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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CON TABILIDADE CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AUDITORIA CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL PROF. MARCUS VINÍCIUS VERAS MACHADO, Ph.D Maio de 2007 1 SUMÁRIO 1 - ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 02 2 - ORÇAMENTO PÚBLICO 05 Ciclo Orçamentário 06 Créditos Adicionais 07 3 - RECEITA PÚBLICA 08 Receita Extra-orçamentária 09 Receita Orçamentária 09 4 - DESPESA PÚBLICA 13 Despesa Extra-orçamentária 13 Despesa Orçamentária 13 Despesas de Exercícios Anteriores 24 Adiantamentos 25 Princípios Básicos de Licitações e Contratos 27 5 - PATRIMÔNIO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 36 Substância Patrimonial 36 Contra Substância Patrimonial 38 Avaliação dos Componentes Patrimoniais 39 INVENTÁRIO 40 Levantamento 40 Arrolamento 41 Avaliação 41 Obrigatoriedade do Inventário 41 6-SISTEMAS DE CONTAS NA CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL 43 Sistemas de Contas 43 Regimes Contábeis 44 Planos de Contas 46 SIAFI 49 Programação e Execução Financeira 51 7 - ENCERRAMENTO DO EXERCÍCIO - BALANÇOS 55 Balanço Orçamentário 56 Balanço Financeiro 58 Balanço Patrimonial 59 Demonstração das Variações Patrimoniais 61 8 - A CONTABILIADADES E A LEI DE RESPONSABILIDADE F ISCAL 63 9 - BIBLIOGRAFIA 71 2 1. ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Entende-se por Administração Pública o conjunto que evolve os três poderes da União, Estados e Municípios, norteados pelos princípios constitucionais da MORALIDADE, PUBLICIDADE, LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE e EFICIÊNCIA (Art. 37-CF/88). A Administração Pública tem sua estrutura político administrativa, em qualquer das esferas, ou seja, União, Estados, Municípios e Distrito Federal, composta de órgãos compreendidos como: Administração Direta e Administração Indireta. • Administração Direta - compreende os serviços integrados à Presidência da República e aos Ministérios. • Administração Indireta - compreende os serviços de interesse público deslocados do Estado para uma entidade por ele criada ou autorizada. 1.1. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA A Administração Indireta é formada por pessoas jurídicas de direito público ou privado, que são: �AUTARQUIAS - Serviço autônomo, criado por lei, com personalidade de Direito Público e patrimônio próprio, para executar atividades típicas da Administração Pública que requeiram para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. Executa atividades que necessitam de especialização. Ex.: Universidades. �EMPRESAS PÚBLICAS - Entidade dotada de personalidade jurídica de Direito Privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União (Estado ou Município), criada por lei para a exploração de atividade econômica onde seja necessária a intervenção do Estado. Ex.: Rede Ferroviária Federal, Caixa Econômica Federal, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. �SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA - Entidade dotada de personalidade jurídica de Direito Privado, com patrimônio próprio, criada por lei, para explorar atividade econômica, com participação do poder público e de particulares em seu capital e administração. Tem a 3 forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertencem em sua maioria à União (Estados ou Município). Ex: Petrobrás, Banco do Brasil, Banco do Nordeste. �FUNDAÇÕES - Entidades dotadas de personalidade jurídica de Direito Privado, com patrimônio e recursos próprios, criadas por lei, com escritura pública e estatuto registrado e inscrito no registro Civil das Pessoas Jurídicas, com objetivo geralmente de educação, pesquisa ou assistência social, sem fins lucrativos, cujo funcionamento é amparado pela União (Estados ou Municípios). São supervisionadas pelo Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade. Ex.: Funai, Febem. A Constituição Federal, em seu artigo 37, refere-se à Administração Pública Direta, Indireta ou Fundacional, como se as Fundações não estivessem situadas no âmbito da Administração Indireta. Podem ser criadas entidades que se assemelham às fundações em vários aspectos, mas não integram-se a Administração Pública por não serem criadas por lei nem subordinarem-se à supervisão ministerial. 4 �SERVIÇOS AUTÔNOMOS - Entidades incumbidas da execução de atividades de pesquisa, ensino ou assistência social de caráter industrial, comercial ou agrícola, sem fins lucrativos. Criados por lei, com personalidade jurídica de Direito Privado, patrimônio próprio e administração particular, sujeitas à supervisão ministerial. Ex: SESI, SESC, SENAI, SENAC. Figura 1.1.- Estrutura da Administração Pública ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA INDIRETA PODER LEGISLATIVO PODER EXECUTIVO PODER JUDICIÁRIO • AUTARQUIAS • SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA • EMPRESAS PÚBLICAS • FUNDAÇÕES • Senado Federal • Câmara dos Deputados • Tribunal de Contas da União • Presidência da República • Ministérios • Secretarias • • Supremo Tribunal Federal • Superior Tribunal de Justiça • Tribunais Regionais Federais • Superior Tribunal Militar • Tribunal Superior Eleitoral • Tribunal Superior do Trabalho • Ministério Públ ico 5 2. ORÇAMENTO PÚBLICO Orçamento na Administração Pública é um instrumento de planejamento, que expressa a aplicação dos recursos que se espera arrecadar em programas de Investimentos, Inversões, Custeio e Transferências, de forma a propiciar o melhor nível dinâmico de bem estar à coletividade. Foram introduzidos pela Constituição Federal de 88, outros instrumentos de planejamento e controle, além do Tradicional Orçamento anual: o Plano Plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Recentemente foi introduzido também o Plano Diretor. �PLANO PLURIANUAL - Consiste em um plano de trabalho, em que são estabelecidos os programas a serem desenvolvidos pelo governo para um período de quatro anos. Deverá ser elaborado e enviado ao Congresso até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro de cada mandato presidencial, entrando em vigor no segundo ano, e vigorando até o primeiro ano do mandato do sucessor. Esta defasagem de um ano se faz necessária, numa tentativa de dar continuidade aos projetos em andamento, não concluídos até o término do mandato anterior. Desta forma, cada governo que se inicia trabalha com base no que ficou por concluir, preparando neste período o seu próprio plano de trabalho. �LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS - Estabelece as prioridades da Administração para o exercício, orientando a elaboração da Lei Orçamentária anual. Deverá ser enviado ao Congresso até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro. Não serão admitidas emendas que estejam em desacordo com o plano plurianual. �LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL - Estabelece em termos quantitativos a Receita Prevista para o exercício e a Despesa Fixada, de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Plano Plurianual. É o instrumento da gestão na contabilidade pública. Deverá ser enviada ao Congresso quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro, a fim de permitir que o orçamento possa ser executado a partir do início do exercício subseqüente. �PLANO DIRETOR - A Lei 10.527/2001 (Estatuto das Cidades) Cap.III, art.40, diz que o Plano diretor é o instrumento básico de desenvolvimento e expansão urbana. O PD é parte integrante do processo de planejamento municipal, devendo o PP, LDO e o LOA incorporar 6 as diretrizes nele contidas. O PD regulamenta os instrumentos criados pelo Estatuto dasCidades e indica em que lugares da cidade eles podem e devem ser aplicados. O projeto de Lei Orçamentária compreende o Orçamento fiscal (era o único instrumento submetido ao Congresso), o orçamento de investimento das estatais e o orçamento da seguridade social. Poderá sofrer emendas, desde que estas sejam compatíveis com a Lei de Diretrizes Orçamentárias e com o Plano Plurianual, e que não importem em aumento da despesa prevista, salvo com a respectiva indicação de recursos. 2.1. CICLO ORÇAMENTÁRIO A Lei Orçamentária Anual, obedece a um ciclo que vai desde a sua elaboração até sua execução, atravessando diversas etapas: • Elaboração da proposta Orçamentária - iniciativa do poder executivo (na administração Federal é encargo da SOF - Secretaria de Orçamento Federal), compreendendo os cálculos dos recursos humanos, materiais e financeiros (Despesas) necessários à concretização das metas estabelecidas na Lei de Diretrizes, com a indicação dos meios para atender à execução (Receitas). Após essa etapa encaminha-se a proposta ao Congresso Nacional para discussão. • Discussão - debate em plenário, apresentação de emendas e subseqüente aprovação. • Sanção - aquiescência do titular do poder executivo ao Projeto de Lei aprovado pelo legislativo. • Promulgação /Publicação - o projeto é transformado em Lei e publicado no Diário Oficial. • Execução - concretização durante o exercício daquilo que foi estabelecido na lei orçamentária. • Avaliação - verificação dos objetivos fixados no Orçamento e das modificações ocorridas durante a execução. 7 PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA ENVIADA PELO PODER EXECUTIVO PODER LEGISLATIVO ORÇAMENTO APROVADO JULGAMENTO DAS CONTAS PROGRAMA DE EXECUÇÃO FINANCEIRA INSPEÇÃO E AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DOS PROGRAMAS DO GOVERNO EXECUÇÃO DA RECEITA E DESPESA CONTROLE GERENCIAL DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA Figura 2.1 – Ciclo Orçamentário 2.2. CRÉDITOS ADICIONAIS Constituem créditos adicionais as autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na lei do orçamento. Classificam-se em: • Créditos Suplementares - destinam-se a reforçar a dotação orçamentária que se tornou insuficiente, objetivando corrigir erros de orçamentação. • Créditos Especiais - destinam-se a atender despesas não contempladas na lei orçamentária, objetivando corrigir erros de planejamento. 8 • Créditos Extraordinários - destinam-se ao atendimento de despesas urgentes e imprevisíveis, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública. Os créditos extraordinários serão abertos por Decreto do executivo dando conhecimento ao Legislativo. Os créditos adicionais suplementares e especiais são autorizados por lei e só serão abertos com a indicação da respectiva fonte de recursos, que poderá ser: • Superávit financeiro - apurado em balanço patrimonial do exercício anterior. • Excesso de Arrecadação - saldo positivo, apurado mês a mês, entre a receita prevista e a realizada. • Anulação Total ou Parcial de Dotações Orçamentárias ou de Créditos Adicionais - verificando-se o desinteresse por determinada dotação anula-se transferindo os recursos para o novo crédito, correspondente a uma despesa mais necessária. • Operações de Crédito - destinadas a cobertura de déficit orçamentário. • Reserva de Contingência - dotação global, não especificamente destinada a programa ou unidade orçamentária, cujos recursos serão utilizados para abertura de créditos suplementares. Quanto à vigência, os créditos adicionais terão vigência até o final do exercício. No caso de créditos especiais ou extraordinários abertos nos últimos quatro meses do exercício, terão vigência até o final do exercício subseqüente, no limite de seus saldos. 3. RECEITA PÚBLICA A Administração Pública, para atender às suas necessidades, dispõe de recursos que lhe são entregues pela coletividade. Dentre estes recursos, consideram-se receitas strictu sensu, aquelas que incorporam-se ao patrimônio da entidade, através do orçamento, como componente do resultado da gestão; outras receitas tratam-se de simples ingressos, cuja característica é a possibilidade de restituição futura. Entende-se, portanto, que a Receita Pública subdivide-se em: Receita Orçamentária e Receita extraorçamentária. 9 3.1. RECEITA EXTRAORÇAMENTÁRIA Receita Extraorçamentária é aquela que não consta do orçamento, pois compreende as entradas de dinheiro ou crédito de terceiros de que a Administração Pública é devedora como simples depositária ou como agente passivo da obrigação. Ex: Depósitos de Diversas Origens, Cauções, Fianças, etc. 3.2. RECEITA ORÇAMENTÁRIA Receita Orçamentária é aquela que integra o Orçamento e que a Administração pode dispor como propriedade sua, para custear despesas. As Receitas Orçamentárias podem ser classificadas, sob o ponto de vista legal, por Categorias Econômicas, que se subdividem em Sub-Categorias; por Fontes, Sub-fontes, Rubricas e Sub-rubricas. 3.2.1. CLASSIFICAÇÃO POR CATEGORIAS ECONÔMICAS 3.2.1.1. RECEITAS CORRENTES • RECEITA TRIBUTÁRIA - resultante da cobrança de tributos. Pode ser definida como sendo a receita derivada que o Estado arrecada mediante o emprego de sua soberania, nos termos fixados em lei, sem contraprestação diretamente equivalente, e cujo produto se destina ao custeio das atividades gerais ou específicas que lhe são próprias. • RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES - relativa a contribuições sociais e econômicas, destinadas à manutenção dos programas e serviços de interesse coletivo. • RECEITA PATRIMONIAL, INDUSTRIAL, AGROPECUÁRIA - receitas originárias, que resultam da exploração direta, por parte do Estado, de atividades comerciais, industriais, agropecuárias, e, ainda, das rendas obtidas na aplicação de recursos. • RECEITA DE SERVIÇOS - originária da prestação de serviços por parte do Estado. • TRANSFERÊNCIAS CORRENTES - recursos recebidos de outras entidades de Direito Público ou Privado, destinados ao atendimento de gastos classificáveis como Despesas Correntes. 10 • OUTRAS RECEITAS CORRENTES - originárias de multas e juros de mora, indenizações e restituições, receita da Dívida Ativa e receitas diversas. 3.2.1.2. RECEITAS DE CAPITAL • OPERAÇÕES DE CRÉDITO - recursos provenientes de empréstimos e financiamentos, visando cobrir déficits orçamentários. • ALIENAÇÃO DE BENS - conversão em espécie de bens pertencentes ao patrimônio público. • AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS - Recebimento de valores anteriormente emprestados a entidades de direito Público. • TRANFERÊNCIAS DE CAPITAL - recursos recebidos de outras pessoas de direito Público ou Privado, quando destinados a atender despesas de Capital. • OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL - classificação que enquadra todas as demais receitas de capital não classificáveis nos itens anteriores. A portaria 180 de 21 de maio de 2001, em atendimento ao dispositivo da Lei complementar 101/00 que trata da consolidação das contas públicas, estabelece a classificação detalhada da Receita Orçamentária por natureza. 3.2.2. FASES DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA 3.2.2.1. PREVISÃO OU ESTIMATIVA Expectativa da receita por parte da Fazenda Pública, configurando o que se pretende arrecadar no exercício financeiro, com o objetivo de custear os serviços programados para o mesmo período. A Previsão faz parte do planejamento na elaboração do Orçamento, passando a ser contabilizada após a conversão da proposta em Lei Orçamentária. É influenciada diretamente pelos seguintes fatores: 11 • Oscilação de preços • Crescimento da população • Política tributária • Política fiscal • Programas de combate à sonegação fiscal Com base no Art.12 da LRF a previsão da receitaobservará as normas técnicas e legais considerando: os efeitos das alterações na legislação; a variação do índice de preços; crescimento econômico ou de outro fator relevante; e da metodologia de cálculo e previsões utilizadas. 3.2.2.2. LANÇAMENTO Individualização e relacionamento dos contribuintes, discriminando o valor, a espécie e o vencimento do débito de cada um. O art 142 do Código Tributário Nacional estabelece: “Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação de penalidade cabível”. O art 52 da Lei 4.320/64 complementa: “São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato”. O Lançamento ocorre, portanto, em relação às receitas provenientes da arrecadação de impostos diretos, que são aqueles que recaem sobre a propriedade e a renda, bem como em relação à receita de aluguéis, foros, arrendamentos, bem como de quaisquer outras prestações relativas aos bens, taxas ou proventos decorrentes de direitos preexistentes do Estado contra terceiros. O lançamento pode ser: • Direto - quando sua iniciativa compete ao Fisco. 12 • Indireto, por Homologação ou Auto-lançamento - quando a iniciativa compete exclusivamente ao próprio contribuinte. • Por Declaração - procedido pelo Fisco com base nas declarações prestadas pelo contribuinte. 3.2.2.3. ARRECADAÇÃO Ato pelo qual os agentes arrecadadores recebem os recursos relativos à receita orçamentária. Os agentes arrecadadores podem ser: • Agentes Públicos - tesourarias, coletorias, delegacias, postos fiscais, ou seja, repartições públicas com atribuição legal de arrecadar receitas. • Agentes Privados - rede bancária autorizada. 3.2.2.4. RECOLHIMENTO Entrega do numerário arrecadado pelos agentes à conta do Tesouro, mantida no Banco do Brasil S/A (no caso da Administração Federal). É o momento a partir do qual os recursos passam a estar disponíveis. Figura 3.1 – Fases da Receita Orçamentária RECEITA ORÇAMENTÁRIA RECOLHIMENTO ARRECADAÇÃO LANÇAMENTO PREVISÃO 13 3.2.3. RESÍDUOS ATIVOS Apenas as receitas efetivamente arrecadadas, serão computadas para fins de apuração do resultado do exercício. Existem, porém, os resíduos ativos, que são provenientes dos valores da receita lançada e não arrecadada no exercício e que constituirão receita do exercício em que forem arrecadados. São registrados contabilmente como créditos da Administração Pública e inscritos na Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, constituindo assim a DÍVIDA ATIVA. 4. DESPESA PÚBLICA A despesa pública pode ser definida, sob o aspecto geral, como o conjunto dos dispêndios do Estado, no atendimento dos serviços e encargos assumidos no interesse da população. Têm-se desembolsos que reduzem o patrimônio de forma definitiva, e aqueles que são simples restituições de valores recebidos anteriormente. A despesa pública, portanto, subdivide-se em: Despesa Orçamentária e Despesa Extraorçamentária. 4.1. DESPESA EXTRAORÇAMENTÁRIA Despesa Extraorçamentária é aquela que independe de autorização legislativa para sua realização, constituindo simples desembolso de valores anteriormente recebidos como Receita Extraorçamentária. 4.2. DESPESA ORÇAMENTÁRIA Despesa Orçamentária é aquela que depende de autorização legislativa para sua realização, pois integra o Orçamento. A despesa deverá obedecer, fundamentalmente, a alguns princípios a seguir enumerados: • Utilidade - a despesa deve atender ao custeio dos gastos necessários ao funcionamento dos órgãos da Administração Pública, objetivando o bem estar da coletividade. 14 • Legitimidade - a despesa precisa fundamentar-se no consentimento coletivo expresso através da discussão e aprovação da Lei Orçamentária, e na possibilidade contributiva da população. • Oportunidade - a oportunidade da despesa evidencia-se na sua própria execução, em função de uma necessidade pública e coletiva, bem como em função da situação econômica do momento. (Determinação de prioridades). • Legalidade - a despesa deverá estar de acordo com a legislação vigente. • Economicidade - as atividades devem observar a relação custo X benefício, na aplicação dos recursos públicos. A satisfação simultânea destes princípios deve ser o ideal político administrativo, embora este equilíbrio seja muito difícil. A despesa Orçamentária pode ser classificada, legalmente por função de governo e por categoria Econômica, que por sua vez se desdobra em Sub-Categorias, Elementos de Despesa e Sub-elementos. 4.2.1. CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL PROGRAMÁTICA A portaria nº. 42 de 14.04.99, do então Ministro de Estado do Orçamento e Gestão, alterou o anexo 5 da Lei 4320/64 e revogou a portaria nº. 117 de 12.11.98. De acordo com a portaria mencionada, o número de funções passou de 16 para 28 e cada função possui suas sub-funções típicas. Detalham-se ainda os programas, projetos e atividades, de acordo com cada nível de Governo. As Funções referem-se ao maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público, enquanto a sub-função representa uma partição da função, que visa agregar um determinado subconjunto de despesa. As sub-funções poderão se adotadas com funções diferentes daquelas a que estejam vinculadas (Quadro 4.1). Os programas são instrumentos de organização da ação governamental, visando a concretização dos objetivos pretendidos. Os projetos são instrumentos de programação para alcançar os objetivos de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou aperfeiçoamento da ação do governo. As atividades, embora também sejam instrumentos de programação para alcançar os objetivos de um programa envolvem um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação do governo. 15 Quadro 4.1 – Classificação Funcional Programática da Despesa Pública COD FUNÇÃO COD SUBFUNÇÃO 031 Ação Legislativa 01 Legislativa 032 Controle Externo 061 Ação Judiciária 02 Judiciária 062 Defesa do Interesse Público no Processo Judiciário 091 Defesa da Ordem Jurídica 03 Essencial à Justiça 092 Representação Judicial e Extrajudicial 121 Planejamento e Orçamento 122 Administração Geral 123 Administração Financeira 124 Controle Interno 125 Normatização e Fiscalização 126 Tecnologia da Informação 127 Ordenamento Territorial 128 Formação de Recursos Humanos 129 Administração de Receitas 130 Administração de Concessões 04 Administração 131 Comunicação Social COD FUNÇÃO COD SUBFUNÇÃO 151 Defesa Aérea 152 Defesa Naval 05 Defesa Nacional 153 Defesa Terrestre 181 Policiamento 182 Defesa Civil 06 Segurança Pública 183 Informação e Inteligência 211 Relações Diplomáticas 07 Relações Exteriores 212 Cooperação Internacional 241 Assistência ao Idoso 242 Assistência ao Portador de Deficiência 243 Assistência à Criança e ao Adolescente 08 Assistência Social 244 Assistência Comunitária 271 Previdência Básica 09 Previdência 272 Previdência do Regime Estatutário 16 273 Previdência Complementar 274 Previdência Especial 301 Atenção Básica 302 Assistência Hospitalar e Ambulatorial 303 Suporte Profilático e Terapêutico. 304 Vigilância Sanitária 305 Vigilância Epidemiológica 10 Saúde 306 Alimentação e Nutrição 331 Proteção e Benefícios aoTrabalhador 332 Relações de Trabalho 333 Empregabilidade 11 Trabalho 334 Fomento ao Trabalho 361 Ensino Fundamental 362 Ensino Médio 363 Ensino Profissional 364 Ensino Superior 365 Educação Infantil 366 Educação de Jovens e Adultos 12 Educação 367 Educação Especial COD FUNÇÃO COD SUBFUNÇÃO 391 Patrimônio Histórico, Artístico e Arqueológico 13 Cultura 392 Difusão Cultural 421 Custodia e Reintegração Social 422 Direitos Individuais, Coletivos e Difusos 14 Direitos da Cidadania 423 Assistência aos Povos Indígenas 451 Infra Estrutura Urbana 452 Serviços Urbanos 15 Urbanismo 453 Transportes Coletivos Urbanos 481 Habitação Urbana 16 Habitação 482 Habitação Rural 511 Saneamento Básico Rural 17 Saneamento 512 Saneamento Básico Urbano 541 Preservação e Conservação Ambiental 542 Controle Ambiental 18 Gestão Ambiental 543 Recuperação de Áreas Degradadas 17 544 Recursos Hídricos 545 Metereologia 571 Desenvolvimento Científico 572 Desenvolvimento Tecnológico e Engenharia 19 Ciência e Tecnologia 573 Difusão do Conhecimento Científico e Tecnológico 601 Promoção da Produção Vegetal 602 Promoção da Produção Animal 603 Defesa Sanitária Vegetal 604 Defesa Sanitária Animal 605 Abastecimento 606 Extensão Rural 20 Agricultura 607 Irrigação 631 Reforma Agrária 21 Organização Agrária 632 Colonização 661 Promoção Industrial 662 Produção Industrial 663 Mineração 22 Indústria 664 Propriedade Industrial COD FUNÇÃO COD SUBFUNÇÃO 22 Indústria 665 Normalização e Qualidade 691 Promoção Comercial 692 Comercialização 693 Comércio Exterior 694 Serviços Financeiros 23 Comércio e Serviços 695 Turismo 721 Comunicações Postais 24 Comunicações 722 Telecomunicações 751 Conservação de Energia 752 Energia Elétrica 753 Petróleo 25 Energia 754 Álcool 781 Transporte Aéreo 782 Transporte Rodoviário 26 Transporte 783 Transporte Ferroviário 18 784 Transporte Hidroviário 785 Transportes Especiais 811 Desporto de Rendimento 812 Desporto Comunitário 27 Desporto e Lazer 813 Lazer 841 Refinanciamento da Dívida Interna 842 Refinanciamento da Dívida Externa 843 Serviço da Dívida Interna 844 Serviço da Dívida Externa 845 Transferências 28 Encargos Especiais 846 Outros Encargos Especiais A Figura 4.1 procura ilustrar a classificação Funcional-programática da despesa Orçamentária. FUNÇÕES SUBFUNÇÕES PROGRAMAS PROGRAMAS PROJETOS ATIVIDADES PROJETOS ATIVIDADES • Expansão • Melhoria • Ampliação • Limitação no tempo • Manutenção • Funcionamento • Operação Contínua no tempo Figura 4.1 – Classificação Funcional Programática da Despesa Orçamentária 19 4.2.2. CLASSIFICAÇÃO QUANTO A NATUREZA A classificação da despesa orçamentária quanto à natureza compreende as categorias econômicas, os grupos de natureza da despesa, a modalidade de aplicação e os elementos de despesa. A - CATEGORIAS ECONÔMICAS A classificação por categoria econômica divide a despesa em Despesas Correntes e Despesas de Capital, que determinam o impacto dos gastos públicos sobre o nível de composição do produto nacional. Obedecendo a seguinte codificação: 3 - Despesas Correntes Despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. Dividem-se em Custeio e Transferências Correntes (1,2,2). 4 - Despesas de Capital Despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. Dividem-se em Investimento, Inversões Financeiras e Transferências de Capital (4,5,6). B- GRUPOS DE NATUREZA DA DESPESA A classificação por grupos de natureza da despesa apresenta os principais gastos governamentais, obedecendo a seguinte codificação: 1 - Pessoal e Encargos Sociais Despesas de natureza salarial decorrentes do efetivo exercício de cargo, emprego ou função de confiança no setor público, do pagamento dos proventos de aposentadorias, reformas e pensões, das obrigações trabalhistas de responsabilidade do empregador, incidentes sobre a folha de salários, contribuição a entidades fechadas de previdência, bem como soldo, gratificações e adicionais, previstos na estrutura remuneratória dos militares, e ainda, despesas com o ressarcimento de pessoal requisitado, despesas com a contratação temporária para atender a necessidade de excepcional interesse público, quando se referir à substituição de servidores, e despesas com a substituição de mão-de- obra constantes dos contratos de terceirização quando se tratar de categorias funcionais abrangidas pelo respectivo plano de cargos do quadro de pessoal, exceto nos casos de 20 cargo ou categoria em extinção, em atendimento ao disposto no art. 18, § 1o , da Lei Complementar no 101, de 2000. 2 - Juros e Encargos da Dívida Despesas com o pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações de crédito internas e externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária. 3 - Outras Despesas Correntes Despesas com aquisição de material de consumo, pagamento de diárias, contribuições, subvenções, auxílio-alimentação, auxílio-transporte, despesas com a contratação temporária para atender a necessidade de excepcional interesse público, quando não se referir à substituição de servidores de categorias funcionais abrangidas pelo respectivo plano de cargos do quadro de pessoal, além de outras despesas da categoria econômica "Despesas Correntes" não classificáveis nos demais grupos de natureza de despesa. 4 - Investimentos Despesas com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente. 5 - Inversões Financeiras Despesas com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas. 6 - Amortização da Dívida Despesas com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária. C - MODALIDADES DE APLICAÇÃO A modalidade de aplicação indica se a despesa vai ser realizada diretamente por unidades orçamentárias integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade, ou indiretamente, mediante transferência de recursos financeiros a outro organismo ou entidade não integrante dos referidos orçamentos, obedecendo à seguinte codificação: 20 - Transferências à União Despesas realizadas pelos Estados, Municípios ou pelo Distrito Federal, mediante transferência de recursos financeiros à União, inclusive para suas entidades da administração indireta. 30 - Transferências a Estados e ao Distrito Federal 21 Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União ou dos Municípios aos Estados e ao Distrito Federal, inclusive para suas entidades da administração indireta. 40 - Transferências a Município Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União ou dos Estados aos Municípios, inclusive para suas entidades da administração indireta. 50 - Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades sem fins lucrativos que não tenham vínculo com a administração pública. 60 - Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades com fins lucrativos que não tenham vínculo com a administração pública. 70 - Transferências a Instituições MultigovernamentaisNacionais Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades nacionais, criadas e mantidas por dois ou mais entes da Federação. 80 - Transferências ao Exterior Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a órgãos e entidades governamentais pertencentes a outros países, a organismos internacionais e a fundos instituídos por diversos países, inclusive aqueles que tenham sede ou recebam os recursos no Brasil. 90 - Aplicações Diretas Aplicação direta, pela unidade orçamentária, dos créditos a ela alocados ou oriundos de descentralização de outras entidades integrantes ou não dos Orçamentos Fiscal ou da Seguridade Social, no âmbito da mesma esfera de governo. 99 - A Definir Modalidade de utilização exclusiva do Poder Legislativo, ficando vedada a execução orçamentária enquanto não houver sua definição. D – PRINCIPAIS ELEMENTOS DE DESPESA 01 - Aposentadorias e Reformas 03 - Pensões 04 - Contratação por Tempo Determinado 09 - Salário-Família 11 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil 22 12 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Militar 13 - Obrigações Patronais 14 - Diárias - Civil 15 - Diárias - Militar 16 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Civil 17 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Militar 18 - Auxílio Financeiro a Estudantes 20 - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 21 - Juros sobre a Dívida por Contrato 22 - Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato 30 - Material de Consumo 32 - Material de Distribuição Gratuita 33 - Passagens e Despesas com Locomoção 34 - Outras Despesas de Pessoal decorrentes de Contratos de Terceirização 35 - Serviços de Consultoria 36 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 37 - Locação de Mão-de-Obra 38 - Arrendamento Mercantil 39 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 41 - Contribuições 42 - Auxílios 43 - Subvenções Sociais 46 - Auxílio-Alimentação 49 - Auxílio-Transporte 51 - Obras e Instalações 52 - Equipamentos e Material Permanente 61- Aquisição de Imóveis 67 - Depósitos Compulsórios 71 - Principal da Dívida Contratual Resgatado 72 - Principal da Dívida Mobiliária Resgatado 91 - Sentenças Judiciais 92 - Despesas de Exercícios Anteriores 93 - Indenizações e Restituições 94 - Indenizações e Restituições Trabalhistas 95 - Indenização pela Execução de Trabalhos de Campo 23 96 - Ressarcimento de Despesas de Pessoal Requisitado 99 - A Classificar Elemento transitório que deverá ser utilizado enquanto se aguarda a classificação em elemento específico, vedada a sua utilização na execução orçamentária. O Quadro 4.2. procura relacionar a classificação da despesa. Quadro 4.2 – Classificação da Despesa CLASSIFICAÇÃO SOB O ASPECTO ADMINISTRATIVO LEGAL COMPREENDE CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL INSTITUCIONAL Órgão - Unidade Orçamentária PROGRAMA DE FUNCIONAL PROGRAMÁTICA Função-Programa-Subprograma- Projeto/Atividade TRABALHO NATUREZA Categoria Econômica Grupo de Despesa Modalidade de Aplicação Elemento de Despesa NATUREZA DA DESPESA FONTE DE RECURSOS Origem dos Recursos FONTE DE RECURSOS 4.2.3. FASES DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA 4.2.3.1. FIXAÇÃO Etapa que compreende a estimativa da despesa a ser realizada no exercício. Constitui a conversão da proposta em Lei Orçamentária. 4.2.3.2. EMPENHO Ato emanado da autoridade competente, que cria para a Administração Pública, obrigação de pagamento. O empenho obedecerá o limite da despesa fixada (Art. 58 e Art 60 da Lei 4.320/64). O empenho pode ser: • Ordinário - quando a despesa se processa de uma só vez, pelo seu total. 24 • Por Estimativa - quando trata de despesas para as quais não se pode determinar previamente o montante exato. • Global - quando se tratar de despesas sujeitas a parcelamento, cujo montante exato possa ser determinado. 4.2.3.3. LIQUIDAÇÃO Ato do órgão competente que examina a documentação, tornando líquido e certo o direito do credor contra a Administração Pública (Art 63 da Lei 4.320/64). 4.2.3.4. PAGAMENTO Ato pelo qual a Administração Pública satisfaz o credor e extingue a obrigação. 4.2.4. RESÍDUOS PASSIVOS Todas as despesas empenhadas no exercício, serão computadas no resultado, independente de pagamento. Para tanto, os valores de despesas empenhadas e não pagas dentro do exercício, serão registrados como resíduos passivos, apropriados como despesas do exercício. Este registro será feito à conta de Restos a Pagar. Os Restos a Pagar inscritos no exercício, terão sua vigência limitada ao final do exercício subseqüente ao da inscrição, quando serão automaticamente cancelados, permanecendo, no entanto, o direito do credor por mais cinco anos, a contar da data de inscrição. A LRF em seu Art. 55 determina que no Relatório de Gestão deverá conter a informação da inscrição do Restos a Pagar inscritos até o limite do saldo da disponibilidade de caixa. 4.3. DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES São despesas com dotação específica destina a fazer face aos pagamentos de despesas resultantes de compromissos gerados em exercícios já encerrados. Constituem Despesas de exercícios anteriores as seguintes: • Despesas de exercícios encerrados, consignadas no orçamento, não processadas na época própria, ou seja, aquelas cujo empenho tenha sido considerado insubsistente 25 e anulado no encerramento do exercício, mas que dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação. • Restos a Pagar com prescrição interrompida. • Compromissos decorrentes de obrigação de pagamento criada em virtude de lei e reconhecidos após o encerramento do exercício. 4.4. ADIANTAMENTOS (SUPRIMENTO DE FUNDOS) É a modalidade de pagamento de despesas aplicável em casos excepcionais. Consiste na entrega de numerário a servidor, precedido do respectivo empenho na dotação própria da despesa a realizar. O art 65 da Lei 4.320/64 determina: “O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídas, por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamentos”. O art 68 da Lei 4.320/64 consolida o anterior e estabelece: “O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria, para o fim de realizar despesas que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação”. 4.4.1. CONCESSÃO Para fins de concessão de Suprimento de Fundos, consideram-se de caráter excepcional as seguintes despesas (Dec. 93.872/86): • Despesas em viagens ou serviços especiais que exijam pronto pagamento em espécie (local não servido pela rede bancária); • Despesas de caráter sigiloso. • Despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor não ultrapasse o limite estabelecido em Portaria do Ministro da Fazenda. A fixação do valor do Suprimento de Fundos ficará a cargo do ordenador de despesas, e o numerário será entregue ao servidor mediante ordem bancária, observando-se que não poderá ser concedido suprimento: 26 • a servidor responsável por dois suprimentos; • a servidor responsável pela guarda ou utilização do material a ser adquirido, salvo quando na repartição não houver outro servidor; • a responsável por suprimento que não tenha prestado contas no prazo devido; • a servidor em alcance ou que esteja respondendo a inquérito administrativo.Considera-se em alcance aquele servidor que teve sua prestação de contas impugnada total ou parcialmente pelo respectivo ordenador de despesas. Obs. O Decreto 3.892/2001 autoriza a aquisição de materiais e serviços mediante a utilização do cartão de crédito corporativo. 4.4.2. APLICAÇÃO O valor do suprimento de fundos,bem como seu prazo de aplicação, serão determinados pelo ordenador de despesa, ressaltando-se que esta aplicação não poderá fugir às condições e finalidades previstas no ato de sua concessão. A responsabilidade do suprido ficará devidamente registrada até que ocorra a baixa pela prestação de contas. 4.4.3. COMPROVAÇÃO As despesas realizadas por suprimento de fundos deverão ser comprovadas através de documentos, como: recibos, notas fiscais e outros semelhantes, inclusive comprovação de recolhimento do saldo não utilizado, emitidos em nome do órgão interessado em data igual ou posterior a da entrega do numerário ao suprido, e apresentados a autoridade responsável pela concessão. A citada documentação será remetida ao órgão de contabilidade para devida conferência e registro, caso não ocorra impugnação. Quando a comprovação for impugnada, o órgão registrará a responsabilidade do servidor e formalizará a respectiva tomada de contas por determinação da autoridade ordenadora. Integrarão a prestação de contas do Suprido: 1. Cópia do ato de concessão do suprimento. 2. Primeira via da nota de empenho 3. Extrato da conta bancária se for o caso. 4. Demonstração de despesas e receitas. 5. Notas fiscais, recibos e outros documentos de comprovação de despesas. 6. Comprovante de recolhimento do saldo. 27 4.5 PRINCÍPIOS BÁSICOS DE LICITAÇÕES E CONTRATOS Entende-se por Licitação, o procedimento administrativo que se destina a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração Pública, observados os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, da igualdade, da publicidade e da probidade administrativa, para suas contratações (Lei 8.666/93). Alguns autores consideram a Licitação como uma fase da despesa que precede o empenho. Porém nem todas as Despesas passam pelo processo de licitação pois podem enquadrar-se na Dispensa ou Inexigibilidade. 4.5.1. DEFINIÇÕES Para fins de Licitação considera-se: • OBRA - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta. • SERVIÇO - toda atividade destinada a obter utilidade de interesse para a administração, tais como; demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais. • COMPRA - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente. • ALIENAÇÃO - toda transferência de domínio de bens a terceiros. • OBRAS, SERVIÇOS E COMPRAS DE GRANDE VULTO - aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 vezes o limite estabelecido para a utilização de concorrência. • SEGURO GARANTIA - seguro que garante o fiel cumprimento das obrigações assumidas por empresas em licitações e contratos. • EXECUÇÃO DIRETA - feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos próprios meios. • EXECUÇÃO INDIRETA - contratada com terceiros, sob a modalidade de: Empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou serviço por preço certo e total; Empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra ou serviço por preço certo de unidades determinadas; Tarefa - mão de obra para pequenos trabalhos a preço certo, com ou sem fornecimento de materiais; 28 Empreitada Integral - quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias para o seu funcionamento; • PROJETO BÁSICO - conjunto de elementos necessários e suficientes, para caracterizar a obra ou serviço objeto da licitação, possibilitando a avaliação do custo e a definição de métodos e prazos de execução. • PROJETO EXECUTIVO - conjunto de elementos necessários e suficientes à execução completa da obra. As licitações deverão ser amplamente divulgadas, através de avisos que contenham o resumo dos editais, publicados com antecedência, durante pelo menos 3 (três) dias consecutivos, no Diário Oficial da União ou do Estado, de acordo com a esfera administrativa do órgão interessado, e, em pelo menos um jornal diário de grande circulação. 4.5.2. MODALIDADES DE LICITAÇÃO �CONCORRÊNCIA - modalidade de licitação entre quaisquer interessados que possuam os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para a execução do objeto da licitação. É a modalidade cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, na compra ou alienação de bens imóveis, nas concessões de direito real de uso, bem como nas licitações internacionais. O edital de convocação deverá ser publicado com antecedência de pelo menos 30 (trinta) dias. �TOMADA DE PREÇOS - modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados, anteriormente a abertura das propostas. O edital de convocação deverá ser publicado com antecedência de no mínimo 15 (quinze) dias. �CONVITE - modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao objeto da licitação, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três), pela unidade responsável. O instrumento de convocação deverá ser divulgado com antecedência mínima de 5 (cinco) dias. �CONCURSO - para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes em edital, publicado com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. 29 �LEILÃO - para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, a quaisquer interessados, que oferecerem maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. �PREGÃO - modalidade de licitação utilizada para aquisição de bens e serviços comuns, assim considerados “aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado”. As fases do pregão são: fases preparatória e convocatória, o julgamento, a habilitação, a homologação e a contratação. Tipos de pregão: presencial e eletrônico. 4.5.3. LIMITES PARA LICITAÇÃO As modalidades de licitação de Concorrência, Tomada de Preços e Convite, serão determinadas em função do valor estimado da contratação (ver tabela 1). Nos casos em que couber convite a Administração poderá utilizar Tomada de Preços e, em qualquer caso a Concorrência. É vedado o desdobramento da obra ou serviço, para efeito de enquadramento nas modalidades de licitação, a não ser quando parcelas de natureza específica possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidades diversas. Os valores acima serão automaticamente corrigidos na mesma periodicidade e proporção da variação do índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), publicados os novos valores no Diário Oficial da União. Tabela 1 – Limites de Licitação LICITAÇÃO LIMITES FINALIDADE MODALIDADE VALORES Convite Até R$ 80.000,00 Tomada de Preços De R$ 80.000,01 Até R$ 650.000,00 COMPRAS E SERVIÇOS Concorrência Acima de R$ 650.000,00 Convite Até R$ 150.000,00 Tomada de Preços De R$ 150.000,01 Até R$ 1.500.000,00 OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA Concorrência Acima de R$ 1.500.000,00 30 4.5.4 DISPENSA DE LICITAÇÃO É dispensável a Licitação nos seguintes casos: • Para obras e serviços de engenharia de valor até 5% do limite estabelecido para o Convite, ou seja, R$ 15.000,00 ( art. 24 Inciso I) • Para outros serviços e compras de valor até 5% do limite estabelecido para o Convite, ou seja, R$ 8.000,00 (Art.24 Inciso II) • Nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem. • Nos casos de emergência ou Calamidade Pública, somente para aquisição dos bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para parcelas de obras ou serviços que possam ser concluídosno prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da data da emergência ou calamidade. • Quando não comparecerem interessados á licitação anterior e esta não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração Pública. • Quando a União tiver de intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento. • Quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes. • Quando a operação envolver exclusivamente pessoas jurídicas de Direito Público Interno, exceto se houver empresas privadas ou de economia mista que possam fornecer os mesmos bens ou serviços. • Quando houver possibilidade de comprometer a segurança nacional. • Para compra ou locação de imóveis destinados ao serviço público, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, e que o preço seja compatível com o mercado. • Na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, atendida a ordem de classificação na licitação anterior. • Nas compras eventuais de gêneros alimentícios perecíveis, em centros de abastecimento ou similar, com base no preço do dia. • Na contratação de instituição nacional sem fins lucrativos, incumbida de pesquisa, ensino ou do desenvolvimento institucional, científico ou tecnológico, que detenha inquestionável reputação ético-profissional. 31 • Para aquisição de bens ou serviços por intermédio de organização internacional, desde que o Brasil seja membro e nos termos de acordo específico. • Para aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade. 4.5.5 INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO É inexigível a Licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial nos seguintes casos: • Para aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada à preferência de marcas. • Para contratação de serviços técnicos como: estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; pareceres, perícias e avaliações em geral; assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras; fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; restauração de obras de arte e bens de valor histórico. Deve caracterizar-se a contratação com profissionais ou empresas de notória especialização. • Para contratação de profissional de qualquer setor artístico, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. As dispensas de Licitação que não se enquadrem na base de valor, bem como as inexigibilidades acima mencionadas, deverão ser comunicadas à autoridade superior no prazo máximo de 3 (três) dias para ratificação e publicação na imprensa oficial em 5 (cinco) dias, como condição de validade das mesmas. 4.5.6 HABILITAÇÃO ÀS LICITAÇÕES Para participação em licitações, os interessados deverão apresentar documentação relativa à: • Habilitação Jurídica - trata da identidade, registro comercial ou ato constitutivo do interessado. • Qualificação Técnica - trata da comprovação relativa a aptidão para o desempenho da atividade objeto da licitação, como registro na entidade profissional competente, atestados fornecidos por pessoas jurídicas de Direito Público ou Privado, e outros documentos que se fizerem necessários, de acordo com a complexidade do objeto da licitação. 32 • Qualificação econômico-financeira - trata da comprovação de boa situação financeira do interessado, no que concerne à sua capacidade para atender aos compromissos que terá de assumir, caso seja o vencedor da licitação. Esta comprovação deverá ser feita através dos Balanços Patrimoniais, certidões negativas de falência ou concordata além de cálculos de índices contábeis previstos no edital. • Regularidade Fiscal - trata-se de comprovação de sua regularidade junto à fazenda Federal, Estadual, Municipal e Seguridade Social. Os órgãos da Administração Pública que realizem frequentemente licitações manterão registros cadastrais, que comprovarão a habilitação dos interessados, renováveis no período máximo de um ano. 4.5.7 PROCEDIMENTOS E JULGAMENTO O procedimento da licitação inicia-se com a abertura de processo administrativo, onde constarão: indicação sucinta do seu objeto, autorização para sua realização e os recursos para atender à despesa. Serão anexados oportunamente ao citado processo todos os documentos que se referem a cada uma das etapas da licitação, inclusive recurso porventura apresentado pelos diversos licitantes. Para tratar do andamento do processo será constituída uma comissão permanente ou especial, composta de no mínimo 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados, pertencentes aos quadros permanentes do órgão ou entidade responsável pela licitação. Esta comissão não poderá ter investidura superior a um ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para o período subseqüente. Caberá recurso dos atos decorrentes do processo de licitação em qualquer de suas fases, dirigido à autoridade superior, por intermédio da que praticou o ato recorrido, tendo efeito suspensivo. 4.5.8 FASES DO PROCESSO DE LICITAÇÃO 4.5.8.1 Habilitação Consiste na apresentação da documentação referente à habilitação, em envelope lacrado, a ser aberto em local, data e hora marcada previamente, na presença dos interessados. O licitante que não for considerado habilitado não poderá participar das fases seguintes. 33 4.5.8.2 Abertura das Propostas Os envelopes contendo as propostas dos licitantes habilitados serão abertos em sessão pública e verificada a sua conformidade com o edital, bem como com os preços correntes de mercado. 4.5.8.3 Classificação de Propostas Serão desclassificadas as propostas desconformes ou incompatíveis. 4.5.8.4 Julgamento das propostas As propostas serão avaliadas levando-se em conta as exigências contidas no edital ou convite, não podendo ser utilizado qualquer elemento, critério ou fator de caráter secreto ou sigiloso, bem como não serão consideradas quaisquer vantagens não previstas naqueles documentos. Não serão consideradas propostas com preços simbólicos, irrisórios, ou de valor zero, ainda que o edital ou convite não estabeleça limites mínimos. O julgamento será objetivo, levando em conta os seguintes aspectos: 4.5.9. TIPOS DE LICITAÇÃO 4.5.9.1 Menor Preço Quando o critério de julgamento for o da oferta de menor preço, levando-se em consideração os aspectos citados anteriormente. 4.5.9.2 Melhor Técnica Para serviços de natureza intelectual, em especial na elaboração de projetos básicos ou executivos, cálculos, fiscalização, gerenciamento e estudos técnicos preliminares. 4.5.9.3 Técnica e Preço Serão apresentadas propostas separadas de técnica e preço. Uma vez classificadas as propostas técnicas, serão apreciadas as propostas de preço. 4.5.10 CONTRATOS Os contratos administrativos serão regulados pelos princípios do Direito Público, devendo estabelecer com clareza e precisão, as condições para sua execução, através de cláusulas que definam direitos, obrigações e responsabilidades das partes, de acordo com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam. Quando se tratar de contrato decorrente 34 de dispensa ou inexigibilidade de licitação, deve estar de acordo com o ato que o autorizou e a respectiva proposta. Poderão ser exigidas garantias nas contratações deobras, serviços e compras, que não excederão a 5% do valor do contrato, nas seguintes modalidades: caução em dinheiro, em títulos da dívida pública ou fidejussória; fiança bancária. A garantia será liberada ou restituída após a execução do contrato. A administração Pública tem a prerrogativa legal de modificar ou rescindir unilateralmente os contratos, fiscalizar-lhes a execução e aplicar sanções quando couber. A formalização dos contratos será feita pela Repartição interessada, não produzindo nenhum efeito o contrato verbal. O instrumento do contrato deverá ser publicado na imprensa oficial para ter eficácia, podendo ser substituído por outros instrumentos hábeis como carta- contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço. SERÁ EXIGIDO CONTRATO PARA: Concorrência ou Tomada de Preço - Qualquer Valor Dispensa e Inexigibilidade - Obras acima de R$ 150.000,00 Compras acima de R$ 80.000,00 4.5.11 SANÇÕES 4.5.11.1 Sanções Administrativas Atraso injustificado e inexecução total ou parcial do contrato sujeitarão o contratado às seguintes penalidades: 1. Multa de mora - para os casos de atraso. 2. Multa 3. Suspensão temporária (prazo não superior a dois anos). 4. Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública. 4.5.11.2 Crimes e Penas Constituem crimes: 1. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em Lei acarreta pena de 3 (três) a 5 (cinco) anos de detenção e multa. 35 2. Frustrar ou fraudar o caráter competitivo da licitação, afastar ou tentar afastar licitante sob violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem, acarreta pena de 2 (dois) a 4 (quatro) anos de detenção e multa. 3. Patrocinar interesse privado provocando instauração de licitação ou celebração de contrato que venha a ser invalidado pela justiça, bem como impedir perturbar ou fraudar qualquer ato do procedimento licitatório; dificultar injustamente a inscrição de interessado no cadastro, cancelar ou suspender registro de inscrito; admitir a licitação ou contratar empresa ou profissional declarado inidôneo, acarreta pena de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos de detenção e multa. 4. Quebrar o sigilo de propostas apresentadas, acarreta pena de 2 (dois) a 3 (três) anos de detenção e multa. 5. Fraudar licitação instaurada elevando arbitrariamente os preços; vendendo mercadoria falsificada ou deteriorada; entregando uma mercadoria por outra; alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria fornecida; tornando por qualquer modo mais onerosa a proposta ou a execução do contrato; acarreta pena de 3 (três) a 6 (seis) anos de detenção e multa. 36 5. PATRIMÔNIO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados a uma pessoa física ou jurídica. Na Contabilidade os bens e direitos constituem o ATIVO e as obrigações constituem o PASSIVO. Em relação ao setor público, pode-se dizer que constituem o patrimônio do Estado os bens, valores, créditos e obrigações de conteúdo econômico e avaliáveis em moeda, de sua propriedade, utilizados na consecução de seus objetivos. A Administração pública, em decorrência da execução do orçamento, realiza despesas com a construção ou aquisição de bens que deve administrar e conservar (Bens Públicos) e assume compromissos com terceiros para obtenção de empréstimos internos ou externos, de curto ou de longo prazo (Dívida Pública), ocasionando mutações nos elementos patrimoniais, tanto ativos como passivos. 5.1. SUBSTÂNCIA PATRIMONIAL A Substância Patrimonial é formada pelos bens públicos, que podem ser Financeiros ou Permanentes. Financeiros • Bens numerários • Créditos de Tesouraria Permanentes • Bens de uso • Bens de renda • Créditos de financiamento • Créditos de funcionamento • Bens de consumo 5.1.1. CLASSIFICAÇÃO DOS BENS PATRIMONIAIS Os bens que formam o patrimônio do Estado podem ser classificados sob o aspecto jurídico e contábil. 5.1.1.1. CRITÉRIO JURÍDICO ����Bens de Uso Comum do Povo - destinados ao uso da comunidade, quer individual ou coletivamente. 37 • Naturais - mares, enseadas, rios, praias, lagos, etc. • Artificiais (intervenção do homem) - ruas, praças, avenidas, canais, etc. Características • não permanecem contabilizados após a entrega ao domínio público • não são inventariados ou avaliados • não podem ser alienados • são impenhoráveis e imprescritíveis • seu uso pode ser oneroso ou gratuito • estão excluídos do patrimônio da entidade ����Bens de Uso Especial - destinados à execução dos serviços públicos (Edifícios, terrenos, móveis, materiais, etc.) Características • são contabilizados • são inventariados e avaliados • são alienáveis na forma da lei • estão incluídos no patrimônio da entidade ����Bens Dominiais - constituem o patrimônio disponível, podendo ser utilizados para qualquer fim, ou mesmo alienados se a administração julgar conveniente. Características • estão sujeitos à contabilização • são inventariados e avaliados • podem ser alienados na forma da lei • estão incluídos no patrimônio da instituição • dão e podem produzir renda ���� Bens Móveis - são aqueles suscetíveis de movimento próprio ou remoção por força alheia. ����Bens Imóveis - caracterizam-se por sua imobilidade, compreendendo o solo com sua superfície, o espaço aéreo e o sub-solo, bem como tudo o que for incorporado permanentemente ao solo, de modo que não se possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano. 38 5.1.1.2. CRITÉRIO CONTÁBIL (Possibilitar a escrituração) ���� Bens Imóveis – Prédios ou terrenos de uso civil pela administração pública. ���� Bens de Natureza Industrial – Edifícios de produção para o Estado. ���� Bens de defesa Nacional – Armamentos, quartéis, navios, etc. ���� Bens Científicos ou Artísticos – Bibliotecas, museus, etc. ���� Bens de Natureza Agrícola – Escolas de agronomia, fazendas experimentais, etc. ���� Bens Semoventes – Animais para veículos de tração, estudos, zoológicos, etc. ���� Valores - ações, apólices. debêntures, títulos da dívida pública, títulos de crédito, jóias, moedas, etc ���� Créditos - representados pelos resíduos ativos, bem como pelos saldos devedores por responsabilidades impostas a servidores da entidade por motivo de extravio, danificação, furto ou roubo de valores. Ainda pode ser considerada contábil, a classificação dada pelo Art. 105 e parágrafos da Lei 4.320/64: ����Ativo Financeiro • Dinheiro em cofre • Depósitos bancários • Aplicações financeiras • Devedores diversos ����Ativo Permanente • Valores Móveis e Imóveis • Créditos de Longo prazo • Outros que dependam de autorização legislativa 5.2. CONTRA SUBSTÂNCIA PATRIMONIAL A Contra substância patrimonial é representada pelas dívidas e obrigações da Administração relativas a serviços, contratos ou fornecimentos, cujo pagamento não é realizado no ato, e ainda aos empréstimos contraídos no país ou no exterior. 39 A Lei 4.320/64 dá a seguinte classificação: Financeiro • Restos a Pagar • Serviço da Dívida a Pagar • Depósitos de Diversas Origens • Consignações Débitos de Tesouraria Permanente • Empréstimos a longo prazo 5.3. AVALIAÇÃO DOS COMPONENTES PATRIMONIAIS Os bens que formam o patrimônio devem ser avaliados com a mesma unidade monetária. O patrimônio é constituído pelos seguintes elementos: • Ativo - evidencia a expressão monetária do total dos componentes positivos do patrimônio: bens, créditos e valores. • Passivo - expressão monetária dos componentes negativos do patrimônio: dívidas de curto (flutuante) e longo (fundada) prazos. • Patrimônio Líquido - diferençaentre Ativo e Passivo. Quadro 5.1 – Aspectos do Patrimônio Público. ASPECTOS CONJUNTO DE BENS QUALITATIVO QUANTITATIVO APLICAÇÕES (Substância) Bens Valores Créditos 300 300 400 SOMA 1.000 ORIGENS (Contra-Substância) Dívidas Situação Líquida 350 650 SOMA 1.000 Silva (2002: 251) Os componentes patrimoniais são avaliados de acordo com as seguintes determinações legais: 40 • Débitos e créditos, bem como títulos de renda, pelo valor nominal, feita a conversão, quando em moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data do balanço; • Bens móveis e imóveis, pelo valor de aquisição ou pelo custo de produção ou de construção; • Bens de almoxarifado, pelo preço médio ponderado das compras; Pm = V1 + V2 , Q1 + Q2 Onde, Pm - preço médio V1 - valor monetário das existências antes do lançamento V2 - valor monetário da aquisição ou entrada ocorrida Q1 - quantidade física existente antes do lançamento Q2 - quantidade física adquirida ou incorporada • Valores em espécie, quando em moeda estrangeira, deverão figurar ao lado das importâncias correspondentes em moeda nacional; • variações resultantes da conversão em espécie dos débitos, créditos e valores serão levadas à conta patrimonial; • poderão ser feitas reavaliações dos bens móveis e imóveis. 5.4. INVENTÁRIO Inventário é a relação de todos os elementos ativos e passivos componentes do patrimônio com a indicação de seu respectivo valor. Compreende as seguintes etapas: • levantamento • arrolamento • avaliação 5.4.1. LEVANTAMENTO Compreende a coleta de dados sobre todos os elementos ativos e passivos do patrimônio e é subdividido nas seguintes etapas: • Identificação - verificação das características dos bens, direitos e obrigações. • Grupamento - reunião dos elementos que possuem as mesmas características. • Mensuração - contagem das unidades componentes da massa patrimonial. O levantamento pode ser : • Físico - efetuado diretamente pela identificação e contagem dos componentes patrimoniais. 41 • Contábil - feito pelo apanhado de registros dos elementos patrimoniais. 5.4.2. ARROLAMENTO Registro das características e quantidades obtidas no levantamento. Pode ser: • Sintético - apresenta os componentes de forma resumida. • Analítico - os componentes são apresentados individualmente. 5.4.3. AVALIAÇÃO Avaliação é atribuição de valor monetário ao elemento patrimonial, diante de alguns critérios, que se ajustam à sua natureza, à sua função na massa patrimonial, à sua finalidade. 5.4.4. OBRIGATORIEDADE DO INVENTÁRIO Na administração pública os inventários tem a finalidade de controle e obedecem a determinação legal, devendo o inventário através de verificações físicas ser procedido pelo menos uma vez por ano. O inventário pode ser: • de conferência anual • de transferência de responsabilidade, no caso de término da gestão dos responsáveis. Os bens serão inventariados pelos respectivos valores históricos ou de aquisição, ou pelos valores constantes de inventários já existentes, com indicação da data de aquisição. 5.6. CONTROLE DE BENS PATRIMONIAIS O controle dos bens patrimoniais deverá adotar alguns procedimentos: • atribuir um número de registro para cada bem incorporado, objetivando sua identificação; • emitir fichas individuais de bens patrimoniais ou controle por processamento eletrônico de dados; • registrar todas as transferências de bens, recolhimento para armazenagem, reparação e baixas; 42 • efetuar verificações periódicas nos diversos setores de localização dos bens; • elaborar relações de inventário de bens patrimoniais como comprovantes para o balanço geral. A responsabilidade pelo controle da movimentação física dos bens patrimoniais é do servidor especialmente designado e compreende os seguintes itens: • certificar o recebimento dos bens patrimoniais destinados ao setor; • providenciar a distribuição dos documentos próprios; • manter atualizado o fichário dos bens; • providenciar para que todos os bens estejam devidamente identificados; • providenciar a transferência, o recolhimento e a baixa dos bens localizados no setor. 5.7. CONTROLE DE BENS DE ALMOXARIFADO O almoxarifado deverá proceder o controle físico e financeiro das quantidades e sua compatibilização com àquelas registradas no órgão de contabilidade, a fim de verificar a existência de possíveis divergências. A movimentação dos materiais incorporações ou entradas e baixas ou saídas. São incorporações: (Acréscimos) • aquisições • transferências de outras unidades • doações São baixas: (Decréscimos) • consumo • transferências a outras unidades • extravio,destruição, perecimento • obsolescência , imprestabilidade ou desuso • doações • alienações O inventário dos bens de almoxarifado deverá conter os seguintes elementos: 1. código do material; 2. especificação; 3. unidade de medida; 4. saldo do ano anterior; 5. movimento do exercício; 6. quantidade inventariada; 7. valores: unitário e total; 8.local, data, assinatura e identificação dos responsáveis; 9. visto do titular da unidade orçamentária. Obs. Este capítulo é um resumo dos capítulos 11 e 12 do Livro “Contabilidade Governamental” de Silva, Lino Martins da , 5a Edição, São Paulo: Atlas, 2002. 43 6. SISTEMAS DE CONTAS NA CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL A Contabilidade aplicada ao setor público, nada mais é que uma das diversas especializações da contabilidade geral, que obedece aos princípios e doutrinas, observados por todos os ramos da contabilidade. Como uma especialização, a contabilidade pública tem um tratamento diferenciado, com relação à legislação e ao seu campo de aplicação. Dentro da estrutura demonstrada anteriormente, utilizam obrigatoriamente esta especialização da contabilidade, os órgão da administração Direta e as Autarquias, podendo ser facultativamente adotada por outros órgãos mantidos ou supervisionados pelo poder público, para fins de controle. Regem-se pelas Leis 4.320/64, que é o diploma legal básico aplicável, e Lei Complementar 101/200 (LRF), adotando-se algumas alterações introduzidas pela Constituição Federal de 1988. Entidades da administração indireta, como empresas públicas, sociedades de economia mista, e outras, adotam a contabilidade Empresarial, Bancária, etc., de acordo com o seu ramo de atividade. São regidas pela Lei 6.404/76, embora para fins de administração, obedeçam às determinações da Lei 4.320/64, Lei 8.112/90, Lei 8.666/93 e demais normativos e instruções. A principal função da contabilidade é o controle, bem como a utilização de dados por ela fornecidos, para fins de planejamento e análise no âmbito da administração das entidades, para fins gerenciais. Outra função de grande relevância é a informação, tanto para o administrador público, quanto para aqueles com quem a entidade transaciona, como para a sociedade em geral. A Contabilidade pública segue normas legais rígidas, como é peculiar em todo setor público: só é permitido fazer aquilo que está expressamente autorizado pela legislação. Todos os fatos decorrentes da gestão são registrados em contas agrupadas em SISTEMAS, de modo a facilitar o controle e a análise da situação do patrimônio e as alterações nele ocorridas, determinadas ou não, pela execução do orçamento. 6.1. SISTEMAS DE CONTAS Entende-se por sistemas de contas, os conjuntos de contas com finalidades específicas, que se projetam paralelamente durante a gestão. Na contabilidade Pública, as contas estão agrupadas em quatro sistemas distintos, com função e objetivos próprios. 44 6.1.1. SISTEMA ORÇAMENTÁRIO Destina-se ao registro de fatos relativos ao Orçamento, sua movimentação e realização em todasas fases, demonstrando o montante dos créditos vigentes, a despesa empenhada e a despesa realizada contra tais créditos, bem como os saldos disponíveis; a previsão da receita e sua realização, de acordo com as especificações constantes da Lei de Orçamento (Art.90/91 da Lei 4.320/64). 6.1.2. SISTEMA FINANCEIRO Destina-se ao registro dos fatos decorrentes da execução do Orçamento, ou não, que envolvam movimentação, utilização, ou transformação de valores financeiros, monetários e creditícios (Art 93 da Lei 4.320/64). 6.1.3. SISTEMA PATRIMONIAL Destina-se ao registro dos bens de caráter permanente, créditos e obrigações de longo prazo; dos fatos de que resulte reflexo no patrimônio da administração pública, pela variação positiva ou negativa, e, ainda, ante a permutação de seus componentes (Art 94 da Lei 4.320). 6.1.4. SISTEMA DE COMPENSAÇÃO Destina-se a registrar as responsabilidades entre a Administração Pública e seus agentes ou terceiros, por valores, bens, obrigações e situações não compreendidas nos sistemas Financeiro ou Patrimonial. 6.2. REGIMES CONTÁBEIS Regime contábil define-se como uma sistematização para a escrituração contábil. Pressupõe-se, portanto, que tenham sido considerados úteis pelo consenso profissional, de tal modo que seu uso incluí-se dentre os princípios fundamentais de contabilidade. A Lei 4.320/64, refere-se ao exercício financeiro a ser obedecido pela Administração Pública, como sendo o período durante o qual se exercem todas as atividades relativas à 45 execução do orçamento. De acordo com a legislação o exercício financeiro corresponde ao ano civil. O registro dos fatos contábeis de um exercício financeiro, especificamente no que se relaciona às Receitas e Despesas, pode ser efetuado pelo regime de gestão anual, também denominado regime financeiro, comumente conhecido como regime de caixa, e ainda pelo regime de competência, adotado universalmente pela contabilidade. 6.2.1. REGIME DE CAIXA É aquele am que a Receita é reconhecida no período em que é efetivamente recebida e a despesa no período em que é paga. Portanto, o Regime de Caixa é o que considera receita e despesa do exercício tudo o que se receber ou se pagar durante o exercício, ainda que se tratem de receitas ou despesas referentes a exercícios anteriores ou futuros. As receitas e despesas que apesar de pertencerem àquele exercício, não tiverem sido arrecadadas ou pagas por ocasião de seu encerramento, serão transferidas para o exercício seguinte. Não existe a preocupação com a apuração de resíduos Ativos ou Passivos. 6.2.2. REGIME DE COMPETÊNCIA É aquele em que as receitas e despesas são atribuídas aos exercícios, de acordo com a sua real incorrência, isto é, de acordo com a data do fato gerador independentemente da sua realização em moeda. Deste modo, no encerramento do exercício as receitas pertencentes ao mesmo, serão apropriadas, independentemente de sua efetiva arrecadação, constituindo-se assim os resíduos ativos. Da mesma forma, a despesa não paga é apropriada à despesa do exercício, constituindo-se assim os resíduos passivos. 6.2.3. REGIME MISTO Constitui-se uma junção dos dois regimes anteriormente citados. O Artigo 35 da Lei 4.320/64, em seus incisos I e II, diz o seguinte: “Pertencem ao exercício financeiro: I - As receitas nele arrecadadas II - As despesas nele legalmente empenhadas.” 46 Pela análise destes incisos, pode-se concluir que no Brasil a Administração Pública adota o Regime Contábil Misto, ou seja, o Regime de Caixa para a receita e o Regime de Competência para a despesa. Trata-se de um conservadorismo que prejudica um melhor controle da situação patrimonial da entidade. 6.3. PLANOS DE CONTAS A atividade contábil será executada sob a orientação de um plano de contas estruturado de forma a atender às exigências legais e da Administração, visando organização e controle. Plano de Contas é o conjunto de títulos previamente definidos, representativos de um estado patrimonial e de suas variações, organizados e codificados com o propósito de sistematizar e uniformizar o registro contábil dos fatos de uma gestão, e de permitir a qualquer momento, com precisão e clareza, a obtenção de dados relativos ao patrimônio envolvido. O Plano de Contas, tendo em vista o seu propósito, deve permitir: • O acompanhamento da execução orçamentária através de um sistema próprio. • A identificação, classificação e o registro contábil, dos fatos decorrentes da gestão, de maneira padronizada, uniforme e sistematizada. • O conhecimento da composição patrimonial. • O levantamento dos demonstrativos contábeis. • A análise e interpretação dos resultados econômicos e financeiros. • A individualização de devedores e credores com a especificação necessária ao controle contábil do direito ou obrigação. • O controle contábil dos direitos e obrigações oriundos de ajustes ou contratos de interesse da gestão. Os órgãos da Administração Direta e as Autarquias Federais estão sujeitas à padronização estabelecida pelo PLANO DE CONTAS ÚNICO PARA OS ÓRGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA, que poderá ser alterado por iniciativa da Secretaria do Tesouro Nacional. 47 6.3.1. ESTRUTURA DO PLANO DE CONTAS O plano de contas compreende sete níveis de desdobramento classificados e codificados de acordo com a seguinte estrutura: x x x x x xx xx xx 1º. Nível - CLASSE 2º. Nível - GRUPO 3º. Nível - SUB-GRUPO 4º. Nível - ELEMENTO 5º. Nível - SUB-ELEMENTO 6º. Nível - ÍTEM 7º. Nível- SUB-ÍTEM CONTA CORRENTE 6.3.2.CLASSE Representa a agregação máxima das contas. • ATIVO - inclui as contas representativas dos Bens e Direitos demonstrando a aplicação dos recursos. • PASSIVO - compreende as contas relativas às obrigações, evidenciando a origem dos recursos aplicados no ativo. • DESPESA - inclui as contas representativas dos recursos despendidos na gestão, a serem computados na apuração do resultado. • RECEITA - inclui as contas representativas dos recursos auferidos na gestão, a serem computados na apuração do resultado. • RESULTADO DIMINUTIVO DO EXERCÍCIO - inclui as contas representativas das variações negativas da situação líquida do patrimônio e da apuração do resultado respectivo. • RESULTADO AUMENTATIVO DO EXERCÍCIO - inclui as contas representativas das variações positivas da situação líquida do patrimônio e da apuração do resultado respectivo. 48 6.3.3. GRUPO Subdivisões das classes �ATIVO (Classe) • ATIVO CIRCULANTE - compreende as disponibilidades de numerário, bem como outros bens e direitos pendentes ou em circulação, realizáveis dentro de um exercício. • ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO - representa os direitos realizáveis cujo vencimento ultrapassa um exercício. • ATIVO PERMANENTE - representa os investimentos em caráter permanente, as imobilizações, bem como despesas diferidas que contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício. • ATIVO COMPENSADO - compreende contas com função precípua de controle, relacionadas à situações que possam, direta ou indiretamente, vir a afetar o patrimônio. �PASSIVO (Classe) • PASSIVO CIRCULANTE - compreende as obrigações pendentes ou em circulação, cujo vencimento ocorre em um exercício. • PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO - representa as obrigações exigíveis cujo vencimento ultrapassa um exercício. • RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS - compreende as contas representativas de receitas de exercícios futuros, deduzidas dos custos e despesas correspondentes ou contrapostos a tais receitas. • PATRIMÔNIO LÍQUIDO - representa o capital, as reservas e os resultados acumulados. • PASSIVO COMPENSADO - compreende contas