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Apostila de Pericia Criminal Thiago Massuda

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Curso de Perícia Criminal 
Instituto Biomédico de Aprimoramento Profissional – IBAP 
http://www.institutobiomedico.com 
Sumário 
INTRODUÇÃO À CRIMINALÍSTICA ............................................................................... 3 
Criminalística ............................................................................................................. 5 
Local de Crime ........................................................................................................... 6 
Inter-relação entre a Criminalística e outras ciências ................................................. 6 
Metodologia da Investigação Criminal ....................................................................... 7 
Elementos comuns a todos os tipos de crime .............................................................. 8 
Base Legal da Prova Material .................................................................................... 9 
Prova ....................................................................................................................... 10 
Função da Perícia ..................................................................................................... 12 
Local de Crime ......................................................................................................... 12 
Base Legal da Prova Material .................................................................................. 23 
PERÍCIAS E PERITOS.................................................................................................. 23 
INTRODUÇÃO À GENÉTICA FORENSE ........................................................................ 34 
Histórico e considerações gerais .............................................................................. 35 
Estrutura do DNA ..................................................................................................... 37 
Organização Cromossômica do DNA ........................................................................ 40 
Organização dos Cromossomos Humanos ................................................................ 41 
Organização do Genoma Humano ........................................................................... 42 
Classes de DNA no Genoma Humano ....................................................................... 43 
Sequências de DNA de Cópia Única .......................................................................... 44 
Famílias de DNA Satélite .......................................................................................... 44 
Famílias de DNA Repetitivo Disperso ....................................................................... 45 
Variação Individual no DNA ..................................................................................... 46 
Polimorfismos de DNA de Interesse Forense............................................................. 47 
Detecção e Medida da Variação Genética ao Nível de DNA ...................................... 50 
Polimorfismos de Tamanho de Fragmento de Restrição (RFLPs) ............................... 51 
Polimorfismos de Número de Repetições em Tandem (VNTRs e STRs) ...................... 53 
Amplificação de DNA pela Reação em Cadeia da Polimerase ................................... 54 
 
 Curso de Perícia Criminal 
Instituto Biomédico de Aprimoramento Profissional – IBAP 
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O processo da PCR exige quatro componentes principais: ........................................ 55 
Polimorfismos de Nucleotídeos Individuais (SNPs) ................................................... 57 
Seqüenciamento de DNA ......................................................................................... 57 
Bibliografia .............................................................................................................. 59 
 
 
 
 Curso de Perícia Criminal 
Instituto Biomédico de Aprimoramento Profissional – IBAP 
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INTRODUÇÃO À CRIMINALÍSTICA 
O termo “Criminalística”, usado pela primeira vez no livro “Manual do 
Juiz de Instrução” de Hans Gross, lançado em fins do século passado, no sentido 
de reunir os conhecimentos técnico - científicos que todos os juizes policiais e 
outros agentes do mundo jurídico deveriam conhecer, para facilitar as suas 
ações em prol da justiça criminal, em toda sua complexidade, compreende o 
estudo concreto dos vestígios materiais do crime, objeto da Técnica Policial - 
como também, o exame dos indícios abstratos, psicológico do criminoso. 
Magiora, em sue Direito Penal, faz referência ao termo Polícia 
Cientifica, e Reroud ao termo Polícia Técnica, com o mesmo sentido de 
Criminalística. Edmond Locard, um dos pioneiros da criminalística na França no 
seu “Traité de Criminalistique” considera a Polícia Científica apenas como um 
aspecto da criminalística. 
Apaixonado pelos problemas dos criminosos habituais e dos indícios 
deixados pelos delinqüentes nos locais de crime, Locard passou a estudar 
inúmeras obras de criminologia e fez contatos com peritos renomados na época. 
Viajou por diversos países europeus, à busca de novas técnicas de investigação 
criminal, as quais, desde logo, divulgou através de conferências e publicações. 
Tornou-se discípulo de Rudolph Archibald Reiss, mestre famoso e criador do 
Instituto de Polícia Científica da Universidade de Luusanne, Foi aluno de 
Alphonse Bertillon, insigne criador da chamada “Fotografia Sinalética” e do 
“Sistema Antropométrico de Identificação”, conhecido como “Bertillonage”e que 
se irradiou para o mundo, a partir do Serviço da Identidade Judiciária da 
Prefeitura de Polícia de Paris. Com o objetivo de por em prática tudo o que 
aprendera, Locard procurou o Chefe de Polícia Regional de Lyon, Henry Cacaud, 
solicitando a sua ajuda, para que pudesse organizar um serviço que contasse 
com uma equipe permanente de cientistas e técnicos, que empregassem todos 
os recursos de sua sabedoria em busca de meios para detectar o crime. 
Cacaud convenceu-se dos seus argumentos e deu-lhe uma 
oportunidade, cedendo-lhe duas pequenas peças de sótão, sob as beiras do 
 
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telhado do Palácio da Justiça. Foi assim que a 10 de janeiro de 1910, realizava-
se o sonho de Locard, com a criação do “Laboratório Científico da Polícia” de 
Lyon, o primeiro do gênero em todo o mundo. Os estudos realizados por Locard 
sobre as impressões digitais, levaram-no a demonstrar em 1912, que os poros 
sudoríparos que se abre nas cristas papilares dos desenhos digitais, obedecem 
também aos postulados da “imutabilidade” e da “variabilidade” criou assim a 
técnica microscópica de identificação papilar a que deu o nome de ‘Poroscopia”. 
No domínio da documentoscopia, Locard criou o chamado “Método 
Grafométrico” baseado na avaliação e comparação dos valores mensuráveis da 
escrita. Apresentou notáveis contribuições no tocante à falsificação dos 
documentos escritos e topográficos, ao grafismo da mão esquerda e à 
anonimografia. Interessou-se, além do mais, pela identificação dos recidivistas. 
As instituições de Polícia dos outros povos, trazem um ramo de Polícia 
Científica, também chamada de Criminalística ou de Polícia Técnica. Esse ramo 
se identifica com os valores abrangidos pela Instituição de Polícia, porque nesse 
ramo o perito testemunha técnica é livre para agir conforme sua consciência 
individual. 
A instituição de Polícia no Brasil tentou acompanhar a mesma 
formulação dos outros povos, porém, em decorrência da cultura jurídica 
brasileira, produziram-se algumas originalidades tanto na própria Instituição de 
Polícia, quanto na Instituiçãode Criminalística. Esta também conhecida como 
Polícia Científica ou Polícia Técnica, como em outros países, adquiriu plena força 
de instituição social independente e soberana, assegurada pelo Direito. 
A estrutura básica de um Departamento de Polícia Técnica 
compreende o Instituto de Criminalística, Instituto Médico Legal, Instituto de 
Identificação e o Laboratório. Cada um destes Institutos é encarregado de 
investigação de crimes do ponto de vista técnico -científico. 
A evolução tecnológica ocorrida recentemente concomitante com a 
denominada era da informática, fez crescer o número de delitos e a sofisticação 
dos criminosos, diversificando os tipos de crimes. 
 
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Neste processo evolutivo, cabe ao Estado a responsabilidade da 
prevenção dos delitos punindo os criminosos, competindo à polícia prender e a 
justiça julgar. Modernamente, surgiu uma vertente na Polícia, denominada de 
Polícia Técnica ou Científica cujo objetivo é produzir a prova técnica, que após 
exame e análise de casos elabora Laudos Periciais pelos quais auxiliam a Polícia 
e a Justiça. 
Com a crescente criminalidade e a sofisticação dos delitos, os 
criminosos passaram a atuar também no interior do Estado optando por cidades 
de grande porte, por esta razão o Departamento de Polícia Técnica vem 
passando por um processo de Evolução e Modernização Administrativa e num 
esforço planejado está utilizando a estratégia para enfrentar desafios no auxilio 
à Polícia e a Justiça. 
Além da função técnica, a Polícia Técnica esta voltada também para 
funções sociais através da prestação dos serviços de identificação civil e 
criminal, produto do labor pericial, assegurando ao cidadão direitos 
constitucionais de caráter educativo e assistencial, visando assegurar com mais 
rapidez e segurança a justiça prolatar sentenças justas, evitando colocar 
inocentes na cadeia e criminosos nas ruas, viabilizando o conceito de Justiça 
Social, principalmente para classes menos assistidas. 
Tatuagem, marca a fogo, mutilações foram alguns dos métodos 
usados para identificar criminosos. O processo de identificação por meio de 
impressão digital foi feito inicialmente pelo britânico William Herschel e pelo 
escocês Henry Faulds, sendo a primeira experiência cientifica iniciada por Sir 
Francis Galton e em seguida por Edward Henry na Inglaterra e por Juan Vucetich 
na Argentina, criador do sistema de identificação datiloscópica, que leva o seu 
nome. 
 
Criminalística 
 Local de Crime 
 Metodologia da Investigação Criminal 
 
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 Vestígios 
 Manchas 
 Sangue 
 Impressões 
 Indícios 
 Perícia 
 Laudo Pericial 
 
Local de Crime 
 Levantamento 
 Isolamento 
 Classificação 
 Subdivisão 
 Elementos comuns a todos tipos de crime 
 Aspectos a serem observados 
 Espécie 
 Exames 
 
Criminalística 
 Conceito: conjunto de conhecimentos que estuda o crime e as 
circunstâncias por ele produzido, tendo por finalidade produzir a prova 
material. 
 Prova Material: conjunto de elementos necessários a elucidação do delito, 
sem deixar dúvidas da maneira de como ocorreu. 
 Prova Pericial: É a prova material após analisada. 
 
Inter-relação entre a Criminalística e outras ciências 
A Criminalística é um sistema multidisciplinar, mantém inter-relação 
com diversas ciências tais como a física, química, biologia, medicina, 
 
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odontologia, matemática, antropologia e outras, como subsídio na elucidação 
dos delitos. 
 
Metodologia da Investigação Criminal 
 O objetivo da investigação é a descoberta dos crimes e dos seus agentes; 
 Quando a autoridade policial toma conhecimento de um fato delituoso, é 
dever dessa autoridade verificar se esse fato integra alguma infração penal, para 
de imediato instaurar o competente inquérito; 
 Quando o fato denunciado não constituir infração penal, a investigação 
não pode e nem deve prosseguir. 
 Constatado que o fato é delituoso, a investigação prossegue até o 
esgotamento legal; 
 A investigação deve procurar e esgotar todas as circunstâncias inerentes 
ao fato delituoso, objeto do crime; 
 É sabido que cada crime tem uma investigação adequada, ao proceder 
ao recolhimento dos vestígios e indícios da atividade criminosa, deve ser feito 
com o caráter particular de cada crime, os delitos impõem normas especifica de 
investigação. 
 O crime é um ato humano de natureza voluntária 
 O objeto do crime é a pessoa ou coisa sobre a qual incide a ação 
criminosa. 
 Através do objeto do crime é que dá origem as perícias, que tem como 
objetivo determinar os efeitos que a atividade criminosa produziu. 
 A ação criminosa do agente é produzida em certa data e em determinado 
lugar, que dependem de uma série de circunstâncias decisivas para averiguação 
total e poder levar a elucidação. 
 O exame do local do crime revela vestígios deixados pela própria 
identidade do criminoso, além de fornecer outras informações úteis a sua 
elucidação; 
 
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 O efeito do crime, também chamado de resultado, é determinado 
pericialmente; Metodologia da Investigação Criminal 
 Pelos exames dos instrumentos do crime e dos vestígios pode-se 
determinar a identidade do criminoso; 
 O “modus operandi”, ou seja, a maneira e a espécie como foi praticado o 
delito, são pormenores que não devem ser esquecidos para determinar o perfil 
do criminoso. 
 
Elementos comuns a todos os tipos de crime 
 O agente ativo 
 A vontade do agente ativo 
 O agente passivo ou vitimas 
 O objeto da incidência do crime 
 O tempo do crime 
 O lugar do crime 
 O resultado do crime 
 O instrumento do crime 
 O motivo determinante do crime 
 O fim do crime 
 Agentes ativos: autores e coautores 
 Conforme nossa legislação penal, só o homem, pessoa física, pode ser 
criminoso; 
 A responsabilidade criminal recai única e exclusivamente sobre o agente 
do crime. 
 Elementos comuns a todos os tipos de crime 
 Vontade 
 Concepção 
 Deliberação 
 Decisão 
 Execução 
 
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 Consumação 
 Vontade: ato voluntário do agente do crime praticar o delito; 
 Concepção: quando o criminoso tem uma ideia que julga possível realizar; 
 Deliberação: consiste em submeter os motivos a uma valorização por 
pesagem de vantagens; 
 Elementos comuns a todos os tipos de crime 
 Decisão: acaba o conflito de tendências psíquicas, aí o individuo toma a 
decisão de delinquir; 
 Execução: quando a vontade salta do foro intimo para o exterior, inicia-se 
a execução do crime, que só termina com a consumação; 
 Consumação: o motivo e o fim consubstanciam o resultado desejado pelo 
delinquente. 
 
Objeto do Crime 
É a pessoa ou coisa sobre a qual incide a ação criminosa; 
 Através do objeto do crime é que surgem as PERÍCIAS, cuja função é 
determinar todos os efeitos que a ação criminosa produziu. 
 
Base Legal da Prova Material 
A prova material, portanto, assume real importância, como se observa 
nos artigos que prescrevem a sua aplicação no direito subjetivo (Código deProcesso Penal, art. 386): 
O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, 
desde que reconheça: 
I – estar provada a inexistência do fato; 
II - não haver prova da existência do fato; 
III - não constituir o fato infração penal; 
IV - não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal [...] 
 
 
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Prova 
É a busca da verdade, ou o meio utilizado para a percepção de uma 
verdade, ou seja, tudo que pode conduzir a uma certeza 
Prova Material: É todo vestígio que ofereça a oportunidade de 
constatação, sujeitos ou não a realização de exames periciais, dependendo de 
análises especificas. 
Prova Pericial: Pode ser entendida como os elementos materiais 
diretamente relacionados à ação delituosa e que, após processados 
pericialmente, obtenha a certeza científica, ou não, da sua relação com o crime 
ou com seu autor. 
Prova Documental: É consubstanciada em um papel escrito ou 
registro por meio eletrônico, demonstrado um fato, onde a sua produção pode 
estar ou não vinculada à ação criminosa, ou ter algum tipo de relação, servindo 
para demonstrar fato alegado na investigação. 
A prova para ser legítima e valorizada depende dos vestígios, e da 
maneira como são coletados no local do delito, levando-se em conta os cuidados 
necessários, do acondicionamento adequado e do transporte para o órgão 
responsável pelo exame (IC, Laboratório). 
A Prova Pericial é dependente da qualidade das amostras, e dos 
cuidados a ela inerente. 
Esta qualidade depende dos processos de: 
 Coleta; 
 Acondicionamento; 
 Identificação; 
 Armazenagem; 
 Encaminhamento (transporte); 
 Entrega - Exame/Laboratório 
Classificação da Prova 
 
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Diretas - São aquelas que mostram de maneira precisa, o que se 
procura esclarecer, permite conclusões, com o objetivo de constatar a existência 
do crime (objetivas, materiais, periciais). 
Indiretas ou subjetivas - São chamadas indiciarias ou circunstanciais, 
as que dão a entender alguma coisa relacionada com um crime, também 
denominada informativa. 
Complementares ou mistas: Possuem parcela de subjetividade: 
reprodução simulada, retrato falado, investigação da vida pregressa do acusado. 
 
Base Legal CPP (Código de Processo Penal): 
Art.6-Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a 
autoridade deverá: 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e 
conservação das coisas, até a chegada dos peritos. 
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos 
peritos. 
Prova 
Art.158 - quando a infração deixar vestígios será indispensável o 
exame do corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do 
acusado. 
Art.169 - para efeito do exame do local onde houver sido praticada a 
infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o 
estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir os seus laudos 
com fotografias, desenhos ou esquemas. 
Parágrafo único: os peritos registrarão, no laudo, as alterações do 
estado das coisas e discutirão, no relatório, as consequências dessas alterações 
na dinâmica dos fatos. 
Art.175-serão sujeitos a exames os instrumentos empregados para a 
prática da infração, a fim de verificar a natureza e eficiência. 
 
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Art.182-o juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou 
rejeita-lo, no todo ou em parte. 
 
Função da Perícia 
Exame do Local 
 Levantamento dos vestígios e indícios; 
 Determinação do(s) instrumento(s) do crime; 
 Determinação da maneira como o crime foi perpetrado; 
 Elaboração do Laudo Pericial. 
 Em última análise a Produção da Prova 
 
Exame do Local - Peritos 
a) Levantamento fotográfico; 
b) Elaboração do Croquis; 
c) Busca de impressões; 
d) Coleta de material para estabelecer a sequência dos vestígios, indícios, 
para a formação da “prova”. 
 
Local de Crime 
 Conceito; 
 Classificação; 
 Isolamento; 
 Preservação; 
 Levantamento; 
 Exame. 
 No local de crime fica a biografia, perfil e a identidade do criminoso; 
 Cabe a polícia procurar e identificar o agente do crime; 
 Não existe crime perfeito, existe crime mal investigado. 
Local de Crime 
 
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Local é o lugar onde ocorreu um crime ou uma infração penal (Gilberto 
da Silva Porto); é toda área onde tenha ocorrido um fato que assuma a 
configuração de delito e que, portanto exige as providências da Polícia (Carlos 
Kendy); 
Os ingleses e americanos chamam de “the scene of crime” os 
franceses “le scêne Du crime”, os espanhóis, argentinos e demais países que 
falam espanhol “el sitio Del sucesso”, os jornais costuma chamar “teatro do 
crime”. 
Portanto, entende-se como local de crime a área onde se deu uma 
infração penal, que tenha deixado vestígios que, tecnicamente, conduzem à 
elucidação do delito; 
O levantamento do local do crime é a base para as investigações. Le 
Moyne Snyder acha que se uma investigação sobre homicídio termina em 
fracasso, a causa é o exame inadequado do local; 
Outros especialistas opinam ser os primeiros minutos de atividade em 
um local, decisivo, para determinação, com segurança do êxito ou fracasso da 
investigação. 
O local de crime, teoricamente, é o espaço físico onde ocorreu a ação 
delituosa, e onde são encontrados os vestígios e ou micro vestígios, que indicam 
o caminho a seguir na busca pela autoria do ilícito penal, ou a forma de agir do 
criminoso, que transformados em corpo de delito após a análise e identificação 
técnico-científica dos seus componentes vão perpetuar a prova material. Como 
conceitua (Rabelo) 
 
Isolamento de Local de Crime 
Isolamento: Significa o ato de isolar, separar. Na Criminalística, 
isolamento de local é o ato pelo qual se processa a separação, entre a área da 
infração penal e as pessoas não credenciadas a procederem os exames; 
Os peritos e as autoridades encarregadas da investigação precisam 
do local como foi deixado após a prática do delito; 
 
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Geralmente esse isolamento é feito primeiro pelo policial que tomou 
conhecimento do fato, evitando-se tocar em nada sob qualquer pretexto, para o 
local não ser alterado ou violado. 
Isolado o “Local”, os policiais providenciarão para que nada seja 
alterado. 
Protegendo para que os vestígios não sejam destruídos, removidos, 
alterados, tocados, senão pelos peritos. 
A polícia militar; polícia judiciária; polícia rodoviária; polícia ferroviária 
e prepostos de engenharia de trânsito, órgãos responsáveis pela custódia do 
local, em obediência ao diploma legal deverá proceder ao isolamento do mesmo, 
com cuidado, evitando sua violação, para que as evidências não se percam e o 
andamento dos exames não fique prejudicado. 
 
Classificação do Local de Crime 
•Existem duas espécies de “Locais” 
1° Refere-se a natureza dos crimes cometidos; 
2° Refere-se aos lugares onde foram cometidos. 
No primeiro caso, temos os homicídios, latrocínios, roubos, furtos, 
acidentes de trânsito, etc. 
No segundo caso, sejam locaisInternos ou Externos, se forem 
praticados dentro de recinto fechado ou em área livre (aberta). 
 
Subdivisão de local de crime 
I - Imediato 
II - Mediato 
Imediato: compreende a área do fato, ou seja, onde aconteceu o 
crime; 
Mediato: compreende a área adjacente. 
Exame de Local 
É a fase que precede o levantamento; 
 
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Pode ser encontrado protegido ou não, deve ser cuidadosamente e 
minuciosamente examinado, pois os vestígios e indícios aparentemente inúteis 
poderão constituir-se em fator de sucesso determinante para elucidação do 
crime. 
Exame de Local 
Local é área onde se deu a infração penal, que tenha deixado 
vestígios, tecnicamente, conduzem a descoberta do autor; 
Le Moyne Snyder acha que, “se uma investigação sobre homicídio 
terminar em fracasso, a causa é o exame inadequado do local”; 
Outros opinam serem os primeiros minutos de investigação em um 
local, decisivo para a determinação, com segurança, de êxito ou fracasso da 
investigação. 
 
Aspectos a serem observados no local 
Não violado e devidamente protegido; 
Violado, alterado ou modificado, depois da ação criminosa; 
Outro, que além da área propriamente dita, se completa com outros com os quais 
tenham conexão. 
No primeiro caso são chamados de idôneos; 
No segundo caso, inidôneos; 
No terceiro caso relacionados. 
 
Levantamento de Local 
Em criminalística levantamento é a reprodução desse local, por meio 
de descrição, de croquis e de fotografias, filmagens, etc. 
Segundo “Gilberto Porto”, é estudar detidamente o lugar do evento 
criminoso; 
Portanto, levantamento de local de crime ou de infração penal é o ato 
pelo qual esse local é reproduzido, através da descrição, dos croquis, da 
 
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fotografia, datiloscopia, modelagem, vestígios e indícios ou outros meios 
técnicos, no sentido de documentar com detalhes a situação fiel. 
Levantamento de Local 
Antes do levantamento propriamente dito, devem os peritos procurar, 
detalhes pare que a descrição seja exata e objetiva, levando ao êxito da 
investigação criminal e elucidação do delito 
O procedimento investigatório policial começa na percepção do local 
de crime. A busca pela prova material, para efetivamente provocar a ação da 
justiça, parte do encontro com os vestígios encontrados no local, motivo da 
investigação criminal. 
 
Vestígios 
Quase tudo que se possa imaginar, pode constituir um vestígio, quer 
seja encontrado no local do crime, na vítima ou no criminoso. 
Impressão digital, marcas, rastros, manchas, objetos, ferramenta, 
arma, projétil, pólvora, resíduos, líquidos, graxas, tintas, sangue, etc, são 
considerados vestígios. 
Na ficção literária, os vestígios são denominados de “Pistas”. 
Vestígios 
Quando ocorre um delito, o criminoso leva consigo, em alguma parte, 
nas vestes, sapatos ou no próprio corpo, algo do local onde esteve ou da sua 
vítima, ao tempo em que deixa neste mesmo lugar, qualquer coisa sua, sem que 
perceba tal ocorrência, ou entenda o seu significado e o valor que o mesmo 
possa vir a ter na investigação criminal; 
Qualquer coisa que possa ser deixada ou produzida por um criminoso, 
no local de crime ou levar consigo, é considerado vestígio. Portanto, em 
Criminalística, vestígios são elementos materiais encontrados no local de crime, 
no criminoso ou na vítima. 
 
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Um vestígio pode ser de grande valor na elucidação de um crime, por 
isso o mais insignificante pormenor não deve ser dispensado, dele pode vir a 
comprovação de um ato delituoso. 
Todo vestígio deve ser observado e coletado tecnicamente para 
exame laboratorial futuro, se necessário. 
A coleta de material encontrado em local de crime, no criminoso ou 
na vítima, deve ser feita com precauções, pode levar a elucidação do delito. 
A preservação dos vestígios no local de crime tem que ser orientada 
de forma a ser assegurada pelo seu valor probatório, para que não sofram 
alterações de qualquer forma, dificultando ou até mesmo inviabilizando o 
trabalho dos peritos 
Todo material encontrado no local deve ser considerado como 
suspeito e, portanto, coletado, poderá servir como indício e somente o exame 
pericial determinará sua utilidade. 
Para se conseguir um bom resultado na investigação criminal, 
depende da atuação do policial que primeiro chega ao local do crime e da 
maneira como são preservados os vestígios existentes 
O atraso de um minuto na percepção do vestígio encontrado no local 
de crime é crucial. Partindo dessa premissa todos os esforços no sentido de 
agilizar a coleta e análise dos vestígios que vão compor o corpo de delito é 
fundamental para a elucidação do ato criminoso e identificar seus autores. 
 
Microvestígios 
Os microvestígios, a exemplo de fios de cabelo, fragmentos de tecidos 
ou substâncias orgânicas, são materiais de grande importância para os exames 
periciais e, muitas vezes, passam despercebidos pelas pessoas responsáveis 
pela preservação do local, como bem explica Vilanova (2002), no seguinte texto: 
“Os microvestígios são vestígios materiais sólidos, de dimensões 
diminutas, por vezes implicando observação sob ampliação com lupa aplanática 
de dez aumentos; de certa forma, constituem o lixo ou sujeira, soltos, 
 
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encontrados em locais ou transportados por indivíduos em suas vestes e mesmo 
no próprio corpo. Ao afirmar que “Quando um individuo penetra em qualquer 
ambiente, o contamina com material que transporta em seu corpo e vestes: e por 
sua vez ele é contaminado pelo existente no mesmo ambiente”; 
O conceito exposto vem justificar a preocupação dos técnicos na 
coleta dos microvestígios e resume a relevância destes para o processo de 
investigação, porquanto, persistem de fato, naturalmente, por passarem 
despercebidos aos olhos menos avisados. 
A coleta destes vestígios, de certa forma simples, pode ser efetuada 
por um aspirador de pó, tipo comum, dotado com dispositivo que os recebem em 
folha de papel filtro, sendo posteriormente selecionado e catalogado; 
Não obstante, sua seleção tediosa é de grande importância para a 
Criminalística, de acordo com o estabelecido por Locard (1949) ao anunciar a 
teoria dos “contatos recíprocos”, corroborada por Vilanova (2002), 
 
Procedimentos no local 
Descrever detalhadamente o local, com ilustração esquemática, 
objetivando caracterizar o endereço do fato; 
A área imediata e mediata; 
As formas de acesso ao local; 
As condições atmosféricas; 
Topografia, iluminação; 
Orientação geográfica com pontos de referência; 
Condições de visibilidade e sentido do vento; 
Ponto de referência para a descrição dos vestígios encontrados, etc. 
Amarramento do local. 
 
 
 
 
 
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Dos Vestígios Materiais 
Descrever detalhadamente todos os vestígios encontrados no local da 
ocorrência, localização, característica e posicionamento em relação ao ponto de 
referência do objeto ou da coisa periciada; 
Fazer a coleta dos vestígios, projéteis, substâncias, armas e outros 
materiais que necessitem de exame especifico 
 
Do exame do cadáver 
Fazer a identificaçãodocumental se houver; 
Descrever todas as características físicas do cadáver e 
posicionamento em relação ao ponto de referência; 
Fazer exame externo do cadáver descrevendo ferimentos 
(características e dimensões); sinais de violência, sinais de luta etc; 
Descrever as vestimentas e tudo mais que julgar necessário; 
Fazer a coleta de vestígios e instrumentos do crime. 
Das vestes 
Descrever minuciosamente as características físicas de cada peça 
encontrada; 
A disposição geral quanto a sua forma de acomodação da vítima, 
observando se estão abertas, alinhadas ou fora de alinhamento normal quanto 
ao uso correto; 
Objetos encontrados no interior dos bolsos e tudo mais que for 
encontrado; 
Encaminhar todas as peças das vestes do cadáver para o Laboratório 
para exames. 
 
Das coletas 
Descrever todas as coletas, substâncias, projétis, pegadas, manchas, 
impressões e outros vestígios que necessitem de exame especifico. 
 
 
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Categoria dos Vestígios 
Impressões 
Manchas 
Marcas 
Instrumentos do crime contra a pessoa 
Outros vestígios 
 
Manchas 
São resíduos ou sinais que se apresentam sob a forma de crosta, 
aderida a determinada superfície; 
a) ORGÂNICAS: são produzidas pelos líquidos orgânicos, agregados 
ou produzidas pelo corpo humano; 
Ex: Sangue, esperma, líquido amniótico, colostro, suor, muco nasal, 
secreções uretrais, secreções vaginais, leite, vômitos etc. 
Manchas de esperma – são encontradas geralmente nos casos de 
crimes de natureza sexual, são recolhidas nas vestes, roupa de cama, vagina e 
no reto; 
Colostro – é uma substância das glândulas mamária, durante o 
período de gestação, é indicio de gravidez ou parto recente, pode ser coletado 
nas roupas intimas da mulher, apresentam-se sob forma de pequenas gotas 
amareladas 
Fezes – são encontradas nos locais de crime, mais frequente nos 
locais de furto qualificado; 
Leite – as manchas de leite humano apresentam-se brancas, 
amareladas, encorpadas, possuindo um odor característico, indica o estado de 
gestação ou de amamentação, são submetidas a exame microscópico, para 
verificar se trata de leite humano ou animal; 
Liquido amniótico – É segregado pela membrana em forma de saco 
que envolve o feto, mais frequente nos locais de aborto; 
 
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Mecônio – É uma substância pastosa, de cor amarelada-escura ou 
verde escuro que se encontra no intestino do recém-nascido e é expelido nos 
primeiros dias, é indicativo de infanticídio ou aborto provocado; 
Muco Nasal – Manchas de cor cinza, algumas vezes amareladas, 
verdosas ou escuras produzidas pelo nariz. 
b) INORGÂNICAS: produzidas por qualquer substância não oriunda 
nem agregada do corpo humano. 
Exemplo: Ferrugem, cera, tinta, lama, pólvora, substâncias 
gordurosas, graxas, corantes... etc; 
Ferrugem - essas manchas determinam o tempo aproximado em que 
a peça metálica esteve em contato com agentes oxidantes; 
Lama - podem indicar os lugares onde o individuo transitou; 
Pólvora- Podem ser encontradas e recolhidas pelos seguintes 
processos: 
a) no corpo da vítima, do autor ou terceiros – pela lavagem com água destilada; 
b) Nas vestes – pelo mesmo processo; 
c) Nas armas – pela lavagem do interior do cano ou das câmaras do tambor; 
d) Nos estojos – pela lavagem das peças. 
 
Manchas de Sangue 
Geralmente encontradas nos locais de crime contra a pessoa, podem 
ser localizadas sobre o corpo da vítima, do autor, no solo, paredes, móveis, 
armas, etc. 
 
Diagnóstico das Manchas de Sangue nos Locais de Crime 
a) Se a mancha é realmente de sangue; 
b) Se o sangue é humano; 
c) Qual a região do corpo que poderá ter produzida; 
d) Qual o grupo sanguíneo; 
e) Qual o aspecto ou forma da mancha; 
f) Quantidade de sangue extravasado; 
 
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g) Formação do soro; 
h) Recentidade da mancha; 
i) Cor da mancha; 
j) Consistência da mancha; 
 
Formas das Manchas de Sangue 
É variável e atenderá ao extravasamento, às condições do terreno, à 
maneira porque o sangue caiu (ângulo da queda), as condições que foram 
produzidas, a direção traçada pelo ferido. 
Manchas por projeção: salpicaduras; 
Manchas por escorrimento: as que formam poças, charcos, regos, etc. 
Manchas por impregnação: embebimento em toalhas, lenços, panos em geral; 
Manchas por limpeza: as que apontam lavagem ou enxugamento de objeto; 
Rastro sangüíneo: são manchas que indicam a passagem de alguém sangrando 
ou o vazamento de sangue durante uma caminhada; 
Manchas de sangue amassado: são produzidas pela compressão de qualquer 
superfície sobre a mancha de sangue antes do seu ressecamento completo. 
 
Procedência do sangue: 
Os exames laboratoriais podem determinar a origem do sangue: 
De uma violação: contém partículas de esperma e pelos pubianos; 
Do nariz: contém partículas dos pulmões; 
Menstrual: contém células da mucosa vaginal e bactérias diversas; 
De feridas ou úlceras: contém partículas da epiderme e pelos locais. 
 
Características do sangue 
As características do sangue são constantes, perenes e imutáveis, 
condições que se verificam até mesmo após transfusões. 
A cor do sangue pode variar devido às circunstâncias especiais: 
a) suporte 
b) tempo de exposição 
 
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c) órgão que proceda 
A consistência do sangue é variável. 
O sangue muda de aspecto, quanto: 
A cor, a coagulação, em virtude da decomposição química dos seus 
componentes; 
O sangue vazado se infiltra nos mais estranhos lugares, por isso sua busca deve 
ser bem cuidadosa. 
 
Indício 
Na linguagem comum, o vestígio pode ser sinônimo de indício. 
A circunstância conhecida e provada que tem relação com o fato delituoso, ou 
seja, é o vestígio examinado, tratado e provado que tem relação com o crime ou 
com o criminoso, relacionado diretamente com a ação delituosa, constituindo-se 
a prova técnica. 
 
Base Legal da Prova Material 
A prova material, portanto, assume real importância, como se observa 
nos artigos que prescrevem a sua aplicação no direito subjetivo (Código de 
Processo Penal, art. 386): 
O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, 
desde que reconheça: 
I – estar provada a inexistência do fato; 
II - não haver prova da existência do fato; 
III - não constituir o fato infração penal; 
IV - não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal [...] 
 
 
 
 
PERÍCIAS E PERITOS 
PROVA 
 
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 São os meios pelos quais a inteligência busca a conquista da 
verdade (Vicente de Azevedo). 
 A procura da verdade requer o emprego de meios competentes e 
idôneos para demonstrar (provar) legalmente a existência de um ato jurídico 
(Arbenz). 
 Para Flamínio Fávero as provas podem ser objetivas e subjetivas: 
Subjetivas: confissão, prova literal, prova testemunhal, presunções. 
Objetivas: também conhecidas como indiciais, técnicas ou 
circunstanciais, compreendem as provas indiciais (indícios manifestos, próximos 
e afastados) e as provas técnicas. 
 As provas técnicas são as que melhores subsídios oferecem na 
busca da verdadee são obtidas por meio da realização das perícias. 
 
PERÍCIA 
 É toda operação ordenada por autoridade judiciária ou policial, que 
se destina a ministrar esclarecimentos técnicos à Justiça. 
 O juiz, tendo de julgar causas, as mais diversas e complexas, 
precisaria possuir conhecimentos que abrangessem praticamente todas as 
províncias do saber humano. Como não é sábio, nem onisciente, precisa recorrer 
aos especialistas (Vicente de Azevedo). 
 Dessa forma, todas as áreas de conhecimento humano têm 
condições de oferecer subsídios para tal fim (medicina, biologia, toxicologia, 
engenharia, física, química, bioquímica,...) 
 As perícias podem ser realizadas no vivo, no cadáver, no 
esqueleto, no local, em objetos. 
Perícias em vivos – lesão corporal, estimativa da idade, conjunção 
carnal, atos libidinosos, violências sexuais em geral, gravidez, parto, infortúnios 
do trabalho, dosagem alcoólica, exames toxicológicos. 
 
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Perícias em cadáveres – identificação, realidade da morte, cronologia 
da morte, causa da morte, exames toxicológicos das vísceras e outros 
complementares, necropsia em mortes violentas e suspeitas. 
Perícias no esqueleto – identificação antropológica, diagnóstico da 
espécie, sexo, estatura, idade, achados de violência. 
Perícias em local e objetos – armas de fogo, impressões digitais, 
vestes, manchas, etc. 
 
CREDIBILIDADE DA PERÍCIA 
 O juiz aceitará a perícia por inteiro ou em parte, ou não a aceitará 
em todo, podendo nomear outros peritos para a realização de novo exame. Art 
182 do CPP e art 436 do CPC. 
 
PERÍCIA CONTRADITÓRIA 
 Quando os peritos chegam a conclusões diferentes sobre o mesmo 
assunto. Quando isso ocorre 02 soluções são apresentadas, tanto em matéria 
civil como penal. 
 
FALSA PERÍCIA 
Consiste em declarações falsas ou na ocultação da verdade, 
constituindo crime contra a administração da Justiça (art 342 CPB). 
 
PERITOS 
 São os especialistas, técnicos especializados, dotados de 
profundos conhecimentos técnicos e práticos do ramo a que se dedicam. São 
profissionais legalmente habilitados nas mais diversas áreas do conhecimento 
humano (medicina, odontologia, engenharia, física, bioquímica). 
 São os peritos que têm por missão realizar exames, cujos 
resultados são de interesse num processo. O perito não defende nem acusa. 
Sua função limita-se a verificar o fato, indicando a causa que o motivou. Deve 
 
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proceder a todas indagações que julgar necessárias, devendo consignar, com 
imparcialidade todas as circunstâncias, sejam favoráveis ou não ao acusado. 
 A execução de uma perícia requer tranqüilidade e ambiente livre de 
interferências de pessoas não incumbidas na tarefa. 
Peritos Oficiais - são peritos concursados. São funcionários públicos, 
cuja atribuição é a prática pericial. Realizam as perícias em “função do ofício”. 
Peritos Nomeados - são peritos nomeados pelo juiz, também 
denominados de peritos louvados. Estes prestam o compromisso de bem e 
fielmente desempenhar o cargo. 
Assistentes Técnicos – às partes é facultado o direito do assistente 
técnico (art 421 CPC). Deve acompanhar a perícia, formular quesitos, orientar o 
advogado da parte. Também prestam compromisso. Sua figura esta presente 
nas lides de âmbito civil e também no âmbito penal a partir da fase processual. 
(vide alterações na legislação). 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
TÍTULO VII 
DA PROVA 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
 Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da 
prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão 
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, 
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada 
pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão 
observadas as restrições estabelecidas na lei civil. (Incluído pela Lei nº 11.690, 
de 2008) 
 
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 Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, 
porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção 
antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a 
necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 
11.690, de 2008) 
 II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir 
sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. 
(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do 
processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas 
constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, 
salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou 
quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das 
primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 § 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, 
seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução 
criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei nº 
11.690, de 2008) 
 § 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova 
declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às 
partes acompanhar o incidente. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 § 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 
CAPÍTULO II 
DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS EM GERAL 
 
 
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 Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável 
o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão 
do acusado. 
 Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão 
realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. (Redação 
dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 § 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 
(duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior 
preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica 
relacionada com a natureza do exame. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 
2008) 
 § 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e 
fielmente desempenhar o encargo. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 § 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de 
acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e 
indicação de assistente técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 § 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo 
juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, 
sendo as partes intimadas desta decisão. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 § 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, 
quanto à perícia: (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou 
para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitosou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência 
mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo 
complementar; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar 
pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. 
(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 
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 § 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório 
que serviu de base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, 
que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame 
pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação. (Incluído pela Lei 
nº 11.690, de 2008) 
 § 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma 
área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de 
um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico. (Incluído pela 
Lei nº 11.690, de 2008) 
 Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde 
descreverão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos 
formulados. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) 
 Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo 
máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, 
a requerimento dos peritos. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) 
 Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em 
qualquer dia e a qualquer hora. 
 Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do 
óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa 
ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. 
 Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples 
exame externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou 
quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver 
necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância 
relevante. 
 Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a 
autoridade providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se 
realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado. 
 Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou 
particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de desobediência. No caso de 
 
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recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver 
em lugar não destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas 
necessárias, o que tudo constará do auto. 
 Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição 
em que forem encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões 
externas e vestígios deixados no local do crime. (Redação dada pela Lei nº 
8.862, de 28.3.1994) 
 Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os 
peritos, quando possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, 
esquemas ou desenhos, devidamente rubricados. 
 Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver 
exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e 
Estatística ou repartição congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-
se auto de reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, 
com todos os sinais e indicações. 
 Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e 
autenticados todos os objetos encontrados, que possam ser úteis para a 
identificação do cadáver. 
 Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por 
haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a 
falta. 
 Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame 
pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por 
determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do 
Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. 
 § 1o No exame complementar, os peritos terão presente o auto 
de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo. 
 § 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito 
no art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo 
de 30 dias, contado da data do crime. 
 
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 § 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela 
prova testemunhal. 
 Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido 
praticada a infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se 
altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus 
laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. (Vide Lei nº 5.970, 
de 1973) 
 Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações 
do estado das coisas e discutirão, no relatório, as conseqüências dessas 
alterações na dinâmica dos fatos. (Incluído pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) 
 Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão 
material suficiente para a eventualidade de nova perícia. Sempre que 
conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou 
microfotográficas, desenhos ou esquemas. 
 Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento 
de obstáculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de 
descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em que 
época presumem ter sido o fato praticado. 
 Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de 
coisas destruídas, deterioradas ou que constituam produto do crime. 
 Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos 
procederão à avaliação por meio dos elementos existentes nos autos e dos que 
resultarem de diligências. 
 Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o 
lugar em que houver começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou 
para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais 
circunstâncias que interessarem à elucidação do fato. 
 Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por 
comparação de letra, observar-se-á o seguinte: 
 
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 I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será 
intimada para o ato, se for encontrada; 
 II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos 
que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos 
como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida; 
 III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, 
os documentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou 
nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados; 
 IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem 
insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe 
for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência 
poderá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa 
será intimada a escrever. 
 Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados 
para a prática da infração, a fim de se Ihes verificar a naturezae a eficiência. 
 Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até 
o ato da diligência. 
 Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-
se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, acordo das 
partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante. 
 Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão 
transcritos na precatória. 
 Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela 
autoridade ao diretor da repartição, juntando-se ao processo o laudo assinado 
pelos peritos. 
 Art. 179. No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavrará o auto 
respectivo, que será assinado pelos peritos e, se presente ao exame, também 
pela autoridade. 
 
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 Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo, 
que poderá ser datilografado, será subscrito e rubricado em suas folhas por 
todos os peritos. 
 Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão 
consignadas no auto do exame as declarações e respostas de um e de outro, ou 
cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um 
terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo 
exame por outros peritos. 
 Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso 
de omissões, obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará 
suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. (Redação dada pela 
Lei nº 8.862, de 28.3.1994) 
 Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se 
proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar conveniente. 
 Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo 
ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. 
 Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-
se-á o disposto no art. 19. 
 Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a 
autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for 
necessária ao esclarecimento da verdade. 
 
Laudo Pericial 
É o documento apresentado pelo perito, onde ele expõe de forma 
circunstanciada, as suas conclusões a cerca do fato examinado, ou seja, o perito 
descreve o que vê. 
Fases do Laudo Pericial 
1- Preâmbulo; 
2- Exposição; 
3- Descrição; 
 
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4- Discussão; 
5- Conclusão. 
 
INTRODUÇÃO À GENÉTICA FORENSE 
A análise de DNA (ácido desoxirribonucléico) evoluiu no sentido de 
se tornar indispensável como parte da rotina para estudos de casos forenses , 
por empregar técnicas extremamente sensíveis. Com ela, suspeitos podem ser 
ligados a locais de crime ou um local de crime ser ligado a outro , através do 
estudo de pequenos vestígios biológicos oriundos, por exemplo, da saliva 
impregnada em tocos de cigarro, células da pele em volantes de automóveis ou 
pêlos e cabelos em roupas. Grandes bancos de DNA podem rapidamente 
indicar a combinação de perfis encontrados no cenário do crime, ou mesmo, 
pela combinação parcial, se aproximar de parentes do perpetrador. Casos de 
crimes sexuais considerados insolúveis estão começando a ser resolvidos 
décadas após sua investigação pela análise de DNA degradado contido em 
swabs ou lâminas de microscopia que foram guardados. Vítimas de desastre em 
massa como acidentes aéreos, atos de terrorismo e catástrofes naturais, onde a 
identificação física é impossível, podem ser identificadas sem qualquer dúvida 
em dias. 
A proeminência adquirida por esta técnica pauta-se no 
desenvolvimento da Biologia Molecular e na estabilidade química e térmica do 
DNA que, mesmo após longo período de tempo - meses, e, às vezes, anos -
,permite a obtenção de padrões genéticos indivíduo - específicos que podem ser 
com parados com aqueles da vítima ou suspeito em casos de infração penal. 
As condições e disposição das diversas amostras biológicas no local 
dos fatos possibilitam reconstituir, com bastante exatidão e segurança, a 
dinâmica do evento criminal derivada da atividade pericial forense, no que se 
refere, às seguintes áreas: 
 
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a. identificação de suspeitos em casos de crimes sexuais como 
estupro, atentado violento ao pudor e congêneres; investigação de paternidade 
nos casos de gravidez resultante de estupro; 
b. identificação de partes e órgãos de cadáveres mutilados, de 
cadáveres carbonizados e em decomposição ou já esqueletizados, inclusive 
para esclarecimento de outros crimes; 
c. estabelecimento de relação entre suspeitos e locais de crimes, de 
um local de crime e outro e entre instrumento lesivo e vítima, por produção de 
perfis de DNA a partir de material biológico (sangue, esperma, pêlos, pele e 
outros) encontrado na cena do crime ou presente em objeto relacionado ao 
crime. 
Deve-se ainda ressaltar, face aos exames tradicionais mormente 
limitados à análise sanguínea , a diversidade de materiais biológicos que podem 
ser utilizados na determinação do perfil genético além das amostras sangüíneas: 
esperma, saliva, urina, tecidos moles, pêlos e outros anexos dérmicos, dentes, 
ossos, secreções e outros fluidos relacionados a ocorrências criminais. Assim 
disposto, entende-se que a genotipagem forense se presta, no núcleo principal 
de sua finalidade, a estabelecer os correspondentes vínculos genéticos entre 
amostras-questionadas, vestígios de origem biológica desconhecida, e 
amostras-referência, de origem biológica conhecida, concluindo-se pela 
determinação da origem individual de cada vestígio e, a partir desse ponto e 
mesmo coligado a outros meios de prova, eventualmente reconstruir parcial ou 
totalmente a dinâmica do ato infracional. Ressalte-se ainda, a exemplo de outros 
países, a criação de banco de dados com perfis genéticos dos vestígios 
analisados e de criminosos condenados que vem contribuído na elucidação de 
delitos. 
 
Histórico e considerações gerais 
A evolução da genética forense foi conduzida pela análise das 
variações genéticas, começando há mais de um século com as descobertas de 
 
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Karl Landsteiner sobre grupos de polimorfismos do sistema ABO no sangue 
humano e pela rápida compreensão que estas variações poderiam ser aplicáveis 
na resolução de crimes. Para que se possa melhor compreender os importantes 
passos deste desenvolvimento, é necessário retomar algumas notações dos 
primórdios da Genética. 
Em 1865, Gregor Mendel comunicou à Sociedade de Brünn para o 
Estudo da Ciência, na antiga Tchecoslováquia,os resultados obtidos sobre seus 
experimentos com ervilhas. Tais estudos, iniciados em 1856 e terminados em 
1864, foram intitulados “Experiências sobre Híbridos de Plantas” e estabeleciam 
regras previsíveis para o processo da hereditariedade. 
Mendel concluiu que, durante o processo de reprodução, ocorria uma 
passagem de elementos físicos controladores de características hereditárias 
distintas dos genitores para a prole. Tais elementos foram, 
posteriormente,denominados genes. 
Mendel demonstrou experimentalmente que a propagação dos 
caracteres genéticos está sujeita às leis gerais de segregação e recombinação 
independentes por meio de proporções estatísticas de mono e poliibridismo e 
que mais tarde,no início do século XX, foram limitadas pelas descobertas, 
principalmente atribuídas a Thomas Morgan, da ligação e da permuta 
intercromossômica, fenômenos conhecidos, respectivamente, por linkage e 
crossing-over, durante os processos de mitose e meiose. 
As descobertas de Mendel não foram imediatamente reconhecidas, 
em parte por serem de difícil compreensão e em parte porque outro tema 
instigante ocupava a mente de leigos e cientistas da época: a teoria da evolução 
biológica de Charles Darwin. Os trabalhos de Mendel foram então arquivados e 
esquecidos nas bibliotecas européias. Suas pesquisas só foram 
verdadeiramente reconhecidas em 1900, passando, a partir de então, ser 
considerado o “pai da Genética” 
A definição de Genética como a ciência da hereditariedade e da 
variação foi proposta por Batelson em 1905. Porém, já em 1885, Weissman havia 
 
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reconhecido a base física da Genética ao distinguir somatoplasma e 
germoplasma, classificando assim os diferentes tecidos que compõem o 
organismo daqueles relacionados com as células germinativas, óvulos e 
espermatozóides, que garantem a continuidade genética do indivíduo 
(CALABREZ,1999). 
Partindo destes pressupostos, em 1909, Johansen, ao distinguir 
fenótipo de genótipo, lançou os postulados básicos da Genética que acabaram 
por debelara teoria de Jean Lamarck, baseada na herança dos caracteres 
adquiridos.Como fenótipo, Johansen incluiu o conjunto de características 
estruturais e fisiológicas que podem ser observadas em um indivíduo. Como 
genótipo, a configuração genética portadora da informação com capacidade de 
produzir variações no fenótipo em interações com os fatores ambientais. 
Atualmente definida como um ramo da Biologia que estuda as leis da 
transmissão dos caracteres hereditários nos indivíduos, e as propriedades das 
partículas que asseguram essa transmissão, a Genética pode também ser 
sinteticamente entendida como o estudo do processo pelo qual as características 
individuais são passadas dos genitores para a prole, de modo que todos os seres 
vivos assemelham-se aos seus ancestrais(ALBANO, 2004) 
 
Estrutura do DNA 
A informação genética dos organismos vivos, que determina suas 
características orgânicas hereditárias, está estocada em grandes 
macromoléculas chamadas ácidos nucleicos. Estes ácidos nucleicos podem ser 
de dois tipos: o DNA (ácido desoxirribonucleico) e o RNA (ácido ribonucleico). 
Em todos os organismos celulares, inclusive nós, o material genético é o DNA 
que permanece estocado no núcleo (ou nucleóide) na forma de cromossomos. 
O DNA é uma molécula linear na forma de uma dupla hélice, similar a uma 
escada em caracol. A dupla hélice é composta de duas cadeias (ou fitas) 
intercaladas de unidades menores chamadas nucleotídeos (Figuras 1 e 2). Cada 
nucleotídeo consiste em um grupamento fosfato, um açúcar desoxirribose e uma 
 
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das quatro bases nitrogenadas diferentes, adenina, citosina, guanina, ou timina. 
Cada um dos quatro nucleotídeos é geralmente designado pela primeira letra da 
base que contém: A, C, G ou T. Os quatro nucleotídeos são mostrados na Figura 
1. Os carbonos da desoxirribose recebem números seguidos de apóstrofo (1’, 2’, 
e assim por diante) para distinguí-los na numeração dos átomos das bases. No 
DNA, os nucleotídeos são conectados uns aos outros nas posições 3’ e 5’, como 
mostrado na Figura 2. Assim, cada cadeia é dita como tendo uma polaridade, 
com uma ponta apresentando um grupo fosfato (PO4 2––) 5’ e a outra um grupo 
hidroxila (OH–) 3’. As ligações covalentes entre os grupos repetidos de fosfato e 
açúcar são chamadas ligações fosfodiéster. 
 
 
Figura 1. Estrutura química dos quatro nucleotídeos que são os blocos de 
construção fundamentais do DNA. 
 
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Figura 2. A dupla hélice do DNA desenrolada para mostrar as ligações 
desoxirribosefosfato e os degraus de pares de bases. 
As polaridades das duas cadeias de nucleotídeos entrelaçadas estão 
em sentidos opostos (Figura 2). As duas cadeias de nucleotídeos são mantidas 
juntas por ligações fracas chamadas pontes de hidrogênio. As pontes de 
hidrogênio são muito específicas devido a um ajuste tipo chave-e-fechadura 
entre a forma e a carga atômica das bases (Figura 2). A adenina pareia-se 
apenas com timina, e a guanina apenas com citosina. As bases que formam os 
pares são ditas complementares. 
Embora as pontes de hidrogênio sejam fracas individualmente, suas 
ligações combinadas mantêm as duas cadeias juntas de modo estável. Além 
disso, é importante que as ligações entre as bases sejam relativamente fracas 
porque as duas cadeias têm que ser separadas para que o processo de 
replicação da molécula ocorra. Os pares de bases, que se posicionam no interior 
da dupla hélice, são estruturas hidrofóbicas achatadas que têm uma tendência 
a se empilhar devido à exclusão de moléculas de água. Este empilhamento 
confere aos dois filamentos entrelaçados do DNA sua estrutura helicoidal. 
 
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Organização Cromossômica do DNA 
Quando uma célula divide, seu material nuclear (cromatina) perde a 
aparência relativamente homogênea típica das células que estão em divisão e 
condensa-se numa série de organelas em forma de bastão, denominadas 
cromossomos (Figura 3). Embora os cromossomos sejam visíveis como 
estruturas distintas apenas nas células em divisão, eles conservam sua 
integridade entre divisões celulares. A cromatina compõe-se de acido 
desoxirribonucleico (DNA) e uma classe complexa de proteínas cromossômicas. 
Os genes, neste ponto, definimos simplesmente como unidades de informações 
genéticas, estão localizados no DNA cromossômico. 
 
Cada espécie tem um conjunto cromossômico típico (cariótipo) em 
termos do número e da morfologia dos cromossomos, cada gene possuindo uma 
posição precisa ou locus. O mapa gênico, gráfico da localização cromossômica 
dos genes, também é típico de cada espécie, sendo, até onde sabemos, idêntico 
em todos os indivíduos de uma mesma espécie. A posição relativa de alguns 
genes parece ter sido altamente conservada na evolução recente, até mesmo 
entre espécies tão diversas quanto homem e camundongo. 
 
Figura 3. Organização cromossômica do DNA. 
 
 
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Organização dos Cromossomos Humanos 
Os 46 cromossomos das células somáticas humanas constituem 23 
pares. Destes, 2 são semelhantes em ambos os sexos e denominados 
autossomos. O par restante compreende os cromossomos sexuais X no sexo 
feminino e XY no masculino. Os membros de um par (descrito como 
cromossomos homólogos ou apenas homólogos) possuem informações 
genéticas equivalentes; isto é, possuem os mesmos loci gênicos na mesma 
seqüência, mas em qualquer locus específico eles podem ter formas idênticas 
ou um pouco diferentes, quais são denominadas alelos. Um membro de cada 
par dos cromossomos é herdado do pai, o outro da mãe. Normalmente, os 
membros de um par de autossomos são microscopicamente indistinguíveis um 
do outro. Nas mulheres, os cromossomos sexuais, os dois cromossomos X, 
também são indistinguíveis. Nos homens, contudo, os cromossomos sexuaisdiferem. Um é um X, idêntico aos Xs da mulher, herdado de sua mãe por um 
homem transmitido às suas filhas; o outro, o cromossomo Y, é herdado do pai e 
transmitido aos filhos. 
Há dois tipos de divisão celular: mitose e meiose. A mitose é a divisão 
habitual das células somáticas, pela qual o corpo cresce, se diferencia e realiza 
reparos. A divisão mitótica resulta normalmente em duas células-filhas, cada 
uma com cromossomos e genes idênticos aos da célula-mãe. Pode haver dúzias 
ou mesmo centenas de mitoses sucessivas numa linhagem de células 
somáticas. A meiose ocorre somente nas células da linhagem germinativa e 
apenas uma vez numa geração. Resulta na formação de células reprodutivas 
(gametas), cada uma das quais tem apenas 23 cromossomos: um de cada tipo 
de autossomo e um X ou Y. As células somáticas têm o complemento 
cromossômico diplóide ou 2n (isto é, 46 cromossomos), enquanto os gametas 
possuem o complemento haplóide ou n (isto é, 23 cromossomos). As 
anormalidades do número ou estrutura dos cromossomos, que em geral são 
clinicamente significativas, podem surgir nas células somáticas e gametas por 
erros na divisão celular. 
 
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A variação hereditária do genoma é a base da genética humana e 
médica. As formas alternativas de informações genéticas num determinado locus 
denominam-se alelos. Muitos genes possuem apenas uma versão normal, que 
chamamos de alelo do “tipo selvagem”. Outros loci genéticos exibem 
polimorfismo (literalmente, “muitas formas”), o que significa que na população 
existe pelo menos dois alelos normais relativamente comuns no locus. Além do 
alelo ou alelo normais, a maioria dos loci identificados também tem um ou mais 
alelos raros; de fato, muitos loci humanos foram identificados através de um 
distúrbio clinicamente significativo causado alelo mutante raro. 
O genótipo de uma pessoa é a sua constituição genética, seja 
coletivamente em todos os loci ou, mais tipicamente, em um locus isolado. O 
fenótipo é a expressão observável de um genótipo como um caráter morfológico, 
bioquímico ou molecular. Um fenótipo pode ser normal ou anormal num dado 
indivíduo. 
Um caráter monogênico é aquele determinado por um alelo específico 
num único locus em um ambos os membros de um par de cromossomos. O alelo 
variante, que surgiu por mutação em alguma época do passado recente ou 
remoto, e em geral é relativamente raro, substitui um alelo do tipo selvagem 
normal em um ou ambos os cromossomos. Quando uma pessoa tem um par de 
alelos idênticos diz-se que é homozigótica (um homozigoto); quando os alelos 
são diferentes, ela é heterozigótica (um heterozigoto). Esses termos 
(homozigótico, heterozigótico) podem ser aplicados a uma pessoa ou a um 
genótipo. Usa-se o termo mutação em genética com dois sentidos: para indicar 
uma nova alteração genética que não era previamente conhecida numa família 
e, às vezes, meramente para indicar um alelo alternativo. 
 
Organização do Genoma Humano 
O genoma humano, na sua forma diploide consiste em 
aproximadamente 6 a 7 bilhões de pares bases (ou 6 a 7 milhões de quilobases 
[kb]) de DNA organizados linearmente em 23 pares de cromossomos. Pelas 
 
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estimativas atuais, o genoma contém 30.0 a 70.0 genes que controlam todos os 
aspectos da embriogênese, desenvolvimento, crescimento, reprodução e 
metabolismo – essencialmente todos os aspectos do que faz o ser humano um 
organismo funcional. Assim a influência dos genes e da genética nos estados de 
saúde e doença é ampla e suas raízes são as informações codificadas no DNA 
encontrado no genoma humano. Conhecemos o papel de apenas uma pequena 
percentagem do número total de genes. No entanto, o projeto molecular e 
estrutural geral do genoma, de seus cromossomos e de seus genes está sendo 
esclarecido. A análise da organização do genoma humano é uma área de 
considerável entusiasmo na genética humana e médica atual; espera-se que 
muitas (se não todas) informações genéticas no genoma serão num futuro 
próximo identificadas e examinadas a nível molecular como parte do que foi 
denominado Projeto Genoma Humano, um esforço internacional para mapear e 
estabelecer a seqüência de todo o genoma humano. 
Embora a grande maioria dos genes se localize no núcleo, um 
subgrupo pequeno reside no citoplasma, nas mitocôndrias. Os genes 
mitocondriais exibem herança exclusivamente materna. Todas as células 
humanas possuem centenas de mitocôndrias, cada uma contendo várias cópias 
de uma pequena molécula circular, o cromossomo mitocondrial. A molécula de 
DNA mitocondrial mede apenas 16 kb de comprimento (menos de 0,03% do 
comprimento do menor cromossomo nuclear) e codifica 13 genes estruturais-
chave, bem como vários genes de ácido ribonucleico (RNA) estruturais. 
 
Classes de DNA no Genoma Humano 
A organização do DNA no genoma humano é bem mais complexa do 
que se imaginava até pouco tempo atrás. Apenas três quartos de comprimento 
linear total do genoma consistem no denominado DNA singular ou de cópia 
única, isto é, o DNA cuja seqüência de nucleotídeos é representada apenas uma 
vez (ou no máximo algumas vezes) por genoma haplóide. O resto do genoma 
consiste em diversas classes de DNA repetitivo e abrange o DNA cuja seqüência 
 
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de nucleotídeos se repete, seja perfeitamente ou com alguma variação, centenas 
a milhões de vezes no genoma. Embora a maioria dos (mas não todos os) 30.0 
a 70.0 genes estimados no genoma seja representada em DNA de cópia única, 
acredita-se que a fração de DNA repetitivo desempenhe um papel na 
manutenção da estrutura do cromossomo, mas talvez não desempenhe um 
papel essencial. 
 
Sequências de DNA de Cópia Única 
Embora o DNA de cópia única constitua a maior parte do DNA no 
genoma, sua função ainda é um mistério porque as seqüências que codificam 
proteínas (isto é, a porção codificadora dos genes) compreendem apenas uma 
pequena proporção do DNA de cópia única. Longas extensões de seqüências 
de DNA singular (>25kb) são bastante raras no genoma. A maior parte do DNA 
de cópia única encontra-se em extensões curtas (vários kb ou menos), 
entremeadas com diversas famílias de DNA repetitivo. 
 
Famílias de DNA Satélite 
São conhecidas várias categorias diferentes de DNA repetitivo. Uma 
característica distintiva útil é se as seqüências repetidas (“repetições”) estão 
agrupadas em um ou em alguns locais, ou se estão espalhadas por todo o 
genoma, intercaladas com seqüências repetidas agrupadas de cópia única ao 
longo do cromossomo. Estima-se que as seqüências repetidas agrupadas 
constituem 10 a 15% do genoma e consistem em séries de várias repetições 
curtas organizadas em tandem direto. Os diferentes tipos dessas repetições em 
tandem são denominados coletivamente DNAs satélites, assim chamados 
porque muitas das famílias de repetições em tandem originais podem ser 
purificadas do resto do genoma via centrifugação por gradiente de densidade 
como frações “satélites” do DNA. O uso do termo “satélite” está atualmente 
disseminado na genética humana e deve-se ter cuidado para não confundir 
DNAs satélites como os satélites citológicos vistos nos cromossomos 
acrocêntricos. 
 
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As famílias de DNA satélite variam quanto à

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