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A Pessoa com Deficiência Visual na Escola

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Faculdade Metropolitana de Anápolis- Goiás – FAMA.
Curso: Pedagogia
Aluna: Josilene Pereira Mendes
Disciplina: Braille
Professora: Carla Edieni Da Silva
A pessoa com deficiência visual na escola (p.157-172). Capitulo 7 
RAPOSO NEVES PATRICIA, E CARVALHO DE S. NATALIA ERENICE. Desenvolvimento Humano e Educação Inclusiva Escolar, UnB, Brasília, 2010.
FICHAMENTO
As autoras abordam uma concepção de sujeito com deficiência visual pautada na perspectiva histórico-cultural de Vigotisk ( 1987, 1995,2001), e nas contribuições da teoria da subjetividade de González Rey ( 2003,2006), essa abordagem traz aspectos relacionados ao processo de aprendizagem, e de como as adaptações nos currículos possibilita a acessibilidade do sujeito com deficiência visual na escrita e na leitura, e também relata sobre a importância dos recursos tecnológicos na aprendizagem da pessoa com deficiência visual.
“ Os olhos e o olhar tem grande importância na vida social. As pessoas podem ser reconhecidas e, até mesmo, significadas por meio deles. A visão é um sentido fundamental para muitos animais, uma vez que a proteção e a sobrevivência de muitas espécies dependem da percepção visual” (p.158)
De acordo com as autoras nossos olhos é um dos sentidos fundamentais para a convivência social, e através das expressões dos olhos podemos identificar algumas caracterizas pessoais. Para os animais os olhos são muito importantes para sua sobrevivência e proteção.
Os estudos nos mostram que a maioria das informações disponíveis são captado por meio da visão. O nosso sentido visual nos propícia um grande conhecimento dos objetos e do ambiente que nos cercam. ( p. 158).
 O nosso sistema visual possui dois tipos de visão; a primeira é visão central, que forma a imagem no centro da retina, na mácula, com seus detalhes. Essa visão é fundamental para que possamos ler e escrever atividades que exigem a compreensão de detalhes; a segunda é a visão periférica, que tem origem na parte de fora da mácula, em volta da retina. Essa visão já é mais fraca, transmite as percepções dos objetos sem nitidez. (p.158).
“ A deficiência visual refere-se a uma situação irreversível de diminuição da resposta visual, em razão de causas congênitas ou hereditárias, mesmo após tratamento clinico e/ou cirúrgico e uso de óculos convencionais” (p. 159).
Esse quadro pode ser uma resposta visual leve, moderada, severa ou profunda, no que se refere a baixa visão, e até mesmo a perca total da visão chamada cegueira.
Com as variações no funcionamento visual, ouve a necessidade de considerar outros pontos, e com base na Organização Mundial de Saúde- OMS e no Conselho Internacional de Educação de pessoas com Deficiência Visual- ICEVI (1994), nos traz o conceito de que com a perda total da visão, que é o caso da cegueira, leva a pessoa a utilizar o sistema Braille, recurso didático, tecnológicos e outros equipamentos especiais que o ajudem no processo da comunicação escrita. (p.159).
A perspectiva histórico-cultural concebe todo (a) estudante como sujeito aprendente, ativo, criativo, reflexivo e interativo. Nesse sentido, Vigotiski (2001) focaliza a aprendizagem como fonte do desenvolvimento e destaca o outro social como mediador da cultura e ator privilegiado nas relações sociais, o autor dá ênfase á aprendizagem escolar e destaca, ainda o conceito de zona de desenvolvimento potencial como aquela mais significativa para o processo de ensino-aprendizagem, pois indica prospectivamente as áreas em maturação, que dizem mais sore o desenvolvimento e são muito determinantes para a educação. (p. 160). 
Entende-se que desde a evolução histórico-cultural o sujeito é ativo e interativo. Vigotisk acredita que a fonte da aprendizagem é o desenvolvimento e destaca que o professor se concentra a aprendizagem nas escolas e conceitua o desenvolvimento potencial como fonte mais eficaz para o processo de ensino em como a aprendizagem pois indica as áreas de evolução e desenvolvimento mais importantes para a educação. 
 Os mediadores capacitados possibilitam o alcance de indivíduos com deficiências aos conjuntos simbólicos elaborados socialmente, utilizando técnicas e meios e instrumentos psicológicos associados ás atividades de interpretação humana.(p.160).
Em relação a constituição de um sujeito, Vigotisk (1995) explica que a utilização de vias colaterais para a apropriação da cultura e para o desenvolvimento das funções psicológicas superiores possibilita à pessoa com deficiência visual formar-se como sujeito e como unidade social. (p. 161).
Ao se reorganizar, o sujeito com deficiência ver nessa condição a força de buscar alternativas para realizar atividades sociais. Essa ação chamada de mecanismo de compensação, é inovadora e gera muitas possibilidades. É importe salientar que esse mecanismo constrói meios que possibilita a formação do sujeito individual e social influenciando a formação da personalidade. Dessa forma, a transformação individual se baseia na sociedade e na cultura.
 Essa perspectiva do homem estabelecido por Vigotisk (1995) coloca a pessoa com defeito na condição de sujeito; e informa que essa diferença é entendida como uma transferência de uma nova qualidade aos processos integrante do desenvolvimento. Sendo assim ele reforça a importância da interação sociais como base do desenvolvimento, que é dinâmico e revolucionário, pois transforma o próprio homem e seu meio, reciprocamente. (p.161).
Para Vigotisk (1995) é por meio da linguagem que a pessoa cega é compensada a vencer a sua deficiência visual. (p.161).
As escolas têm procurado focalizar na inclusão escolar e ressaltam a necessidade da criação especificada de informações e conhecimentos. Desta maneira o processo de aprendizagem do aluno deficiente visual pode exigir recursos, técnicas e códigos específicos que possibilita o acesso adequado à informação. (p.162).
Raposo e Carvalho (2005, p. 140) relatam sobre a dificuldade da inclusão escolar que envolve aspectos multidimensionais a serem observados para que se inicia o desenvolvimento inclusivo dos sistemas educacionais. Sendo eles, o planejamento e a organização de apoios para os alunos com deficiência visual com cegueira ou baixa visão, que por sua vez, precisam de ações multiprofissionais que constituem as áreas de saúde e educação. (p.163).
 A educação infantil é a fase compreendida entre 0 e 5 anos de idade e caracteriza-se por aspectos biológicos, psicológicos, sociais e éticos ligados à infância inicial. A dinâmica do crescimento e do desenvolvimento individual integrem possibilidades para a formação do sujeito, de sua identidade e de sua personalidade. (p.163).
Essa escolarização acontece na creche e pré-escolas. As crianças com deficiência visual tem direito à matrícula, nas escolas que oferecem esse nível de ensino. Para isso a escola precisa fazer adaptações que garantem a acessibilidade ao estudante em relação ao currículo, fazendo com que as atividades pedagógicas atendem o seu aprendizado e sua participação social. 
No ensino fundamental quando o aluno cego tem contato com materiais lúdicos facilita a sua aprendizagem do Sistema Braille e de recursos específicos utilizados por esses estudantes. É importante também fazer adequações eficaz para atender suas necessidades especificas. É importante também que a escola disponibiliza diversas experiências para que a criança tenha oportunidade de adquirir diferentes relações sociais com seus pares e oferecer o atendimento ás suas necessidades de aprendizagem. Essa fase é um processo de alfabetização que precisa ser estudada e refletida pelos professores e familiares. (p. 164).
“ Sistema Braille é o processo de escrita em relevo mais utilizado mundialmente pelas pessoas cegas e é aplicado ás representações dos símbolos literais, matemáticos, químicos, fonéticos, informáticos e musicais”. (CRESPO, 1980 apud PINERO; QUERO, DÍAZ, 2003)
Ao ensinar Braille ao deficiente visual é importante considerar determinados fatores que intervém nesse processo. A criança vidente consegue ver detalhes que as estimulame geram interesse pela leitura, já a criança cega deve ter uma explicação acessível a sua idade, de modo que possa atrai-la. Desta maneira, é essencial um apoio para que tenha um desenvolvimento da autoconfiança nas suas viabilidade e autoimagem positiva. A atitude do professor e o ambiente familiar são essenciais nesse processo de aprendizagem.
Vem sendo estudado pelos pesquisadores Raposo e Mól (2011) na universidade de Brasília como é realizado o ensino de Química para os estudantes com deficiência visual que cursa o Ensino Médio. Essa pesquisa visa á formação cidadã por meio de aprendizagens que viabiliza a interação consciente com o mundo e induzem ao conhecimento e uso de tecnologias e de diferentes materiais e substancias presentes no cotidiano. Forram desenvolvidos métodos de trabalho que propõem algumas adequações nos livros didáticos em Braille, adaptar em relevo e modelos tridimensionais imagens, tabela e gráficos, adaptar também os elementos químicos utilizados como organizadores prévios da aprendizagem. Nas aulas de experimentos, aquilo que é percebido pela visão, foi adaptado para atender o deficiente visual, utilizando experimentos não tóxicos que podiam ser percebidos pelo tato, olfato, e até mesmo, pela degustação. (p.168)
Os alunos com deficiência visual em qualquer etapa e nível de ensino podem apropriar de recursos e estratégias que os apoiam na realização de atividades escolares, pessoais, profissionais e sociais. As mudanças feitas no currículo podem ser solicitadas para estimular o desenvolvimento da competência curricular e o sucesso do desempenho acadêmico. (p.168
 O desenvolvimento tecnológico tem contribuído com as pessoas em geral e à independência e autonomia de pessoa com restrições na acessibilidade. Além disso a tecnologia assistiva está ligada com os sistemas de apoio que as pessoas podem necessitar para seu melhor funcionamento cotidiano e comunitário. (p.168).
Alguns dos recursos da tecnologia assistiva facilitam o acesso dos estudantes com deficiência visual, do ponto de vista arquitetônicos, urbanísticos, de mobiliário, de transportes, de informação e de comunicação. Normalmente as pessoas cegas costumam utilizar o sistema Braille para escrever e ler. Sistema inventado por Louis Braille, que ficou cego aos anos de idade. Baseado no protótipo de Louis, a reglete e o punção é o recurso mais utilizado para escrever. Esse equipamento imprime pontos em relevo organizados e de modo combinado em quantidade e posição formando letras, palavra e frases, além de números e outros símbolos matemáticos, químicos, fonéticos, informáticos e musicais. Existe também a Máquina Braille Manual e a elétrica e impressoras braille elas produzem materiais em média e larga escala e utiliza programas de conversão tintas/braile. Além dessas tem o recurso soroban muito utilizado para operações matemáticas. Este ábaco era utilizado pelos orientais, e foi adaptado no Brasil em 1948, facilitando o uso das pessoas cegas. (p.169-170).
Hoje em dia existem vários meios de recursos, desde calculadoras sonoras a computadores e aparelhos celulares com calculadoras e programas de voz integrados. Esses recursos são fundamentais para a independência e autonomia da pessoa com deficiência visual. Do mesmo modo os alunos com a visão baixa necessitam de diversos apoios para desenvolver atividades escolares e cotidianas. Os recursos utilizados são propícios ao atendimento de cada especialidade, esse grupo exige uma avalição e planejamento adequados que envolvem uma equipe multiprofissional, para esses são consideradas ajudas técnicas para a realização de atividades, como a ampliação de texto; softwares; cadernos com pautas ampliadas; lápis e canetas com grafites mais escuros; prancha de plano inclinado; guias para leitura; lentes especiais; e vários outros sistemas de adaptações em materiais e recursos especiais. Através desses meios o aluno se desenvolve em qualquer etapa escolar, portanto é fundamental que as escolas se adaptam adequadamente para atenderem os alunos com baixa visão. (p.171-172).

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