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Alongamento / Mobilidade Alongamento / Mobilidade ▪ O termo mobilidade normalmente, é definido como a habilidade das estruturas ou segmentos do corpo de se moverem ou serem movidos, permitindo que haja amplitude de movimento para atividades funcionais (ADM funcional). Alongamento / Mobilidade ▪ Alongamento é um termo geral usado para descrever qualquer manobra fisioterapêutica elaborada para aumentar a extensibilidade dos tecidos moles, melhorando, deste modo, a flexibilidade e a ADM com o aumento do tamanho das estruturas que, de modo a se adaptarem, encurtaram-se e tornaram-se hipomóveis com o tempo. Alongamento / Mobilidade ▪ Considera-se, também, que os exercícios de alongamento sejam um elemento importante dos programas de preparo físico e condicionamento elaborados para promover bem-estar e reduzir o risco de lesão e recidivas de lesão. Alongamento / Mobilidade ➢ A mobilidade suficiente dos tecidos moles e a ADM das articulações precisam ter o suporte: ▪ Força muscular ▪ Resistência à fadiga ▪ Controle neuromuscular Alongamento / Mobilidade ▪ Somente por meio de exame, avaliação e diagnóstico sistemático dos problemas com que o paciente se apresenta, o fisioterapeuta pode determinar quais estruturas estão restringindo o movimento, e se, quando e quais tipos de procedimentos de alongamento são indicados. Flexibilidade dinâmica e passiva ▪ Flexibilidade é a capacidade de mover uma única articulação ou uma série de articulações, de modo suave e com facilidade, ao longo de uma ADM sem restrições e indolor. ▪ É determinada pelo comprimento do músculo junto à integridade da articulação e a extensibilidade dos tecidos moles periarticulares. Flexibilidade dinâmica e passiva ▪ Flexibilidade dinâmica - Essa forma de flexibilidade, também conhecida como mobilidade ativa ou ADM ativa, é o grau até o qual uma contração muscular ativa move um segmento do corpo na ADM disponível em uma articulação, sendo dependente do grau até o qual a articulação pode ser movida por uma contração muscular e da quantidade de resistência tecidual encontrada durante o movimento ativo. Flexibilidade dinâmica e passiva ▪ Flexibilidade passiva - Esse aspecto da flexibilidade, também conhecido como mobilidade passiva ou ADM passiva, é o grau até o qual uma articulação pode ser movida passivamente na ADM disponível, sendo dependente da extensibilidade dos músculos e tecidos conjuntivos que cruzam e cercam uma articulação. A flexibilidade passiva é pré-requisito para a flexibilidade dinâmica, mas não a garante. Hipomobilidade ▪ Hipomobilidade - Refere-se a uma mobilidade diminuída ou restrita. Muitos processos patológicos podem restringir o movimento e comprometer a mobilidade. Hipomobilidade Contratura ▪ A restrição dos movimentos pode variar de um leve encurtamento muscular até contraturas irreversíveis. Contratura é definida como o encurtamento adaptativo da unidade musculotendínea e outros tecidos moles que cruzam ou cercam uma articulação e resulta em resistência significativa ao alongamento passivo ou ativo e na limitação da ADM, podendo comprometer as habilidades funcionais. Termo encurtamento é usado para denotar perda parcial da mobilidade. Alongamento excessivo e hipermobilidade ▪ O alongamento excessivo é aquele bem além do comprimento normal do músculo e da ADM de uma articulação e tecidos moles ao redor, resultando em hipermobilidade (mobilidade em excesso). Alongamento excessivo e hipermobilidade ▪ O alongamento em excesso torna-se prejudicial e cria instabilidade articular quando as estruturas de suporte de uma articulação e a força dos músculos em torno dela são insuficientes e não conseguem mantê-la em uma posição estável e funcional durante as atividades. A instabilidade de uma articulação em geral causa dor e pode predispor a pessoa a lesão musculoesquelética. Propriedades neurofisiológicas do tecido contrátil Propriedades neurofisiológicas do tecido contrátil ▪ Fuso muscular - Se situa no ventre muscular e é o principal órgão sensitivo do músculo, sendo composto por fibras intrafusais paralelas às fibras extrafusais. ▪ Sua principal função é receber e conduzir informações sobre as mudanças no comprimento do músculo e sobre a velocidade com que ocorrem tais mudanças. Propriedades neurofisiológicas do tecido contrátil ▪ O órgão tendinoso de Golgi (OTG) é um órgão sensitivo localizado perto das junções musculotendíneas das fibras musculares extrafusais. ▪ Ele é sensível à tensão no tendão ocasionada por alongamento passivo e também por contração muscular. Sua função é proteger o músculo de contrações e alongamentos excessivos. Intervenções para aumentar a mobilidade dos tecidos moles ▪ Várias intervenções terapêuticas têm sido utilizadas para melhorar a mobilidade dos tecidos moles e, consequentemente, aumentar à ADM e a extensibilidade. Intervenções para aumentar a mobilidade dos tecidos moles ▪ Alongamento manual ou mecânico – passivo/ativo: uma força de alongamento externa no final da amplitude do movimento, mantida ou intermitente, aplicada com pressão adicional e por meio de contato manual ou dispositivo mecânico, alonga uma unidade musculotendínea encurtada e os tecidos conjuntivos periarticulares, movendo a articulação limitada um pouco além da ADM disponível. Intervenções para aumentar a mobilidade dos tecidos moles ▪ Autoalongamento: qualquer exercício de alongamento feito de forma independente por um indivíduo, após instrução e supervisão é chamado de autoalongamento. Intervenções para aumentar a mobilidade dos tecidos moles ▪ Técnicas de facilitação e inibição neuromuscular: tem o objetivo de relaxar de forma reflexa, a tensão dos músculos encurtados, antes ou durante um alongamento muscular. Está associado a uma abordagem de exercícios conhecida como facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP). Alguns autores se referem a esses procedimentos combinados de inibição/facilitação e alongamento muscular como alongamento FNP. Intervenções para aumentar a mobilidade dos tecidos moles ▪ Técnicas de energia muscular: são procedimentos de manipulação que surgiram na medicina osteopática e visam alongar músculos e fáscias e mobilizar articulações. Empregam contrações voluntárias dos indivíduos com direção e intensidade controladas de forma precisa, contra uma força de oposição aplicada pelo profissional. Como sua base são os princípios da inibição neuromuscular, outro termo utilizado para descrever tais técnicas é relaxamento pós-isométrico. Intervenções para aumentar a mobilidade dos tecidos moles ▪ Mobilização/manipulação articular: são técnicas da fisioterapia manual aplicadas especificamente às estruturas articulares para modular a dor e tratar comprometimentos articulares que limitam a ADM. Intervenções para aumentar a mobilidade dos tecidos moles ▪ Mobilização e manipulação de tecidos moles: são elaboradas para melhorar a extensibilidade muscular envolvendo a aplicação de formas manuais específicas e progressivas, provocando mudanças nas estruturas miofasciais. Podemos citar a massagem transversa, a liberação miofascial, acupressão e terapia por pontos gatilhos. Intervenções para aumentar a mobilidade dos tecidos moles ▪ Mobilização de tecidos neurais: aderências ou tecidos cicatriciais podem se formar em torno das meninges e raízes nervosas ou no local de lesão no plexo ou nos nervos periféricos. A tensão colocada sobre essas aderências ou tecido cicatricial causa dor e sintomas neurológicos. Após testes para determinar a mobilidade desses tecidos, a via neural é mobilizada por meio de procedimentos seletivos. Indicações e contraindicações ▪ O efeito primário, assim como o resultado esperado de um programa de exercícios de alongamento, é restaurar ou aumentar a extensibilidade da unidade musculotendínea e, portanto, recuperar ou alcançar a flexibilidade e ADM exigidas para as atividadesfuncionais necessárias ou almejadas. Indicações Contraindicações Determinantes para o uso dos exercícios de alongamento ▪ Como ocorre com outros exercícios terapêuticos, há diversos elementos essenciais que determinam a efetividade e os resultados para as prescrições e intervenções por meio dos exercícios de alongamento. Eles estão todos inter-relacionados. Determinantes para o uso dos exercícios de alongamento Determinantes para o uso dos exercícios de alongamento ▪ Muitos conceitos são usados para diferenciar um alongamento de longa duração de um de curta duração. Termos como estático, sustentado, mantido e prolongado são usados para descrever um alongamento de longa duração, enquanto termos como cíclico, intermitente ou balístico são usados para caracterizar um alongamento de curta duração. Determinantes para o uso dos exercícios de alongamento ▪ Não há um intervalo específico para qualquer um desses descritores, nem há um tempo específico para distinguir um alongamento de longa duração de um de curta duração. ▪ Há uma relação inversa entre intensidade e duração, assim como intensidade e frequência de alongamento. Determinantes para o uso dos exercícios de alongamento ▪ Quanto mais baixa a intensidade do alongamento, maior o tempo em que o paciente tolera o alongamento e os tecidos moles podem ser mantidos na posição alongada. ▪ Quanto mais alta a intensidade, menor a frequência com que a intervenção de alongamento pode ser aplicada, pois é necessário um tempo para cicatrização dos tecidos e resolução da dor muscular residual. Determinantes para o uso dos exercícios de alongamento ▪ Um alongamento de longa duração e baixa carga (baixa intensidade) é considerado a forma mais segura de alongar, conseguir uma deformação elástica mais significativa e mudanças plásticas em longo prazo nos tecidos moles. Determinantes para o uso dos exercícios de alongamento ▪ Em geral, quanto mais curta a duração de um único ciclo de alongamento, maior o número de repetições aplicadas durante a sessão de alongamento. Verifica-se que 30 segundos de alongamento muscular realizado uma vez por dia são suficientes para promover ganhos na extensibilidade muscular de adultos jovens, e não há diferenças em relação a tempos de manutenção superiores a 30 segundos. Determinantes para o uso dos exercícios de alongamento ▪ A prática do alongamento agudo apresenta efeito prejudicial a performance muscular e a realização do alongamento antes do exercício não implica em menor número de lesões. Acredita-se que há outros mecanismos, provavelmente relacionados ao processo de aquecimento, que justificariam uma menor incidência de lesões e melhora na performance. Determinantes para o uso dos exercícios de alongamento ▪ O alongamento de baixa intensidade em comparação com o alongamento de alta intensidade torna a manobra mais confortável para o indivíduo e minimiza a defesa muscular voluntária ou involuntária. Determinantes para o uso dos exercícios de alongamento ▪ Para indivíduos em recuperação funcional, pós- imobilização, ele é efetivo e apresenta melhora na ADM sem expor os tecidos, possivelmente enfraquecidos pela imobilização, a cargas excessivas e lesão potencial. Alonga o tecido conjuntivo denso mais efetivamente, com menos danos aos tecidos moles e menos dor muscular pós-exercício do que o alongamento de alta intensidade. Determinantes para o uso dos exercícios de alongamento ▪ Em paciente com contraturas fibróticas crônicas, decorrentes de distúrbios neurológicos ou musculoesqueléticos, durações comuns de alongamento manual ou auto alongamento (repetições de alongamentos com duração de 15 a 30 segundos) podem não ser efetivas. O uso de alongamento estático mecânico com talas ou aparelhos de gesso é mais efetivo. A duração do alongamento mecânico relatada na literatura varia de 15 a 30 minutos até 8 a 10 horas por vez ou continuamente durante o dia.