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APOSTILA COMPLETA - PROC V (1)

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO Elaborado pelos Novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP 
Disciplina: Processo Civil V - S 13 de Fevereiro de 2019 Cód. Transcrição: 01 Aula 01 - 1º GQ INTRODUÇÃO AO PROCESSO CIVIL V Começaremos nossos estudos deste período pelos procedimentos especiais no processo civil (tutelas provisórias), onde entenderemos as liminares que escutamos tanto falar em nosso cotidiano. As Tutelas Provisórias dividem-se em tutelas provisórias de Urgência e tutelas provisórias de Evidências que serão nossos objetos de estudo neste semestre. Chama-se provisória estas tutelas que não são definitivas com relação ao problema que pretendemos sanar. Diferentemente do processo longo de conhecimento e de execução com uma carga de cognição exauriente (demorada) e que devemos provar que a obrigação foi satisfeita para podermos executar, nas tutelas provisórias este percurso pode ser modificado provisoriamente. Esta demora que todos enfrentam neste processo contínuo de cognição até a execução, em algumas situações, deverão observar que alguns direitos que estão sendo discutidos podem botar em risco uma situação emergencial a um bem jurídico se não concedido de imediato. Mesmo assim, o processo não pode se encerrar só porque este bem poderá ser lesado. Os interesses em jogo estão em risco e para atender a situação emergencial o processo de conhecimento e execução não resolvem esta questão mesmo que tenha a demora eles não foram pensados para serem resolvidos de maneira tão rápida. Porém, em uma investigação de paternidade cumulada com alimentos para o menor que está por vir, ou ao que já exista, não podemos demorar tanto neste processo devido à urgência do alimentado, necessitando destes subsídios para sua sobrevivência. Devemos estabelecer alimentos provisórios devido ao bem jurídico tutelado. 
#NOVINHOSDODIREITO
 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO Elaborado pelos Novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP 
O sistema processual relativa seu procedimento legal veiculando ao julgador que provisoriamente inverta a situação dos fatos para tirar o risco de urgência de quem precisa imediatamente da proteção podendo a não concessão ser irreparável e irreversível no futuro. Ex: Vamos imaginar que no processo de execução onde esteja envolvido um automóvel que esteja na iminência de ser alienado para que não conste no patrimônio do devedor. É possível pedir ao juiz que ele fique sobre a guarda de um depositário até que o litígio seja resolvido eliminando o risco, com base em uma situação provisória. Devendo este cuidar e zelar pelo bem em sua posse. Aqui nas tutelas provisórias estudaremos todos os requisitos necessários para que elas sejam concedidas. Vamos ver todos estes detalhes. Atualmente existem dois tipos de tutelas provisórias: A) A tutela Provisória de Urgência; e B) A tutela Provisória de Evidência. A Tutela de Urgência é a mais conhecida são as liminares. Aquelas que devido ao risco de dano pode-se conceder diversas liminares em diversos assuntos em situações diversas com a possibilidade do risco que poderá vir a sofrer o bem jurídico. A Tutela de Evidência vai satisfazer provisoriamente o que eu pedi com base nas evidências que o juiz vai analisar no processo. Esta tutela não é muito frequente, os juízes quase não as concedem. Ex. um: Em uma demanda de pedidos de danos morais e materiais onde se concede apenas danos morais e o outro não o concede. Porém você pode demonstra que existe um alto grau de confiança com o resultado satisfatório da causa. Ex. dois: Se eu fizer um pedido que está sumulado e eu entro com uma ação, o grau de êxito será altíssimo as chances de ganhar. Onde eu peço em grau provisório que me conceda, pois já é quase certo que eu ganharei. 
#NOVINHOSDODIREITO
 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO Elaborado pelos Novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP 
Voltando a Tutela de Urgência, ela sofre ainda, mais duas divisões: A) A Tutela Provisória de Urgência de natureza Antecipada (satisfativa); e B) A Tutela Provisória de Urgência de natureza Cautelar. Diante de uma situação de risco que pode vir a acorrer o código indica dois caminhos a serem seguidos. Vamos satisfazer provisoriamente o pedido por uma questão de urgência por diversos motivos. Ex: A guarda provisória devido a uma situação de emergência que me satisfaz provisoriamente. Esta satisfação foi a minha satisfação o que eu pedi foi atendido, logo Tutela de natureza Antecipada satisfativa. A de natureza cautelar não satisfaz o meu pedido, não satisfaz a minha satisfação individual, mas resguarda, assegura que o bem jurídico a ser tutelado fique em segurança. Ex: Eu peço que o menor seja protegido de possível risco a sua integridade e o juiz não me concede, porém atende o pedido deixando o menor sobre a guarda de outra pessoa. Não satisfaz a vontade de ninguém, mas protegeu os interesses jurídicos que estavam em jogo. A tutela estudada até o momento observou que são provisórias, mas surtem efeitos distintos, diferentes pretensões. Podem ser atendidas de maneiras distintas. 
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 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO Elaborado pelos Novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP 
Disciplina: Processo Civil V - S 18 de Fevereiro de 2019 Cód. Transcrição: 41 Aula 02 - 1º GQ CRISE NO PROCESSO - TUTELAS PROVISÓRIAS CABÍVEIS Há autores que usam a expressão "Crise no Processo" para mostrar a possibilidade de surgirem pequenos problemas no decorrer do processo, problemas estes que não exatamente fazem parte da questão principal, mas podem interferir nelas. Vamos lá: no Processo de Conhecimento podem surgir crises - problemas que podem prejudicar a investigação, podem prejudicar o processo de reconhecimento feito por você Juiz ou Juíza. Esses pequenos problemas precisam ser resolvidos, pois pode ser que essa pequena crise ou esse pequeno problema interferira substancialmente no resultado do processo. 1º exemplo: Ação de Cobrança Vejam só, vamos entrar agora com uma ação condenatória, uma ação de cobrança - não é uma ação de execução nem é uma ação monitória que a gente nem viu ainda e vocês vão ver só no final do semestre. Uma ação de cobrança é uma ação de conhecimento com eficácia condenatória. Na verdade esse nome não existe tecnicamente falando: não existe uma ação nominada, especificamente, como sendo uma ação de cobrança; é uma ação de reconhecimento cujo objetivo é reconhecer que a obrigação existe e condenar a pessoa devedora a satisfazer a obrigação. Então você vai precisar aqui de todo o processo de reconhecimento da existência da obrigação para chegar numa eventual condenação para posteriormente pedir o cumprimento de sentença caso não haja a voluntária satisfação da obrigação. Então veja só: você vai propor a petição inicial aqui neste momento. Proposta a petição inicial, vamos comunicar a parte ré. Vamos dizer que eu seja a parte ré desta ação e, mala como sou, vou começar a alienar o meu patrimônio sabendo que sou devedor. Eu sei que estou devendo a você (digamos que eu seja uma empresa, uma pessoa de má-fé...) e vou alienar meu patrimônio ao ponto de fazer com que daqui a 2 ou 3 anos, quando chegar no cumprimento de sentença que forem penhorar meus bens, eu não tenha bens. O que é que vai acontecer com seu crédito? Fica suspenso por prazo indeterminado com tese de que a prescrição volta a correr, ou seja: corre-se o risco de você não receber o crédito que foi identificado nesse processo de conhecimento. 
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 Existe então uma crise de eficácia do processo. Esse processo vai chegar num resultado - todo processo chega num resultado. A questão é se esse resultado é ÚTIL. A questão é se esse resultado atinge os objetivos sociais, econômicos, jurídicos do processo. Numa situação como essa em que eu começo a alienar meu patrimônio, surgeum sinal amarelo: não é vermelho porque não é todo o patrimônio, talvez eu faça uma alienação pequena para pagar parte de uma outra dívida. Então as funções do processo aqui, que seriam investigar, reconhecer, condenar e satisfazer a obrigação, estão em risco. O resultado vai chegar, mas completamente insuficiente no sentido de sua eficácia. Então surge um problema. E vejam: diante deste problema, a parte ré apenas foi citada. Vamos lembrar de alguns elementos do processo de conhecimento ordinário: A parte ré foi citada pra quê? Para comparecer em audiência marcada para daqui a 04 meses. Então a parte ré tem até 04 meses para comparecer em audiência, não é nem para apresentar contestação. Isso é tempo suficiente para eu, de má-fé, alienar todo o meu patrimônio? É. Quando chegar a audiência eu vou dizer que não tem acordo e vou ter mais 15 dias para apresentar contestação. Vamos partir então para a instrução: aqui vai ter juntada de documento, perícia se for o caso, ou seja, tem um espaço de tempo para investigar e obter elementos de informação para chegar a uma conclusão porque agora o Juízo realmente terá condições de proferir uma sentença. Vamos estipular que desde o fim daqueles 04 meses até a sentença terá mais uns 06 meses para fazer a perícia contábil, marcar audiência com perito, apresentar os quesitos para o perito, impugnar o laudo pericial... Até que finalmente chegamos à sentença em quase um ano desde a propositura da ação. Deu a sentença eu ainda vou recorrer com uma Apelação que, via de regra, terá efeito suspensivo - ou seja, a condenação não produzirá os seus efeitos - então nada poderá ser feito contra mim neste momento em termos de execução. Vamos em frente com o sistema recursal: a apelação foi julgada monocraticamente, eu recorri pra turma, julgaram a Apelação contra mim, eu vou embargar a declaratória só para ganhar tempo... Digamos que com tudo isso eu ganhei mais 06 meses. No fim das contas eu tenho quase um ano e meio até chegar no trânsito em julgado da decisão, quando finalmente você irá requerer o cumprimento de sentença. Daí começa bacenjud, infojud, bloqueio de conta corrente, ofício para 
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a receita federal para ver o patrimônio disponível... e por aí vai. Digamos que durante isso eu ganho uns 04 meses e acabo com um intervalo de quase 2 anos da petição inicial até o momento em que se vai fazer a penhora propriamente dita. O meu patrimônio só fica oficialmente vinculado ao processo neste momento. Em que parte de todo esse roteiro o meu patrimônio fica vinculado ao processo? Só na penhora. Em 2 anos eu me desfiz do meu patrimônio e você ficou sem créditos a receber porque diante de uma crise que surgiu que põe em risco a eficácia desse processo, o próprio processo de conhecimento não tem o que fazer porque tem que obedecer o procedimento previsto na legislação. Você como autoridade judicial, só com a petição inicial e a contestação, já poderia decidir em definitivo o processo? Tecnicamente até que pode mas só diante de uma situação muito específica de uma prescrição ou uma decadência... Regra Geral, NÃO. Qual é o ato que eu, parte ré mala, estou fazendo para prejudicar a satisfação do seu crédito? Alienação dos bens. O que eu posso fazer para prejudicar a futura satisfação do seu crédito é me livrar dos meus bens porque eu sei que se chegar à penhora e não houver bens disponíveis haverá a suspensão do processo por prazo indeterminado. Vejam só: surgiu uma situação emergencial, de risco ao resultado útil do processo. Esse processo tem que ter um fim. O fim vai ser útil? Depende: se tudo correr dentro dos conformes. Então, o que é que você, como autoridade judicial poderá fazer diante desta crise que põe em risco o resultado útil do processo? Você pode antecipar o julgamento? Não. Você pode desde já, desde o primeiro despacho na petição inicial, pegar uma quantia em dinheiro e entregar para a parte credora? Não, porque estamos no processo de conhecimento, a obrigação em si precisa ser declarada como existente então você não pode satisfazer provisoriamente o que a parte autora quer. O que a parte autora quer se desdobra em duas partes: 1 - reconhecer a obrigação; 2 - satisfazer o crédito. Você juiz ou juíza não pode satisfazer o crédito sem antes reconhecer a obrigação, ou seja, fazer a satisfação provisória. O que seria a satisfação provisória aqui? Pegar o dinheiro e entregar para a parte autora, ainda que o processo depois se desenvolvesse. Aqui nesse caso não cabe satisfazer provisoriamente porque se trata de um bem que se esgota facilmente, o dinheiro. 
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Aí você vai dizer: "mas o problema existe!" Nem posso antecipar o julgamento nem satisfazer provisoriamente e ainda corre o risco de o processo chegar ao final sem qualquer tipo de utilidade. Então, você irá tomar uma medida que é protetiva quanto aos interesses que estão em jogo neste processo. Você não vai satisfazer provisoriamente o que a parte autora quer, mas você vai criar uma situação que assegura o resultado útil do processo. É como se você, juiz ou juíza, fosse dizer à parte autora o seguinte: "parte autora, não dá para eu pegar dinheiro da parte ré e lhe dar, porque isso não seria provisório, é praticamente definitivo e irreversível." Você vai criar uma medida provisória cujo objetivo é assegurar um resultado. Como você vai fazer isso? Evitar a alienação de bens da parte ré declarando, provisoriamente, sua inalienabilidade: Inalienabilidade provisória dos bens da parte ré. O que é que esta medida está fazendo? Está impedindo, proibindo, a parte ré de alienar seu patrimônio, ou seja, vender, transferir, doar... É uma medida judicial que restringe atos de alienação. Essa medida satisfaz o que a parte autora quer? Não, a parte autora quer dinheiro! Então ela não é de natureza satisfatória, mas ela toma providências para que essa satisfação se torne possível mais na frente. Porque se a gente hoje vincula parte do patrimônio da ré ao processo, declarando sua inalenabilidade, tudo leva a crer que quando chegar no momento da penhora a gente terá bens que podem ser penhorados porque a gente chegou e prendeu os bens ao processo. Isso é uma medida provisória? É. Porque se chegar na sentença e a parte ré pagar voluntariamente, os bens se tornam automaticamente livres. Então essa inalienabilidade é provisória. é uma medida provisória que satisfaz o interesse de alguém? Não, é uma medida provisória que protege uma eventual e futura satisfação. Quanto a medidas provisórias, temos duas hipóteses 1ª hipótese: Tutela Provisória Antecipada Se for para satisfazer a vontade da parte autora, eu tenho uma tutela provisória satisfativa. É aquilo que a gente chama de Tutela Provisória Antecipada. Antecipa o que? A satisfação, o gozo, a fruição daquilo que a parte autora quer. Por isso se diz antecipada, porque está antecipando um possível resultado. 2ª hipótese: Tutela Provisória Cautelar Mas aqui no nosso exemplo não, ela é não satisfativa. É essa medida que a gente vai chamar de Cautelar. Então as medidas cautelares não satisfazem o objetivo principal da autora, mas ela protege essa satisfação. 
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Tanto a cautelar quanto a satisfativa propriamente dita são provisórias. Porque elas são tomadas no decorrer do processo, antes que você, autoridade judicial, dê a sua resposta definitiva à questão. Isso tudo está acontecendo num processo de conhecimento (nosso exemplo) mas poderia também estar ocorrendo num processo de execução, principalmente se a parte ré entra com embargos executivos, que suspendem a eficácia executiva do processo e aí fica o risco de não rolar a satisfação do crédito.Só para relembrarmos: Os embargos à execução suspendem o andamento do processo de execução? Eles PODEM suspender (não é automático, mas eles PODEM suspender) desde que seja feita a penhora. E por que tem que ser feita a penhora? Porque se não fizer a penhora, enquanto o processo estiver suspenso, a parte pode alienar os bens e, quando voltar, não ter bens para a execução. Vejam então que o próprio processo adota medidas de segurança: não dá pra pegar o crédito e já entregar ao credor porque pode ser que nos embargos fique demonstrado que o credor está errado, mas diante da hipótese de o devedor ser o errado, a gente protege os bens, restringe os atos de alienação para deliberar. Então os mecanismos processuais fazem isso: ora satisfazem, ora não satisfazem, ora asseguram... Tudo dependendo da pretensão da parte autora. 2º exemplo: Intervenções Cirúrgicas de Emergência Qual é a discussão por trás disso? É a necessidade da cirurgia? Não. É a cobertura dos gastos. A pessoa vai chegar no hospital, vai precisar da cirurgia e existe um laudo médico sobre a necessidade da cirurgia. Só que a cirurgia mais o pós-cirúrgico e etc. custa uns R$ 150.000,00. Quando se entra em contato com o plano de saúde o plano diz "não, o meu contrato com essa pessoa não cobre esse tipo de cirurgia.". O paciente por sua vez vai dizer "cobre sim, porque está na cláusula X!". Diante da discussão entre "cobre" e "não cobre" você vai precisar de uma intervenção judicial, de um processo de conhecimento. Para que serve esse processo de conhecimento? Para discutir a cobertura do contrato. Você vai propor essa ação para responder a seguinte pergunta: "Esse contrato cobre essa cirurgia?". É um processo de conhecimento porque existe divergência sobre uma cláusula Nesse caso seguiremos o mesmo procedimento do exemplo anterior (contestação, sistema recursal, etc...) até que a obrigação seja reconhecida. 
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Porém, ENQUANTO a obrigação AINDA não é reconhecida, você juiz está diante de outra crise. Existe uma crise, um problema: o paciente precisa fazer a cirurgia e não tem 150.000 reais para arcar com as despesas hospitalares. O que é que você pode fazer neste momento diante dessa emergência? Você vai assegurar o resultado útil do processo? Não, só se congelasse o paciente. Então, não tem como tomar uma medida que seja asseguratória, que proteja o resultado do processo. Mas tem como tomar uma medida que provisoriamente satisfaz o objetivo do autor, ou seja, autoriza a cirurgia e só depois a gente discute a cláusula do contrato, se cobre ou não. Então aqui não cabe assegurar o resultado útil do processo: cabe satisfazer provisoriamente com base em verossimilhança (expressão antiga) ou probabilidade. O que define se é cautelar ou se é antecipada não é necessariamente os requisitos: é a situação. Porque os requisitos são os mesmos: perigo, verossimilhança, risco de lesão... Mas é você - juiz ou juíza - quem decide se vai assegurar o resultado útil ou se vai satisfazer provisoriamente a vontade da parte. Então eu pergunto a você: você, juiz ou juíza, autorizou a cirurgia e o processo seguiu o seu fluxo até que você chegou à conclusão de que o plano de saúde realmente não cobria a cirurgia... O que você faz? Um dos requisitos para a tutela provisória é a reversibilidade da situação. Então você só está autorizado(a) a dar uma medida provisória se a situação por ela criada for reversível. Por exemplo, se bloqueou os bens pode desbloquear; se deu a guarda provisória à mãe pode mudar para o pai; pode condenar a dar alimentos de forma provisória e depois revogar a decisão; você autorizou a cirurgia de emergência e agora pode desfazer a cirurgia? NÃO. Mas, como eu falei logo no início do exemplo: a discussão não é a necessidade da cirurgia e sim os custos dela. A decisão foi: seja feita a cirurgia sob custas do plano de saúde. Mais na frente você vai determinar: "a cirurgia foi feita, está tudo bem, mas agora o paciente vai pagar". Ou seja, você vai condenar o próprio paciente que no início recebeu uma vantagem. Esse é o motivo de a tutela ser provisória. Outro exemplo é o bloqueio de passaporte do devedor: para evitar a dificuldade de encontrar o devedor, você bloqueia o seu passaporte para que não possa sair do país. Essa medida não garante, mas meramente facilita o resultado útil do processo. 
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Enfim, todas essas medidas - tutelas provisórias antecipadas ou cautelares - nós tomaremos através de liminares ou decisões provisórias. Mais uma vez, façamos uma revisão: Tipos de atos do juiz: despachos, decisões interlocutórias e sentenças/acórdãos. Despachos são providências do juiz sem conteúdo decisório (citar, intimar, etc.). Ele não está decidindo, apenas pondo em andamento o processo. Isso quer dizer que você não recorre de despachos, porque só se recorre de DECISÕES; Decisões Interlocutórias são manifestações do juiz pelas quais ele resolve incidentes processuais, questões processuais (preliminares, prejudiciais.). Essa decisão não põe fim ao processo, apenas resolve uma questão. Não é, ainda, a manifestação definitiva sobre o resultado do processo. É como a decisão sobre a competência do juízo: ela não põe fim ao processo, mas resolve um incidente processual; Quando todos os incidentes são resolvidos - o chamado saneamento processual -, há condições de dar a resposta definitiva para a situação: Sentença. Eu fiz essa revisão porque nós, ao estudarmos a tutela provisória, estudaremos incidentes processuais: risco de morte, risco do menor não se matricular na escola, risco da parte ré viajar para o exterior e sumir, risco do descumprimento contratual prejudicar orçamentos, o risco da banda contratada não tocar na formatura... Todos problemas processuais que não são definitivos: são provisórios. Afinal, uma decisão interlocutória não faz coisa julgada (regra geral) porque não é essa a sua função. Para concluir: Surgiu essa crise no processo. Precisaremos de outro processo para resolver isso? Tomando o primeiro exemplo, da ação de cobrança na qual você suspeita que a parte está tentando alienar os bens para fugir da execução, você irá entrar com outra ação para resolver esse problema que põe em risco o resultado do processo? Em princípio, NÃO. Você não vai precisar de um processo incidente, você vai abrir um incidente processual. Mas, há uma hipótese que estudaremos mais na frente em que, se você não tiver condições de propor a ação (por falta de documentação, pro exemplo) 
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mas já percebeu que o devedor está se desfazendo de seu patrimônio, você pode propor uma ação cujo objetivo é obter a tutela provisória. Ou seja, entrar com um pedido provisório antes mesmo de entrar com o pedido definitivo. Mas isso é assunto para outra aula. 
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Disciplina: Processo Civil V - S 20 de Fevereiro de 2019 Cód. Transcrição: 24 Aula 03 - 1º GQ NOÇÕES GERAIS DE TUTELA SOBRE TUTELA PROVISÓRIA (continuação) Existem duas naturezas de tutelas provisórias: 
• Tutela provisória de urgência antecipada 
• Tutela provisória de urgência cautelar Diante de uma situação urgente você vai satisfazer provisoriamente o pedido, ou seja, satisfazer provisoriamente a pretensão da parte autora ou, dependendo da hipótese, garantir a satisfação futura do pedido. Medidas de natureza provisória em qualquer momento podem ser revogadas, com ou sem a provocação das partes, caso os requisitos para as medidas deixem de existir. FUNGIBILIDADE das tutelas de urgências: Em âmbito de tutela provisória a autoridadejudicial tem amplos poderes de ofício, podendo tomar todas as providências necessárias, inclusive para substituir o tipo de tutela (EX: pediu-se antecipada, concedeu-se cautelar). É pouco provável de acontecer, mas é possível que seja pedida tutela cautelar e o juiz conceda tutela antecipada. Na decisão principal vincula-se o pedido e não se admite decisão extra petita, mas numa situação emergencial se requerem medidas que não são definitivas contra o mérito, assim podendo divergir do pedido. LIMINARES: São decisões interlocutórias tomadas em grau inicial do processo, pelas quais se providencia uma das modalidades das tutelas provisórias de urgência, podendo ser cautelar ou antecipada. Os efeitos da liminar são limitados, apesar de não existirem expressamente nos códigos, sendo basicamente decisões interlocutórias que tratam de tutelas de urgência. Ex: Alega-se perigo de dano, pede-se uma liminar ao juiz para satisfazer ou proteger a futura satisfação. O juiz pode expedir liminar até mesmo antes de citar a parte ré, caso seja pedido que examine as provas documentais, e que tome uma decisão com base na situação de emergência. INAUDITA ALTERA PARS/PARTE 
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Nos outros casos em que não houver esse risco iminente, o juiz intima a parte ré se manifestar sobre o pedido de liminar. Caso depois da resposta conceda a tutela pedida, ainda é uma liminar. Existem situações práticas quase que taxativas no que diz respeito a concessão de liminares, como em emergências medicas/cirúrgicas, impedir alguém de sair do município/estado/país ou até mesmo para que se apresentem documentos que estão na posse do réu. PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA: Se um documento estiver em condição delicada (em decomposição, perigo iminente de deixar de existir) a parte pode pedir que sejam produzidas as provas antes da instrução. Inclusive testemunhos podem ser recolhidos (Ex: idosos, doentes, estrangeiros.) para facilitar o processo. Contudo a produção antecipada de prova não é considerada uma liminar, apenas uma decisão interlocutória. EX: Numa ação pede-se uma liminar, de tutela provisória de urgência, sendo concedida antes mesmo da citação do réu. Após o réu ser citado para contestar, ele tem 15 dias para poder agravar a decisão que concedeu a tutela. Existem várias medidas que precisam ser postas em pratica. A liminar é um elemento carregado de eficácia executiva, assim caso não seja voluntariamente cumprida, todos os mecanismos executivos disponíveis serão utilizados para garantir o cumprimento da tutela provisória. Ex: Expediu-se uma liminar suspendendo uma obra para averiguação no projeto. Visto que no tempo do decorrer do processo a obra pode ser concluída, impondo assim uma obrigação de não fazer até que sejam averiguadas todas as irregularidades. Caso a liminar não seja cumprida, uma medida de natureza executiva pode ser utilizada, como a aplicação de multa diária até que a obra seja suspensa. 
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Disciplina: Processo Civil V - S 25 de Fevereiro de 2019 Cód. Transcrição: 03 e 33 Aula 04 - 1º GQ NOÇÕES GERAIS (continuação) Nas aulas anteriores foi discutido a tutela provisória e a sua provisoriedade, que pode ser revogada a qualquer momento; que é baseado em uma situação de fato específica, que, por sua vez, pode simplesmente sumir, e então, a medida que anteriormente era necessária, será revogada; tutela provisória de urgência ou de evidência, dependendo da hipótese - contudo a de urgência está sendo mais trabalhada, pois é mais prática, mais compreensível e mais presente em situações reais. Urgência, pois envolve um risco a um interesse jurídico que está sendo discutido no processo, ou um risco que diz respeito à eficácia do próprio processo. Dependendo, é uma hipótese em que o processo vai chegar no final, mas esse sem qualquer tipo de utilidade. Diante disso, o sistema autoriza que o juiz tome providências liminares; trabalhando o conceito de liminar – liminar que antecipa a satisfação do que o autor está pedindo (tutela provisória de urgência antecipada ou satisfativa), ou não satisfaz, mas protege, assegura (tutela provisória de urgência de natureza cautelar). Liminares, como foi visto, decisões interlocutórias que resolvem um tipo de problema associado a essas tutelas provisórias. Temos, a liminar inaudita, que é sem ouvir a parte contrária; a liminar em que se ouve a parte contrária, mas que não deixa de ser liminar. Faz uso das medidas executivas, para que seja eficaz, etc. Parte dos manuais fazem uma pequena conclusão ao que diz respeito a outro jogo sofisticado de linguagem – mencionando a autonomia e a referibilidade -. Ao explicar a autonomia, mencionam a referibilidade e vice e versa. Quando se coloca autonomia como característica da tutela provisória, a doutrina quer dizer que existem requisitos próprios para o uso das tutelas provisórias; existem mecanismos próprios para eficácia da tutela provisória. Então, existe uma autonomia no que diz respeito àquilo que vai ser examinado pela autoridade judicial para a concessão da tutela provisória. É como se fosse uma autonomia de requisitos, de pressupostos; em outros termos, uma autonomia de assuntos que o juiz pode examinar para conceder ou não a tutela. É diferente daquilo que será examinado para conceder ou não o pedido principal. 
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 Quando se entra com uma petição inicial, é feito o pedido principal, o mérito do processo, a questão principal. E o juiz precisa examinar tudo e obedecer todo o procedimento previsto para o processo comum, para que em definitivo ele satisfaça ou não o pedido que foi feito. Logo, o juiz precisa examinar todo o âmbito cognitivo do processo – todos os aspectos de fato, de direito, levantados pelo autor ou pelo réu. Agora, se na petição inicial, junto com o pedido principal, é feito um pedido de tutela provisória de urgência, por exemplo, o juiz para conceder ou negar o pedido vai examinar, principalmente, o requisito de urgência – se é urgente, qual o risco, qual o perigo -. O juiz precisará responder perguntas para enfrentar a provocação feita acerca da tutela. Ele não irá responder o pedido principal, mas sim a necessidade de adotar ou não uma medida associada à tutela provisória de urgência. E se o juiz chegar à conclusão de que a medida é necessária, ele responderá uma nova pergunta: qual é a medida? Satisfativa ou cautelar? Ou seja, qual é a medida que na prática vai resolver a situação? Bom, como existe uma espécie de autonomia, diz respeito à pressupostos, à requisitos. Por isso que associada a essa confusão, a doutrina também vai enfrentar essa questão. Naturalizando o mérito próprio. Percebam que a questão da autonomia não é procedimental; todas as perguntas que o juiz irá responder ocorrem no mesmo processo, não se faz nova ação, novo procedimento, ou processo anexo, etc.; ocorre no processo em que se enfrenta o pedido principal. Exemplo, plano de saúde e intervenção cirúrgica de emergência. Qual é a questão principal? O contrato de plano de saúde cobre? Esse é o mérito da ação, a questão principal que precisa ser resolvida. O juiz precisará examinar o contrato, as cláusulas, diretrizes da INS, jurisprudência do STJ, contraditório, ampla defesa, ou seja, passará por todo o processo de conhecimento para encontrar a resposta. Porém, a parte pede liminar; alegando que existe uma situação emergencial, e que a cirurgia precisa ser feita. O juiz precisará responder essa questão (existe o risco? Tem o perigo? Existe laudo médico determinando que a cirurgia seja feita de imediato sob risco de provocar lesões irreversíveis? Etc.). Observe, existe um mérito próprio, no sentido de que existem tópicos,elementos de informação independentes do pedido principal. A questão principal desse processo é se o contrato do plano de saúde cobre ou não, essa questão em princípio está fora da liminar, uma vez que essa vai se basear em ser urgente ou não. 
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O máximo que pode acontecer, é que essa liminar tem que ter um mínimo de relação com a questão principal – chamada de probabilidade. Exemplo, Jorge é cliente da UNIMED, tem contrato, tem mais de 3 anos de contrato. É provável que o contrato dele cubra a cirurgia que ele precisa fazer? O juiz irá responder essa pergunta depois, pois antes ele irá responder à questão da tutela. Quando se classifica a tutela provisória como autônoma, não é com uma independência do processo de procedimento. É autônoma quanto a existência de requisitos próprios, de uma matéria específica a ser examinada. Por isso que boa parte da doutrina vai falar do mérito próprio da tutela, que pode ser traduzido como “coisas a serem examinadas diferente do que será examinado para a questão principal”. Exemplo, ação de investigação de paternidade cumulado com pedido de alimentos provisórios. A questão principal é se existe a filiação, então, será feito exame de DNA, investigação, etc. Contudo, o menor, autor da ação, já demonstra que está em grau de carência de meios de subsistência, logo, existe risco, perigo, urgência. É provável, é possível que o autor seja realmente filho do réu? Possível é, biologicamente falando; portanto, se possível: liminar. Pois na liminar foi examinado algo próprio dela, depois será examinado algo próprio do pedido principal. A expressão mérito próprio diz respeito ao assunto, mas não ao procedimento, este que é um só; porém, existem problemas diferentes para se resolver (o problema principal e os problemas paralelos – liminar). No começo do curso de Processo Civil, foi visto as normas fundamentais, e uma delas é o dever de fundamentação dos juízes; toda decisão judicial deve ser fundamentada sob pena de nulidade (CF). O CPC/15 dá muita ênfase à questão da motivação; a explicação dos juízes sobre o porquê ele tomou aquela decisão, para evitar que a decisão se resuma a “por falta dos pressupostos, indefiro”. Então, há a exigência de que o juiz motive/fundamente todos os seus atos decisórios. Considerando essa regra da autonomia, da independência, quando o juiz vai enfrentar a questão da liminar, será necessário a fundamentação da decisão, concedendo ou negando. Essa decisão há de ser fundamentada. Então, o que o juiz vai explicar na decisão que concede ou nega a tutela provisória, não é mesma coisa 
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que será explicada na sentença que concede ou nega o pedido principal. Dessa forma, tem-se o dever de fundamentação, contudo as explicações não serão as mesmas, pois existe o mérito próprio, o assunto próprio. Todo ato de decisão deve ser fundamentado. Quanto à referibilidade das tutelas provisórias, tem-se o sentido de fazer referência. A tutela provisória tem sua autonomia no que diz respeito à matéria, aquilo que precisa ser examinado para se conceder. É autônomo no que diz respeito aos pressupostos, mas deve fazer referência, mencionar, estar interconectado com uma questão principal. É simples, basta pensar: vai pedir de liminar o que se quer, sem que faça referência ao que é pedido em âmbito principal? Não. Se pede alimentos pois existe filiação. Não existindo filiação, não é preciso pedir a investigação de paternidade. Então, como se vai pedir uma liminar de alimentos sem que haja uma investigação de paternidade? É impossível. É necessário interligar o pedido de tutela provisória a uma questão principal, ou seja, é preciso fazer referência a uma questão principal, ainda que a tutela provisória seja autônoma no que diz respeito aos seus pressupostos. Digamos que Ana possui um crédito que ainda não é um título executivo. Ela vai entrar com uma ação, cujo objetivo é cobrar. Ou pode ser uma ação de indenização, onde o juiz, dependendo do caso, terá que reconhecer se existe a obrigação para depois condenar alguém a satisfazer. Relembrando, o processo de conhecimento vai passar por todos os atos típicos até que chegue na sentença condenatória, até que seja concluído o sistema recursal, para começar o cumprimento de sentença. Nesse intervalo de tempo o réu pode se desfazer do seu patrimônio, ou eliminar bens para penhora, trata-se de alienação fraudulenta, mas pode. Existem meios processuais para que se evite esses atos de alienação: tutela provisória de urgência que segura alguns bens a esse processo. É uma medida cautelar, não há satisfação do crédito, mas protege uma futura satisfação. Uma das tutelas provisórias que tem nome é a medida cautelar de arresto. Com base no exemplo acima, essa medida é autônoma no que diz respeito aquilo que é preciso examinar para conceder ou negar, pois isso só ocorrerá com o perigo, risco, então é autônoma quanto ao seu mérito. Mas ela existe independente de existir o processo principal? Não. Tem-se que fazer uma referência, mencionar que essa medida é útil para que esse processo encontre seus objetivos, sua satisfação. Essa é a medida cautelar de arresto, fazendo um exemplo de uma referência à questão principal. Isso tudo ajuda na elaboração do seu pedido de liminar, porque na petição 
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principal, ao redigir o pedido principal é preciso lembrar dos requisitos próprios da tutela provisória (ex.: vera semelhança, perigo de lesão e etc). Mas, ao mesmo tempo, é preciso fazer a interligação da necessidade disso, em relação ao pedido da petição. Então, é autônoma, no que diz respeito aos pressupostos, mas é dependente no que diz respeito à existência, uma vez que só existirá se fizer referência ao pedido principal. Desta forma, acabamos de verificar que o pedido feito na tutela provisória, é diferente do pedido feito no pedido principal, trabalhamos com pressupostos específicos, com requisitos próprios e etc.. Esse pedido feito é, naturalmente, incidente, ou seja, se entra com uma ação, faz o pedido principal, apresenta a petição principal e no mesmo momento/ato, fazemos o pedido de tutela provisória. Isso é possível e normal. Do mesmo jeito que também é normal se o pedido de tutela não for feito no momento de ingressão da ação, e sim no desenrolar do processo. Ou seja, já com o processo em andamento, surge uma situação de risco. Diante deste risco, é possível, em qualquer momento, fazer o pedido da tutela provisória. Basta que seja possível configurar a existência deste risco. Em ambas as hipóteses da realização do pedido de tutela, seja no momento da propositura da ação, seja no decorrer do processo, teremos a chamada tutela provisória incidente, ou seja, incide a tutela provisória no pedido principal. Com base nisso, qual é a competência do juízo para receber o pedido de tutela provisória realizado? O próprio juízo. Já que é incidente, ou seja, já que está sendo realizado junto com o pedido principal, ou dentro do processo, o mesmo juízo competente para a questão principal, mantem a competência para a tutela provisória incidente. No código de 2015, foi criado uma coisa nova, que até agora ninguém está intendendo, nem sabe como é que se faz. É o pedido antecedente de tutela provisória. A ideia é basicamente o seguinte: digamos que para fazer o pedido principal, o demandante precisa de alguns documentos que não estão em posse dele, ainda (ex: foi no cartório e pediu uma certidão que será dada em tantos dias úteis, ou foi na TSTU e pediu uma declaração que será dada em tantos dias uteis e que só com isso tudo é que poderá ser interposta ação, caso contrário, a inicial correrá o risco de ser indeferidapor falta de requisitos para a regularidade formal). No entanto, digamos que, mesmo sem ter posse de todos os documentos, já exista uma situação de risco ao pedido que será realizado na inicial, e que seja possível demonstrar ao juiz que é necessária a intervenção dele para evitar este risco ao pedido, ainda que não tenha 
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todos os documentos para a apresentação da inicial. Neste caso, pode-se apresentar uma ‘petição inicial simples’, que não satisfaça todos os requisitos formais, pedindo a tutela provisória de urgência, antes mesmo de apresentar o pedido principal. Ou seja, é um pedido de tutela provisória de urgência antes mesmo do pedido principal da ação. Neste caso, será dado um prazo para que o demandante faça a complementação. IMPORTANTE! Esta petição apresentada com o pedido de tutela, sem o pedido principal, NÃO É A PETIÇÃO INICIAL do processo. Ainda não foi visto, na prática, uma situação dessas, mas o código de 2015 prevê esta possibilidade. E o código ainda prevê o seguinte, caso a parte contrária não impugne a decisão da petição apresentada antes da inicial, está decisão, será a decisão do processo. É a chamada estabilização da decisão provisória pelo fato desta decisão não ter sido impugnada pela parte contrária, ou seja, ela vai se tornar a decisão do processo. Mas veremos isso mais a frente. No caso de tutela provisória de urgência antecedente, qual será o juízo competente para receber o pedido? O mesmo juízo competente para exame do pedido principal. Nesta peça que será apresentada primeiro, será basicamente um resumo da demanda para poder pedir a tutela provisória de urgência antecedente. Agora o pedido mesmo, com explicação, fundamentação e tal será feito na segunda peça que será apresenta, que é a petição inicial mesmo. Mas cuidado, se colocar o pedido principal nesta peça, deixa de ser uma tutela antecedente e vira incidente. E aí, tem a polêmica se a tutela se estabiliza ou não. Mas é uma polêmica sem resposta. 
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Disciplina: Processo Civil V - S 11 de Março de 2019 Cód. Transcrição: 54 Aula 05 - 1º GQ TUTELA DE URGÊNCIA Relembrando a última aula. Já foi visto as disposições gerais sobre a tutela provisória. Lembrando que a tutela é provisória porque é baseada em um exame não definitivo da situação, mas um exame que já permite uma atuação judicial. As medidas que vem com a tutela provisória podem ser revogadas a qualquer tempo. A tutela provisória pode se basear em URGÊNCIA e EVIDÊNCIA. URGÊNCIA quando acontece uma situação de risco que não pode esperar, que pode, inclusive, comprometer o resultado útil do processo, isso faz com que o juiz aja provisoriamente na situação. EVIDÊNCIA, quando o resultado do processo é bastante favorável ao autor, nesses casos, antecipa-se o resultado provisório ao autor. O processo segue, mas já é possível ter essa decisão. A tutela de urgência, por sua vez, separa-se em dois tipos: ANTECIPADA E CAUTELAR TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA Diante da situação de risco satisfará provisoriamente o que o autor quer, enquanto o processo anda. ex. Pensão alimentícia, intervenções cirúrgicas... TUTELA DE URGÊNCIA CAUTELAR Não satisfaz provisoriamente, mas se cria uma situação de cuidado para garantir o resultado útil do processo. A diferença entre a tutela antecipada e cautelar é justamente a SATISFATIVIDADE. TUTELA DE URGÊNCIA Historicamente, foram usadas duas expressões em latim que ficaram associadas a tutela cautelar, todavia, não se usa mais. São justamente as expressões fumus boni iuris e periculum in mora, tais expressões ainda servem para caracterizar os pressupostos da tutela de urgência, mas o código e a ciência processual não utiliza mais essas expressões. 
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Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Ou seja: PROBABILIDADE DO DIREITO + PERIGO DE DANO ou RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO Temos, dessa forma, dois requisitos sendo cumulados, sendo que, um dos requisitos, divide-se em dois. O primeiro fundamento da tutela de urgência é que o direito seja provável. Nesses casos o juiz olhará, inicialmente, se a petição inicial satisfaz os pressupostos processuais? Satisfaz as condições da ação? O autor juntou alguma prova inicial que dê indícios do pedido preiteado? (se as respostas forem positivas, o juiz poderá conceder a tutela). Pode acontecer que o autor venha a perder o processo, mas na inicial, ficaram demonstrados os indícios acima. A ideia é trabalhar com um alto grau de probabilidade baseado em elementos já demonstrados na inicial. Por isso, se a petição inicial foi feita de forma nojenta em que o autor não juntou provas que demonstraram indícios suficientes, não restou demonstrado o fumus boni iuris. fumus boni iuris é, basicamente, quando o direito é bom, mas ainda há uma situação nebulosa que necessita ser esclarecido, na linguagem jurídica atual, isso será chamado de probabilidade do direito. Não adianta o direito ser provável para que o juiz já possa expedir uma ordem, é necessário que tal pressuposto seja somado a outro. Lembrando que o próprio dispositivo supramencionado deixa claro que a probabilidade do direito deverá ser SOMADA com perigo de dano OU risco ao resultado útil do processo. Na prática fica complicado diferenciar o que seria risco ao resultado útil do processo e o que seria perigo de dano, por isso, na situação prática, os advogados utilizam os dois pressupostos e deixam sob a responsabilidade do juiz utilizar um ou outro para fundamentar sua decisão. Entenda que o processo judicial foi feito para demorar (não da forma que tá no Brasil), mas foi feito para durar, por exemplo, seis meses. Não será a 
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demora, em si, que justificará a intervenção de urgência, essa demora deverá ser qualificada, ou seja, essa demora deverá causar prejuízos. O perigo de dano é justamente o dano aos interesses em discussão: ex. Imagine que MARIA convivia com ZOZÔ e, posteriormente, ZOZÔ morre. MARIA, com a morte de ZOZÔ, deseja receber sua aposentadoria dele, bem como ser meeira dos bens, para isso, ingressa com uma ação judicial. Logicamente que essa ação demorará, discutir se houve ou não união estável, juntar provas, isso será algo que demandará tempo. Se MARIA já tem uma renda para subsistência, essa demora processual não lhe causará tantos danos, mas, se MARIA não tem renda nenhuma, essa demora passou a ser qualificada, uma vez que causará danos à MARIA. O risco ao resultado útil do processo é diferente, não há o risco de, por exemplo, deixar alguém sem os alimentos, mas sim do resultado do processo não ter utilidade. ex. Imagine que JOÃO propõe uma ação contra a empresa de VICTOR, enquanto o processo tramita, VICTOR começa a se desfazer do patrimônio da empresa, nesse caso, mesmo que JOÃO ganhe a porra do processo, corre o risco do resultado ser inútil (não ter o que executar). Pensando nisso, o código permite que enquanto o processo tramite o juiz tome uma providência (bloqueio dos bens) que possibilite, ao término do processo, sua satisfação. O caput do art. 300 deixa claro que probabilidade do direito deverá ser somada perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (um ou outro), mas, na prática essa diferença não é identificara tão fácil. Existe, ainda, para a tutela de urgência de natureza antecipada, um requisito específico, que é a REVERSIBILIDADE da decisão. Art. 300 § 3oA tutela de urgência de natureza antecipadanão será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. 
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Impende destacar que, no mundo real, a reversibilidade se transforma em dinheiro, por isso, na prática, quase tudo é reversível. (perdas e danos, indenização). A reversibilidade funciona como uma espécie de requisito específico para a tutela de urgência de natureza antecipada. (somem com os outros requisitos do caput). Ainda no art. 300, temos, como se fosse, duas categorias de tutela de urgência. Art. 300F § 2oA tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. Em uma situação real esse parágrafo prevê a possibilidade de o juiz receber a petição inicial e já conceder a tutela de urgência, nesse caso a decisão será LIMINARMENTE ou de o juiz receber a petição inicial, convocar as partes para uma conversa (como se fosse um reforço argumentativo da petição) e, posteriormente, decidir sobre a tutela de urgência, nesse último caso a tutela será APÓS JUSTIFICAÇÃO PRÉVIA. Com o pedido da tutela de urgência surgem três hipóteses: 1. O juiz negar; 2. O Juiz conceder de imediato a tutela (liminar); 3. O juiz nem negar, nem conceder, mas convocar as partes para uma conversa (justificação prévia). Isso decorre de um grau discricionário que o juiz pode se utilizar. Das decisões que o juiz tomar liminarmente podem ocorrer DANOS, por isso, o sistema permite que quem perdeu a liminar e sofreu danos, ganhe uma espécie de indenização em decorrência do dano, se posteriormente essa pessoa perde o processo. 
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Ou seja, O juiz concede uma liminar em favor de A, contra B; B prova que estava certo e ganha no mérito da questão; B sofreu DANOS em consequência da liminar; A terá que indenizar B. É por esse motivo que o código fala na possibilidade de uma caução que será exigida da parte que requerer uma tutela de urgência. Essa caução servirá de garantia para custear os DANOS sofridos. O código cria a responsabilidade aos danos causados a parte contrária, em desfavor da parte que se favoreceu com a decisão de urgência, por isso a possibilidade da CAUÇÃO. Essa possibilidade é a junção de dois dispositivos processuais: Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. § 1oPara a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. + Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se: I - a sentença lhe for desfavorável; II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias; III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor. Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível. Lembre que o código fala na possibilidade do juiz cobrar a caução, mas pode acontecer também do juiz não exigir a caução (é o que geralmente acontece). 
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O previsto no artigo 301 é o exemplo de algumas medidas cautelares. No código anterior existiam ações cautelares, todavia, no código atual essas ações não mais existem, o que existe são MEDIDAS CAUTELARES, providências de natureza cautelar que podem ser adotadas em situações que envolvem a tutela de urgência. Arresto, sequestro, busca e apreensão viraram medidas cautelares específicas. Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito. Esse artigo disciplina as medidas cautelares, na prática não se pede uma delas, faz-se a narrativa dos fatos e o juiz determina uma delas, todavia tais medidas serão estudadas nas próximas aulas. 
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Disciplina: Processo Civil V - S 13 de Março de 2019 Cód. Transcrição: 25 Aula 06 - 1º GQ TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE – Art 303, CPC 
 
Art. 303, CPC. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. § 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo: I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334; III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335. § 2o Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito. § 3o O aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais. § 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final. § 5o O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput deste artigo. § 6o Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito. Nessa hipótese se trabalha com risco, perigo de dano, urgência. Por isso deve ser esquecida, no momento, a tutela de evidência. Esta que está sendo estudada é especificamente o tipo de tutela que satisfaz provisoriamente. Portanto, antecipada é diferente de cautelar. Da mesma forma, antecedente é diferente de incidental. ANTECIPADA: satisfaz provisoriamente o pedido da parte autora. (Cautelar: assegura, provisoriamente, a possibilidade de a parte autora ter o seu direito, ao final do processo) ANTECEDENTE: requerida antes do próprio pedido principal. (Incidental: requerida no curso do processo, ou até mesmo na petição inicial, desde que esteja completa) 
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 Na teoria, esta é a hipótese em que você faz uma petição “mais ou menos”, como se ela estivesse incompleta, quase que exclusivamente para solicitar apenas a tutela antecipada. Como se você não tivesse condições, por causa da urgência, de fazer uma petição inicial robusta, com todas as teses e argumentos para convencer o juiz, mas você precisa da liminar hoje. Então há a possibilidade de você fazer essa petição “inacabada” para requerer a liminar, e o sistema do CPC permite que o juiz conceda a liminar e, posteriormente, a parte autora fortaleça a petição. Antes desse sistema, no CPC antigo, ao apresentar essa petição “inacabada”, o juiz poderia achar que havia a inépcia da inicial, poderia indeferirpela ausência de documentos. Atualmente, o juiz resolve a questão da liminar e depois dá um prazo para que a petição seja melhor desenvolvida. É uma técnica que, na prática, acaba causando um pouco de confusão, pois nem os advogados nem os magistrados tem esse domínio. O código acaba sendo vago. 
• Estabilização da decisão liminar: Além disso, pode ocorrer uma das coisas mais discutidas no CPC/2015, que é a “Estabilização da decisão liminar”, que veremos posteriormente (próxima aula). Resumidamente, é quando se dá entrada num processo, com essa petição mais simples, “inacabada”, e então o juiz concede o meu pedido liminar. Depois, o sistema dá um prazo para que essa petição inicial seja reforçada. Se a parte ré não impugnar a liminar dada, o processo termina. A liminar “se torna” a sentença. É como se a decisão principal e final do processo fosse essa que decidiu o pedido liminar, baseada numa petição inicial simples, mas que isso se estabiliza, simplesmente porque a parte ré não impugnou. A confusão se dá porque o código fala que não é coisa julgada, mas fala que estabilizou o que processualmente acaba significando a mesma coisa. É uma técnica que vem provocando discussões, que não há maturidade na prática para ser melhor examinada. Por isso, se faz um exame técnico de como está disposto no código e a hipótese de aplicabilidade disto. Essa impugnação, segundo o CPC, seria exclusivamente por meio do Agravo, mas o STJ vem entendendo que se pelo menos o réu contestar, evita a estabilização. REQUISITOS 
• Urgência contemporânea a propositura da ação e exposição do pedido principal: O raciocínio aqui é bastante casuístico. Para se ter direito de usar essa técnica, é preciso alegar uma extrema urgência. A situação é tão urgente que sequer teve tempo suficiente para fazer uma petição inicial mais robusta, mais elaborada. Não existe um conceito exato do que seria “urgência contemporânea à propositura da ação”, mas o raciocínio é que há a impossibilidade de espera. Dessa forma, o sistema 
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permite que se entre com a ação, peça a liminar e depois se complemente aquela petição inicial, juntando os argumentos e a documentação que achar conveniente. A petição mais desenvolvida é uma segunda petição que se terá oportunidade de apresentar. A inicial será esta primeira petição, mais rasa. Nessa petição em que se mostra a urgência da situação (a 1ª), será feito um resumo do que vem a ser essa pretensão principal, um resumo da lide e do pedido principal. É como se o advogado estivesse explicando do que se trata a ação ao juiz, de forma resumida. Feito este resumo, existe ao menos um norte, uma direção, na cabeça da autoridade judicial. Essa petição serve quase que exclusivamente para tratar da tutela de urgência, este é o objetivo principal, mas o advogado tem a obrigação de mostrar a urgência contemporânea e um resumo da discussão principal. Evidentemente que a leitura do código não deixa tão claro assim. Além disso, os pressupostos da tutela de urgência também devem ser demonstrados nessa petição inicial, que são: i) a probabilidade do direito; ii) perigo de dano; iii) risco ao resultado útil do processo (juntamente coma comprovação da urgência contemporânea, um resumo da lide e resumo do pedido principal). Na prática, isso fica tão confuso que as pessoas preferem fazer logo a petição inicial pronta, robusta, completa. Num caso, por exemplo, em que você está esperando um documento ser emitido por uma repartição, e esta deu um prazo de 15, 30 dias, se faz a petição inicial completa para ser protocolada, e o juiz vai entender isto como uma petição completa, mas ou dará prazo para ser juntado aquele documento (que seria, no exemplo, imprescindível) ou entende que será juntado na fase de instrução. Feita a petição inicial (superficial), chegando na autoridade judicial, surgem hipóteses: SE A LIMINAR FOR CONCEDIDA: Com base nas informações iniciais, o juiz aceitou o resumo, entende a urgência contemporânea e deu a liminar. Agora, surgem incumbências para o autor e para o réu. Para o autor, surge a obrigação de reforçar os argumentos apresentados na inicial, que o código chama de “Aditamento”. Como se o sistema estivesse permitindo apenas que o autor desenvolva melhor aquela petição que ele protocolou. Atenção: existe uma diferença entre emenda à inicial e aditamento à inicial. Emendar tem o sentido de correção, a autoridade judicial determina, manda que o autor corrija os defeitos, as falhas. Já o aditamento quer dizer que a petição está correta, mas precisa ser melhor desenvolvida. Estes são os significados. Então, o autor terá 15 dias para aditar a inicial. É como se fosse apresentar uma nova versão da inicial, mas com melhores informações, explicações melhores, mais 
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documentos, ou seja, o que você teria feito se tivesse tido tempo de fazer uma petição “completa”. O código gosta de frisar que a petição inicial é esta petição rasa e “incompleta” que se deu entrada, inclusive é nela que se pagará as custas e comprovará tal pagamento. Quando for aditada, isso será uma segunda petição, tanto que não será necessário pagar custas. Não é uma “nova” ação nem uma “nova” petição inicial, você irá explicar melhor o que foi apresentado. Se o autor não apresentar esta petição mais completa, ocorrerá a extinção do processo sem julgamento de mérito, como se fosse uma punição pelo fato de o autor não ter reforçado da forma como deveria (§2º). Isto não impede a “re-propositura” da ação. E ainda, se ficar comprovado que a parte ré teve algum tipo de dano ou prejuízo nesse caso, o autor terá de arcar com eles. A parte ré tem a obrigação de impugnar essa decisão, para que não aconteça a estabilização da mesma. Em paralelo, segue o procedimento comum, como apresentação de contestação, audiência de conciliação, etc. então, a única incumbência “a mais” para o réu é a de impugnar a liminar. A discussão da doutrina e do judiciário se dá na situação em que o autor não complementa e o réu não recorre, tudo isso ao mesmo tempo. Nessa hipótese, a liminar irá se estabilizar, ou o processo será extinto sem resolução do mérito? O legislador processual criou uma situação sem solução. O entendimento mais favorável é que irá extinguir, mas o próprio código não responde, ficou para os tribunais resolverem a situação. O prazo para o autor aditar a inicial será de 15 dias ou outro prazo que o juiz achar melhor (a depender do caso concreto), maior de 15 dias. O réu será citado e intimado para a audiência de conciliação, não havendo acordo, deverá apresentar contestação. Lembrando que esta inicial deverá indicar o valor da causa, pois o momento de pagar as custas é na inicial, mesmo que rasa. SE NÃO CONCEDIDA: §6º - se o juiz negar a liminar, não interfere na questão principal. O juiz sabe que essa petição é rasa, mas não entende a urgência, por isso nega a liminar, mas não extingue o processo. O aditamento ocorrerá da mesma forma, mas num prazo menor, de apenas 5 dias, para se apresentar uma petição mais desenvolvida. Neste caso, a parte ré não será nem comunicada. O despacho do juiz será negando a liminar e intimando o autor para aditar a inicial em 5 dias. A parte ré não será citada neste momento. Se o autor não complementar, ocorrerá a extinção sem resolução de mérito da mesma forma. É possível que o autor recorra dessa decisão que negou a liminar? Sim. O recurso cabível é o Agravo de instrumento, mas isso deverá ser em paralelo. Ele deverá aditar (no 1º grau) e recorrer (ao tribunal competente) ao mesmo tempo. 
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Nesta segunda petição, mais robusta, o autor pode fazer o pedido de tutela de urgência?Sim. O que o juízo negou foi baseado naquela primeira petição, que pode não ter demonstrado tão bem os requisitos necessários. Nada impede que com um pouco mais de tempo, mais documentos, etc. o autor renove o pedido liminar. Talvez não seja nem necessário agravar, pois pode ser que o autor consiga a tutela antecipada ao aditar a inicial. Nas próximas aulas, será trabalhada a hipótese em que a liminar foi concedida, para o estudo da estabilização da tutela antecipada antecedente. A decisão que concede a liminar é uma decisão interlocutória, por isso o recurso cabível para ataca-la é o agravo de instrumento. Se a parte ré não recorrer, se estabilizará (tornar definitiva) a decisão liminar, mesmo tendo sido concedida baseada num estudo simples e numa petição “resumida”. Isso se torna uma espécie de sentença, mas não cria coisa julgada. 
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Disciplina: Processo Civil V - S 18 de Março de 2019 Cód. Transcrição: 62 Aula 07 - 1º GQ ESTABILIDADE DA TUTELA ANTECIPADA CONCEDIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE. Em princípio podemos encontrar o tema como ESTABILIDADE ou ESTABILIZAÇÃO, são sinônimos, só vai mudar o verbo, estamos estudando TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA, ideia envolve uma petição inicial superficial, quase que exclusivamente para pedir a liminar que, concedida ou não, a parte autora será intimada para aditar a petição inicial, no sentido de elaborar uma nova petição com maiores informações, recolhendo uma série de documentos e melhorando a fundamentação. Lembrando que TUTELA PROVISÓRIA, que estamos estudando, DE URGÊNCIA que por enquanto de natureza antecipada, aquela que satisfaz aquilo que provisoriamente estamos pedindo, e concedido em caráter antecedente, ela vem antes mesmo do próprio pedido principal, você pede a liminar. (O professor faz menção do FLUXOGRAMA da aula passada) O que vai acontecer é o seguinte: você propôs a ação, sua petição inicial mais resumida, limitada ao pedido de liminar, e dai vamos trabalhar com a hipótese que a liminar foi concedida, decisão interlocutória, favorável a parte autora, automaticamente o sistema vai fazer o seguinte: parte autora, você tem 15 dias para aditar a petição inicial; Parte ré, isso aqui é uma decisão interlocutória, se você quiser impugnar apresente o recurso cabível, o AGRAVO DE INSTRUMENTO. Concedida à decisão, para a parte autora, realizar o aditamento, para a parte ré, apresentar o recurso cabível. Se a parte autora não apresentar o aditamento, extingue o processo SEM julgamento de mérito, e se a parte ré não recorrer, acabou o processo, daí vai ocorrer à ESTABILIZAÇÃO DA DECISÃO ANTECIPADA EM CARÁTER ANTECEDENTE, ou seja, essa decisão, já que ela satisfaz provisoriamente, ela vai servir como a decisão da 
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situação, ainda que provisoriamente, caso a parte ré não venha impugnar, os efeitos se tornarão estáveis, portanto, estabilização da tutela nada mais é do que a estabilização dos efeitos produzidos pela decisão que satisfaz o pedido da inicial. Em outros termos, é como se pegar uma decisão interlocutória e transformar essa decisão em decisão definitiva, confirmando a solução como solução da demanda em si, portanto os efeitos que foram produzidos de maneira provisória passam a possuir um caráter de decisão definitiva. Vimos que uma das características dessa decisão é a provisoriedade, podendo ela ser revertida a qualquer momento, porém, caso a parte ré não impugne, essa transitoriedade não irá mais existir, torna-se estável, pois essa decisão e seus efeitos tornam-se estáveis. A mensagem que o código passa para o JUIZ, caso a parte ré não impugne, ele fala claramente na extinção do processo em si, e os efeitos serão estáveis. Portanto, não fala na possibilidade do juiz arbitrar ou não sobre essa possibilidade de estabilização ou não, fala simplesmente na extinção do processo. (O professor passa uma parte da aula falando sobre doutrina, que em sua opinião, o juiz deveria ter um grau maior de discricionariedade para decidir sobre a estabilização ou não dos efeitos, porém, de forma prática, o Código não traz essa possibilidade.) O Código traz que A TUTELA ANTECIPADA CONCEDIDA NOS TERMOS DO ART. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso. Art. 303, CPC. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. § 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo: I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334; 
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III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335. § 2o Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito. § 3o O aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais. § 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final. § 5o O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput deste artigo. § 6o Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito. Art. 304, CPC. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso. § 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto. § 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput. § 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2o. § 4o Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2o, prevento o juízo em que a tutela antecipada foi concedida. § 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2o deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1o. § 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2o deste artigo. Caso as partes recaírem em omissão, se a parte autora não adita e a parte ré não recorre, o sistema vai trazer consequências diferentes, caso a parte autora não adite, extingue o processo SEM julgamento de mérito, se a parte ré não recorrer, extingue o processo COM mérito. Se a parte autora adita a inicial, e a parte ré não recorre, produzirá portanto, os efeitos da Estabilidade da Tutela Antecipada Concedida em caráter Antecedente, ou seja, para que seja alcançado a estabilidade aqui 
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elencada, é necessário o aditamento por parte da autoria do pedido. ARTIGO 304 CPC. O que hoje é entendido pelos tribunais e que caminha para uma jurisprudência, é que, se a parte ré, CONTESTAR o pedido de liminar, o STJ já entende que não ocorre a estabilidade, ainda que o recurso utilizado não seja o previsto no código. Pode ser usado qualquer tipo de contestação, impugnou, ele vai impedir a estabilidade aqui estudada. (OBS: O professor repete diversas vezes a mesma explicação.) Na prática, é como se você fosse copiar e colar o conteúdo da decisão interlocutória na própria sentença. O efeito dessa decisão, que satisfaz o pedido de tutela antecipada, passa a ser a decisão final por parte do Juiz, após a não apresentação do recurso cabível à parte ré. Digamos que o processo encerrou extinção do processo com resolução de mérito, houve o enfrentamento do mérito com essa decisão. E aí que qualquer das partes poderá demandar novamente a outra com intuito de rever, de modificar aquilo que foi decidido, que se tornou estável. Pergunta: Mas não tem resolução de Mérito? Professor: Responde que qualquer das partes, em uma NOVA AÇÃO, poderá questionar, rediscutindo a decisão que deu a estabilidade a uma propositura anterior, podendo pedir o desarquivamento dos autos, para recolhimento dos documentos que foram juntados, e a partir daí propor uma ação de revisão. EXISTE PRAZO para isso, essa ação deve ser feita EM ATÉ 2 ANOS, contados a partir da ciência da decisão, e caso não aconteça, não pode mais ser rediscutido a questão de mérito, estando portanto transitado em Julgado. ART. 304, Parágrafo 5º. Art. 304, CPC. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso. (...) § 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2o deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1o. (...) 
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 Pergunta: A Decisão que estabiliza os efeitos da tutela antecipada antecedente cria coisa julgada? NÃO CRIA COISA JULGADA MATERIAL, mas se torna indiscutível após 2 anos, ou seja, torna-se igualmente indiscutível caso não seja utilizada a ação de revisão. HIPÓTESE 01: TUTELA DE URGÊNCIA, faz a petição inicial superficial, com tutela antecipada > caso decisão positiva > começa a produzir efeitos, satisfazendo seu pedido (Cirurgia pelo Plano de saúde, por exemplo) > se a parte ré não recorrer, ocorre estabilidade, no sentido dessa decisão tornar-se estável > O plano de saúde vai realizar a cirurgia, estabiliza a produção de efeitos. HIPÓTESE 02: (URGENCIA CONTEMPORÂNEA) Petição inicial superficial, com tutela cautelar (BLOQUEIO DE BENS DE UMA PESSOA POR EXEMPLO) > caso decisão positiva > está ocorrendo uma “proteção” / “segurança”, mas que não satisfaz provisoriamente o pedido > se a parte ré não recorrer dessa decisão, não vai estabilizar > porque o que vai estabelecer é apenas a proteção dos bens, como medida de segurança, mas não tem como estabilizar algo que não foi enfrentado do pedido inicial > portanto, não ocorre estabilização em TUTELA CAUTELAR. 
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Disciplina: Processo Civil V - S 20 de Março de 2019 Cód. Transcrição: 61 Aula 08 - 1º GQ TUTELA ANTECIPADA CAUTELAR 
Até a aula passada a gente viu a técnica de antecipar o pedido de tutela de urgência propondo uma petição inicial reduzida quase que se limitando a fazer o pedido da liminar, pra depois o sistema processual dar uma oportunidade de reforçar, apresentar uma petição mais fundamentada instruída. 
A gente viu que aquela técnica promove a estabilização, ocorre a tutela antecipada em caráter antecedente. Antecipada porque satisfaz provisoriamente e antecedente porque vem antes do próprio pedido principal. A mesma técnica que a gente estudou se aplica também às medidas cautelares, mas com efeitos diferentes, e por causa da diferença de objetivos, envolve um procedimento diferenciado. 
Vamos trabalhar com a mesma hipótese da antecipada antecedente, mas com efeitos diferentes. E, consequentemente, procedimento diferente. 
LEMBRAR SEMPRE: Efeitos diferentes entre a tutela antecipada (satisfazer provisoriamente seu objetivo) e a tutela cautelar (não satisfaz, mas cria proteção, segurança, circunstância de eventual satisfação). Ambas podem ser concedidas em caráter antecedente. 
Porque se tem procedimento diferenciado para essas técnicas, se a hipótese é praticamente a mesma de propor petição inicial simples e depois reforçar? Por causa, justamente, do efeito. Na antecipada, considera-se a urgência mais urgente. Porque a providência judicial a ser determinada haverá de ser de imediato. Estamos diante de uma situação que não dá pra esperar. Tem que ser tomada de imediato, providência esta que já satisfaz o seu objetivo. Na cautelar, o seu pedido é no sentido de demonstrar que existe uma urgência, tanto é que você não está fazendo o pedido principal, você não tem condições de fazê-lo. Você está demonstrando ao sistema judiciário que não tem condições de fazer o pedido principal nesse momento, mas diante da situação urgente você pede uma tutela cautelar. Desta forma, não se considera tão urgente quanto a antecipada. 
Isso é bastante discutível, mas a justificativa que se apresentou para um procedimento diferenciado para as tutelas cautelares foi justamente essa. “A cautelar não é tão urgente”, é! No entanto, a diferença se encontra nos efeitos e não no grau de urgência. Mas, a rigor, existe um procedimento diferenciado, o que envolve produção de efeitos diferentes. 
O que diferencia o início do procedimento já estudado. A petição inicial é resumida, resume a lide, a questão principal, apresentando os pressupostos da tutela antecedente, o que é muito importante, conforme o Art. 305 do CPC: 
Art. 305º A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
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Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303. Temos o mesmo desenho de concessão ou não da liminar. 
OBS.: A diferença é tão sutil que pode ser que você, juiz ou juíza, que ache que não é esta a hipótese. Que seja de antecipada. Posso conceder a de antecipação ou tenho que me ater ao pedido de cautelar? 
Chegou a petição inicial resumida para você, que identifica que a situação não é cautelar, mas sim pra antecipada. Você pode, independente do pedido, promover a tutela antecipada? Sim. Existe espécie de poder geral sobre as tutelas de urgência. Antigamente se chamava de Poder Geral de Cautela, pré CPC de 2015. Maior grau de liberdade, no sentido de escolhas da autoridade judicial sobre qual melhor medida para solucionar a situação emergencial. Isso é uma espécie de Fungibilidade, eu faço o pedido x e você me dá y. 
Isso relativiza alguns dogmas processuais, é a mesma história da decisão ultra, 
citra e extrapetita. Tecnicamente seria uma decisão extrapetita, mas é ignorado, pois a autoridade judicial tem a capacidade de adaptar para a situação, à medida que foi solicitado. 
Agora, se você juiz achar que não é para cautelar, mas sim para antecipar, tem que deixar muito claro, pois o procedimento é diferenciado, e há uma substancial diferença: a antecipada estabiliza, a cautelar não. 
É Extremamente necessário que a decisão seja clara nesse sentido. Não só em relação ao procedimento mas também