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Direito Constitucional 
Teoria da Constituição
- Conceito 
► Sentido sociológico (Ferdinand Lassale): uma Constituição só seria legítima se representasse o efetivo poder social, refletindo as forças sociais que constituem o poder. Caso isso não ocorresse, ela seria ilegítima, caracterizando-se como uma simples “folha de papel”. Segundo a conceituação de Lassale, a Constituição seria a somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade. 
► Sentido político (Carl Schmitt): em razão de ser a Constituição produto de certa decisão política fundamental (estrutura e órgãos do Estado, direitos individuais, vida democrática etc.), ela seria, nesse sentido, a decisão política do titular do poder constituinte (povo). Schmitt distingue Constituição de leis constitucionais, sendo essas leis os demais dispositivos inseridos no texto do documento constitucional, mas não contêm matéria de decisão política fundamental.
► Sentido jurídico (Hans Kelsen): Constituição é, então, considerada norma pura, puro dever-ser, sem qualquer pretensão a fundamentação sociológica, política ou filosófica. A concepção de Kelsen toma a palavra Constituição em dois sentidos: no lógico-jurídico e jurídico-positivo 
→ No lógico-jurídico a Constituição significa a norma fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento de validade da Constituição em sentido jurídico-positivo.
→ No jurídico-positivo a Constituição corresponde à norma jurídica suprema, o fundamento de validade das demais normas do ordenamento jurídico.
► Sentido cultural: a Constituição é produto de um fato cultural, produzido pela sociedade e que nela pode influir, apresenta, na sua complexidade intrínseca, aspectos econômicos, sociológicos, jurídicos e filosóficos, a fim de abranger o seu conceito em uma perspectiva unitária.
► Sentido material e formal: do ponto de vista material, o que vai importar para definirmos se uma norma tem caráter constitucional ou não será o seu conteúdo, do ponto de vista formal o que vai importar será a forma como ela foi introduzida no ordenamento jurídico.
- Classificação
►Quanto ao conteúdo
→ Material: materialmente, identifica-se como as normas que regulam a estrutura do Estado, a sua organização e os direitos fundamentais. Só os temas atinentes a esse escopo são constitucionais. 
→ Formal: formalmente, constituição é o modo de ser do Estado, estabelecido em documento escrito. Não se há de pesquisar qual o conteúdo da matéria. Tudo o que estiver na constituição é matéria constitucional. 
→ Mista: essa classificação ainda é polêmica, não sendo adotada por alguns doutrinadores. Os Tratados e as Convenções de direitos humanos, aprovados em cada casa do Congresso, em dois turnos, com voto de 3/5 de seus membros equivalerão a uma Emenda Constitucional, ou seja, um documento de natureza constitucional que está fora da Constituição, sendo adotado tanto o critério material como o formal. 
► Quanto à forma
→ Escrita: é constituição consistente num código, num documento único sistematizado. 
→ Costumeira\não escrita\consuetudinária: é a constituição consistente em normas esparsas, não aglutinadas em um texto solene, centrada nos usos e costumes, na prática política e judicial.
► Quanto ao modo de elaboração
→ Dogmáticas: são as constituições escritas, elaboradas por um órgão especialmente designado para esse fim, normalmente designado Assembleia Nacional Constituinte.
→ Históricas: são as constituições consuetudinárias, fruto de uma lenta e contínua síntese da história e da tradição de um povo.
► Quanto à origem
→ Democráticas\populares\promulgadas: são as constituições elaboradas por um órgão constituinte previamente escolhido pelo povo para o fim de elaborar a constituição. Constituições de 1891, 1934, 1946 e 1988.
→ Outorgadas: são impostas unilateralmente por quem detenha, no momento da imposição, o poder político, a força suficiente para tanto, sem participação popular.  Constituições de 1824, 1934, 1967 e a emenda de 1969.
→ Cesarista: são outorgadas mas dependem de ratificação popular através do referendo. Um exemplo é a constituição napoleônica que, embora aparente ser promulgada, tem núcleo de outorgada. São feitas pelo governador sem observância da capacidade popular, como fez Rinochet, no Chile.
→  Pactuada: decorre de um acordo entre dois grupos sociais, havendo mais de um titular do poder constituinte. Um exemplo é a Carta Magna de 1215, que decorreu de um acordo entre o rei e a nobreza.
► Quanto à extensão
→ Sintéticas: preveem somente princípios e normas gerais, organizando e limitando o poder do Estado apenas com diretrizes gerais, mínimas, firmando princípios, não detalhes. É concisa, breve, sucinta, também chamada de Constituição Federal negativa.
→ Analíticas: abrangem todos assuntos que entende relevantes. São amplas, extensas, prolixas, detalhas, como a nossa Constituição de 1988, por exemplo.
► Quanto à estabilidade
→ Imutáveis: Constituições nas quais é vedada qualquer alteração. Essa imutabilidade pode ser relativa, como nos casos em que há uma limitação temporal em que não podem ocorrer mudanças.
→ Rígidas: dá-se quando a própria constituição estabelece um processo mais oneroso e solene, diferente da legislação ordinária, para a sua reforma. Toda constituição tem pretensão de permanência, porquanto documento fundamental do sistema jurídico de um Estado, não pode estar sujeita a mutações ao sabor das dificuldades passageiras. Essa permanência, entretanto, não quer dizer imutabilidade. 
→ Flexíveis: são as constituições que não exigem, para sua atualização ou modificação, processo distinto daquele referente à elaboração das leis. Podem ser alteradas por procedimento legislativo ordinário, razão pela qual também são chamadas de plásticas.
→ Semi-rígida ou semi-flexível: algumas regras previstas na Constituição podem ser alteradas por procedimento legislativo ordinário ao passo que outras exigem o procedimento especial, que é mais dificultoso. Como exemplo, podemos citar a CF de 1824.
→ Super-rígida: alguns pontos são imutáveis (núcleo intangível, petrificado, clausulas pétreas) ao passo que outros depende de um procedimento legislativo especial.
- Poder Constituinte
O poder constituinte se revela sempre como uma questão de ‘poder’, de ‘força’ ou de ‘autoridade’ política que está em condições de, numa determinada situação concreta, criar, garantir ou eliminar uma Constituição entendida como lei fundamental da comunidade política.
► Originário: é o que estabelece a Constituição de um novo Estado, organizando-o e criando os poderes destinados a reger os interesses da comunidade desse novo Estado. O Poder constituinte originário apresenta como características ser inicial, autônomo, incondicionado e ilimitado (juridicamente, mas possui limites nos valores sociais e na cultura da sociedade). Há duas formas básicas de manifestação do Poder constituinte originário, a primeira ocorre através de uma Assembleia Nacional Constituinte e a segunda ocorre através de um Movimento Revolucionário..
→ A Assembleia Nacional Constituinte tem origem numa deliberação realizada pelos representantes do povo, devidamente convocada pelo agente revolucionário, com a finalidade de estabelecer o texto que organizará o Estado e limitará o poder do mesmo.
→ A Assembleia Nacional Constituinte tem origem numa deliberação realizada pelos representantes do povo, devidamente convocada pelo agente revolucionário, com a finalidade de estabelecer o texto que organizará o Estado e limitará o poder do mesmo.
► Derivado: é um poder limitado constitucionalmente e passível de controle de constitucionalidade. O Poder constituinte derivado apresenta como características ser derivado, subordinado e condicionado. O Poder constituinte derivado manifesta-se sob a forma de poder constituinte reformador e poder constituinte decorrente..
→ O reformador possibilita a realização de uma alteração no texto constitucional desde que sejam respeitados os limites estabelecidos constitucionalmente (cláusulas pétreas: a forma federativa de Estado; o voto direto,secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes; os direitos e garantias individuais) e desde que seja seguido o procedimento previsto no artigo 60 da Constituição Federal. 
→ O decorrente possibilita aos Estados membros da União se auto organizarem por meio de suas respectivas constituições estaduais, desde que respeitem as regras limitativas previstas na Constituição Federal.
- Hierarquia das normas constitucionais
· Não existe hierarquia entre normas constitucionais originárias e normas constitucionais derivadas (emendas constitucionais).
· Embora não exista hierarquia entre normas constitucionais originárias e derivadas, há uma importante diferença entre elas: as normas constitucionais originárias não podem ser declaradas inconstitucionais.
- Hermenêutica Constitucional
É o saber que se propõe a estudar os princípios, os fatos, e compreender os institutos da Constituição para colocá-la diante da sociedade, possui finalidade da norma com o uso do elemento sistemático, ela é guiada por métodos clássicos:
►Método Gramatical: consiste na busca do sentido literal ou textual da norma constitucional.
►Método Sistemático: interpretação que busca correlacionar todos os dispositivos normativos de uma Constituição, pois só conseguiremos elucidar a interpretação a partir do conhecimento do todo, não podemos interpretar a Constituição em “tiras” e sim como um todo.
►Método Histórico: busca dos antecedentes remotos e imediatos que interferiram no processo de interpretação constitucional. Para entendermos o sentido atual precisamos entender o “passado” desses institutos. 
►Método Sociológico: busca adaptar a Constituição à realidade social. No campo da interpretação constitucional o método sociológico busca a efetividade, a eficácia social para que não se abra um abismo entre a norma e conjunto dos fatos sociais.
►Método Teleológico ou finalista: busca realizar a finalidade das normas constitucionais, muitas vezes superando a realidade descrita na norma. A interpretação teleológica se desenvolve sobre tudo sobre os princípios constitucionais.
Controle de Constitucionalidade
É o instrumento de garantia da supremacia constitucional. Serve para defender a constituição das investidas praticadas pelos poderes públicos, e, também, dos atos privados atentatórios à magnitude de seus preceitos. 
Nos moldes do STF, preâmbulo constitucional não é parâmetro de controle de constitucionalidade, serve como vetor interpretativo, pois não é norma, nem possui força normativa. Preâmbulo é um conjunto de enunciados formulados pelo legislador.
- Espécies
► Quanto ao momento do controle:
→ Preventivo: visa a impedir que a norma inconstitucional ingresse no ordenamento jurídico. Este controle é realizado no âmbito do Poder Legislativo.
→ Repressivo: tem por finalidade a exclusão de norma inconstitucional que já ingressou no ordenamento jurídico. Em regra, é o Poder Judiciário que controla as leis ou atos normativos já editados, porém, há também previsão de controle repressivo pelo Poder Legislativo.
► Quanto ao órgão controlador:
→ Político: o controle é feito por órgãos de natureza política, como o Poder Legislativo, o Executivo ou um órgão especialmente criado para tanto.
→ Judiciário ou jurídico:  cabe ao Poder Judiciário declarar a inconstitucionalidade de leis ou atos que contrariem a Constituição.
→ Misto: quando certas leis submetem-se a controle político e outras ao jurídico.
► Quanto ao modo de exercício do controle jurisdicional:
→ Controle difuso: exercido por todos os componentes do Poder Judiciário, ou seja, por todos os magistrados. 
→ Controle concentrado: deferido a um Tribunal de cúpula do Poder Judiciário ou a uma corte especial.
- Ações 
► Legitimados para propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade (art. 103 CF):
→Presidente da República;
→Mesa do Senado Federal e da Câmara dos Deputados;
→Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do DF; 
→Governador do Estado ou do DF; 
→Procurador Geral da República;
→Conselho Federal da OAB;
→Partido político com representação no Congresso Nacional;
→Confederação Sindical ou Entidade de Classe de âmbito nacional.
OBS:
1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.
2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.
Organização do Estado
- Federalismo
A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; recusar fé aos documentos públicos; criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
► União
→ São bens da União (art. 20)
► Estados
São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
→ São bens do Estado:
● As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
● As áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
● As ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
● As terras devolutas não compreendidas entre as da União.
→ O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.
● Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
● O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais.
● Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.
● A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.
→ A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subsequente:
● Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.
● Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados por leide iniciativa da Assembleia Legislativa.
► Municípios
→ O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos apresentados no art. 29.
→ A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo municipal, na forma da lei..
► Distrito Federal
 O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
O Distrito Federal tem capacidade legislativa, administrativa e judiciária, bem como autonomia política: ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios. Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar.
► Territórios
→ A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.
● Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título.
● As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União.
● Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador, nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instâncias, membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa.
- Repartição de Competências
► Competências da União e em comum
→  Compete à União (art. 21);
→ Compete privativamente à União legislar sobre (art. 22);
→ É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (art. 23);
→ Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre (art. 24).
► Competência dos municípios
→ Compete aos Municípios (art. 30).
Teoria Geral dos Direitos e das Garantias Fundamentais
- Direitos e garantias constitucionais
A CF/88 classifica o gênero direitos e garantias fundamentais em importantes grupos, a saber: direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade; direitos políticos; partidos políticos.
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos do art. 5.
► Evolução dos direitos fundamentais
→ 1º Dimensão (geração): marcam a passagem de um Estado autoritário para um Estado de Direito e, nesse contexto, o respeito às liberdades individuais, em uma verdadeira perspectiva de absenteísmo estatal. Seu reconhecimento surge com maior evidência nas primeiras Constituições escritas, e podem ser caracterizados como frutos do pensamento liberal-burguês do século XVIII. Tais direitos dizem respeito às liberdades públicas e aos direitos políticos, ou seja, direitos civis e políticos a traduzir o valor liberdade. Alguns documentos históricos são marcantes para a configuração e emergência do que os autores chamam de direitos humanos de 1.º geração (séculos XVII, XVIII e XIX), destacando-se: Magna Carta de 1215, assinada pelo rei “João Sem terra”; Paz de Westfália (1648); Habeas Corpus (1679); Bill of Rights (1688); Declarações, seja a americana (1776), seja a francesa (1789).
→ 2º Dimensão: o fato histórico que inspira e impulsiona os direitos humanos de 2.º dimensão é a Revolução Industrial europeia, a partir do século XIX. Em decorrência das péssimas situações e condições de trabalho, eclodem movimentos como o cartista, na Inglaterra, e a Comuna de Paris (1848), na busca de reivindicações trabalhistas e normas de assistência social. O início do século XX é marcado pela Primeira Grande Guerra e pela fixação de direitos sociais. Essa perspectiva de evidenciação dos direitos sociais, culturais e econômicos, bem como dos direitos coletivos, ou de coletividade, correspondendo aos direitos de igualdade (substancial, real e material, e não meramente formal), mostra-se marcante em alguns documentos, destacando-se: Constituição do México, de 1917; Constituição de Weimar, de 1919, na Alemanha, Tratado de Versalhes, 1919 (OIt); no Brasil, a Constituição de 1934 (lembrando que nos textos anteriores também havia alguma previsão).
→ 3º Dimensão: são marcados pela alteração da sociedade por profundas mudanças na comunidade internacional (sociedade de massa, crescente desenvolvimento tecnológico e científico), identificando-se profundas alterações nas relações econômico-sociais. Novos problemas e preocupações mundiais surgem, tais como a necessária noção de preservacionismo ambiental e as dificuldades para proteção dos consumidores, só para lembrar aqui dois candentes temas. O ser humano é inserido em uma coletividade e passa a ter direitos de solidariedade ou fraternidade.6 Os direitos da 3.º dimensão são direitos transindividuais, isto é, direitos que vão além dos interesses do indivíduo; pois são concernentes à proteção do gênero humano, com altíssimo teor de humanismo e universalidade. Segundo Bonavides, os seguintes direitos de 3.º dimensão: direito ao desenvolvimento; direito à paz (lembrando que Bonavides classifica, atualmente, o direito à paz como da 5.º dimensão); direito ao meio ambiente; direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade; direito de comunicação.
→ 4º Dimensão: na orientação de Norberto Bobbio, essa dimensão de direitos decorreria dos avanços no campo da engenharia genética, ao colocarem em risco a própria existência humana, em razão da manipulação do patrimônio genético, destacando-se os direitos a: democracia (direta); informação; pluralismo. Assim, para Bonavides, os direitos da 4º dimensão decorrem da globalização dos direitos fundamentais, o que significa universalizá-los no campo institucional.
→ 5º Dimensão: o direito à paz foi classificado por Karel Vasak como de 3.º dimensão.
Princípios fundamentais
→ A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos:
● a soberania;
● a cidadania;
● a dignidade da pessoa humana;
● os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
● o pluralismo político.
Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
→ Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
● construir uma sociedade livre, justa e solidária;
● garantir o desenvolvimento nacional;
● erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
● promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
→ A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
● independência nacional;
● prevalência dos direitos humanos;
● autodeterminação dos povos;
● não-intervenção;
● igualdade entre os Estados;
● defesa da paz;
● solução pacífica dos conflitos;
● repúdio ao terrorismo e ao racismo;
● cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
● concessão de asilo político.
A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
► Características dos direitos e garantias fundamentais
→ Historicidade: possuem caráter histórico, nascendo com o Cristianismo, passando pelas diversas revoluções e chegando aos dias atuais; 
→ Universalidade: destinam-se,de modo indiscriminado, a todos os seres humanos.
→ Limitabilidade: os direitos fundamentais não são absolutos (relatividade), havendo, muitas vezes, no caso concreto, confronto, conflito de interesses.
→ Concorrência: podem ser exercidos cumulativamente, quando, por exemplo, o jornalista transmite uma notícia (direito de informação) e, ao mesmo tempo, emite uma opinião (direito de opinião); 
→ Irrenunciabilidade: o que pode ocorrer é o seu não exercício, mas nunca a sua renunciabilidade.
→ Inalienabilidade: como são conferidos a todos, são indisponíveis; não se pode aliená-los por não terem conteúdo econômico-patrimonial; 
→ Imprescritibilidade: prescrição é um instituto jurídico que somente atinge, coarctando, a exigibilidade dos direitos de caráter patrimonial, não a exigibilidade dos direitos personalíssimos, ainda que não individualistas, como é o caso. 
- Princípios Constitucionais
São aqueles que guardam os valores fundamentais da ordem jurídica. Nos princípios constitucionais condensa-se bens e valores considerados fundamentos de validade de todo sistema jurídico.
► Princípio da Legalidade
Refere-se à ideia de que os órgãos, as pessoas e autoridades devem se submeter aos preceitos legais. Existem dois tipos de legalidade:
→ Legalidade genérica (art. 5º, II), na qual a pessoa pode fazer tudo que a lei não proíbe. 
→ Legalidade administrativa (art. 37, caput), que é exatamente o inverso, ou seja, o administrador só pode atuar se houver previsão legal.
► Princípio da Igualdade
No texto da Constituição, encontramos a Igualdade formal, que prevê a igualdade a todos, bem como encontramos a Igualdade Material, no qual consiste em conceder tratamento diferenciado a pessoas que se encontram em situações diferentes.
► Princípio do Devido Processo Legal 
Este princípio é analisado sob dois prismas: o devido processo legal, que busca assegurar a regularidade do procedimento, e deste derivam a demanda, contraditório, ampla defesa e igualdade entre as partes; e o devido processo legal material, que tem por função assegurar o exame de atos legislativos, administrativos e judiciais, tendo como corolário o princípio da proporcionalidade, representada pelo tripé necessidade, adequação e proporcionalidade em sentido estrito.
► Princípio do Acesso ao Judiciário 
Esse princípio estabelece que nenhuma lesão pode ser subtraída da apreciação do Poder Judiciário. Como Humberto Teodoro Júnior observa, “todo litigante que ingressa em juízo, observando os pressupostos processuais e as condições da ação, tem direito à prestação jurisdicional”.
 Direitos sociais
São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Trata-se de desdobramento da perspectiva de um Estado Social de Direito, tendo como documentos marcantes a Constituição mexicana de 1917, a de Weimar, na Alemanha, de 1919, e, no Brasil, a de 1934. Eles são de aplicação imediata.
● São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social.
● É livre a associação profissional ou sindical.
→ É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Organização dos Poderes
Os três poderes atuam em conjunto e devem coexistir de forma independente, harmônica e colaborativa.
Poder Legislativo
- Competências do Congresso Nacional (art. 48);
- Competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49);
- Competência privativa da Câmara dos Deputados (art. 51);
- Competência privativa do Senado Federal (art. 52).
Poder Executivo
- Competência privativa dos Tribunais (art. 96);
Poder Judiciário
- Competência do STF (art. 102);
- Competência do STJ (art. 105).
 Competência privativa do Presidente (art. 84)
Funções essenciais à Justiça
Ministério Público 
É instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. 
Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.
O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.
► Princípios
Unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
► Composição
● o Ministério Público da União, que compreende:
            -  o Ministério Público Federal;
            -  o Ministério Público do Trabalho;
            -  o Ministério Público Militar;
            -  o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
● os Ministérios Públicos dos Estados.
→ O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.
→ A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.
→ Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.
→ Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva.
► Garantias:
● vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;
● inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa;
● irredutibilidade de subsídio
► Vedações
● receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;
● exercer a advocacia;
● participar de sociedade comercial, na forma da lei;
● exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;
● exercer atividade político-partidária;
● receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.
► Funções
● promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
● zelar pelo efetivo respeito dos poderes públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
● promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
● promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
● defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
● expedir notificaçõesnos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;
● exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior;
● requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
● exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.
→ As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição.
→ O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação.
→ A distribuição de processos no Ministério Público será imediata.
→ Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta Seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.
► Conselho Nacional
→ Composto por:
● o Procurador-Geral da República, que o preside;
● quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas carreiras;
● três membros do Ministério Público dos Estados;
● dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;
● dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
● dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
→ Funções:
● zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
● zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;
● receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correcional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
● rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano;
● elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conselho
→ O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério Público que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:
● receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do Ministério Público e dos seus serviços auxiliares;
● exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;
● requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos do Ministério Público.
O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.
Advocacia Pública 
→ A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.
● A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
● O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.
● Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.
Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas.
Advocacia 
O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. 
Defensoria Pública 
A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados. Há garantia de inamovibilidade e vedação ao exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.
→ Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.
→ Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa, e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação.
→ São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
Ordem econômica
Princípios Gerais
É fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social. Devem, para tanto, ser observados os seguintes princípios: soberania nacional; propriedade privada; função social da propriedade; livre concorrência; defesa do consumidor; defesa do meio ambiente; redução das desigualdades regionais e sociais; busca do pleno emprego; tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.
Intervenção Econômica
Na ordem econômica, o Estado atua como agente normativo e regulador da atividade econômica, exercendo, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Desse modo, a prestação de serviço público incumbe ao Estado ao passo que o desempenho de atividade econômica será apenas excepcionalmente desenvolvida por este.
Meio Ambiente
Princípios Ambientais
Os princípios do direito ambiental são: o do usuário pagador, o acesso equitativo aos recursos naturais, o princípio da reparação e o princípio da prevenção. Suas funções:
→ São os princípios que permitem compreender a autonomia do Direito Ambiental em face dos outros ramos do Direito;
→ São os princípios que auxiliam no entendimento e na identificação da unidade e coerência existentes entre todas as normas jurídicas que compõem o sistema legislativo ambiental;
→ É dos princípios que se extraem as diretrizes básicas que permitem compreender a forma pela qual a proteção do meio ambiente é vista na sociedade;
→ São os princípios que servem de critério básicoe inafastável para a exata inteligência e interpretação de todas as normas que compõem o sistema jurídico ambiental, condição indispensável para a boa aplicação do Direito nessa área
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