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Luto e eficacia da tcc

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Prévia do material em texto

CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL 
 
 
 
JULIANA CENTINI GONÇALVES 
 
 
 
 
O PROCESSO DE LUTO E EFICÁCIA DA TERAPIA 
COGNITIVO-COMPORTAMENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2019 
 
 
 
 
JULIANA CENTINI GONÇALVES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O PROCESSO DE LUTO E A EFICÁCIA DA TERAPIA 
COGNITIVO-COMPORTAMENTAL 
 
Trabalho de conclusão de curso Lato Sensu 
Área de concentração: Terapia Cognitivo-Comportamental 
Orientadora: Profa. Dra. Renata Trigueirinho Alarcon 
Coordenadora: Profa. Msc. Eliana Melcher Martins 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2019 
 
 
 
 
Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada a fonte. 
Gonçalves, Juliana Centini 
 
O processo de luto e a eficácia da Terapia Cognitiva Comportamental 
 
Juliana Centini Gonçalves, Renata Trigueirinho Alarcon, Eliana Melcher Martins – 
São Paulo, 2019. 
 
 
25 f. + CD-ROM 
 
Trabalho de conclusão de curso (especialização) - Centro de Estudos em Terapia 
Cognitivo-Comportamental (CETCC). 
 
Orientadora: Profª. Drª. Renata Trigueirinho Alarcon 
Coordenadora: Profª. Msc. Eliana Melcher Martins 
 
1 Terapia Cognitivo-comportamental, 2. Luto. I. Gonçalves, Juliana Centini. II. 
Alarcon, Renata Trigueirinho. III. Martins, Eliana Melcher. 
 
 
 
 
 
JULIANA CENTINI GONÇALVES 
 
O processo de luto e a eficácia da Terapia Cognitivo-comportamental 
 
 
Monografia apresentada ao Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-
Comportamental como parte das exigências para obtenção do título de Especialista 
em Terapia Cognitivo-Comportamental 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
Parecer: ____________________________________________________________ 
Prof. _____________________________________________________ 
 
Parecer: ____________________________________________________________ 
Prof. _____________________________________________________ 
 
 
 
 
São Paulo, ___ de ___________ de _____ 
 
 
 
 
 
 
EPÍGRAFE 
 
 
“Por muito tempo achei que a ausência é falta e lastimava, ignorante, a 
falta. Hoje não a lastimo. Não há falta sem ausência. A ausência é um 
estar em mim. E sinto-a branca, tão pegada, aconchegada em meus 
braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a 
ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim " 
(Carlos Drummond de Andrade, "Ausência”) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A memória do meu Pai, 
Que tanto me ensinou. 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado a oportunidade de fazer o que 
gosto, e que mesmo diante de todas as dificuldades me deu forças para persistir e 
concluir esta especialização que tanto almejo. 
Ao meu marido Fabiano e minha filha Julia que permaneceram ao meu lado e 
sempre me apoiando na minhas escolhas, vocês são essenciais na minha vida. 
Agradeço a Coordenadora Profª Msc. Eliana Melcher Martins que sempre me 
acolheu e a orientadora Profª Dra. Renata Trigueirinho Alarcon que fez parte desse 
processo de especialização e foi de grande ajuda. 
E por fim, agradeço as amizades adquiridas no curso e também aos professores por 
terem dispensado valiosos ensinamentos. 
Meus sinceros agradecimentos.
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
Quando se fala de luto, automaticamente, se fala de tristeza, mas essa tristeza 
precisa ser compreendida, de acordo com sua cultura, religião e idade. Assim, o 
presente estudo buscou compreender como processo de luto pode ser elaborado e a 
eficácia da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Após a aplicação das técnicas 
de TCC, observou que houve uma significativa melhora dos pacientes em relação ao 
sofrimento e alívio dos sintomas gerados pela perda do ente querido. A TCC, por ser 
uma terapia breve e focal, se propõe a ajudar no alívio dos sintomas no processo da 
perda. 
 
Palavras-chave: Morte, Luto, Luto Normal e Patológico, Terapia Cognitivo-
Comportamental. 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Mourning it’s automatically connected to sadness, but this sadness needs to be 
understood according to its culture, religion and age. The present study sought to 
understand how the mourning process can be elaborated and the efficacy of 
Cognitive-Behavioral Therapy (CBT). After the application of CBT techniques, we 
were observed that there was a significant improvement of the patients in relation to 
the suffering and relief of the symptoms generated by the loss of the loved one. The 
CBT is a brief and focal therapy and help relieve symptoms in the process of loss. 
 
Keywords: Death, Mourning, Normal and Pathological Mourning, Cognitive-
Behavioral Therapy. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 11 
2 OBJETIVO 13 
3 METODOLOGIA 14 
4 RESULTADOS 15 
5 DISCUSSÃO 21 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 22 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
É natural do ser humano temer a ausência de entes queridos e ter fortes 
reações emocionais quando têm os laços afetivos rompidos pela morte. A perda de 
alguém pode desencadear um processo caracterizado por um desânimo profundo, 
grande desinteresse, dificuldade de identificar sentimentos e de desenvolver 
qualquer atividade que não esteja relacionada com o que foi perdido (GRINBERG, 
2000 apud ROQUE, 2009, p 628). 
O conceito de luto encontrado no dicionário Michaelis diz que é de um 
sentimento de pesar ou tristeza pelo rompimento de um laço afetivo significativo; 
tristeza profunda causada por grande calamidade, dor e mágoa. 
 O luto é uma resposta natural e é previsto quando ocorre o rompimento de 
um vínculo. É o resultado da experiência da perda, que ocorre quando a vida do 
indivíduo é afetada pelo fim de uma relação, trazendo um sofrimento emocional 
intenso (BOUSSO, 2011). 
De acordo com Malkinson (2010 apud ZWIELEWISKI, SANT’ANA, 2016, p. 
228), quando se tem uma perda por meio da morte, isso se torna um acontecimento 
universal, e para o ser humano, o luto é uma reação natural e com diferentes 
significados. Quando se fala de luto, automaticamente, se fala de tristeza, mas essa 
tristeza precisa ser compreendida, de acordo com sua cultura, religião e idade 
(PARKES, 1998). 
 Segundo Kubler-Ross (1997) referência no assunto, o processo de luto 
considerado normal, passa por alguns estágios: a negação e isolamento, a raiva, a 
barganha, a depressão e a aceitação. Na primeira fase, as pessoas usam a negação 
e o isolamento como um mecanismo de defesa para aliviar as reações emocionais e 
evitar confrontar a situação. Também podem aparecer em outros estágios. Na faseseguinte, é o momento em que as pessoas buscam um culpado, externalizando a 
raiva e questionando a situação, tentando aliviar o sofrimento. Na fase da barganha, 
há uma tentativa de adiar ou evitar o que se teme sobre a situação, geralmente 
negociada com Deus ou com os profissionais de saúde. Na quarta fase, a depressão 
pode ter duas características: reativa e preparatória. A reativa acontece quando há 
outras perdas além da morte, já a preparatória é quando começa o momento de 
12 
 
 
aceitação e reflexão. Por fim, a quinta fase, é a aceitação. Nessa fase, as pessoas 
conseguem organizar seus sentimentos, emoções e frustrações relacionadas a 
perda de forma mais clara. 
O luto é uma reação saudável ao rompimento de um laço afetivo e implica na 
capacidade saudável das pessoas demonstrarem a dor por meio do reconhecimento 
da perda e se reajustarem em nível de relações. Entretanto, quando a pessoa não é 
capaz de lidar com a perda, é possível perceber o sofrimento por meio dos sintomas 
que se manifestam vinculados a negação e a repressão da ideia da perda (PARKES, 
1998). Então, pode ser classificado como luto patológico. 
Existem quatro reações que podem diferenciar o luto patológico do normal, segundo 
Worden (2013): 
✔ luto crônico: onde o pesar continua durante vários anos; 
✔ reação marcada por uma expressão emocional insuficiente quando ocorreu a 
perda que posteriormente reaparece intensamente; 
✔ reação exagerada que leva a pessoa a um comportamento desadaptado; 
✔ reações mascaradas podem ser caracterizadas por sintomas físicos, sintomas 
psiquiátricos ou comportamentos acting out, mas a pessoa não os associa à perda. 
Sendo assim, a Terapia Comportamental Cognitiva (TCC), baseia-se em um 
modelo estruturado, objetivo, educacional, breve e focal, que prioriza a efetividade 
do tratamento e a manutenção dos resultados, levando em conta a adaptação ao 
cotidiano após a perda (RANGÉ e cols, 1998). 
A TCC tem se mostrado efetiva nos tratamentos de luto, por ser efetiva, breve 
e objetiva e por isso, esta monografia se propõe a apresentar a abordagem do luto, 
normal e patológico, dentro do enfoque cognitivo-comportamental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
2. OBJETIVO 
 
 
Este trabalho teve como objetivo analisar, por meio de revisão bibliográfica, como a 
Terapia Cognitivo-Comportamental pode contribuir na elaboração do processo de 
luto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
3. METODOLOGIA 
 
 
Para este trabalho optou-se por realizar revisão bibliográfica com 
embasamento teórico de livros, artigos em português, utilizando as bases de dados 
BIREME, LILACS e SCIELO, PUBMED; definido por publicações no período dos 
últimos dez anos. 
Este estudo caracteriza-se por ser uma pesquisa bibliográfica que para Gil 
(2010), é uma pesquisa elaborada com base em material publicado. 
 Foram utilizadas como palavras chaves: luto, terapia cognitiva 
comportamental, morte. 
Como critério de inclusão foram utilizados trabalhos que envolveram a terapia 
cognitivo-comportamental no processo de luto. Foram excluídos artigos publicados 
em outras línguas diferente do português e também artigos anteriores há 10 anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
4. RESULTADOS 
 
 
Buscando conceituar o luto, para Stroebe (1992 apud WORDEN, 2013) é um 
processo cognitivo, que abrange a reestruturação e confrontação do pensamento 
sobre a pessoa que morreu, sobre a vivência dessa perda e a adaptação a esse 
novo mundo que o enlutado precisa viver. 
Um conceito mais condizente é que “o luto é um processo de aperceber-se, 
de tornar real o fato da perda” (Parkes, 1998). 
O trabalho de luto para Bowlby (1995) citado por Kovacs é entendido por sua 
teoria do apego, que também está envolvido, além do luto a ansiedade de 
separação, onde é gerada uma angústia pela perda e uma busca por uma relação 
com a pessoa perdida, que como não ocorre, acaba dando lugar ao isolamento 
social para uma possível reorganização e ao final do processo uma possível busca 
por novos relacionamentos. Sendo assim, Bowlby (1985), observou 4 fases no 
processo de luto, que é um conjunto de reações diante de uma perda: 
1. Fase de choque, onde a duração pode ser algumas horas ou semanas e 
pode vir acompanhada de desespero ou raiva. 
2. Fase de desejo e busca do ente perdido, vontade de trazê-lo de volta, pode 
durar anos ou meses. 
3. Fase do desespero e desorganização, sentimentos de raiva, tristeza e 
abandono. 
4. Fase da reorganização, onde mesmo se adaptando às modificações 
causadas pela perda, começa a retomar suas atividades. 
É importante salientar que o luto é algo inevitável na preparação da perda e 
que todos que perdem alguém tendem a passar por isso e são tomados por vários 
sentimentos e mudanças, que podem interferir no funcionamento emocional dessa 
pessoa (BASSO; WAINER, 2011). 
O luto é um momento de episódios de dor aguda acompanhado de ansiedade 
e grande dor psíquica, alterações fisiológicas, causando mudanças em todo seu 
âmbito social. 
 
16 
 
 
Sendo assim, pode haver diferentes tipos de luto. Segundo Parkes (1998), 
são eles: 
● Luto Crônico - raiva, auto-acusações e depressão são sentidas intensamente. 
O luto é mais prolongado que o esperado, anos após a perda ainda se ocupam das 
recordações do ente perdido, sofrendo intensamente. 
● Luto Normal - intensas reações imediatamente após a morte e diminuem com 
o tempo, também acontece não se acharem prontas para lidar com esta perda. 
● Luto Adiado - a pessoa enlutada tem uma tendência a adiar ou inibir as 
reações à perda, um período de duas semanas ou mais se passa entre a morte e as 
reações à perda, apresentando um quadro depressivo. 
● Luto Atípico - estão acompanhadas de ataques de pânico, culpa intensa e 
persistente, ansiedade de separação é forte e intensa. 
● Luto Exagerado - as respostas ao luto são exageradas, são cientes que os 
sintomas estão relacionados à perda e buscam terapia pois não conseguem lidar 
com o sentimento de incapacitação. 
● Luto Mascarado - os enlutados experimentam sintomas e comportamentos 
que causam dificuldades, não reconhecendo que estes estão relacionados a perda. 
● Luto Não Reconhecido - são experiências ignoradas pela própria pessoa ou 
pela sociedade e que podem envolver outras situações, como por exemplo aborto, 
perda de um emprego, entre outros. 
Para Rangé & Cols (1998), alguns enlutados apresentam sintomas de episódio 
Depressivo Maior, como sentimentos de profunda tristeza, insônia, perda de apetite 
e de peso e que estejam presentes dois meses após a perda. 
Os principais sintomas e sinais do processo de luto, segundo Rangé e Cols 
(1998) podem ser: 
✔ Sentimentos: culpa e autorrecriminação; raiva; tristeza; fadiga; solidão; 
ansiedade; choque; emancipação; alívio; anseio pela presença do outro; desamparo; 
estarrecimento. 
✔ Cognições: preocupação; descrença; confusão; sensação da presença; 
alucinações. As cognições negativas têm um importante função no desenvolvimento 
das emoções. 
✔ Comportamentos: transtorno do apetite; transtorno do sono; sonhos com a 
pessoa morta; isolamento social; passeios a lugares que lembram a pessoa perdida; 
17 
 
 
evitação de coisas que lembrem a pessoa morta; portar objetos que pertenciam a 
ela; choro; hiperatividade. 
✔ Fisiológicos: aperto no peito; nó na garganta; vazio no estômago; 
hipersensibilidade ao barulho; sensação de despersonalização; fraqueza muscular; 
falta de ar; falta de energia; boca seca. 
Segundo Zisook e Shear (2009 apud ZEWIELEWSKI; SANT’ANA, 2016), é 
importantesaber diferenciar o luto normal do luto patológico, para que o processo de 
intervenção seja adequado e não venha mais causar nenhum sofrimento paciente. 
O luto é considerado normal quando a pessoa enlutada consegue superar o 
processo de luto com a realização de diversas tarefas ao longo do tempo, ou seja 
primeiro a pessoa tem sentimentos de choque, descrença e negação e depois é 
marcado por um momento de desconforto somático e emocional, assim como o 
isolamento social e por fim, o período de reconstituição e elaboração do luto 
(SCHUCHTER & ZISOOK, 1993 apud RAMOS, 2016). 
No luto patológico, pode ser entendido como um estado em que o enlutado 
nega, reprime ou evita entrar em contato com aspectos da perda, demonstrando 
resistência em se desligar da pessoa perdida, essa situação pode vir a causar 
sintomas físicos, comportamentais e psicológicos (DOMINGOS & MALUF, 2003 
apud CERENTINI, DUARTE, PERGHER, 2011). 
Portanto, a terapia cognitivo-comportamental apresenta modelos de 
tratamento para ambos os principais tipos de luto. O enlutado passa a desenvolver 
novas habilidades cognitivas e comportamentais, facilitando a adaptação no meio de 
vida. 
 A TCC ressalta técnicas para ajudar os pacientes a identificar e modificar os 
pensamentos, principalmente os associados aos sintomas emocionais, como a 
depressão e perda de algo importante. Ensina os pacientes a pensar sobre os 
próprios pensamentos (WRIGHT, 2008). 
 O modelo cognitivo parte do princípio que as emoções, os comportamentos e 
a fisiologia de um indivíduo pode ser motivado pela percepção que tem dos eventos 
(BECK, 2013). 
Como as pessoas se sentem emocionalmente e a forma como se comportam 
estão associadas a como elas interpretam e pensam a respeito da situação. A 
18 
 
 
situação em si não determina diretamente como elas se sentem ou o que fazem; a 
sua resposta emocional é medida pela percepção (BECK, 2013, pág. 51). 
Entender as crenças do paciente que foram ativadas após a perda, o que ele 
entende sobre morte e como ele tem encarado a situação, são elementos 
fundamentais para que o profissional possa analisar os erros de pensamento e os 
esquemas que estão ligados ao sofrimento do paciente enlutado e que possa se 
ajudado por meio do tratamento proposto (ZWIELEWSKI apud D’ATILLO, 
FREEMAN, 2004). 
Este estudo teve como objetivo mostrar como a TCC pode ser utilizada no 
tratamento de luto. 
Os estudos realizados por Zwielewski, Sant’Anna (2016) e Rangé & Cols 
(1998) apresentaram o modelo de protocolo de atendimento para enlutados dividido 
em 12 sessões, com intervalos de sete dias, podendo ser adaptado de acordo com a 
necessidade do paciente. 
 
Quadro 1. Modelo para tratamento do luto com a TCC 
Sessões de 1 à 4 ● Apresentação do modelo cognitivo-
comportamental 
● Psicoeducação sobre as fases do 
luto e sobre pensamentos, sentimentos, 
comportamentos e reações fisiológicas 
● Ensinar o paciente a identificar e 
analisar os sinais e sintomas comuns da 
perda 
● Identificar distorções cognitivas em 
relação ao luto 
● Ensinar o paciente a reconhecer a 
perda 
● Se necessário, aplicar técnicas de 
ansiedade, como relaxamento e respiração 
● Tarefa de casa em todas as sessões 
Sessões de 5 à 8 ● Psicoeducação sobre as distorções 
cognitiva no comportamento e nas emoções 
● Facilitar a resolução de problemas 
pendentes entre o paciente e o ente perdido 
● Reorganizar o sistema familiar e 
elaborar a redistribuição de papéis 
 
● Criar uma rede de apoio 
psicossocial e ensinar habilidades para 
fortalecer a rede de apoio 
● Tarefa de casa em todas as sessões 
19 
 
 
Sessões de 9 à 12 ● Fortalecer a manutenção de rede de 
apoio 
● Organizar as atividades semanais e 
proporcionar a readaptação do enlutado à 
sua vida cotidiana 
● Ensinar ferramentas de resolução de 
problemas 
● Empenhar-se em novas relações e 
interesses 
● Reforçar pensamentos adaptativos 
referentes às distorções trabalhadas 
● Avaliação de risco e prevenção à 
recaída 
● Tarefa de casa em todas as sessões 
Fonte: Rangé & Cols (1998) 
Silva e Nardi (2011), em seu artigo sobre a utilização do protocolo cognitivo 
em pacientes enlutados, apresentaram o caso de uma mulher que perdeu o filho 
mais velho, de 7 anos, em decorrência de um acidente. A paciente relatou brigas 
constantes com o cônjuge e distanciamento emocional, além da incapacidade de 
retornar ao trabalho e outros sintomas físicos, como fortes dores de estômago. 
Foram realizadas 12 sessões, com intervalos de uma semana, dividindo o protocolo 
em três grandes blocos, semelhante ao modelo de Rangé & Cols (1998). 
O protocolo se mostrou efetivo nas questões apresentadas. A paciente 
demonstrou melhora após o tratamento em relação à depressão, considerada grave 
no início e leve após o término das sessões, passou a frequentar normalmente o 
trabalho, obtendo melhora nos níveis de concentração e redução da ansiedade. 
Além disso, o tratamento ajudou na reinserção social da paciente (SILVA e NARDI, 
2011). 
As autoras Zwielewski e Sant’Anna (2016) apresentaram um caso de estudo 
clínico com uma paciente que perdeu o filho e relatava sentimento de culpa e medo 
de ficar sozinha. Foi utilizado o protocolo de tratamento em 12 sessões, com 
intervalos de uma semana e divididas em três grandes blocos. O primeiro foi 
baseado no aprendizado de novos comportamentos sociais e cognitivos, ajudando a 
paciente a retomar a vida cotidiana. Notou-se a diminuição do sentimento de culpa e 
dos outros questionamentos. Na segunda etapa, o protocolo seguiu concentrado na 
reformulação e ressignificação dos papéis dos enlutados. Os papéis que o filho 
falecido desempenhava foram redistribuídos entre os outros filhos e a paciente. 
Portanto, ela passou a se encarregar pelo autocuidado e os filhos pelos cuidados 
20 
 
 
logísticos, de acordo com as metas estipuladas durante terapia (ZWIELEWSKI; 
SANT’ANA, 2016). 
 
Na última etapa, o respeito ao curso natural do luto foi trabalhado e a paciente 
relatou ter aprendido novas formas de lidar com a tristeza e não ser prejudicada 
referente às lembranças e saudade do filho, conseguindo retomar as atividades 
diárias normalmente. Conclui-se que a paciente apresentou diminuição da 
ansiedade e depressão, maior aceitação da morte do filho e retomada das atividades 
cotidianas após a 8ª sessão. Houve melhora significativa no desenvolvimento de 
estratégias de enfrentamento do luto e na interpretação sobre a morte 
(ZWIELEWSKI; SANT’ANA, 2016). 
Nestes artigos, a Terapia Cognitivo-comportamental no tratamento de luto 
mostrou-se bastante eficaz na redução dos sintomas emocionais e físicos ajudando 
na elaboração do luto (NARDI & SILVA, 2010; ZWIELEWSKI, SANT’ANA, 2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
5. DISCUSSÃO 
Sendo o luto um conjunto de reações diante de uma perda e que pode levar a 
um intenso sofrimento e profundo impacto na vida dos enlutados, causando assim 
dificuldades de vir a ter uma possível recuperação saudável. 
A TCC acredita que como o indivíduo interpreta determinada situação, faz 
com que tenha sentimentos e emoções, e que as técnicas servem como 
instrumentos na identificação desses pensamentos disfuncionais. (BASSO; 
WAINER, 2011). 
No artigo de Silva e Nardi 9 (2010), indicam os resultados de uma influência da 
Terapia Cognitivo Comportamental no processo de luto de duas pacientes, a partir 
de um protocolo padrão, composto de técnicas comportamentais e cognitivas, 
psicoeducação em relação ao luto, buscando a redução de sinais e sintomas típicos 
da situação e assim preparar os pacientes considerando as necessidades de 
readaptação a vida sem o ente querido. 
É indispensável um diagnóstico diferencial, uma escuta atenta e um 
acolhimento e vínculo empático na terapia, com isso o terapeuta pode facilitar a 
expressão dos sentimentos trazido pelo enlutado, assim evitandoconceitos errados. 
Para este tratamento psicológico, foram sugeridos alguns pontos 
fundamentais da Terapia Cognitivo-Comportamental, pois sendo ela breve, 
estruturada, focal, tende a ter uma considerável contribuição para o alívio dos 
sintomas ocorridos pela perda repentina.(BASSO; WAINER, 2011). 
 De acordo com os teóricos embasadores da TCC, os comportamentos são 
dirigidos pelos pensamentos, que na maioria das vezes apresentam-se disfuncionais 
e desadaptativos, causando sofrimento aos indivíduos, impedindo e incapacitando a 
reorganização de suas vidas, em maior probabilidade se influenciados por um 
evento estressor que é a perda repentina de um ente querido. 
Com base neste trabalho, os resultados mostram que a TCC possui vários 
instrumentos que podem ser usados durante o tratamento e contribuir na 
modificação de padrões de funcionamento disfuncionais, que causam sofrimento ao 
paciente. 
Cabe ressaltar que os estudos brasileiros relacionados à Terapia Cognitivo-
Comportamental sobre o luto, são bastante escassos, sugerindo novas pesquisas e 
trabalhos sobre o tema. 
22 
 
 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
 Neste estudo observou-se a efetividade da TCC no processo de luto quando 
aplicada como terapia breve, estruturada e focal, de forma a ajudar o paciente no 
alívio dos sintomas gerados pela perda. 
Este método é baseado em evidências que demonstram que os pensamentos 
quando ocorrem de maneira distorcida e disfuncional podem desorganizar as 
emoções e dificultar a adaptação ao processo do luto, de maneira a deixar claro o 
quanto é importante que o profissional responsável pelo caso tenha consciência do 
desgaste psicológico e esteja atento às implicações que possam vir a surgir. 
É importante deixar claro que este estudo teve como base casos com 
características generalistas. 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BASSO, Lissia Ana; WAINER, Ricardo. Luto e perdas repentinas: contribuições da 
Terapia Cognitivo-Comportamental. Rev. bras.ter. cogn., Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, p. 
35-43, jun. 2011. Disponível em: 
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-
56872011000100007&lng=es&nrm=iso>. Acesso em: 28 maio 2019. 
BOUSSO SZYLIT, R, A complexidade e a simplicidade da experiência do luto. Acta 
Paulista de Enfermagem 2011. Consulta: 27 de maio de 2019 Disponível 
em:<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=307023873001> ISSN 0103-2100 
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56872016000100005&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 25 maio 2019. 
http://dx.doi.org/10.5935/1808-5687.20160005. 
http://www.redalyc.org/articulo.oa
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25 
 
 
ANEXO 
 
Termo de Responsabilidade Autoral 
 
 Eu, Juliana Centini Gonçalves, afirmo que o presente trabalho e suas 
devidas partes são de minha autoria e que fui devidamente informado da 
responsabilidade autoral sobre seu conteúdo. 
 Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de 
Conclusão de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo-comportamental, sob o 
título “O Processo de Luto e a Eficácia da Terapia Cognitivo-comportamental”, 
isentando, mediante o presente termo, o Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-
Comportamental (CETCC), meu orientador e coorientador de quaisquer ônus 
consequentes de ações atentatórias à "Propriedade Intelectual", por mim praticadas, 
assumindo, assim, as responsabilidades civis e criminais decorrentes das ações 
realizadas para a confecção da monografia. 
 
 
São Paulo, __________de ___________________de______. 
 
 _______________________ 
Assinatura do (a) Aluno (a)

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