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QUESTÕES – PRÁTICA PENAL
1- Desejando comprar um novo carro, Leonardo, jovem com 19 anos, decidiu praticar um crime de roubo em um estabelecimento comercial, com a intenção de subtrair o dinheiro constante do caixa. Narrou o plano criminoso para Roberto, seu vizinho, mas este se recusou a contribuir. Leonardo decidiu, então, praticar o delito sozinho. Dirigiu-se ao estabelecimento comercial, nele ingressou e, no momento em que restava apenas um cliente, simulou portar arma de fogo e o ameaçou de morte, o que fez com ele saísse, já que a intenção de Leonardo era apenas a de subtrair bens do estabelecimento. Leonardo, em seguida, consegue acesso ao caixa onde fica guardado o dinheiro, mas, antes de subtrair qualquer quantia, verifica que o único funcionário que estava trabalhando no horário era um senhor que utilizava cadeiras de rodas. Arrependido, antes mesmo de ser notada sua presença pelo funcionário, deixa o local sem nada subtrair, mas, já do lado de fora da loja, é surpreendido por policiais militares. Estes realizam a abordagem, verificam que não havia qualquer arma com Leonardo e esclarecem que Roberto narrara o plano criminoso do vizinho para a Polícia. 
Tomando conhecimento dos fatos, o Ministério Público requereu a conversão da prisão em flagrante em preventiva e denunciou Leonardo como incurso nas sanções penais do Art. 157, § 2o, inciso I, c/c o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal.
Após decisão do magistrado competente, qual seja, o da 1a Vara Criminal de Belo Horizonte/MG, de conversão da prisão e recebimento da denúncia, o processo teve seu prosseguimento regular. O homem que fora ameaçado nunca foi ouvido em juízo, pois não foi localizado, e, na data dos fatos, demonstrou não ter interesse em ver Leonardo responsabilizado. Em seu interrogatório, Leonardo confirma integralmente os fatos, inclusive destacando que se arrependeu do crime que pretendia praticar. Constavam no processo a Folha de Antecedentes Criminais do acusado sem qualquer anotação e a Folha de Antecedentes Infracionais, ostentando uma representação pela prática de ato infracional análogo ao crime de tráfico, com decisão definitiva de procedência da ação socioeducativa. O magistrado concedeu prazo para as partes se manifestarem em alegações finais por memoriais. O Ministério Público requereu a condenação nos termos da denúncia. O advogado de Leonardo, contudo, renunciou aos poderes, razão pela qual, de imediato, o magistrado abriu vista para a Defensoria Pública apresentar alegações finais. 
Em sentença, o juiz julgou procedente a pretensão punitiva estatal. No momento de fixar a pena-base, reconheceu a existência de maus antecedentes em razão da representação julgada procedente em face de Leonardo enquanto era inimputável, aumentando a pena em 06 meses de reclusão. Não foram reconhecidas agravantes ou atenuantes. Na terceira fase, incrementou o magistrado em 1/3 a pena, justificando ser desnecessária a apreensão de arma de fogo, bastando a simulação de porte do material diante do temor causado à vítima. Com a redução de 1/2 pela modalidade tentada, a pena final ficou acomodada em 4 (quatro) anos de reclusão. O regime inicial de cumprimento de pena foi o fechado, justificando o magistrado que o crime de roubo é extremamente grave e que atemoriza os cidadãos de Belo Horizonte todos os dias. Intimado, o Ministério Público apenas tomou ciência da decisão. 
A irmã de Leonardo o procura para, na condição de advogado, adotar as medidas cabíveis. Constituída nos autos, a intimação da sentença pela defesa ocorreu em 08 de maio de 2017, segunda-feira, sendo terça-feira dia útil em todo o país. 
· PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte/MG
Processo nº_________
	LEONARDO, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, na ação que lhe move o Ministério Público, em que pese a respeitável sentença condenatória de fls. _____, vem, respeitosamente, interpor RECURSO DE APELAÇÃO, com fundamento no art. 593, inciso I, do Código Processo Penal Brasileiro.
	Destarte, requer seja conhecido e processado o presente recurso e, posteriormente, encaminhado ao Egrégio Tribunal de Justiça com suas inclusas razões.
	Termos em que,
Pede deferimento.
Comarca, data.
Adv. , OAB.
· RAZÕES RECURSAIS
Apelante: LEONARDO
Apelado: Ministério Público
Processo nº _______________
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Douta Procuradoria de Justiça.
	Em que pese a respeitável sentença condenatória proferida pelo juízo a quo (fls. ____), esta não merece prosperar pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
I – DOS FATOS
II – DO DIREITO
II.1. Preliminares
Preliminarmente, deve ser reconhecida a ausência da condição da ação de legitimidade de parte por ausência de representação da vítima do crime de ameaça (art. 147 do CP) , conforme se analisará mais detidamente a seguir.
Além disso, está presente ainda a preliminar da presença de causa extintiva da punibilidade, o que demanda a extinção do feito sem resolução do mérito, tendo em vista que não houve representação da vítima do crime que manifestou ainda a falta de desejo de representar, caracterizando a renúncia ao seu direito, nos termos do art. 107, inciso ___, do CPB) e art. ___ do CPPB.
II.2. DO MÉRITO
Verifica-se que, no caso em comento, ocorreu a desistência voluntária (art. 15 do CP), uma vez que o apelante desistiu voluntariamente de prosseguir na execução do crime. Ou seja, ele só responderá pelos atos praticados.
No caso, ele praticou apenas o crime de ameaça (art. 147 do CPB), sendo que a vítima deste delito não manifestou desejo de ofertar representação (art. 147, parágrafo único, do CP), o que inviabiliza a denúncia por parte do Ministério Público, diante da ausência de condição de procedibilidade, bem como pela ausência de legitimidade de parte, mencionada anteriormente.
Nesse sentido, deve o apelante ser absolvido com fundamento no art. 386, inciso VI, do Código de Processo Penal. É o que prevê o TJ:
______
II.3. TESES SUBSIDIÁRIAS
Caso não se entenda pela absolvição do recorrente, o que não se acredita que ocorrerá, deve-se reformar a respeitável decisão do juízo a quo, nos seguintes aspectos:
a) AFASTAMENTO DA CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL DE MAUS ANTECEDENTES (art. 59 do CP)
Depreende-se da análise da sentença do juízo a quo, que houve um incorreto aumento de pena na primeira fase da dosimetria, uma vez que o magistrado se utilizou de um ato infracional cometido pelo apelante, que constava em sua ficha criminal, para aumentar a pena do apelante. Conforme entendimento do STJ e o previsto nos artigos 63 e 64 do CPB, atos infracionais não podem ser utilizados como maus antecedentes, devendo a pena-base de 04 anos ser mantida após a análise das circunstâncias judiciais (art. 59 do CPB).
B) RECONHECIMENTO DAS ATENUANTES GENÉRICAS DA CONFISSÃO E DA MENORIDADE RELATIVA PENAL
Além disso, na sentença condenatória, não foram reconhecidas duas circunstâncias atenuantes presentes na situação narrada, quais sejam: a confissão espontânea e o fato do réu ser menor de 21 anos à época dos fatos que lhe são imputados.
Em audiência, o apelante confirmou inteiramente os termos da denúncia, devendo sua pena ser reduzida, nos termos do art. 65, inciso III, alínea “d” , do CPB. No mais, conforme se extrai do art. 65, inciso I, do CPB, deve ainda sua pena ser reduzida em virtude dele ter 19 anos à época dos fatos.
C) DESCONSIDERAÇÃO DA MAJORANTE DO EMPREGO DE ARMA DE FOGO
	No mais, percebe-se que embora tenha ocorrido a majoração da pena do apelante em razão do suposto emprego de arma de fogo, inexistem nos autos quaisquer provas de que efetivamente tenha ocorrido a utilização de arma de fogo. Ao sair do estabelecimento comercial, o apelante foi logo detido pela Polícia e, na ocasião, não portava arma nenhuma. Além do mais, nas gravações do estabelecimento, é fácil perceber que o réu apenas simulou portar arma de fogo paraameaçar o cliente que ali se encontrava. 
	Assim, diante da inexistência de arma de fogo, o crime praticado será, no máximo, o de roubo simples (art. 157, caput, do CPB).
D) DO REGIME ABERTO DE CUMPRIMENTO DE PENA 
	Diante dos argumentos trazidos anteriormente, verifica-se que a pena do réu não ultrapassará o mínimo legal, nas primeiras duas fases de aplicação da pena, podendo inclusive ficar abaixo deste patamar, conforme sugerimos, diante da presença de duas circunstâncias atenuantes.
	Destarte, conclui-se que a pena do réu, após as primeiras duas fases da dosimetria da pena, dificilmente ultrapassará 03 (três) anos, devendo ainda ser aplicada a causa de diminuição de pena da tentativa (art. 14, inciso II, do CP) , conforme já foi inclusive realizado pelo juízo a quo. Por oportuno, registre-se que esta causa de diminuição não pode sequer ser desconsiderada, em face de ter ocorrido recurso exclusivo da defesa, o que impede a reformatio in pejus. 
	Nessa linha, a pena do réu, após a implementação da minorante da tentativa, ficará em 01 ano e 06 meses, pena esta que deve ser cumprida no regime aberto, tendo em vista que o apelante é réu primário e que a pena é inferior a 04 (quatro anos) , conforme previsto pelo art. 33, §2º, alínea c, do CPB.
E) SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA
	No mais, há de se convir que como a pena do réu, após a reforma efetuada por este Egrégio e lúcido Tribunal não ultrapassará 02 (dois) anos e que ele preenche os requisitos previstos no art. 77 do Código Penal, considerando que ele é réu primário, que as circunstâncias judiciais lhe são favoráveis e que não é cabível a substituição do art. 44 do CPB, a suspensão condicional da pena do réu pelo período de 02 (dois) à 04 anos se revela como a medida mais salutar e adequada neste caso, sendo suficiente para a prevenção e retribuição do delito. Além disso, nunca é demais relembrá-los de que o cárcere não tem um efeito positivo em pessoas, especialmente em jovens, sendo as penas de curta duração extremamente não recomendadas pela jurisprudência, doutrina e pelo próprio poder legislativo que, por sua vez, prevê vários institutos justamente para evitar a condenação à penas de curta duração.
III – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso de apelação para determinar:
a) O reconhecimento da preliminar de ausência de legitimidade de parte, nos termos dos artigos 395 e 397 do CPPB;
b) O reconhecimento da preliminar da extinção da punibilidade em razão da ocorrência da renúncia do direito de representação pela vítima, nos termos dos artigos ______;
c) A absolvição do réu, em face da ocorrência da desistência voluntária e do crime de ameaça não ter tido representação, nos termos do art. 386, inciso VI, do CPB;
d) Subsidiariamente, em caso de condenação – o que não se acredita que ocorrerá -, requer-se:
d.1) A fixação da pena-base no mínimo legal, em virtude do afastamento da circunstância judicial de maus antecedentes;
d.2) A aplicação das atenuantes da confissão e da menoridade relativa penal, nos termos do art. 65, inciso I e inciso III, alínea “d” , do CPB;
d.3) O afastamento da majorante do emprego de arma de fogo, que não foi utilizada no presente caso e da qual o MP não fez prova;
d.4) A aplicação da suspensão condicional da pena e, não sendo esta aplicação possível, a imposição do regime aberto de pena ao réu, considerando sua primariedade e a pena inferior à 04 anos, nos termos do art. 33, §2º, alínea “a” , do CP.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Comarca, data.
Adv. , OAB.
2 - No dia 23 de fevereiro de 2016, Roberta, 20 anos, encontrava-se em um curso preparatório para concurso na cidade de Manaus/AM. Ao final da aula, resolveu ir comprar um café na cantina do local, tendo deixado seu notebook carregando na tomada. Ao retornar, retirou um notebook da tomada e foi para sua residência. Ao chegar em casa, foi informada de que foi realizado registro de ocorrência na Delegacia em seu desfavor, tendo em vista que as câmeras de segurança da sala de aula captaram o momento em que subtraiu o notebook de Cláudia, sua colega de classe, que havia colocado seu computador para carregar em substituição ao de Roberta, o qual estava ao lado. 
No dia seguinte, antes mesmo de qualquer busca e apreensão do bem ou atitude da autoridade policial, Roberta restituiu a coisa subtraída. As imagens da câmera de segurança foram encaminhadas ao Ministério Público, que denunciou Roberta pela prática do crime de furto simples, tipificado no Art. 155, caput, do Código Penal. O Ministério Público deixou de oferecer proposta de suspensão condicional do processo, destacando que o delito de furto não é de menor potencial ofensivo, não se sujeitando à aplicação da Lei no 9.099/95, tendo a defesa se insurgido. 
Recebida a denúncia, durante a instrução, foi ouvida Cláudia, que confirmou ter deixado seu notebook acoplado à tomada, mas que Roberta o subtraíra, somente havendo restituição do bem com a descoberta dos agentes da lei. Também foram ouvidos os funcionários do curso preparatório, que disseram ter identificado a autoria a partir das câmeras de segurança. Roberta, em seu interrogatório, confirma os fatos, mas esclarece que acreditava que o notebook subtraído era seu e, por isso, levara-o para casa. Foi juntada a Folha de Antecedentes Criminais da ré sem qualquer outra anotação, o laudo de avaliação do bem subtraído, que constatou seu valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), e o CD com as imagens captadas pela câmera de segurança. O Ministério Público, em sua manifestação derradeira, requereu a condenação da ré nos termos da denúncia. 
Você, como advogado(a) de Roberta, é intimado(a) no dia 24 de agosto de 2016, quarta-feira, sendo o dia seguinte útil em todo o país, bem como todos os dias da semana seguinte, exceto sábado e domingo. 
Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Roberta, redija a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição. (Valor: 5,00) 
Obs.: o examinando deve indicar todos os fundamentos e dispositivos legais cabíveis. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.

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