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STF_RCL_35619_ebf93

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Ementa e Acórdão
18/08/2020 PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 35.619 DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO
AGTE.(S) :ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL SECAO DO 
DISTRITO FEDERAL 
ADV.(A/S) :DELIO FORTES LINS E SILVA JUNIOR E 
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) :NÃO INDICADO 
EMENTA: DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. AGRAVO 
INTERNO EM RECLAMAÇÃO. SÚMULA VINCULANTE 14. ACESSO A 
DEPOIMENTOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES VÍTIMAS OU 
TESTEMUNHAS DE VIOLÊNCIA. AGRAVO DESPROVIDO.
1. A reclamação exige estrita pertinência entre a decisão 
reclamada e o paradigma invocado. A questão discutida nos autos não se 
adequa ao conteúdo da Súmula Vinculante 14.
2. É incabível reclamação contra atos em tese, assim 
considerados aqueles que dispõem sobre situações gerais e impessoais, de 
alcance genérico e que disciplinam hipóteses abstratamente previstas. 
Precedentes.
3. O condicionamento do acesso a depoimentos de crianças e 
adolescentes vítimas ou testemunhas de violência a prévia decisão 
judicial equaciona de maneira razoável a privacidade e a intimidade delas 
e o direito de defesa dos investigados. 
4. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão 
agravada. 
5. Agravo interno a que se nega provimento.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da 
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na 
conformidade da ata de julgamento, por maioria de votos, em negar 
provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Relator, vencido o 
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço
http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6482-5076-639D-DCD8 e senha 8408-7CC2-BFAE-14E5
Supremo Tribunal FederalSupremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 16
Ementa e Acórdão
RCL 35619 AGR / DF 
Ministro Marco Aurélio.
 Brasília, 07 a 17de agosto de 2020. 
 MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - RELATOR
2 
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço
http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6482-5076-639D-DCD8 e senha 8408-7CC2-BFAE-14E5
Supremo Tribunal Federal
RCL 35619 AGR / DF 
Ministro Marco Aurélio.
 Brasília, 07 a 17de agosto de 2020. 
 MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - RELATOR
2 
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço
http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 6482-5076-639D-DCD8 e senha 8408-7CC2-BFAE-14E5
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 16
Relatório
18/08/2020 PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 35.619 DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO
AGTE.(S) :ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL SECAO DO 
DISTRITO FEDERAL 
ADV.(A/S) :DELIO FORTES LINS E SILVA JUNIOR E 
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) :NÃO INDICADO 
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR):
1. Trata-se de agravo interno interposto contra decisão que 
julgou improcedente a reclamação. Confira-se o teor da decisão agravada: 
“1. Trata-se de reclamação, com pedido de liminar, 
contra nota técnica emitida pela Delegada de Polícia Civil 
titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente – 
DPCA, que teria violado a Súmula Vinculante 14.
2. A reclamante sustenta, em síntese, a nulidade do 
ato administrativo que nega aos advogados a entrega 
automática das mídias digitais contendo áudio e vídeo dos 
depoimentos de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas 
de violência, mesmo após a sua juntada no inquérito policial. 
3. Requer, liminarmente, a suspensão da nota técnica 
e, no mérito, a declaração de sua nulidade, possibilitando a 
obtenção de cópias das gravações dos depoimentos 
audiovisuais, em meio magnético (disco rígido ou disquete), 
óptico (CD ou DVD) ou eletrônico (cartão de memória ou pen 
drive) e não somente as cópias já autorizadas de documentos em 
papel.
4. Solicitei informação para posterior análise da 
liminar. O autor peticionou novamente requerendo a suspensão 
da nota técnica, o que foi negado pela Presidência desta Corte 
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço
http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8D52-4456-8CFF-14E7 e senha 84DB-A4A1-2BAE-88FD
Supremo Tribunal Federal
18/08/2020 PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 35.619 DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO
AGTE.(S) :ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL SECAO DO 
DISTRITO FEDERAL 
ADV.(A/S) :DELIO FORTES LINS E SILVA JUNIOR E 
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) :NÃO INDICADO 
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR):
1. Trata-se de agravo interno interposto contra decisão que 
julgou improcedente a reclamação. Confira-se o teor da decisão agravada: 
“1. Trata-se de reclamação, com pedido de liminar, 
contra nota técnica emitida pela Delegada de Polícia Civil 
titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente – 
DPCA, que teria violado a Súmula Vinculante 14.
2. A reclamante sustenta, em síntese, a nulidade do 
ato administrativo que nega aos advogados a entrega 
automática das mídias digitais contendo áudio e vídeo dos 
depoimentos de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas 
de violência, mesmo após a sua juntada no inquérito policial. 
3. Requer, liminarmente, a suspensão da nota técnica 
e, no mérito, a declaração de sua nulidade, possibilitando a 
obtenção de cópias das gravações dos depoimentos 
audiovisuais, em meio magnético (disco rígido ou disquete), 
óptico (CD ou DVD) ou eletrônico (cartão de memória ou pen 
drive) e não somente as cópias já autorizadas de documentos em 
papel.
4. Solicitei informação para posterior análise da 
liminar. O autor peticionou novamente requerendo a suspensão 
da nota técnica, o que foi negado pela Presidência desta Corte 
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 16
Relatório
RCL 35619 AGR / DF 
(doc. 11).
5. A reclamada prestou informações alegando que a 
presente questão foi judicializada no MS 2019.01.3.003344-8, 
que tramita na Vara da Infância e Juventude de Brasília/DF, 
sendo a presente reclamação utilizada como atalho recursal. No 
mérito, afirma que a nota técnica regulamenta o parágrafo 5º do 
artigo 12 da Lei nº 13.431/2017. Esclarece que não há prejuízo do 
direito de defesa porque os pontos relevantes para a Defesa são 
transcritos em relatório próprio (doc. 13).
6. A reclamada complementou as informações, 
trazendo a sentença de denegação do mandado de segurança 
referido nas informações previamente apresentadas (doc. 17).
7. A Procuradoria-Geral da República solicitou 
diligências no sentido de que fosse juntada aos autos a sentença 
proferida no mandando de segurança, tendo em vista que os 
autos tramitam em segredo de justiça (doc. 18).
8. Tendo em vista que a sentença havia sido juntada 
pela autoridade reclamada (doc. 17), abri nova vista à 
Procuradoria-Geral da República.
9. A Procuradoria-Geral da República, em parecer, 
opinou pela procedência da reclamação por considerar o ato 
reclamado violador das prerrogativas elencadas nos incisos XIII 
e XV do artigo 7º da Lei 8.906/1994, Estatuto da Advocacia e do 
enunciado vinculante nº 14 (doc. 23).
10. É o relatório. Decido.
11. O conhecimento da reclamação exige estrita 
aderência entre o ato impugnado e o paradigma supostamente 
violado. Nesse sentido, confira-se,exemplificativamente, a 
ementa da Rcl 12.887 AgR/DF (rel. Min. Dias Toffoli):
“Agravo regimental na reclamação. ADI nº 3.378/DF. 
Inexistência de identidade de temas entre o ato reclamado 
e o paradigma da Corte. Agravo regimental ao qual se 
nega provimento. 
1. Por atribuição constitucional, presta-se a 
reclamação para preservar a competência do STF e 
garantir a autoridade de suas decisões (art. 102, inciso I, 
2 
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço
http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8D52-4456-8CFF-14E7 e senha 84DB-A4A1-2BAE-88FD
Supremo Tribunal Federal
RCL 35619 AGR / DF 
(doc. 11).
5. A reclamada prestou informações alegando que a 
presente questão foi judicializada no MS 2019.01.3.003344-8, 
que tramita na Vara da Infância e Juventude de Brasília/DF, 
sendo a presente reclamação utilizada como atalho recursal. No 
mérito, afirma que a nota técnica regulamenta o parágrafo 5º do 
artigo 12 da Lei nº 13.431/2017. Esclarece que não há prejuízo do 
direito de defesa porque os pontos relevantes para a Defesa são 
transcritos em relatório próprio (doc. 13).
6. A reclamada complementou as informações, 
trazendo a sentença de denegação do mandado de segurança 
referido nas informações previamente apresentadas (doc. 17).
7. A Procuradoria-Geral da República solicitou 
diligências no sentido de que fosse juntada aos autos a sentença 
proferida no mandando de segurança, tendo em vista que os 
autos tramitam em segredo de justiça (doc. 18).
8. Tendo em vista que a sentença havia sido juntada 
pela autoridade reclamada (doc. 17), abri nova vista à 
Procuradoria-Geral da República.
9. A Procuradoria-Geral da República, em parecer, 
opinou pela procedência da reclamação por considerar o ato 
reclamado violador das prerrogativas elencadas nos incisos XIII 
e XV do artigo 7º da Lei 8.906/1994, Estatuto da Advocacia e do 
enunciado vinculante nº 14 (doc. 23).
10. É o relatório. Decido.
11. O conhecimento da reclamação exige estrita 
aderência entre o ato impugnado e o paradigma supostamente 
violado. Nesse sentido, confira-se, exemplificativamente, a 
ementa da Rcl 12.887 AgR/DF (rel. Min. Dias Toffoli):
“Agravo regimental na reclamação. ADI nº 3.378/DF. 
Inexistência de identidade de temas entre o ato reclamado 
e o paradigma da Corte. Agravo regimental ao qual se 
nega provimento. 
1. Por atribuição constitucional, presta-se a 
reclamação para preservar a competência do STF e 
garantir a autoridade de suas decisões (art. 102, inciso I, 
2 
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 16
Relatório
RCL 35619 AGR / DF 
alínea l, CF/88), bem como para resguardar a correta 
aplicação das súmulas vinculantes (art. 103-A, § 3º, CF/88). 
2. Deve haver aderência estrita do objeto do ato 
reclamado ao conteúdo da decisão do STF dotada de 
efeito vinculante e eficácia erga omnes para que seja 
admitido o manejo da reclamatória constitucional. 
3. A declaração de inconstitucionalidade, com 
redução do texto do § 1º do art. 36 da Lei nº 9.985/2000, na 
ADI nº 3.378/DF, foi no sentido de se retirar a 
obrigatoriedade de o valor mínimo de compensação 
ambiental ser sempre correspondente a meio por cento do 
custo do empreendimento, podendo ser fixada outra 
forma de compensação pelo órgão responsável após 
estudos pertinentes ao caso. 
4. Agravo regimental não provido” (grifei).
12. Vide outros precedentes na mesma linha: Rcl 6040 
ED/AM, Rel. Min. Teori Zavascki; Rcl 11246 Agr/BA, Rel. Min. 
Dias Toffoli; Rcl 15.578 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello. 
13. A reclamante insurgiu-se contra nota técnica 
emitida pela Delegada de Polícia Civil titular da Delegacia da 
Criança e do Adolescente, mediante a qual se estabeleceu o 
condicionamento do fornecimento de cópias das mídias 
contendo áudio e vídeo do depoimento especial de crianças e 
adolescentes vítimas ou testemunhas de violência a decisão 
judicial. O ato reclamado assim dispõe:
“Considerando que a Declaração dos Direitos da 
Criança de 1959, em seu Princípio 8, diz que a criança 
figurará, em quaisquer circunstâncias, entre os primeiros a 
receber proteção e socorro, devendo ser-lhe garantida a 
Proteção contra a violação de sua intimidade, em variadas 
formas;
Considerando que a Convenção Sobre os Direitos da 
Criança, em seu artigo 3, traz que as ações relativas às 
crianças, incluindo nesta definição os adolescentes 
segundo a lei nacional vigente, levadas a efeito por 
3 
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Supremo Tribunal Federal
RCL 35619 AGR / DF 
alínea l, CF/88), bem como para resguardar a correta 
aplicação das súmulas vinculantes (art. 103-A, § 3º, CF/88). 
2. Deve haver aderência estrita do objeto do ato 
reclamado ao conteúdo da decisão do STF dotada de 
efeito vinculante e eficácia erga omnes para que seja 
admitido o manejo da reclamatória constitucional. 
3. A declaração de inconstitucionalidade, com 
redução do texto do § 1º do art. 36 da Lei nº 9.985/2000, na 
ADI nº 3.378/DF, foi no sentido de se retirar a 
obrigatoriedade de o valor mínimo de compensação 
ambiental ser sempre correspondente a meio por cento do 
custo do empreendimento, podendo ser fixada outra 
forma de compensação pelo órgão responsável após 
estudos pertinentes ao caso. 
4. Agravo regimental não provido” (grifei).
12. Vide outros precedentes na mesma linha: Rcl 6040 
ED/AM, Rel. Min. Teori Zavascki; Rcl 11246 Agr/BA, Rel. Min. 
Dias Toffoli; Rcl 15.578 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello. 
13. A reclamante insurgiu-se contra nota técnica 
emitida pela Delegada de Polícia Civil titular da Delegacia da 
Criança e do Adolescente, mediante a qual se estabeleceu o 
condicionamento do fornecimento de cópias das mídias 
contendo áudio e vídeo do depoimento especial de crianças e 
adolescentes vítimas ou testemunhas de violência a decisão 
judicial. O ato reclamado assim dispõe:
“Considerando que a Declaração dos Direitos da 
Criança de 1959, em seu Princípio 8, diz que a criança 
figurará, em quaisquer circunstâncias, entre os primeiros a 
receber proteção e socorro, devendo ser-lhe garantida a 
Proteção contra a violação de sua intimidade, em variadas 
formas;
Considerando que a Convenção Sobre os Direitos da 
Criança, em seu artigo 3, traz que as ações relativas às 
crianças, incluindo nesta definição os adolescentes 
segundo a lei nacional vigente, levadas a efeito por 
3 
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 16
Relatório
RCL 35619 AGR / DF 
instituições públicas ou privadas, devem considerar, 
primordialmente, o interesse maior da criança;
Considerando que a Constituição da República 
Federativa do Brasil estabelece, em seu artigo 227, como 
dever da família, da sociedade e do Estado, assegurar à 
criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, entre 
outros, o direito à dignidade e ao respeito, bem coma 
colocá-los a salvo de toda forma de negligência,discriminação, exploração, violência, crueldade e 
opressão;
Considerando que a Resolução nº 20/2005 - ECOSOC 
traz as Diretrizes para a justiça em assuntos envolvendo 
crianças vitimas ou testemunhas de crimes, e apresenta 
como seu principio o respeito e a proteção à sua dignidade 
individual, bem como o direito à privacidade, garantindo 
às crianças e adolescentes, vitimas ou testemunhas, a 
manutenção da confidencialidade e restrição da 
divulgação de informações que possam levar à 
identificação destes, devendo ser observadas medidas que 
protejam crianças e adolescentes de uma exposição 
indevida ao público;
Considerando que o Estatuto da Criança e do 
Adolescente Lei 8.069/1990, revogou o Código de 
Menores, inaugurando a Doutrina da Proteção integral, 
em vista ao superior interesse da criança, elevando as 
crianças e os adolescentes ao patamar de sujeitos de 
direitos, devendo ser-lhes garantidos, como dever de 
todos, a sua dignidade, pondo-os a salvo de qualquer 
tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório 
ou constrangedor, e ainda Prevenir à ocorrência de 
ameaça ou violação de seus direitos, segundo está 
disposto em seus artigos 18 e 70. Ressalta-se, neste ponto, 
que o direito ao respeito da criança e do adolescente 
consiste na inviolabilidade física, psíquica e moral, 
abrangendo a preservação de sua imagem;
Considerando que a novel Lei 13.431/2017 
4 
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Supremo Tribunal Federal
RCL 35619 AGR / DF 
instituições públicas ou privadas, devem considerar, 
primordialmente, o interesse maior da criança;
Considerando que a Constituição da República 
Federativa do Brasil estabelece, em seu artigo 227, como 
dever da família, da sociedade e do Estado, assegurar à 
criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, entre 
outros, o direito à dignidade e ao respeito, bem coma 
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e 
opressão;
Considerando que a Resolução nº 20/2005 - ECOSOC 
traz as Diretrizes para a justiça em assuntos envolvendo 
crianças vitimas ou testemunhas de crimes, e apresenta 
como seu principio o respeito e a proteção à sua dignidade 
individual, bem como o direito à privacidade, garantindo 
às crianças e adolescentes, vitimas ou testemunhas, a 
manutenção da confidencialidade e restrição da 
divulgação de informações que possam levar à 
identificação destes, devendo ser observadas medidas que 
protejam crianças e adolescentes de uma exposição 
indevida ao público;
Considerando que o Estatuto da Criança e do 
Adolescente Lei 8.069/1990, revogou o Código de 
Menores, inaugurando a Doutrina da Proteção integral, 
em vista ao superior interesse da criança, elevando as 
crianças e os adolescentes ao patamar de sujeitos de 
direitos, devendo ser-lhes garantidos, como dever de 
todos, a sua dignidade, pondo-os a salvo de qualquer 
tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório 
ou constrangedor, e ainda Prevenir à ocorrência de 
ameaça ou violação de seus direitos, segundo está 
disposto em seus artigos 18 e 70. Ressalta-se, neste ponto, 
que o direito ao respeito da criança e do adolescente 
consiste na inviolabilidade física, psíquica e moral, 
abrangendo a preservação de sua imagem;
Considerando que a novel Lei 13.431/2017 
4 
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estabeleceu o sistema de garantia de direitos da criança e 
do adolescente vítima ou testemunha de violência, 
gozando de direitos específicos compatíveis com esta 
condição e, assim, trouxe que a aplicação da lei ocorrerá 
sem prejuízo dos princípios estabelecidos nas demais 
normas nacionais e internacionais de proteção dos direitos 
da criança e do adolescente, prevendo, especificamente, 
que a criança e adolescente deve ter a intimidade e as 
condições pessoais protegidas quando vitima ou 
testemunha de violência;
Considerando que o depoimento especial é o 
procedimento de oitiva da criança e do adolescente vítima 
ou testemunha de violência perante a autoridade policial 
ou judiciária, onde se deve adotar um protocolo, incluindo 
a gravação em áudio e vídeo, a qual tramitará em segredo 
de justiça, tudo em conformidade com a Lei 13.431/2017;
Considerando que o Art. 12, §2º, inc. VI e §3º da Lei 
13.431/2017, mencionam expressamente que o Juiz adotará 
todas as medidas apropriadas para a preservação da 
privacidade e da intimidade da vítima ou testemunha e 
que poderá ser estabelecidas medidas de restrição da 
transmissão em tempo real do depoimento para a sala de 
audiência, bem como restrição à gravação em áudio e 
vídeo, sempre que houver risco para criança e para o 
adolescente;
Considerando, ainda, que o parágrafo 5º do artigo 12 
da Lei 12.431/2017 preconiza in verbis que ‘as condições de 
preservação e de segurança da mídia relativa ao 
depoimento da criança ou do adolescente serão objeto de 
regulamentação, de forma a garantir o direto à intimidade 
e à privacidade da vitima ou da testemunha’, havendo 
assim menção expressa do legislador no sentido de que a 
regulamentação deverá atender prioritariamente os 
direitos de intimidade e privacidade da criança ou 
adolescente vitima ou testemunha de violência;
Considerando que, ante a ausência de 
5 
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estabeleceu o sistema de garantia de direitos da criança e 
do adolescente vítima ou testemunha de violência, 
gozando de direitos específicos compatíveis com esta 
condição e, assim, trouxe que a aplicação da lei ocorrerá 
sem prejuízo dos princípios estabelecidos nas demais 
normas nacionais e internacionais de proteção dos direitos 
da criança e do adolescente, prevendo, especificamente, 
que a criança e adolescente deve ter a intimidade e as 
condições pessoais protegidas quando vitima ou 
testemunha de violência;
Considerando que o depoimento especial é o 
procedimento de oitiva da criança e do adolescente vítima 
ou testemunha de violência perante a autoridade policial 
ou judiciária, onde se deve adotar um protocolo, incluindo 
a gravação em áudio e vídeo, a qual tramitará em segredo 
de justiça, tudo em conformidade com a Lei 13.431/2017;
Considerando que o Art. 12, §2º, inc. VI e §3º da Lei 
13.431/2017, mencionam expressamente que o Juiz adotará 
todas as medidas apropriadas para a preservação da 
privacidade e da intimidade da vítima ou testemunha e 
que poderá ser estabelecidas medidas de restrição da 
transmissão em tempo real do depoimento para a sala de 
audiência, bem como restrição à gravação em áudio e 
vídeo, sempre que houver risco para criança e para o 
adolescente;
Considerando, ainda, que o parágrafo 5º do artigo 12 
da Lei 12.431/2017 preconiza in verbis que ‘as condições de 
preservação e de segurança da mídia relativa ao 
depoimento da criança ou do adolescente serão objeto deregulamentação, de forma a garantir o direto à intimidade 
e à privacidade da vitima ou da testemunha’, havendo 
assim menção expressa do legislador no sentido de que a 
regulamentação deverá atender prioritariamente os 
direitos de intimidade e privacidade da criança ou 
adolescente vitima ou testemunha de violência;
Considerando que, ante a ausência de 
5 
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RCL 35619 AGR / DF 
regulamentação específica, a interpretação da Lei deve se 
dar no sentido de atender os fins sociais a que ela se 
dirige, devendo assegurar à criança e ao adolescente a 
fruição dos direitos fundamentais com absoluta 
prioridade (art. 3º, caput, da Lei), entre os quais se 
encontram a preservação de sua imagem, privacidade e 
intimidade;
Considerando que o inquérito policial é um 
procedimento administrativo investigatório, não se 
tratando de processo judicial, não há que se falar nessa 
fase inicial da persecução penal em contraditório ou 
ampla defesa, na medida em que sequer há acusação ou 
processo judicial, apenas colheita de elementos 
informativos, para suporte a uma eventual e futura 
acusação a ser promovida pelo titular da ação penal em 
juízo, quando será oportunizada a ampla defesa e 
contraditório;
Considerando que as crianças e adolescentes, vitimas 
ou testemunhas de crime, confiaram seu depoimento 
especial, contendo suas imagens e seus relatos, a um órgão 
estatal idôneo e responsável pela sua preservação e sobre 
o qual recai o dever de zelar por todos os princípios acima 
já elencados;
Considerando, por fim, que todos os depoimentos 
especiais de crianças e adolescentes realizados por esta 
Unidade de Policia Especializada seguem rigorosamente o 
os ditames da Lei 13.431/2917 e o Protocolo de Policia 
Judiciária para depoimento especial de criança e 
adolescente e que são transcritos, em Relatório próprio, 
todos os pontos relevantes de interesse para a persecução 
penal ou futura defesa do investigado, caso venha a ser 
denunciado, havendo assim, um completo entendimento 
do teor do depoimento fornecido.
Considerando que este Relatório, contendo os 
principais aspectos do depoimento especial, dentre os 
quais a possível confirmação ou negação dos fatos, será, 
6 
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regulamentação específica, a interpretação da Lei deve se 
dar no sentido de atender os fins sociais a que ela se 
dirige, devendo assegurar à criança e ao adolescente a 
fruição dos direitos fundamentais com absoluta 
prioridade (art. 3º, caput, da Lei), entre os quais se 
encontram a preservação de sua imagem, privacidade e 
intimidade;
Considerando que o inquérito policial é um 
procedimento administrativo investigatório, não se 
tratando de processo judicial, não há que se falar nessa 
fase inicial da persecução penal em contraditório ou 
ampla defesa, na medida em que sequer há acusação ou 
processo judicial, apenas colheita de elementos 
informativos, para suporte a uma eventual e futura 
acusação a ser promovida pelo titular da ação penal em 
juízo, quando será oportunizada a ampla defesa e 
contraditório;
Considerando que as crianças e adolescentes, vitimas 
ou testemunhas de crime, confiaram seu depoimento 
especial, contendo suas imagens e seus relatos, a um órgão 
estatal idôneo e responsável pela sua preservação e sobre 
o qual recai o dever de zelar por todos os princípios acima 
já elencados;
Considerando, por fim, que todos os depoimentos 
especiais de crianças e adolescentes realizados por esta 
Unidade de Policia Especializada seguem rigorosamente o 
os ditames da Lei 13.431/2917 e o Protocolo de Policia 
Judiciária para depoimento especial de criança e 
adolescente e que são transcritos, em Relatório próprio, 
todos os pontos relevantes de interesse para a persecução 
penal ou futura defesa do investigado, caso venha a ser 
denunciado, havendo assim, um completo entendimento 
do teor do depoimento fornecido.
Considerando que este Relatório, contendo os 
principais aspectos do depoimento especial, dentre os 
quais a possível confirmação ou negação dos fatos, será, 
6 
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sempre que requerido, fornecida cópia ao Advogado 
devidamente constituído por procuração com poderes 
específicos;
Os Delegados que este subscrevem RESOLVEM:
I - Não fornecer cópia da mídia contendo áudio e 
vídeo dos depoimentos especiais de crianças e 
adolescentes vitimas ou testemunhas de violência, em 
atendimento aos princípios acima elencados, bem como, a 
ausência de qualquer prejuízo ao investigado;
II - Orientar aos Advogados das partes que, se assim, 
desejarem, postulem judicialmente, ao Juízo do feito, 
para obter uma cópia da referida mídia contendo o relato 
da criança ou adolescente.” (grifei)
14. Em primeiro lugar, a reclamação é incabível contra 
atos em tese, assim considerados aqueles que dispõem sobre 
situações gerais e impessoais, que têm alcance genérico e que 
disciplinam hipóteses neles abstratamente previstas (cf., por 
todos, Rcl 25347 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda 
Turma, j. 24.03.2017).
15. No caso concreto, a reclamação não se volta contra 
uma decisão específica de indeferimento de acesso a autos de 
inquérito, mas se opõe a um ato normativo que condiciona o 
acesso a certos documentos a prévia decisão judicial. Incabível, 
portanto, a medida. 
16. Em segundo lugar, verifico que a presente hipótese 
não possui estrita aderência com o conteúdo da Súmula 
Vinculante 14, tendo em vista que, como dito, não se trata de 
negativa de acesso aos atos já documentados em investigação 
criminal, mas simplesmente de condicionar a disponibilidade 
dos suportes de mídia que contêm os depoimentos de crianças e 
adolescentes vítimas ou testemunhas de violência a prévia 
decisão judicial.
17. Com efeito, o ato impugnado não veda de modo 
absoluto o acesso dos advogados à íntegra do depoimento 
gravado da vítima ou testemunha. Simplesmente o condiciona a 
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sempre que requerido, fornecida cópia ao Advogado 
devidamente constituído por procuração com poderes 
específicos;
Os Delegados que este subscrevem RESOLVEM:
I - Não fornecer cópia da mídia contendo áudio e 
vídeo dos depoimentos especiais de crianças e 
adolescentes vitimas ou testemunhas de violência, em 
atendimento aos princípios acima elencados, bem como, a 
ausência de qualquer prejuízo ao investigado;
II - Orientar aos Advogados das partes que, se assim, 
desejarem, postulem judicialmente, ao Juízo do feito, 
para obter uma cópia da referida mídia contendo o relato 
da criança ou adolescente.” (grifei)14. Em primeiro lugar, a reclamação é incabível contra 
atos em tese, assim considerados aqueles que dispõem sobre 
situações gerais e impessoais, que têm alcance genérico e que 
disciplinam hipóteses neles abstratamente previstas (cf., por 
todos, Rcl 25347 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda 
Turma, j. 24.03.2017).
15. No caso concreto, a reclamação não se volta contra 
uma decisão específica de indeferimento de acesso a autos de 
inquérito, mas se opõe a um ato normativo que condiciona o 
acesso a certos documentos a prévia decisão judicial. Incabível, 
portanto, a medida. 
16. Em segundo lugar, verifico que a presente hipótese 
não possui estrita aderência com o conteúdo da Súmula 
Vinculante 14, tendo em vista que, como dito, não se trata de 
negativa de acesso aos atos já documentados em investigação 
criminal, mas simplesmente de condicionar a disponibilidade 
dos suportes de mídia que contêm os depoimentos de crianças e 
adolescentes vítimas ou testemunhas de violência a prévia 
decisão judicial.
17. Com efeito, o ato impugnado não veda de modo 
absoluto o acesso dos advogados à íntegra do depoimento 
gravado da vítima ou testemunha. Simplesmente o condiciona a 
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uma autorização judicial prévia, de modo que não há 
desrespeito à Súmula Vinculante 14, elaborada a partir de 
precedentes que examinaram, justamente, hipóteses de 
indeferimento de acesso por decisão judicial. 
18. Finalmente, em terceiro lugar, é legítima e louvável 
a preocupação demonstrada pelas autoridades policiais, na 
medida em que a legislação mais recente mostra-se mais 
protetiva das crianças e adolescentes, enfatizando-se, nesse 
âmbito, a tutela de sua privacidade.
19. As normas previstas nos arts. 7º a 12 da Lei nº 
13.431/2017 detalham como será tomado – de preferência uma 
única vez (art. 11) – o depoimento especial de crianças ou 
adolescentes, sem contato com o suposto autor ou acusado da 
violência (art. 9º), em local apropriado e acolhedor (art. 10), 
sendo tomadas todas as medidas apropriadas para a 
preservação da intimidade e da privacidade da vítima ou 
testemunha (art. 12, §2º).
20. Nos termos do art. 12, § 5º, da Lei nº 13.431/2017, 
“as condições de preservação e de segurança da mídia relativa ao 
depoimento da criança ou do adolescente serão objeto de 
regulamentação, de forma a garantir o direito à intimidade e à 
privacidade da vítima ou testemunha”.
21. Reputo que, enquanto não sobrevém a 
regulamentação geral do dispositivo, a solução adotada no ato 
impugnado – com o condicionamento do acesso à mídia que 
contém os depoimentos prestados por vítimas ou testemunhas 
de violência a uma prévia decisão judicial – equaciona, de 
maneira adequada e razoável, a privacidade e a intimidade das 
crianças e adolescentes com o direito de defesa dos 
investigados.
22. Isso porque permite que o juiz verifique as 
condições de segurança da vítima ou testemunha e o interesse 
daquele que pretende acessar a mídia. 
23. Diante do exposto, julgo improcedente a 
reclamação.”
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uma autorização judicial prévia, de modo que não há 
desrespeito à Súmula Vinculante 14, elaborada a partir de 
precedentes que examinaram, justamente, hipóteses de 
indeferimento de acesso por decisão judicial. 
18. Finalmente, em terceiro lugar, é legítima e louvável 
a preocupação demonstrada pelas autoridades policiais, na 
medida em que a legislação mais recente mostra-se mais 
protetiva das crianças e adolescentes, enfatizando-se, nesse 
âmbito, a tutela de sua privacidade.
19. As normas previstas nos arts. 7º a 12 da Lei nº 
13.431/2017 detalham como será tomado – de preferência uma 
única vez (art. 11) – o depoimento especial de crianças ou 
adolescentes, sem contato com o suposto autor ou acusado da 
violência (art. 9º), em local apropriado e acolhedor (art. 10), 
sendo tomadas todas as medidas apropriadas para a 
preservação da intimidade e da privacidade da vítima ou 
testemunha (art. 12, §2º).
20. Nos termos do art. 12, § 5º, da Lei nº 13.431/2017, 
“as condições de preservação e de segurança da mídia relativa ao 
depoimento da criança ou do adolescente serão objeto de 
regulamentação, de forma a garantir o direito à intimidade e à 
privacidade da vítima ou testemunha”.
21. Reputo que, enquanto não sobrevém a 
regulamentação geral do dispositivo, a solução adotada no ato 
impugnado – com o condicionamento do acesso à mídia que 
contém os depoimentos prestados por vítimas ou testemunhas 
de violência a uma prévia decisão judicial – equaciona, de 
maneira adequada e razoável, a privacidade e a intimidade das 
crianças e adolescentes com o direito de defesa dos 
investigados.
22. Isso porque permite que o juiz verifique as 
condições de segurança da vítima ou testemunha e o interesse 
daquele que pretende acessar a mídia. 
23. Diante do exposto, julgo improcedente a 
reclamação.”
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2. A parte agravante reitera as razões da inicial. Ademais, 
alega que “a reconsideração da decisão monocrática agravada porque a questão 
trazida aos autos foi equivocadamente mal interpretada. Não se buscou o controle 
abstrato de ato normativo, mas tão somente procura se anular decisão 
administrativa da Delegacia de Polícia que extrapolou da sua competência e criou 
regra que restringe o direito do advogado de obter acesso amplo aos elementos de 
prova já juntados aos autos do Inquérito, em total desrespeito ao Enunciado 14 
da Súmula vinculante”.
3. É o relatório.
9 
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2. A parte agravante reitera as razões da inicial. Ademais, 
alega que “a reconsideração da decisão monocrática agravada porque a questão 
trazida aos autos foi equivocadamente mal interpretada. Não se buscou o controle 
abstrato de ato normativo, mas tão somente procura se anular decisão 
administrativa da Delegacia de Polícia que extrapolou da sua competência e criou 
regra que restringe o direito do advogado de obter acesso amplo aos elementos de 
prova já juntados aos autos do Inquérito, em total desrespeito ao Enunciado 14 
da Súmula vinculante”.
3. É o relatório.
9 
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Voto - MIN. ROBERTO BARROSO
18/08/2020 PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 35.619 DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHORMINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR):
1. O agravo interno não merece prosperar.
2. A parte agravante sustenta que a nota técnica emitida pela 
Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente – DPCA teria violado a 
Súmula Vinculante 14, postulando a nulidade do ato administrativo que 
nega aos advogados a entrega automática das mídias digitais contendo 
áudio e vídeo dos depoimentos de crianças e adolescentes vítimas ou 
testemunhas de violência, mesmo após a sua juntada no inquérito 
policial.
3. A agravante reitera em suas razões recursais a suposta 
ilegalidade e inconstitucionalidade da referida nota, na medida que 
impediria o livre exercício da advocacia.
4. Apesar das considerações recursais, entendo que a 
agravante não foi capaz de reunir argumentos suficientes para infirmar a 
decisão monocrática.
5. O cabimento da reclamação constitucional é restrito. Não é 
o instrumento processual adequado neste caso. 
6. Em primeiro lugar, pontuo não ser cabível reclamação 
contra atos em tese, assim considerados aqueles que dispõem sobre 
situações gerais e impessoais, que têm alcance genérico e que disciplinam 
hipóteses neles abstratamente previstas (cf., por todos, Rcl 25347 AgR, 
Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, j. 24.03.2017).
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18/08/2020 PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 35.619 DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR):
1. O agravo interno não merece prosperar.
2. A parte agravante sustenta que a nota técnica emitida pela 
Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente – DPCA teria violado a 
Súmula Vinculante 14, postulando a nulidade do ato administrativo que 
nega aos advogados a entrega automática das mídias digitais contendo 
áudio e vídeo dos depoimentos de crianças e adolescentes vítimas ou 
testemunhas de violência, mesmo após a sua juntada no inquérito 
policial.
3. A agravante reitera em suas razões recursais a suposta 
ilegalidade e inconstitucionalidade da referida nota, na medida que 
impediria o livre exercício da advocacia.
4. Apesar das considerações recursais, entendo que a 
agravante não foi capaz de reunir argumentos suficientes para infirmar a 
decisão monocrática.
5. O cabimento da reclamação constitucional é restrito. Não é 
o instrumento processual adequado neste caso. 
6. Em primeiro lugar, pontuo não ser cabível reclamação 
contra atos em tese, assim considerados aqueles que dispõem sobre 
situações gerais e impessoais, que têm alcance genérico e que disciplinam 
hipóteses neles abstratamente previstas (cf., por todos, Rcl 25347 AgR, 
Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, j. 24.03.2017).
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7. No caso dos autos, a reclamação não se volta contra uma 
decisão específica de indeferimento de acesso a autos de inquérito, mas se 
opõe a um ato normativo que condiciona o acesso a certos documentos a 
prévia decisão judicial. Incabível, portanto, a medida. 
8. Em segundo lugar, verifico que a presente hipótese não 
possui estrita aderência com o conteúdo da Súmula Vinculante 14, tendo 
em vista que, como dito, não se trata de negativa de acesso aos atos já 
documentados em investigação criminal, mas simplesmente de 
condicionar a disponibilidade dos suportes de mídia que contêm os 
depoimentos de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de 
violência a prévia decisão judicial.
9. Com efeito, o ato impugnado não veda de modo absoluto 
o acesso dos advogados à íntegra do depoimento gravado da vítima ou 
testemunha. Simplesmente o condiciona a uma autorização judicial 
prévia, de modo que não há desrespeito à Súmula Vinculante 14, 
elaborada a partir de precedentes que examinaram, justamente, hipóteses 
de indeferimento de acesso por decisão judicial. 
 10. Cumpre ressaltar finalmente que, ao analisar os presentes 
autos, reputo legítima e louvável a preocupação demonstrada pelas 
autoridades policiais, na elaboração da nota técnica, na medida em que a 
legislação mais recente mostra-se mais protetiva às crianças e 
adolescentes, enfatizando-se, nesse âmbito, a tutela de sua privacidade.
 11. As normas previstas nos arts. 7º a 12 da Lei nº 13.431/2017 
detalham como será tomado – de preferência uma única vez (art. 11) – o 
depoimento especial de crianças ou adolescentes, sem contato com o 
suposto autor ou acusado da violência (art. 9º), em local apropriado e 
acolhedor (art. 10), sendo tomadas todas as medidas apropriadas para a 
preservação da intimidade e da privacidade da vítima ou testemunha 
(art. 12, § 2º).
2 
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7. No caso dos autos, a reclamação não se volta contra uma 
decisão específica de indeferimento de acesso a autos de inquérito, mas se 
opõe a um ato normativo que condiciona o acesso a certos documentos a 
prévia decisão judicial. Incabível, portanto, a medida. 
8. Em segundo lugar, verifico que a presente hipótese não 
possui estrita aderência com o conteúdo da Súmula Vinculante 14, tendo 
em vista que, como dito, não se trata de negativa de acesso aos atos já 
documentados em investigação criminal, mas simplesmente de 
condicionar a disponibilidade dos suportes de mídia que contêm os 
depoimentos de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de 
violência a prévia decisão judicial.
9. Com efeito, o ato impugnado não veda de modo absoluto 
o acesso dos advogados à íntegra do depoimento gravado da vítima ou 
testemunha. Simplesmente o condiciona a uma autorização judicial 
prévia, de modo que não há desrespeito à Súmula Vinculante 14, 
elaborada a partir de precedentes que examinaram, justamente, hipóteses 
de indeferimento de acesso por decisão judicial. 
 10. Cumpre ressaltar finalmente que, ao analisar os presentes 
autos, reputo legítima e louvável a preocupação demonstrada pelas 
autoridades policiais, na elaboração da nota técnica, na medida em que a 
legislação mais recente mostra-se mais protetiva às crianças e 
adolescentes, enfatizando-se, nesse âmbito, a tutela de sua privacidade.
 11. As normas previstas nos arts. 7º a 12 da Lei nº 13.431/2017 
detalham como será tomado – de preferência uma única vez (art. 11) – o 
depoimento especial de crianças ou adolescentes, sem contato com o 
suposto autor ou acusado da violência (art. 9º), em local apropriado e 
acolhedor (art. 10), sendo tomadas todas as medidas apropriadas para a 
preservação da intimidade e da privacidade da vítima ou testemunha 
(art. 12, § 2º).
2 
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Voto - MIN. ROBERTO BARROSO
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12. Nos termos do art. 12, § 5º, da Lei nº 13.431/2017, “as 
condições de preservação e de segurança da mídia relativa ao depoimento dacriança ou do adolescente serão objeto de regulamentação, de forma a garantir o 
direito à intimidade e à privacidade da vítima ou testemunha”.
13. Reputo que, enquanto não sobrevém a regulamentação 
geral do dispositivo, a solução adotada no ato impugnado – com o 
condicionamento do acesso à mídia que contém os depoimentos 
prestados por vítimas ou testemunhas de violência a uma prévia decisão 
judicial – equaciona, de maneira adequada e razoável, a privacidade e a 
intimidade das crianças e adolescentes com o direito de defesa dos 
investigados. Isso porque permite que o juiz verifique as condições de 
segurança da vítima ou testemunha e o interesse daquele que pretende 
acessar a mídia. 
14. Em razão do exposto, não assiste razão à parte agravante, 
uma vez que a decisão agravada ajusta-se à diretriz jurisprudencial 
firmada pelo Supremo Tribunal Federal na matéria ora em exame.
15. Ausente, portanto, qualquer argumento apto a 
desconstituir a decisão agravada, deve-se manter pelos seus próprios 
fundamentos o decisum recorrido.
16. Diante do exposto, conheço do agravo interno e lhe nego 
provimento.
17. É como voto.
3 
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Supremo Tribunal Federal
RCL 35619 AGR / DF 
12. Nos termos do art. 12, § 5º, da Lei nº 13.431/2017, “as 
condições de preservação e de segurança da mídia relativa ao depoimento da 
criança ou do adolescente serão objeto de regulamentação, de forma a garantir o 
direito à intimidade e à privacidade da vítima ou testemunha”.
13. Reputo que, enquanto não sobrevém a regulamentação 
geral do dispositivo, a solução adotada no ato impugnado – com o 
condicionamento do acesso à mídia que contém os depoimentos 
prestados por vítimas ou testemunhas de violência a uma prévia decisão 
judicial – equaciona, de maneira adequada e razoável, a privacidade e a 
intimidade das crianças e adolescentes com o direito de defesa dos 
investigados. Isso porque permite que o juiz verifique as condições de 
segurança da vítima ou testemunha e o interesse daquele que pretende 
acessar a mídia. 
14. Em razão do exposto, não assiste razão à parte agravante, 
uma vez que a decisão agravada ajusta-se à diretriz jurisprudencial 
firmada pelo Supremo Tribunal Federal na matéria ora em exame.
15. Ausente, portanto, qualquer argumento apto a 
desconstituir a decisão agravada, deve-se manter pelos seus próprios 
fundamentos o decisum recorrido.
16. Diante do exposto, conheço do agravo interno e lhe nego 
provimento.
17. É como voto.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 16
Voto Vogal
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 35.619 DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO
AGTE.(S) :ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL SECAO DO 
DISTRITO FEDERAL 
ADV.(A/S) :DELIO FORTES LINS E SILVA JUNIOR E 
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) :NÃO INDICADO 
V O T O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Nada, absolutamente 
nada, respalda ocultar de envolvido dados contidos em autos de 
procedimento investigativo ou em processo alusivo a ação penal. Esse é o 
entendimento revelado no verbete vinculante nº 14 da Súmula do 
Supremo. Levando em conta a expressão “acesso amplo”, deve-se facultar 
à defesa conhecer todos os dados, resultantes de diligências, coligidos em 
procedimento investigatório. O sigilo refere-se tão somente às diligências 
em curso, evitando a frustração de providências. 
Provejo o agravo para que a reclamação tenha sequência. 
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 35.619 DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO
AGTE.(S) :ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL SECAO DO 
DISTRITO FEDERAL 
ADV.(A/S) :DELIO FORTES LINS E SILVA JUNIOR E 
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) :NÃO INDICADO 
V O T O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Nada, absolutamente 
nada, respalda ocultar de envolvido dados contidos em autos de 
procedimento investigativo ou em processo alusivo a ação penal. Esse é o 
entendimento revelado no verbete vinculante nº 14 da Súmula do 
Supremo. Levando em conta a expressão “acesso amplo”, deve-se facultar 
à defesa conhecer todos os dados, resultantes de diligências, coligidos em 
procedimento investigatório. O sigilo refere-se tão somente às diligências 
em curso, evitando a frustração de providências. 
Provejo o agravo para que a reclamação tenha sequência. 
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 16
Extrato de Ata - 18/08/2020
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 35.619
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO
AGTE.(S) : ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL SECAO DO DISTRITO FEDERAL
ADV.(A/S) : DELIO FORTES LINS E SILVA JUNIOR (A708/AM, 16649/DF) E 
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : NÃO INDICADO
Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo 
interno, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco 
Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020.
 
Composição: Ministros Rosa Weber (Presidente), Marco Aurélio, 
Luiz Fux, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. 
Luiz Gustavo Silva Almeida
Secretário da Primeira Turma
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço
http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 17D2-BF83-6274-6772 e senha 3C04-39A0-28BD-DC73
Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 35.619
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO
AGTE.(S) : ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL SECAO DO DISTRITO FEDERAL
ADV.(A/S) : DELIO FORTES LINS E SILVA JUNIOR (A708/AM, 16649/DF) E 
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : NÃO INDICADO
Decisão: A Turma, por maioria, negou provimento ao agravo 
interno, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco 
Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 7.8.2020 a 17.8.2020.
 
Composição: Ministros Rosa Weber (Presidente), Marco Aurélio, 
Luiz Fux, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. 
Luiz Gustavo Silva Almeida
Secretário da Primeira Turma
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	Relatório
	Voto - MIN. ROBERTO BARROSO
	Voto Vogal
	Extrato de Ata - 18/08/2020

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