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1 MDD III – Tatiana Valente Hepatites Inflamação no fígado Hepatites virais: Ocorre por vírus hepatotróficos de diversas famílias Vírus exclusivamente causadores de hepatites: • Hepatite A (HAV) • Hepatite B (HBV) • Hepatite C (HCV) • Hepatite D (HDV) • Hepatite E (HEV) Outros vírus que causam ocasionalmente hepatites: • CMV • EBV • HSV • Febre amarela • Rubéola Manifestações clínicas da hepatite são praticamente as mesmas (independe do tipo do vírus) • Febre • Anorexia • Náusea e vomito • Icterícia • Urina escura • Fezes pálidas • Níveis elevados de transaminases (ALT e AST) Hepatite A: Transmissão: Oro-fecal (ingestão de água e alimentos contaminados) Vírus: • Picornavirus (ssRNA; Icosaédrico; Não envelopado) • HAV é resistente ao calor, éter e ácido. Sua inativação ocorre na fervura (por 20 min), formalina (37° por 73 hrs), por micro-ondas, cloro (30min) e radiação UV. Infecção: • Tropismo pelos hepatócitos • Transporte via ducto biliar para o intestino Doença geralmente assintomática: • Sintomas indistinguíveis das outras hepatites. • Exceção: diarreia que ocorre na fase aguda (60% das crianças e 20% adultos) • Não há hepatite crônica e não há predisposição ao hepatocarcinoma 2 MDD III – Tatiana Valente Diagnóstico: • Pesquisa de AC anti-HAV (infecção aguda) e anti-HAV IgG (infecção corrente ou passada) em soro ou plasma humano. • ELISA e Imunofluorescência • IgM detectado no período que a icterícia aparece • Infecção aguda: detecção de IgM (por até 4 meses) e IgG (rapidamente produzido e presente na fase aguda). • O aparecimento da IaM precede em 1 a 3 semanas a produção de IgG • Infecção passada: detecção apenas de IgG. • Ausência de Ac: susceptibilidade à infecção Tratamento: Não há terapia antiviral disponível Profilaxia: Vacinação • HAV inativado • 2 doses (reforço de 6 a 12 meses) • Indicação: • Crianças de 2 a 18 anos • Viajantes para países em desenvolvimento • Homossexuais do sexo masculino Se uma pessoa não imunizada necessita viajar para uma área endêmica em um período de 4 semanas -> imunização passiva Hepatite B: Entre doenças infecciosas mais prevalentes 2 bilhões infectadas pelo HBV (350 milhões infecções crônicas) 1 milhão morrem da manifestação crônica (cirrose e câncer) Vírus: • Hepadnavirus (dsDNA parcial, icosaédrico, envelopado 5% dos adultos com HBV se tornam portadores crônicos e 90% dos recém-nascidos Prognóstico: • Diferente entre indivíduos infectados • Cura espontânea na fase aguda 3 MDD III – Tatiana Valente • Cura espontânea na fase crônica • Progressão par cirrose ou câncer HBsAg: superfície HBcAg: capsídeo (não solúvel) HBeAg: cerne (solúvel) • Células infectadas (não no vírion) • Indicador de transmissibilidade Esferas e filamentos apenas de AG de superfície (não há DNA viral) Transmissão: parenteral; sexual; perinatal (apenas humanos) Infecção: tropismo pelos hepatócitos (entrada e replicação) • Entrada: receptores vírus específicos na membrana dos hepatócitos • Replicação: fatores de transcrição encontrados somente em hepatócitos Não são citotóxicos. Sintomas decorrentes do mecanismo de defesa do hospedeiro contra o vírus Diagnóstico: • Testes rápidos (triagem): detecção qualitativa • Imunoensaios • ELISA e Wester blot • Detecção quantitativa de Ac (imunodeprimidos tem menos) • Biologia molecular (confirmação de infecção ativa): PCR • Infecção aguda (com recuperação): • HBsAg e ausência de sintomas (incubação) • HBeAg; Ac IgM e IgG anti-HBc (sintomas e ↑ de AST e ALT) • Ac Anti-Hbe (queda na multiplicação viral → recuperação) • Anti-Hbs (covalescência) • Período de incubação de 10 a 12 semanas (mais longo que HAV 3-4 semanas) • Sintomas tendem a ser mais graves com risco de morte • O anti-HBs fica indetectável por um período (janela imunológica) pois já está formando complexo com os vírions no soro do paciente • Infecção crônica (por um período > que 6 meses): • Persistência de HBsAg e HBeAG e presença do DNA-HBV no soro 4 MDD III – Tatiana Valente • Fase de imunotolerância: TGO/TGP normais TRANSMISSIBILIDADE • Fase da reação imune: HBsAg e ↑ HBeAg ↑ TGO/TPG SINTOMATOLOGIA • Fase do portador inativo: ↑ anti- HBs e ↑ anti-HBe Carga viral indetectável. TGO/TGP normais (controle da doença) • Reativação (Fase crônica): ↑ HBeAg e ↑ replicação viral. Reativação periódica da replicação viral e variações constantes nas enzimas hepáticas • Reativação (Fase crônica): ↑ HBeAg (Anti-HBe positivo). Mutação viral Apenas Ac anti-HBs são protetores → se ligam ao Ag de superfície do vírion prevenindo sua interação com os hepatócitos. Tratamento: • Infecção aguda: repouso e alimentaçõ controlada • Infecção crônica: tratamento medicamentoso • Antivirais (entecavir e tenofovir) • Análogos de nucleosídeos: inibem a transcriptase reversa • Interferon – alfa (reduzir a inflamação hepática) • Cirrose: transplante hepático Profilaxia: • Vacinação • HBsAg • 95% de soroconversão • 3 doses iniciais (reforço*) • A vacina e a HBIG podem ser administrada a um recém-nascido cuja a mãe é HBsAg+ • Indicação: • Indivíduos expostos ao sangue e seus derivados (profissionais da saúde) • Pacientes que recebem transfusões ou diálise* • Pacientes com DSTs frequentes • Usuários de drogas injetáveis • Viajantes que planejam longa estadia em áreas endêmicas 5 MDD III – Tatiana Valente Hepatite C: Cerca 1/3 dos adultos desenvolvem sintomas clínicos e icterícia em torno de 3 a 12 semanas da infecção. Infecção aguda: Autolimitada. Mais branda. Infecção crônica: 75% dos infectados. Persistência do RNA viral por mais de 6 meses (evasão da resposta imune de alguns vírus mutados, alta taxa). Assintomático Vírus: Flavivirus (ssRNA, icosaédrico, envelopado) Dos indivíduos que evoluem para as formas crônicas de 20 a 30% desenvolvem quadro de cirrose hepática após um período de 20 anos de contágio e de 2 a 5% desenvolvem carcinoma hepatocelular. Transmissão: parenteral (via mais eficiente) e perinatal Infecção: tropismo pelos hepatócitos (entrada e replicação) A multiplicação do HCCV é incerta porque ele não foi multiplicado em cultivo celular. O HCV infecta principalmente os hepatócitos e não há evidencias de citotoxidade pelo vírus -> ataque imune das células T citotóxicas. Diagnostico: • Testes Rápidos (TRIAGEM) • Detecção qualitativa • Imunoensaios • ELISA • Detecção quantitativa de Ac (não distingue IgM e IgG) • ImunoBlot (RIBA) • Biologia Molecular (Confirmação de Infecção) • PCR • Diagnóstico da hepatite C é geralmente casual, já que a maioria dos indivíduos infectados apresenta a forma crônica e assintomática da doença. • Uma infecção crônica é caracterizada por níveis elevados de AST e ALT; RIBA positivo e RNA detectável por um período mínimo de seis meses. • Janela imunológica → resultados falso-negativos. • Ac específicos contra as proteínas virais aparecem cerca de 50 dias após o aparecimento do RNA viral. Tratamento: • Infecção Aguda: repouso e alimentação controlada • Infecção Crônica: tratamento medicamentoso • Antivirais (ribavirina e inibidor de protease) • Interferon-a (reduzir inflamação hepática) • Cirrose: transplante hepático • A redução da carga viral é utilizada como ferramenta para monitorar o sucesso as terapia- antiviral Prevenção: • Não há vacina contra HCV • Não existe indicação efetiva para a profilaxia após um ferimento acidental com agulha → monitoramento 6 MDD III – Tatiana Valente Hepatite D: HDV não é comum Vírus defectivo (não se replica sozinho, pois não possui o gene codificador da proteína do envelope) Se replica em células já infectadas pelo HBV (utiliza o HBsAgdo HBC como sua proteína de envelope) Vírus: Deltavirus (ssRNA circular, envelopado) Mesmas vias de transmissão que HBV Há evidências de que o Ag delta seja citopático para os hepatócitos Diagnostico: • Hepatite em pacientes coinfectados com o HDV e o HBV é mais grave que nos infectados somente com o HBV. • Não há terapia antiviral específica contra o HDV. • Não há vacina contra o HDV (vacina HBV*). • Ac IgG não são detectados por longos períodos após a infecção (imunidade de longo prazo). Hepatite E: Transmissão: oro-fecal (ingestão de água e alimentos contaminados) Vírus: Hepevirus (ssRNA, icosaedrico, não envelopado Infecção: • Tropismo pelos hepatócitos • Transporte via ducto biliar para o intestino Clinicamente, a doença assemelha-se á hepatite A, com exceção da alta taxa de mortalidade em mulheres gravidas O teste para anticorpos anti-HEV não está prontamente disponível, o diagnostico é feito pela exclusão do HAV e outras causas Atividade: L.H.T, 35 anos, residente e procedente de Manaus, do lar, deu entrada na Santa Casa com quadro de mal estar geral, anorexia, náudeas e fraqueza há 1 semana. Há 2 dias notou que a urina estava mais escura e os olhos amarelados. Relata que seu parceiro apresentou quadro semelhante há um mês, porém afirma desconhecer o diagnóstico do que foi dado ao parceiro. Ao exame físico foi constatada a icterícia, abdome doloroso à palpação em hipocôndrio direito e epigástrio, apresentando hepatomegalia discreta. Testes sorológicos – Marcadores Virais para Hepatites • Análise os resultados dos exames sorológico da paciente e indique o provável diagnóstico da paciente. • Quais exames laboratoriais complementarem podem ser solicitados para avaliação da função e agressão hepática? Justifique cada exame. 7 MDD III – Tatiana Valente Resumo
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