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Responsabilidade patrimonial- aula 2

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Responsabilidade patrimonial
Aula 2
1) Bens sujeitos Impenhorabilidade de bens – art. 789, NCPC
O art. 789 disciplina que “o devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei”.
Art. 833 do NCPC estabelece um elenco de bens absolutamente impenhoráveis, ou seja, que jamais responderão pela satisfação das dívidas do devedor, como:
I - os bens inalienáveis (por lei ou por ato voluntário): não se justifica admitir a penhora de bens que não podem ser alienados, pois tal ato constritivo precede à alienação judicial na execução. Ex: bens públicos e bens doados ou alienados com cláusula de inalienabilidade.
II - móveis, pertences e utilidades domésticas: desde que não sejam valor elevado ou que correspondam a um “padrão médio de vida”. A questão, na prática, é tormentosa, mas a jurisprudência atual tende a incluir entre os bens impenhoráveis aqueles que, apesar de não serem imprescindíveis ao funcionamento da residência, mostram-se necessários ao lazer do executado (aplicação do art. 6º da CF/88, que garante o lazer como direito social do cidadão). Há ainda muita discussão a respeito de determinados bens, como freezer, lava-louças, secadora de roupas, DVD etc, propondo, então, a doutrina a consideração de uma “média nacional de conforto”, baseada em dados do IBGE, como critério objetivo para aferição da impenhorabilidade de bens móveis residenciais.
III - vestuários e pertences pessoais: desde que também não sejam de elevado valor, ou que garantam a mínima dignidade do executado. Seriam, portanto, facilmente penhoráveis roupas para o extremo frio, normalmente destinadas para viagem em lugares de temperaturas muito baixas; ou roupas e acessórios de luxo etc. Não se pode esquecer também que certos acessórios são de elevado valor, mas ainda sim são impenhoráveis por ter valor sentimental, como a aliança de núpcias. Portanto, o juiz deverá analisar caso a caso sob as balizas da razoabilidade.
IV – salários e remunerações em geral (inclui aposentadoria, pensões, honorários do profissional liberal etc): isso em razão do caráter alimentar de tais verbas.
TODAVIA, o §2º do art. 833 excepciona a impenhorabilidade de salários em 2 hipóteses:
- em caso de pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem (relação familiar, ato ilícito ou verbas trabalhistas lato sensu), em percentual que possibilite a subsistência do executado-alimentante. Obs: o STJ já entendeu que tal penhorabilidade atinge, inclusive, a gratificação de férias e o 13º salário do executado;
- valores que excedem a 50 salários mínimos (novidade do NCPC) – valor não muito condizente com a realidade da maioria dos brasileiros. Estabeleceu-se, portanto, um teto para a impenhorabilidade de salários.
V - bens necessários ou úteis ao exercício profissional: aplica-se apenas às pessoas físicas, entre as quais se insere, de acordo com o §3º do art. 833, o produtor rural. O maior problema deste inciso é que se considera impenhoráveis não só bens necessários como também os úteis ao exercício da atividade laborativa, ou seja, aqueles que ajudam, mas que, sem eles, o trabalho seria executado da mesma forma. Isso tem gerado interpretações demasiadamente extensivas.
VI – o seguro de vida: pois, para o beneficiário, tem natureza alimentar.
VII – materiais necessários para as obras em andamento: salvo se a própria obra for objeto de penhora, ou as dívidas relativas ao próprio bem, inclusive para a sua aquisição (§1º do art. 833).
VIII – pequena propriedade rural trabalhada pela família: existem 2 definições legais para o caso, uma pela Lei nº Lei 8.629/1993 (pequena propr. Rural = 1 a 4 módulos fiscais), e outra pela Lei nº 4.504/196 (propriedade familiar = imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de exploração, e eventualmente trabalho com a ajuda de terceiros). Segundo o STJ, aplica-se a 2ª definição para fins de impenhorabilidade.
IX - recursos públicos ligados à aplicação compulsória em educação, saúde e assistência social: de acordo com o STJ, tal hipótese legal de impenhorabilidade absoluta foi em prestígio ao interesse coletivo em detrimento do interesse particular.
X - valores depositados em caderneta de poupança: aqui se trata uma impenhorabilidade de valores, porém, relativa, pois limitada a até 40 salários mínimos, considerado tal limite máximo independentemente da quantidade de poupanças possa ter o executado.
XI - recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da lei, por partido político: mesmo fundamento do inciso IX.
XII - créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra; 
2) Responsabilidade patrimonial do terceiro
Art. 790, que diz: “são sujeitos à execução os bens (....)
I – do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória.
II – do sócio, nos termos da lei.
III – do devedor, ainda que em poder de terceiros.
IV – do cônjuge ou companheiro, nos casos em que os seus bens próprios, reservados ou de sua meação respondem pela dívida.
V – alienados ou gravados com ônus real em fraude de execução.
VI – cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores.

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