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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - IFES TÉCNICO EM QUÍMICA – TQVV3N GRUPO 01 ALINE BEATRIZ PIMENTEL ANA PAULA SIMMER BÁRBARA GOMES CACIA FREITAS CARLOS CALIXTO CINTIA SANTOS DIEGO HERZOG GABRIEL ALMEIDA ROMÃO FABRÍCIO ROCHA FERNANDA PISSARRA FRANCINE GUIMARÃES JADY PICOLI MAI LAYLA PAIXÃO LEANDRO SILVA Prática n° 2 (15/03/2018): CONDUTIVIDADE EM RELAÇÃO ÀS CALDEIRAS Disciplina: Tratamento de Águas e Resíduos Professora: Estela Ferretti VILA VELHA MARÇO - 2018 Introdução As caldeiras são equipamentos destinados basicamente à produção de vapor, seja ele saturado ou superaquecido. Independente de sua utilização, a qualidade do vapor nessas operações é fundamental, sendo dependente de um correto dimensionamento das linhas de distribuição, purgadores, válvulas, acessórios e, principalmente, de uma boa qualidade da água utilizada para gerar este vapor. Tipos de caldeiras Geralmente, as caldeiras podem ser classificadas em: aquotubulares, flamotubulares e elétricas. De acordo com a UFC 3-240-13FN, do Department of Defense of United States of América (2005, p. 33), caldeiras flamotubulares são aquelas em que o fogo e o gás quente de combustão passam pelo interior dos tubos dos geradores de vapor e a água a ser transformada em vapor passa por fora dos tubos. São caldeiras utilizadas para pequenas capacidades de geração de vapor. Conforme Leite e Militão (2008), nas caldeiras aquatubulares, como o próprio nome indica, há circulação de água por dentro dos tubos e os gases quentes envolvendo-os. São usadas para instalações de maior porte e obtenção de vapor superaquecido. A água circula várias vezes através do conjunto tubulão-coletores, desce pelos tubos externos e retorna pelos internos. Essa circulação natural é provocada pela diferença de pressão exercida pelas colunas líquidas e pelas correntes de convecção formadas. As caldeiras elétricas são convenientes quando houver abundância de energia elétrica e quando os custos forem compensadores. Sua aplicação é bastante restrita e também são projetadas para fornecer apenas vapor saturado. As caldeiras elétricas têm o princípio de funcionamento fundamentado na conversão direta da energia elétrica em energia térmica, mediante o uso de resistências ou de eletrodos submersos (SAREV; MARTINELLI JÚNIOR, 1998; BAZZO, 1995). Classificação das caldeiras As caldeiras podem ser classificadas de acordo com as pressões de trabalho que estão sujeitas. Conforme a NBR 12177-1, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (1999, p. 6), as caldeiras são classificadas, perante a sua faixa de pressão de trabalho, da seguinte maneira: a) caldeiras da categoria A são aquelas cuja pressão de operação é igual ou superior a 1960 kPa (19,98 kgf/cm2 ); b) caldeiras da categoria C são aquelas cuja pressão de operação é igual ou inferior a 588 kPa (5,99 kgf/ cm2 ) e o volume interno é igual ou inferior a 100 L (cem litros); c) caldeiras da categoria B são todas as caldeiras que não se enquadram nas categorias anteriores. Para a Associação Nacional de Águas (ANA) (2009, p. 150), as caldeiras podem ser classificadas de maneira diferente, como mostra a Tabela 1. Tabela 1 - Classificação geral das caldeiras quanto à pressão de trabalho. Tabela 2 - Parâmetros físico-químicos normalmente analisados em águas destinadas à geração de vapor: Devido à importância das caldeiras para a operação das indústrias que necessitam de vapor, deve-se procurar evitar a possibilidade de processos corrosivos no sistema de geração de vapor. Por isso o tratamento de água para uso em caldeiras tem como principal finalidade evitar corrosão e incrustações na caldeira, acessórios, economizadores e superaquecedores e produzir vapor de máxima pureza. Dos parâmetros físico-químicos citados na tabela 2, vamos falar sobre três deles o pH, cobre e também o níquel. pH ácido A corrosão ácida generalizada nas superfícies internas das caldeiras, resultante do uso de águas com baixos valores de pH. Uma forma é encontrada em caldeiras operando e uma segunda está associada a limpeza química, durante as paradas. No primeiro caso tem-se o uso de águas de poços artesianos com valores de ph menores que 6 ou escape de ácidos regenerados nas unidades de desmineralização. No segundo caso, ocorre durante uma limpeza química conduzida incorretamente. As primeiras afetadas são as extremidades dos tubos junco aos tubulões de vapor e de lama. Cobre e Níquel Esses metais são normalmente encontrados nas linhas de vapor e condensado e podem ser conduzidos para as caldeiras de duas maneiras: · Sob forma de íons ou complexos, pelo ataque respectivamente do ácido carbônico ou da amônia, nos tubos de condensadores de vapor ou nos registros; · No estado de partículas metálicas, pela ação da erosão ou cavitação nas tubulações e impelidores ou rotores de bombas. De acordo com o estado de limpeza da caldeira, cobre ou níquel metálico poderão inserir-se em fendas ou abaixo das partes mandriladas dos tubos, em maior ou menor quantidade, produzindo um número, às vezes grande, de pilha galvânicas, onde o aço, usado nas caldeiras, funciona como anodo sofrendo corrosão. A intensidade é maior no tubulão inferior da caldeira, devido ao peso específico das partículas. O princípio de funcionamento da caldeira é baseado na diferença de densidade dos fluidos que nela estão presentes, isto é, a água e o vapor. São de alto custo e responsabilidade, e sua manutenção, operação e projetos são padronizados e fiscalizados por uma série de legislações, normas e códigos. Há também outros tipos de equipamentos com finalidade de aquecimento e transferência de calor, mas não há produção de vapor, porém, são chamados de caldeiras (geradores de água quente, etc.). Controle na operação de caldeiras Um ponto importante de controle na operação de caldeiras, com foco na eficiência e na segurança, é a qualidade da água de alimentação e a qualidade da água dentro da caldeira. A água de alimentação da caldeira sempre irá apresentar minerais e outras moléculas em sua composição (Si4+, Cl-, Mg2+, Ca2+, Fe2+...), que são denominados impurezas. Exceto se houver um tratamento intensivo por osmose reversa e sem nenhuma contaminação. Como a caldeira gera vapor, as impurezas (na maioria das vezes sais) ali contidas não evaporam, logo, permanecem dentro da caldeira, e com a entrada de mais água e a evaporação da mesma, sua concentração de sais e demais compostos aumenta. O processo de aumento da concentração é ideal para elevar o pH da água dentro da caldeira, além de diminuir o processo de corrosão e evitar a incrustação de sílica por passivação. Durante esse processo, a quantidade de sólidos dissolvidos também aumenta, aumentando sua condutividade elétrica dentro da caldeira. O valor ideal depende do tipo de caldeira e sua operação, mas como parâmetro de referência, para as caldeiras fogotubulares (derivados das caldeiras antigas, onde o fogo e os gases quentes da combustão circulam no interior dos tubos e a água a ser vaporizadacircula pelo lado de fora), o ideal é trabalhar com a água da caldeira com condutividade entre 4000 e 5000 µS/cm. Quando a caldeira trabalha com a condutividade superior à ideal, pode ocorrer o arraste de umidade com vapor, prejudicando a qualidade do vapor. Para corrigir isso, realiza-se a purga da caldeira, que pode ser realizada manualmente ou por válvulas controladas. E quando inferior, provavelmente o pH também ficará baixo. Para corrigir esse parâmetro, basta esperar que a caldeira mantenha sua operação e continue o ciclo de concentração, porém, deve-se verificar o motivo da baixa condutividade, pois pode ocasionar de erro ou falha na aplicação de produtos químicos. Para monitorar a condutividade da água da caldeira, pode-se instalar um condutivímetro na mesma ou implantar uma rotina de coleta e análise de amostras e água, porém, deve-se tomar cuidado, pois a água a ser recolhida estará quente. O uso de resfriadores de amostras é recomendado. A desmineralização é o melhor processo de tratamento da água para caldeiras, pois ela elimina todos os sais minerais existentes na água e evita problemas como corrosão e incrustações. É feita através de processos como a osmose reversa, troca iônica, que retiram as impurezas responsáveis pelo aumento da condutividade nessas águas e pelos problemas citados anteriormente, obtendo água desmineralizada com valores abaixo de 1,0 µS/cm2. Temos hoje dois tipos de tecnologia para que se realize este processo. O procedimento pode ser feito através de Troca Iônica ou então por Osmose Reversa, ambas as ações são eficientes e aplicadas de acordo com as necessidades do que cada cliente irá precisar. Para saber, no entanto, qual será o melhor processo de aplicação é necessária uma análise da água bruta ou clarificada, que antecede o tratamento para a caldeira, existente no local. Tratamentos Externos Remoção de ferro e manganês Ferro e manganês se encontram solúveis em água de alimentação, geralmente no estado reduzido, Fe2+ e Mn2+. A oxidação de ambos, utilizando torres de aeração apropriadas, torna-os insolúveis, permitindo sua remoção da água, por decantação e filtração. A fim de acelerar a oxidação do ferro e manganês na água, é costume se fazer uma pré-cloração, mantendo um residual de cloro de 2ppm. Quando se proceder deste modo, a água antes de alimentar as caldeiras, deverá passar por filtros de carvão ativado, a fim de eliminar todo o cloro, passando a ter concentrações de ferro, Fe3+, menores que 0,05ppm. Desmineralização Este procedimento consiste em remover todos os íons de uma água, utilizando-se resinas catiônicas e aniônicas. As resinas mais utilizadas são: ● Resinas catiônicas fortemente ácidas, para eliminar cálcio, magnésio, sódio e potássio; ● Resinas aniônicas fortemente básicas, para eliminar cloretos, sulfatos, nitratos, bicarbonatos e silicatos. Essas resinas podem ser usadas em colunas separadas ou misturadas numa só coluna de leito misto. A eficiência das resinas é função da regeneração correta, ausência de cloro, de ferro, e de matéria orgânica na água. Resinas polidoras são utilizadas em leito misto, para eliminar impurezas no condensado que retorna para a caldeira. Osmose reversa Na osmose reversa a água, previamente filtrada, é pressurizada para passar por uma membrana permeável, onde os íons e sais minerais presentes na água são retidos. A água pura é eliminada por um dispositivo chamado permeador, enquanto que a parcela de água que não foi permeada por possuir uma elevada concentração de sais minerais é descartada. A desvantagem da utilização desse procedimento está no alto custo de implementação e da necessidade de se operar com vários permeadores em paralelo para obtenção de uma vazão razoável. A principal vantagem da osmose reversa é a capacidade de reduzir em até 99% os sais minerais presentes na água. Também apresenta outras vantagens como: ● Melhor desempenho dos equipamentos envolvidos na troca de calor; ● Acompanhamento Técnico com emissão de relatórios de resultados; ● Manutenção permanente do sistema; ● Não utilização de químicos para a regeneração; ● Aproveitamento de todo o rejeito; ● Pré tratamento da água do Sistema de Osmose Reversa. Referências Aquino, A. d. (05 de Abril de 2012). Água para caldeiras: conheça os principais problemas e saiba como tratá-las. Fonte: Revista TAE - Tratamento de água e efluentes: http://www.revistatae.com.br/3934-noticias Cheis, D. (02 de Dezembro de 2014). A importância do tratamento de água em caldeiras. Fonte: Meio Filtrante: http://www.meiofiltrante.com.br/internas.asp?id=17724&link=noticias ROTHBARTH, E. A. (s.d.). Tratamento de água para caldeiras de alta pressão. Fonte: Tratamento de Água: http://tratamentodeagua.com.br/wp-content/uploads/2016/03/Tratamento-de-%C3%81g ua-para-Caldeiras-de-Alta-Press%C3%A3o.pdf Trovati, E. J. (s.d.). Tratamento de água para geração de vapor: Caldeiras. Fonte: Síntese Natural: http://www.snatural.com.br/PDF_arquivos/Torre-Caldeira-Tratamento-Agua-Caldeira.pdf Zarpelon, W., & Azzolini, J. (s.d.). Caracterização e avaliação da qualidade do tratamento das águas de abastecimento. Fonte: Editora Unoesc: Moura, J. P. (s.d.). PREVENÇÃO DE CORROSÃO EM CALDEIRAS. Fonte: http://www.infobibos.com/artigos/2011_2/caldeiras/index.htm Sistema de Tratamento da Água para Caldeira - Sistema de Osmose Reversa. (s.d.). Fonte: http://www.quimicazew.com.br/Caldeira5.htm Togawa, V. (24 de Janeiro de 2017). Ciclo de Concentração e Purga de Caldeiras. Fonte: Togawa Engenharia: http://togawaengenharia.com.br/blog/ciclo-de-concentracao-e-purga-de-caldeiras/
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