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DIREITO TRIBUTÁRIO APOSTILA

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1 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
AULA 01 – TRIBUTO E CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS 
Para realizar as metas programáticas de uma dada sociedade (educação, saúde, 
segurança, etc.), o Estado precisa de recursos financeiros. Parte desses recursos 
é gerada pelo patrimônio do próprio Estado (receita originária), outra parte é 
lograda por intermédio da contribuição que a cada cidadão lhe é imposta 
(receita derivada). O Direito Tributário estuda justamente essa última fonte de 
receita: a que interfere no patrimônio individual do contribuinte para fazer a 
máquina girar. Moldado por princípios constitucionais gerais e específicos da 
tributação, o Direito Tributário é ramo do Direito Público e obedece a seus 
critérios de interpretação e integração. 
Receitas Públicas: 
 Receita originária: recebida pelo Estado sem exercer seus poderes de 
autoridade e coercibilidade. 
 Receita derivada: auferida pelo Estado por meio do uso do seu poder 
soberano. 
 Enquanto os tributos são receitas derivadas (art. 9º, Lei n. 4.320/64), em 
razão de sua compulsoriedade, as tarifas ou preços públicos são receitas 
originárias, pois são facultativos. 
 Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito publico, 
compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição 
e das leis vigentes em matéria financeira, destinando-se o seu produto ao custeio 
de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades. 
 Tributos são espécies de receita derivada (diferentes das receitas 
originárias, produzidas pelo patrimônio público), arrecadadas pelo 
Estado para financiar a despesa pública. 
Tributos: 
 Tributo é toda a prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo 
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, 
2 
 
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa 
plenamente vinculada (CTN, art. 3º). 
 Ausência de voluntariedade. 
 Pagamento do tributo é em dinheiro, mas não há impedimento a outras 
formas de pagamento, desde que a legislação tributária assim determine. 
O serviço militar, o trabalho nas mesas eleitorais e a composição do 
corpo de jurados não são tributos – ausência de pecúnia. 
 Não constitua sanção de ato ilícito – a cobrança de tributo não 
representa uma imposição de penalidade. 
 Instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa 
plenamente vinculada – Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa senão em virtude lei (CF, art. 5°, II) – Princípio da 
estrita legalidade. 
 A cobrança de tributo não pode derivar do poder discricionário do 
agente público, que deve obedecer estritamente os mandamentos da lei. 
Classificação Jurídica dos Tributos: 
 Ingenuidade do art. 4º do CTN; 
 Cotejo entre Hipótese de Incidência e Base de Cálculo; 
 VINCULAÇÃO À ATUAÇÃO ESTATAL 
- Tributos Vinculados e Tributos Não Vinculados à Atuação Estatal: 
Tributos vinculados são as taxas e as contribuições de melhoria, porque esses 
tributos têm, como fatos geradores, atividades estatais específicas. No caso das 
taxas, o serviço público ou o exercício do poder de polícia; no caso das 
contribuições de melhoria, a obra pública da qual decorra valorização 
imobiliária. 
Os não vinculados são os impostos, cujo fato gerador não é uma atividade 
estatal específica relativa ao contribuinte, mas decorre sim de um sinal de 
riqueza do contribuinte. 
 
IMPOSTOS: 
3 
 
Basta ver a definição legal de imposto no art.16, CTN: 
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato 
gerador uma situação independente de qualquer atividade 
estatal específica, relativa ao contribuinte. 
Os fatos geradores dos impostos revelam sinais de riqueza do contribuinte, 
trazidos pela CF88, como: importar produtos estrangeiros (II); exportar 
produtos nacionais ou nacionalizados (IE); auferir renda e proventos de 
qualquer natureza (IR); ter a propriedade de veículo automotor (IPVA); prestar 
serviço de qualquer natureza (ISS) etc. 
Quanto aos Empréstimos Compulsórios e às outras Contribuições (essas 
últimas, às vezes), não possuem fato gerador previamente eleito pela CF88, mas 
somente as finalidades para as quais poderão ser criados esses tributos. 
A Constituição Federal de 1988, no seu art. 145, estabeleceu a competência da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para instituir os 
impostos, as taxas e a contribuição de melhoria. 
Já o Código Tributário Nacional (CTN), no seu art. 5º, dispõe que os tributos são 
impostos, taxas e contribuições de melhoria. 
Porém, a doutrina dominante e o STF entendem que são cinco espécies 
tributárias, a saber: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimo 
compulsório e as contribuições especiais ou parafiscais. É a chamada 
classificação qüinqüipartite ou quinária das espécies tributárias. 
Perceba que Emendas Constitucionais (EC) criaram três novas subespécies de 
tributos, quais sejam: 
• O art. 149-A, com redação determinada pela EC n. 39/2002, autorizou apenas 
o Distrito Federal e os Municípios a instituírem a contribuição para o custeio do 
serviço de iluminação pública (COSIP ou CIP), podendo ser realizada sua 
cobrança na fatura de consumo de energia elétrica; 
• O art. 149, § 1º, com redação determinada pela EC nº 41/2003, autorizou os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios a instituição da contribuição 
previdenciária, cobrada de seus servidores, para o custeio, em beneficio destes, 
do sistema previdenciário respectivo, cuja alíquota não será inferior à da 
4 
 
contribuição previdenciária dos servidores titulares de cargos efetivos da 
União; 
• O art. 195, IV, com redação determinada pela EC nº 41/2003, autorizou a 
cobrança pela União de contribuição de seguridade social sobre o importador 
de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei infraconstitucional a ele 
equiparar. 
 
TAXAS: 
Prevê a CF88, em seu art.145: 
Art.145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios poderão instituir os seguintes tributos:[...] 
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela 
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos 
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos 
a sua disposição. [...] 
§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de 
impostos. 
 
Esse dispositivo constitucional tem bastante semelhança com o art.77, CTN, que 
ainda está em vigor: 
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo 
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas 
respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício 
regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou 
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado 
ao contribuinte ou posto à sua disposição. 
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou 
fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto 
nem ser calculada em função do capital das empresas. 
 
Não pode ter FATO GERADOR idêntico ao dos Impostos: 
As taxas são tributos cujo fato gerador é uma atividade realizada pelo Estado, 
por isso, classificadas como tributo vinculado a uma atividade do Estado. 
5 
 
Já os impostos são tributos cujo fato gerador é “uma situação independente de 
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte” (art.16, CTN). 
Assim, são classificados como tributos não vinculados. 
Por isso, as taxas não podem ter fato gerador idêntico ao dos impostos, como 
inclusive prevê o parágrafo único do art.77, CTN. 
Não pode ter BASE DE CÁLCULO idêntica à dos Impostos: 
Também a taxa não pode ter base de cálculo própria da dos impostos. Se isso 
fosse possível, o legislador poderia burlar facilmente a regra que veda que taxa 
tenha fato gerador próprio do dos impostos. 
Imaginemos um exemplo. Um Município cria taxa de fiscalização de 
estabelecimentos comerciais dizendo que seu fato gerador é o serviço público 
de fiscalização dos estabelecimentoscomerciais, efetuado pelo Município, mas 
que sua base de cálculo será o valor venal do imóvel. Ora, valor venal do 
imóvel é base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial 
Urbana, IPTU. Ficaria uma taxa que no nome é taxa, mas que na realidade seria 
um imposto, IPTU, pela base de cálculo escolhida. Não pode! 
Há Súmula do STF nesse sentido: 
Súmula 595 – É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas 
de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do imposto territorial rural. 
 
Não pode ser calculada em função do CAPITAL DAS EMPRESAS: 
O capital das empresas é o seu patrimônio, toda a sua riqueza capaz de 
produzir renda. 
A vedação de a taxa não poder ser calculada em função do capital das 
empresas, na verdade, é uma decorrência da vedação anterior (não poder ter 
base de cálculo própria da dos impostos). 
Isso porque o capital de uma empresa é “uma situação independente de 
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”, enquadrando-se 
justamente no fato gerador de imposto (art.16, CTN). 
Tanto assim o é que um dos fatos geradores do imposto de renda (art.43, CTN) 
é justamente a “aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda, 
6 
 
assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de 
ambos”. 
Ou seja, a renda, que é calculada em função do capital das empresas (produto 
do capital), é tributada pelo imposto de renda, não podendo ser tributada pelas 
taxas. 
TAXA DECORRENTE DO EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA: 
O exercício regular do poder de polícia é um dos dois fatos geradores da taxa. 
O CTN traz definição do que vem a ser poder de polícia: 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da 
administração pública que, limitando ou disciplinando 
direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou 
abstenção de fato, em razão de interesse público 
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, 
à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de 
atividades econômicas dependentes de concessão ou 
autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou 
ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou 
coletivos. 
O STF entende que o exercício do poder de polícia tem que ser efetivo, mas isso 
não quer dizer a efetiva necessidade de comprovação de fiscalização e 
diligências locais. Basta que exista o órgão competente para tal fiscalização na 
estrutura do ente tributante que exercite o pertinente poder de polícia e esteja 
em funcionamento permanente, não sendo necessário que os estabelecimentos 
tenham sido efetivamente visitados pela fiscalização. 
 
TAXA DECORRENTE DE SERVIÇO PÚBLICO: 
Reza o art.79, CTN: 
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 
consideram-se: 
I - utilizados pelo contribuinte: 
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer 
título; 
7 
 
b) potencialmente, quando, sendo de utilização 
compulsória, sejam postos à sua disposição mediante 
atividade administrativa em efetivo funcionamento; 
 
Um bom exemplo de utilização potencial é a de um condomínio fechado de 
casas que contratou empresa particular de coleta de lixo, a qual recolhe todo o 
lixo e o leva até o aterro sanitário da Prefeitura, apesar de a Prefeitura 
disponibilizar, em efetivo funcionamento, o serviço público de coleta de lixo 
domiciliar. 
Não podem os moradores desse condomínio se recusar a pagar a taxa de coleta 
de lixo alegando que não se utilizam efetivamente desse serviço. Como ele é de 
utilização compulsória, por se tratar de questão de saúde pública, basta ele estar 
em efetivo funcionamento para ser considerado de utilização potencial por 
aqueles moradores, sendo cobrável a respectiva taxa. Ou seja, podem até não o 
utilizar efetivamente, mas vão ter de pagar a respectiva taxa. 
Ainda o art.79, CTN: 
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 
consideram-se: 
[...] 
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades 
autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades 
públicas; 
III - divisíveis, quando suscetíveis de 
utilização,separadamente, por parte de cada um dos seus 
usuários. 
 
O serviço é divisível quando o usuário pode utilizá-lo separadamente, podendo 
essa utilização individualizada ser mensurada. 
O STF entendeu inconstitucional a taxa de iluminação pública, porque não 
havia como mensurar a utilização individualizada da iluminação pública pelo 
contribuinte. Fica impossível a quantificação da utilização por cada 
contribuinte. O reiterado entendimento do STF a respeito (por exemplo, nos 
RE’s 233.332RJ e 231.764 RJ) fez com que fosse aprovada a Súmula nº 670, que 
prevê: 
8 
 
Súmula nº 670: “O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado 
mediante taxa.” 
 
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: 
O CTN, desde 1966, prevê que a contribuição de melhoria é instituída para 
fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária 
(art.81); enquanto a Constituição, de 1988 prevê que a contribuição de melhoria 
é decorrente de obras públicas (art.145, III). 
Tributo de extrema complexidade para instituição devido às exigências 
previstas em lei. 
 
OUTROS TRIBUTOS: 
 Pedágio – art. 150, V, CF; 
 Empréstimos Compulsórios – art. 148, CF; 
 Contribuições: a) sociais (art. 195); b) CIDE (art. 149); c) sindicais (de 
interesse de categorias profissionais) - (art. 149); 
 COSIP – art. 149-A – nova receita aos Municípios. 
 
MEMOREX: 
 
1- IMPOSTOS 
A. Ordinários 
I. Federais- art. 153 CF 
II. Estaduais e DF- art. 155 CF 
III. Municipais e DF- art. 156 CF 
B. Extraordinários 
I. Residuais- art. 154, I, CF 
9 
 
II. Extraordinário de guerra (IEG) art. 154, II, CF 
 
2- TAXAS 
A. Do Poder de Polícia 
B. De Serviço 
 
3- CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA 
 
4- EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO 
A. Emergencial 
B. Investimento 
 
5- CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS 
A. Contr. Intervenção no domínio econômico (CIDE) 
B. Contr. Corporativa 
I. Conselhos profissionais 
II. Sistema “S” 
C. Contr. Da seguridade social 
D. Contr. De custeio do serviço de iluminação pública (COSIP) 
 
 
AULA 02 – LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR 
A CF/88 possui um capítulo denominado de Sistema Tributário Nacional (art. 
145 a 162) que estabelece uma seção específica sob o título “Limitações ao Poder 
de Tributar” (arts. 150 a 152). 
10 
 
Nessa seção, a CF estabelece diretrizes e limitações para o poder impositivo do 
Estado, determinando ao legislador preceitos a serem observados no momento 
da instituição e arrecadação dos tributos. Estudaremos algumas dessas 
limitações nessa aula, observando a forma como são abordadas nas questões de 
concursos públicos. 
As limitações são garantias fundamentais do contribuinte, logo, são clausulas 
pétreas (Art. 60,§4º IV, CF). 
As limitações podem ser: 
[a] Implícita ou 
[b] Explicita 
Implícitas: é fruto de interpretação constitucional. 
Explicitas: são tratadas a partir do art. 150 CF. 
As limitações explícitas subdividem-se em: A)Princípios e B) Imunidades 
tributárias. 
 
PRINCÍPIOS: 
Princípio da Legalidade Tributária – art. 150, I, CF. 
O art. 5º, II, da CF, já materializa o preceito de que “ninguém será obrigado a fazer 
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.” 
No entanto, dentro do Sistema Tributário Nacional esse princípio é desdobrado 
com a especificidade necessária ao tema e trazido pelo art. 150, I: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: 
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 
 
Esse preceito tem dupla função: uma barreira constitucional ao legislador, que 
deverá criar lei para exigir ou aumentar tributo; e uma garantia ao 
contribuinte, de que sua esfera patrimonial somente será afetada quando 
houver lei em sentido estrito que preveja tal comportamento. Essa 
11determinação é trazida pelo princípio da Legalidade Tributária (ou Estrita 
Legalidade). 
Há necessidade de criação de lei em sentido estrito – ato legislativo – sob pena 
de nulidade. 
 
LEI COMPLEMENTAR 
Funções: Art. 146 CF 
- Dispor sobre conflito de competência tributária 
- Regular as limitações ao Poder de tributar 
- Tratar sobre normas gerais em matéria de legislação tributária 
Art. 24, §1º CF – Normas Gerais são veiculadas pela União→ Portanto, matéria 
Tributária deve ser tratada por Lei complementar Federal. 
O CTN- Lei 5.172/66 Foi criado como Lei ordinária (em sentido formal), mas foi 
recepcionado como lei complementar em sentido material (conteúdo de lei 
complementar). 
Tributos Instituídos por Lei Complementar: Pode ser instituído por LC, 
havendo expressa previsão constitucional (é exceção); 
Espécies: 
[a] IGF- art. 153, VII, CF 
[b] Empréstimos Compulsórios- Art. 148 CF 
[c] Impostos Residuais- Art. 154, I, CF 
[d] Contribuições sociais residuais – Art. 195, §4º, CF 
 
MEDIDA PROVISÓRIA 
Art. 62 CF, EC. 32/01 
A Medida provisória pode ser utilizada para INSTITUIR ou AUMENTAR 
impostos (art. 62, §2º) 
12 
 
Por questão de competência, as MP’s vão instituir ou aumentar impostos 
Federais. 
Art. 62 §1º, III, CF – é vedada a edição de MP sobre matéria reservada a Lei 
Complementar. 
 
Exceções ao Princípio da Legalidade 
Apesar de não haver exceção ao princípio da legalidade no que tange à 
instituição de tributo por lei, há exceção a esse princípio quanto à alteração de 
alíquotas. 
São aumentados ou diminuídos por decreto executivo. 
Tributos com natureza extrafiscal – intervenção governamental na liberdade de 
ação do contribuinte. 
IPI, II, IE e IOF – alteração por ato do Poder Executivo – art. 153, § 1º 
CIDE Combustíveis – redução e restabelecimento por ato do Poder Executivo – 
art. 177, § 4º, I, b. 
ICMS Monofásico – definição, redução e restabelecimento por Convênios do 
CONFAZ entre Estados e DF – art. 155, § 4º, IV, c, e LC 24/75. 
 
Princípio da Isonomia Tributária 
O Princípio da Isonomia consiste em: TRATAR IGUALMENTE AQUELES QUE 
SE ENCONTREM NA MESMA SITUAÇÃO e TRATAR DESIGUALMENTE 
AQUELES QUE SE ENCONTREM EM SITUAÇÕES DESIGUAIS, NA MEDIDA 
DE SUAS DESIGUALDADES. 
Prevê o art.150, II: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: 
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que 
se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer 
distinção em razão de ocupação profissional ou função por 
13 
 
eles exercida, independentemente da denominação jurídica 
dos rendimentos, títulos ou direitos; [...] 
 
A CF veda o tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em 
situação equivalente, a contrário senso, determina um tratamento tributário 
desigual entre aqueles que se encontrem em situações notoriamente distintas. 
A própria CF88 traz exceções fundadas em justificativas relevantes, 
notadamente de relevante interesse público, tanto que a parte final do art.151, I, 
prescreve: 
Art. 151. É vedado à União: 
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o 
território nacional ou que implique distinção ou 
preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a 
Município, em detrimento de outro, admitida a 
concessão de incentivos fiscais destinados a 
promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-
econômico entre as diferentes regiões do país; 
 
Como podemos observar, promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-
econômico entre as diferentes regiões do País é uma justificativa relevante para 
se conceder um benefício fiscal sobre atividade econômica para determinada 
região do País. 
 
Princípio da Isonomia e Princípio da Capacidade Contributiva 
A capacidade contributiva é o parâmetro de desigualdade a ser conferido na 
tributação para que esta seja isonômica, tratando os contribuintes 
desigualmente na medida em que se desigualem. 
O Princípio da Capacidade Contributiva está expresso no art.145, §1º: 
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter 
pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica 
do contribuinte, facultado à administração tributária, 
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, 
identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos 
14 
 
da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades 
econômicas do contribuinte. 
 
Sempre que possível, os impostos (válido também para outros tributos) levarão 
em conta o critério pessoal do sujeito passivo (imposto pessoal) – Ex.: IRPF. 
Diferente dos impostos reais, que tributam o patrimônio, sem se atentar às 
características de cada contribuinte (IPVA, IPTU). 
Progressividade de alíquotas é uma característica do respeito ao princípio da 
capacidade contributiva. 
 
Princípio da Irretroatividade 
Estabelece o art.150, III, ‘a’, CF: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: [...] 
III - cobrar tributos: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da 
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; [...] 
 
O CTN, por sua vez, prevê nos art.s 105 e 106: 
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente 
aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim 
entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas 
não esteja completa nos termos do artigo 116. 
 
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: 
I - em qualquer caso, quando seja expressamente 
interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à 
infração dos dispositivos interpretados; 
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: 
a) quando deixe de defini-lo como infração; 
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer 
exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido 
fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento 
de tributo; 
15 
 
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a 
prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. 
 
Analisando somente a CF, não há qualquer exceção ao princípio da 
irretroatividade. Se considerarmos também o CTN, podemos afirmar que: 
(i) o princípio da irretroatividade não é incompatível com a 
existência de leis tributárias que produzam efeitos jurídicos 
sobre atos pretéritos; 
(ii) a retroatividade do CTN só é permitida se: 
a. Quando a lei for meramente interpretativa (art.106, I); 
b. Retroatividade benigna por infração (art.106, II); 
(iii) a lei que reduz ou extingue o tributo também não retroage. 
Mas o STF já entendeu que só lei complementar pode restringir essa 
retroatividade, porque é norma geral (art.146, III, ‘b’, CF88), que foi regulada 
pelo CTN (RE 407.190). 
 
Princípio da Anterioridade 
Art.150, III. [...] é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos: 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido 
publicada a lei que os instituiu ou aumentou; 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja 
sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, 
observado o disposto na alínea b; 
 
 - Exercício financeiro – só pode ser cobrado no próximo exercício. 
 - Anterioridade nonagesimal – art. 150, III, c. 
Exceções à regra: 
Art.150, §1º A vedação do inciso III, b, [anterioridade exercício financeiro] não 
se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I [empréstimo compulsório – 
calamidade ou guerra], 153, I, II, IV e V [II, IE, IPI, IOF]; e 154, I [imposto 
16 
 
extraordinário]; e a vedação do inciso III, c [anterioridade nonagesimal], não se 
aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I [empréstimo compulsório–
calamidade ou guerra], 153, I, II, III e V [II, IE, IR e IOF]; e 154, I [imposto 
extraordinário], nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos 
arts. 155, III [IPVA], e 156, I [IPTU]. 
 
Princípio da Anterioridadee Lei que Revoga Isenção 
Pelo entendimento tradicional do STF, se a lei revogada não concedeu a isenção 
por prazo certo nem em função de determinadas condições (isenção onerosa), 
não se equipara essa revogação a uma majoração de tributo, podendo ele ser 
exigido imediatamente, não se aplicando o princípio da anterioridade (RE 
204.062 e Súmula 615). 
No entanto, pelo julgamento da ADIMC 2.325 DF, ficou decidido que “a 
modificação no sistema de creditamento pela norma em questão [LC nº 
102/2000, que modificou a sistemática de creditamento do ICMS], quer 
consubstancie a redução de um benefício de natureza fiscal, quer configure a 
majoração de tributo, cria uma carga tributária para o contribuinte e, portanto, 
sujeita-se ao princípio da anterioridade”. 
 
 
Princípio do Não-Confisco 
 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: [...] 
IV - utilizar tributo com efeito de confisco; 
- Critérios não definidos na legislação. 
- Confisco ≠ Pena de Perdimento de Bens: a pena de perdimento de bens tem 
fundamento constitucional no art.5º, XLVI. 
 
Princípio da Não-Limitação ao Tráfego de Pessoas ou Bens: 
17 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: [...] 
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, 
por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, 
ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias 
conservadas pelo Poder Público; [...] 
 
Não podem U, E, DF, M instituir tributos interestaduais ou intermunicipais 
para limitar o tráfego de bens ou pessoas, salvo nas exceções 
constitucionalmente previstas. 
Exceções: Pedágio e ICMS interestadual e intermunicipal. 
 
AULA 03 – IMUNIDADES 
 
IMUNIDADES: 
A imunidade tributária é uma hipótese constitucional de intributabilidade ou 
de não-incidência constitucionalmente qualificada. 
Nesse rumo, destaca-se o aspecto formal e material da imunidade tributária. A 
respeito do aspecto formal, entende-se que a imunidade é a impossibilidade 
jurídica da tributação, em razão da ausência de competência tributária dos entes 
federativos. Sob o aspecto material ou substancial, compreende-se que a 
imunidade é o direito público subjetivo de não ser tributado, segundo o 
especificado expressamente ou implicitamente nas normas constitucionais. 
Destacamos que a imunidade tributária não exclui a atribuição, por lei, às 
entidades nele referidas, da condição de responsáveis pelos tributos que lhes 
caiba reter na fonte, e não as dispensa da prática de atos, previstos em lei, 
assecuratórios do cumprimento de obrigações tributárias por terceiros, de 
acordo com o §1°, do art. 9°, do CTN, que ainda tem validade jurídica. 
Isto é, a imunidade tributária não dispensa a pessoa alcançada por ela de ser 
responsável tributário (arts. 128 a 138 do CTN), bem como do cumprimento das 
obrigações tributárias acessórias. 
 
18 
 
Distinções Entre Imunidade, Isenção, Incidência, Não-Incidência E Alíquota 
Zero 
Consideramos relevantes as distinções entre imunidade, isenção, incidência, 
não-incidência e alíquota zero. 
A imunidade é uma delimitação negativa de competência tributária, ou seja, 
não há competência tributária. Como a competência tributária é a aptidão para 
determinado ente criar o tributo, a imunidade traduz um elemento de 
incompetência tributária, sendo considerada uma “zona” na qual não poderá 
haver tributação e consequentemente incidência tributária. 
A imunidade tem sede na CF/88, materializando uma dispensa constitucional 
de pagamento de tributo. Sendo assim, há dispositivos constitucionais que 
transmitem o teor de “falsas” isenções, representando nítidas “imunidades”, 
existindo equívoco por parte do legislador constitucional. Por exemplo, o art. 
195, §7°, da CF/88, que dispõe: “São isentas de contribuições para a seguridade 
social às entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências 
estabelecidas em lei”. Esta é uma imunidade subjetiva, segundo entendimento 
do STF. 
A isenção é a dispensa legal de pagamento de um tributo devido, isto é, a 
autoridade não pode cobrar o tributo, eis que, mesmo acontecendo à incidência 
tributária (ocorre o fato gerador), está impedido de realizar o lançamento 
tributário. 
Portanto, a isenção está dentro do campo da incidência e decorre do exercício 
da competência tributária, sendo veiculada em norma infraconstitucional e 
acontece o fato gerador (obrigação tributária), porém não há constituição do 
crédito tributário. 
A incidência é a situação ocorrida no mundo dos fatos que é prevista como 
hipótese de incidência do tributo. É o momento da concretização do fato 
gerador tributário, com o nascimento da obrigação tributária. 
A não-incidência é o acontecimento no mundo dos fatos que não corresponde à 
descrição legal tributária. Assim, na não-incidência faltam elementos para 
enquadrar determinado fato na hipótese de incidência (fato gerador in 
abstrato), ou seja, é a não previsão do fato na hipótese de incidência. Com 
efeito, não há obrigação tributária e, por conseguinte, não há crédito tributário. 
19 
 
Logo, a não-incidência pode decorrer da falta de competência ou do não 
exercício da competência em toda a sua amplitude (característica da 
facultatividade do exercício da competência tributária). 
Por fim, a alíquota zero, da mesma forma que a isenção, encontra-se no campo 
da incidência tributária. Por conseguinte, há obrigação tributária, mas o valor 
do tributo é inexistente (aspecto quantitativo), por simples razão matemática. 
Isto é, a multiplicação da base de cálculo por zero é igual a zero (BC x AL = 0). 
Então, o valor do tributo a ser pago é nulo. 
 
Imunidade Recíproca – art. 150, VI, a 
Cláusula Pétrea 
A Imunidade Recíproca decorre da Igualdade Político-Jurídica entre os Entes 
Federados, e como a FORMA FEDERATIVA DE ESTADO É CLÁUSULA 
PÉTREA, também a Imunidade Recíproca não pode ser excepcionada nem por 
Emenda à Constituição (Decisão na ADI 939, que declarou inconstitucional 
dispositivo da EC 3/1993, que pretendia excluir o antigo Imposto Provisório 
sobre Movimentação Financeira - IPMF da Imunidade Recíproca). Se os Entes 
Federados pudessem cobrar impostos uns dos outros, isso poria em risco a 
Federação. 
As imunidades relativas ao art.150, VI, CF88, são RESTRITAS AOS IMPOSTOS. 
Por exemplo, o Estado de MS pode cobrar taxa pela emissão de certidão de 
cartório solicitada pelo Município de Aquidauana. 
Não se aplica a Imunidade Recíproca às Contribuições (AgRg no RE 378.144) 
Não se aplica a Imunidade Recíproca às Taxas (RE 364.202). 
 
A CF fixa que a empresa pública, a sociedade de economia mista e suas 
subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou 
comercialização de bens ou de prestação de serviços devem se submeter ao 
regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e 
obrigações tributárias, bem como preceitua que as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não 
extensivos às do setor privado (art. 173, §1°, II c/c §2°). 
Destarte, em princípio, a imunidade tributária recíproca não alcançaria as 
empresas públicas e sociedades de economia mista, exceto quanto às atividades 
tipicamente estatais. 
20 
 
O STF decidiu que Empresa pública e sociedade de economia mista prestadoras 
de serviços públicos considerados essenciais ao funcionamento do Estado terão 
imunidades recíprocas. (Ex. Correios, Infraero, Casa da Moeda do Brasil) 
Aplica-se a imunidade recíproca à propriedade de veículos automotores 
destinados à prestação de serviços postais (STF AgR-ACO 765); às operações de 
importação de bens realizadas por municípios, quando o ente público for o 
importador do bem — identidade entre o "contribuintede direito" e o 
"contribuinte de fato" —, competindo ao ente tributante provar que as 
operações de importação desoneradas estão influindo negativamente no 
mercado, a ponto de violar o artigo 170 da Constituição (STF AgR-AI 518405); 
aos impostos incidentes sobre serviços, patrimônio ou renda do próprio ente 
beneficiado, na qualidade de contribuinte de direito (STF AgR-ARE 663552). 
 
ATENÇÃO! Empresa Pública e Sociedade de economia mista exploradoras de 
atividade econômica (concorrência com o particular/ fim lucrativo) não gozam 
de imunidades recíprocas - Art. 173, §2º e art. 150 §3º CF- (Ex. Caixa econômica 
federal, Banco do Brasil, Petrobras). 
 
IMUNIDADE DOS TEMPLOS: 
Igualmente denominada de imunidade religiosa, está prevista no art. 150, VI, 
“b” e §4°, da CF/88, alcançando os impostos sobre o patrimônio, a renda e os 
serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades religiosas. 
 
A imunidade deve abranger qualquer culto religioso, atingindo, portanto, todas 
as religiões. 
 
A imunidade tributária religiosa proíbe o IPTU sobre imóveis de propriedade 
dos templos que se encontram alugados, eis que deve abranger não somente os 
prédios destinados ao culto, mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços 
relacionados com as finalidades essenciais das entidades religiosas (RE 325.822). 
 
O STF também entende que os cemitérios que consubstanciam extensões de 
entidades de cunho religioso estão abrangidos pela imunidade religiosa, com a 
impossibilidade da incidência de IPTU em relação a eles (RE 578.562). 
 
A imunidade não se entende às pessoas (bispos, padres, anciãos, pastores, 
ministros ou reverendos). 
21 
 
 
Não há vedação para o envio de dinheiro para o exterior, desde que declarado à 
SRF. 
 
São imunes ainda, todos os artigos religiosos. 
 
ATENÇÃO! Desde que revertida às finalidades essenciais permanece imune de 
IPTU o imóvel/terreno alugado a terceiros. (STF inteligência da Súmula 724). 
 
Ainda: 
- Para o STF a Maçonaria não goza de imunidade, pois não é instituição 
religiosa. 
- Religiões que professam o Satanismo não têm imunidade (Interpretação do 
Preâmbulo da CF/88) 
 
 
IMUNIDADE DOS PARTIDOS POLÍTICOS, ENTIDADES SINDICAIS DOS 
TRABALHADORES, INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E DE ASSISTÊNCIA 
SOCIAL 
O texto constitucional estabelece a proibição de se criar impostos sobre 
patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, 
das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de 
assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei, bem como 
dispõe que tal vedação compreende somente o patrimônio, a renda e os 
serviços, relacionados com as finalidades essenciais destas entidades, segundo o 
art. 150, VI, “c” e §4°. 
 
Neste contexto, salientamos que o enunciado “sem fins lucrativos” diz respeito 
às instituições de educação e de assistência social, estabelecendo o STF que a 
CF/88 remete à lei ordinária a fixação de normas sobre a constituição e o 
funcionamento da entidade educacional ou assistencial imune, mas não os 
limites da imunidade, que, quando susceptíveis de disciplina 
infraconstitucional, ficou reservado à lei complementar, de acordo com o art. 
146, II (ADI 1.802). 
 
Deste modo, para ser considerada entidade “sem fins lucrativos” se deve 
atender o art. 14 do CTN, estabelecendo os requisitos de: (i) não distribuir 
22 
 
qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (ii) 
aplicar integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus 
objetivos institucionais; (iii) manter escrituração de suas receitas e despesas 
em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar a sua exatidão. 
 
Portanto, na falta de cumprimento destes requisitos, a autoridade competente 
pode suspender a aplicação do benefício da imunidade tributária. 
 
Os requisitos são cumulativos e, quando não observados, retira das pessoas 
contempladas, o benefício fiscal da imunidade. 
 
 
IMUNIDADE DOS LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E O PAPEL DESTINADO 
A SUA IMPRESSÃO 
Também chamada de imunidade cultural, está prevista no art. 150, VI, “d”, 
visando concretizar diversas normas jurídicas constitucionais, tais como a livre 
manifestação de pensamento (art.5°, IV), da atividade artística, intelectual, 
científica e da comunicação (art. 5°, IX) e o acesso à informação (art. 5°, XIV). 
 
Segundo o Enunciado 657 do STF, a imunidade cultural abrange os filmes e 
papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos. 
 
O STF entendia pela impossibilidade de a imunidade cultural ser estendida a 
outros insumos não compreendidos no significado do enunciado papel destinado 
à sua impressão (RE 324.600-AgR). Contudo, com o julgamento do RE 330.817, de 
relatoria do Min. Dias Toffoli, foi equiparado ao papel o suporte eletrônico 
utilizado para a publicação dos livros digitais. 
 
Assim, são alcançados pela imunidade cultural tanto os livros eletrônicos como 
os aparelhos leitores de livros eletrônicos, “confeccionados exclusivamente para 
esse fim, ainda que, eventualmente, estejam equipados com funcionalidades acessórias 
ou rudimentares que auxiliam a leitura digital, tais como dicionário de sinônimos, 
marcadores, escolha do tipo e do tamanho da fonte etc.” (RE 330.817) 
 
Tema n.º 593 Repercussão Geral: A imunidade tributária constante do art. 150, VI, 
d, da CF/88 aplica-se ao livro eletrônico (e-book), inclusive aos suportes exclusivamente 
utilizados para fixá-lo. 
23 
 
 
Vale dizer que não se leva em conta o VALOR ARTÍSTICO ou DIDÁTICO, a 
RELEVÂNCIA DAS INFORMAÇÕES DIVULGADAS, a QUALIDADE 
CULTURAL ou o VALOR PEDAGÓGICO da publicação. 
 
Assim, são IMUNES: 
- ÁLBUNS DE FIGURINHAS – Visam estimular o público infantil a se 
familiarizar com os meios de comunicação impressos. Facilitam o acesso à 
cultura, à informação e à educação (RE 221.239 SP; 179.893 SP). 
- APOSTILAS ou MANUAIS TÉCNICOS PARA CURSOS DE TREINAMENTO 
– Veículo de transmissão de cultura simplificado (RE 183.403). 
- LISTAS TELEFÔNICAS – Permitem divulgação de informações necessárias ao 
serviço público a custo zero para os assinantes (RE 199.183). 
 
Mas NÃO SÃO IMUNES: 
- CALENDÁRIOS COMERCIAIS, FOLHINAS, AGENDAS (RE 87.633) 
- MANUAIS DE OPERAÇÕES DE MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E 
UTENSÍLIOS 
- CADERNOS E BLOCOS DE PAPEL PARA ANOTAÇÃO 
- LIVROS CONTÁBEIS 
- IMPRESSOS DE PROPAGANDA MERCANTIL, INDUSTRIAL OU 
PROFISSIONAL. 
 
Objetivo: Proteger livros, jornais, revistas e periódicos + álbum de figurinhas, 
apostilas, revistas em meio eletrônico, fascículos semanais (entendimento 
jurisprudencial). 
 
Esta imunidade não alcança os autores, editoras, empresas de publicidade e 
propaganda. 
 
A jurisprudência do STF estendeu a imunidade ao Papel Especial/fotográfico e 
à Tinta. 
 
Revistas e livros de conteúdo pornográfico ou estrangeiro são imunes de 
impostos. 
 
24 
 
ATENÇÃO! A imunidade é apenas para IMPOSTO, não alcançando taxas, 
contribuições e outros tributos. 
 
Imunidade de CD’s e DVD’s 
 
Objetivo: Protege a intenção do legislador é a proteção da produção nacional 
de CD’s e DVD’s, quando realizada por artistas brasileiros. A intenção do 
legislador foi também intimidar a pirataria, já que no processo de produção 
estão imunes os impostos. 
 
Alcance: Somente a produção realizada por artistas nacionais dentro do 
território nacional: 
I- Na produção de músicas autorias e; 
II- Na interpretação de músicas não autorias de qualquer forma. 
 
AULA 04 – COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA E REPARTIÇÕES DAS 
RECEITAS TRIBUTÁRIAS 
 
4.I - COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 
1. CONCEITO 
A competência tributária é o poder conferido à União, aos Estados-membros, ao 
Distrito Federal e aos Municípios de instituir tributos por meio do processo 
legislativo discriminado nas normas constitucionais. 
Sendo assim, decorre do princípio federativoque somente as pessoas que 
detêm poder de legislar possuem competência tributária ou, em outros termos, 
“poder de tributar”. 
Portanto, as pessoas dotadas de poder de legislar a respeito da criação ou 
instituição dos tributos são os entes federativos ou as pessoas políticas, isto é, a 
União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios. 
Neste sentido, devemos entender que a CF/88 não institui os tributos, mas sim 
outorga a competência tributária para os entes federativos criarem os tributos e 
descreve de que forma esta competência pode ser exigida. 
25 
 
Capacidade ativa ≠ competência tributária 
Capacidade tributária ativa: capacidade de arrecadação e a fiscalização de 
tributos. 
A capacidade tributária ativa é o exercício da administração tributária! 
Para o STF toda pessoa jurídica de direito público pode exercer capacidade 
tributária ativa (entes federativos, autarquias e fundações públicas) 
LEMBRETE: Todo aquele que tem competência tem capacidade tributária, mas 
nem todo aquele que tem capacidade tributária tem competência. 
Características e atributos da capacidade tributária: 
a) Delegabilidade- os entes federativos podem delegar capacidade para 
Autarquias e fundações públicas; 
b) Transferibilidade- os entes federativos podem transferir capacidade 
tributária entre si mediante autorização constitucional. Ex. Art. 153, §4º inc. III 
CF- Os municípios que desejarem (opcional) poderão arrecadar e fiscalizar o 
valor pago a título de ITR; e ficarão com 100% do valor arrecadado; 
c) Precariedade- a delegação da capacidade tributária ativa pode ser 
revogada a qualquer tempo por ato unilateral. 
 
2. CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 A competência tributária classifica-se como exclusiva, residual, extraordinária, 
comum e cumulativa. 
A competência tributária exclusiva se refere à competência da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para instituir os tributos que a 
Constituição prevê especificamente apenas para cada ente federativo, a saber: 
 
Competência exclusiva ou privativa da União 
(i) Impostos: a) imposto sobre importação de produtos estrangeiros (II) – art. 
153, I; b) imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou 
nacionalizados (IE) – art. 153, II; c) imposto sobre renda e proventos de 
26 
 
qualquer natureza (IR) – art. 153, III; d) imposto sobre produtos 
industrializados (IPI) – art. 153, IV; e) imposto sobre operações de crédito, 
câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF) – art. 153, V; 
f) imposto sobre propriedade territorial rural (ITR) – art. 153, VI; g) imposto 
sobre grandes fortunas (IGF) – art. 153, VII. 
(ii) Empréstimos Compulsórios (art. 148): a) empréstimo por calamidade ou 
guerra externa (art. 148, I); b) empréstimo por investimento público urgente e 
de relevância nacional (art. 148, II); 
(iii) Contribuições especiais ou parafiscais: a) contribuições de seguridade 
social (art. 195, art. 239; ADCT, art. 74, 75, 84 e 90); b) contribuições sociais (art. 
212, § 5º e art. 240); c) contribuições de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas, também denominadas de corporativas (art. 149); d) contribuições 
de intervenção no domínio econômico (CIDE) – art. 149 e art. 177, § 4º. 
 
Competência exclusiva ou privativa dos Estados e do Distrito Federal 
(i) Impostos (CF, art. 155): a) impostos sobre transmissão causa mortis e doação, 
de quaisquer bens ou direitos (ITCMD) – art. 155, I; b) impostos sobre 
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços 
de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) – art. 
155, II; c) imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA) – art. 155, 
III. 
 
Competência exclusiva ou privativa dos Municípios e do Distrito Federal 
(i) Impostos (CF, art. 156): a) imposto sobre propriedade predial e 
territorial urbana (IPTU) art. 156, I; b) impostos sobre transmissão 
inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre 
imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua 
aquisição (ITBI) – art. 156, II; c) imposto sobre serviços de qualquer 
natureza (ISS), não compreendidos no ICMS, definidos em lei 
complementar – art. 156, III; 
(ii) Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP 
ou CIP) - art. 149-A. 
27 
 
 
A competência tributária residual se refere à competência da União para 
instituir, mediante lei complementar (legislador ordinário), impostos não 
previstos na sua competência, desde que sejam não-cumulativos e não tenham 
fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição 
(art. 154, I). Assim sendo, realça-se que, no caso da instituição de novo imposto 
pela União, no exercício de sua competência residual, o denominado imposto 
residual deve ter o seu fato gerador, bases de cálculo, contribuintes e alíquotas 
previstas em lei complementar. 
 
A competência tributária extraordinária é a competência da União para 
instituir na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, 
compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão 
suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação (art. 154, II). 
 
A competência tributária comum ou concorrente é a competência de todos os 
entes políticos para instituição de taxas, contribuições de melhoria e 
contribuição previdenciária dos seus servidores, dentro da esfera de 
competência político-administrativa de cada um. 
 
Competência comum da União, Estados-membros, DF e Municípios 
Taxas: a) taxas de polícia; b) taxas de serviço. 
Contribuições de Melhoria. 
Contribuição previdenciária. 
 
Por fim, a competência tributária cumulativa é a competência da União para 
instituir, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for 
dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais (art. 147, da 
CF/88). 
 
28 
 
3. CARACTERÍSTICAS DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
A doutrina atribui algumas características à competência tributária, a saber: 
(i) Indelegabilidade; 
(ii) Incaducabilidade ou imprescritibilidade; 
(iii) Inalterabilidade; 
(iv) Irrenunciabilidade; 
(v) Facultatividade; 
(vi) Privatividade. 
 
4. II - REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS 
Buscando equalizar o déficit de arrecadação entre os entes federados em razão 
da disparidade da competência tributária prevista na CF, o Título VI (Da 
Tributação e do Orçamento), Capítulo I (Do Sistema Tributário Nacional), abre 
a Seção VI (Da Repartição das Receitas Tributárias), que muito nos importa 
estudar para as provas da OAB. 
 
Perceba que a própria Constituição atribui ora aos Estados e ora aos Municípios 
parte das receitas arrecadas pela União, já que a eles foram destinadas porções 
menores da competência tributária. 
A banca da FGV costuma trazer esse tema em suas questões, seja de primeira 
ou de segunda fase, como será visto nos exercícios sobre o tema. 
Assim, a Seção VI se inicia com o art. 157 com o rateio entre a União e os 
Estados do “produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e 
proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos 
pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que 
instituírem e mantiverem” (art. 157, I, CF). 
Isso quer dizer que o imposto de renda retido na fonte sobre salário, proventos 
ou remuneração paga pelo Estado, suas autarquias e fundações que instituir ou 
mantiver, ficará integralmente com o Estado e não será destinado aos cofres da 
União Federal. 
29 
 
Não confunda com o imposto retido na fonte sobre os salários pagos pela 
iniciativa privada. Estes serão sempre destinados à União, na forma da 
competência prevista na Constituição (art. 153, III). 
Essa mesma repartição é repetida no art. 158, I da CF. Contudo, nesse 
dispositivo, o rateio é feito entre União Federal e Municípios:“o produto da 
arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer 
natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por 
eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem”. 
Também cabe ao Estado 20% (vinte por cento) do produto da arrecadação do 
imposto que a União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída 
pelo art. 154, I. Ou seja, SE for instituído pela União o imposto residual – até o 
momento não houve sua instituição – os Estados ficarão com 20% da 
arrecadação. 
Aos Municípios, além do imposto de renda retido na fonte pelos valores pagos 
aos seus servidores e demais funcionários como vimos no art. 158, I da CF, cabe 
metade da arrecadação do ITR cobrado dos imóveis neles situados. Caso esses 
Municípios tenham optado por exercer a capacidade tributária ativa (fiscalizar e 
cobrar o ITR) – opção prevista no art. 153, § 4º, III, CF – eles ficarão com a 
totalidade da arrecadação. 
Esse tema é muito cobrado nas provas da FGV, portanto, vale a pena 
memorizar esse dispositivo! 
Ainda, os Municípios também ficam com cinqüenta por cento do produto da 
arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos 
automotores licenciados em seus territórios (art. 158, III, CF). 
Sim! O Estado reparte metade do IPVA com o Município que licenciou o 
veículo. Assim, se seu carro tem a placa de Campo Grande, pode ter certeza que 
o Município de Campo Grande ficou com metade do imposto que você pagou 
ao Estado pela propriedade do veículo automotor. 
Por fim, cabe ao Município vinte e cinco por cento do produto da arrecadação 
do ICMS (art 158, IV). 
As demais disposições nesta Seção nunca foram abordadas nas provas da OAB 
na primeira fase, motivo pelo qual não serão tratadas aqui nesta apostila. 
30 
 
 
AULA 05 – OBRIGAÇÃO, SOLIDARIEDADE, CAPACIDADE E 
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 
 
5.I - OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. 
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato 
gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade 
pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela 
decorrente. 
§ 2º A obrigação acessória decorrente da legislação tributária e 
tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela 
previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos 
tributos. 
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua 
inobservância, converte-se em obrigação principal 
relativamente à penalidade pecuniária. 
 
A obrigação tributária nasce com o acontecimento no mundo fático da hipótese 
prevista na norma tributária. Pode ser: principal ou acessória. 
OBRIGAÇÃO PRINCIPAL – É o dever de pagar tributo e decorre do Fato 
Gerador. Sempre criado por lei em sentido estrito. 
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA – É o cumprimento dos deveres instrumentais 
determinados na legislação tributária. Será sempre um fazer ou não fazer em 
prol da fiscalização e arrecadação dos tributos. Pode ser criada por lei ou ato 
infralegal. Ex.: emitir nota fiscal; manter escrituração fiscal, guardar e conservar 
livros fiscais. 
IMPORTANTE: A obrigação acessória independe da principal!! 
Com a ocorrência do fato gerador e o surgimento da obrigação tributária, o 
vínculo obrigacional se fecha ligando o sujeito ativo ao sujeito passivo, fazendo 
surgir imediatamente o direito subjetivo de exigir a prestação e o 
correspondente dever objetivo de prestá-la. 
SUJEITO ATIVO – Art. 119 e 120 do CTN. 
31 
 
SUJEITO PASSIVO – Art. 121 – Pessoa obrigada ao pagamento do tributo ou 
penalidade pecuniária. O sujeito passivo da obrigação principal pode ser: 
a) Contribuinte - quando tenha relação pessoal e direta com a situação que 
constitua o respectivo fato gerador; 
b) Responsável - quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua 
obrigação decorra de disposição expressa de lei. 
IMPORTANTE: Convenções particulares que tratem sobre a responsabilidade 
pelo pagamento de tributos não são oponíveis à Fazenda Pública. Ex. Contrato 
de locação de imóvel que se fixa a responsabilidade do locatário pelo 
pagamento do IPTU. 
 
5.II – SOLIDARIEDADE TRIBUTÁRIA 
No direito tributário a solidariedade é sempre passiva e está ligada ao interesse 
comum dos devedores solidários na situação ou à disposição expressa em lei. 
Art. 124. São solidariamente obrigadas: 
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que 
constitua o fato gerador da obrigação principal; 
II - as pessoas expressamente designadas por lei. 
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não 
comporta benefício de ordem. 
 
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes 
os efeitos da solidariedade: 
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos 
demais; 
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os 
obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, 
subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo 
saldo; 
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos 
obrigados, favorece ou prejudica aos demais 
 
Vale ressaltar a inexistência do chamado benefício de ordem na solidariedade 
tributária. TODOS PODEM SER CHAMADOS A SALDAR INTEGRALMENTE 
O TRIBUTO DEVIDO. 
 
32 
 
5.III - CAPACIDADE TRIBUTÁRIA PASSIVA 
Já estudamos a capacidade tributária ativa, que é aquela aptidão para figurar no 
polo ativo da obrigação tributária. Passemos agora à figura da capacidade 
tributária PASSIVA. 
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: 
I - da capacidade civil das pessoas naturais; 
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que 
importem privação ou limitação do exercício de atividades 
civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de 
seus bens ou negócios; 
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, 
bastando que configure uma unidade econômica ou 
profissional. 
 
Tem capacidade tributária passiva aquele que deve recolher tributo, ou seja, 
quem realiza o fato gerador. 
Segundo o CTN, a capacidade tributária passiva independe da capacidade civil 
das pessoas naturais. 
Podem ser sujeitos passivos: 
- Os menores de idade, nestes incluídos os recém-nascidos; 
- Os silvícolas (índios); 
- Os loucos de todo gênero, os pródigos, os deficientes físicos, as pessoas de 
capacidade mental/intelectual reduzida, os analfabetos, os presidiários; 
- Os enfermos, os desaparecidos; 
- Os estrangeiros; 
- As sociedades irregulares, as sociedades com existência apenas de fato, os 
ambulantes, os camelôs, os vendedores de porta em porta; 
- Os interditados, os tutelados, os curatelados; 
- O espólio, a herança jacente; 
 - Quem mais a lei determinar. 
33 
 
 
 
5.IV – DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO 
O domicílio tributário pode ser definido como o local em que o sujeito passivo, 
seja o contribuinte ou o responsável, exerce todos os atos, direitos ou deveres 
perante a administração tributária. 
A regra do CTN é que o contribuinte pode escolher seu domicílio tributário, 
onde melhor lhe convier. Não pode, entretanto, utilizar-se desse poder de 
escolha para evitar ou dificultar a fiscalização e/ou arrecadação de tributos. 
Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, 
de domicílio tributário, na forma da legislação aplicável, 
considera-se como tal: 
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, 
sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua 
atividade; 
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas 
individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou 
fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento; 
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de 
suas repartições no território da entidade tributante. 
 
§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em 
qualquer dos incisos desteartigo, considerar-se-á como 
domicílio tributário do contribuinteou responsável o lugar 
dasituação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que 
deram origem à obrigação. 
 
§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio 
eleito, quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a 
fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo 
anterior. 
 
5.V – RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 
A lei delega a pessoa relacionada com a ocorrência do fato gerador a 
responsabilidade pelo cumprimento da obrigação tributária. A relação passa a 
ser entre o Fisco e o responsável. 
34 
 
A atribuição de responsabilidade deve ser de modo expresso, e por meio de lei 
em sentido estrito, sem a qual ninguém poderá ser considerado responsável 
pelo pagamento de tributo algum. SOMENTE A LEI PODE ATRIBUIR 
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. 
A terceira pessoa escolhida na lei de modo expresso DEVE SER VINCULADA 
AO FATO GERADOR, sem o qual é indevida a atribuição. 
 
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode 
atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito 
tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da 
respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do 
contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do 
cumprimento total ou parcial da referida obrigação. 
 
RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO - Também conhecida como 
substituição tributária, nesse tipo de responsabilidade, a atribuição desta ocorre 
desde o momento da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, 
quando o responsável (substituto) ocupa o lugar do contribuinte (substituído) 
de forma imediata, sendo aquele o sujeito passivo da relação. 
 
RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA - transferência da 
responsabilidade pelo pagamento do tributo devido do contribuinte para o 
responsável previsto na lei, mas em momento posterior à ocorrência do fato 
gerador da obrigação, tendo em vista a ocorrência de algum fato previsto na lei. 
Aqui, existe inicialmente a figura do contribuinte no momento da ocorrência do 
fato gerador, sendo posteriormente a responsabilidade transferida para o 
responsável tributário. Subdividida em três grupos: 
a) Responsabilidade solidária – arts. 124 e 125 CTN; 
b) Responsabilidade dos Sucessores – arts. 129 a 133 CTN; e 
c) Responsabilidade de Terceiros – arts. 134 e 135 CTN. 
 
RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES - Essa é a responsabilidade 
estabelecida em razão da prática de infrações à legislação tributária, conforme 
definido nos artigos 136 a 138 do CTN. 
5.VI – DENÚNCIA ESPONTÂNEA 
35 
 
A denúncia espontânea é um benefício concedido pelo Fisco, antes de 
notificado o sujeito passivo, para que seja corrigido eventual equívoco, 
recolhendo-se, quando houver, o montante do tributo devido, acrescido dos 
juros de mora. Sua previsão é expressa no art. 138 do CTN: 
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, 
acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de 
mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, 
quando o montante do tributo dependa de apuração. 
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o 
início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, 
relacionados com a infração. 
 
AULA 06 – CRÉDITO, LANÇAMENTO, SUSPENSÃO, EXTINÇÃO, 
PAGAMENTO INDEVIDO E EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
6.I – CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
O CTN diferencia a obrigação tributária, já estudada nas aulas anteriores, do 
crédito tributário. A primeira surge – automática e infalivelmente – com a 
realização da hipótese de incidência prevista na norma tributária abstrata, 
criando o vínculo obrigacional entre sujeito ativo e sujeito passivo. Contudo, a 
mera obrigação tributária não é suficiente para que o Fisco possa efetivamente 
cobrar o valor previsto em lei. É necessária a formalização, em linguagem 
competente, da constituição do crédito tributário. 
Essa constituição é realizada por intermédio de um procedimento 
administrativo chamado lançamento tributário. O lançamento tem previsão a 
partir do art. 142 do CTN e possui importância fundamental para nosso estudo. 
Isso porque é o lançamento que proporcionará ao fim e ao cabo a possibilidade 
do Fisco cobrar do contribuinte o montante devido pela realização no mundo 
físico da hipótese de incidência prevista na norma tributária. 
Vejamos o que nos traz o CTN: 
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o 
crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento 
administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação 
correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo 
36 
 
devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da 
penalidade cabível. 
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e 
obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. 
 
Assim, lançamento é o procedimento “privativo” da autoridade administrativa 
que registra a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária e o formaliza 
em linguagem prevista em lei para que o Fisco possa, então, cobrar o montante 
devido do contribuinte. 
Muito embora o CTN estabeleça que o procedimento compete privativamente à 
autoridade administrativa, veremos que em muitos casos o crédito é constituído 
sem qualquer intervenção do Fisco. Isso acontece rotineiramente nos tributos 
sujeitos ao lançamento por homologação: 
“(...) nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, a apresentação de Declaração 
de Débitos e Créditos Tributários Federais - DCTF, de Guia de Informação e Apuração 
do ICMS- GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é suficiente para 
a cobrança dos valores nela declarados, dispensando-se qualquer outra providência por 
parte do Fisco. (STJ, AgRg no REsp 1259563/PE, de 06/10/2011)” 
 
“Súmula STJ nº 436: A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito 
fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do 
fisco.” 
 
Nesses casos, o envio das declarações pelo sujeito passivo importa em confissão 
de dívida por este e na constituição formal do crédito tributário, sendo 
dispensável a homologação formal do lançamento por parte da autoridade 
competente. Não há nem mesmo a necessidade de prévia notificação ao sujeito 
passivo nem a instauração de regular processo administrativo. Sendo declarado 
e não pago, poderá o débito ser inscrito automaticamente em dívida ativa. Esse 
é o atual entendimento do STJ. 
 
De todo modo, a sistemática adotada pelo CTN dispõe que o lançamento é ato 
privativo da autoridade fiscal. Portanto, na hora da prova, não se hesite em 
seguir esse conceito! 
Após notificação do sujeito passivo do lançamento realizado, só é possível sua 
alteração por meio de: 1) impugnação do sujeito passivo; 2) recurso de ofício do 
próprio Fisco; 3) iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos 
previstos no art. 149; (art. 145, CTN). 
37 
 
Assim, temos: 
Lançamento é um procedimento administrativo vinculado (a forma de lançar 
está descrita na lei). 
O lançamento torna o crédito tributário exigível. 
Vício no lançamento: gera anulação. 
A falta do lançamento pela autoridade fiscal gera responsabilização funcional 
do agente. 
 
Passemos, então, às MODALIDADES DE LANÇAMENTO: 
a)De ofício (direto) ou por Revisão:Art. 149 CTN. 
O Fisco lança sem a necessidade de qualquer informação do contribuinte. A 
autoridade administrativa já possui todos os elementos para constituir o crédito 
tributário. Ex. IPVA e IPTU. 
b) Declaração (Misto): Art. 147 CTN. 
O Fisco lança com base nas informações prestadas em parte pelo contribuinte. 
Ex.Imposto de Importação; ITCMD e ITBI. 
c) Homologação (autolançamento): Art. 150 CTN. 
O contribuinte realiza todo procedimento administrativo, antecipa o pagamento 
do tributo e informaquanto pagou. Modalidade atualmente mais utilizada, 
tendo em conta a pluralidade de operações nas sociedades de massa. Facilita a 
fiscalização e arrecadação pelo Fisco. Ex. ICMS, IRPF. 
O Fisco irá concordar ou não com o pagamento realizado. O ato de 
concordância denomina-se homologação. A homologação pode ser de duas 
formas: 
A) EXPRESSA- quando a autoridade fiscal expressamente homologa o crédito e 
concorda com o montante recolhido a título de tributo, extinguindo a obrigação 
tributária; 
38 
 
B) TÁCITA- quando o Fisco deixa de se manifestar pelo prazo previsto em lei (5 
anos – art. 150, § 4º), ocorre a homologação tácita do lançamento e do 
pagamento. 
 
6.II – SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
O CTN prevê algumas hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito 
tributário em seu art. 151. 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
I - moratória; 
II - o depósito do seu montante integral; 
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo 
tributário administrativo; 
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. 
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies 
de 
ação judicial; 
VI – o parcelamento. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das 
obrigações 
assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou 
dela 
conseqüentes. 
Nesses casos, o Fisco fica impedido de cobrar o crédito, podendo, entretanto, 
promover o lançamento das obrigações tributárias ocorridas durante a 
suspensão da exigibilidade para evitar a decadência do direito de lançar. 
Enquanto subsistir a suspensão da exigibilidade, o contribuinte terá direito à 
CPD-EN – Certidão Positiva de Débitos com Efeitos de Negativa. Esse 
documento é muito útil para os contribuintes que contratam com a 
Administração Pública e precisam demonstrar estarem em dia com as 
obrigações fiscais (Lei nº 8.666). 
MEMOREX: MO-DE-RE-CO-PA 
 
6.III – EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
39 
 
O CTN traz em seu art. 156 as hipóteses de extinção do crédito tributário. 
Perceba que na maioria delas o pagamento é a principal forma de extinção do 
crédito. Além dele, há a remissão (perdão do crédito), a prescrição e a 
decadência e as decisões administrativas e judiciais, que não possam ser 
reformadas. 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
I - o pagamento; 
II - a compensação; 
III - a transação; 
IV - remissão; 
V - a prescrição e a decadência; 
VI - a conversão de depósito em renda; 
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do 
disposto 
no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; 
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 
164; 
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na 
órbita 
administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; 
X - a decisão judicial passada em julgado. 
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições 
estabelecidas em 
lei. 
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do 
crédito 
sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o 
disposto nos 
artigos 144 e 149. 
Lembre-se: 
a) decadência – fulmina o direito de lançar (constituir o crédito) – art. 173; 
b) prescrição – fulmina o direito de cobrar (lançamento já realizado) – art. 
174 e art 150, § 4. 
 
IMPUTAÇÃO DE PAGAMENTO – O art. 163 prevê casos em que haja dois ou 
mais débitos vencidos com o mesmo sujeito ativo. Há uma prioridade na 
imputação do pagamento, como se observa: 
40 
 
Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo 
sujeito passivopara com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao 
mesmo ou a diferentestributos ou provenientes de penalidade pecuniária ou 
juros de mora, a autoridade administrativacompetente para receber o 
pagamento determinará a respectiva imputação, obedecidas asseguintes regras, 
na ordem em que enumeradas: 
I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar 
aosdecorrentes de responsabilidade tributária; 
II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim 
aosimpostos; 
III - na ordem crescente dos prazos de prescrição; 
IV - na ordem decrescente dos montantes. 
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO – instituto utilizado pelo contribuinte 
quando esteja diante de exigência indevida para o pagamento do tributo; seja 
exigido por mais de uma pessoa e haja dúvida a quem pagar; e demais casos 
previstos no art. 164: 
Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente 
pelo sujeito passivo, nos casos: 
I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro 
tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; 
II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências 
administrativas sem fundamento legal; 
III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo 
idêntico sobre um mesmo fato gerador. 
§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe 
pagar. 
§ 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a 
importância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a 
consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, 
sem prejuízo das penalidades cabíveis. 
 
6. IV – PAGAMENTO INDEVIDO E REPETIÇÃO DE INDÉBITO 
O CTN estabelece a possibilidade de restituição do indébito por meio de 
requerimento administrativo ou ação judicial. 
Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à 
restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu 
pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: 
41 
 
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o 
devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou 
circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; 
II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, 
nocálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer 
documento relativo ao pagamento; 
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. 
PRAZO PARA REPETIÇÃO (art. 168) – 5 anos contados: 
a) da extinção do crédito (hipóteses dos incisos I e II do art. 165); 
b) da data em que a decisão transitar em julgado (hipóteses do inciso III do 
art. 165). 
Art. 169 – Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa 
que denegar a restituição. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da 
ação judicial,recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data da 
intimação validamente feita aorepresentante judicial da Fazenda Pública 
interessada. 
 
6.V – EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
São duas as modalidades de exclusão do crédito tributário: a isenção e a anistia. 
MEMOREX: AN – IS 
DICA – Se você decorar as hipóteses de suspensão da exigibilidade (MO-DE-
RE-CO-PA) e as de exclusão do crédito tributário (AN-IS), as demais hipóteses 
serão de extinção do crédito. 
Sobre a Isenção, vimos rapidamente seus contornos quando estudamos o 
instituto da imunidade tributária. Sua previsão está inserida nos art.s 176 a 17 
CTN. 
É a dispensa legal do pagamento de tributo. 
Lembre-se:Somente lei em sentido estrito concede ou extingue isenção! 
A isenção só atinge a obrigação tributária principal, não se estendendo à 
obrigação acessória. 
Prazos: 
42 
 
a) Isenção por prazo indeterminado → pode ser revogada a qualquer tempo 
e não gera direito adquirido. (Art. 175, par. único CTN) 
STF: Havendo revogação da isenção por prazo indeterminado, a cobrança do 
tributo observa o princípio da anterioridade. 
b) Isenção por prazo determinado→ é irrevogável, tal isenção gera direitoadquirido (art. 178 CTN) 
 
Anistia é o perdão da penalidade e está prevista nos arts. 180 a 182 CTN. 
Não são abrangidas pela anistia as seguintes multas: 
A) Multas aplicadas após a vigência da lei; 
B) Multas decorrentes de conluio entre duas ou mais pessoas; 
C) Multas decorrentes de dolo, fraude ou simulação; 
D) Multas decorrentes de crime tributário.

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