regra o juiz não precisa homologar. ENUNCIADO 135. A indisponibilidade do direito material não impede, por si só, a celebração de negócio jurídico processual. Se permite autocomposição, as vezes o direito é indisponível, mas admite autocomposição por uma parte dele, então é possível celebração de njp. ENUNCIADO 134. Negócio jurídico processual pode ser invalidado parcialmente. ENUNCIADO 252. O descumprimento de uma convenção processual válida é matéria cujo conhecimento depende de requerimento O juiz não pode simplesmente vir e dizer que não é válido por nada, muito menos se não houve prejuízo para as partes. ENUNCIADO 6 . O negócio jurídico processual não pode afastar os deveres inerentes à boa-fé e à cooperação Não pode afastar os deveres básicos como: boa-fé, lealdade e cooperação. ENUNCIADO 253. O Ministério Público pode celebrar negócio processual quando atua como parte. A fazenda pública também pode ENUNCIADO 254. É inválida a convenção para excluir a intervenção do Ministério Público como fiscal da ordem jurídica. Ex: tem uma causa com interesse de incapaz e faz uma convenção dizendo que o MP não pode participar. NÃO É PERMITIDO. ENUNCIADO 255. É admissível a celebração de convenção processual coletiva. ENUNCIADO 256. A Fazenda Pública pode celebrar negócio jurídico processual. ENUNCIADO 257. O art. 190 autoriza que as partes tanto estipulem mudanças do procedimento quanto convencionem sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais. Já está claro no caput do 190. ENUNCIADO 258. As partes podem convencionar sobre seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, ainda queessa convenção não importe ajustes às especificidades da causa. Causa que não requer um tratamento específico, mas não quer dizer que é somente nesses casos você pode modificar e fazer NJP. ENUNCIADO 259. A decisão referida no parágrafo único do art. 190 depende de contraditório prévio. Quando o juiz for invalidar um NJP por conta de nulidade, manifesta vulnerabilidade de uma das partes ou cláusula abusiva de adesão, precisa dar um contraditório prévio, ou seja, precisa que as partes se manifestem. Ele não pode surpreender. ENUNCIADO 260. A homologação, pelo juiz, da convenção processual, quando prevista em lei, corresponde a uma condição de eficácia do negócio. ENUNCIADO 261. O art. 200 aplica-se tanto aos negócios unilaterais quanto aos bilaterais, incluindo as convenções processuais do art. 190. ENUNCIADO 262. É admissível negócio processual para dispensar caução no cumprimento provisório de sentença. ENUNCIADO 402. A eficácia dos negócios processuais para quem deles não fez parte depende de sua anuência, quando lhe puder causar prejuízo. ENUNCIADO 403. A validade do negócio jurídico processual, requer agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei. Se não tem as características determinadas neste enunciado é NULO e o juiz pode negar eficácia. ENUNCIADO 404. Nos negócios processuais, atender-se-á mais à intenção consubstanciada na manifestação de vontade do que ao sentido literal da linguagem. ENUNCIADO 405. Os negócios jurídicos processuais devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. ENUNCIADO 406. Os negócios jurídicos processuais benéficos e a renúncia a direitos processuais interpretam-se estritamente. ENUNCIADO 407. Nos negócios processuais, as partes e o juiz são obrigados a guardar nas tratativas, na conclusão e na execução do negócio o princípio da boa-fé. ENUNCIADO 408. Quando houver no contrato de adesão negócio jurídico processual com previsões ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. ENUNCIADO 409. A convenção processual é autônoma em relação ao negócio em que estiver inserta, de tal sorte que a invalidade deste não implica necessariamente a invalidade da convenção processual. ENUNCIADO 411. O negócio processual pode ser distratado. ENUNCIADO 490. São admissíveis os seguintes negócios processuais, entre outros: Outros exemplos de negócios jurídicos processuais admissíveis. pacto de inexecução parcial ou total de multa coercitiva; pacto de alteração de ordem de penhora; pré-indicação de bem penhorável preferencial (art. 848, II); pré-fixação de indenização por dano processual prevista nos arts. 81, §3º, 520, inc. I, 297, parágrafo único (cláusula penal processual); negócio de anuência prévia para aditamento ou alteração do pedido ou da causa de pedir até o saneamento (art. 329, inc. II). ENUNCIADO 491. É possível negócio jurídico processual que estipule mudanças no procedimento das intervenções de terceiros, observada a necessidade de anuência do terceiro quando lhe puder causar prejuízo. ENUNCIADO 579. Admite-se o negócio processual que estabeleça a contagem dos prazos processuais dos negociantes em dias corridos. Pelo CPC é em dias úteis, mas pode ser estabelecido em dias corridos conforme este enunciado. CALENDARIZAÇÃO AULA DIA 27/08/2020 - Correção trabalho Continuação NJP Art. 191, cpc = se refere à prazos, mas ele é típico e ele aplica-se o disposto no art 191. Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso. § 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados. § 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário. • As partes podem conjuntamente com o juiz estipular alterações no procedimento para fixar calendário ou cronograma prévio dos prazos. • Cronograma com datas especificas que os atos serão praticados. • O cronograma poderá ser feito por petição inicial ou audiência, o objeto do processo não precisa ser disponível e nem as partes serem capazes. Porque quem vai fazer esse calendário serão os advogados das partes e se espera que estas partes estejam devidamente representadas. • Isso pode ser muito bom para as partes, pois com o calendário prévio já há uma previsibilidade e pode saber quando os atos serão praticados e economiza os atos processuais, pois com a calendarização não há necessidade de intimação das partes. • A calendarização é o cronograma prévio para prática dos atos processuais, que permite a organização planejada dos tempos do processo. • É muito difícil modificar, não tem discussão quanto a isso. • Caso uma das partes não se manifeste dentro da data estipulada há pena de preclusão desse direito (EX.: réu não apresentou contestação = REVELIA) TUTELAS PROVISÓRIAS AULA DIA 01/09/2020 TUTELA= proteção dos direitos, pode ser prestada pelos 3 poderes (executivo, legislativo e judiciário) e no processo civil o que importa é o judiciário. • O judiciário presta essa tutela por meio de técnicas processuais (sentenças, decisão interlocutória etc.). • Para que a tutela seja adequadamente prestada há necessidade de que haja uma solução adequada, efetiva e tempestiva. • O processo muitas vezes encontra diversos conflitos entre princípios e direitos. A harmonização desses conflitos se dá por meio da ponderação dos valores em discussão. • Se prioriza o direito material. • Há diversas técnicas processuais que o legislador prevê para tutelar os direitos de forma adequada e dentro dessas técnicas o juiz pode adaptar essas técnicas. 1.TUTELA JURISDICIONAL TUTELA SATISFATIVA TUTELA CAUTELAR satisfazer um direito é realizar concretamente esse direito. Quando a tutela jurisdicional realiza ou permite a realização concreta do direito. ex.: uma pessoa procurou a justiça pra receber um tratamento de saúde que não foi concedido, ela quer receber o medicamento. Quando o juiz fala “determino que o réu entregue o medicamento” ele está dando uma tutela satisfativa que permite a satisfação concreta do direito. não permite a satisfação imediata do direito. Ela permite assegurar a satisfação eventual e futura do direito da parte, ela não permite a imediata satisfação por isso costuma falar “aquilo que acautela não satisfaz”. exemplo: XYZ quer receber R$100 mil de um contrato realizado com ABC. XYZ irá receber quando o juiz mandar o réu pagar e então terá a satisfação do direito dela. Acontece que, no curso do processo, XYZ toma conhecimento que ABC está promovendo artifícios fraudulentos para passar os bens para terceiros e, assim, no momento que XYZ for receber não terá mais nada. Com isso, se essa tutela for dada e não for cumprida, ou seja, não for efetivada é a mesma coisa que não ser dada. O juiz pode assegurar que no futuro seja possível que XYZ tenha essa satisfação, bloqueando o bem de ABC enquanto ainda está tramitando o processo, pois se no futuro xyz ganhar a ação ela terá como receber. PARA SABER A DIFERENÇA ENTRE SATISFATIVA E CAUTELAR? Não importa o momento em que foi concedida, nem por qual decisão, a questão é AQUELA DECISÃO QUE O JUIZ DÁ PERMITE A REALIZAÇÃO IMEDIATA DO DIREITO? SIM = SATISFATIVA. NÃO= CAUTELAR. De acordo com a atividade prestada pelo órgão jurisdicional: COGNIÇÃO E EXECUÇÃO 1.1 COGNIÇÃO COGNIÇÃO= é uma técnica pela qual o juiz forma juízo de valor sob aquilo que foi apresentado no processo. Ele apreciou, valorou, analisou as provas e alegações trazida pelas partes.A cognição é o exame fundamentado das alegações e provas das partes. Quem faz esse exame? O juiz. Para que ele faz isso? Para formar juízo de valor. De maneira geral, diz-se que a cognição do juiz pode ser analisado por dois planos: VERTICAL analisa-se a profundidade do conhecimento da cognição realizada pelo magistrado. Estamos dizendo quanto é que o juiz se aprofunda no exame dos fatos e provas produzidas. EXAURIENTE quando o juiz decide com base em um procedimento que foi garantida a realização plena do contraditório e da ampla defesa diz que é EXAURIENTE, pois foi dada a oportunidade das partes serem ouvidas, produzirem as provas necessárias, essa cognição prestigia a segurança jurídica, porque vai-se a fundo na realidade fática e chega-se a convicção da verdade. Atinge um juízo de certeza e são aptas para formar a coisa julgada. SUMÁRIA Quando o exame que o juiz faz se dá através de um procedimento que não foi possível ouvir todas as partes ou uma das partes, as vezes, ambas as partes foram ouvidas mas a produção de provas ainda pode ser enriquecida e aprofundada. Quando se trata de cognição SUMÁRIA a produção de provas ainda é incompleta e pode ser mais bem aprofundada. Quando o juiz julga com cognição sumária ele está julgando com juízo de PROBABILIDADE, pois analisa com aquilo que foi apresentado no momento e não são aptas a formar a coisa julgada e é típica dos provimentos provisórios em que não há tempo nem condições suficientes para que ele julgue com cognição EXAURIENTE, mas com base na urgência ou tempo ele precise decidir. HORIZONTAL analisa-se a quantidade PARCIAL Casos em que a lei traz limitações quanto a matéria que pode ser deduzida e conhecida. Quem faz essa limitação da matéria é a lei. Trata- material que o juiz conhece. Amplitude do conhecimento utilizado pelo magistrado. se então de cognição parcial ou limitada. O juiz não pode conhecer certas questões porque a lei traz limitações na fixação do objeto sob litígio. PLENA todo o conflito de interesse, todas as matérias que são levadas ao juiz naquele processo, sem exceções, podem ser conhecidas pelo juiz. Na maioria das cognições são plenas. Não há limitações de matérias que podem ser conhecidas pelo juiz, a cognição plena abrange TODAS as questões do processo, as partes podem desenvolver plenamente suas pretensões e deduzir todas as matérias de defesa que elas entenderem que são cabíveis. EXEMPLO SUMÁRIA= uma pessoa precisa realizar uma cirurgia num prazo de 90 dias, caso contrário irá morrer e o plano negou, não quis cobrir essa cirurgia. Não dá para produzir todas as provas e nem o juiz exaurir toda a ação, então o juiz precisa analisar com o que tem no momento, com base de probabilidade. O juiz atinge a verossimilhança (aparência da verdade). As afirmativas pesam mais que as negativas. EXEMPLO PARCIAL: embargos do executado, não são todas as execuções fáticas que podem ser discutidas. 2. TUTELA COGNITIVA Dentro da tutela cognitiva, há 5 espécies de tutela. Quando o juiz está analisando os fatos e provas pode ser: TUTELA COGNITIVA DECLARATÓRIA tem por finalidade reconhecer a existência ou a inexistência de uma relação jurídica. TUTELA COGNITIVA CONSTITUTIVA analisando os fatos e as provas, a decisão do juiz está criando, modificando ou extinguindo aquela relação jurídica. TUTELA COGNITIVA MERAMENTE CONDENATÓRIA é aquela em que o juiz analisando os fatos e provas produzidas cria compulsoriamente uma relação jurídica obrigacional, cria uma obrigação entre as partes, e se não for cumprida vai haver invasão no patrimônio do devedor. É aquela que tem caráter pecuniário. Se utiliza meios sub-rogatórios. TUTELA COGNITIVA MANDAMENTAL contém um mandamento para que a parte contrária corrija uma ilegalidade, uma ilicitude. O juiz verifica a prática de um ilícito e para corrigir essa ilegalidade o juiz da uma ordem para que a parte corrija esse ilícito. Na essência, é o ato que cria um DEVER. A premissa básica é a existência de uma ordem e sua efetivação depende de atos pela parte. Para ter efetividade, essa técnica vem acompanhada de uma sanção. A sanção é uma técnica processual que vai trazer efetividade a tutela mandamental. Quem atua é o próprio destinatário da ordem. TUTELA COGNITIVA EXECUTIVA “LATO SENSU” o juiz analisando os fatos e provas produzidas, reconhece também uma ilicitude. Quem corrige o ilícito é o próprio Estado. Não há necessidade da parte cumprir algo, o seu conteúdo principal é uma autorização para que o próprio órgão judicial possa corrigir o ilícito, possa executar, possa satisfazer o direito INDEPENDENTE da vontade da parte. EXEMPLO DECLARATÓRIA= união estável, quando o juiz declara o reconhecimento da união estável e declara desde quando. EXEMPLO DECLARATÓRIA= reconhecimento de paternidade, quando o juiz reconhece essa relação paternidade existe desde a concepção. EXEMPLO CONSTITUTIVA= divórcio, existe casamento no documento, deixa de existir na sentença que põe fim a ele. Quando o juiz declara que há o divórcio ele está extinguindo aquela relação jurídica a partir da sentença. EXEMPLO CONSTITUTIVA= interdição. Uma pessoa sofreu acidente e ficou inválida, a mãe respondia por ela em tudo, ela solicitou interdição e o juiz declara a pessoa civilmente incapaz a partir da sentença. EXEMPLO MANDAMENTAL= a autor vem ao juiz dizendo “o réu está construindo uma edícula e não temos autorização para construir e com base nessa edícula está causando uma infiltração no meu imóvel. O juiz, com base nos fatos e provas produzidas, ele vera que o autor tem razão e determina que o réu desfaça a obra. EXEMPLO EXECUTIVA: Reintegração de posse. AULA DIA 03.09.2020 • Nem sempre há ligação entre cognição e execução, pois existem algumas tutelas cognitivas que são autossuficientes (declaratórias e constitutivas) e não dependem de posteriores atos para serem efetivadas. • Já as tutelas condenatórias, mandamental e executiva podem depender de atos executivos posteriores pq se não houver cumprimento espontâneo por parte do réu, o estado deverá continuar agindo. • Quando falamos de cognição pode ser analisado de dois enfoques HORIZONTAL E VERTICAL, para nós é mais importante o vertical. TUTELA JURISDICIONAL E TEMPO • Tempo é um elemento essencial para o processo e as vezes eles entram em conflito. • A tendência é encarar o tempo como uma forma negativa. • A CF garante como direito fundamental um tempo razoável de processo, mas ela não diz um processo instantâneo e não garante um processo rápido e célere. Ela quis eliminar o tempo patológico, a mora desproporcional que existe em alguns processos, a desproporcionalidade do tempo do processo e a complexidade do objeto do litígio. • O tempo e o processo andam juntos e são essenciais. • Não tem como falar em cognição exauriente sem tempo. • Há casos que não há possibilidade de espera do processo e o tempo pode ser prejudicial. • Há casos que há conflitos de valores. • As tutelas são técnicas que estão à disposição do juiz para dar mais efetividade. • Além das tutelas de urgência, existe a tutela de evidência que não trabalha com o conflito de efetividade, trabalha com dois direitos diferentes. CLASSIFIFICAÇÃO I. QUANTO À ANTERIORIDADE EM RELAÇÃO AO ILÍCITO. Essa tutela que o juiz está dando foi dada antes ou depois a ocorrência do ilícito • Ato ilícito= é um ato contrário ao direito. • Dano= prejuízo juridicamente relevante. Quando fala da concessão da tutela antes ou depois do ilícito, a tutela que é dada pode ter a pretensão de evitar a ocorrência desse ilícito ou pode ser prestado depois que esse ilícito ou dano ocorreu para remover ou reparar. Pode impedir, remover ou reparar a causa do ilícito. TUTELA PREVENTIVA TUTELA REPRESSIVA (outros exemplos de nome REINTEGRATÓRIA, REPARATÓRIA, RESSARCITÓRIA)Anterior ao ilícito. Prestada de forma preventiva, futuro. Se o juiz defere ela, está determinando que a ré não cometa. O ilícito não ocorreu e evitar que ocorra. VOLTADA PARA O FUTURO. Posterior ao ilícito. Quer remover o ilícito ou seus efeitos, reparar os danos. É voltada para o passado. VOLTADA PARA O PASSADO. TUTELA ANTECIPADA: antecipação dos efeitos da tutela; TUTELA CAUTELAR: além da urgência, não satisfaz a vontade da parte, mas garante a satisfação futura; II. QUANTO AO MOMENTO DA CONCESSÃO 1º garante aos litigantes o exercício de ampla defesa, contraditório, devido processo legal e depois haver a concessão de tutela. Ou seja, tutela, via de regra, é concedida ao final depois de já produzida todas as provas, debatidos todos os argumentos, um exame mais aprofundado da matéria em litígio. TUTELA ANTECIPADA= providência excepcional, é antecipada quando há um receio de um dano irreparável, demora do processo pode prejudicar a efetividade da tutela. É antecipada porque a segurança jurídica cede espaço a efetividade e garante o resultado útil. ATOS PROCESSUAIS. ONDE ESTÁ A TUTELA? | | | | | Fase postulatória fase saneadora fase instrutória fase decisória fase executiva • FASE POSTULATÓRIA: Inicial, citação, contestação. • FASE SANEADORA: saneamento (o juiz verifica, junto com as partes, vê o passado do processo e se há alguma questão processual pendente) • FASE INSTRUTÓRIA: perícia, audiência de instrução • FASE DECISÓRIA: sentença, recurso. TUTELA SE ENCONTRA AQUI. • FASE EXECUTIVA: cumprimento de sentença. TUTELA SE ENCONTRA AQUI. EXEMPLO: pessoa pede pensão por ato ilícito cometido pelo réu e diz que não pode esperar todo processo para começar a receber. O juiz pode deferir na petição inicial, na contestação, na perícia, na audiência de instrução e em todos estes momentos é uma TUTELA ANTECIPADA. Mas, também, na sentença e no recurso HÁ TUTELA ANTECIPADA. Pois, no exemplo acima, a pensão seria efetiva a partir do cumprimento de sentença, todo ato antes disso é tutela antecipada. Antecipar a tutela, não é antecipar a decisão, é antecipar o direito. Ao deferir a tutela antecipada na sentença, o juiz concede a execução da tutela e mesmo no recurso já estará em execução na publicação desta. Processo de conhecimento não é de simples cognição ou apenas cognição. Existe uma antecipação que se concede antes mesmo do contraditório. É a LIMINAR. LIMINAR na porta do processo, no início do processo, o máximo da antecipação e sequer houve o contraditório. O juiz só tem a tese do autor e não tem a antítese do réu. É o momento cronológico, onde não houve a formação do contraditório. Tem caráter satisfativo, está satisfazendo a vontade da parte. III. QUANTO À DURAÇÃO Nosso sistema foi construído, como regra, a tutela deve ser dada como exauriente. TUTELA DEFINITIVA= é caracterizada porque foi obtida em cognição exauriente, é apta para formar a coisa julgada material. • Tutelas dadas na sentença e no recurso são tutelas definitivas. • A tutela definitiva é aquela que se destina a durar para sempre. • Se contrapõe a tutela provisória, que não se destina a durar para sempre e se dá com base em cognição sumária e pode ser modificada e revogada a qualquer tempo. • A tutela no nosso código é definitiva ou provisória. • Dentro das tutelas provisórias o CPC faz uma subclassificação: tutela provisória é um gênero do qual fazem partes duas espécies = URGÊNCIA E EVIDÊNCIA. • A tutela de urgência pode ser cautelar ou satisfativa, CAUTELAR para assegurar o futuro do pedido ou pode ser uma tutela SATISFATIVA e o juiz já dá a parte aquilo que ela veio buscar. A doutrina fala que apesar da tutela antecipada e cautelar serem pelo CPC tratada como provisória, existe uma diferença entre elas, qual seja: TUTELA ANTECIPADA É PROVISÓRIA. Tutela que não dura para sempre, prevê um evento sucessivo, uma tutela definitiva, de mesma natureza que iria lhe substituir. TUTELA CAUTELAR É TEMPORÁRIA. Seria aquilo que também não sendo destinada a durar para sempre, não seria substituída por outra de mesma natureza. Duraria apenas por certo tempo até que uma tutela de outra natureza (definitiva) fosse prestada e os seus efeitos se tornassem desnecessários. Cumpre sua função e depois não precisa mais existir. IV. QUANTO À URGÊNCIA Se é urgente não há tempo de aguardar uma cognição exauriente, porque está acontecendo uma situação emergencial que pode causar um dano. Visa evitar um dano que se perpetue. TUTELA DE URGÊNCIA AULA 10.09.2020 Essa tutela de urgência pode ter um cunho cautelar, como cunho satisfativo. TUTELA DE URGÊNCIA DE CUNHO SATISFATIVO = Pode ser concedida para já permitir a parte a imediata realização fruição do direito. CPC diz que é tutela antecipada. FINAL, DEFINITIVA E SATISFATIVA. TUTELA CAUTELAR= Pode apenas assegurar que haja essa satisfação no futuro. Ela não permite a imediata fruição do direito. Tratamento uniforme, art. 300 fala da tutela de urgência. Qual é o denominador comum para que as tutelas sejam consideradas de urgência? O PERIGO DA DEMORA. • Para que haja a concessão dessa tutela, necessita de 2 pressupostos: PROBABILIDADE DO DIREITO E PERIGO DA DEMORA. • O direito que a parte está alegando tem que ser provável, está ligado a verossimilhança (aparência da verdade) as afirmativas pesam mais que as negativas. • Tem que ter elementos no caso concreto que demonstrem a probabilidade do direito e o perigo da demora. • O perigo da demora precisa ser justificado/fundado em circunstâncias fáticas objetivas que demonstrem. • Perigo da demora= Fundado, iminente e grave e de tal forma que posse acarretar a impossibilidade de efetivação da tutela. Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. § 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. § 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. § 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. DISPOSIÇÕES GERAIS A RESPEITO DA TUTELA DE URGÊNCIA. AULA DIA 15.09.2020 I. REQUERIMENTO DA PARTE No novo cpc não há mais a previsão nenhuma que o juiz possa conceder, ainda que excepcionalmente, tutela cautelar de ofício. • O entendimento que hoje prevalece quando as tutelas de urgência, sejam elas cautelares ou antecipadas, é que não é possível ao juiz conceder a tutela de ofício. Se a parte não pedir o juiz não pode conceder, mesmo verificando possibilidade de se encaixar uma tutela cautelar ou antecipada. II. INTERINALIDADE A tutela de urgência é postulada internamente, ou seja, dentro do procedimento em que vai se pedir a tutela definitiva, final e satisfativa. • Ainda que se trate de uma tutela, cautelar ou antecipada, dentro do próprio processo ela pode ser INCIDENTAL OU ANTECEDENTE. (será estudado melhor) III. COMPETÊNCIA. Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido principal. Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de tribunal e nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o mérito. Art. 932 cabe aos recursos. Art. 932. Incumbe ao relator: II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processosde competência originária do tribunal; • Qual é o juiz mais adequado a julgar seu pedido. EX= ação de alimentos; divórcio e etc. A QUESTÃO DA INCOMPETÊNCIA DO JUIZ Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. § 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. • Para que a parte que pede a tutela não tenha dano irreparável, o cpc diz que o juiz incompetente deverá conceder ou revogar a tutela antes de encaminhar o processo para o juiz correto. IV. DEVER DE MOTIVAÇÃO Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso. Se é uma decisão em que o juiz antecipa os efeitos ou que assegura os efeitos lá na frente, é obvio que ele precisa fundamentar. Esse dever de fundamentar claro e preciso, deve ser analisado em conjunto com o 489, § 1º que diz que não se considera fundamentada uma decisão quando, por exemplo, ela só indica ou reproduz um texto de lei sem colocar sua relação com a causa, empresa conceitos jurídicos indeterminados etc. Art. 489. São elementos essenciais da sentença: § 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. Os pressupostos da concessão são a probabilidade do direto e perigo da demora e o juiz não pode apenas dizer que estão presentes ou ausentes, ele precisa fundamento. V. MOMENTO. Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. § 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. § 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. § 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. LIMINAR = momento processual, momento cronológico do processo. É o momento em que não houve a formação do contraditório. É o máximo da antecipação. • É necessário a liminar, pois há casos em que, se a parte contrária tomar conhecimento ela pode atuar de tal forma que frustre o resultado que o autor pretende obter. • Outro motivo da liminar é que até citar o réu e ele responder, pode prejudicar o direito do autor, levando-o dano. JUSTIFICAÇÃO PRÉVIA = é uma audiência na qual, a parte que pediu a tutela de urgência, vai comparecer e vai ser ouvida ou levar testemunhas. Não se confunde com a audiência de instrução, pois a audiência de justificação prévia é para que o autor prove a presença dos pressupostos de admissibilidade (probabilidade do direito e perigo da demora). • Geralmente essas audiências de justificação prévia são marcadas com mais urgência e em alguns casos ela acontece em segredo. • Não significa que em uma audiência de justificação prévia o réu não possa ser citado e até comparecer na audiência, mas ele não vai poder levar testemunhas, oferecer contestação, pois é uma AUDIÊNCIA PARA O AUTOR. • A participação do réu é mínima, ele pode contraditar as testemunhas do autor ou fazer perguntas para elas. O entendimento do § 2º do art. 300 não quer dizer que justificação prévia se contrapõe ao pedido de liminar, pois o juiz só ouve a parte autora e o réu não ofereceu sua contestação. VI. DURAÇÃO/EFICÁCIA. A tutela de urgência conserva sua eficácia enquanto o processo se desenvolver, mas como é uma tutela não definitiva, portanto, pode ser pelo mesmo juiz revogada ou modificada a qualquer tempo, caso não esteja presente os pressupostos que autorizaram seu deferimento. • EXEMPLO= o juiz deferiu uma tutela antecipada, porque se convenceu da probabilidade do direito e perigo da demora. Mas no meio do processo a cognição se torna exauriente e há uma mudança do quadro probatório, então ele verifica que os requisitos de probabilidade do direito e perigo da demora na verdade não estão presentes, então ele a revoga, Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada. • Juiz revogou ou modificou, tem que fundamentar. • A tutela que foi concedida conserva sua eficácia durante o período de suspensão do processo. A tutela cautelar é um direito da parte e dever do estado que destina dar segurança que no futuro haja a satisfação do direito. • A tutela cautelar não cessa na sentença e nem em trânsito em julgado. • A efetividade dessa tutela pode depender da execução. • A tutela cautelar deve se manter eficaz até a utilização dos meios executivos. • Essa tutela cautelar não tem relação com a sentença de procedência, ela tem relação com o perigo que pode inviabilizar a efetiva tutela do direito. • Se esse perigo se extinguir durante o processo, o juiz pode revogar a tutela cautelar. Agora, há limites em improcedência do pedido de tutela cautelar. • EXEMPLO = o autor propôs ação de indenização contra o réu, no curso do processo o juiz bloqueou um bem do réu, após o processo continua normalmente até que veio a sentença de improcedência dizendo que o autor não tem o direito de receber a indenização. Com isso, não tem fundamento para continuar bloqueando o bem do réu. REGRA: Em princípio, tanto a tutela cautelar quanto a tutela antecipada, perdem a eficácia em caso de sentença de improcedência. Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. § 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: V - Confirma, concede ou revoga tutela provisória; TUTELA CAUTELAR PROCEDENTE Continua seus efeitos até que haja efetividade do direito do autor. não cessa efeitos nem na sentença e nem em trânsito em julgado IMPROCEDENTE Perde a eficácia a partir do momento de improcedência TUTELA PROVISÓRIA PROCEDENTE Continua seus efeitos até tornar-se uma tutela definitiva. IMPROCEDENTE Perde a eficácia a partir do momento de improcedência • No recurso a parte pode pedir para continuar com a eficácia da tutela. VII. REVOGAÇÃO OU MODIFICAÇÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA. Na medida em que a cognição vai se exaurindo e o juiz vai se aprofundando na analise daquele caso concreto, pode ser que ele revogue essa tutela porque ele acredite, por exemplo, que não há mais perigo, antes ele entendeu de um jeito e agora há prova contrária. O juiz deve revogar a tutela de urgência não apenas quando surgir um fato novo, por exemplo, mas também quando surgir uma nova prova. O juiz julga em cognição sumária e ele aceita, no momento em que defere, implicitamente, e as partes também, a possibilidade de chegar a uma convicção diferente no curso do processo.Quando falamos em cognição sumária, quebra-se aquele princípio através do qual não se pode decidir a mesma questão duas vezes. Pois no início, ao não ter conhecimento suficiente e a urgência do caso fez com que deferiu e depois pode revogar, vice-e-versa. Tem que ter requerimento da parte para REVOGAR! Da mesma forma que há pedido para a tutela. VIII. PODER GERAL DE CAUTELA E DE ANTECIPAÇÃO Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela provisória. Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que couber Para efetivar a tutela o juiz pode bloquear um bem ou expedir um ofício ordenando algo. Na verdade, é um poder geral de ordenar medidas cautelares ou antecipadas que o juiz melhor achar adequada ao processo. PODER DISCRICIONÁRIO = poder de escolher, dentro de certos limites, a providência que ele irá adotar. PODER DEVER= quando os pressupostos estão presentes, é dever do juiz deferir. IX. REVERSIBILIDADE Para a tutela antecipada há um outro pressuposto. Ela precisa ser reversível. Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo § 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. É um pressuposto negativo. O juiz precisa analisar o perigo da demora inverso, ou seja, ele tem que verificar se a concessão da tutela satisfativa não pode vir ocasionar um dano ao réu no sentido de não mais se reverter ao estado anterior. Tem que ter probabilidade do direito e perigo da demora, mas também tem que ter esse requisito, ou seja, se não pode ser concedida, ainda que haja probabilidade do direito e perigo da demora e essa tutela for antecipada (satisfativa), se os seus efeitos forem reversíveis. O requisito da reversibilidade não é absoluto, porque há casos de irreversibilidade recíproca em que esse requisito pode ser relativizado no caso concreto. X. CAUÇÃO E CONTRACAUTELA. Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. § 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. O que seria caução? O autor está lá pedindo uma tutela de urgência, a caução seria uma garantia que ele vai dar, uma garantia real (indicando um bem, fiança), para ressarcir eventuais danos que a parte contrária possa vir a sofrer caso haja improcedência do pedido. É uma contracautela que o autor presta. Serve para garantir ressarcimento dos eventuais prejuízos que o réu possa ter com a efetivação da tutela jurisdicional. Se o juiz exige caução é o autor que vai ter que dar a garantia. Está fundado no princípio de igualdade entre as partes e o juiz pode exigir para suprir eventuais possíveis danos que o réu irá sofrer e que tem que ser ressarcido pelo autor caso seja vencido. O juiz não pode exigir caução se o réu não sofrer danos. Juiz sempre tem que analisar os pressupostos e fundamentar. XI. MEDIDAS DE URGÊNCIA Distinção ontológica. TUTELA DE URGÊNCIA = é proteção jurisdicional, ou seja, é proteção que o poder judiciário dá quando há perigo da demora e probabilidade do direito. quando o juiz concede a tutela de urgência ele está protegendo uma situação em que há perigo da demora e/ou probabilidade do direito. Como essa proteção é dada? Através de medidas de urgência. O que são medidas de urgência? São meios através dos quais o juiz efetiva a tutela. Como ele efetiva? Ofício, ordem, bloqueio do bem, arresto, sequestro etc. Essas medidas que o juiz determina podem ser cautelares ou satisfativas. O QUE SÃO MEDIDAS CAUTELARES? São os meios cautelatórios que vão assegurar a futura satisfação do direito. São meios temporários. Então conservam-se os meios para que o bem possa satisfazer no futuro. Quando essa medida, seja cautelar ou antecipada, sem a formação do contraditório, podemos dizer que é uma medida liminar. Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito. Art. 301, caput, traz exemplos, mas não explica o que são os exemplos. Então quem diz? A doutrina. ARRESTO= É uma medida cautelar para garantir futura execução para entrega de quantia certa. Garante, enquanto não chega a penhora, a existência de bens da parte que no futuro se tornará devedora. SEQUESTRO= é uma medida cautelar que assegura futura execução para entrega de coisa. A coisa é o objeto de litígio, quando sequestra o bem quer garantir o estado de conservação no final da lide. Assegura que a coisa não seja dilapidada e deteriorada e no futuro possa se estabelecer se é do autor ou do réu. ARROLAMENTO DE BENS= autor também pretende a coisa, mas a coisa é indeterminada e pode ser determinável. O oficial de justiça faz um rol dos bens. RESPONSABILIDADE DA PARTE QUE FOI BENEFICIADA COM A TUTELA DE URGÊNCIA E DEPOIS VERIFICOU-SE QUE NÃO TINHA DIREITO. AULA DIA 17.09.2020 1. Responsabilidade que a parte tem pelo prejuízo que a efetivação da tutela causar a parte contrária O juiz, ao conceder a tutela de urgência, pode exigir uma caução e esta serva como um peso na balança quando o juiz verifica que a concessão da tutela de urgência gera um desiquilíbrio, um receio de que possa haver prejuízo futuro para a parte contrária. Sempre lembrando que a tutela de urgência é dada em cognição sumária, a qual o juiz não tem como se aprofundar na causa, ele verifica apenas a probabilidade do direito e o perigo da demora. Se, após o desenvolvimento do processo, transformando-se em cognição exauriente, o juiz verifica que a parte não tinha o direito e, portanto, não havia motivos para deferir uma tutela satisfativa. Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se: I - a sentença lhe for desfavorável; II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias; III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor. Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível. Independentemente da reparação por dano processual, a parte que foi beneficiada com a medida de urgência responde pelo prejuízo que causar à parte contrária. REQUISITOS: tem que ter havido proveito da parte autora e prejuízo da parte ré. A indenização será liquidada nos próprios autos. A parte contrária deverá apresentar o prejuízo e o nexo de causalidade, ou seja, tem que demonstrar que esse prejuízo foi em decorrência da efetivação da tutela concedida ao autor. SITUAÇÕES DE RESPONSABILIZAÇÃO: A) Sentença lhe for desfavorável; O juiz com base em cognição sumaria defere uma tutela provisória pois se convenceu da probabilidade do direito e do perigo da demora. Mas, conforme o processo foi prosseguindo e, em cognição exauriente, ou seja, uma tutela definitiva/final ele verifica que o autor não tinha direito e julga improcedente os pedidos do autor. B) A tutela obtida liminarmente e não houve os meios necessários para a citação do réu; Os meios necessáriospara citação do réu tem que ser fornecidos em, no máximo, 5 dias, que são: endereço do réu, pagamento das custas oficiais, pagamento do A.R para expedir a carta. Se o autor não consegue fornecer os meios necessários em 5 dias, já começa se pressupor que há um prejuízo ao réu. C) Cessou eficácia da tutela em qualquer hipótese; Em tutela cautelar antecedente, primeiro pede a tutela cautelar e depois, em até 30 dias, apresenta o pedido principal. Se o autor não formula dentro do prazo de 30 dias, ela perde a eficácia e nesse meio de tempo em que foi eficaz, pode ter causado prejuízo ao réu. D) O juiz acolher alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor. O autor vai até o juiz e alega a probabilidade do direito, o juiz se convence e defere. Mas, vem a tona que, aquele direito que parecia provável, está culminado pela decadência ou prescrição. O reconhecimento da decadência ou prescrição acarreta a extinção do feito com resolução de mérito. Durante a efetividade dessa tutela se houver prejuízo ao réu (comprovado), o autor terá que indenizar. ENUNCIADO FPPC 499 (art. 302, III, parágrafo único; art. 309, III) Efetivada a tutela de urgência e, posteriormente, sendo o processo extinto sem resolução do mérito e sem estabilização da tutela, será possível fase de liquidação para fins de responsabilização civil do requerente da medida e apuração de danos. (Grupo: Tutela de urgência e tutela de evidência) TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE CAPÍTULO II DO PROCEDIMENTO DA TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. § 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo: I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334 ; III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335 . http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art334 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art335 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art335 § 2º Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito. § 3º O aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais. § 4º Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final. § 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput deste artigo. § 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito. A tutela de urgência pode ser classificada por 2 critérios: 1. Funcional= qual é o objeto tutelado, podendo ser cautelar ou satisfativa (código chama de antecipada); 2. Temporal= quanto ao momento, podendo ser antecedente ou incidental. O que veremos agora é uma tutela de urgência que satisfaz o direito da parte, mas em um momento que é antecedente. Tanto a tutela de antecipada quanto a cautelar podem ser pedidas desde o inicio da ação e também no decorrer. QUANDO A TUTELA É INCIDENTAL? Quando o autor propõe a petição inicial, formula todos os pedidos e abre o tópico da tutela e terá que falar da urgência, probabilidade do direito e nos pedidos solicitar o que ser quer. PODE ACONTECER DA SURGIR URGÊNCIA NO DECORRER DO PROCESSO = a parte protocola a petição e nesta irá falar da probabilidade do direito e perigo da demora a justificar aquela tutela. Requisitos para que seja possível utilizar do art. 303. 1º) Urgência contemporânea a propositura da ação. Então não é uma urgência que surge no decorrer da ação. É uma urgência que o autor já percebe na propositura da ação. 2º) Expresso pedido de utilização dessa técnica. Como ela é uma opção, o autor já poderia formular todos os pedidos, ele tem que deixar claro. §5º do art. 303. É expressa a indicação por parte do autor que eles pretendem se valer desse 86 benefício. Se ele não deixa claro pode deixar margem para o juiz não entender e mandar emendar. Tem que deixar claro que está usando essa possibilidade do art. 303 e pretende complementar depois com novos argumentos e novas alegações. Então existe necessidade do autor dizer que quer se valer desse benefício para ele esclarecer que não se trata de uma petição inicial mal feita, e sim que ele pretende se usar dessa técnica de sumarização formal. O autor tem que dizer claramente que ele quer se valer dessa técnica. 3º) Limitar o pedido a tutela antecedente. Ele não precisa desenvolver essa peça inicial de maneira exaustiva, trazendo todos os requisitos, cumprindo com todos os requisitos do art. 319, 320, ele nem precisa trazer todo o lastro probatório, porque depois ele vai ter essa oportunidade, vai ter um prazo para aditar. O cliente está em uma situação de vida ou morte como no exemplo. Não é viável nem recomendável que se perca tempo buscando documentação específica. Se o plano de saúde de uma maneira ilícita deixou de autorizar uma cirurgia ou internação na UTI, em um hospital específico, etc., não seria razoável exigir que o autor já juntasse o contrato, um laudo médico. É possível que essa documentação seja juntada, complementada, depois. A preocupação naquele momento quando se fala em tutela antecipada antecedente é a preservação do bem da vida. O advogado pode fazer essa petição inicial limitada, pedido de tutela de urgência para autorizar a cirurgia, agora deixou de lado eventual indenização por dano material ou moral. 4º) Indicar na petição inicial qual é o pedido final. Apesar de ele se limitar a fundamentação da tutela de urgência, ele tem que indicar qual é o pedido final. Ele não vai falar qual é o pedido, mas ele já menciona qual é, como revisão do contrato junto com dano material, moral. Ele indica qual ele vai fazer. E ele tem que demonstrar perigo da demora e probabilidade do direito. Caso o juiz entenda que não há elementos para a concessão da tutela e indeferir e o autor pode emendar e se, mesmo assim, o juiz indeferir o autor pode agravar. Estabilização dos efeitos da tutela = é uma figura excepcional que permite uma sumarização do procedimento e é uma grande vantagem. Quando a parte autora pediu provimento, a parte ré recebeu esse provimento, ficou satisfeita com esse provimento e a parte ré se conformou, tanto se conformou que não agravou. PRAZO 15 dias para aditar a citação, começa o prazo do réu a partir da juntada aos autos do mandado de citação devidamente cumprido. E para o autor aditar? 15 dias da ciência da decisão. Temos que entender que se tiver recurso, o réu agravou, só isso já afasta a estabilidade, então não há que se falar em estabilização se o réu agrava. TUTELA CAUTELAR ANTECEDENTE Não confundir com a antecipada. Se estamos falando de cautelar, estamos falando de uma tutela que não vai dar a parte aquilo que ela vai buscar. Apenas vai servir para assegurar futura satisfação do direito Se a função dela é cautelar, estamos falando de uma tutela que vai ser dada para, por exemplo, bloquear um bem, arrestar um bem, mas ela não está dandoo bem a parte. Um arresto as vezes para garantir futura execução, futuro pagamento de valor, ou sequestro para garantir um futuro recebimento daquele valor. Esse pedido dessa tutela cautelar pode ser antecedente. A parte vai fazer uma petição inicial limitada a aquele pedido de tutela cautelar. Depois, no prazo de 30 dias, ela vai poder formular o pedido principal. O autor tem que demonstrar para que ele tem necessidade daquela tutela cautelar, qual é o perigo da demora e que existe um direito que vai ser discutido futuramente. Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição. Se o juiz defere a tutela cautelar e ela é efetivada, ou seja, ela é cumprida, aí é que começa o prazo que o autor tem para formular o pedido principal. Este prazo de 30 dias se conta da efetivação da tutela. prazo se conta do cumprimento da medida, da efetivação. O autor não apresentando pedido principal cessa a eficácia da tutela cautelar. Se ele apresenta o pedido principal as partes serão intimadas para a audiência de conciliação ou de mediação. Então o processo vai continuar, prosseguir, para que haja concessão da tutela final definitiva e satisfativa.
Compartilhar