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Distúrbios respiratórios na infância

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Tutoria 4 – Módulo 1 – Eduarda Miranda 
 
 
Entender os marcos do desenvolvimento infantil 
 
® O desenvolvimento é frequentemente dividido em domínios específicos, como motor grosseiro, 
motor fino, linguagem, cognitivo e crescimento social/emocional. Essas designações são úteis, 
mas existem superposições substanciais. Os estudos estabeleceram as médias de idades 
alcançadas por marcos específicos, bem como as faixas de normalidade. Em uma criança 
normal, os progressos são variáveis dentro de diferentes domínios, como no caso da criança que 
começa a andar tarde, mas fala sentenças cedo. 
® Influências ambientais, que variam da nutrição até a estimulação e do impacto da doença até 
os efeitos de fatores psicológicos, interagem com fatores genéticos para determinar o grau do 
progresso e padrão de desenvolvimento. 
® A análise do desenvolvimento ocorre constantemente quando pais, profissionais da escola e 
médicos avaliam as crianças. Muitas são as ferramentas disponíveis para monitorar o 
desenvolvimento com mais especificidade. O Denver Developmental Screening Test II facilita a 
avaliação em vários domínios. A ficha de pontuação indica a média das idades em que são 
adquiridas certas aptidões e demonstra com exatidão o conceito crítico da faixa de 
normalidade. Outras ferramentas também podem ser usadas. 
® Desenvolvimento motor 
o Se divide em motor fino (p. ex., pegar pequenos objetos, desenhar) e capacidades 
motoras amplas (p. ex., andar, subir escadas). É um processo contínuo que depende do 
padrão da família, de fatores ambientais (p. ex., quando a atividade é limitada por uma 
doença prolongada) e disfunções específicas (p. ex., paralisia cerebral, retardo 
mental, distrofia muscular). Normalmente, as crianças começam a andar aos 12 meses, 
podem subir escadas mantendo-se firme aos 18 meses e correm bem aos 2 anos, mas a 
idade em que essas habilidades são adquiridas pelas crianças normais variam 
amplamente. O desenvolvimento motor não deve ser acelerado de modo significativo 
pela aplicação de estímulos aumentados. 
® Desenvolvimento da linguagem 
o A habilidade de compreensão da linguagem precede a habilidade da fala; crianças com 
poucas palavras geralmente podem compreender bastante. Embora atrasos de linguagem 
não sejam tipicamente acompanhados de outros de desenvolvimento, todas as crianças 
com excessivo atraso de linguagem deveriam ser avaliadas quanto à existência de outros 
atrasos de desenvolvimento. Crianças com atrasos das linguagens receptiva e expressiva 
apresentam, mais frequentemente, outros problemas de desenvolvimento. A avaliação de 
qualquer retardo deve ser iniciada com testes auditivos. A maioria das crianças que 
apresentam atraso de linguagem tem inteligência normal. Por outro lado, crianças com 
desenvolvimento acelerado da linguagem estão frequentemente acima da média de 
inteligência. 
o Progressos de linguagem abrangem desde o modo de expressar os sons vogais (arrulhar) até 
a introdução de sílabas que se iniciam com consoantes (ba-ba-ba). A maioria das crianças 
pode dizer “Papa” e “Mama” aos 12 meses, usa várias palavras aos 18 meses e forma frases 
de 2 ou 3 palavras aos 2 anos. Aos 3 anos, em média, uma criança pode manter uma 
conversação. Aos 4 anos, ela pode contar histórias simples e envolver-se em uma conversa 
distúrbios respiratórios na infância 
 
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com adultos ou outras crianças. Aos 5 anos, a criança pode ter um vocabulário de várias 
milhares de palavras. 
o Mesmo antes dos 18 meses, as crianças podem ouvir e compreender a história que é lida para 
elas. Aos 5 anos, as crianças são capazes de recitar o alfabeto e reconhecer palavras simples 
escritas. Todas essas habilidades são fundamentais para aprender a ler palavras, frases e 
sentenças simples. Dependendo da exposição a livros e habilidades naturais, a maioria das 
crianças começa a ler aos 6 ou 7 anos de idade. Esses limites são muito variáveis 
® Desenvolvimento da linguagem 
o Desenvolvimento cognitivo refere-se ao amadurecimento intelectual das crianças. Afeto e 
educação apropriados ao lactente e no início da infância são reconhecidos como fatores 
críticos para o crescimento cognitivo e a saúde emocional. Por exemplo, a leitura para a 
criança, desde cedo, contribui com experiências intelectualmente estimulantes e propicia 
um relacionamento educativo caloroso, o que trará importante impacto sobre o crescimento 
nesses domínios. 
o O intelecto das crianças pequenas é avaliado pela observação das aptidões de linguagem, 
curiosidade e habilidades de resolver problemas. Assim que a criança começa a verbalizar, 
torna-se mais fácil avaliar a função intelectual utilizando ferramentas clínicas especializadas. 
No momento em que a criança vai à escola, ela fica sob monitoramento constante como 
parte do processo acadêmico. 
o Aos 2 anos, a maioria das crianças entende o conceito de tempo em termos amplos. Muitas 
crianças com 2 e 3 anos de idade acreditam que tudo o que aconteceu no passado 
aconteceu "ontem", e tudo o que acontecerá no futuro, acontecerá "amanhã". Uma criança 
nessa idade tem imaginação fértil, mas tem dificuldade de distinguir fantasia da realidade. 
o Aos 4 anos de idade, a maioria das crianças tem uma compreensão mais complicada do 
tempo. Elas percebem que o dia é dividido em manhã, tarde e noite. Elas podem até mesmo 
apreciar a mudança das estações. 
o Aos 7 anos, as capacidades intelectuais das crianças se tornam mais complexas. Nesse 
momento, as crianças são cada vez mais capazes de folizar mais de um aspecto de um 
evento ou situação ao mesmo tempo. Por exemplo, crianças em idade escolar podem 
reconhecer que um frasco alto e estreito pode armazenar a mesma quantidade de água do 
que um curto e largo. Elas podem reconhecer que remédios podem ter um gosto ruim, mas 
podem fazê-las se sentir melhor, ou que a mãe pode estar nervosa com elas, mas mesmo 
assim pode amá-las. As crianças são cada vez mais capazes de entender a perspectiva de 
outra pessoa e, assim, aprender os fundamentos de esperar sua vez em jogos ou conversas. 
Além disso, as crianças em idade escolar são capazes de seguir as regras consensuais do 
jogos. As crianças nessa idade também são cada vez mais capazes de raciocinar usando os 
poderes da observação e múltiplos pontos de vista. 
® Desenvolvimento emocional comportamental 
o Emoção e comportamento baseiam-se no temperamento e na fase de desenvolvimento da 
criança. Cada criança tem um temperamento ou humor individual. Algumas crianças podem 
ser alegres e adaptáveis e desenvolver facilmente rotinas regulares de dormir, acordar, comer 
e outras atividades diárias. Essas crianças tendem a responder positivamente a novas 
situações. Outras crianças não são muito adaptáveis e podem ter grandes irregularidades em 
suas rotinas. Essas crianças tendem a reagir negativamente a novas situações. Contudo, 
outras crianças estão em algum ponto intermediário. 
o O crescimento emocional e a aquisição de aptidões sociais são avaliados pela observação 
da interação da criança com outras, em situações diárias. Quando a criança começa a falar, 
a compreensão do seu estado emocional torna-se muito mais acurada. Assim como 
acontece com o intelecto, a função emocional pode ser delineada mais precisamente com 
ferramentas especializadas. 
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o Chorar é principal meio de comunicação dos recém-nascidos. Recém-nascidos choram 
porque estão com fome, incomodados, aflitos e por muitas outras razões que podem não ser 
óbvias. É mais comum que recém-nascidos com 6 semanas de idade chorem 3 h/dia, 
geralmente diminuindo para 1 h/dia aos 3 meses de idade. Os pais normalmente dão às 
crianças que choram comida, trocam a fralda e procuram uma fonte de dor ou desconforto. 
Se essas medidas não funcionarem, pegar no colo ou andar com o recém-nascido algumas 
vezes ajuda. Às vezes, nada funciona. Os pais não devem forçar comida em recém-nascidos 
durante o choro,pois estes irão prontamente comer se a fome for a causa do seu desconforto. 
o Por volta dos 8 meses de idade, os recém-nascidos normalmente se tornam mais ansiosos em 
relação a separar-se dos pais. Separações na hora de dormir e em creches podem ser difíceis 
e marcadas por acessos de raiva. Esse comportamento pode durar muitos meses. Para muitas 
crianças maiores, uma naninha ou bicho de pelúcia serve nesse momento como um objeto 
de transição, que age como um símbolo do pai ausente. 
o Aos 2 a 3 anos, as crianças começam a testar seus limites e fazer o que elas foram proibidas 
de fazer, simplesmente para ver o que vai acontecer. Os "nãos" frequentes que as crianças 
ouvem dos pais refletem a luta pela independência nessa idade. Embora angustiantes para 
os pais e filhos, os ataques de raiva são normais porque ajudam as crianças a expressar sua 
frustração durante um momento em que não conseguem verbalizar seus sentimentos. Os pais 
podem ajudar a diminuir o número de ataques de raiva não deixando que os filhos se cansem 
ou fiquem indevidamente frustrados e entendendo os padrões de comportamento dos seus 
filhos e evitando situações que provavelmente podem induzir a ataques de raiva. Algumas 
crianças têm particular dificuldade em controlar seus impulsos e precisam que os pais 
estabeleçam limites mais estritos em torno dos quais pode haver alguma segurança e 
regularidade em seus mundos. 
o Dos 18 meses a 2 anos de idade, as crianças normalmente começam a estabelecer 
a identidade de gênero. Durante os anos pré-escolares, as crianças também adquirem uma 
noção do papel de gênero, do que meninos e meninas costumam fazer. Espera-se que elas 
explorem os órgãos genitais nessa idade e os sinais de que as crianças estão começando a 
estabelecer uma conexão entre a imagem corporal e o gênero. 
o Entre os 2 e 3 anos de idade, as crianças começam a brincar de maneira mais interativa com 
outras crianças. Embora ainda possam ser possessivas em relação aos brinquedos, elas 
podem começar a compartilhar e até mesmo se revezar nas brincadeiras. Afirmar a posse 
dos brinquedos dizendo: "isso é meu!" ajuda a estabelecer o sentido do eu. Embora crianças 
nessa idade lutem por independência, elas ainda precisam dos pais por perto para sentir-se 
seguras e apoiadas. Por exemplo, elas podem se afastar dos pais quando se sentem curiosas 
e logo depois se esconderem atrás deles quando estão com medo. 
o Dos 3 aos 5 anos, muitas crianças se interessam por brincadeiras envolvendo fantasia e 
amigos imaginários. As brincadeiras envolvendo fantasia permitem às crianças exprimir com 
segurança diferentes papéis e sentimentos intensos de maneiras aceitáveis. As brincadeiras 
envolvendo fantasia também ajudam as crianças a crescer socialmente. Elas aprendem a 
resolver conflitos com os pais ou outras crianças de maneiras que as ajudam a desabafar 
frustrações e manter a autoestima. Também nesse momento, aparecem medos típicos da 
infância como "o monstro no armário". Esses medos são normais. 
o Dos 7 aos 12 anos, as crianças superam inúmeros desafios: autoconceito, a base para o que 
é estabelecido pela competência em sala de aula; relacionamentos com colegas, que são 
determinados pela capacidade de socialização e adaptação; e relacionamentos familiares, 
que são determinados em parte pela aprovação que as crianças obtêm dos pais e irmãos. 
Embora muitas crianças pareçam dar muita importância a grupos de colegas, elas continuam 
buscando principalmente nos pais o suporte e orientação de que necessitam. Irmãos podem 
servir como modelos de vida e como suportes valiosos e críticos em relação ao que pode ou 
não ser feito. Nesse momento na vida, as crianças são muito ativa e se envolvem em muitas 
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atividades e estão ansiosas para explorar novas atividades. Nessa idade, as crianças são 
aprendizes ansiosos e muitas vezes respondem bem a conselhos sobre segurança, estilos de 
vida saudáveis e prevenção de comportamentos de alto risco. 
 
Conhecer as principais infecções respiratórias da infância (quadro clínico, fatores 
de risco e agentes etiológicos) 
 
® As infecções respiratórias agudas na infância (IRAs) são muito comuns e representam de 30 a 40% 
dos motivos de consulta e hospitalização. É importante os pais conhecerem os sinais dessas 
infecções para saber quando procurar um médico. 
® IRAs que atingem as vias áreas superiores 
o Rinofaringite aguda (resfriado) - é causado geralmente por um rinovírus e tem como sinais 
coceira no nariz, irritações na garganta, espirros e secreções nasais. Pode causar febre baixa 
nas crianças. 
o Amigdalite - doença inflamatória causada por vírus ou bactéria que atinge as regiões das 
amígdalas e garganta. Os sinais são inchaço, dor e vermelhidão dos gânglios do pescoço, 
febre e mau hálito. 
o Otite média - é uma infecção no ouvido comum em crianças de até seis anos, que pode 
causar febre, dor intensa, sinais de desequilíbrio, náuseas e vômitos e diminuição da 
audição. 
o Sinusite - é uma complicação viral ou bacteriana que tem como sintomas secreção nasal, 
tosse, obstrução nasal, dor de cabeça e febre. 
® IRAs que atingem as vias áreas inferiores 
o Bronquiolite - infecção dos bronquíolos frequente em crianças menores de dois anos. É 
causada por diversos tipos de vírus. O mais comum é o vírus sincicial respiratório (VSR). Os 
sinais são parecidos com os de resfriado, tais como nariz escorrendo, tosse leve e febre. 
o Pneumonia - infecção dos pulmões que pode ser causa por vírus e bactérias. Os sintomas 
mais comuns nas crianças são tosse persistente, febre (até 38,5ºC) e perda de apetite. 
o Epiglotite - infecção bacteriana ou viral que causa inchaço na epiglote (cartilagem que 
orienta o fluxo de ar e de alimentos na garganta), o que pode ocasionar problemas 
respiratórios, até a obstrução das vias aéreas. Os sinais são dor de garganta, febre, 
coloração azulada e um som característico quando a criança respira. 
o Laringite - é uma infecção viral que tem como principal sintoma a tosse seca 
® DOENÇAS Respiratórias Prevalentes na Infância 
® RESFRIADO 
o Inflamação catarral da mucosa rinofaríngea e formações linfóides anexas. Possui como 
causas predisponentes: convívio ou contágio ocasional com pessoas infectadas, 
desnutrição, clima frio ou úmido, condições da habitação e dormitório da criança, quedas 
bruscas e acentuadas da temperatura atmosférica, susceptibilidade individual, relacionada 
à capacidade imunológica (ALCÂNTARA, 1994). 
o Principais sinais e sintomas: febre de intensidade variável, corrimento nasal mucoso e fluido 
(coriza), obstrução parcial da respiração nasal tornando-se ruidosa (trazendo irritação, 
principalmente ao lactente que tem sua alimentação dificultada), tosse (não obrigatória), 
falta de apetite, alteração das fezes e vômitos (quando a criança é forçada a comer). 
o Não existindo contra-indicações recomenda-se a realização de exercícios rrespiratórios, 
tapotagem e dembulação. Se o estado for muito grave, sugerindo risco de vida para a 
criança se ela continuar em seu domicílio, recomenda-se a hospitalização. 
® PNEUMONIA 
o Inflamação das paredes da árvore respiratória causando aumento das secreções mucosas, 
respiração rápida ou difícil, dificuldade em ingerir alimentos sólidos ou líquidos; piora do 
estado geral, tosse, aumento da frequência respiratória (maior ou igual a 60 batimentos por 
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minuto); tiragem (retração subcostal persistente), estridor, sibilância, gemido, períodos de 
apnéia ou guinchos (tosse da coqueluche), cianose, batimentos de asa de nariz, distensão 
abdominal, e febre ou hipotermia (podendo indicar infecção). 
® AMIGDALITES 
o Muito frequente na infância, principalmente na faixa etária de 3 a 6 anos (ALCÂNTARA, 
1994). Seu quadro clínico assemelha-se a um resfriado comum. Principais sinais e sintomas: 
febre, mal estar, prostração ou agitação, anorexia em função da dificuldade de deglutição, 
presença degânglios palpáveis, mau hálito, presença ou não de tosse seca, dor e presença 
de pus na amigdala. 
o Às orientações de enfermagem acrescentaria-se estimular a família a ofertar à criança uma 
alimentação mais semi-líquida, a base de sopas, papas ... 
® OTITE 
o Caracterizada por dor, febre, choro frequente, dificuldade para sugar e alimentar-se e 
irritabilidade, sendo o diagnóstico confirmado pelo otoscópio. Possui como fatores 
predisponentes: 
§ alimentação em posição horizontal, pois propicia refluxo alimentar pela tuba, que é 
mais curta e horizontal na criança, levando à otite média; 
§ crianças que vivem em ambiente úmido ou flhas de pais fumantes; 
§ diminuição da umidade relativa do ar; 
§ limpeza inadequada, com cotonetes, grampos e outros, prejudicando a saída 
permanente da cera pela formação de rolhas obstrutivas, ou retirando a proteção e 
facilitando a evolução de otites micóticas ou bacterianas, além de poder provocar 
acidentes. 
o Orientar sobre a limpeza que deve ser feita apenas com água, sabonete, toalha e dedo. 
® SINUSITE 
o "Desencadeada pela obstrução dos óstios de drenagem dos seios da face, favorecendo a 
retenção de secreção e a infecção bacteriana secundária" (LEÃO, 1989). Caracteriza-se por 
tosse noturna, secreção nasal e com presença ou não de febre, sendo que raramente há 
cefaléia na infância (SAMPAIO, 1994). Casos recidivantes são geralmente causados por 
alergia respiratória. Possui como fatores predisponentes: 
§ episódios muito frequentes de resfriado; 
§ crianças que vivem em ambiente úmido ou flhas de pais fumantes; 
§ diminuição da umidade relativa do ar. 
® RINITE 
o Apresenta como manifestações clínicas a obstrução nasal ou coriza, prurido e espirros em 
salva; a face apresenta "olheiras"; dupla prega infra-orbitária; e sulco transversal no nariz, 
sugerindo prurido intenso. Pode ser causada por alergia respiratória, neste caso faz-se 
necessário afastar as substâncias que possam causar alergia. 
® BRONQUITE 
o Inflamação nos brônquios, caracterizada por tosse e aumento da secreção mucosa dos 
brônquios, acompanhada ou não de febre, predominando em idades menores. Quando 
apresentam grande quntidade de secreção pode-se perceber ruído respiratório ("chiado" 
ou "ronqueira") (RIBEIRO, 1994). 
o Propicia que as crianças portadoras tenham infecções com maior frequência do que outras. 
Pode se tornar crônica, levando a anorexia a uma perda da progressão de peso e estatura 
(RIBEIRO, 1994). Recomenda-se afastar substâncias que possam causar alergias. 
® ASMA 
o Doença crônica do trato respiratório, sendo uma infecção muito frequente na infância. A 
crise é causada por uma obstrução, devido a contração da musculatura lisa, edema da 
parede brônquica e infiltração de leucócitos polimorfonucleares, eosinófilos e linfócitos 
(GRUMACH, 1994). 
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o Manifesta-se através de crises de broncoespasmo, com dispnéia, acessos de tosse e sibilos 
presentes à ausculta pulmonar. São episódios auto-limitados podendo ser controlados por 
medicamentos com retorno normal das funções na maioria das crianças. 
o Em metade dos casos, os primeiros sintomas da doença surgem até o terceiro ano de vida 
e, em muitos pacientes, desaparecem com a puberdade. Porém a persistência na idade 
adulta leva a um agravo da doença. 
o Fatores desencadeantes: alérgenos (irritantes alimentares), infecções, agentes irritantes, 
poluentes atmosféricos e mudanças climáticas, fatores emocionais, exercícios e algumas 
drogas (ácido acetil salicílico e similares). 
o É importante que haja: 
§ estabelecimento de vínculo entre paciente/ família e equipe de saúde; 
§ controle ambiental, procurando afastar elementos alergênicos; 
§ higiene alimentar; 
§ suspensão de alimentos só deverá ocorrer quando existir uma nítida relação com a 
sintomatologia apresentada; 
§ fisioterapia respiratória a fim de melhorar a dinâmica respiratória, corrigir 
deformidades torácicas e vícios posturais, aumentando a resistência física. 
o Durante uma crise o paciente precisa de um respaldo medicamentoso para interferir na 
sintomatologia e de uma pessoa segura e tranquila ao seu lado. Para tanto a família precisa 
ser muito bem esclarecida e em alguns casos faz-se necessário encaminhamento 
psicológico. 
 
Conhecer as medidas preventivas direcionadas ao controle das infecções 
respiratórias na infância 
 
® Os problemas respiratórios na primeira infância, normalmente são decorrentes de infecções que, 
na maioria das vezes, começam com infecções virais e se complicam com situações de 
complicação bacteriana. Com a volta as aulas e a chegada do outono e inverno, elas vêm com 
tudo. 
® No nosso meio, no período de março a junho de todos os anos há considerável aumento da 
incidência de infecções respiratórias agudas em função das mudanças climáticas e alterações dos 
hábitos das pessoas que tendem a se aglomerar em ambientes fechados. Como consequência, a 
população como um todo, mas principalmente as crianças e idosos, costuma adoecer. As crianças 
até os 5 anos de idade costumam apresentar de 4 a 8 infecções respiratórias ao ano, sendo a 
incidência maior nesta época do ano. Estas infecções são, em sua maioria, de etiologia virótica, 
® E o que podemos fazer para evitá-las: 
o Lavar sempre as mãos; 
o Beber líquido; 
o Evitar que o seu filho adquira o hábito de levar a mão à boca ou ao nariz; 
o Evitar lugares pouco ventilados; 
o Evitar lugares fechados e aglomerados, como shopping e festas; 
o Manter o calendário vacinal adequado; 
o Manter uma alimentação saudável, já que dessa forma a criança se manterá nutrida; 
o Evitar trocas de utensílios com outras crianças; 
o Manter os níveis de vitamina D adequado: crianças com baixos níveis de vitamina D que 
passam a tomar suplementos do nutriente podem chegar a reduzir pela metade o risco de 
apresentar alguma infecção respiratória, especialmente nas estações mais frias do ano. Essa 
é a conclusão de um estudo feito no Hospital Geral de Massachusetts, da Universidade de 
Harvard, nos Estados Unidos, na revista Pediatrics no ano de 2012; 
o Lavar o nariz com soro fisiológico; 
o Praticar e incentivar a prática de exercício físico regular; 
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o Descansar e fazer o seu filho descansar o suficiente; 
o Não fumar perto das crianças : a inalação passiva de fumo de cigarro aumenta a frequência 
e a seriedade das constipações, tosse, infecções de ouvido, infecções dos seios nasais, 
laringites e asma; 
o Evitar contato próximo com pessoas doentes; 
o Quando estiver doente, manter distância das outras pessoas para evitar a transmissão dos 
germes; 
o Mesmo quando aparentemente saudável, ter cuidado com os “beijinhos e abraços”! 
® Os vírus e as bactérias podem transmitir-se por contato próximo, por vezes a partir de alguém 
assintomático. 
® Se tiver contato com bebés muito pequenos, lave as mãos antes de pegar neles e evite um contato 
muito próximo, principalmente de outras crianças. 
o Lavar/desinfectar com regularidade os brinquedos; 
o Não partilhar copos nem talheres. 
® O aleitamento reduz os índices de infecções respiratórias e gastrointestinais, sendo aconselhável o 
estímulo ao aleitamento exclusivo por, no mínimo, 4 meses, mas preferencialmente por 6 meses; 
dessa forma, salienta-se o efeito protetor contra otite média, pneumonia e diarreia, as principais 
causas de mortalidade infantil de causa infecciosa em países em desenvolvimento, como o Brasil. 
Leite materno exerce efeito protetor pela presença de fator de crescimento epidérmico que induz 
a maturação do epitélio intestinal, imunoglobulina A e oligossacarídeos que previnem a adesão de 
patógenos, além da presença de lactoferrina cuja propriedade antimicrobiana induz a ruptura da 
membrana bacteriana. O uso de probióticos em crianças com infecções recorrentes do trato 
respiratório ainda necessita de estudos para definir os efeitos de diferentes cepas de probióticos, 
bem como dose e momento da suplementação,além do tempo de uso, com potencial de 
modificar a frequência e a gravidade de infecções respiratórias. O uso de probióticos resultou em 
redução do número e da duração de infecções do trato respiratório superior, do uso de antibióticos 
e de falta escolar, embora a qualidade da evidência tenha sido baixa. 
® Em crianças com infecções de repetição, independentemente da causa, é importante adequar o 
esquema de imunização, conforme idade e recomendações específicas para cada diagnóstico. 
 
Compreender as crises recorrentes de sibilância na infância 
 
® Os sibilos são causados por um estreitamento das vias respiratórias; A depender da causa, 
outros sintomas podem incluir tosse, febre e coriza; O diagnóstico da causa se baseia em 
radiografias do tórax e, algumas vezes, outros exames; O tratamento pode incluir 
broncodilatadores e corticosteroides. 
® Os sibilos são causados por um estreitamento ou bloqueio (obstrução) das vias respiratórias. O 
estreitamento pode ser causado por: Inchaço dos tecidos nas vias respiratórias; Espasmo dos 
músculos minúsculos nas paredes das vias respiratórias (broncoespasmo); Acúmulo de muco 
nas vias respiratórias 
® Episódios recorrentes de sibilos são comuns nos primeiros anos de vida. Até recentemente, os 
médicos diagnosticavam estes episódios como sendo asma porque, assim como a asma, os 
episódios podiam ser aliviados ao inalar medicamentos que abrem as vias respiratórias 
(broncodilatadores) e porque o desenvolvimento desses sintomas teve início na infância para 
a maioria dos adultos que tem asma. No entanto, os médicos atualmente sabem que 
apenas alguns bebês e crianças pequenas que apresentam os referidos episódios de sibilos de 
fato vêm a ter asma mais tarde na infância ou na adolescência. 
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® Contudo, na maioria das crianças, os episódios de sibilos param entre os seis e os dez anos de 
idade, e os médicos não diagnosticam essas crianças como tendo asma. Essas crianças têm 
outros fatores que causam seus episódios recorrentes de sibilos. 
® Causas menos comuns de sibilos recorrentes incluem dificuldade de deglutição crônica que 
causa a inalação recorrente de alimentos e líquido para dentro dos pulmões, refluxo 
gastroesofágico, um corpo estranho nos pulmões ou insuficiência cardíaca. Com frequência, a 
causa dos sibilos recorrentes é desconhecida. 
® Tosse e sibilância são sintomas respiratórios muito comuns em crianças e podem ser a expressão 
clínica de uma grande variedade de problemas localizados nas vias respiratórias. Crianças 
menores de dois anos de vida e que manifestam pelo menos três episódios de sibilância, em 
espaço de seis meses, são denominados "lactentes sibilantes". Várias podem ser as causas de 
sibilância nessa faixa etária e, embora a asma seja a mais comum, deve ser sempre diagnóstico 
de exclusão. 
® A fisiopatologia da sibilância recorrente ainda não está claramente definida. Acredita-se que 
na criança predisposta o contato com vírus respiratórios, o uso indiscriminado de antibióticos e 
alta densidade populacional desencadeiam desequilíbrio no balanço da resposta dos linfócitos 
Th1 e Th2, levando ao processo inflamatório nas vias aéreas, onde e observam-se edema da 
parede brônquica, secreção de muco e contração da musculatura peribrônquica. Esses três 
fatores levam à obstrução ao fluxo aéreo, de grau variável, responsável pela tosse, sibilos e 
esforço respiratório, notadamente expiratório. Cabe ressaltar ainda que as características 
anatômicas e funcionais das vias aéreas dos lactentes favorecem o aparecimento de sinais de 
esforço respiratório como consequência da obstrução ao fluxo aéreo, considerando que 
apresentam: 
o Maior resistência nasal; 
o Vias aéreas de menor calibre; 
o Caixa torácica mais complacente; 
o Maior resistência nas vias aéreas periféricas; 
o Menor número de poros de Khon e canais de Lambert. 
® Os lactentes sibilantes apresentam quadro clínico que sugere obstrução das vias aéreas inferiores, 
a saber, tosse, que pode ser seca ou secretora, sibilância e esforço respiratório. Tais manifestações 
são inespecíficas e têm intensidade e frequência variáveis na dependência do grau de 
obstrução ao fluxo aéreo. Tempo expiratório prolongado, tiragens intercostais ou 
subdiafragmáticas também podem ser registradas nas exacerbações ou de forma persistente 
nos pacientes mais graves. A ausculta pulmonar pode ser normal ou exibir sibilos expiratórios ou 
crepitações.

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