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DA EXTINÇÃO DOS 
CONTRATOS
- Os contratos são temporários (passageiros), ou seja,
não são eternos, possuem prazo para se resolverem
(mesmo que a execução seja diferida ou continuada).
- O modo normal da extinção de um contrato é
através de sua quitação, ou seja, o cumprimento do
dever assumido pelo sujeito passivo perante o sujeito
ativo.
EXTINÇÃO DO CONTRATO SEM 
CUMPRIMENTO
 Contrato que se extingue sem ter alcançado seu
fim, por causas anteriores ou supervenientes a
formação dos contratos:
 Causas anteriores a formação dos contratos.
 Causas supervenientes a formação dos
contratos.
CAUSAS ANTERIORES A FORMAÇÃO DOS
CONTRATOS
 Nulidade absoluta e relativa: defeitos
decorrentes do não preenchimento de seus
requisitos subjetivos, objetivos e formais que
afetam sua validade, acarretando nulidade
absoluta (efeito ex tunc) ou relativa (efeito ex
nunc).
 Direito de arrependimento: quando
expressamente previsto no contrato, o
arrependimento autoriza qualquer das partes a
rescindir o ajuste, mediante declaração unilateral
da vontade, sujeitando-se a perda do sinal, ou à
sua devolução em dobro sem, no entanto, pagar
indenização suplementar.
 Arras penitenciais (art. 420 CC).
 O direito de arrependimento deve ser exercido no
prazo convencionado ou antes da execução do
contrato, se nada foi estipulado a esse respeito, pois o
adimplemento deste importará renúncia tácita àquele
direito.
 Cláusula resolutiva (art. 475 CC): na execução do
contrato, cada contraente tem a faculdade de pedir a
resolução, se o outro não cumpre as obrigações
avençadas. Essa faculdade pode resultar de
estipulação ou de presunção legal.
 Quando as partes convencionam, diz-se que estipularam a
cláusula resolutiva expressa ou pacto comissório
expresso.
 Cláusula resolutiva tácita - presunção legal: em todo
contrato bilateral presume-se a existência de uma cláusula
resolutiva tácita.
 Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a
resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento,
cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e
danos.
 Teoria do Adimplemento Substancial:
 Se o devedor descumpre parte insignificante do
contrato, não há motivo razoável para ensejar a
resolução unilateral.
 Aplicação dos princípios da boa-fé objetiva contratual
e da função social do contrato.
 Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de
pleno direito; a tácita depende de interpelação
judicial.
- Contudo, em ambos os casos a resolução deve
ser judicial, ou seja, precisa ser judicialmente
pronunciada.
- No primeiro a sentença tem efeito meramente
declaratório e ex tunc, pois a resolução dá-se
automaticamente, no momento do
inadimplemento; no segundo, tem efeito
desconstitutivo, dependendo de interpelação
judicial.
CAUSAS SUPERVENIENTES A FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
 Resolução: nem sempre os contratantes
conseguem cumprir as obrigações avençadas, em
razão de causas supervenientes. O
inadimplemento de uma das partes pode ser
voluntário (culposo) ou não (involuntário).
 Resolução por inexecução voluntária: decorre de
comportamento culposo de um dos contratantes e que
causa prejuízo ao outro. Sujeita o inadimplente ao
pagamento de perdas e danos e de cláusula penal
(art. 475 CC).
- Se o contrato for de trato sucessivo, a resolução não
produz efeito em relação ao pretérito, não se
restituindo as prestações cumpridas.
 Exceção do contrato não cumprido: Art. 476 CC.
Os contratos bilaterais geram obrigações para ambos
os contratantes, envolvendo prestações recíprocas,
atreladas umas a outras. Se uma delas não é
cumprida, deixa de existir causa para o cumprimento
da outra. Por isso, nenhuma das partes, sem ter
cumprido o que lhe cabe, pode exigir que a outra o
faça.
- Além de recíprocas, as obrigações devem ser
simultâneas.
- Se ambas as partes mostram-se inadimplentes,
impõe-se a resolução do contrato, com restituição das
partes à situação anterior.
- Aquele que não satisfez a própria obrigação não
pode exigir o implemento do outro. Se o fizer, o último
oporá, em defesa, a referida exceção, fundada na
equidade. Assim, a exceção em apreço é direito
material que constitui uma defesa indireta contra
pretensão ajuizada.
 Garantia de Exceção da obrigação a prazo: Art.
477 CC.
- Procura-se acautelar os interesses do que deve
pagar em primeiro lugar, protegendo-o contra
alterações da situação patrimonial do outro
contratante.
- Ex. o vendedor está autorizado a não entregar
mercadoria se o patrimônio do devedor diminuir
significativamente após a contratação. Assim, pode-se
exigir garantia de pagamento ou reclamar o
pagamento imediato.
 Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos
contratantes, antes de cumprida a sua obrigação,
pode exigir o implemento da do outro.
 Art. 477. Se, depois de concluído o contrato,
sobrevier a uma das partes contratantes
diminuição em seu patrimônio capaz de
comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela
qual se obrigou, pode a outra recusar-se à
prestação que lhe incumbe, até que aquela
satisfaça a que lhe compete ou dê garantia
bastante de satisfazê-la.
 Resolução por inexecução involuntária: a
resolução pode ocorrer por fato não imputável às
partes como na hipótese de: ação de terceiro, caso
fortuito e de força maior.
- A impossibilidade de cumprir a obrigação deve ser
total e definitiva. A impossibilidade for parcial, pode
o credor exigir seu cumprimento.
- Se o devedor concorrer, de alguma forma, para o
inadimplemento, deixa de ser causa involuntária.
- O inadimplente não fica, no caso de inexecução
involuntária, responsável pelo pagamento de perdas e
danos, salvo se comprometeu a arcar com perdas e
danos no caso de acontecimento de caso fortuito ou de
força maior ou se estava em mora.
- Todavia, deve restituir o que eventualmente tenha
recebido, uma vez resolvido o contrato.
 O contratante pontual pode, ante o
inadimplemento do outro, tomar as
seguintes atitudes:
 permanecer inerte e defender-se, caso acionado, com
a exceção do contrato não cumprido;
 pleitear a resolução do contrato, com perdas e danos,
provando o prejuízo sofrido;
 exigir o cumprimento contratual, quando possível a
execução específica.
 Resolução por onerosidade excessiva: Art. 478
CC. Permite aos contratantes recorrerem ao
Judiciário, para obterem alteração da convenção e
condições mais humanas em determinadas situações,
ou requerer a resolução do contrato.
- Aplicados a contratos de trato sucessivo ou execução
diferida.
- Cláusula rebus sic stantibus e teoria da
imprevisão: se o contrato se tornar excessivamente
oneroso ante um acontecimento extraordinário e
imprevisível, a parte pode requerer ao juiz que o
isente da obrigação, parcial ou totalmente.
- Ou seja, pedido judicial de revisão do negócio
jurídico.
REQUISITOS PARA ALEGAR ONEROSIDADE
EXCESSIVA
 Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou
diferida, se a prestação de uma das partes se
tornar excessivamente onerosa, com extrema
vantagem para a outra, em virtude de
acontecimentos extraordinários e imprevisíveis,
poderá o devedor pedir a resolução do contrato.
Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão
à data da citação.
 Crítica doutrinária quanto a possibilidade de
resolução do contrato antes da tentativa de
revisão.
 Assim, entende-se que: Quando a situação não pode
ser superada com a revisão das cláusulas, admite-se a
extinção do contrato em razão do fato superveniente.
Mesmo nos casos de extrema onerosidade não
pode o prejudicado cessar pagamentos e
considerar resolvido o contrato.
 Essa proclamação deverá ser feita em juízo, mediante
rigorosa verificação da presença dos pressupostos da
aplicação da teoria revisionista.
 Exemplos de onerosidade excessiva: greve na
indústria, inesperada chuva de granizo, guerra,
fenômeno natural de gravidade que prejudique a
execução do contrato.
 Art. 479. A resolução poderá ser evitada,
oferecendo-se o réu a modificar equitativamente
as condições do contrato.
 Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a
apenasuma das partes, poderá ela pleitear que a
sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo
de executá-la, a fim de evitar a onerosidade
excessiva.
 Resilição: não deriva do inadimplemento contratual.
Resilir significa “voltar atrás”.
 Resilição bilateral: Distrato. Acordo de vontade para
extinguir o contrato.
 Resilição Unilateral: pode ocorrer somente em
determinados contratos, pois a regra é a impossibilidade do
contratante romper o vínculo contratual por sua exclusiva
vontade.
 Distrato e quitação: art. 472. A exigência de observância
da mesma forma exigida para o contrato feita no citado
artigo 472 CC, não deve ser interpretada de forma literal,
mas com temperamento: o distrato deve obedecer à mesma
forma do contrato a ser desfeito quando este tiver forma
especial, mas não quando esta for livre. A quitação também
não precisa obedecer, necessariamente, a mesma forma do
contrato. Qualquer contrato pode cessar pelo distrato.
 Resilição unilateral: a resilição unilateral pode ocorrer
somente nas obrigações duradouras (locação,
arrendamento), contra a sua renovação ou continuação,
independente do não cumprimento da outra parte, nos casos
previstos em lei ou no contrato. Nesses casos, a resilição
denomina-se denúncia.
- A resilição é o meio próprio para dissolver os contratos por
tempo indeterminado.
- Nos contratos de mandato a resilição denomina-se
revogação ou renúncia.
- A resilição unilateral independe de pronunciamento
judicial e produz efeito ex nunc. Para valer deve ser
notificada a outra parte (art. 473 CC).
- Em princípio não precisa ser justificada, mas em certos
casos exige-se a justificativa. Nestas hipóteses a
inexistência de justa causa não impede a resilição, mas
obriga a pagar perdas e danos.
 Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma
exigida para o contrato. (quando o contrato exigir
forma especial).
 Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que
a lei expressa ou implicitamente o permita, opera
mediante denúncia notificada à outra parte.
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do
contrato, uma das partes houver feito
investimentos consideráveis para a sua execução,
a denúncia unilateral só produzirá efeito depois
de transcorrido prazo compatível com a natureza
e o vulto dos investimentos.
 Morte de um dos contratantes: só acarreta a
dissolução do contrato quando este for de caráter
personalíssimo.
 Rescisão: o termo rescisão é usado como sinônimo de
resolução e de resilição.
- Contudo, em boa técnica rescisão é utilizada nas
hipóteses de dissolução de determinados contratos,
como aqueles em que ocorreu lesão ou que foram
celebrados em estado de perigo.
- Lesão e estado de perigo são vícios de consentimento
e passíveis de anulação.

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