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Simulação Empresarial – Aula 2 • Diagrama de Pareto • Diagrama de Ishikawa Diagrama de Pareto • O Diagrama de Pareto é uma ferramenta da qualidade que foi utilizada pelo italiano Vilfredo Pareto. Tornou-se mais conhecido quando o teórico Juran utilizou. Através desse diagrama, um indivíduo seleciona vários itens ou fatores, de acordo com a ordem de importância. • Para construí-lo, é utilizado o gráfico de colunas que irá colocar em ordem os problemas e suas frequências do maior para o menor, a fim de dar prioridade aquele que deverá ser resolvido com maior urgência. • Esse diagrama é construído baseado em uma fonte de pesquisas de dados ou nas folhas de verificação para detectar o problema. • Ele está baseado no princípio de pareto ou regra dos 80/20 que significa que 80% dos problemas são ocasionados por 20% das causas, ou seja, são poucas causas que originam a maioria dos problemas. O gráfico mostra a ordem de prioridades que um gestor deve utilizar para resolver as causas. Como fazer o Diagrama de Pareto? • Identifique qual será o objetivo para construir o diagrama, ou seja, para que tipo de problema. Isso será feito através da coleta de dados por meio do SAC, pesquisa de satisfação, questionários, folhas de verificação, etc. Além disso, deve-se especificar o período para a coleta. • Saiba como os dados serão mostrados e classificados; • Numa tabela ou mesmo em folha de verificação organize cada dado de acordo com as categorias definidas na coleta de dados. Como fazer o Diagrama de Pareto • Determine o tipo de perda/problema que você quer investigar; • Especifique o aspecto de interesse do tipo de perda que você quer investigar; • Organize uma folha de verificação com as categorias do aspecto que você decidiu investigar; • Preencha a folha de verificação; • Faça as contagens, organize as categorias por ordem decrescente de frequência, agrupe aquelas que ocorrem com baixa frequência sob denominação “outros” e calcule o total; • Calcule as frequências relativas e as frequências acumuladas. EXEMPLO • Uma empresa fabrica e entrega seus produtos para várias lojas de varejo e quer diminuir o número de devoluções. Para isto, investigou o número de ocorrências geradoras de devolução da entrega no último semestre, conforme apresentado na tabela abaixo: Passos para Construção do Diagrama de Pareto • Primeiro passo: refazer a folha de verificação ordenando os valores por ordem decrescente de grandeza. • Segundo passo: acrescentar mais uma coluna indicando os valores acumulados. Esse calculo é feito somando o número de ocorrências de uma razão mais as ocorrências da razão anterior. • Terceiro passo: acrescentar mais uma coluna onde serão colocados os valores percentuais referentes a cada tipo de ocorrência. • O cálculo é feito dividindo-se o número de ocorrências de um determinado tipo pelo total de ocorrências no período. • Quarto passo: acumulam-se estes percentuais em uma última coluna. Para isso, basta somar o percentual de ocorrência de cada razão ao percentual de ocorrência da razão anterior. • Com estes dados pode ser construído o gráfico de Pareto, apresentado a seguir: • Conforme apresentado no gráfico acima, para diminuir o problema de devolução de produtos será necessário criar um programa de ação para a empresa diminuir os atrasos de entrega da fábrica e da transportadora. Com isso, 53% do problema será resolvido. Utilização do Diagrama de Pareto • O Diagrama de Pareto é um recurso gráfico utilizado para estabelecer uma ordenação nas causas de perdas que devem ser sanadas, auxiliando na identificação dos problemas e priorizando-os para que sejam resolvidos de acordo com sua importância. Isso não quer dizer que nem todos os problemas são importantes, mas sim que alguns precisam ser solucionados com maior urgência. Exercício em Grupo • Através de uma sondagem efetuada, concluiu-se que as principais razões apontadas para a devolução de peças de vestuário compradas por catálogo foram as indicadas abaixo. Elabore o respectivo diagrama de Pareto. • Existência de manchas 1 • Tipo de corte 2 • Qualidade do tecido 60 • Tamanho 5 • Existência de furos 1 • Cor 20 • Mudança de endereço 3 • Falecimento 2 • Não levantado 3 • Ter-se estragado no transporte 2 Cenário organizacional em tempos de crise • Atualmente, é muito comum vermos a preocupação dos empresários, dos colaboradores e do país inteiro em relação à crise, não é mesmo? Mas, o que é exatamente este momento que estamos vivendo? • Economicamente falando, estamos em um momento de escassez do mercado brasileiro, o que significa que há um enxugamento da demanda. • Contudo, diferentemente do que grandes e pequenas empresas têm cultuado no mercado, a falta de crescimento do país como um todo não significa que há falta de crescimento de negócios. Se você parar para observar ao seu redor, verá que ainda há muitos fechamentos de propostas, contratos, serviços e compra de produtos. Contudo, em menor grau e em apenas determinadas empresas. Mas, por quê? • Isso ocorre porque, em momentos de crise, quem ganha é aquele que se diferencia, quem é melhor. As empresas que fazem além do que os clientes esperam e que criaram estratégias para momentos pré- escassez, conseguiram continuar perpetuando seu negócio. E essa é exatamente a chave de ouro: sobrevivência. As empresas precisam sobreviver à crise para crescer em longo prazo. • Entretanto, se você é uma das empresas que não se preparou para esse momento, agora é a hora de realizar um diagnóstico organizacional e perceber como anda seu sistema de gestão. Para discutirmos um pouco sobre isso, vamos primeira entender o que é o diagnóstico organizacional. Acompanhe! Kaizen • Kaizen foi originado no Japão, logo após a Segunda Guerra Mundial. Ele ganhou grande popularidade no setor de produção e se tornou uma das fundações do crescimento da Toyota de pequena produtora de carros para uma das maiores fabricantes de automóveis do planeta. • No contexto da metodologia Lean, a melhoria contínua busca melhorar cada processo na sua empresa ao focar no desenvolvimento de atividades que agregam mais valor para o seu consumidor, ao mesmo tempo, removendo o maior número possível de atividades que geram desperdício. https://kanbanize.com/pt/gestao-lean/o-que-e-gestao-lean/ • Há três tipos de desperdício no Lean: • Muda – Os sete desperdícios • Mura – O desperdício da desigualdade • Muri – O desperdício da sobrecarga • Muda consiste em 7 desperdícios de processo: transporte, inventário, movimentação, espera, produção exagerada, processamento exagerado, defeitos. • A remoção completa de todos eles é quase impossível, mas focar na minimização dos efeitos negativos no seu trabalho é crucial para a implementação de sucesso da melhoria contínua. https://kanbanize.com/pt/gestao-lean/valor-desperdicio/7-desperdicios-do-lean/ • Mura é causado pela desigualdade ou inconsistência no seu processo. Ele é responsável por muitas dos 7 desperdícios do Muda. O Mura impede que suas tarefas fluam tranquilamente pelo seu processo de trabalho e, portanto, atrapalha seu fluxo contínuo. • Muri é um grande problema para empresas que aplicam o sistema de empurrar. Quando você delega muito trabalho para o seu time, você adiciona estresse desnecessário em ambos, seu time e no processo. https://kanbanize.com/pt/gestao-lean/valor-desperdicio/o-que-e-muri/ • Muri é geralmente um resultado do Mura e se você quer que a melhoria contínua se torne parte da sua cultura, você precisa se focar na eliminação destes desperdícios. https://kanbanize.com/pt/gestao-lean/valor-desperdicio/o-que-e-mura/ Adotando a Melhoria Contínua – Ferramentas e Técnicas • Entender a teoria por trás disso é o primeiro passo na aplicação da melhoria contínua à sua cultura de gestão. Para se preparar para a melhoria contínua, você precisa criar um ambiente apropriado na sua empresa. • Na gestão Lean, há 3 abordagens principais para alcançar a melhoria contínua:Plan-Do-Check-Act (PDCA) • O modelo Plan-Do-Check-Act é a abordagem mais popular utilizada por empresas. • Também conhecido como ciclo de Deming (em homenagem a seu fundador, o engenheiro americano William Edwards Deming), é um ciclo infinito que busca ajudar na melhoria, com base nos resultados alcançados. • Ele foi desenvolvido inicialmente para o controle de qualidade, mas com o tempo, se tornou um instrumento para o alcance da melhoria contínua. • Na fase de planejamento (Plan), você precisa estabelecer objetivos e processos necessários para entregar resultados de acordo com o que for esperado (o alvo ou objetivo). • A definição das expectativas de resultado é importante para a melhoria contínua, porque a precisão dos objetivos e sus conclusão é uma grande parte do processo de melhoramento. • É recomendado começar em pequena escala, para que você possa testar os efeitos desta abordagem. • A segunda fazer é “Fazer” (Do). Ele é bem clara, já que você precisa executar o que foi definido na etapa de planejamento do processo. • Depois de completar seus objetivos, você precisa verificar (Check) o que você atingiu e comparar com o que era esperado. Junte a maior quantidade de informações possíveis e considere o que você pode melhorar (Act) no seu processo, para que você possa alcançar resultados ainda melhores da próxima vez. • Se a análise mostra que você melhorou em comparação com o projeto anterior, o padrão é atualizado e você precisa visar por um desempenho ainda melhor da próxima vez. • Caso você não tenha melhorado ou, até mesmo, tenha atingido resultados piores se comparados com o passado, o padrão permanece o mesmo que o do último projeto iniciado. Kanban - 4 passos para implementar em uma equipe • O significado da palavra kanban vem do japonês “registro” ou “placa visível”. Essa ferramenta foi originalmente criada por Taiichi Ohno, da Toyota, com a intenção de encontrar um sistema de melhoria que mantivesse um alto nível de produção. • É um sistema, geralmente representado por um quadro, mas também organizado através de software ou até mesmo uma folha de papel, onde cartões que representam o trabalho seguem um fluxo pré- estabelecido de estágios. Na medida em que o trabalho vai evoluindo, os cartões vão mudando de estágio, e sempre que um novo trabalho é identificado, um novo cartão é criado. Na Figura 1 temos um exemplo de kanban. • Atualmente, além de ainda ser utilizado com frequência no setor produtivo, o kanban é uma ferramenta bastante comum em equipes que seguem o desenvolvimento do produto baseado no Lean. Da mesma forma, equipes que utilizam metodologias de desenvolvimento ágil, como SCRUM, também têm enxergado bastante valor na forma como essa ferramenta pode ser associada à gestão do trabalho. • O kanban implementa conceitos da Teoria das Restrições (TOC – Theory of Constraints) através de um modelo de sistema “puxado”, procurando identificar e administrar restrições que limitam a performance do sistema. Em poucas palavras, o modelo de sistema “puxado” do kanban relaciona a capacidade ao número de cartões ou tickets que podem ser colocados em circulação, através de um mecanismo de sinalização, onde cada novo trabalho só pode ser iniciado quando um cartão estiver disponível. Assim, a demanda “puxa” a produção em um sistema de Just-in-Time (JIT) ou de produção equalizada. • O Just-in-Time é um sistema de administração da produção que determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata. Ele pode ser aplicado em qualquer organização, para reduzir estoques e os custos decorrentes. Esse sistema também é um dos pilares do toyotismo. • Por fim, o kanban é uma forma simples de gestão à vista, onde a utilização dos cartões em um quadro ou mural possibilita que as pessoas possam verificar rapidamente a situação do trabalho. Uma das principais vantagens da utilização da gestão à vista é que ela permite uma maior facilidade de assimilação das informações por parte da força de trabalho, pois estas estão sob a forma de gráficos, símbolos e diagramas. Outra vantagem é a transparência, pois todas as informações necessárias estão expostas a todos, permitindo melhor comunicação e maior integração. Princípios O kanban procura identificar oportunidades de melhoria criando uma cultura Kaizen na equipe, na qual a melhoria contínua é responsabilidade de todos. Os princípios básicos em torno dessa ferramenta são: • Visualização da Cadeia de Valor: enxergando as fases do produto (por exemplo, um software, algo material ou até mesmo um serviço); • Desenvolvimento Evolucionário (Adaptativo): através de gestão de mudanças simples, adaptando-se de forma ágil, entregando o que tem mais valor antes. Perceba que a palavra “ágil”, muitas vezes confundida com rapidez, aqui significa capacidade de se adaptar às mudanças com mais facilidade, mais agilidade; • Restrição do trabalho e seu progresso em torno de seus estágios: permitindo medição, controle e melhoria contínua. Como usar Kaban em quatro passos • O kanban pode ser utilizado em diversas áreas, como por exemplo, desenvolvimento de software, gestão de TI, novos negócios, design, finanças, marketing, operações, entre outras. O uso adequado dessa ferramenta pode trazer agilidade e organização. Agilidade em responder às mudanças que surgem ao longo da execução de tarefas e projetos, e organização, formando um time que trabalha de forma mais eficiente sem gerar muito ruído nas comunicações. Sendo assim, uma forma simples de implantar o kanban em sua equipe, em quatro passos, é mostrada a seguir: 1. Equipe • É importante que a equipe esteja preparada para assimilar os conceitos e princípios do kanban. Pode haver resistência, uma vez que a transparência traz como consequência a visualização de quem é produtivo e também de quem é improdutivo; • Apresente os conceitos, princípios, e um exemplo básico de uso do kanban e dos benefícios que a equipe poderá obter com seu uso; • Sempre é bom lembrar que, independentemente da ferramenta, a equipe é a parte mais importante. Uma equipe capacitada funciona bem com qualquer ferramenta, enquanto que uma equipe incapaz geralmente falha utilizando até mesmo o melhor dos métodos. • Tendo entendido o básico da ferramenta, é possível construir o kanban que mais irá atender as necessidades da sua equipe; 2. Identificando Estágios do Trabalho • Identifique os Estágios de Trabalho que sua equipe segue para concluir um produto, projeto ou serviço. O fluxo mais comum começa em “TO DO” e termina em “DONE”, geralmente com “WIP” (Working In Progress) no meio, mas pode ser alterado para o que melhor se adaptar ao seu contexto; • Identifique as Classes de Trabalho, como, por exemplo [user storie], [bug], [defeito], [melhoria], [teste], [requisito], etc. que vão ajudar a categorizar o trabalho e melhor organizar o quadro; • Tente definir limites de tempo que cartões podem ficar em determinados estágios, por exemplo, um cartão não pode ficar mais que duas horas em “TO DO” se for do tipo [defeito]. • Com o quadro montado e as regras definidas e claras para todo o time (Figura 3), é possível avançar para a parte mais importante do kanban: a priorização do trabalho. A priorização é especialmente importante, pois mantém o foco do que realmente se deve fazer em primeiro lugar, que vai entregar valor primeiro para o cliente ou para a organização. 3. Priorização • Posicione o que é mais prioritário (tem que ser feito antes) sempre na parte superior do kanban. Se desejar, pode separar o quadro em categorias, mas mantendo entre elas essa estrutura de priorização. Isso permite entregar valor rapidamente (produto que já pode ser usado/vendido), seguindo o princípio de Pareto (princípio 80/20) aplicado ao desenvolvimento, onde 80% do valor de seu produto pode ser gerado com 20% do trabalho total; • Mantenha um controle constante do que é prioritário identificando, sempre que possível, mudanças na ordem ou novos cartões que sejam necessários. Dessaforma você melhora a qualidade e reduz os custos, eliminando/adiando o trabalho desnecessário. • Problemas que a priorização ajuda a evitar: entrega de software inútil, cliente insatisfeito, metas ou sprints (no caso do SCRUM) não atingidas, demora em entregar bugs e melhorias, dificuldade realocação de times e suas capacidades dentro da equipe. • Na Figura 3 é mostrado um exemplo de kanban priorizado, onde os itens com marcas em vermelho são mais prioritários em relação ao com marca em azul, ou seja, os itens em vermelho geram mais valor ao produto final que os itens em azul. Por isso, uma boa prática consiste em a equipe iniciar as tarefas realizando os itens com maior prioridade. • Finalmente, é bastante importante ter métricas o fluxo de trabalho, principalmente para atingir a melhoria contínua. • Estabeleça um sistema de medição simples como: trabalho que precisa ser feito e o que foi feito até o instante (no SCRUM utiliza-se bastante o burndown chart, ou gráfico de consumo), lead time, etc. • Simule os riscos durante a execução do trabalho, procurando encontrar os gargalos antes que eles apareçam. Isso ajuda a determinar planos de ação preventivos, que diminuem consideravelmente os riscos. Existem tanto métodos de simulação como ferramentas automáticas que ajudam nessa tarefa; • Para atingir a melhoria contínua, adaptação é a palavra-chave. Não cometa o erro de achar que aquele kanban que você e sua equipe montaram no início vai permanecer igual para sempre. É necessário mente aberta para identificar oportunidades de melhoria, como, por exemplo, adaptar o fluxo com mais ou menos estágios ou aprender a priorizar o que gera mais valor. • Em resumo, kanban é disciplina, transparência, priorização e adaptação. Sua correta utilização pode trazer muito valor para uma organização, para uma equipe ou até mesmo para um projeto pessoal. • Ele é fácil de montar e de se manter atualizado, sempre respondendo às mudanças que aparecem no meio do caminho. • Vale ressaltar que, apesar de uma boa ferramenta, o mais importante para um projeto ou organização funcionar é que a equipe seja boa.
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