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Metodologia_da_pesquisa_cientifica_02

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Cópia não controlada - AN03FREV001 
 28 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
CURSO DE METODOLOGIA DA 
PESQUISA CIENTÍFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 Cópia não controlada - AN03FREV001 
 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
CURSO DE METODOLOGIA DA 
PESQUISA CIENTÍFICA 
OLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 
CURSO DE METODOLOGIA DA 
PESQUISA CIENTÍFICA 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou 
distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do 
conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências 
Bibliográficas. 
 
 Cópia não controlada - AN03FREV001 
 30 
 
 
MÓDULO II 
 
Prezado(a) Aluno(a): 
 
 
Dando continuidade no nosso estudo, este módulo tem como propósito 
mostrar os tipos de pesquisa mais utilizados nos trabalhos acadêmicos: 
pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa e suas diferenças, o uso da 
entrevista e do questionário para a coleta de dados. 
 
 
Objetivo da aprendizagem 
 
Neste módulo você obterá os seguintes conhecimentos: 
 
1. O que é uma pesquisa qualitativa 
2. O que é uma pesquisa quantitativa 
3. Entrevistas: conceitos e tipos 
4. Questionários 
 
 
 Cópia não controlada - AN03FREV001 
 31 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
Ao iniciarmos o estudo sobre pesquisa qualitativa e quantitativa se faz 
necessário falar sobre a importância da entrevista nos dois tipos de pesquisa, a 
diferença entre estas pesquisas, a aplicação do grupo focal e a utilização do 
questionário para a coleta de dados – que veremos em tópicos específicos, 
objetivando o entendimento da relevância destas metodologias para o sucesso 
da pesquisa. 
 
 
6 PESQUISA QUALITATIVA 
 
 
O processo investigatório em uma pesquisa inicia pela aquisição e 
coleta de dados que podem ser entrevistas, pesquisas em fontes variadas 
como (vídeo, livros, revistas, filmes, Internet e outro material documental). 
Estes dados posteriormente passarão pelo que se chama de “tratamento dos 
dados”. Para Mello (2006, p.41), “à relação entre a fundamentação teórica, ao 
objeto a ser pesquisado e o campo que se pretende explorar, são fundamentais 
para a realização de um trabalho de pesquisa qualitativa”, por isso é importante 
que o aluno-pesquisador conheça o tema a ser pesquisado, assunto este que 
já vimos no módulo I. 
Para que se efetue a pesquisa qualitativa é necessária à realização de 
entrevistas com os sujeitos pesquisados. Estas entrevistas podem ser: 
entrevista aberta, entrevista fechada ou entrevista semiestruturada. Veremos 
este assunto em tópico específico. 
Muitos são os conceitos sobre pesquisa qualitativa, vejamos o quadro 
abaixo com alguns destes conceitos: 
 
 
 Cópia não controlada - AN03FREV001 
 32 
 
 
 
Autor Conceito 
Amstel 
(2007, p.1)1, 
 
“Pesquisa qualitativa é basicamente aquela que busca entender um 
fenômeno específico em profundidade. Ao invés de estatísticas, regras e outras 
generalizações, a qualitativa trabalha com descrições, comparações e 
interpretações. A pesquisa qualitativa é mais participativa e, portanto, menos 
controlável. Os participantes da pesquisa podem direcionar o rumo da pesquisa 
em suas interações com o pesquisador”. 
 
Dias (2000 
p.141) 
“A pesquisa qualitativa se caracteriza, principalmente, pela ausência de 
medidas numéricas e análises estatísticas, examinando aspectos mais profundos 
e subjetivos do tema em estudo”. 
 
Neves 
(apud Maanen,1979, 
p.520) 
 
“A expressão ‘pesquisa qualitativa’ assume diferentes significados no 
campo das ciências sociais. Compreende um conjunto de diferentes técnicas 
interpretativas que visam a descrever e a decodificar os componentes de um 
sistema complexo de significados. Tem por objetivo traduzir e expressar o sentido 
dos fenômenos do mundo social; trata-se de reduzir a distância entre indicador e 
indicado, entre teoria e dados, contexto e ação”. 
Quadro 1: Conceitos sobre pesquisa qualitativa 
FONTE: a autora 
 
 
Podemos observar por meio desses conceitos que a pesquisa 
qualitativa é mais apropriada a estudos que visam às áreas das ciências 
humanas (sociologia, antropologia, psicologia, etc.), pois com ela o 
pesquisador se aproxima do fenômeno a ser pesquisado, do objeto de estudo. 
Para Mello (2006, p.44), 
 
a ferramenta principal, nos métodos qualitativos, é a pessoa do 
próprio pesquisador, seus processos de razão e sensibilidade, 
especialmente o uso de sua intuição e seus outros atributos humanos 
referentes à comunicação humana, haja vista que os estudos 
qualitativos preocupam-se mais com a qualidade dos dados do que 
com a quantidade destes. (MELLO, 2006, p.44). 
 
 
1 Disponível em: http: //tropus.com.br 
 
 Cópia não controlada - AN03FREV001 
 33 
Por isso, ressaltamos a importância da integração do tema com os 
conhecimentos do aluno-pesquisador, para que haja um melhor entendimento 
quando da análise dos dados. 
A pesquisa qualitativa possui diferentes abordagens, para Dias (2000, 
p.142 apud Calder, 1977), os métodos qualitativos são classificados em: 
“exploratórios, fenomenológicos e clínica”, já para Gil (2009, p.41) a pesquisa 
está classificada em: exploratória, descritiva e explicativa. Vejamos o 
comparativo entre eles: 
 
Autor Dias(2000, p.142) 
Pesquisa 
exploratória 
“ocorre em duas situações distintas: quando o pesquisador está 
interessado em testar aspectos operacionais de uma pesquisa quantitativa, 
como por exemplo, o teste-piloto de um questionário; ou quando seu objetivo é 
estimular o próprio pensamento científico, por meio da concepção mais 
aprofundada de um problema e da geração em pesquisa futura. Pode ser 
utilizada em pesquisas científicas, em pesquisas de opinião e mercadológicas, 
detectando novos produtos e serviços, novas necessidades dos clientes, e 
captando suas reações a produtos e serviços antes de serem lançados no 
mercado”. 
Fenome
nológica 
“tem como propósito ‘transferir’ o pesquisador para o ambiente que lhe 
é pouco ou nada familiar, fazendo com que experimente as mesmas sensações, 
problemas, necessidades e satisfações da população pesquisada. Ao se 
‘transformar’ em membro dessa população, o pesquisador aprende sua 
linguagem, seu vocabulário e adquire subsídios mais consistentes para sua 
pesquisa, a partir de uma interação muito mais próxima com a realidade, sob o 
ponto de vista do universo pesquisado”. 
Exemplo: Darcy Ribeiro que viveu entre os índios do Pantanal e da 
Amazônia, para melhor compreender como eram seus hábitos e costumes. 
Clínica “objetiva trazer à tona sensações e sentimentos que não poderiam ser 
facilmente percebidos por meio de métodos de pesquisas estruturadas. Lida 
com informações veladas, por vezes inconscientes e inacessíveis nos 
relacionamentos interpessoais, constituindo-se em uma boa ferramenta na 
obtenção de informações úteis para o julgamento clínico de profissional 
especializado. Seu caráter científico não está relacionado ao método e sim ao 
grau de conhecimento científico necessário ao pesquisador que o utiliza”. 
 
 
 
 
 Cópia não controlada - AN03FREV001 
 34 
QUADRO 2: COMPARATIVO ENTRE MÉTODOS QUALITATIVOS. 
Autor Gil (2009, p.41-42) 
Pesquisa exploratória “têm como objetivo proporcionar maior 
familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais 
explícito ou a constituir hipóteses, o aprimoramento de 
ideias ou a descoberta de intuições. Na maioria dos casos, 
essas pesquisas envolvem: a) levantamento bibliográfico; b) 
entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas 
com o problema pesquisado; c) análise de exemplos que 
“estimulem a compreensão”.Descritiva “têm com objetivo primordial a descrição das 
características de determinada população ou fenômeno, ou 
então, o estabelecimento de relações entre variáveis. Uma 
das características mais significativas está na utilização de 
técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o 
questionário e a observação sistemática. Exemplo de 
pesquisa descritiva: estudar as características de um grupo: 
sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de 
escolaridade, estado de saúde física, mental, etc”. 
Este tipo de pesquisa é “mais solicitada por 
instituições estudantis, empresas comerciais, partidos 
políticos, etc”. (GIL, 2009, p.42) 
Explicativa “tem por objetivo identificar os fatores que 
determinam ou que contribuem para a ocorrência dos 
fenômenos. Esse é o tipo de pesquisa que mais aprofunda 
o conhecimento da realidade, por que explica a razão, o 
porquê das coisas. Pode-se dizer que o conhecimento está 
assentado nos resultados oferecidos pelos estudos 
explicativos”. 
FONTE: a autora 
 
Objetivamos com o demonstrativo do quadro acima elucidar os tipos de 
pesquisa qualitativa existentes, no intuito de colaborar na sua futura pesquisa, 
para que você, aluno, tenha conhecimento quando da escolha do método a ser 
utilizado, qualificando melhor sua pesquisa. Podemos inferir ao ler os tipos 
diferentes de pesquisa é que a pesquisa exploratória é a que melhor traz 
resultados quando queremos nos aproximar dos sujeitos pesquisados a fim de 
 
 Cópia não controlada - AN03FREV001 
 35 
descobrir seus desejos, insatisfações, percepções e opiniões sobre 
determinado produto ou serviço. 
 
 
7 PESQUISA QUANTITATIVA 
 
 
A pesquisa quantitativa, como o próprio nome diz, quantifica por meio 
de números ou percentuais dados que se quer obter. 
 
a pesquisa quantitativa normalmente se mostra apropriada quando 
existe a possibilidade de medidas quantificáveis de variáveis e 
inferências a partir de amostras de uma população. Esse tipo de 
pesquisa usa medidas numéricas para testar constructos científicos e 
hipóteses, ou busca padrões numéricos relacionados a conceitos 
cotidianos. (DIAS, 2000, p.141) 
 
Quando se opta pela pesquisa quantitativa tem-se que levar em conta 
o problema e os objetivos da pesquisa, para não incorrer ao final do trabalho 
em meros relatórios descritivos, sem relevância científica. O método 
quantitativo é utilizado principalmente em pesquisa de mercado, nos períodos 
eleitorais para que se saibam as preferências do eleitorado. Quando utilizamos 
esta pesquisa temos que validar os dados estatísticos encontrados e isto se faz 
por meio do estudo das variáveis. Vejamos no próximo tópico. 
 
 
7.1 VARIÁVEIS 
 
 
De acordo com: 
 
As variáveis são propriedades que podem se diversificar entre 
indivíduos, objetos ou coisas, entre outros. A variável traz consigo 
quatro partes: um nome, um tipo de definição verbal, um conjunto de 
classe e um processo que permite a ordenação lógica. De acordo 
com a forma como se apresenta, dividem-se em gêneros, espécies e 
categorias, os quais, por sua vez, têm suas subdivisões. (FACHIN, 
2006, p. 85) 
 
 
 Cópia não controlada - AN03FREV001 
 36 
Ancorados nesta Autora, trazemos aqui os conceitos das divisões 
relacionadas acima. As variáveis se classificam como: “variáveis de gênero, 
espécie e categorias.” (FACHIM, 2006, p.74) 
 
a) gênero: “esta variável compreende três tipos: variáveis 
dicotômicas, que são as variáveis que simplesmente divergem pela 
afirmação ou negação de uma das posições, pertencentes à mesma 
série”. Exemplo: “homem ou mulher; singular ou plural”; variáveis 
contínuas são aquelas que podem assumir qualquer valor numérico, 
bem como possibilitar medidas. Exemplo: a variável ‘aproveitamento 
escolar’ que varia de zero (0) e 10 pontos, porém há a vantagem 
intermediária”; variável descontínua, onde há a ausência de 
graduação numérica e sua espécie não obedece a uma ordem 
sequencial natural de continuidade. Exemplo: os alunos da disciplina 
Metodologia de Pesquisa de uma faculdade; as pessoas que são 
filiadas a um clube”. (FACHIM, 2006, p.74-76); b) espécie: “há três 
tipos de variáveis: variável independente que é aquela que se 
constituía causa ou o produto, o fator contribuinte de outra variável. 
Ela influência, determina ou afeta a denominação de variável 
dependente”; variável dependente que é aquela cujas modalidades 
estão relacionadas às alterações da variável independente; e a 
variável interveniente; que é a causa subjacente capaz de condicionar 
o fenômeno sem, contudo, ter uma explicação essencial, nem 
decorrer dela. Ela se coloca entre a variável dependente e 
independente com o intuito de anular, ampliar ou diminuir o impacto 
de uma sobre a outra”. (FACHIM, 2006, p.76-77); c) categorias: são 
variáveis em que o pesquisador poder alterar ou fixar os valores de 
uma variável. Variável quantitativa: “é determinada em relação aos 
dados ou à proporção numérica que possam ser quantificados 
cientificamente.Os procedimentos mais usados para quantificar são a 
contagem e mensuração”. Variável qualitativa: é caracterizada pelos 
seus atributos e relaciona aspectos não somente mensuráveis, mas 
também definidos descritivamente”. (FACHIM, 2006, p.78-81). 
 
 
Percebemos por meio do exposto acima que definir variáveis requer 
clareza sobre o objeto de pesquisa. Para colaborar com sua pesquisa 
trouxemos alguns exemplos de quando aplicar a pesquisa quantitativa: 
 
 
1 – “Se você quer saber quantas pessoas usam um produto ou serviço 
ou têm interesse em um novo conceito de produto, a pesquisa quantitativa é o 
que você precisa. Ela também é usada para medir um mercado, estimar o 
potencial ou volume de um negócio e para medir o tamanho e a importância de 
segmentos de mercado”. Disponível em: 
<http://www.ead.unicamp.br/trabalho_pesquisa/Pesq_quanti.htm>. 
 
 
 Cópia não controlada - AN03FREV001 
 37 
 
 
2 – “A pesquisa quantitativa tenta estimar qual a porcentagem de uma 
determinada população que tenha certo hábito, ou pense de certa maneira, ou 
tenha adquirido certo produto nos últimos meses”. 
Disponível em: <http://www.pesquisademercado.info/pesquisa-quantitativa>. 
 
 
Com esses dois exemplos podemos entender qual a utilidade de uma 
pesquisa quantitativa. Mas, Você deve estar se perguntando como se obtém 
estes dados, de que forma aplico este método. Antes de passarmos à 
entrevista que é a forma por onde se obtém os dados, vejamos um quadro 
comparativo entre pesquisa quantitativa e qualitativa, que o auxiliará a perceber 
a diferença entre uma e outra e colaborará na definição de qual poderá ser 
utilizada na sua pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Cópia não controlada - AN03FREV001 
 38 
 
 
Quadro 3: Comparativo entre pesquisa qualitativa e quantitativa 
FONTE: Disponível em: <http://www.pgsc.ufma.br/arquivos/pesquisaqualitativa.pdf>. 
 
 
De acordo com Neves (1996, p.2), os métodos qualitativos e 
quantitativos não se excluem, 
mesmo que se diferenciem no que se refere à forma e a ênfase aos 
métodos qualitativos trazem como contribuição ao trabalho de 
pesquisa uma mistura de procedimentos de cunho racional e intuitivo 
capazes de contribuir para a melhor compreensão dos fenômenos. 
 
Portanto, cabe ao aluno, junto com seu Orientador escolherem qual o 
melhor método e em que circunstância é importante utilizar ambas as 
pesquisas. 
 
 
Para facilitar o seu estudo e compreensão acerca do desenvolvimento 
e aplicação do método quantitativo, encontramos em Mello (2006) algumas 
dicas: 
 
 
Quantitativo Qualitativo 
Busca a extensão Busca a profundidade 
Parte do objetivo Parte do subjetivo 
Reflete o subjetivo Tenta atingir o objetivo 
Amostra é ampla, calculada a priori, 
estratificada 
A amostra é pequena, obtida no 
campo, não causada, intencional 
Trabalha com dados, indicadores e 
tendências 
Trabalha com valores, crenças,opiniões, atitudes e representações 
Descarta variáveis não 
representativas 
Todas as variáveis são importantes 
Parte do particular para o todo Parte do todo para o particular 
Trabalha com hipótese Trabalha com pressuposto 
 
 Cópia não controlada - AN03FREV001 
 39 
1 Defina o objetivo a ser alcançado com a pesquisa; 
2 Faça o levantamento da amostra a ser pesquisada; 
3 Elabore e aplique o pré-teste para validação do questionário; 
4 Faça o cruzamento e tabulação dos dados; 
5 Elabore o relatório para análise. 
 
Com isto sua pesquisa estará pronta para ser aplicada. 
 
 
8 ENTREVISTA: CONCEITOS E TIPOS 
 
 
A entrevista é a técnica utilizada quando queremos obter dados para a 
elaboração da pesquisa, para validar hipóteses e objetivos. Para Duarte (2005, 
apud Fontana & Frey,1994, p.361), “entrevista é uma das mais comuns e 
poderosas maneiras que utilizamos para tentar compreender nossa condição 
humana”. Para este mesmo autor (Duarte, 2005, p. 62), “a entrevista tornou-se 
técnica clássica de obtenção de informações nas ciências sociais, com larga 
adoção em áreas como sociologia, comunicação, antropologia, administração, 
educação e psicologia”. 
 
 
Vejamos agora os tipos de entrevistas e seus conceitos. 
 
 
8.1 TIPOS DE ENTREVISTAS 
 
 
As entrevistas estão definidas em três tipos: abertas, semiabertas e 
fechadas. São utilizadas de acordo com o tipo de pesquisa escolhida. O 
formulário a ser utilizado para a entrevista se chama questionário, que pode ser 
enviado pelo correio ou por e-mail, caso se queira atingir um número 
expressivo de pessoas ou podem ser respondidos pessoalmente se a opção for 
 
 Cópia não controlada - AN03FREV001 
 40 
entrevista individual. Nesse caso o que definirá a entrevista individual é o 
número de pessoas a serem entrevistadas. O ideal, é que se consiga mesclar 
entrevistas individuais com as que serão enviadas por correio ou e-mail. 
Importante ressaltar que ao enviar o formulário de entrevista pelo correio, se 
faça uma carta de apresentação com informações sobre a pesquisa, 
ressaltando o quão é importante a participação do sujeito pesquisado, 
lembrando sempre que há uma data limite para o retorno do questionário. 
Sendo enviado junto um envelope já selado para retorno do questionário. Com 
isso esperamos motivar o entrevistado a responder o mesmo. Quando 
enviamos por e-mail, a carta de apresentação também pode ser enviada no 
corpo do e-mail. 
Duarte (2006, p.64-66) conceitua a entrevista da seguinte maneira: 
 
Entrevista aberta: se caracteriza por ter um tema central que flui 
livremente, sendo aprofundada em determinado rumo de acordo com 
aspectos significativos pelo entrevistador enquanto o entrevistado 
define a resposta segundo seus próprios termos, utilizando como 
referência seu conhecimento, percepção, linguagem, realidade, 
experiência. Muitas vezes é realizada como sondagem, para a 
elaboração de roteiros semiestruturados ou questionários 
estruturados; Entrevista semiaberta: parte de um roteiro-base 
apoiados em teorias e hipóteses que interessam à pesquisa e que em 
seguida, oferecem amplo campo de interrogativas, fruto de novas 
hipóteses que vão surgindo à medida que se recebem as respostas 
do informante; Entrevista fechada: é realizada a partir de 
questionários estruturados, com perguntas iguais para todos os 
entrevistados, de modo que seja possível estabelecer uniformidade e 
comparação entre respostas. 
 
Quando há a aplicação de entrevistas individuais temos que observar 
as questões éticas que envolvem pesquisa com seres humanos, bem como a 
aceitação preferencialmente por escrito quando se tratar de entrevistar pessoas 
em empresas, associações, com isto estaremos melhor validando a pesquisa e 
creditando seriedade ao trabalho. As pesquisas quando feitas na área da 
saúde e que envolvem pacientes, antes passam pelo comitê de ética da 
Instituição onde é realizado o curso para, se aprovada, poder ser aplicada no 
paciente. O documento que permite a pesquisa se chama: Consentimento Livre 
Esclarecido2
 
2 Disponível em: <http: //conselho.saude.gov.br/comissao/conep/docanalise.html>. 
 
, onde há um roteiro específico definido pelo Conselho Nacional de 
 
 Cópia não controlada - AN03FREV001 
 41 
Saúde, por meio da Resolução no. 196/96, bem como a Folha de Rosto 
envolvendo a pesquisa com seres humanos3. 
Para fins de conhecimento, abaixo alguns dos princípios do documento 
Consentimento Livre Esclarecido, a saber: 
 
O respeito devido à dignidade humana exige que toda pesquisa se 
processe após consentimento livre e esclarecido dos sujeitos, 
indivíduos ou grupos que por si e/ou por seus representantes legais 
manifestem a sua anuência à participação na pesquisa. 
1 - Exige-se que o esclarecimento dos sujeitos se faça em linguagem 
acessível e que inclua necessariamente os seguintes aspectos: 
a) a justificativa, os objetivos e os procedimentos que serão utilizados 
na pesquisa; 
b) os desconfortos e riscos possíveis e os benefícios esperados; 
c) os métodos alternativos existentes; 
d) a forma de acompanhamento e assistência, assim como seus 
responsáveis; 
e) a garantia de esclarecimentos, antes e durante o curso da 
pesquisa, sobre a metodologia, informando a possibilidade de 
inclusão em grupo controle ou placebo; 
f) a liberdade do sujeito de se recusar a participar ou retirar seu 
consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem penalização 
alguma e sem prejuízo ao seu cuidado; 
g) a garantia do sigilo que assegure a privacidade dos sujeitos quanto 
aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa; 
h) as formas de ressarcimento das despesas decorrentes da 
participação na pesquisa; e 
i) as formas de indenização diante de eventuais danos decorrentes 
da pesquisa. 
2 - O termo de consentimento livre e esclarecido obedecerá aos 
seguintes requisitos: 
a) ser elaborado pelo pesquisador responsável, expressando o 
cumprimento de cada uma das exigências acima; 
b) ser aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa que referenda a 
investigação; 
c) ser assinado ou identificado por impressão dactiloscópica, por 
todos e cada um dos sujeitos da pesquisa ou por seus representantes 
legais; e 
d)
3 - Nos casos em que haja qualquer restrição à liberdade ou ao 
esclarecimento necessário para o adequado consentimento, deve-se 
ainda observar: em pesquisas envolvendo crianças e adolescentes, 
portadores de perturbação ou doença mental e sujeitos em situação 
de substancial diminuição em suas capacidades de consentimento, 
deverá haver justificação clara da escolha dos sujeitos da pesquisa, 
especificada no protocolo, aprovada pelo Comitê de Ética em 
Pesquisa, e cumprir as exigências do consentimento livre e 
esclarecido, por meio dos representantes legais dos referidos 
sujeitos, sem suspensão do direito de informação do indivíduo, no 
limite de sua capacidade.
 ser elaborado em duas vias, sendo uma retida pelo sujeito da 
pesquisa ou por seu representante legal e uma arquivada pelo 
pesquisador. 
4
 
3 Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/docs/FolhaRosto0312.doc>. 
4 Idem nota 2 
 
 
 Cópia não controlada - AN03FREV001 
 42 
 
Sempre que possível, nas entrevistas individuais é importante que o 
pesquisador seja apresentado à pessoa que ele irá entrevistar, por alguém a 
qual o pesquisado conheça, estabelecendo com isto uma relação de confiança. 
Como toda a entrevista há vantagens e desvantagens ao realizá-la. 
Para Goldenberg (1997, p. 88), as vantagens em realizar uma pesquisa são: 
”as pessoas têm maior paciência e motivação para falar do que para escrever; 
permite maior profundidade no relato das informações; estabelece uma relação 
de confiança e amizade entre pesquisador-pesquisado, o que propicia o 
surgimento de outros dados”. Já as desvantagens na realização da entrevista 
apresentam as seguintes características: “o entrevistadoafeta o entrevistador; 
exige mais tempo, atenção e disponibilidade do pesquisador; é mais difícil 
comparar as respostas; o pesquisador fica na dependência do pesquisado: se 
quiser ou não falar, que tipo de informação deseja dar e o que quer ocultar”. 
(GOLDENBERG, 1997, p.88-89) 
Podemos inferir por meio das vantagens da entrevista individual é que 
ela enriquece a pesquisa a ser realizada quando conseguimos fazer com que o 
entrevistado perceba a importância do trabalho que estamos realizando, neste 
caso caberá ao entrevistador ser hábil no seu convencimento e arguição para 
com o entrevistado. 
Para facilitar seu entendimento sobre que modalidade de entrevista 
aplicar na pesquisa escolhida, veja o quadro resumo, abaixo: 
 
 
 
Pesquisa Questões Entrevista Modelo Abordagem Respostas 
Qualitativa Não estruturadas Aberta Questão 
central 
 
 
Em 
profundidade 
 
 
Indeterminadas Semiestruturadas 
 
Semiaberta Roteiro 
Quantitativa Estruturadas 
 
Fechada Questionário Linear Previstas 
Quadro 4: Modelo de tipologia em entrevista 
 
 Cópia não controlada - AN03FREV001 
 43 
FONTE: DUARTE (2005, p.65) 
 
 
Quando optamos pela pesquisa qualitativa podemos utilizar como 
método de coleta de dados, o tipo de entrevista acima descrito ou podemos 
utilizar o grupo focal, que é o assunto que veremos no próximo tópico. 
 
 
8.2 GRUPO FOCAL 
 
 
Os estudos acerca do Grupo Focal surgiram na década de 1940, e sua 
utilização inicial é atribuída nas Ciências Sociais (Costa, 2005), mas o que 
observamos por meio de autores que estudam métodos de pesquisa é a 
utilização deste tipo de técnica na área de marketing, políticas públicas, 
educação e mais recentemente na saúde. O grupo focal é bastante flexível, 
pois pode ser utilizado em pesquisas qualitativas e quantitativas como 
complemento. Para Costa (2005, p.180), “o grupo focal, quando bem orientado, 
permite a reflexão sobre o essencial, o sentido dos valores, dos princípios e 
motivações que regem os julgamentos e percepções das pessoas”. 
Para uma melhor compreensão do que seja grupo focal, trouxemos 
alguns conceitos: Para Dias (2000, p.144) grupo focal são: “pequenos grupos 
de pessoas reunidos para avaliar conceitos ou identificar problemas”. Já para 
Costa (2005, p. 181), “são um tipo de pesquisa qualitativa que tem como 
objetivo perceber os aspectos valorativos e normativos que são referência de 
um grupo em particular. São na verdade uma entrevista coletiva que busca 
identificar tendências”; enquanto que para Iervolino & Pelicioni (2001, p.116), “o 
grupo focal pode ser utilizado no entendimento das diferentes percepções e 
atitudes acerca de um fato, prática, produto ou serviço”. 
O que podemos inferir sobre os conceitos acima citados é que o grupo 
focal é uma técnica que colabora quando se quer investigar com mais 
profundidade o objeto de pesquisa, principalmente quando esse se trata de 
elementos que não podem ser mensuráveis pela via quantitativa. Podendo ser 
 
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 44 
“uma técnica perfeitamente adaptável a qualquer tipo de abordagem: 
exploratória, fenomenológica ou clínica”. DIAS (2000, p. 144) 
 
 
8.2.1 Características, vantagens e desvantagens 
 
 
Podemos citar como característica principal do grupo focal “a interação 
entre os participantes e o pesquisador que objetiva colher dados a partir da 
discussão focada em tópicos específicos e diretivos” (IERVOLINO & PELICIONI, 
2001, p.116). De acordo com Dias (2000) conforme o tipo de pesquisa a ser 
utilizada, (vide item 1 deste módulo), será direcionado o objetivo do grupo focal. 
Por exemplo: 
 
Pesquisas exploratórias, seu propósito é gerar novas ideias ou 
hipótese e estimular o pensamento do pesquisador. Em pesquisas 
fenomenológicas ou de orientação, é aprender como os participantes 
interpretam a realidade, seus conhecimentos e experiências. 
Pesquisas clínicas há uma modalidade de grupo focal, conhecida 
como entrevista de grupo focal em profundidade (in-depth focus 
group interview), cujo objetivo é identificar informações mais 
profundas do que as que se encontram acessíveis nos 
relacionamentos interpessoais. (DIAS, 2000, p.145) 
 
O que percebemos é que o grupo focal é uma técnica flexível que 
quando bem aplicada colabora com o pesquisador na busca de seus 
constructos na efetivação do seu objeto de pesquisa. Outras características 
que compõem o grupo focal são: 
- O grupo é formado por seis a dez pessoas (DIAS 2000); (IERVOLINO 
& PELICIONI, 2001); 
- A seleção dos participantes é feita por aproximação de características 
de perfil; 
- Cada reunião deve durar uma hora e meia (1h30), no máximo duas horas 
(2h), (GOMES & BARBOSA, 1999); 
- O pesquisador deve escolher até cinco tópicos para discussão; 
- O pesquisador tem uma agenda onde estão delineados os principais 
tópicos a serem abordados. Estes tópicos são geralmente pouco abrangentes, 
 
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 45 
de modo que a conversação sobre os mesmos se torne relevante; (GOMES & 
BARBOSA, 1999). 
Em muitas literaturas o pesquisador é também chamado de moderador e 
em muitos casos é comum que haja uma segunda pessoa, na figura de 
Observador, que tem como função ajudar o pesquisador nas anotações pertinentes 
aos assuntos ali tratados. 
 
Como toda a técnica a ser aplicada há vantagens e desvantagens como: 
 
O grupo focal apresenta como vantagem a sinergia gerada pela 
participação conjunta do grupo de entrevistados; a interação entre os 
participantes que enriquecem as respostas; por outro lado o que é 
considerado como desvantagem é o fato de que não é um ambiente 
natural e pode refletir ou não o comportamento individual, a 
possibilidade de circunstancialmente as opiniões serem influenciadas 
pelo comportamento de um integrante mais exuberante do grupo, por 
exemplo; o grupo focal é altamente recomendável quando se quer 
ouvir as pessoas, explorar temas de interesse em que a troca de 
impressões enriquece o produto esperado, quando se quer 
aprofundar o conhecimento de um tema. (COSTA, 2005, p.182-183) 
 
De acordo Dias (2000, p.146), o objetivo do grupo focal é “identificar 
percepções, sentimentos, atitudes e ideias dos participantes a respeito de um 
determinado assunto, produto ou atividade”. 
O grupo focal requer a realização de reuniões, há necessidade de um 
moderador, temas para discussão e seleção dos participantes. Para que o 
pesquisador tenha sucesso com a aplicação da técnica, se faz necessário um 
planejamento que envolve um roteiro para entrevistas, questões a serem 
abordadas, definição do público-alvo, o pesquisador/moderador, o observador, a 
condução da reunião e a análise dos dados. Vejamos cada item do planejamento. 
 
a) Elaboração do roteiro de entrevistas 
É o primeiro item e deve conter o “objeto da entrevista, o foco da dinâmica 
da pesquisa” (COSTA, 2005, p.183). Este roteiro não deve “engessar“ a pesquisa 
de modo a não permitir que outras perguntas sejam feitas, ao contrário cabe ao 
pesquisador/moderador flexibilizá-lo na medida em que achar conveniente. 
 
b) Público-alvo 
 
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O público-alvo, como já dissemos anteriormente deve ser escolhido por 
características de perfil homogêneo, o grupo deve ter “nível socioeconômico e 
acadêmico semelhante, para evitar inibições e constrangimentos” (COSTA, 2005, 
p.185). 
 
c) Pesquisador/moderador 
Como já foi mencionado, o moderador é o pesquisador, aquele que vai 
conduzir a reunião, estabelecendo regras. Ele terá o papel de facilitador, tendo o 
cuidado de não “induzir às respostas” (COSTA, 2005, p.185). Pode e deve fazer 
intervenções sempre que necessário para o bom andamento do grupo, quando há 
divergências de opiniões. 
 
d) A condução da reunião 
É aprazível que o pesquisador receba os participantes um a um, 
disponibilize café ou água, dê as boas-vindas e agradeça a participação, e se oorçamento da pesquisa permitir, “forneça brindes ou almoço em restaurante, 
amostras do produto” (IERVOLINO & PELICIONI, 2001, p.117). Para que haja uma 
maior interatividade entre os participantes, o pesquisador após se apresentar pode 
solicitar que cada participante se apresente. É nesse momento, também que o 
pesquisador fala sobre a pesquisa, define algumas regras, informe e já tenha de 
antemão a permissão dos participantes para gravar a reunião. Para que não haja 
inibições e constrangimentos o pesquisador deve identificar cada participante por 
um número, mesmo tratando-os pelo nome no decorrer da reunião. De acordo com 
Costa (2005, p.187), a disposição dos participantes na sala onde será feita a 
reunião deve ser da seguinte forma: sentar-se ao redor de uma mesa de reuniões 
ou em círculo e ter a sua frente a identificação com nome e número para facilitar a 
atuação do pesquisador/moderador. O observador registra as respostas usando 
apenas o número”. 
 
e) Análise dos dados 
Temos que ter em mente que não será possível quantificar os dados 
coletados neste tipo de técnica, pois os mesmos são de natureza qualitativa e 
 
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 47 
devem receber igual tratamento. Para Gomes & Barbosa o pesquisador deve 
considerar, 
 
 
Palavras: avalie o significado das palavras utilizadas pelos 
participantes. Contexto: considere as circunstâncias nas quais um 
comentário foi feito, tom e intensidade do comentário. Concordância 
interna: descubra se a mudança de opiniões durante as discussões 
foi causada pela pressão do grupo. Precisão de respostas: verifique 
quais respostas foram baseadas em experiência pessoal. Quadro 
geral: defina as ideias preponderantes. Propósito do relatório: 
considere os objetivos do estudo e a informação necessária para a 
tomada de decisão. Os relatórios de grupos focais são tipicamente: 
relatórios orais breves que destacam descobertas chaves; relatórios 
descritivos que resumem a discussão; e relatórios analíticos que 
fornecem tendências, padrões ou descobertas e incluem comentários 
selecionados. (GOMES & BARBOSA 1999, p. 6-7) 
 
Podemos concluir a partir do uso do grupo focal, que ele é uma ferramenta 
que tende a enriquecer o trabalho do pesquisador, principalmente quando este tem 
por interesse, entender os desejos, crenças e percepções dos sujeitos pesquisados. 
 
 
9 QUESTIONÁRIO 
 
 
Quando falamos em entrevista nos ocorre pensar no questionário, 
formulário usado sempre que quisermos aplicar uma pesquisa. Vejamos então 
dois conceitos de questionário. No dicionário Aurélio (2008, p. 409), significa 
“série de questões ou perguntas”, para Fachin (2006, p. 158 apud Theodorson 
& Theodorson, 1970), questionário significa “um modelo ou documento em que 
há uma série de questões, cujas respostas devem ser preenchidas 
pessoalmente pelos informantes”. Por meio desses conceitos percebemos que 
o questionário é a forma pela qual se faz a coleta de dados para a pesquisa, 
sendo esse o mais autêntico documento, pois expressa com maior fidelidade a 
percepção dos respondentes sobre o assunto em questão. 
Para se elaborar um questionário devem-se levar em conta alguns 
aspectos, tais como: 
 
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- O questionário não deve ser muito extenso, mas também não muito 
sucinto, ele deve responder as informações desejadas que irão contribuir com 
sua pesquisa; 
- As questões não devem induzir o informante à resposta; 
- “Usar palavras e expressões familiares ao pesquisado, evitando o 
emprego de expressões compreensíveis somente por determinado grupo 
cultural” (FACHIN, 2006, p. 160); 
- “Decidir que tipo de questionário deverá ser usado (aberto, fechado, 
aberto e fechado)”. (GOLDENBERG, 1997, p.89); 
- As questões devem ter uma sequência lógica: dados pessoais, 
sociodemográfico, perguntas referentes ao objeto da pesquisa; 
- Mesclar as questões abertas ou fechadas, quando for o caso; 
- Quando o questionário for enviado pelo correio ter toda a atenção 
quanto à qualidade do material a ser enviado: qualidade do papel, qualidade da 
impressão, envio de outro envelope já postado para retorno; 
- “Ao elaborar as questões, considerar o nível intelectual da população 
pesquisada, fazendo com que o questionário se torne compreensível; utilizar, 
se possível, expressões do meio ou da vida profissional dos pesquisados”. 
(FACHIN, 2006. p.161) 
Para validar o questionário a ser aplicado na pesquisa, inicialmente, se 
realiza o pré-teste cujo objetivo é verificar a consistência das perguntas para 
posterior encaminhamento aos sujeitos que se irá aplicar o questionário. Pode-se 
escolher um grupo determinado ou aleatório. O importante é mesclar pessoas que 
já tenham passado por alguma experiência em pesquisa que poderão dar um 
feedback mais crítico. Executado tal procedimento e tendo a opinião das pessoas 
sobre o questionário são feitas a análise e ponderação para os ajustes necessários 
em algumas questões, sendo assim possível aplicar a pesquisa. 
 
 
9.1 TIPOS DE QUESTÕES 
 
 
 
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Quando construímos as questões podemos optar por questões abertas 
ou fechadas. 
 
 
9.1.1 Questões abertas 
 
 
Trata-se de questões que dão liberdade ao pesquisado de responder 
de forma espontânea ao que foi perguntado, podendo com isso “detectar 
melhor a atitude e as opiniões do pesquisado, bem como sua motivação e 
significação”. (FACHIN, 2006, p.163). A vantagem de questões abertas é que 
se podem coletar maiores números de dados, mas o Pesquisador tem que ter 
entendimento que para legitimar a pesquisa “é necessário registrar as 
respostas literalmente, conforme o pesquisado emite” FACHIN (2006, p.163). 
Além disso, sempre que redigirmos uma questão aberta precisamos ter o 
cuidado para que não haja o duplo sentido na pergunta evitando assim, que a 
pergunta seja invalidada. 
Vejamos um exemplo. 
 
Você acha que as atividades do curso contribuem para o desenvolvimento de 
suas competências individuais? 
 
 
 
 
Da forma como a pergunta está redigida, pode haver uma ambiguidade 
na resposta ou incorrermos em respostas do tipo Sim/Não que nada 
contribuem para o objeto da pesquisa. 
Ao invés disso podemos induzir a resposta concreta. 
 
De que maneira as atividades do curso contribuem para o desenvolvimento 
de suas competências individuais? 
 
 
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Com isso poderemos medir de que forma as atividades pedagógicas do 
curso influem no desenvolvimento das competências individuais do 
pesquisado. 
 
 
9.1.2 Questões Fechadas 
 
 
As questões fechadas são aquelas em que o sujeito da pesquisa tem a 
opção da escolha da resposta mesmo que ela seja direcionada, “não há 
liberdade para que ele expresse sua opinião” (FACHIN, 2006, p.165). Este tipo 
de questão é utilizado em pesquisas de opinião, pesquisas de intenção de voto. 
Este tipo de questão tem a vantagem de ser mais fácil de tabular. Vejamos um 
exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estado civil: 
( ) Solteiro(a) ( ) Separado(a)/divorciado(a) 
( ) Casado(a) ( ) Viúvo(a) 
 
 
 
 
Ocupação principal: 
Qual sua formação escolar: 
( ) 2º grau/ensino médio ( ) Mestrado 
( ) Curso técnico ( ) Doutorado 
( ) Graduação ( ) Outro:__________ 
 
 
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( ) Só estuda ( ) Trabalha na iniciativa privada 
( ) Faz estágio ( ) Funcionário(a) público federal 
( ) Trainee ( ) Funcionário(a) público estadual 
( ) Proprietário de empresa ( ) Funcionário(a) público municipal 
 
Os exemplos aqui mencionados servem somente para que o aluno, 
possa se inspirar, não são de nenhuma maneira regras a serem seguidas. É 
importante que a formatação do questionário atenda as suas necessidades de 
coletar os dados para a pesquisa. 
Podemos inferir, após a leitura deste módulo que tanto o tipo de 
pesquisa, a entrevista,quanto o questionário são de fundamental importância 
para a pesquisa social, ratificamos que sua escolha depende em muito dos 
objetivos o qual o Pesquisador quer alcançar. 
 
 
Revisando o que vimos 
 
 
Ao fim deste módulo você aprendeu os tipos de pesquisa 
existentes e sua aplicação no campo do saber. Pode comparar as diferenças 
entre a pesquisa qualitativa e quantitativa. Verificou a existência dos tipos de 
pesquisa e sua aplicação, o uso do grupo focal, bem como a construção do 
questionário para poder obter a coleta de dados para seu objeto de pesquisa. 
Com isso, terminamos o módulo II e esperamos ter contribuído com seu 
aprendizado. 
Bom, agora que já leu o conteúdo deste módulo, vamos exercitar um 
pouco a pesquisa. Estão indicadas algumas referências bibliográficas que 
poderão ser fonte de consulta. 
 
 
 
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FIM DO MÓDULO II 
 
 
	CURSO DE METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
	OLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
	CURSO DE METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

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