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TEORIA GERAL DAS PROVAS PROVA ■ Conceito : (1) etimológico – demonstrar perante outrem a verdade dos fatos; (2) jurídico – meio com que se estabelece a convicção do juiz a respeito dos fatos constantes do processo PROVA ■ Objeto : fatos da causa deduzidos pelas partes controvertidos = confronto entre Autor e Réu FATOS relevantes = influentes e que têm relação com a causa determinados = identificados no tempo e no espaço PROVA ■ Independem de prova – art. 374 (1) fatos notórios = seu conhecimento faz parte da cultura normal de um determinado grupo social no tempo em que se decide; * * exemplos : período de safra de café; data da Independência do Brasil; * podem ser reconhecidos de ofício pelo juiz, desde que as partes se manifestem (art. 10) PROVA ■ Independem de prova – art. 374 (2) fatos afirmados por uma das partes e confessados (= reconhecimento expresso; judicial ou extrajudicial; o procurador precisa de poderes especiais) ou admitidos (= omissão; judicial; o procurador não precisa de poderes especiais) pela outra PROVA ■ Independem de prova – art. 374 (3) fatos em cujo favor milita presunção legal (= fundada em norma jurídica) de existência; a presunção pode ser absoluta (ex.: um cônjuge autorizou o outro a contrair dívidas para a economia doméstica – art. 1643 CC) ou relativa (ex.: declaração de não poder arcar com as despesas processuais – art. 99, parágrafo 3º) PROVA ■ Independem de prova – art. 374 (4) direito – art. 376 PROVA ■ Destinatários : juiz e partes ■ Finalidade : formar a convicção do juiz acerca dos fatos da causa ■ Momentos : (1) proposição – fase postulatória (2) admissão – fase ordinatória (3) produção – fase probatória PROVA ■ Prova de fora de terra – art. 377 CPC – a ser produzida em território sob jurisdição diversa à do juiz da causa ■ Prova “ad perpetuam rei memoriam” ou produção antecipada de provas – preventiva – arts. 381 e seguintes CPC PROVA ■ Sistemas de apreciação (1) ordálias ou juízos de Deus – a valoração da prova é fundada em desafios físicos; ex.: brasas (2) prova legal ou tarifada – a carga probatória já vem preestabelecida em norma escrita PROVA ■ Sistemas de apreciação (3) livre convencimento ou persuasão íntima – liberdade absoluta para o juiz; convicções pessoais sem necessidade de justificativa (4) persuasão racional ou convencimento motivado – o juiz forma seu convencimento, dando às provas o peso que entender cabível, não havendo uma hierarquia entre elas, mas deve explicá-lo na sentença; adotado no Brasil (art. 93, IX CF c/c art. 371 CPC); exceções : regras episódicas de prova legal (ex.: art. 5º, parágrafo único, inciso I CC; art. 541 CC) PROVA ■ Sistemas de apreciação OBS.: o juiz não pode valorar as provas contra as regras da experiência (= hipótese construída por indução sobre a observação do que de ordinário acontece) – art. 375 CPC Normas estruturantes do direito probatório (1) Poderes instrutórios do juiz – art. 370 CPC (a)a atividade probatória é atribuída às partes, cabendo ao juiz, se for o caso, atividade complementar; (b) a atividade do juiz pode ser substitutiva da das partes em caso de vulnerabilidade econômica ou técnica; Normas estruturantes do direito probatório (1) Poderes instrutórios do juiz – art. 370 CPC (c) a iniciativa probatória do juiz reforça o respeito ao princípio da isonomia (igualdade real) e se relaciona com a inversão do ônus da prova; (d) a iniciativa probatória do juiz não colide com o princípio da imparcialidade, pois, ao determinar a produção, o juiz não tem como antever seu resultado; ademais, as partes vão se manifestar a respeito das provas produzidas e o juiz, ao decidir, terá que motivar; Normas estruturantes do direito probatório (1) Poderes instrutórios do juiz – art. 370 CPC (e) a parte pode dispor de seu direito de produzir determinada prova por negócio jurídico processual (ex.: as partes acordam em não produzir prova pericial); observados os pressupostos do art. 190 e sendo válido o negócio jurídico processual, o juiz fica a ele vinculado; se houver dúvida quanto à ocorrência de determinado fato, o juiz deve aplicar as regras do ônus da prova. (f) o juiz pode indeferir as provas requeridas. Normas estruturantes do direito probatório (2) Aquisição processual da prova (princípio da comunhão da prova) – art. 371 (a)a prova, uma vez produzida, adere ao processo, sendo irrelevante saber quem a trouxe; o que importa é a sua existência e não a sua origem; a prova é produzida para o processo. Normas estruturantes do direito probatório (2) Aquisição processual da prova (princípio da comunhão da prova) – art. 371 (b) realizada, a prova produz efeitos para todos os sujeitos processuais : seja para beneficiar ou para prejudicar; (c) a eficácia da prova é homogênea : atribuído valor à prova, repercutirá na esfera de seu produtor e de todos os demais sujeitos do processo; vale, também, para os litisconsortes unitários ou simples Normas estruturantes do direito probatório (3) Provas atípicas – art. 369 Normas estruturantes do direito probatório (4) Proibição de prova ilícita (= aquela que contraria qualquer norma do ordenamento jurídico) – art. 5º, inciso LVI CF (a) Provas ilícitas por derivação (= a partir de outra ilicitamente obtida) – teoria dos frutos da árvore envenenada – ex.: documento encontrado após invasão de domicílio Normas estruturantes do direito probatório (4) Proibição de prova ilícita (b) Admissibilidade – excepcional e desde que atendidos alguns critérios : (b.1.) imprescindibilidade – não há outro meio de demonstrar ou outro meio é extremamente gravoso para a parte (b.2.) proporcionalidade – bem da vida violado x bem da vida tutelado pela ilicitude da prova (b.3.) punibilidade – a conduta para sua obtenção deve ser sancionada Prova emprestada – art. 372 ■ Conceito : Traslado, de um processo para outro, de provas orais ou periciais, mas não quanto às documentais (pois basta sua juntada por cópia). ■ Ingressa no outro processo sob a forma documental. Prova emprestada – art. 372 ■ Necessidade de observância do contraditório tanto no processo originário quanto no processo para onde é transladada. ■ Aquele contra quem se pretende utilizar a prova emprestada deve ter participado de sua produção; se nenhuma das partes participou de sua produção, não há problema, pois o contraditório será garantido no processo para o qual for trasladada. Prova emprestada – art. 372 ■ Avaliação : (a) guarda a eficácia do processo em que foi colhida na conformidade do poder de convencimento que trouxer consigo; (b) se a prova pode ser reproduzida sem maiores custos, a prova emprestada tem diminuído o seu valor probante. Ônus da prova ■ “ônus” – situação daquele que poderá sofrer consequências processuais desfavoráveis por não agir Ônus da prova ■ O ônus da prova é bifronte : (a) subjetivo – regra de conduta dirigida às partes; cada parte sabe que deve comprovar o quê alegou; (b) objetivo – regra de julgamento dirigida ao juiz; ao final da atividade instrutória, o juiz decide quem deve suportar as consequências negativas por não agir; somente importa em situações de ausência ou insuficiência de provas, pois, se a prova foi produzida, não interessa saber quem tinha o ônus de fazê-lo. Ônus da prova ■ Concepção moderna : o juiz deve usar primeiramente os poderes que lhe confere o art. 370 CPC e somente supletivamente valer-se do art. 373 CPC. Ônus da prova ■ Distribuição : (a) legal – art. 373; (b) convencional – art. 373, parágrafos 3º e 4º c/c art. 190 e 200 CPC; Ônus da prova ■ Distribuição : (c) judicial (“distribuição dinâmica”) – art. 373, parágrafo 1º • pode ser aplicada “ex officio” - v. art. 1.015, inciso XI; • regra de procedimento que visa o equilíbrio das partes – v. art. 7º • requisitos : peculiaridades; impossibilidadeou excessiva dificuldade (v. art. 373, parágrafo 2º); decisão fundamentada; oportunidade de se desincumbir
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