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Prof. Anderson Melo anderson.melo@ifmg.edu.br CITOESQUELETO O citoesqueleto é composto por três tipos de filamentos e numerosas proteínas acessórias As células eucariontes possuem uma armação protéica filamentosa espalhada por todo o citosol – citoesqueleto. Composição PROTEÍNAS ACESSÓRIAS Reguladoras Ligadoras motoras As proteínas reguladoras Controlam o nascimento, o alongamento, o encurtamento e o desaparecimento dos três filamentos do citoesqueleto. As proteínas ligadoras Conectam os filamentos entre si ou com outros componentes da célula. As proteínas motoras Servem para transladar macromoléculas e organelas de um ponto a outro do citoplasma. Permitem que dois filamentos contíguos e paralelos entre si deslizem em sentidos opostos, o que constitui a base da motilidade, da contração e das mudanças de forma da célula. Filamentos intermediários São chamados intermediários porque têm uma espessura menor que a dos microtúbulos e maior que os filamentos de actina. A sua composição é diversa. São agrupados em 6 grupos: 1) Laminofilamentos 2) Filamentos de queratina 3) Filamentos de vimentina 4) Filamentos de desmina 5) Filamentos gliais 6) neurofilamentos Todos filamentos intermediários mostram a mesma organização estrutural. São polímeros lineares cujos monômeros são proteínas Filamentos intermediários Microtúbulos e filamentos de actina apresentam uma estrutura em hélice alfa fibrosa Possuem monômeros globulares Compostas por uma sucessão de sequências idênticas de 7 aminoácidos Os filamentos intermediários formam uma rede contínua estendida entre a membrana plasmática e o envoltório nuclear, ao redor da qual compõem uma malha filamentosa compacta. Contribuem para a manutenção da forma celular e estabelecem as posições das organelas no interior da célula. Sua principal função é de natureza mecânica. Os diferentes tipos de filamentos intermediários LAMINOFILAMENTOS Apoiada sobre a face interna do envoltório nuclear, há a lâmina nuclear (composta de laminofilamentos). São os ÚNICOS que NÃO se localizam no citosol. É responsável pela forma e resistência do envoltório nuclear. FILAMENTOS DE QUERATINA Encontrados nas células epiteliais, particularmente na epiderme e seus derivados (pelo, unha), nas mucosas e nas glândulas. Existem 30 tipos de monômeros que se combinam. Assim podem ser utilizados para diagnosticar a origem de alguns tumores e suas metástases – anticorpos específicos. FILAMENTOS DE VIMENTINA São comuns em células embrionárias. Em organismos desenvolvidos localizam-se nas células de origem mesodérmica, como os fibroblastos, células endoteliais, células do sangue, etc. FILAMENTOS DE DESMINA Encontrados no citoplasma de todas as células musculares. NEUROFILAMENTOS São os principais elementos estruturais dos neurônios, incluindo dendritos e axônio. FILAMENTOS GLIAIS Citosol dos astrócitos e de algumas células de Schwan. Microtúbulos São filamentos do citoesqueleto encontrados nas células eucariontes. São caracterizados por seu aspecto tubular e porque são notavelmente retilíneos e uniformes. Nos cortes transversais apresentam uma configuração anular com luz central uniforme. De acordo com a sua localização, os microtúbulos se classificam em: 1)Citoplasmático – presente em células em intérfase 2)Mitóticos – correspondentes às fibras do fuso mitótico 3)Ciliares – localizados no eixo dos cílios 4)Centriolares – pertencentes aos corpúsculos basais e aos centríolos. Os microtúbulos citoplasmáticos nascem em uma estrutura contígua ao núcleo chamado CENTROSSOMO. Daí, estendem-se por todo o citoplasma para alcançar a membrana plasmática na qual se fixam O CENTROSSOMO é composto por um par de centríolos e uma substância que os circunda, a MATRIZ CENTROSSÔMICA. Possuem proteínas reguladoras (gama tubulina) A tubulina é o componente monomérico dos microtúbulos Os microtúbulos são polímeros compostos por unidades chamadas de TUBULINA. Cada tubulina é constituída por 2 unidades: alfa-tubulina e beta-tubulina (proteínas do tipo globular) Não necessariamente a alternância alfa e beta é contínua. Há 6 tipos O microtúbulo é polarizado, já que em uma de suas extremidades ficam expostas as subunidades β (beta) e na outra , as subunidades α (alfa). Os heterodímeros podem se agregar (POLIMERIZAR-SE) ou se afastar (DESPOLIMERIZAR-SE) por ambas as extremidades OBS: cada tubulina é um heterodímero. Os microtúbulos citoplasmáticos são estruturas dinâmicas A extremidade (-) dos microtúbulos se localiza no centrossomo. A polimerização e a despolimerização estão bloqueadas. Incessantemente se formam microtúbulos novos, quando alguns se alongam e outros se encurtam até desaparecer. OBS: há tubulinas livres no citosol Componente centrossômico Quando as tubulinas se despolimerizam dos microtúbulos, passam a fazer parte do depósito de tubulinas livres no citosol. Inicialmente, cada tubulina contém um GDP em sua subunidade beta, que não tarda em se intercambiar por um GTP no mesmo citosol. Em seguida, as tubulinas com GTP são atraídas pelas extremidades (+) dos microtúbulos em crescimento e se unem a eles. Diferentemente do que ocorre no citosol, a polimerização faz com que o GTP das tubulinas se hidrolise em GDP e fosfato. GTP – guanosina trifosfato GDP – guanosina difosfato As tubulinas com GDP tendem claramente a se despolimerizar da extremidade (+)dos próprios filamentos, o que se deve ao encurvamento que essa extremidade sofre por influência precisamente do GDP. O processo de polimerização e despolimerização das tubulinas compreenderia um círculo vicioso, já que a polimerização (com a consequente formação de GDP) levaria à imediata despolimerização dos monômeros. Isto não acontece, já que as tubulinas recém incorporadas demoram um tempo para hidrolisar seu GTP e formam um CAPUZ DE TUBULINAS-GTP em uma extremidade do microtúbulo, o que impede a saída das tubulinas chegadas com antecedência, apesar de que, nelas, o GTP já se converteu em GDP. Por causa desta particularidade ( INSTABILIDADE DINÂMICA) quando um microtúbulo alcança o comprimento desejado, para mantê-lo deveria alternar breves períodos de polimerização com outros de despolimerização. No citosol existe a CATASTROFINA ( proteína reguladora) que detém o crescimento dos microtúbulos e causa despolimerização depois da perda do capuz de tubulina-GTP. A COLCHICINA une ás tubulinas e impede sua polimerização, o que leva, pelo fato do capuz não se formar, ao desaparecimento dos microtúbulos. Os microtúbulos citoplasmáticos são necessários para o transporte das organelas e das macromoléculas Gasta-se ATP São proteínas transmembranas presentes nas organelas Os microtúbulos citoplasmáticos contribuem para estabelecer a forma celular OBS: A doença de Alzheimer é caracterizada por deteriorização neuronal progressiva como consequência da instabilidade dos microtúbulos. Os microtúbulos mitóticos mobilizam os cromossomos durante a mitose e a meiose Ao contrário dos citoplasmáticos nos microtúbulos mitóticos, a extremidade (-) não se acha bloqueada pela matriz centrossômica, de modo que os microtúbulos podem se polimerizar e se despolimerizar também por essas extremidades. OBS: vimblastina e vincristina – medicamentos que atuam sobre o fuso mitótico. Taxol – impede a despolimerização das fibras do fuso e induz seu crescimento descontrolado Os microtúbulos ciliares forma o eixo dos cílios e dos flagelos Cada cílio e flagelo é composto por um eixo citosólico (matriz ciliar), envolto por um prolongamento da membrana plasmática. Em meio a essa matriz, seguindo o eixo Longitudinal do cílio, encontra-se uma Armação filamentosa (AXONEMA), o qual é composto por vários microtúbulos paralelos entre si associados com proteínas acessórias Os cílios se movem O movimento ciliar é produzido pelo axonema.Configuração especial 9 + 2 O axonema contém proteínas Ligadoras e proteínas motoras. dineínas Síndrome de Kartagener Mutações em genes que codificam a dineína ou outras proteínas acessórias do axonema. CONSEQUÊNCIA: Cílios e flagelos são imóveis Bronquites crônicas Esterilidade na mulher e no homem A estrutura dos corpúsculos basais é idêntica à dos centríolos Os microtúbulos ciliares nascem no corpúsculo basal, que se localiza por baixo da membrana plasmática, na altura da raiz do cílio. A quantidade de corpúsculos basais e de cílios é a mesma. Constituem cilindros ocos abertos em suas extremidades. A parede do corpúsculo basal ou do centríolo é formada por 9 unidades microtubulares, cada uma composta por 3 microtúbulos, fundidos entre si, chamados A,B e C. Os corpúsculos basais são estudados junto com os centríolos do centrossomo porque são estruturalmente idênticos. centríolo É completo pois tem 13 protofilamentos São incompletos pois cada um tem 11 Os corpúsculos basais (C.B.) se diferenciam dos centríolos(C) pelas seguintes características: Os C.B. localizam-se próximo da superfície celular (na raiz dos cílios) e C próximo do núcleo. Os C.B. não possuem a matriz centrossômica que envolve os centríolos Os C.B. podem ser formados por apenas uma unidade, enquanto que os C apresentam-se de 2 a 2, ambos perpendiculares entre si. Filamentos de actina Classificam-se em: CORTICAIS: Localizam-se por baixo da membrana plasmática. TRANSCELULARES: Atravessam o citoplasma em todas as direções Filamentos de actina Filamentos de actina São polímeros de actina G (possui 375 aa) Igualmente aos microtúbulos, possuem extremidade (+) e (-). Nas células epiteliais, os filamentos de actina transcelulares transportam organelas. Este transporte é mediado pelas proteínas motoras miosina I e miosina V. Se liga a membrana da organela Os filamentos de actina intervém na citocinese A citocinese ocorre no final da mitose À medida que a célula se estrangula, os filamentos de actina.... POLIMERIZA OU DESPOLIMERIZA? Filamentos de actina MICROVILOSIDADES SÃO ESTÁVEIS Na contração muscular estriada intervêm filamentos de actina Organização das fibras esqueléticas Estrias transversais, alternância de faixas claras e escuras Microscópio eletrônico DISTROFINA Proteína que liga as miofibrila ao sarcolema Membran a celular Processo de contração Nervo motor – placa motora Neurotransmissor – Acetilcolina A ligação com o neurotransmissor faz o sarcolema ficar mais permeável ao Na+, o que resulta a despolarização do sarcolema. A despolarização propaga-se ao longo da membrana da fibra muscular e penetra na profundidade da fibra através dos túbulos T RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO E SISTEMA DE TÚBULOS TRANVERSAIS Retículo sarcoplasmático Armazena e regula o fluxo de Ca2+ Íons cálcio atuam na TROPONINA, possibilitando a formação de pontes entre actina e miosina. Quando cessa a despolarização, a membrana do retículo sarcoplasmático transfere Ca2+ para dentro das cisternas, o que interrompe a atividade contrátil. Mecanismo de contração BANDA I – actina BANDA A – actina e miosina BANDA H - miosina Miofibrilas do músculo estriado contêm 4 proteínas principais: MIOSINA ACTINA* TROPOMIOSINA* TROPONINA* 55% do total das proteínas * Filamentos finos REPOUSO: ATP liga-se à ATPase das cabeças da miosina Para atacar as moléculas de ATP e libertar energia, a miosina necessita da actina. Miosina não pode associar-se à actina – complexo TROPONINA- TROPOMIOSINA fixado sobre o filamento de actina. Muda a configuração espacial liberação de Ca2+ O movimento da cabeça da miosina empurra o filamento da actina, promovendo seu deslizamento sobre o filamento de miosina À medida que as cabeças de miosina movimentam a actina, novos locais para a formação das pontes actina- miosina aparecem. As pontes antigas só se desfazem depois que a miosina se une à nova molécula de ATP; voltando ao estado inicial.