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Introdução ao Monitoramento da Qualidade do Ar 2018 A T U A L I Z A Ç Ã O P R O F I S S I O N A L CETESB • COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO MISSÃO Promover e acompanhar a execução das políticas públicas ambientais e de desenvolvimento sustentável, assegurando a melhoria contínua da qualidade do meio ambiente de forma a atender às expectativas da sociedade no Estado de São Paulo. VISÃO Buscar a excelência na gestão ambiental e nos serviços prestados aos usuários e à população em geral, aprimorando a atuação da CETESB no campo ambiental e na proteção da saúde pública. VALORES Ética, legalidade, transparência, eficiência, eficácia, isonomia, imparcialidade, responsabilidade, valorização do capital humano e compromisso com a empresa. GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Governador SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE Secretário CETESB • COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Diretor-Presidente Diretoria de Gestão Corporativa Diretoria de Controle e Licenciamento Ambiental, em exercício Diretoria de Avaliação de Impacto Ambiental Diretoria de Engenharia e Qualidade Ambiental Márcio França Eduardo Trani Carlos Roberto dos Santos Waldir Agnello Carlos Roberto dos Santos Ana Cristina Pasini da Costa Eduardo Luís Serpa Coordenação Técnica Tec. Eletr. Daniel Silveira Lopes Docente Téc. Eletr. Daniel Silveira Lopes Quím. Daniele Patrícia R. de Carvalho Met. Dirce Maria Pellegatti Franco Quím. Maria Lúcia Gonçalves Guardani Téc. Quím. Sheila de Castro INTRODUÇÃO AO MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR São Paulo, Outubro de 2018 CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo Av. Profº. Frederico Hermann Júnior, 345 - Alto de Pinheiros - CEP: 05459-900 - São Paulo - SP http://www.cetesb.sp.gov.br / e-mail: cursos@cetesbnet.sp.gov.br https://www.facebook.com/escolasuperiordacetesb/ © CETESB, 2018 Este material destina-se a uso exclusivo dos participantes dos Cursos e Treinamentos Práticos Especializados, sendo expressamente proibida a sua reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização da CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Carlos Ibsen Vianna Lacava Gerente do Departamento de Apoio Operacional - ET Tânia Mara Tavares Gasi Gerente da Divisão de Gestão do Conhecimento - ETG Irene Rosa Sabiá Setor de Cursos e Transferência de Conhecimento ETGC Coordenação Executiva Celia Buani Esta apostila foi diagramada pelo ETGC - ETGC - ETGC - ETGC - ETGC - Setor de Cursos e Transferência de Conhecimento Editoração Gráfica: Rita de Cassia Guimarães - ETGC / Capa: Vera Severo / Impressão: Gráfica-CETESB Equipe Técnica do ETGC: Bruno Marcondes Conceição, Carolina Regina Morales, Celia Buani, Claudia Maria Zaratin Bairão, Elizeu Vasconcelos O. Barreto, Ladir Santana dos Santos, Marcia Ubyratan Bispo Fabbri, Miyuki Kanashiro, Renato Medice Kacinskis, Rita de Cassia Guimarães, Sonia Vera Beani de Carvalho, Wanda Fernandes Carrilho e Yhoshie Watanabe Takahashi. APRESENTAÇÃO Desde a década de 1970, a CETESB mantém redes de monitoramento da qualidade do ar no Estado de São Paulo, para avaliar os níveis de poluição atmosférica em diferentes escalas de abrangência. Inicialmente, o monitoramento era efetuado exclusivamente por estações manuais, as quais são utilizadas ainda hoje em vários municípios. Em 1981, foi iniciado o monitoramento automático que, além de ampliar o número de poluentes medidos, permitiu o acompanhamento dos resultados em tempo real. A partir de 2008, houve uma expansão significativa da rede automática que contou, em 2017, com 62 estações localizadas em 35 municípios. Foi também na década de 1970 que a CETESB iniciou a publicação do Relatório Anual de Qualidade do Ar, como forma de divulgar os resultados do monitoramento de poluentes, inclusive com análises dos parâmetros registrados. Ao longo dessas décadas, a CETESB acumulou conhecimentos e experiências nessa atividade, cujo reconhecimento é demonstrado pelos mais diversos parceiros tanto nacionais como internacionais. Como decorrência das demandas apontadas por participantes de outros cursos oferecidos pela CETESB bem com da expertise adquirida, estamos oferecendo um curso introdutório de monitoramento da qualidade do ar, que pretende mostrar como é efetuado o monitoramento de poluentes por redes manual/automática, como se planeja o estabelecimento de uma rede, como analisar os resultados dos parâmetros monitorados para o suporte das atividades de controle e do licenciamento ambiental, bem como mostrar a forma de divulgação diária da qualidade do ar para a sociedade. Téc.Eletr. Daniel Silveira Lopes Coordenação Técnica SUMÁRIO Introdução, principais poluentes e legislação - Quím. Maria Lúcia Gonçalves Guardani ...................................................................... 9 Meteorologia da poluição do ar - Met. Dirce Maria Pellegatti Franco.............................................................................. 45 Rede Automática - Téc.Eletr. Daniel Silveira Lopes ................................................................................... 97 Rede Manual Analisadores Manuais Fundamentos e Princípio Analítico - Quím. Daniele Patrícia R. de Carvalho ......................................................................141 Redes de Mominotamento da Qalidade do Ar - Quím. Maria Lúcia Gonçalves Guardani ...................................................................197 Análises e interpretação de dados - Quím. Maria Lúcia Gonçalves Guardani ...................................................................217 Programa do Curso ...................................................................................................257 INTRODUÇÃO, PRINCIPAIS POLUENTES E LEGISLAÇÃO QUÍM. MARIA LÚCIA GONÇALVES GUARDANI Cadernos daCadernos daCadernos daCadernos daCadernos da Gestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do Conhecimento 9 10 CURSO: INTRODUÇÃO AO MONITORAMENTO DA QUALIDADE I - Introdução à poluição do ar II - Principais Poluentes III - Legislação Quím. Maria Lúcia Gonçalves Guardani lguardani@sp.gov.br Tel: (11) 3133-3065 11 12 DEFINIÇÃO DE POLUENTE ATMOSFÉRICO A RESOLUÇÃO CONAMA Nº 3 DE 28/06/1990 CONSIDERA COMO POLUENTE ATMOSFÉRICO “QUALQUER FORMA DE MATÉRIA OU ENERGIA COM INTENSIDADADE E EM QUANTIDADE, CONCENTRAÇÃO, TEMPO OU CARACTERÍSTICAS EM DESACORDO COM OS NÍVEIS ESTABELECIDOS, E QUE TORNEM OU POSSAM TORNAR O AR IMPRÓPRIO, NOCIVO OU OFENSIVO À SAÚDE, INCONVENIENTE AO BEM ESTAR PÚBLICO, DANOSO AOS MATERIAIS, À FAUNA E À FLORA OU PREJUDICIAL AO USO E GOZO DA PROPRIEDADE E ÀS ATIVIDADES NORMAIS DA COMUNIDADE” DESEQUILÍBRIOS ATMOSFÉRICOS • Revolução Industrial: energia para a movimentação de maquinário, iluminação, eletrodomésticos, transporte, etc. •Gás Carbônico: CO2 - 290 ppm em 1880, 336 ppm em 1980 e 404 ppm em 2016 • Efeito estufa • Outros materiais são liberados pelas atividades humanas (antropogênicas): dióxido de enxofre (SO2), monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (Nox), hidrocarbonetos (Hc) e material particulado (material em forma de partículas que podem ser gotículas de líquidos ou sólidos com a mais variada composição química) 13 ANO LOCAL EXCESSO TIPO POLUENTES DE MORTES 1930 BÉLGICA 60 Industrial-Siderurgia SO2, H2SO4, HF (Vale Rio Meuse) H2SO4, vidro, zinco 1948 ESTADOS UNIDOS 20 Industrial-Siderurgia SO2, MP (Donora) H2SO4, zinco 1950 MÉXICO 22 Industrial-Dessulfurização H2S gás natural 1952 INGLATERRA 4.000 Urbana-Queima de carvão SO2, MP (Fumaça) (Londres) (aquecimento doméstico) 1962 INGLATERRA 700 Urbana-Queima de carvão SO2, MP (Fumaça) (Londres) (aquecimento doméstico) 1962 JAPÃO 60 Urbana SO2, MP (Fumaça) (Osaka) 1962 ESTADOS UNIDOS 168 Urbana SO2, MP (Fumaça) (Nova York) ALGUNS EPISÓDIOS REGISTRADOS NO MUNDO UNION CARBIDE – BHOPAL/ÍNDIA - 1984 14 Fontes Móveis Fontes Fixas 15 Fontes Naturais - Vulcões ETNA SANTA HELENA COMPOSIÇÃO DO AR 78% nitrogênio (N2) 21% oxigênio (O2)0,04% gás carbônico (CO2) 0,9% outros gases 16 NECESSIDADES HUMANAS O HOMEM RESISTE A: 5 semanas sem alimentos; 5 dias sem água e 5 minutos sem ar. Necessita de 8 litros de ar por minuto. INDICADORES DE QUALIDADE DE VIDA CONJUNTO DE FATORES INDIVIDUAIS COMO: - QUALIDADE DA ÁGUA - QUALIDADE DO AR - QUALIDADE DOS ALIMENTOS - QUALIDADE DO ENSINO PÚBLICO - QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO - QUALIDADE DA SEGURANÇA PÚBLICA - QUALIDADE DE MORADIA QUE SE REFLETE NO BEM ESTAR DO CIDADÃO 17 PRINCIPAIS POLUENTES Principais Poluentes Atmosféricos utilizados como indicadores de qualidade do ar, adotados universalmente, e escolhidos em razão da frequência de ocorrência e de seus efeitos adversos • Material Particulado (MP) • Monóxido de Carbono (CO) • Dióxido de Enxofre (SO2) • Dióxido de Nitrogênio (NO2) • Ozônio (O3) 18 CLASSIFICAÇÃO DOS POLUENTES Quanto à origem, os poluentes podem ser classificados em: • Poluentes Primários: aqueles emitidos diretamente pelas fontes de emissão; •Ex: CO, SO2, NO • Poluentes Secundários: aqueles formados na atmosfera através da reação química entre poluentes primários e/ou constituintes naturais da atmosfera. Ex: O3, NO2 Poluentes Primários e os Secundários 19 DIÓXIDO DE ENXOFRE • Fonte principal: queima de combustíveis fósseis • Danos à saúde: pulmões, agravamento de doenças respiratórias • Danos à vegetação: espécies ainda mais sensíveis que o homem • Danos aos materiais: diretos e indiretos (chuva ácida) MONÓXIDO DE CARBONO • Fonte principal: queima incompleta de quaisquer combustíveis • Cidade: veículos automotores • Características organolépticas: inodor, incolor, insípido, não irritante • Danos à saúde: forma carboxihemoglobina dificultando o transporte de oxigênio pelo sangue 20 MATERIAL PARTICULADO • Características: qualquer líquido ou sólido em suspensão, sem característica química definida, fisicamente possuem qualquer forma. Mantêm-se suspensas as partículas menores que 100 µm, sendo mais agressivas à saúde as menores que 10 µm. • Principais fontes (depende da área): Cidades - solo, veículos e indústrias Áreas Industriais - depende do tipo de indústria instalada e o grau de controle • Danos aos materiais: sujidade • Danos à saúde: como material total agravam as doenças respiratórias, reduzem a resistência às infecções, irritam olhos e garganta. Como material específico produzem doenças características como o chumbo que provoca o saturnismo, o amianto que provoca câncer, entre outros. Pulmão direito Pulmão esquerdo Traquéia laringe faringe Partículas Inaláveis (<10µm) Partículas maiores que 10µm: são coletadas pelo trato e eliminadas através de tosse, espirro e coriza Partículas menores que 10µm e maiores que 2,5µm: depositam-se na traquéia Lóbulo superior Lóbulo inferior Lóbulo médio Partículas menores que 2,5µm: penetram profundamente nos pulmões e se depositam nos alvéolos brônquios Zona respiratória cavidade nasal 21 Diâmetro de um fio de cabelo: 70 µm São José do Rio Preto São Paulo - Cerqueira César Fino (< 2,5 µm) Grosso (entre 2,5 e 10 µm) Características do Material Particulado 22 23 Less than half the 24-hour standard of 65 µg/m3 24 OXIDANTES FOTOQUÍMICOS Poluentes primários: óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos emitidos diretamente em fontes de combustão Poluentes secundários: formados na atmosfera pela reação de poluentes primários e catalizados pela luz solar. O ozônio é o mais típico representante Danos à saúde: irritantes, agravam doenças respiratórias Danos à vegetação: redução do crescimento e queima das folhas O3 - Formação Fonte: USEPA 25 NO UV O2 NO2 O O3 O2 PERFIL HORÁRIO DAS CONCENTRAÇÕES DE OZÔNIO 26 Ozônio Causa Inflamação Via respiratória Sem ozônio Com ozônio Fonte: USEPA N. tabacum Bel-W3 com injúrias típicas do efeito do O3 (esq.) e um exemplar saudável (dir.) BIOMONITORAMENTO 27 O Bom Ozônio: formado naturalmente nas altas camadas da atmosfera (cerca de 30 Km de altura). O Mau Ozônio: formado próximo à superfície da terra em consequência da poluição. CAMADA DE OZÔNIO DIÓXIDO DE NITROGÊNIO Fonte principal: processos de combustão em veículos (principalmente diesel), indústrias. São precursores dos oxidantes fotoquímicos Danos à saúde: (NO2) causa problemas respiratórios, agravamento de asma e bronquite. Danos à vegetação e aos materiais: diretos e indiretos (chuva ácida). Danos à agricultura 28 A SOLUÇÃO O PROBLEMA CONTROLE LEGAL FONTES METEOROLOGIA E TOPOGRAFIA QUALIDADE DO AR EXISTENTE EFEITOSQUALIDADE DOAR DESEJADA TÉCNICAS DE CONTROLE CONSIDERAÇÕES ECONÔMICO-SOCIAIS LEGISLAÇÃO 29 A SECRETARIA ESPECIAL DO MEIO AMBIENTE – SEMA DO MINISTÉRIO DO INTERIOR FOI CRIADA EM OUTUBRO DE 1973 E FOI ORIGEM DO ATUAL MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE ATRAVÉS DA RESOLUÇÃO CONAMA Nº 5, DE 15 DE JUNHO DE 1989 INSTITUI O PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DA QUALIDADE DO AR–PRONAR, COM AS SEGUINTES ESTRATÉGIAS: 1. LIMITES MÁXIMOS DE EMISSÃO 2. ADOÇÃO DE PADRÕES NACIONAIS DE QUALIDADE DO AR 3. PREVENÇÃO DE DETERIORAÇÃO SIGNIFICATIVA DA QUALIDADE DO AR 4. MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR 5. GERENCIAMENTO DO LICENCIAMENTO DE FONTES DE POLUIÇÃO DO AR 6. INVENTÁRIO NACIONAL DE FONTES E POLUENTES DO AR 7. AÇÕES DE CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO 30 EM 28 DE JUNHO DE 1990 O CONAMA PUBLICOU A RESOLUÇÃO Nº 03 NA QUAL ESTABELECE OS PADRÕES NACIONAIS DE QUALIDADE DO AR Padrões Nacionais de Qualidade do Ar Resolução CONAMA n° 03 de 28/06/90 POLUENTE TEMPO DE PADRÃO PADRÃO ATENÇÃO ALERTA EMERGÊNCIA AMOSTRAGEM PRIMÁRIO SECUNDÁRIO µg/m³ µg/m³ µg/m³ µg/m³ µg/m³ partículas totais 24 horas1 240 150 375 625 875 em suspensão MGA2 80 60 partículas inaláveis 24 horas1 150 150 250 420 500 MAA3 50 50 fumaça 24 horas1 150 100 250 420 500 MAA3 60 40 dióxido de enxofre 24 horas1 365 100 800 1,600 2,100 MAA3 80 40 dióxido de nitrogênio 1 hora 320 190 1,130 2,260 3,000 MAA3 100 100 monóxido de carbono 1 hora1 40,000 40,000 35ppm 35ppm 8 horas1 10,000 10,000 15 30 40 9ppm 9ppm ozônio 1 hora1 160 160 400 800 1,000 (1) Não deve ser excedido mais que uma vez ao ano. (2) Média geométrica anual. (3) Média aritmética anual. 31 RESOLUÇÕES CONAMA – LIMITES DE EMISSÕES DE FONTES FIXAS •Resolução CONAMA 264/1999 - licenciamento de fornos rotativos de produção de clínquer para atividades de co-processamento de resíduos •Resolução CONAMA 316/2002 - tratamento térmico de resíduos •Resolução CONAMA 382/2006 - Estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas. • Resolução CONAMA 386/2006 - altera o art. 18 da 316 (sistemas de crematórios) •Resolução CONAMA 436/2011 - complementa as Resoluções nº 05/1989 e nº 382/2006 - Estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas instaladas ou com pedido de licença e instalação anteriores a 02 de janeiro de 2007. ÁREAS SATURADAS OS DECRETOS Nº 47.397/2002 e 48.523/ 2004, 50.753/2006 E 52.469/2007 DO ESTADO DE SÃO PAULO - CRITÉRIOS PARA DETERMINAR O GRAU DE SATURAÇÃO DA QUALIDADE DO AR DE UMA SUB-REGIÃO POR POLUENTE ESPECÍFICO 32 NOVOS PADRÕES DE QUALIDADE DO AR NO ESTADO DE SÃO PAULO RECOMENDAÇÃO OMS DE 2005 Air quality guidelines - global update 2005 (http://www.who.int/phe/health_topics/outdoorair/outdoorair_aqg/en/) -Deliberação CONSEMA 14/2008 – Institui grupo de trabalho para organizar seminário internacional - Seminário Internacional: Políticas Públicas e Padrões de Qualidade do Ar na Macrometrópole Paulista – CETESB/SMA - 2008 -Deliberação CONSEMA 22/2009 - Resolução SES/SMA 004/2009 – Institui o Grupo Interinstitucional NOVOS PADRÕES DE QUALIDADE DO AR - Resolução SS/SMA 001/2010 – Estabelece a composição do grupo. Deliberação CONSEMA 19/2011 - Aprova relatório com a proposta de novos padrões - Resolução SMA 34/2011 – Institui grupo GT para apresentar Minuta de Decreto 33 Composição do Grupode Trabalho. (coordenação dupla) - Secretaria de Estado da Saúde – SES - Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SMA - Conselho Estadual do Meio Ambiente – CONSEMA; - Federação das Indústrias do E.S.P – FIESP; - Secretaria de Desenvolvimento do E.S.P – SD; - Secretaria de Transportes Metropolitanos do E.S.P. – STM; - Ministério do Meio Ambiente – MMA; - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – FM-USP; - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo – FSP; - Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo – SVMA; - Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo – SMT; - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP; - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – ANFAVEA. DECRETO 59113 DE 23/04/2013 NOVOS PADRÕES DE QUALIDADE DO AR NO ESTADO DE SÃO PAULO 34 Decreto Estadual Nº 59.113/2013 • Novos padrões de qualidade do ar • Plano de Emergência para episódios críticos • Regras para gestão da qualidade do ar - Classificação das regiões - Planos de controle das fontes “...os padrões nacionais variarão de acordo com a abordagem adotada para balancear riscos à saúde, viabilidade técnica, considerações econômicas, e vários outros fatores políticos e sociais,…………….os governos devem considerar cuidadosamente suas circunstâncias locais antes de adotarem os valores-guia diretamente como padrões legais nacionais”. “… o processo de estabelecimento de padrões visa atingir as menores concentrações possíveis no contexto de limitações locais, capacidade técnica e prioridades em termos de saúde pública.” PREMISSAS - OMS 35 PADRÕES QUALIDADE DO AR NO ESTADO DE SÃO PAULO – DE Nº 59.113/2013 Valor MP10 24h µg/m ³ MP10 anual µg/m³ MP2,5 24h µg/m³ MP2,5 anual µg/m³ O3 8h µg/m³ NO2 Anual µg/m³ NO2 1h µg/m³ SO2 24h µg/m³ SO2 anual µg/m³ CO 8h ppm Conama 03/90 150 50 160 (1h) 100 320 365 80 9 MI - 1 120 40 60 20 140 60 260 60 40 9 MI - 2 100 35 50 17 130 50 240 40 30 9 MI - 3 75 30 37 15 120 45 220 30 20 9 Padrão Final/ OMS 50 20 25 10 100 40 200 20 - 9 PARÂMETROS AUXILIARES – DE N° 59.113/2013 (a serem utilizados em situações especiais a critério da Agência Ambiental) Valor FMC 24h µg/m³ FMC MAA µg/m³ PTS 24h µg/m³ PTS MGA µg/m³ Pb MAA µg/m³ MI -1 120 40 240 80 0,5 MI - 2 100 35 240 80 0,5 MI -3 75 30 240 80 0,5 Padrão Final 50 20 240 80 0,5 MAA – média aritmética anual MGA – média geométrica anual 36 Meta Intermediária Etapa 1 (MI 1) – Válida a partir da publicação do Decreto (24/04/2013) Meta Intermediária Etapa 2 (MI 2) – Prazo a ser definido pelo CONSEMA com base nas avaliações realizadas da Etapa 1 Meta Intermediária Etapa 3 (MI 3) – Prazo a ser definido pelo CONSEMA com base nas avaliações realizadas da Etapa 2 Prazos OUTROS ESTADOS DA FEDERAÇÃO COM NOVOS PADRÕES DA QUALIDADE DO AR O ESTADO DO RIO DE JANEIRO - DECRETO Nº 44.072 DE 18 DE FEVEREIRO DE 2013 - NO PRAZO DE 1 ANO A PARTIR DA PUBLICAÇÃO DO DECRETO SERÃO ESTABELECIDAS AS METAS INTERMEDIÁRIAS E PADRÕES FINAIS DE QUALIDADE DO AR O ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - DECRETO Nº 3463-R DE 16/12/2013 - ESTABELECEU NOVOS PADRÕES DA QUALIDADE DO AR COM METAS INTERMEDIÁRIAS 37 Critérios para episódios agudos de poluição do ar (Decreto Estadual nº 59113 de 23/04/2013) Parâmetros Atenção Alerta Emergência partículas inaláveis finas (µg/m3) - 24h 125 210 250 partículas inaláveis (µg/m3) - 24h 250 420 500 dióxido de enxofre (µg/m3) - 24h 800 1.600 2.100 dióxido de nitrogênio (µg/m3) - 1h 1.130 2.260 3.000 monóxido de carbono (ppm) - 8h 15 30 40 ozônio (µg/m3) – 8h 200 400 600 DECRETO ESTADUAL Nº 59.113/2013 PLANO DE EMERGÊNCIA PARA EPISÓDIOS CRÍTICOS Executado pela CETESB em articulação com Defesa Civil e Secretaria de Saúde Estado de Atenção – CETESB Estado de Alerta – Secretário do Meio Ambiente Estado de Emergência – Governador • Medidas CO/O3 • Medidas MP/SO2/NO2 38 APLICAÇÃO DO DE Nº 59.113/2013 NO ESTADO DE SÃO PAULO CLASSIFICAÇÃO DA SUB-REGIÃO O ARTIGO 5º, A SEGUIR, MOSTRA COMO DEVERÁ SER EFETUADA A CLASSIFICAÇÃO DE CADA SUB- REGIÃO 39 • “Art. 5º - A classificação da qualidade do ar de uma sub-região quanto a um poluente específico, nas seguintes categorias Maior que M1, M1, M2, M3 e MF, será determinada cotejando-se as concentrações com os Padrões de Qualidade do Ar (PQAR) estabelecidos no artigo 9º deste decreto.” ... • “Art. 5º § 3º Para a classificação da qualidade do ar serão considerados os seguintes poluentes: partículas inaláveis (MP10), partículas inaláveis finas (MP2,5), dióxido de enxofre (SO2), dióxido de nitrogênio (NO2) e ozônio (O3).” ... • “Art. 5º § 9º - As sub-regiões a que se refere o caput deste artigo serão classificadas a cada 3 (três) anos, por proposta da CETESB, aprovada pelo CONSEMA”. 40 Art. 5 § 1º - Critérios de Classificação I- Longo Prazo 1- Maior que M1: média aritmética das médias anuais dos últimos 3 (três) anos representativos maior que o MI1; 2- M1: média aritmética das médias anuais dos últimos 3 (três) anos representativos menor ou igual ao MI1 e maior que o MI2; ....... II – Curto Prazo 1- Maior que M1: média aritmética do quarto maior valor diário de cada um dos últimos 3 (três) anos maior que o MI1; 2- M1: média aritmética do quarto maior valor diário de cada um dos últimos 3 (três) anos menor ou igual ao MI1 e maior que o MI2; .... Classificação – Sub-região MP10, MP2,5, NO2, SO2 •não são consideradas estações de micro escala com significativa influência das emissões veiculares •A classificação é a mesma dentro de todo o município que possui a estação de monitoramento Limite do Município Estação de Monitoramento 41 Classificação – Sub-região OZÔNIO •Raio virtual (30 km) ao redor da estação de monitoramento • •Todo município que for cruzado por essa linha virtual tem a mesma classificação • •Municípios não pertencentes a RMSP tem classificação definida pela própria estação 30 km Estação de Monitoramento CLASSIFICAÇÃO DA QUALIDADE DO AR SUB-REGIÕES >M1 - MATERIAL PARTICULADO 42 CLASSIFICAÇÃO DA QUALIDADE DO AR SUB-REGIÕES >M1 - OZÔNIO PLANO DE CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS (ART. 6º) Composto de Plano de Controle de Poluição Veicular (PCPV) e Plano de Controle de Fontes Estacionárias (PREFE): – Aplicáveis às regiões críticas; – Metas individuais conforme o padrão vigente; – Ações integradas com outros programas de controle para melhor efetividade; – Baseado no inventário de fontes; – Apresentado no Consema e atualizado a cada 3 anos. 43 44 METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO DO AR MET. DIRCE MARIA PELLEGATTI FRANCO Cadernos daCadernos daCadernos daCadernos daCadernos da Gestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do Conhecimento 45 46 METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO DO AR Met. Dirce Maria Pellegatti Franco Setor de Meteorologia dmfranco@sp.gov.br Tel: (11) 3133-3555 METEOROLOGIA Ciência que estuda a atmosfera e os seus fenômenos associados. Entre os vários campos de estudo, podem ser mencionados a meteorologia física, sinótica e dinâmica; micrometeorologia, agrometeorologia, hidrometeorologia; meteorologia aplicada à aeronáutica, à marinha; meteorologia da poluição do ar e previsão numérica. 47 VARIÁVEIS METEOROLÓGICAS SUPERFÍCIE •Vento •Temperatura •Umidade Relativa •Precipitação •Radiação Solar •Pressão Atmosférica 48 Vento É uma grandeza vetorial, e como tal, tem direção e magnitude. Pode ser decomposto em 3 componentes (X, Y, Z), sendo que a resultante das componentes X e Y determina o vento horizontal e a componente Z determina o vento vertical (movimento ascendente/descendente). Rosa dos Ventos Em Meteorologia, as direções dos ventos têm o seu valor em graus e seu sentido é de onde ele é proveniente (de onde sopra) em relação ao Norte (geográfico). Sua representação, de maneira geral, é efetuada em relação aos pontos cardeais,colaterais e subcolaterais. Vento • Os ventos são responsáveis pelo transporte e diluição dos poluentes emitidos. • Como as velocidades dos ventos aumentam com a altura, eles afetam de maneira mais direta a massa de poluentes emitidos pelas chaminés mais altas, principalmente no momento inicial da mistura dos gases de saída com a camada atmosférica. • Em condições de grande estabilidade da atmosfera, o transporte das plumas em altura pode ocorrer por longas distâncias e levar a situações de altas concentrações de poluentes, em nível do solo, em locais distantes de fontes de poluição. 49 Temperatura A variação diária da temperatura do ar está diretamente relacionada com a chegada de energia solar e o aquecimento do solo. O perfil vertical decresce, em média, com a altitude cerca de 10ºC/km. Umidade Relativa A umidade relativa do ar é uma variável importante nas concentrações dos poluentes. • Períodos longos de baixa umidade, associados ao vento ou a alguma forçante mecânica, podem resultar em ressuspensão de poeira e no aumento das concentrações de material particulado na atmosfera. • Por outro lado, em dias de estabilidade atmosférica, valores altos de umidade durante o período da manhã podem provocar a formação de névoa úmida e nevoeiro, fenômenos esses que podem agir como um bloqueio da radiação solar incidente e, em função disso, aumentar o tempo de duração das inversões térmicas. 50 Precipitação A precipitação pode ocorrer nas formas de chuvas ou neve. Com relação à poluição, nos interessam, em especial, os processos atmosféricos que se desenvolvem com ocorrência de chuvas, uma vez que seu principal efeito sobre os poluentes é sua remoção através da deposição úmida. Radiação Solar Os processos de absorção e perda de energia proveniente do sol pelo sistema terra-atmosfera são os principais responsáveis pelo tempo meteorológico, em todas as suas escalas espaciais e temporais. Todas as variáveis meteorológicas como vento, temperatura, pressão, etc., dependem da radiação solar. Em termos de poluição, a radiação solar tem um papel essencial nas reações químicas da atmosfera e que podem dar origem a poluentes secundários, como o ozônio. 51 Pressão Atmosférica É pressão (força por unidade de área) exercida pela atmosfera sobre qualquer superfície, em virtude de seu peso. A pressão atmosférica varia temporalmente e espacialmente e essa variação é causada pela altitude e, principalmente, pela temperatura. A análise diária dessa variável permite definir os sistemas de alta e de baixa pressão, que são fundamentais para o entendimento do tempo meteorológico . ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS MANUAL AUTOMÁTICA 52 Critérios Ideais para Medição de Parâmetros Meteorológicos em Superfície Fonte: “Meteorological Monitoring Guidance fo Regulatory Modeling Applications” da USEPA (EPA-454/R-99-005) - http://www.epa.gov/scram001/guidance/met/mmgrma.pdf Variáveis meteorológicas Distância do obstáculo Altura em relação ao solo Recomendação para a cobertura do solo Observações Vento Direção/Velocidade 10x a altura do obstáculo 10 metros grama ou cascalho posicionamento padrão, em campo aberto, é de 10 m acima do solo Temperatura 1,5x distante do mastro (torre) 1,25 a 2 metros terra natural, grama curta, sem irrigação a superfície não pode ser de concreto ou asfáltica. Reflexão deste tipo de superfície afetam as medições. Radiação solar 2 metros 2 a 10 metros sem requisitos Sensor deve estar livre de obstáculos e de sombreamentos . Pressão atmosférica 1 metro 1 a 10 metros sem requisitos o local deve ser uniforme, com temperatura constante, protegido do sol e de aquecimento. Precipitação 2x a 4x a altura do obstáculo 30 cm, mínimo vegetação natural ou cascalho superfície de concreto ou asfáltica pode permitir o respingo de água para o pluviômetro. AR SUPERIOR Perfiladores Verticais de Temperatura e Vento - Radiossonda - SODAR - (SOnic Detection And Ranging) 53 ESTAÇÃO DE LANÇAMENTO DE RADIOSSONDA RADIOSSONDA 54 DADOS GERADOS PELA RADIOSSONDAGEM UQBZ03 SBBR 030000 TTAA 53001 83779 99932 23647 00000 00092 ///// ///// 92784 24444 15502 85526 22657 28007 70182 10257 29014 50588 06970 25511 40759 17757 24043 30967 32134 24037 25093 43133 24057 20239 56950 24570 15417 64960 24056 10659 72163 23522 88133 69958 26563 77204 24572 41420= TTBB 53008 83779 00932 23647 11925 24444 22907 23034 33901 24456 44880 24858 55616 01432 66575 02542 77536 04563 88524 03775 99453 13362 11423 15381 22412 16360 33405 16958 44369 23134 55343 25925 66318 28928 77246 44131 88199 57350 99169 64356 11160 62558 22151 64760 33133 69958 44120 68361 55101 71963 21212 00932 00000 11835 31510 22813 28513 33791 31020 44771 29020 55751 30026 66700 29014 77680 27017 88671 28014 99593 26520 11584 26019 22562 30018 33533 31516 44508 26006 55460 23523 66423 25044 77398 24043 88353 25053 99330 23039 11312 24037 22204 24572 33163 23067 44153 24053 55135 26558 66130 26065 77112 23552 88101 22523 31313 48008 82330 41414 00900= EXEMPLO DE RADIOSSONDAGEM 55 SODAR (Radar Acústico) Perfilador de Vento e de Temperatura PERFIL DO VENTO HORIZONTAL OBTIDO PELO SODAR 56 PERFIL DE INVERSÃO TÉRMICA OBTIDO PELO SODAR 57 ROSAS DE VENTO E DE POLUIÇÃO Aplicação prática do monitoramento meteorológico e de poluição Rosa de Ventos – Santos–Ponta da Praia – 2012/13 (24h) 58 ROSAS DE VENTO POR PERÍODO: 01-06h 07-12h 13-18h 19-24h 59 Rosas de Poluição - Santos–Ponta da Praia – 2012/13 (24h) MP10 ≥ 100 µg/m3 Rosas de Poluição - Santos–Ponta da Praia – 2012/13 (24h) 60 DIFERENÇA ENTRE TEMPO METEOROLÓGICO E CLIMA • Tempo Meteorológico: conjunto de condições atmosféricas e fenômenos meteorológicos que afetam a biosfera e a superfície terrestre em um local e momento (horas, dia, dias). Temperatura, chuva, vento, umidade relativa, nevoeiro, nebulosidade, etc., formam o conjunto de parâmetros do tempo. • Clima: constitui o estado médio e o comportamento estatístico da variabilidade dos parâmetros de tempo (temperatura, chuva, vento, etc.) de uma localidade, em um período suficientemente longo (anos). EXEMPLOS DE TEMPO METEOROLÓGICO 61 Carta de Superfície – diagnóstico Fonte:DHN Exemplo de tempo meteorológico - diagnóstico 62 Exemplo de tempo meteorológico - diagnóstico Exemplo de tempo meteorológico - diagnóstico 63 Imagem de satélite – 08/10/18 - 12Z Fonte: Cptec/INPE Exemplo de tempo meteorológico - diagnóstico Exemplo de tempo meteorológico – prognóstico 64 Exemplo de tempo meteorológico – prognóstico Exemplo de tempo meteorológico – prognóstico 65 Exemplo de tempo meteorológico – prognóstico EXEMPLOS CLIMATOLÓGICOS 66 Pressão e vento médios de superfície Janeiro Pressão e vento médios de superfície Julho 67 DISTRIBUIÇÃO DAS TEMPERATURAS DEZEMBRO DISTRIBUIÇÃO DAS TEMPERATURAS JULHO 68 TEMPO, CLIMA E POLUIÇÃO DO AR Poluente: considera-se poluente qualquer substância presente no ar e que por sua concentração possa tornar esse ar nocivo à saúde, inconveniente ao bem estar público, danoso aos materiais, à flora e à fauna ou prejudicial às atividades normais da comunidade. Um dia poluído: está relacionado com a alta concentração de um poluente (ou mais) e as condições do tempo meteorológico. Uma estação do ano com altas concentrações de poluentes: está relacionada com as condições climatológicas de uma determinada região. EXEMPLO DE UM DIA POLUÍDO 69 70 71 EXEMPLOS DE CLIMA E POLUIÇÃO DO AR Número de dias inversões térmicas abaixo de 200 metros de altura na RMSP (2001-2015) Base: Qualar – Frequência de inversões térmicas Fonte: FAB – Aeroporto de Marte – radiossondagens das 9h (12 UTC) 0 20 40 60 80 100 120 140 160 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez nº d e di as d e in ve rs õe s té rm ic as 72 Concentrações médias mensais de monóxido de carbono na Região Metropolitana de São Paulo - RMSP (2005-2014) Base: todas as estações fixas da RMSP Númerode ultrapassagens do PQAr de 8 horas (140µg/m3) de ozônio na Região Metropolitana de São Paulo – RMSP (2005-2014) Base: todas as estações fixas da RMSP 73 ESCALA ESPACIAL E TEMPORAL DOS FENÔMENOS METEOROLÓGICOS •Microescala: ocorrem na escala de poucos quilômetros e podem ter a duração de segundos a poucas horas; •Mesoescala: ocorrem na escala de algumas centenas de quilômetros e têm duração de horas; •Grande escala (escala sinótica): ocorrem na escala de centenas a milhares de quilômetros e podem durar por vários dias; •Escala planetária: ocorrem na escala de milhares de quilômetros e podem durar de semanas a meses. ESTRUTURA VERTICAL DA ATMOSFERA 74 TROPOSFERA •Os fenômenos meteorológicos que afetam a superfície ocorrem, basicamente, na troposfera, camada da atmosfera que se estende da superfície até cerca de 11 km de altitude. •A temperatura na troposfera decresce, em média, com a altitude, a uma taxa de 10°C/km, no processo adiabático seco e cerca de 6,5°C/km, no processo adiabático úmido. Essa variação de temperatura é denominada gradiente adiabático (seco/úmido). A troposfera e suas camadas (Fonte: SENAI/DN-2002) 75 CAMADA LIMITE PLANETÁRIA - CLP Com relação à poluição atmosférica, principalmente a poluição antropogênica, nos interessa conhecer os fenômenos que ocorrem nos níveis mais baixos da troposfera, justamente onde respiramos e onde são emitidos os poluentes. A camada mais próxima da superfície e mais importante, no que se refere às concentrações de poluentes, é chamada de Camada Limite Planetária (CLP). Ela varia entre 1 a 2 km acima da superfície terrestre, onde movimentos turbulentos, que ocorrem numa escala de tempo pequena (horas), determinam o escoamento. A figura a seguir ilustra a CLP Evolução Diária da CLP 76 PERFIL VERTICAL DE TEMPERATURA E A ESTABILIDADE NA CLP •Exerce efeito importante no movimento vertical (vento vertical); •Determina as condições de estabilidade na CLP; •Quanto mais instável a atmosfera, maior dispersão. Perfis verticais da temperatura na atmosfera: 1- perfil adiabático (neutra) 2- perfil superadiabático (instável) 3- perfil sub-adiabático (estável) 4- perfil de inversão térmica (extremamente estável) (FONTE: SENAI/DN-2002) 77 Neutra (relacionada ao perfil adiabático): a parcela de ar está sempre em equilíbrio com a atmosfera ao seu redor (não há forças termais atuando). Instável (relacionada com o perfil superadiabático): a parcela de ar está mais quente que a atmosfera ao seu entorno e continuará ascendendo. Estável (relacionada com o perfil sub-adiabático): a parcela de ar está mais fria que a atmosfera ao seu entorno e tenderá a descer. Extremamente estável (relacionada ao perfil de inversão térmica): há a formação de inversão térmica. A figura a seguir ilustra situações clássicas do comportamento da pluma em função da variação vertical da temperatura de uma camada da atmosfera (linha contínua), em relação à variação vertical da temperatura na condição adiabática seca (linha pontilhada) . 78 (tubular) (serpenteante) (antifumegante) (fumigação) (cone) 79 Para fins de estudos de dispersão através de modelos gaussianos são utilizadas as classes de estabilidade de Pasquill/Gifford DETERMINAÇÃO PRÁTICA DAS CLASSES DE ESTABILIDADE ATMOSFÉRICA DE PASQUILL/GIFFORD 3 – 5 B B – C C D E 5 – 6 C C – D D D D > 6 C D D D D 3 – 5 B B – C C D E 5 – 6 C C – D D D D > 6 C D D D D A = extremamente instável D = neutra B = moderadamente instável E = levemente estável C = levemente instável F = moderadamente estável Essas classes podem ser calculadas conforme se verifica a seguir: 80 Radiação Solar (W/m2) Fração de Coberturade Nuvens à Noite Velocidade do Vento a 10m do Solo (m/s) >700 350 a 700 < 350 >= 4/8 <= 3/8 < 2 A A – B B - - 2 – 3 A – B B C E F 3 – 5 B B – C C D E 5 – 6 C C – D D D D > 6 C D D D D CÁLCULO DAS CLASSES DE ESTABILIDADE DE PASQUILL Classe de Estabilidade Inicial Desvio Padrão da Direção do Vento (σθ) A 22,5 ≤ σθ B 17,5 ≤ σθ < 22,5 C 12,5 ≤ σθ < 17,5 D 7,5 ≤ σθ <12,5 E 3,8 ≤ σθ < 7,5 F σθ < 3,8 Critério da turbulência lateral para estimativa inicial das classes de estabilidade de Pasquill- Gifford (P-G) – Método σA 81 Classe de Estabilidade Inicial Velocidade do Vento a 10m do Solo (m/s) Classe de Estabilidade Final A u < 3 A A 3 ≤ u < 4 B A 4 ≤ u < 6 C A 6 ≤ u D B u < 4 B B 4 ≤ u < 6 C B 6 ≤ u D C u < 6 C C 6 ≤ u D D, E ou F Qualquer D Período Diurno Ajustes com a velocidade do vento para determinação final da estimativa de P-G Classe de Estabilidade Inicial Velocidade do Vento a 10m do Solo (m/s) Classe de Estabilidade Final A u < 2,9 F A 2,9 ≤ u < 3,6 E A 3,6 ≤ u D B u < 2,4 F B 2,4 ≤ u < 3,0 E B 3,0 ≤ u D C u < 2,4 E C 2,4 ≤ u D D Qualquer D E u < 5 E E 5 ≤ u D F u < 3,0 F F 3,0 ≤ u < 5,0 E F 5,0 ≤ u D Período Noturno 82 O cálculo das classes de estabilidade Pasquill-Gifford é o método Sigma A da USEPA constante do "Meteorological Monitoring Guidance for Regulatory Modeling Applications” -EPA-454/R-99-005 http:www.epa.gov/scram001/guidance/met/mmgrma.pdf http://www.epa.gov/scram001/guidance/met/mmgrma.pdf INVERSÃO TÉRMICA Há diversos processos de formação de uma inversão térmica; os mais comuns são: • por radiação: quando a superfície se resfria à noite, por perda de calor, resfriando também o ar imediatamente superior que está em contato; • por subsidência: quando o ar descendente aquece uma camada, por fricção e/ou compressão, em qualquer altitude. 83 INVERSÃO TÉRMICA O VENTO E A CIRCULAÇÃO DO AR A circulação do ar em escala planetária é resultado de um balanço de diferentes forças que atuam na atmosfera, tais como: gradiente horizontal de pressão, Coriolis, atrito. Além disso, a circulação geral sofre outras influências, tais como a distribuição dos oceanos e continentes e suas diferentes capacidades de absorção de calor. 84 Circulação termal na atmosfera. O gradiente horizontal de pressão causa fluxo de sul para norte na superfície. Nos níveis altos o fluxo é invertido. Figura para o Hemisfério Sul (Adaptado de Seinfeld, 1986). A troposfera, como visto anteriormente, pode ser dividida em 2 camadas: • CLP onde a circulação do ar sofre, além da interferência do fluxo predominante do ar acima da camada, influência direta da superfície (atrito, aquecimento), gerando movimentos turbulentos que interferem no transporte dos poluentes; • Atmosfera livre onde o movimento do ar encontra-se em um balanço entre as forças do gradiente horizontal de pressão e a força de Coriolis (balanço geostrófico), provocando um escoamento laminar, adequado para descrever a circulação do ar em escala planetária. COMPORTAMENTO DO VENTO NA TROPOSFERA 85 Perfil do vento na Camada Limite Planetária instável Fonte:SENAI/DN-2002 FENÔMENOS DE MESOESCALA Embora o balanço das forças que atuam na atmosfera, visto anteriormente, seja uma boa aproximação do movimento do ar na escala planetária, existem importantes mecanismos, em escala espaciais menores, que também influenciam no vento predominante e na dispersão dos poluentes. Os fenômenos de brisa terra-mar, ilha de calor e ventos de vale-montanha são os chamados fenômenos de mesoescala, ou de escala regional. 86 BRISAS MARÍTIMA E TERRESTRE •Ocorrem devido às diferentes capacidades da superfície da terra e do mar em absorver e armazenar calor. •Marítima: ocorre durante o dia •Terrestre: ocorre durante à noite Circulação do ar durante a brisa marítima, no período diurno. As linhas pontilhadas representam pontos de mesma temperatura (isotermas) e os números suas respectivas temperaturas. (Fonte: SENAI/DN-2002) 87 VENTOS DE VALE E MONTANHA • Os ventos de vale e montanha ocorrem por mecanismo semelhante ao das brisas, ou seja, pela existência de um gradiente de temperatura. •Vento de vale: ocorre durante o dia •Vento de montanha: ocorre à noite Vento diurno que sobe a montanha (vento de vale) devido ao maior aquecimento do ar próximo ao solo(esquerda), e noturno descendo a montanha (vento de montanha) devido ao maior resfriamento do ar próximo ao solo (direita). ar quentear quente ar frio ar frio 88 O pólo industrial de Cubatão, no litoral paulista, é um exemplo de região que é influenciada tanto pelo efeito de brisa como pelos ventos vale- montanha, por estar junto à Serra do Mar. 89 “ILHA DE CALOR” O fenômeno de “ilha de calor” se caracteriza pela ocorrência de temperaturas mais elevadas nas regiões centrais das áreas urbanas em relação ao seu entorno. O aumento da temperatura nessas áreas deve-se às atividades antrópicas (p.ex. queima de combustíveis), bem como pela capacidade dos materiais de reterem calor (cimento, asfalto). Estudos realizados na RMSP, por exemplo, mostraram diferenças de temperaturas entre a região central e seu entorno de até 10°C. Circulação do ar devido ao efeito “ilha de calor” (Fonte:SENAI/DN-2002) 90 FENÔMENOS LOCAIS • Plumas • Efeitos de Construções Esquema mostrando a ascensão de uma pluma vertical e uma desviada pela ação do vento. (Fonte:SENAI/DN-2002) 91 Esquema simplificado mostrando a influência de uma edificação no fluxo do vento (Fonte: SENAI/DN -2002) Efeito “canyon” formado pela via de tráfego e pelos edifícios (Fonte: SENAI/DN -2002) 92 FONTES DE DADOS METEOROLÓGICOS NO BRASIL •Instituto Nacional de Meteorologia – INMET: www.inmet.gov.br, possui a mais antiga rede de estações meteorológicas, porém, os dados não estão digitalizados. Desde o final de 2006 disponibiliza dados em tempo real de sua rede automática; •Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos – CPETEC/INPE: www.cptec.inpe.br, possui uma rede automática de plataforma de coleta de dados-PCD; •FORÇA AÉREA BRASILEIRA: em sua página www.redemet.aer.mil.br os dados de METAR são acessíveis; •INFRAERO: possui uma rede de estações automáticas nos aeroportos. Acesso às informações: www.infraero.gov.br. 93 NO ESTADO DE SÃO PAULO •Instituto Agronômico de Campinas-IAC: possui uma rede de estações convencionais e automáticas em todo o estado porém, os dados não são de fácil acesso. www.iac.sp.gov.br; •Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo- DAESP: possui estações automáticas em alguns aeroportos. Acesso: www.daesp.sp.gov.br; •CETESB: disponibiliza séries de dados das suas Estações de Monitoramento da Qualidade do Ar - https://cetesb.sp.gov.br/ar/qualar/. REFERÊNCIAS Alvarez Jr., Olimpio de Melo et alli - Emissões Atmosféricas - Brasília- SENAI/DN, 2002. 373p Ahrens, Donald C. - Meteorology Today - New York - West Publishing Company. 513p Vianello, Rubens L. et all. Meteorologia básica e aplicações. Viçosa, UFV, 2012, 2ª edição. 460p Shodor Education Foundation –Air Qualitity Meteorology: A Developemental Course of US EPA in conjunction with the US NOAA www.shodor.org/metweb 94 Obrigada!!! dmfranco@sp.gov.br 95 96 REDE AUTOMÁTICA TÉC.ELETR. DANIEL SILVEIRA LOPES Cadernos daCadernos daCadernos daCadernos daCadernos da Gestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do Conhecimento 97 98 Daniel Silveira Lopes Setor de Telemetria – CETESB dslopes@sp.gov.br REDE AUTOMÁTICA Estrutura • Introdução • Estação – Estrutura – Operação básica – Manutenção • Equipamentos – Certificação, métodos, características – Operação básica e calibração – Manutenção básica 99 • Rede (central) – Operação – Controle de dados • Controle de qualidade – Procedimentos – Referências Introdução • Diferenças entre manual / automático; características do monitoramento automático • Parâmetros da rede automática: Rede Automática partículas inaláveis finas - MP2,5 radiação Beta partículas inaláveis- MP10 radiação Beta dióxido de enxofre fluorescência de pulso (ultravioleta) óxidos de nitrogênio quimiluminescência monóxido de carbono infravermelho não dispersivo (GFC) ozônio ultravioleta Parâmetros Meteorológicos direção e velocidade de vento óptico-mecânico / ultra-sônico temperatura termistor resistivo de platina (PT100) umidade elemento capacitivo radiação global fotovoltáico pressão transdutor de pressão radiação UVA fotovoltáico 100 • Operação de rede: pessoal, estrutura – Pessoal: funções • Operação: campo, manutenção, (sistema) – Manutenção: interna ou externa; – Manutenção (interna): mesmo operador ou função específica? – Sistema: desenvolvimento / operação Pelo operador Função dedicada Conhecimento do histórico Aprofundamento em cada área Maior entendimento Libera tempo de operador Exige mais tempo Perda de informação detalhada • Operação de rede: pessoal, estrutura – Pessoal: funções • Controle de qualidade - independente do operador • Central: - controle de dados - análise de dados (mais ampla) • Apoio: adm geral, compras… – Adm envolve contratos, viagens, documentação, formulários… – Compras: interface parte técnica 101 • Equipamentos: referência e equivalência; conceito e importância – Referência no fundo é uma definição (com critérios); equivalência é baseada em comparabilidade • Procedimentos: enfoque de laboratório – Certificação de equipamentos, sensores, padrões • Documentação (logbooks de equipamentos, registro de atividades da rede) Estação 102 Estrutura • Cabine estruturada: – Isolamento térmico (+ ar condicionado) – Estrutura pneumática (amostragem, calibração, exhaust) – Estrutura elétrica – Cabeamento (sinais, comunicação, alarmes…) 103 Pneumático Pneumático 104 Amostragem Amostragem • Manifold horizontal / vertical 105 Amostra / calibração Amostra / Calibração • Bloco de válvulas 106 Amostra / calibração • Válvulas independentes Amostra / calibração • Válvulas independentes (detalhe) 107 • Bloco de válvulas: – Compacto – Custo elevado! – Válvulas “difíceis” • Válvulas independentes: – Válvulas + simples (cuidado com sujeira) – Risco de vazamentos (>>conexões) Circuitos diferentes para amostragem e calibração!!! Amostragem • “Octopus” 108 • Octopus: – Mesmo circuito para amostragem e calibração – Cuidado com fluxos! – Calibração invalida todos os gases (vários ajustes p/ otimização) – Não precisa ventoinha (possível, mas para que?) • Otimização: • Calibração Combinada • Cronograma 0 15 30 45 01:00 02:00 03:00 04:00 05:00 109 Operação • Acompanhamento: – Acompanhamento de dados – Acompanhamento de equipamentos (status) • Calibração (Z/S check) – Periodicidade • Mínimo quinzenal; recomendado muito menor (diário) – Automatização – Procedimento (geral) • Preferência via calibrador; não alterar fatores do equipamento; utilizar flags para averiguação; acompanhar variações Operação • Procedimentos de rotina: – Troca / limpeza de filtros – Check de ar condicionado – Check de cilindros – Check de sistema de amostragem – Observação do entorno 110 Manutenção • MC: definição de responsabilidades – Transporte / acesso à estação – Prazo de atendimento – Estoque / compra de peças • MP: – Sistema de amostragem – Válvulas – Linhas – Exhaust Sensores Meteorológicos • Parâmetros, tipos de sensores • Vento: sônico vs mecânico • Temp/UR: ventilação forçada vs natural • RAD/UV: normalizada vs foto-elemento direção e velocidade de vento óptico-mecânico / ultra-sônico temperatura termistor resistivo de platina (PT100) umidade elemento capacitivo radiação global fotovoltáico pressão transdutor de pressão radiação UVA fotovoltáico 111 Sensores Meteorológicos • Acompanhamento – Limpeza – Verificação • Manutenção – Vento (mecânico) Estação móvel – sensores meteorológicos 112 Sensores meteorológicos Equipamentos 113 CO CO • Características do poluente É um gás incolor e inodoro que resulta da queima incompleta de combustíveis de origem orgânica (combustíveis fósseis, biomassa, etc). Em geral é encontrado em maiores concentrações nas cidades, emitido principalmente por veículos automotores. Altas concentrações de CO são encontradas em áreas de intensa circulação de veículos. 114 CO • Método: NDIR absorption • Característicasdo equipamento: – Operação simples – Tendência de aumento do zero CO • Manutenção Preventiva – Espelhos, chamber – Bomba – Fonte IR (~ 2 a 3 anos) 115 SO2 SO2 • Características do poluente Resulta principalmente da queima de combustíveis que contém enxofre, como óleo diesel, óleo combustível industrial e gasolina. É um dos principais formadores da chuva ácida. O dióxido de enxofre pode reagir com outras substâncias presentes no ar formando partículas de sulfato que são responsáveis pela redução da visibilidade na atmosfera. 116 SO2 • Método: fluorescência • Características do equipamento: – Fluxo baixo – Filtros para lâmpada e detector – HC kicker – Instabilidade em valores instantâneos SO2 • Manutenção Preventiva: – Bomba – Check vazamento – Lâmpada UV (~ 3 anos) – PMT – Filtros ópticos 117 O3 O3 118 O3 • Características do poluente “Oxidantes fotoquímicos” é a denominação que se dá à mistura de poluentes secundários formados pelas reações entre os óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, na presença de luz solar, sendo estes últimos liberados na queima incompleta e evaporação de combustíveis e solventes. O principal produto desta reação é o ozônio, por isso mesmo utilizado como parâmetro indicador da presença de oxidantes fotoquímicos na atmosfera. Tais poluentes formam a chamada névoa fotoquímica ou “smog fotoquímico”, que possui este nome porque causa na atmosfera diminuição da visibilidade.Além de prejuízos à saúde, o ozônio pode causar danos à vegetação. O3 • Metodo: absorção UV • Características do equipamento: – proporção S/R • Cuidado com válvula S/R!! – Operação razoavelmente fácil – 1 célula X 2 células 119 O3 • Manutenção Preventiva: – Bomba – Limpeza de célula(s) – Leak check (especialmente válvula) – Lâmpada UV (~ 3 anos) O3 (método 2) • Quimiluminescência – Altamente discutível (considerar dificuldades com NOx) – Vantagens??? 120 NOx NOx • Características do poluente São formados durante processos de combustão. Em grandes cidades, os veículos geralmente são os principais responsáveis pela emissão dos óxidos de nitrogênio. O NO, sob a ação de luz solar se transforma em NO2 e tem papel importante na formação de oxidantes fotoquímicos como o ozônio. Dependendo das concentrações, o NO2 causa prejuízos à saúde. 121 NOx • Método: quimiluminescência • Características do equipamento: – Operação difícil – Leituras sequenciais NOx/NO; circuitos diferentes – Geração de O3, cuidado com exhaust – Diversas temperaturas NOx • Manutenção Preventiva – Bomba, reaction chamber, lentes/filtros – Válvulas, leak test (cuidado circuitos diferentes) – PMT – Ozonador – Conversor 122 NO2 (método 2) • CAPS (Cavity Attenuated Phase Shift) – NO2 direto – Resposta mais rápida, porém sem NO – Operação mais simples; sem histórico quanto a manutenção / resiliência NO2 - CAPS 123 MP • Características do poluente Sob a denominação geral de Material Particulado se encontra um conjunto de poluentes constituídos de poeiras, fumaças e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso na atmosfera por causa de seu pequeno tamanho. As principais fontes de emissão de particulado para a atmosfera são: veículos automotores, processos industriais, queima de biomassa, ressuspensão de poeira do solo, entre outros. O material particulado pode também se formar na atmosfera a partir de gases como dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx) e compostos orgânicos voláteis (COVs), que são emitidos principalmente em atividades de combustão, transformando-se em partículas como resultado de reações químicas no ar. MP • Métodos diferentes (β, TEOM, ótico) – Equivalência classe III • Amostragem / separação da fração 124 Amostragem / separação da fração Amostragem / separação da fração 125 MP • TEOM (Tapered element oscillating microbalance) – “pesagem” eletrônica – Sensível às condições de campo (temperatura, vibrações…) – Acompanhamento mínimo é definido pela vida útil dos filtros MP • Ótico (light scattering) – Dispersão de luz – Separação das frações na análise – Algoritmo para cálculo de massa – Operação / manutenção mais simples – Adaptação “exigida” para atender normas (especialmente amostragem) 126 MP • Absorção de radiação Beta – Redução na intensidade de radiação proporcional à massa acumulada • Operação: – Diferença quanto a fontes, método de análise (contínuo, semi-contínuo) MP • Operação – Método é relevante para periodicidade de divulgação (horário / diário) • Opção de ‘SHARP’ • Método relevante tb p/ vida útil da fita / filtro 127 MP • Manutenção – Limpeza do sistema de amostragem – Bomba / teste de fluxo – Teste / calibração do detector – Teste de sensores meteorológicos vinculados Central de rede 128 Central de rede • Operação – Aquisição de dados / diagnóstico de comunicação – Diagnóstico de equipamentos • Calibração, status… – Diagnóstico da rede • Concentrações na rede, maiores valores, outliers Central da rede • Controle de dados – Diagnósticos anteriores – Análise intra-estação • Características de poluentes • Avaliação temporal – Análise entre estações • Avaliação espacial • Tipo de estação – Aspectos da meteorologia 129 • Exemplo de tendência diária – O3 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 er31 er27 er44 • Exemplo de tendencia diaria – NO2 0 5 10 15 20 25 30 35 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 er44 er27 er31 130 • Exemplo de tendência diária – TUM 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 5 10 15 20 25 30 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 TEMP HUM • Exemplo de evento – TUM 0 20 40 60 80 100 120 17 17,5 18 18,5 19 19,5 20 20,5 21 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 TEMP HUM 131 Central da rede • Registro / histórico – Registro de dados • Validação, flags, identificação • Cadeia de validação – Cálculos / divulgação • Médias móveis Divulgação automática - site 132 • Divulgação (boletim diário) • Análise – histórico 133 Controle de qualidade • Teoria – Qualidade Laboratorial – Equipamentos e materiais de referência • Rastreabilidade • Certificação • Documentação SRP 134 Controle de qualidade • Procedimentos – Calibração automática • Características • Requisitos – Testes / rotina • Tipos • Periodicidade • Registros Controle de qualidade • Precision Check – Periodicidade: mensal – Um ponto, de concentração baixa / média - em um valor comum no ambiente do local – Apenas registrar resultado, sem alteração. Acompanhar série histórica e desvios. • GPT (simples) – Periodicidade: mensal – Um ponto, concentração baixa de NO e NO2 (não zero) – Apenas registrar resultado, sem alteração. Acompanhar série histórica e desvios. 135 Controle de qualidade • Teste de válvulas (sample/calibração) – Periodicidade: trimestral – Injetar mesma concentração como calibração (1) / na entrada de amostra (2) / direto no equipamento (3) 1 2 3 Controle de qualidade • Multiponto: (e GPT) – Frequência (3 meses NCORE; 6 meses aqui) + eventos (ex. manutenção corretiva) – Nas condições de amostragem – disponibilizar ao equipamento como amostra, não alterar calibração – Pontos usados (mínimo 4): • Zero, 80%, 50%, 20%, zero – mas diferente do span de rotina • Cuidado com estabilização em cada ponto!! 136 Controle de qualidade • Audit: – Frequência: anual – Funcionário específico, dedicado a essa atividade, diferente dos operadores da estação – Sistema completamente independente (gases, ar zero, calibrador,…); atenção para tempo de estabilização – Máximo possível do sistema de amostragem – Valores diferentes do span check, mínimo 4 pontos, valor depende do local; foco em valores baixos Sistema de Rastreabilidade 137 Controle de qualidade Validação da rede: – “tech system audit” – revisão geral da rede: localização de estações, tecnologias,procedimentos, etc – frequência sugerida: 3 anos(EPA) Multiponto 138 GPT Carta - controle 0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 08 /0 1/ 20 13 14 /0 1/ 20 13 20 /0 1/ 20 13 26 /0 1/ 20 13 01 /0 2/ 20 13 07 /0 2/ 20 13 13 /0 2/ 20 13 19 /0 2/ 20 13 25 /0 2/ 20 13 03 /0 3/ 20 13 09 /0 3/ 20 13 15 /0 3/ 20 13 21 /0 3/ 20 13 27 /0 3/ 20 13 02 /0 4/ 20 13 08 /0 4/ 20 13 14 /0 4/ 20 13 20 /0 4/ 20 13 26 /0 4/ 20 13 02 /0 5/ 20 13 08 /0 5/ 20 13 14 /0 5/ 20 13 20 /0 5/ 20 13 26 /0 5/ 20 13 01 /0 6/ 20 13 07 /0 6/ 20 13 13 /0 6/ 20 13 19 /0 6/ 20 13 25 /0 6/ 20 13 01 /0 7/ 20 13 07 /0 7/ 20 13 13 /0 7/ 20 13 19 /0 7/ 20 13 25 /0 7/ 20 13 31 /0 7/ 20 13 06 /0 8/ 20 13 12 /0 8/ 20 13 18 /0 8/ 20 13 24 /0 8/ 20 13 30 /0 8/ 20 13 05 /0 9/ 20 13 11 /0 9/ 20 13 17 /0 9/ 20 13 23 /0 9/ 20 13 29 /0 9/ 20 13 05 /1 0/ 20 13 11 /1 0/ 20 13 17 /1 0/ 20 13 23 /1 0/ 20 13 29 /1 0/ 20 13 04 /1 1/ 20 13 10 /1 1/ 20 13 16 /1 1/ 20 13 22 /1 1/ 20 13 28 /1 1/ 20 13 04 /1 2/ 20 13 10 /1 2/ 20 13 16 /1 2/ 20 13 PT S/ PI Período PTS / PI x Período - OSASCO PTS/PI Média (2,44) Alerta Controle 139 140 REDE MANUAL ANALISADORES MANUAIS FUNDAMENTOS E PRINCÍPIO ANALÍTICO QUÍM. DANIELE PATRÍCIA R. DE CARVALHO Cadernos daCadernos daCadernos daCadernos daCadernos da Gestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do Conhecimento 141 142 Rede Manual Analisadores Manuais Fundamentos e Princípio Analítico Quím. Daniele Patrícia Ribeiro de Carvalho Setor de Amostragem e Análise do Ar dpcarvalho@sp.gov.br Tel.: (11) 3133 3668 REDE MANUAL A CETESB monitora a qualidade do ar no estado de São Paulo através das redes manuais e automáticas, diferenciadas em função das áreas que abrangem, dos equipamentos que utilizam e dos parâmetros que determinam. Na Rede Manual são realizadas coletas cujas amostras são transportadas das estações ao laboratório, para serem analisadas. 143 Avaliação da concentração de poluentes Levantamento de tendências a longo prazo Informações a médio prazo Orientação de estudos sobre a qualidade do ar Avaliação de poluentes regulamentados (MP10, MP2,5, PTS, SO2, NH3, Pb na PTS) e não regulamentados (fluoretos/ metais/ ânions/ compostos orgânicos) Monitoramento da qualidade do ar em tempo real Possibilita ações emergenciais Divulgação horária dos dados em tempo real REDE MANUAL REDE AUTOMÁTICA AMOSTRAGEM Ar Meio de Coleta Dispositivo de Medida Gases Vapores MP Medidores de Volume Vazão Velocidade 144 AMOSTRAGEM Amostragem - a amostragem de poluentes atmosféricos requer um sistema que retenha o poluente e um dispositivo capaz de medir o volume de ar no qual aquele poluente estava contido. Meio de coleta- dependerá da natureza do poluente a ser amostrado. Dispositivos de Medida- são classificados em três categorias. SISTEMAS DE COLETA Estáticos (Jarros, placas, etc) Mecânicos Manuais Mecânicos Automáticos 145 CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DO AMOSTRADOR DE AR Natureza da amostra: verificar se o material a ser amostrado (gás ou MP) interage com o meio de coleta , se é abrasivo, se reage quimicamente, etc... Concentração do poluente e tempo de amostragem: a quantidade de amostra deve ser suficiente para que a concentração do poluente seja maior que a mínima detectável e menor que a concentração que teoricamente sature o meio de coleta. Deve-se levar em conta a eficiência da coleta. Vazão: deve ser tal que assegure a eficiência da coleta. Se a coleta se dá por meio de uma reação química, a cinética da reação depende do tempo que o contaminante está em presença da substância reagente e este tempo de contato depende da vazão de amostragem. Se a amostragem ocorre por meio de impactadores, o tamanho da partícula depende da velocidade de aproximação, que, por sua vez, depende da vazão. CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DO AMOSTRADOR DE AR Manutenção: é uma consideração muito importante no caso de equipamentos usados em campo. Sempre que possível, deve-se optar por equipamentos que não necessitem de manutenção intensiva. 146 DETERMINAÇÃO DO VOLUME DE AR AMOSTRADO Medidores de volume vantagem: as variações de vazão de amostragem não resultam em grandes erros. Medidores de vazão requerem cuidadosa observação e determinação precisa no tempo de amostragem. Medidores de Velocidade medem a velocidade linear ou alguma propriedade proporcional à velocidade do gás. Obs.. Os dispositivos precisam ser calibrados contra medidores primários que, dependendo do caso , podem ser difíceis de colocar em linha. DISPOSITIVOS DE MEDIDA MEDIDORES DE VOLUME: ESPIRÔMETRO (medidor primário) BOLHÔMETRO (medidor primário) “WET TEST”/ GASÔMETRO ÚMIDO (medidor Intermediário) “ROOTSMETER” (medidor intermediário) MEDIDORES DE VAZÃO: ORIFÍCIO CRÍTICO (medidor secundário) ROTÂMETRO (medidor secundário) VENTURI (medidor secundário) MEDIDORES DE VELOCIDADE: VAZÃO VOLUMÉTRICA (Tubo Pitot - padrão primário) VAZÃO MÁSSICA 147 Padrões de Calibração Primários são aqueles cujos volumes podem ser conhecidos com precisão e determinados apenas pelas medidas de suas dimensões físicas internas. Dentre os medidores podem ser citados: Espirômetro - medidor de volume Bolhômetro - medidor de volume Tubo de Pitot - medidor de velocidade PADRÕES DE CALIBRAÇÃO PRIMÁRIOS PADRÕES DE CALIBRAÇÃO SECUNDÁRIOS Padrões de Calibração Secundários são aqueles calibrados contra padrões de calibração primários e intermediários sob condições conhecidas de temperatura e pressão. São exemplos: Rotâmetro - medidor de vazão Orifício Crítico - medidor de vazão Venturi - medidor de vazão 148 ESPIRÔMETRO Mede o volume deslocado numa dada pressão e temperatura. BOLHÔMETRO Mede a velocidade de fluxo de ar de acordo com a movimentação cronometrada, de bolhas de sabão no interior de um cilindro graduado. O fluxo é obtido como a razão entre o volume percorrido pela bolha e o tempo despendido. 149 WET TEST Consiste de uma série de recipientes invertidos, montados ao redor de um eixo e parcialmente imersos em água. A localização da entrada e da saída de gás é tal que o gás que entra enche um dos recipientes, deslocando a água. O recipiente cheio de gás se move para cima e o ar sai pela parte superior do cilindro enquanto o recipiente fica novamente cheio de água. Esta rotação move um ponteiro que registra o volume de gás que passa pelo medidor. WET TEST 150 ROOTSMETER Funciona como uma bomba de deslocamento positivo, isto é, um conjunto de engrenagens através do qual se transporta sempre um volume bem definido. Esse equipamento é usado para calibrar o orifício do calibrador padrão de vazão do amostrador de grandes volumes, utilizado em amostragens de material particulado. CALIBRAÇÃO DO ORFÍCIO DO CALIBRADOR PADRÃO DE VAZÃO 151 UTILIZAÇÃO DO CALIBRADOR PADRÃO DE VAZÃO ROTÂMETRO Medidor de vazão de área variável, isto é, a área de restrição muda com o fluxo. 152 Medidor de pressão variável, isto é, a queda de pressão medida a montante e a jusante pode ser correlacionada com a vazão Placa de Orifício ORIFÍCIO CRITICO Um orifício deste tipo irá manter a vazão constante quando as condições a montante são constantes e a pressão absoluta a jusante é inferior a 0,53 vezes a pressão a montante. Nestas condições, a velocidade do fluido no orifício é igual à velocidade do som e uma redução na pressão a jusante não irá aumentar a velocidade através do orifício. 153 AMOSTRADORES ( MATERIAL PARTICULADO) IMPACTADOR DE CASCATA Consiste de vários estágios de impactação em série. Cada estágio sucessivo contém um orifício menor do que o anterior e localizado mais próximo da superfície de coleta. Este arranjo aumenta a velocidade do aerossol e aumenta o ângulo de deflexão em cada estágio, resultando uma maior eficiência de coleta para partículas de tamanhodecrescente através de cada estágio do impactador. Venturi: consiste de uma entrada cônica convergente, uma garganta cilíndrica e um cone difusor. Duas tomadas de pressão, uma na entrada e outra na garganta, servem para medir a diferença de pressão. Não há mudança abrupta do escoamento, como no orifício, ocorrendo pouca dissipação. VENTURI 154 MECANISMOS DE COLETA DE MATERIAL PARTICULADO IMPACTADOR DE CASCATA (MULTIESTÁGIOS) Este amostrador contém, normalmente, 6 a 8 estágios com numerosos orifícios, sucessivamente menores e igualmente distribuídos em cada estágio. A vazão é mantida constante, aumentando a velocidade da corrente de aerossol em cada estágio, resultando, assim, na deposição de partículas separadas em frações de tamanho. MECANISMOS DE COLETA DE MATERIAL PARTICULADO IMPACTADOR DE CASCATA (MULTIESTÁGIOS) 155 MECANISMOS DE COLETA DE MATERIAL PARTICULADO CICLONE Baseia-se na ação da força centrífuga que age sobre as partículas carregadas pelo fluxo de gás, empurrando-as na direção das paredes e retirando-as do fluxo gasoso. MECANISMOS DE COLETA DE MATERIAL PARTICULADO IMPACTADORES VIRTUAIS Nos impactadores virtuais, as partículas menores (<2,5µm) seguem a corrente de maior vazão e são coletadas em um filtro. As partículas grossas (2,5 a 10µm) seguem a corrente de menor vazão e são coletadas em outro filtro. Uma pequena fração das partículas finas é impactada e coletada com as partículas grossas. Isto pode ser corrigido matematicamente quando se determinam as concentrações de particulado grosso e fino. 156 MECANISMOS DE COLETA DE MATERIAL PARTICULADO IMPACTADORES VIRTUAIS Um exemplo de impactador virtual é o dicotômico, que separa as partículas em duas faixas de tamanho: partículas inaláveis finas (diâmetro aerodinâmico < 2,5 μm) partículas inaláveis grossas (2,5 a 10 μm). MECANISMOS DE COLETA DE MATERIAL PARTICULADO PRECIPITADORES A separação de partículas suspensas em uma corrente gasosa pelo mecanismo da precipitação eletrostática abrange três etapas básicas: - O carregamento elétrico das partículas suspensas; - A coleta das partículas carregadas em uma superfície (placas de coleta); - A remoção das partículas coletadas. 157 AMOSTRAGEM DE MATERIAL PARTICULADO Sob a denominação geral de Material Particulado se encontra um conjunto de poluentes constituídos de poeiras, fumaças e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso na atmosfera por causa de seu pequeno tamanho. As principais fontes de emissão de particulado para a atmosfera são: veículos automotores, processos industriais, queima de biomassa, ressuspensão de poeira do solo, entre outros. O tamanho das partículas suspensas é um parâmetro importante de análise, uma vez que a extensão da penetração das partículas no trato respiratório humano depende deste parâmetro AMOSTRAGEM DE MATERIAL PARTICULADO A instalação dos amostradores leva em consideração as fontes emissoras, a distribuição demográfica, a localização da zona urbana em relação às fontes geradoras e a direção predominante dos ventos. As técnicas de coleta envolvem a remoção de partículas da corrente de ar sendo a filtração e a impactação dois dos métodos principais. 158 Partículas Totais em Suspensão (PTS) Podem ser definidas de maneira simplificada como aquelas cujo diâmetro aerodinâmico é menor que 50 µm. Uma parte destas partículas é inalável e pode causar problemas à saúde, outra parte pode afetar desfavoravelmente a qualidade de vida da população, interferindo nas condições estéticas do ambiente e prejudicando as atividades normais da comunidade CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL PARTICULADO EM FUNÇÃO DO TAMANHO DAS PARTÍCULAS Partículas Inaláveis (MP10) Podem ser definidas de maneira simplificada como aquelas cujo diâmetro aerodinâmico é menor que 10 µm. Dependendo da distribuição de tamanho, na faixa de 0 a 10 µm, podem ficar retidas na parte superior do sistema respiratório ou penetrar mais profundamente, alcançando os alvéolos pulmonares. Partículas Inaláveis Finas (MP2,5) Podem ser definidas de maneira simplificada como aquelas cujo diâmetro aerodinâmico é menor que 2,5 µm. Devido ao seu tamanho diminuto, penetram profundamente no sistema respiratório, podendo atingir os alvéolos pulmonares. CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL PARTICULADO EM FUNÇÃO DO TAMANHO DAS PARTÍCULAS 159 Fumaça (FMC) Está associada ao material particulado suspenso na atmosfera proveniente dos processos de combustão. O método de determinação da fumaça é baseado na medida de refletância da luz que incide na poeira (coletada em um filtro), o que confere a este parâmetro a característica de estar diretamente relacionado ao teor de fuligem na atmosfera. MATERIAL PARTICULADO – CLASSIFICAÇÃO TIPOS DE AMOSTRADORES PTS- AMOSTRADOR DE GRANDES VOLUMES / GRAVIMÉTRICO Nestes amostradores, o ar é aspirado através de um filtro de fibra de vidro ou quartzo que reterá uma certa massa das partículas totais em suspensão. 160 AMOSTRADOR DE MATERIAL PARTICULADO INALÁVEL (MP10) – HiVol, ACOPLADO A SEPARADOR INERCIAL DE PARTÍCULAS 2 estágios de impactação . Vazão 1,13m3/h ± 10% A vazão assim ajustada é calculada em termos de P média e T média no local de amostragem. Para que o fluxo de ar seja igualmente distribuído por toda a coifa, de forma a não alterar a leitura no sensor de fluxo mássico, o que poderia ocorrer caso houvesse um fluxo dirigido sobre o sensor, instala-se um filtro no momento da calibração. Massa por gravimetria. AMOSTRADOR DE MATERIAL PARTICULADO INALÁVEL (MP10) – HiVol, ACOPLADO A SEPARADOR INERCIAL DE PARTÍCULAS 161 AMOSTRADOR GRAVIMÉTRICO/IMPACTAÇÃO VIRTUAL (DICOTÔMICO) Cabeça (sino) / vazão total = 16,7 Lpm (grosso = 1,67Lpm; fino = 15Lpm) Funcionamento: partículas maiores sofrem impacto contra uma corrente de ar mais lenta, sendo coletadas num filtro. As partículas menores seguem a corrente de maior vazão e são coletadas em outro filtro. AMOSTRADOR GRAVIMÉTRICO/IMPACTAÇÃO VIRTUAL (DICOTÔMICO) 162 AMOSTRADOR GRAVIMETRICO/ IMPACTAÇÃO E CICLONE São designados para a determinação de concentração de partículas MP10, MP2,5 e MP1 O instrumento troca automaticamente o filtro com 47mm de diâmetro e tem a capacidade de acomodar até 16 cassetes de filtros, permitindo duas semanas de amostragem diárias de material particulado. MÉTODO MANUAL - ESTAÇÃO OPS/OMS Determinação da concentração de fumaça na Atmosfera 163 FUMAÇA - REFLETÂNCIA AMOSTRADORES ESTÁTICOS CHUMBO NA POEIRA SEDIMENTÁVEL 164 AMOSTRAGEM DE GASES E VAPORES MECANISMOS DE COLETA ABSORÇÃO: ocorre a transferência de um ou mais componentes gasosos para um meio líquido ou sólido no qual eles se dissolvem. ADSORÇÃO: qualquer gás ou vapor irá aderir, em determinado grau, à uma superfície sólida em temperaturas usuais ou baixas. Vários sólidos porosos apresentam características adequadas para tal utilização. AMOSTRAGEM DE GASES E VAPORES CONDENSAÇÃO A condensação de gases e vapores atmosféricos se dá a baixas temperaturas . A condensação é o método mais seguro para a preservação de gases e vapores pois não ocorre reação química com qualquer parte do recipiente de coleta, além de disponibilizar imediatamente o material coletado para separação ou análise. Traz como desvantagem o fato de o equipamento ser relativamente espaçoso além de ocorrer condensação de água junto com o material coletado. 165 AMOSTRAGEM DE GASES E VAPORES TIPOS DE AMOSTRADORES DE GASES E VAPORES Recipiente Evacuado Recipiente com Deslocamento de Líquido Amostradores Passivos “Denuders” Bomba/Medidores de Vazão/Abs./Sondas/Linhas de Amostragem (MANUAL) AMOSTRAGEM DE GASES E VAPORES RECIPIENTE EVACUADO Consiste em um recipiente do qual foi removido o ar. É adequado para amostragem de CO2, O2, CH4, CO, H2 e N2 na atmosfera. Em geral, não é adequado para determinação de gases muito reativos, como H2S, NOx, SO2, pois estes gases podem reagir com partículas de poeira, umidade, selante e, em alguma extensão, mesmo como material do frasco. Entretanto, um recipiente de aço inox evacuado cuja superfície interna tenha sido tratada por um processo especial de passivação é comumente utilizado para coleta de compostos orgânicos voláteis (COVs). 166 AMOSTRAGEM DE GASES E VAPORES RECIPIENTE EVACUADO AMOSTRAGEM DE GASES E VAPORES RECIPIENTE EVACUADO 167 AMOSTRAGEM DE GASES E VAPORES RECIPIENTE COM DESLOCAMENTO DE LÍQUIDO A drenagem de um líquido de um frasco, por gravidade, cria vácuo no interior do recipiente de coleta e, portanto, o ar é sugado para dentro de modo a preencher o volume deslocado. O volume de amostra fica limitado ao volume do líquido contido no recipiente. Desta forma, apenas uma amostra relativamente pequena pode ser coletada por este método. O gás a ser analisado não deve reagir com as paredes do recipiente e também não deve ser solúvel no líquido utilizado ou reagir com este, assim, a escolha do líquido depende do material a ser amostrado. AMOSTRAGEM DE GASES E VAPORES RECIPIENTE COM DESLOCAMENTO DE LÍQUIDO 168 AMOSTRAGEM DE GASES E VAPORES AMOSTRADOR PASSIVO Aquele onde não se utiliza energia elétrica ou qualquer mecanismo de propulsão para coleta. Seu princípio de coleta é baseado na capacidade de difusão das espécies gasosas presentes na atmosfera e nas suas reações com meios absorventes adequados. Exemplos de utilização: utilizado pela CETESB nas determinações de SO2 , Fluoretos e POPs – poluentes orgânicos persistentes na atmosfera. AMOSTRAGEM DE GASES E VAPORES PASSIVO SO2 O amostrador passivo para coleta de SO2 foi desenvolvido no Setor de Amostragem e Análise do Ar - EQQA da CETESB, utilizando-se materiais de baixo custo, como tubos e tampas de PVC. 169 AMOSTRAGEM DE GASES E VAPORES MONITORAMENTO PASSIVO DE FLUORETOS Sistema de coleta de amostras de fluoretos na atmosfera, para determinação de taxas. AMOSTRADORES PASSIVOS DE SO2 E FLUORETO NA SERRA DO MAR S O 2 F FLUORETO 170 AMOSTRAGEM DE GASES E VAPORES Amostrador passivo com espuma de poliuretano AMOSTRADORES PASSIVOS FLUORETOS E DIÓXIDO DE ENXOFRE 171 USO DE BIOINDICADORES VEGETAIS PARA MONITORAMENTO DE FLUORETOS As fotos ao lado ilustram indivíduos saudáveis e indivíduos com os sintomas visíveis apresentados pela Dracena, por efeitos dos fluoretos gasosos, descritos como necroses marginais ou apicais nas folhas. AMOSTRAGEM DE GASES E VAPORES DENUDER O princípio de separação de gás/partícula usado nesta técnica de amostragem baseia-se nos diferentes graus de difusão dos gases e partículas. Na passagem da mistura gás/partícula (aerossol) em fluxo laminar através de um tubo, o gás de interesse difunde-se para as paredes de um tubo revestido de tal modo que as espécies moleculares sofrem sorção irreversível ou reações químicas sendo removidas do fluxo de gás. 172 AMOSTRAGEM DE GASES E VAPORES DENUDER Particulados que apresentam velocidades de difusão bem inferiores não migram para as paredes do tubo durante o seu período de trânsito e podem ser coletados sobre um filtro acoplado à saída do tubo. Para evitar a deposição de partículas por sedimentação, posiciona-se o tubo “denuder” em posição vertical podendo-se, também, empregar ciclones e impactadores virtuais para remover o material particulado maior. Exemplos de utilização: esta técnica é usada para a análise de grande número de compostos na atmosfera: HCl, HF, HNOx, H2SO4, ácidos carboxílicos, traços de componentes orgânicos, NOx, SOx, NH3, NH4Cl, etc.. AMOSTRAGEM DE GASES E VAPORES Amostrador denuder 173 AMOSTRAGEM DE GASES E VAPORES PASSIVO - FLUORETOS E ENXOFRE / DENUDER -FLUORETOS AMOSTRAGEM DE GASES E VAPORES FUMAÇA e AMÔNIA SISTEMAS FORMADOS POR BOMBA, MEDIDORES/CONTROLADORES DE VAZÃO E ABSORVEDORES, ALÉM DE SONDAS E LINHAS DE AMOSTRAGEM (REDE MANUAL). 174 AMOSTRAGEM DE GASES E VAPORES ABSORVEDORES Absorvedores, borbulhadores ou colunas de absorção cuja eficiência de absorção seja aceitável (em geral, maior que 90%). AMOSTRAGEM DE GASES E VAPORES SONDAS E LINHAS DE AMOSTRAGEM Devem ser apropriadas para as condições de amostragem e não devem absorver ou adsorver quantidades importantes do contaminante. Em geral, vidro, alguns plásticos (teflon, "tygon", etc.), ou metais, dependendo das propriedades e da finalidade da amostragem. 175 AMOSTRAGEM DE GASES E VAPORES SISTEMA DE PRÉ-FILTRAÇÃO DE MATERIAL PARTICULADO A coleta de material particulado junto com gases e vapores pode ser indesejável pois o particulado pode interferir na análise química realizada posteriormente, o particulado pode interferir nas medições por obstruir orifícios, etc.. Assim, devem ser removidos por filtração. O filtro deve ser colocado à frente do equipamento de coleta e deve não reagir e nem absorver os gases a serem amostrados (em geral, são usados filtros de fibra de vidro, filmes plásticos porosos, papel etc.). REDE MANUAL- CETESB Existem estações da rede manual de avaliação da qualidade do ar na Região Metropolitana de São Paulo, interior e litoral. No monitoramento manual, as amostras são coletadas no campo e trazidas para análise nos laboratórios da CETESB. A tabela a seguir apresenta alguns dos poluentes monitorados e os métodos utilizados para determinação dos poluentes. 176 Métodos de determinação dos poluentes Parâmetro Método Partículas inaláveis finas – MP2,5 Gravimétrico / Impactação-ciclone Partículas inaláveis – MP10 Gravimétrico / Amostrador de grandes volumes acoplado a um separador inercial Gravimétrico/Impactação Partículas totais em suspensão Gravimétrico/Impactação Fumaça Refletância Dióxido de enxofre Cromatografia Iônica / Amostrador passivo Acetaldeído e Formaldeído Cromatografia Liquida de Alta Eficiência/Detecção UV-Visível REDE MANUAL - PARÂMETROS Parâmetros - rotina • SO2 • MP2,5 • MP10 • Fumaça • PTS • Chumbo • Acetaldeído • Formaldeído Outros parâmetros • Composição do MP: metais/ânions/C.O./C.E. • Comp. orgânicos voláteis • Comp. de enxofre reduzido • Teor de enxofre nos combustíveis • Amônia • Fluoretos 177 OBRIGADA. dpcarvalho@sp.gov.br Tel. (11) 3133 3668 178 1. AMOSTRAGEM A coleta e análise dos poluentes presentes na atmosfera requer um sistema em que o poluente a ser analisado fique retido e um dispositivo capaz de medir o volume de ar no qual aquela quantidade de poluente estava contida. 1.1. DISPOSITIVOS DE MEDIDA Os dispositivos de medida podem ser classificados, de modo geral, em três categorias: medidores de volume, medidores de vazão e medidores de velocidade. Estes dispositivos precisam ser calibrados contra medidores primários que, dependendo do caso, podem ser difíceis de colocar em linha. 1.1.1. PADRÕES DE CALIBRAÇÃO PRIMÁRIOS Padrões de calibração primários são aqueles cujos volumes podem ser conhecidos com precisão e determinados apenas pelas medidas de suas dimensões físicas internas. Dentre os medidores primários, podem ser citados: • Espirômetro: mede o volume deslocado numa dada pressão e temperatura. Figura 1 – Espirômetro. • Frasco Mariot: consiste em medir o volume de líquido que deixa um frasco, em função da entrada de ar. • Bolhômetro: mede o volume percorrido por uma bolha, considerando-se pressão e temperatura. • Tubo Pitot: mede velocidade do fluido (mais usado para amostragem em chaminé). 179 Caso não seja possível usar um calibrador primário, pode-se usar um calibrador intermediário que deve ser calibrado contra um medidor primário. 1.1.2. PADRÕES DE CALIBRAÇÃO INTERMEDIÁRIOS Padrões de calibração intermediários são aqueles que não podem ser facilmente calibrados pelas medidas de suas dimensões físicas. Dentre os medidores intermedários pode-se citar: • “Wet test”: consiste de uma série de recipientes invertidos, montados ao redor de um eixo e parcialmente imersos em água. A localização da entrada e da saída de gás é tal que o gás que entra enche um dos recipientes, deslocando a água. O recipiente cheio de gás se move para cima
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