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Microbiologia - Questões 1) Quais os métodos existentes de inoculação de vírus em sistemas hospedeiros? Para que são utilizados? Os métodos de inoculação de vírus em sistemas hospedeiros são de propagação de vírus, utilizando de cultura de células, animais ou ovos embrionários. A Propagação de vírus com a Cultura de células é um tipo de estratégia essencial para a investigação, tratamento e possível cura para patologias, sendo a mais utilizada por ser mais simples e prática. Já a inoculação em Animais é menos utilizada atualmente. O uso de Camundongos está limitado ao isolamento de arbovírus, vírus da raiva e alguns Coxsackievírus do grupo A, enquanto que o uso de Primatas é utilizado em alguns laboratórios de pesquisa para o isolamento de vírus humanos não cultiváveis em outros sistemas hospedeiros. Por outro lado, a inoculação em Ovos Embrionários é muito utilizada para vírus aviários, FLUV e produção de alguns tipos de vacinas virais. Para esse, a escolha da via de inoculação (saco vitelínico, cavidade amniótica... ou embrião) é determinada pela especificidade do vírus. 2) Quais as vantagens e desvantagens do emprego do cultivo de células para o diagnóstico virológico? Cultivo de células para o diagnóstico virológico: VANTAGENS: Controle das condições ambientais; Análise independente de parâmetros vitais; Elevado número de testes num pequeno intervalo de tempo; Redução dos ensaios com animais; É menos dispendiosas que a experimentação animal. DESVANTAGENS: Perdas de características fenotípicas; Sistema biológico fora do ambiente natural; Ausência de sinais clínicos importantes. 3) O que são efeitos citopáticos? Como sua identificação pode ser importante para o diagnostico viral? O efeito citopático ou CPE se refere a alterações na morfologia em células individuais ou grupos de células induzidas pela infecção viral, as quais são observadas ao microscópio óptico, podendo ser arredondamento de células, células refráteis, vacuolização, entre outros. Essa identificação é importante para o diagnóstico viral, porque alguns tipos de efeitos citopáticos dão uma indicação sobre o vírus que foi isolado. 4) Para que servem linhagens celulares modificadas e culturas mistas no diagnóstico virológico? Células modificadas geneticamente contribuem para o diagnóstico virológico no sentido de que expressam uma enzima que é ativada pela presença de um certo vírus, resultando na formação de um produto colorido nas células infectadas, funcionando mais ou menos como um “sinalizador”. Outro sistema semelhante, é o uso de culturas mistas em que a monocamada celular é preparada a partir de uma mistura de células, o que torna possível o uso de células permissivas para uma ampla variedade de vírus em uma única cultura, onde utiliza-se a imunofluorescência. 5) O que são e para que servem os testes de hemaglutinação e hemadsorção? Certos vírus são capazes de aglutinar hemácias de animais de diferentes espécies; esse fenômeno é denominado hemaglutinação (HA) viral. Assim, o teste de hemaglutinação viral é usado em laboratório de virologia para a detecção qualitativa e quantitativa de vírus hemaglutinantes. Por outro lado, o teste de hemadsorção (Hd), que se refere à capacidade de hemácias aderirem à superfície de células infectadas por certos tipos de vírus, serve para detectar a replicação de vírus que expressam hemaglutininas (proteínas que se ligam aos receptores de ácido siálico na superfície de hemácias) na membrana celular, tais como o FLUV ou HPIV. 6) Quais as etapas dos testes imunoenzimáticos (ELISA), e o que ocorre em cada uma delas? Um dos componentes do imunocomplexo (antígeno ou anticorpo) é fixado a um suporte sólido (placa, fita ou cassete); este processo é denominado de sensibilização do sistema. No teste para detecção de anticorpos, um antígeno viral é ligado ao suporte, ao passo que, para a identificação de antígeno, um anticorpo específico é ligado ao suporte. Em seguida, é adicionada a amostra-teste para formação do imunocomplexo. No ensaio para a detecção de antígeno, o material-teste pode ser originado de diversos espécimes biológicos como, por exemplo, lavado de garganta,; no ensaio para a detecção de anticorpos, o material-teste é o soro do paciente. Após a reação do material-teste com a fase sólida e a lavagem do sistema para a remoção do material que não reagiu, o conjugado (anticorpo-enzima) é adicionado. Após a incubação e a lavagem, o substrato específico da enzima associado a um cromógeno (p. ex., tetrametilbenzidina – TMB) é adicionado. A enzima presente no sistema irá reduzir o substrato e o produto de degradação do substrato irá oxidar o cromógeno, resultando em uma reação colorida. Caso a amostra seja negativa, o conjugado não irá se ligar ao sistema e será subsequentemente removido na etapa de lavagem. Consequentemente, o cromógeno adicionado na etapa de revelação não será oxidado e, portanto, não haverá alteração de cor da reação que permanecerá incolor. Após alguns minutos uma solução de interrupção (stopping solution), nesse caso uma solução de H2SO4, é adicionada para interromper a reação. A adição da solução de interrupção provoca alteração na coloração da reação, que se torna amarela. Finalmente, o resultado do teste é lido por medida da absorbância utilizando espectrofotômetro, em comprimento de onda adequado ao corante utilizado. 7) Como a técnica de reação em cadeia de polimerase(PCR) identifica um determinado vírus? O que ocorre durante todo o processo? A reação em cadeia da polimerase (PCR) é uma técnica rotineira de laboratório usada para fazer muitas cópias (milhões ou bilhões) de uma região específica do DNA. Essa região do DNA pode ser qualquer objeto de interesse do pesquisador, até mesmo a identificação de um determinado vírus. Reação em cadeia da polimerase (PCR). A PCR é uma reação cíclica de amplificação do DNA mediada por uma polimerase DNA dependente. Inicialmente, o DNA-alvo é aquecido a 94 a 96°C/1 a 15 min, para desnaturação da fita dupla. Em seguida, iniciam-se os ciclos de aquecimento (desnaturação)-hibridização (ligação do alvo a iniciadores específicos)-extensão (síntese de novas fitas). A quantidade do produto amplificado dobra a cada ciclo. Os ciclos são repetidos 20 a 35 vezes ou mais e, ao final, é feita uma etapa de 5 a 15 min de extensão. A reação é realizada em um termociclador e os produtos são analisados por eletroforese em gel de agarose. Caso a amostra-alvo seja RNA, é realizada inicialmente a síntese do DNA complementar (DNAc) utilizando a enzima transcriptase reversa.
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