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Elementos da Obrigação e Teoria Dualista - roteiro

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DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES - DN3 NOTURNO 
1 
 
TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES – FLAVIO TARTUCE 
Obrigação: a relação jurídica transitória, existente entre um sujeito ativo, denominado 
credor, e outro sujeito passivo, o devedor, e cujo objeto consiste em uma prestação 
situada no âmbito dos direitos pessoais, positiva ou negativa. 
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA OBRIGAÇÃO: 
ELEMENTOS DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL: 
1 - Elementos subjetivos (pessoais): os sujeitos ou pessoas envolvidas na relação 
jurídica obrigacional 
Sujeito ativo (CREDOR) – é o beneficiário da obrigação (pode ser pessoa 
natural ou jurídica ao qual a prestação é devida. Aquele que tem o direito de 
exigir o cumprimento da obrigação. 
Sujeito passivo (DEVEDOR) – é aquele que assume um dever, na ótica civil, 
de cumprir o conteúdo da obrigação, sob pena de responder com seu patrimônio. 
Observação: Na maioria das vezes, as partes são, ao mesmo tempo, credoras 
e devedoras entre si, presente a proporcionalidade de prestações denominada 
sinalagma, como ocorre no contrato de compra e venda. 
si·na·lag·ma (grego sunállagma, -atos, convenção, contrato) substantivo 
masculino [Jurídico, Jurisprudência]: Dependência mútua ou reciprocidade entre 
as partes de um contrato. 
"sinalagma", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, 
https://dicionario.priberam.org/sinalagma [consultado em 01-03-2021]. 
 
 
2 - Elementos OBJETIVOS (conteúdo da obrigação): 
➢ objeto imediato da obrigação: é a própria PRESTAÇÃO (perceptível 
de imediato), que pode ser: 
POSITIVA (tem como conteúdo o dever de entregar coisa certa ou 
incerta - obrigação de dar) 
ou 
NEGATIVA (o conteúdo é uma abstenção - obrigação de não 
fazer). 
 
➢ objeto mediato da obrigação: a própria coisa ou tarefa a ser 
desempenhada (segundo alguns autores “é o bem jurídico 
tutelado”) 
Ex: a casa no contrato de compra e venda 
 
 
 
DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES - DN3 NOTURNO 
2 
 
 
 
3 - VÍNCULO JURÍDICO existente na relação obrigacional. 
O elo que sujeita o devedor à determinada prestação em favor do credor, que 
une as partes envolvidas no negócio. 
IMPORTANTE: Para que a obrigação seja considerada juridicamente válida, 
todos os seus elementos, incluindo a prestação e seu objeto, devem ser lícitos, 
possíveis (física e juridicamente), determinados ou, pelo menos, determináveis 
e, por fim, ter forma prescrita ou não defesa em lei (art. 104 do CC). 
“Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 
I - agente capaz; 
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei.” 
 
* Além disso a obrigação também deve ser economicamente apreciável. 
 
A violação dessas regras gera a nulidade da relação obrigacional, sendo 
aplicado o art. 166 do CC/2002. 
 
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: 
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; 
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; 
IV - não revestir a forma prescrita em lei; 
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua 
validade; 
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; 
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem 
cominar sanção. 
 
 
DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES - DN3 NOTURNO 
3 
 
 
O artigo 391 do Código Civil traz o princípio da responsabilidade patrimonial do 
devedor: 
 
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens 
do devedor. 
 
 
Será que TODOS os bens do devedor respondem mesmo pelo inadimplemento? 
 
“Código de Processo Civil. 
Subseção I 
Do Objeto da Penhora 
... 
Art. 833. São impenhoráveis: 
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; 
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do 
executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns 
correspondentes a um médio padrão de vida; 
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de 
elevado valor; 
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos 
de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias 
recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua 
família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, 
ressalvado o § 2º; 
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens 
móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado; 
VI - o seguro de vida; 
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem 
penhoradas; 
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela 
família; 
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória 
em educação, saúde ou assistência social; 
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) 
salários-mínimos; 
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos 
da lei; 
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de 
incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra. 
§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, 
inclusive àquela contraída para sua aquisição. 
§ 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para 
pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às 
importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a 
constrição observar o disposto no art. 528, § 8º, e no art. 529, 
DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES - DN3 NOTURNO 
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§ 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os 
implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa 
individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento 
e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de 
natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária.” 
 
 
TEORIA DUALISTA DAS OBRIGAÇÕES: 
 
Sobre o elemento vínculo jurídico prevalece atualmente na doutrina 
contemporânea a teoria dualista ou binária: a obrigação é concebida por uma 
relação débito/crédito. (A teoria é atribuída, no Direito Alemão e entre outros, a 
Alois Brinz, tendo sido desenvolvida no final do século XIX.) 
 
Segundo essa teoria a obrigação possui dois elementos básicos sobre os quais 
a obrigação se encontra estruturada: 
 
➢ o DÉBITO (Schuld - debitum) e 
➢ a RESPONSABILIDADE (Haftung - obligatio), 
 
Segundo essa teoria é possível identificar situação em que há Schuld sem 
Haftung ou seja, débito sem obrigação (sem responsabilidade). 
Como nas obrigações naturais, que mesmo existentes não podem ser exigidas, 
pois se tratam de obrigações incompletas. Ex.: a dívida prescrita e dívidas de 
jogos ilícitos que podem ser pagas por existirem, mas não podem ser exigidas. 
 
Também pode existir Haftung sem Schuld, obrigação (responsabilidade) sem 
débito, como no caso da fiança, garantia pessoal prestada por alguém (fiador) 
em relação a um determinado credor. O fiador assume uma responsabilidade de 
pagar uma dívida que não é dele, mas de outra pessoa (o afiançado). 
 
(TARTUCE, Flávio Manual de direito civil: volume único. 8. ed. rev, atual. e ampl. – Rio de 
Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018. P. 424 a 435 - adaptado)

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