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Modulo 1. Nascimento, crescimento e desenvolvimento - P3 @study.sarahs Infecção das vias aéreas na infância Objetivos: 1. Elucidar as fases do desenvolvimento infantil (lembrando da caderneta da criança e da puericultura). 2. Compreender as principais patologias das vias aéreas superiores e inferiores na infância (manifestação e prevenção). 3. Entender a associação entre os sons pulmonares e as patologias relacionadas (crises de sibilância, especialmente) Elucidar as fases do desenvolvimento infantil (lembrando da caderneta da criança e da puericultura). O estudo do desenvolvimento compreende alguns domínios de função interligados, quais sejam: sensorial, motor (geralmente subdividido em habilidades motoras grosseiras e habilidades motoras finas), da linguagem, social, adaptativo, emocional e cognitivo. Esses domínios influenciam-se entre si e têm como eixo integrador a subjetividade, função de dimensão psíquica que se particulariza e possibilita a singularidade de cada um dos seres humanos. A avaliação do desenvolvimento deve ser um processo contínuo de acompanhamento das atividades relativas ao potencial de cada criança, com vistas à detecção precoce de desvios ou atrasos. Essa verificação pode ser realizada de forma sistematizada por meio de alguns testes e/ou escalas elaboradas para tal finalidade. Como exemplos, citam-se o teste de Gesell, teste de triagem Denver II, a escala de desenvolvimento infantil de Bayley, o Albert Infant Motor Scale, entre vários outros. No Brasil, a Caderneta de Saúde da Criança, utilizada para o registro dos atendimentos nos serviços de saúde, disponibiliza uma sistematização para a vigilância do desenvolvimento infantil até os 3 anos de idade. Essa ferramenta permite acompanhar a aquisição dos principais marcos do desenvolvimento. Além disso, com base na presença ou ausência de alguns fatores de risco e de alterações fenotípicas, a caderneta orienta para tomadas de decisão. Sendo um processo dinâmico, as avaliações do desenvolvimento devem acontecer em todas as visitas de puericultura, de forma individualizada e compartilhada com a família. É fundamental o conhecimento do contexto familiar e social no qual a criança está inserida: desde quando foi gerada, se planejada ou não; as fantasias da mãe durante a gestação; quem é o responsável pelos seus cuidados; como é a rotina da criança; e quais mudanças ocorreram nas relações familiares após o seu nascimento. Além disso, é importante obter dados relacionados a possíveis fatores de risco para distúrbios do desenvolvimento, como ausência de pré-natal, dificuldades no nascimento, baixo peso ao nascer, prematuridade, intercorrências neonatais, uso de drogas ou álcool, infecções e depressão durante a gestação. Motor: A regra do desenvolvimento motor é que ocorra no sentido craniocaudal e próximo-distal e, por meio de aquisições mais simples para mais complexas. Assim, a primeira musculatura a ser controlada é a ocular. Depois, há o controle progressivo da musculatura para a sustentação da cabeça e depois do tronco. Finalmente, durante o 3º trimestre, a criança adquire a posição ortostática. O apoio progressivo na musculatura dos braços permite o apoio nos antebraços e as primeiras tentativas de engatinhar. No entanto, algumas crianças andam sem ter engatinhado, sem que isso indique algum tipo de anormalidade. Se divide em motor fino (p. ex., pegar pequenos objetos, desenhar) e capacidades motoras amplas (p. ex., andar, subir escadas). Modulo 1. Nascimento, crescimento e desenvolvimento - P3 @study.sarahs É um processo contínuo que depende do padrão da família, de fatores ambientais (p. ex., quando a atividade é limitada por uma doença prolongada) e disfunções específicas (p. ex., paralisia cerebral, retardo mental, distrofia muscular). Normalmente, as crianças começam a andar aos 12 meses, podem subir escadas mantendo-se firme aos 18 meses e correm bem aos 2 anos, mas a idade em que essas habilidades são adquiridas pelas crianças normais variam amplamente. O desenvolvimento motor não deve ser acelerado de modo significativo pela aplicação de estímulos aumentados. Desenvolvimento motor fino: Se dá no sentido próximo-distal. Ao nascimento, a criança fica com as mãos fechadas na maior parte do tempo. Por volta do 3º mês, em decorrência da redução do tônus flexor, as mãos ficam abertas por período maior de tempo, e as crianças conseguem agarrar os objetos, embora ainda sejam incapazes de soltá- los. Entre o 5º e o 6º mês, conseguem apreender um objeto voluntariamente e iniciam o movimento de pinça, que será aprimorado progressivamente até se tornar completo, polpa com polpa. Desenvolvimento da linguagem: A habilidade de compreensão da linguagem precede a habilidade da fala; crianças com poucas palavras geralmente podem compreender bastante. Embora atrasos de linguagem não sejam tipicamente acompanhados de outros de desenvolvimento, todas as crianças com excessivo atraso de linguagem deveriam ser avaliadas quanto à existência de outros atrasos de desenvolvimento. Crianças com atrasos das linguagens receptiva e expressiva apresentam, mais frequentemente, outros problemas de desenvolvimento. A avaliação de qualquer retardo deve ser iniciada com testes auditivos. A maioria das crianças que apresentam atraso de linguagem tem inteligência normal. Por outro lado, crianças com desenvolvimento acelerado da linguagem estão frequentemente acima da média de inteligência. Progressos de linguagem abrangem desde o modo de expressar os sons vogais (arrulhar) até a introdução de sílabas que se iniciam com consoantes (ba-ba-ba). A maioria das crianças pode dizer “Papa” e “Mama” aos 12 meses, usa várias palavras aos 18 meses e forma frases de 2 ou 3 palavras aos 2 anos. Aos 3 anos, em média, uma criança pode manter uma conversação. Aos 4 anos, ela pode contar histórias simples e envolver-se em uma conversa com adultos ou outras crianças. Aos 5 anos, a criança pode ter um vocabulário de várias milhares de palavras. Mesmo antes dos 18 meses, as crianças podem ouvir e compreender a história que é lida para elas. Aos 5 anos, as crianças são capazes de recitar o alfabeto e reconhecer palavras simples escritas. Todas essas habilidades são fundamentais para aprender a ler palavras, frases e sentenças simples. Dependendo da exposição a livros e habilidades naturais, a maioria das crianças começa a ler aos 6 ou 7 anos de idade. Esses limites são muito variáveis Desenvolvimento cognitivo: Refere-se ao amadurecimento intelectual das crianças. Afeto e educação apropriados ao lactente e no início da infância são reconhecidos como fatores críticos para o crescimento cognitivo e a saúde emocional. Por exemplo, a leitura para a criança, desde cedo, contribui com experiências intelectualmente estimulantes e propicia um relacionamento educativo caloroso, o que trará importante impacto sobre o crescimento nesses domínios. O intelecto das crianças pequenas é avaliado pela observação das aptidões de linguagem, curiosidade e habilidades de resolver problemas. Assim que a criança começa a verbalizar, torna-se mais fácil avaliar a função intelectual utilizando ferramentas clínicas especializadas. No momento em que a criança vai à escola, ela fica sob monitoramento constante como parte do processo acadêmico. Aos 2 anos, a maioria das crianças entende o conceito de tempo em termos amplos. Muitas crianças com 2 e 3 anos de idade acreditam que tudo o que aconteceu no passado aconteceu "ontem", e tudo o que acontecerá no futuro, acontecerá "amanhã". Uma criança nessa idade tem imaginação fértil, mas tem dificuldade de distinguir fantasia da realidade. Aos 4 anos de idade, a maioria das crianças tem uma compreensão mais complicada do tempo. Elas percebem que o dia é dividido em manhã, tarde e noite. Elas podem até mesmo apreciar a mudança das estações. Aos 7 anos, as capacidades intelectuaisdas crianças se tornam mais complexas. Nesse momento, as crianças são cada vez mais capazes de focalizar mais de um aspecto de um evento ou situação ao mesmo tempo. Por exemplo, crianças em idade escolar podem reconhecer que um frasco alto e estreito pode armazenar a mesma quantidade de água do que um curto e largo. Elas podem reconhecer que remédios podem ter um gosto ruim, mas podem fazê-las Modulo 1. Nascimento, crescimento e desenvolvimento - P3 @study.sarahs se sentir melhor, ou que a mãe pode estar nervosa com elas, mas mesmo assim pode amá-las. As crianças são cada vez mais capazes de entender a perspectiva de outra pessoa e, assim, aprender os fundamentos de esperar sua vez em jogos ou conversas. Além disso, as crianças em idade escolar são capazes de seguir as regras consensuais do jogos. As crianças nessa idade também são cada vez mais capazes de raciocinar usando os poderes da observação e múltiplos pontos de vista. Emocional comportamental: Emoção e comportamento baseiam-se no temperamento e na fase de desenvolvimento da criança. Cada criança tem um temperamento ou humor individual. Algumas crianças podem ser alegres e adaptáveis e desenvolver facilmente rotinas regulares de dormir, acordar, comer e outras atividades diárias. Essas crianças tendem a responder positivamente a novas situações. Outras crianças não são muito adaptáveis e podem ter grandes irregularidades em suas rotinas. Essas crianças tendem a reagir negativamente a novas situações. Contudo, outras crianças estão em algum ponto intermediário. O crescimento emocional e a aquisição de aptidões sociais são avaliados pela observação da interação da criança com outras, em situações diárias. Quando a criança começa a falar, a compreensão do seu estado emocional torna- se muito mais acurada. Assim como acontece com o intelecto, a função emocional pode ser delineada mais precisamente com ferramentas especializadas. Chorar é principal meio de comunicação dos recém-nascidos. Recém-nascidos choram porque estão com fome, incomodados, aflitos e por muitas outras razões que podem não ser óbvias. É mais comum que recém-nascidos com 6 semanas de idade chorem 3 h/dia, geralmente diminuindo para 1 h/dia aos 3 meses de idade. Os pais normalmente dão às crianças que choram comida, trocam a fralda e procuram uma fonte de dor ou desconforto. Se essas medidas não funcionarem, pegar no colo ou andar com o recém-nascido algumas vezes ajuda. Às vezes, nada funciona. Os pais não devem forçar comida em recém-nascidos durante o choro, pois estes irão prontamente comer se a fome for a causa do seu desconforto. Por volta dos 8 meses de idade, os recém-nascidos normalmente se tornam mais ansiosos em relação a separar-se dos pais. Separações na hora de dormir e em creches podem ser difíceis e marcadas por acessos de raiva. Esse comportamento pode durar muitos meses. Para muitas crianças maiores, uma naninha ou bicho de pelúcia serve nesse momento como um objeto de transição, que age como um símbolo do pai ausente. Aos 2 a 3 anos, as crianças começam a testar seus limites e fazer o que elas foram proibidas de fazer, simplesmente para ver o que vai acontecer. Os "nãos" frequentes que as crianças ouvem dos pais refletem a luta pela independência nessa idade. Embora angustiantes para os pais e filhos, os ataques de raiva são normais porque ajudam as crianças a expressar sua frustração durante um momento em que não conseguem verbalizar seus sentimentos. Os pais podem ajudar a diminuir o número de ataques de raiva não deixando que os filhos se cansem ou fiquem indevidamente frustrados e entendendo os padrões de comportamento dos seus filhos e evitando situações que provavelmente podem induzir a ataques de raiva. Algumas crianças têm particular dificuldade em controlar seus impulsos e precisam que os pais estabeleçam limites mais estritos em torno dos quais pode haver alguma segurança e regularidade em seus mundos. Dos 18 meses a 2 anos de idade, as crianças normalmente começam a estabelecer a identidade de gênero. Durante os anos pré-escolares, as crianças também adquirem uma noção do papel de gênero, do que meninos e meninas costumam fazer. Espera-se que elas explorem os órgãos genitais nessa idade e os sinais de que as crianças estão começando a estabelecer uma conexão entre a imagem corporal e o gênero. Entre os 2 e 3 anos de idade, as crianças começam a brincar de maneira mais interativa com outras crianças. Embora ainda possam ser possessivas em relação aos brinquedos, elas podem começar a compartilhar e até mesmo se revezar nas brincadeiras. Afirmar a posse dos brinquedos dizendo: "isso é meu!" ajuda a estabelecer o sentido do eu. Embora crianças nessa idade lutem por independência, elas ainda precisam dos pais por perto para sentir-se seguras e apoiadas. Por exemplo, elas podem se afastar dos pais quando se sentem curiosas e logo depois se esconderem atrás deles quando estão com medo. Modulo 1. Nascimento, crescimento e desenvolvimento - P3 @study.sarahs Dos 3 aos 5 anos, muitas crianças se interessam por brincadeiras envolvendo fantasia e amigos imaginários. As brincadeiras envolvendo fantasia permitem às crianças exprimir com segurança diferentes papéis e sentimentos intensos de maneiras aceitáveis. As brincadeiras envolvendo fantasia também ajudam as crianças a crescer socialmente. Elas aprendem a resolver conflitos com os pais ou outras crianças de maneiras que as ajudam a desabafar frustrações e manter a autoestima. Também nesse momento, aparecem medos típicos da infância como "o monstro no armário". Esses medos são normais. Dos 7 aos 12 anos, as crianças superam inúmeros desafios: autoconceito, a base para o que é estabelecido pela competência em sala de aula; relacionamentos com colegas, que são determinados pela capacidade de socialização e adaptação; e relacionamentos familiares, que são determinados em parte pela aprovação que as crianças obtêm dos pais e irmãos. Embora muitas crianças pareçam dar muita importância a grupos de colegas, elas continuam buscando principalmente nos pais o suporte e orientação de que necessitam. Irmãos podem servir como modelos de vida e como suportes valiosos e críticos em relação ao que pode ou não ser feito. Nesse momento na vida, as crianças são muito ativa e se envolvem em muitas atividades e estão ansiosas para explorar novas atividades. Nessa idade, as crianças são aprendizes ansiosos e muitas vezes respondem bem a conselhos sobre segurança, estilos de vida saudáveis e prevenção de comportamentos de alto risco. A audição inicia-se por volta do 5º mês de gestação, portanto, ao nascimento, a criança já está familiarizada com os ruídos do organismo materno e com as vozes de seus familiares. Deve-se perguntar se o bebê se assusta, chora ou acorda com sons intensos e repentinos, se é capaz de reconhecer e se acalmar com a voz materna e se procura a origem dos sons. A avaliação objetiva da audição pode ser feita com várias frequências de estímulos sonoros, mas no Brasil, desde 2010, tornou-se obrigatória a realização da triagem auditiva neonatal, para todos os recém-nascidos, por meio de emissões otoacústicas evocadas, comumente denominado “teste da orelhinha”. Quanto à interação social, o olhar e o sorriso, presentes desde o nascimento, representam formas de comunicação, mas, entre a 4ª e a 6a semana de vida surge o “sorriso social” desencadeado por estímulo, principalmente pela face humana. Já no 2º semestre de vida, a criança não responde mais com um sorriso a qualquer adulto, pois passa a distinguir o familiar do estranho. Assim, a criança pode manifestar um amplo espectro de comportamentos que expressam o medo e a recusa de entrar em contato com o estranho. Tabela de marcos do desenvolvimento infantil 2 meses Observa um rosto Segue objetos ultrapassando a linha média Reage ao som Vocaliza (emite sons diferentes do choro) Eleva a cabeçae os ombros na cama na posição prona Sorri 4 meses Observa sua própria mão Segue com o olhar até 180° Grita Senta com apoio, sustenta a cabeça Agarra um brinquedo colocado em sua mão 6 meses Tenta alcançar um brinquedo Procura objetos fora do alcance Volta-se para o som Rola no leito Inicia uma interação 9 meses Transmite objetos de uma mão para a outra Pinça polegar-dedo Balbucia Senta sem apoio Estranhamento (prefere pessoas de seu convívio) Brinca de esconde-achou 12 meses Bate palmas, acena Combina sílabas Fica em pé Pinça completa (polpa a polpa) Segura o copo ou a mamadeira 15 meses Primeiras palavras Primeiros passos É ativa e curiosa Modulo 1. Nascimento, crescimento e desenvolvimento - P3 @study.sarahs 18 meses Anda Rabisca Obedece a ordens Nomeia objetos 24 meses Sobe escadas Corre Formula frases simples (“dá água”, “quer papar”) Retira uma vestimenta Tenta imprimir sua vontade Caderneta da criança: A Caderneta da Criança – Passaporte da Cidadania é enviada pelo Ministério da Saúde aos estados, Distrito Federal e Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). A previsão para o próximo ano é distribuir mais de 6 milhões de exemplares a crianças nascidas em maternidades públicas e privadas de todo o país. O documento traz orientações sobre cuidados com a criança para que ela cresça e se desenvolva de forma saudável; direitos e deveres das crianças e dos pais; aleitamento materno; alimentação complementar saudável; vacinas; saúde bucal; marcos do desenvolvimento; consumo; e ainda informa sobre o acesso aos equipamentos e programas sociais e de educação Nas páginas, devem ficar registradas todas as informações sobre o atendimento à criança nos serviços de saúde, de educação e de assistência social para o acompanhamento desde o momento do nascimento. Ao registrarem as informações na Caderneta da Criança, os profissionais compartilham esses dados com a família e facilitam a integração das ações sociais. O documento reforça também a importância da parceria entre os pais, a comunidade e os profissionais de saúde, de educação e de assistência social para cuidar da criança, educar e promover sua saúde e seu desenvolvimento integral. “O documento é voltado para ampliar o olhar para a criança, buscando agregar o contexto da assistência social, educação e saúde”, reforça o Secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Parente. Principais marcos: Preensão palmar e plantar: flexão dos dedos após pressão na base dos artelhos podendo ir até os 10 a 11 meses de vida. Reflexo da sucção: desencadeado pela estimulação dos lábios, gerando sucção vigorosa. Preensão dos artelhos: desaparece até o 11º mês Reflexo cutâneo-plantar: caracterizado pela extensão do hálux após o estímulo na lateral do pé Reflexo de Moro: realiza-se uma queda súbita da cabeça da criança, amparada pela mão do examinador. Isso desencadeia extensão e abdução dos membros superiores, seguidas de choro. Deve ser sempre simétrico. É incompleto até o 3º mês e não deve existir após os 6 meses. Reflexo tônico-cervical (do Esgrimista): rotação da cabeça para um lado, com extensão dos membros do lado contralateral e flexão dos membros do lado ipsilateral. Desaparece até os 3 a 4 meses de vida. Reflexo da marcha: o bebê inclina o tronco após apoio plantar. As pernas se cruzam uma à frente da outra. Presente até os 2 meses de vida. Reflexo de colocação (Placing): desencadeado pelo estímulo tátil do dorso do pé, segurando o bebê pelas axilas. O pé irá se elevar como se estivesse subindo uma escada. Também dura até dois meses de vida. Modulo 1. Nascimento, crescimento e desenvolvimento - P3 @study.sarahs Compreender as principais patologias das vias aéreas superiores e inferiores na infância (manifestação e prevenção). As infecções respiratórias agudas na infância são muito comuns e representam de 30 a 40% dos motivos de consulta e hospitalização. É importante os pais conhecerem os sinais dessas infecções para saber quando procurar um médico. ➔ Infecções respiratórias que tingem as vias áreas superiores Rinofaringite aguda (resfriado) - é causado geralmente por um rinovírus e tem como sinais coceira no nariz, irritações na garganta, espirros e secreções nasais. Pode causar febre baixa nas crianças. Amigdalite - doença inflamatória causada por vírus ou bactéria que atinge as regiões das amígdalas e garganta. Os sinais são inchaço, dor e vermelhidão dos gânglios do pescoço, febre e mau hálito. Otite média - é uma infecção no ouvido comum em crianças de até seis anos, que pode causar febre, dor intensa, sinais de desequilíbrio, náuseas e vômitos e diminuição da audição. Sinusite - é uma complicação viral ou bacteriana que tem como sintomas secreção nasal, tosse, obstrução nasal, dor de cabeça e febre. ➔ Infecções respiratórias que atingem as vias áreas inferiores Bronquiolite - infecção dos bronquíolos frequente em crianças menores de dois anos. É causada por diversos tipos de vírus. O mais comum é o vírus sincicial respiratório (VSR). Os sinais são parecidos com os de resfriado, tais como nariz escorrendo, tosse leve e febre. Pneumonia - infecção dos pulmões que pode ser causa por vírus e bactérias. Os sintomas mais comuns nas crianças são tosse persistente, febre (até 38,5oC) e perda de apetite. Epiglotite - infecção bacteriana ou viral que causa inchaço na epiglote (cartilagem que orienta o fluxo de ar e de alimentos na garganta), o que pode ocasionar problemas respiratórios, até a obstrução das vias aéreas. Os sinais são dor de garganta, febre, coloração azulada e um som característico quando a criança respira. Laringite - é uma infecção viral que tem como principal sintoma a tosse seca ➔ DOENÇAS Respiratórias Prevalentes na Infância Resfriado - Inflamação catarral da mucosa rinofaríngea e formações linfóides anexas. Possui como causas predisponentes: convívio ou contágio ocasional com pessoas infectadas, desnutrição, clima frio ou úmido, condições da habitação e dormitório da criança, quedas bruscas e acentuadas da temperatura atmosférica, susceptibilidade individual, relacionada à capacidade imunológica (ALCÂNTARA, 1994). • Principais sinais e sintomas: febre de intensidade variável, corrimento nasal mucoso e fluido (coriza), obstrução parcial da respiração nasal tornando-se ruidosa (trazendo irritação, principalmente ao lactente que tem sua alimentação dificultada), tosse (não obrigatória), falta de apetite, alteração das fezes e vômitos (quando a criança é forçada a comer). Modulo 1. Nascimento, crescimento e desenvolvimento - P3 @study.sarahs • Não existindo contra-indicações recomenda-se a realização de exercícios respiratórios, tapotagem e dembulação. Se o estado for muito grave, sugerindo risco de vida para a criança se ela continuar em seu domicílio, recomenda-se a hospitalização. Pneumonia - Inflamação das paredes da árvore respiratória causando aumento das secreções mucosas, respiração rápida ou difícil, dificuldade em ingerir alimentos sólidos ou líquidos; piora do estado geral, tosse, aumento da frequência respiratória (maior ou igual a 60 batimentos por minuto); tiragem (retração subcostal persistente), estridor, sibilância, gemido, períodos de apnéia ou guinchos (tosse da coqueluche), cianose, batimentos de asa de nariz, distensão abdominal, e febre ou hipotermia (podendo indicar infecção). Amigdalites - Muito frequente na infância, principalmente na faixa etária de 3 a 6 anos (ALCÂNTARA, 1994). Seu quadro clínico assemelha-se a um resfriado comum. Principais sinais e sintomas: febre, mal-estar, prostração ou agitação, anorexia em função da dificuldade de deglutição, presença de gânglios palpáveis, mau hálito, presença ou não de tosse seca, dor e presença de pus na amigdala. o Às orientações de enfermagem acrescentar-se-ia estimular a família a ofertar à criança uma alimentação maissemi-líquida, a base de sopas, papas... Otite - Caracterizada por dor, febre, choro frequente, dificuldade para sugar e alimentar-se e irritabilidade, sendo o diagnóstico confirmado pelo otoscópio. Possui como fatores predisponentes: • Alimentação em posição horizontal, pois propicia refluxo alimentar pela tuba, que é mais curta e horizontal na criança, levando à otite média; • Crianças que vivem em ambiente úmido ou filhos de pais fumantes; • Diminuição da umidade relativa do ar; • Limpeza inadequada, com cotonetes, grampos e outros, prejudicando a saída permanente da cera pela formação de rolhas obstrutivas, ou retirando a proteção e facilitando a evolução de otites micóticas ou bacterianas, além de poder provocar acidentes. Orientar sobre a limpeza que deve ser feita apenas com água, sabonete, toalha e dedo. Sinusite – “Desencadeada pela obstrução dos óstios de drenagem dos seios da face, favorecendo a retenção de secreção e a infecção bacteriana secundária" (LEÃO, 1989). Caracteriza-se por tosse noturna, secreção nasal e com presença ou não de febre, sendo que raramente há cefaleia na infância (SAMPAIO, 1994). Casos recidivantes são geralmente causados por alergia respiratória. Possui como fatores predisponentes: • episódios muito frequentes de resfriado; • crianças que vivem em ambiente úmido ou filhos de pais fumantes; • diminuição da umidade relativa do ar. Rinite - Apresenta como manifestações clínicas a obstrução nasal ou coriza, prurido e espirros em salva; a face apresenta "olheiras"; dupla prega infra-orbitária; e sulco transversal no nariz, sugerindo prurido intenso. Pode ser causada por alergia respiratória, neste caso faz-se necessário afastar as substâncias que possam causar alergia. Bronquite - Inflamação nos brônquios, caracterizada por tosse e aumento da secreção mucosa dos brônquios, acompanhada ou não de febre, predominando em idades menores. Quando apresentam grande quantidade de secreção pode-se perceber ruído respiratório ("chiado" ou "ronqueira") (RIBEIRO, 1994). • Propicia que as crianças portadoras tenham infecções com maior frequência do que outras. Pode se tornar crônica, levando a anorexia a uma perda da progressão de peso e estatura (RIBEIRO, 1994). Recomenda-se afastar substâncias que possam causar alergias. Asma - Doença crônica do trato respiratório, sendo uma infecção muito frequente na infância. A crise é causada por uma obstrução, devido a contração da musculatura lisa, edema da parede brônquica e infiltração de leucócitos polimorfonucleares, eosinófilos e linfócitos (GRUMACH, 1994). Modulo 1. Nascimento, crescimento e desenvolvimento - P3 @study.sarahs Manifesta-se através de crises de broncoespasmo, com dispneia, acessos de tosse e sibilos presentes à ausculta pulmonar. São episódios auto-limitados podendo ser controlados por medicamentos com retorno normal das funções na maioria das crianças. Em metade dos casos, os primeiros sintomas da doença surgem até o terceiro ano de vida e, em muitos pacientes, desaparecem com a puberdade. Porém a persistência na idade adulta leva a um agravo da doença. Fatores desencadeantes: alérgenos (irritantes alimentares), infecções, agentes irritantes, poluentes atmosféricos e mudanças climáticas, fatores emocionais, exercícios e algumas drogas (ácido acetil salicílico e similares). É importante que haja: • estabelecimento de vínculo entre paciente/ família e equipe de saúde; • controle ambiental, procurando afastar elementos alergênicos; • higiene alimentar; • suspensão de alimentos só deverá ocorrer quando existir uma nítida relação com a sintomatologia apresentada; • fisioterapia respiratória a fim de melhorar a dinâmica respiratória, corrigir deformidades torácicas e vícios posturais, aumentando a resistência física. Durante uma crise o paciente precisa de um respaldo medicamentoso para interferir na sintomatologia e de uma pessoa segura e tranquila ao seu lado. Para tanto a família precisa ser muito bem esclarecida e em alguns casos faz- se necessário encaminhamento psicológico. PREVENÇÃO: Os problemas respiratórios na primeira infância, normalmente são decorrentes de infecções que, na maioria das vezes, começam com infecções virais e se complicam com situações de complicação bacteriana. Com a volta as aulas e a chegada do outono e inverno, elas vêm com tudo. No nosso meio, no período de março a junho de todos os anos há considerável aumento da incidência de infecções respiratórias agudas em função das mudanças climáticas e alterações dos hábitos das pessoas que tendem a se aglomerar em ambientes fechados. Como consequência, a população como um todo, mas principalmente as crianças e idosos, costuma adoecer. As crianças até os 5 anos de idade costumam apresentar de 4 a 8 infecções respiratórias ao ano, sendo a incidência maior nesta época do ano. Estas infecções são, em sua maioria, de etiologia virótica, E o que podemos fazer para evitá-las: • Lavar sempre as mãos; • Beber líquido; • Evitar que o seu filho adquira o hábito de levar a mão à boca ou ao nariz; • Evitar lugares pouco ventilados; • Evitar lugares fechados e aglomerados, como shopping e festas; • Manter o calendário vacinal adequado; • Manter uma alimentação saudável, já que dessa forma a criança se manterá nutrida; • Evitar trocas de utensílios com outras crianças; • Manter os níveis de vitamina D adequado: crianças com baixos níveis de vitamina D que passam a tomar suplementos do nutriente podem chegar a reduzir pela metade o risco de apresentar alguma infecção respiratória, especialmente nas estações mais frias do ano. Essa é a conclusão de um estudo feito no Hospital Geral de Massachusetts, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, na revista Pediatrics no ano de 2012; • Lavar o nariz com soro fisiológico; • Praticar e incentivar a prática de exercício físico regular; Modulo 1. Nascimento, crescimento e desenvolvimento - P3 @study.sarahs • Descansar e fazer o seu filho descansar o suficiente; • Não fumar perto das crianças : a inalação passiva de fumo de cigarro aumenta a frequência e a seriedade das constipações, tosse, infecções de ouvido, infecções dos seios nasais, laringites e asma; • Evitar contato próximo com pessoas doentes; • Quando estiver doente, manter distância das outras pessoas para evitar a transmissão dos germes; • Mesmo quando aparentemente saudável, ter cuidado com os “beijinhos e abraços”! Os vírus e as bactérias podem transmitir-se por contato próximo, por vezes a partir de alguém assintomático. Se tiver contato com bebés muito pequenos, lave as mãos antes de pegar neles e evite um contato muito próximo, principalmente de outras crianças. • Lavar/desinfectar com regularidade os brinquedos; • Não partilhar copos nem talheres. O aleitamento reduz os índices de infecções respiratórias e gastrointestinais, sendo aconselhável o estímulo ao aleitamento exclusivo por, no mínimo, 4 meses, mas preferencialmente por 6 meses; dessa forma, salienta-se o efeito protetor contra otite média, pneumonia e diarreia, as principais causas de mortalidade infantil de causa infecciosa em países em desenvolvimento, como o Brasil. Leite materno exerce efeito protetor pela presença de fator de crescimento epidérmico que induz a maturação do epitélio intestinal, imunoglobulina A e oligossacarídeos que previnem a adesão de patógenos, além da presença de lactoferrina cuja propriedade antimicrobiana induz a ruptura da membrana bacteriana. O uso de probióticos em crianças com infecções recorrentes do trato respiratório ainda necessita de estudos para definir os efeitos de diferentes cepas de probióticos, bem como dose e momento da suplementação, além do tempo de uso, com potencial de modificar a frequência e a gravidade de infecções respiratórias. O uso de probióticos resultou em redução do número e da duração de infecções do trato respiratório superior, douso de antibióticos e de falta escolar, embora a qualidade da evidência tenha sido baixa. Em crianças com infecções de repetição, independentemente da causa, é importante adequar o esquema de imunização, conforme idade e recomendações específicas para cada diagnóstico. Entender a associação entre os sons pulmonares e as patologias relacionadas (crises de sibilância, especialmente) Os sibilos são causados por um estreitamento das vias respiratórias; A depender da causa, outros sintomas podem incluir tosse, febre e coriza; O diagnóstico da causa se baseia em radiografias do tórax e, algumas vezes, outros exames; O tratamento pode incluir broncodilatadores e corticosteroides. Os sibilos são causados por um estreitamento ou bloqueio (obstrução) das vias respiratórias. O estreitamento pode ser causado por: Inchaço dos tecidos nas vias respiratórias; Espasmo dos músculos minúsculos nas paredes das vias respiratórias (broncoespasmo); Acúmulo de muco nas vias respiratórias Episódios recorrentes de sibilos são comuns nos primeiros anos de vida. Até recentemente, os médicos diagnosticavam estes episódios como sendo asma porque, assim como a asma, os episódios podiam ser aliviados ao inalar medicamentos que abrem as vias respiratórias (broncodilatadores) e porque o desenvolvimento desses sintomas teve início na infância para a maioria dos adultos que tem asma. No entanto, os médicos atualmente sabem que apenas alguns bebês e crianças pequenas que apresentam os referidos episódios de sibilos de fato vêm a ter asma mais tarde na infância ou na adolescência. Contudo, na maioria das crianças, os episódios de sibilos param entre os seis e os dez anos de idade, e os médicos não diagnosticam essas crianças como tendo asma. Essas crianças têm outros fatores que causam seus episódios recorrentes de sibilos. Causas menos comuns de sibilos recorrentes incluem dificuldade de deglutição crônica que causa a inalação recorrente de alimentos e líquido para dentro dos pulmões, refluxo gastroesofágico, um corpo estranho nos pulmões ou insuficiência cardíaca. Com frequência, a causa dos sibilos recorrentes é desconhecida. Tosse e sibilância são sintomas respiratórios muito comuns em crianças e podem ser a expressão clínica de uma grande variedade de problemas localizados nas vias respiratórias. Crianças menores de dois anos de vida e que Modulo 1. Nascimento, crescimento e desenvolvimento - P3 @study.sarahs manifestam pelo menos três episódios de sibilância, em espaço de seis meses, são denominados "lactentes sibilantes". Várias podem ser as causas de sibilância nessa faixa etária e, embora a asma seja a mais comum, deve ser sempre diagnóstico de exclusão. A fisiopatologia da sibilância recorrente ainda não está claramente definida. Acredita-se que na criança predisposta o contato com vírus respiratórios, o uso indiscriminado de antibióticos e alta densidade populacional desencadeiam desequilíbrio no balanço da resposta dos linfócitos Th1 e Th2, levando ao processo inflamatório nas vias aéreas, onde e observam-se edema da parede brônquica, secreção de muco e contração da musculatura peribrônquica. Esses três fatores levam à obstrução ao fluxo aéreo, de grau variável, responsável pela tosse, sibilos e esforço respiratório, notadamente expiratório. Cabe ressaltar ainda que as características anatômicas e funcionais das vias aéreas dos lactentes favorecem o aparecimento de sinais de esforço respiratório como consequência da obstrução ao fluxo aéreo, considerando que apresentam: • Maior resistência nasal; • Vias aéreas de menor calibre; • Caixa torácica mais complacente; • Maior resistência nas vias aéreas periféricas; • Menor número de poros de Khon e canais de Lambert. Os lactentes sibilantes apresentam quadro clínico que sugere obstrução das vias aéreas inferiores, a saber, tosse, que pode ser seca ou secretora, sibilância e esforço respiratório. Tais manifestações são inespecíficas e têm intensidade e frequência variáveis na dependência do grau de obstrução ao fluxo aéreo. Tempo expiratório prolongado, tiragens intercostais ou subdiafragmáticas também podem ser registradas nas exacerbações ou de forma persistente nos pacientes mais graves. A ausculta pulmonar pode ser normal ou exibir sibilos expiratórios ou crepitações.
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