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VI - 1 Capítulo 66 Modelagem de Carga 1. OBJETIVO Este capítulo tem por objetivo apresentar a modelagem da carga de um sistema elétrico a ser empregada em estudos de regime permanente (fluxo de carga) e de curto circuito em sistemas elétricos. O principal aspecto a ser considerado na modelagem de carga é a difi- culdade de se representá-la pois ela está sempre variando, ao longo do se- gundo, minuto, hora, mês ... Em estudos de fluxo de potência a modelagem da carga com a tensão tem importância significativa, daí a necessidade de um modelo mais rigoroso nesses estudos, enquanto que nos estudos de curto circuito uma modelagem precisa da carga não é tão importante, pois a correntes de carga são relativa- mente pequenas em relação as correntes de curto. Nos estudos de curto cir- cuito é essencial um modelo de carga que simplifique os cálculos. Embora neste capítulo seja discutida a variação da carga de um dado barramento tanto com a tensão quanto com a freqüência, será dada especial ênfase a modelagem da carga com a tensão, devido a significativa importância desta modelagem em estudos de fluxo de potência. 2. INTRODUÇÃO Conceitua-se carga como sendo a potência ativa e reativa absorvida por um conjunto de componentes de um sistema elétrico. A carga consiste portanto das potências ativas e reativas consumidas por motores, fornos, lâm- padas, eletrodomésticos, equipamentos eletrônicos ... Preliminarmente, é im- Capítulo 6 Modelagem da Carga VI - 2 portante destacar que desde as primeiras disciplinas do curso de engenharia elétrica, quando se discute uma carga, sempre se faz referência a uma impe- dância constante, contudo, nos sistemas elétricos típicos este modelo é impre- ciso, pois quando a tensão na carga varia num sistema elétrico, os motores elétricos absorvem mais corrente de forma a que as potências ativas e reativas variem muito pouco. Tipicamente num sistema elétrico a carga, entendida com a potência ativa e reativa fornecida de um dado barramento, é equilibrada, usualmente consome reativo e varia com o módulo da tensão e a freqüência elétrica. Por- tanto, a potência ativa consumida a partir de um dado barramento é expressa como: ),( fVPP LL = e a potência reativa como: ),( fVQQ LL = , e suas varia- ções matematicamente são expressas por: f f P V V P P LL L ∆ ∂ ∂ +∆ ∂ ∂ =∂ [1] f f Q V V Q Q LL L ∆ ∂ ∂ +∆ ∂ ∂ =∂ [2] Nas equações [1] e [2] as derivadas parciais não são facilmente obti- das, contudo é importante destacar que as variações na freqüência elétrica afetam muito mais significativamente a potência ativa consumida pela carga enquanto que as variações no módulo da tensão de potência reativa afetam muito mais significativamente a potência reativa consumida pela carga. Como foi descrito no Capítulo 4, a carga é usualmente representada através de um gráfico que registra as variações obtidas pela carga ao longo do tempo, denominado curva de carga. A composição da carga de um sistema elétrico é afetada de forma si- gnificativa pela economia da região, sazonalidade, cultura, costumes e pela segmentação dos consumidores (industriais, comerciais e residenciais) na car- ga total. Por exemplo nos consumidores industriais existe uma porcentagem Capítulo 6 Modelagem da Carga VI - 3 elevada de motores de indução, enquanto nos consumidores residenciais pre- dominam as cargas de aquecimento e de iluminação. 3. CONCEITOS BÁSICOS As quantidades utilizadas na medida da carga são definidas da se- guinte forma : • Demanda máxima : refere-se ao valor médio da carga durante o in- tervalo de tempo de 15 minutos em que a demanda é máxima. • Fator de carga : é a relação entre as unidades de eletricidade forne- cidas pelos geradores num determinado intervalo de tempo e o pro- duto da demanda máxima, nesse período, pelo número de horas do período, ou seja, é a relação entre a demanda média e a máxima num determinado intervalo de tempo. Se o fator de carga for unitário significa que todas as unidades geradoras estão sendo utilizadas a plena carga durante o período. Seu valor varia com a natureza da carga. • Fator de diversidade : é a relação entre a soma das demandas má- ximas individuais dos consumidores e a demanda máxima do siste- ma. Este fator mede a diversidade da carga e diz respeito à capaci- dade de geração e transmissão instalada. No caso da demanda má- xima de todos os consumidores ocorrer simultaneamente, isto é, fa- tor de diversidade unitário, deverão ser instalados muitos outros ge- radores. Este fator é muito maior que a unidade principalmente para consumidores residenciais. 4. ENSAIOS Devido as dificuldades em se obter um modelo mais acurado da variação da carga com a tensão e com a freqüência nos anos 70, muitos ensaios foram realizados com este fim. Estes ensaios realizados nos barramentos de carga das subestações, consistiam de por meios diversos variar a tensão e a fre- Capítulo 6 Modelagem da Carga VI - 4 qüência no barramento e registrar os valores de tensão, potência ativa e reati- va total solicitada do barramento. É importante destacar que para os modelos adotados em estudos de fluxo de carga, os ensaios devem registrar variações lentas de tensão, porque variações súbitas, introduzem transitórios de curta duração de difícil interpretação. Os meios usualmente empregados para variar a tensão nos barra- mentos das subestações, são: • Mudanças nas derivações(tapes) de transformadores reguladores em carga; • Variações na excitação de Compensadores Síncronos; • Súbita inserção ou remoção de bancos de capacitores e reatores; • Súbita transferência de carga de transformadores para outros ligados em paralelo; • Desenergização de linhas ligadas em vazio ou em carga leve; • Realização de curto circuito nas linhas, Na Figura 1 apresentamos o diagrama unifilar de um desses ensaios reali- zado no barramento de uma subestação em 13,8 kV descrito na referência [2], onde as variações lentas de tensão, foram simuladas pela inserção e remoção de bancos capacitores. As medições foram feitas, utilizando instrumentos como : transformadores de corrente e tensão, oscilógrafos, amperímetros, vol- tímetros e wattímetros. MEDIÇÕES 13,8 kV 69 kV Transformador Capacitores Alimentadores Figura 1 - Diagrama unifilar de ensaio para modelagem da carga Capítulo 6 Modelagem da Carga VI - 5 A partir dos conjuntos de pontos ( IVI, PL, QL) levantados nesses en- saios, diferentes técnicas de ajustamento de curva ou regressão eram utiliza- das para obter funções que melhor retratavam o conjunto de pontos obtidos no ensaio. Dentre as técnicas de regressão no sentido de achar as funções potên- cia ativa e reativa da carga em função do módulo da tensão, que melhor des- crevessem matematicamente aqueles conjuntos de pontos destacou-se a re- gressão polinomial. Na regressão polinomial, os conjuntos de pontos ( ) iP, Vi L e ( ) iQ, Vi L são ajustados pelas seguintes equações: )...( 2 2100 n nL VaVaVaaPP ++++= [3] )...( 2 2100 n nL VbVbVbbQQ ++++= [4] onde os coeficientes são tais que: 1 1 =∑ = n i ia e 1 1 =∑ = n i ib Os coeficientes a e b das equações [3] e [4] eram determinados empre- gando o Método do Mínimos Quadrados. Neste método, estes coeficientes são determinados de forma a minimizar a soma dos quadrados dos desvios. En- tende-se desvio, como sendo a diferença entre o valor de potência obtido no ensaio e o valor calculado de potência através das equações [3] e [4], para uma mesma tensão na barra. Nos casos em que a regressão polinomial foi empregada para modela- gem de carga em sistemas elétricos, verificou-se que os coeficientes dos ter- mos de grau superior a três eram muito pequenos, quando comparados com os demais coeficientes, de forma que eles passaram a ser usualmente despreza-dos, isto é: Capítulo 6 Modelagem da Carga VI - 6 )( 2 2100 VaVaaPPL ++≅ [5] )( 2 2100 VbVbbQQL ++≅ [6] Os termos a0 e b0 são conhecidos como percentuais de potência constante do modelo da carga, a1 e b1 como os percentuais de corrente cons- tante e a2 e b2 como os percentuais de impedância constante. Exemplo 1: No barramento de 13,8 kV da subestação apresentada na Figura 1 , foram conectados e desconectados os bancos capacitores no intuito de obter o mo- delo da carga deste barramento. A tabela apresenta os valores obtidos neste ensaio. Obtenha o modelo para a potência ativa fornecida desta barra em fun- ção da tensão admitindo uma regressão quadrática. Tabela 1 - Resultados de Ensaio Tensão na barra (pu) Potência Ativa (pu) Potência Reativa (pu) 0.90 0.77 0,.69 0.95 0.83 0.74 1.00 0.86 0.78 1.05 0.91 0.84 1.10 0.95 0.91 Solução: A regressão quadrática consiste em determinar a0, b0, a1, b1, a2 e b2 das equa- ções [5] e [6] . Os valores de P0 e Q0 são obtidos diretamente da Tabela 1, pois correspondem aos valores de potência ativa e reativa fornecida ao barra- mento quando a tensão neste é a nominal, 86.00 =P e 78.00 =Q Os desvios calculados para cada ponto são: Capítulo 6 Modelagem da Carga VI - 7 )210.110.1.(86.095.0 )205.105.1.(86.091.0 ).(86.086.0 )295.095.0.(86.083.0 )290.090.0.(86.077.0 .2.105 .2.104 2103 .2.102 .2.101 aaaD aaaD aaaD aaaD aaaD ++−= ++−= ++−= ++−= ++−= Empregar o método dos mínimos quadrados, consiste em resolver as seguin- tes equações, para determinar a0, a1, a2: =−+−+−+−+−= ∂ ∂ =−+−+−+−+−= ∂ ∂ =−+−+−+−+−= ∂ ∂ ∑ ∑ ∑ = = = 004.1.2948.0.286.0.2776.0.2697.0.2 0946.0.2903.0.286.0.2817.0.2774.0.2 086.0.286.0.286.0.286.0.286.0.2 54321 2 5 1 2 54321 1 5 1 2 54321 0 5 1 2 DDDDD a Di DDDDD a Di DDDDD a Di i i i Resolvendo este sistema de equações obtemos a0 = 0.34, a1 = 0.19, a2 = 0.47. Uma vez realizado um teste para uma dada subestação cuja composi- ção de carga é bem conhecida, pode-se extrapolar os resultados para outras subestações, mesmo que tenham composições de carga diferentes, através de uma manipulação matemática conveniente. Para aplicação deste método, ad- mite-se, porém, que a curva de carga para cada categoria (residencial, indus- trial ou comercial) seja a mesma e que se conhece o consumo KWh por cate- goria, da área servida pela subestação. É importante ressaltar que medições de carga podem ser afetados por di- versos fatores : • Variação da composição da carga ao longo do dia; • Variação da composição da carga ao longo para dias da semana; Capítulo 6 Modelagem da Carga VI - 8 • Variação da composição da carga ao longo para os meses do ano; • Desligamento de consumidores industriais por atuação da prote- ção de subtensão nos mesmos; • Manutenções tanto no sistema elétrico da concessionária como no do consumidor; • Corte de carga em alimentadores; • Injeção de blocos de reativo para variação de tensão. A realização desses ensaios durante os anos 70, viabilizaram a obten- ção de modelos de carga mais precisos, contudo nos tempos atuais é intolerá- vel a realização desses ensaios, pois eles afetam a qualidade do fornecimento de energia elétrica das concessionárias, pertubam processos industriais, po- dem provocam mau funcionamento de equipamentos e dispositivos. Em grande parte dos processos industriais variações de tensão podem significar não conformidades no produto fabricado acarretando prejuízos, prejudicando assim a qualidade do fornecimento de energia, provocando perdas e danos ao con- sumidor. 5. MODELO QUADRÁTICO Consiste em modelar a variação da carga do barramento de uma su- bestação com a tensão, pelas seguintes equações: )( 2 2100 VaVaaPPL ++= [7] )( 2 2100 VbVbbQQL ++= [8] onde: V é o módulo da tensão no barramento, P0 e Q0 são respectivamente as potências ativas e reativas fornecida ao barramento quando ele está ope- rando na tensão nominal 1,0 pu, e os coeficientes a0, a1, a2, b0, b1 e b2 são os percentuais de potência. Capítulo 6 Modelagem da Carga VI - 9 Utilizando esta modelagem para a carga, diz-se que uma carga é do tipo potência constante quando a0 = 1.0 e a1 = a2 = 0, a carga que mais se as- semelha a um comportamento deste é um motor de indução operando a plena carga acionando uma carga com conjugado constante. Quando a tensão cai nos terminais de um motor indução a plena carga ele absorve mais corrente da rede para que a potência mecânica a carga permaneça constante. Este com- portamento dos motores de indução podem ser entendido a partir do circuito equivalente apresentado na figura. Neste circuito a resistência de armadura é desprezada e as perdas de magnetização atrito e ventilação são adicionadas a carga. Figura 2 - Circuito equivalente aproximado do motor de indução Assumindo a potência mecânica da carga constante, podemos escre- ver que: 2. 2 2 ..3 I s r PP LMEC == [9] 2 221 2 )..(3 .3 IXX X V Q M L ++= [10] A partir do circuito equivalente do motor de indução mostrado na Figura 2 podemos obter a expressão da corrente de rotor I2 : 2 2 2 2 X s r V I + = [11] Capítulo 6 Modelagem da Carga VI - 10 Substituindo a equação [11] na equação [9], obtém-se: 2 2 2 2 ).( ...3 2 Xsr srV PL + = [12] As curvas P-V ( linhas pontilhadas )e Q-V ( linhas cheias ) para o mo- tor de indução, obtidas a partir das equações [10] e [12] são mostradas na Figura 3. Figura 3 - Curvas P-V e Q-V para um motor de indução É importante destacar que quando a tensão varia nos terminais do motor de indução, o torque varia com o quadrado da tensão, portanto acionan- Capítulo 6 Modelagem da Carga VI - 11 do uma carga que exige potência mecânica constante no seu eixo, se atensão é reduzida, o motor perde velocidade. A Figura 4 mostra um conjunto de curvas torque escorregamento para diferentes valores de tensão terminal de um motor de indução que aciona uma carga que exige potência mecânica constante no seu eixo. Nesta curva pode- se visualizar que existe um valor limite de afundamento de tensão que faz com que o motor ainda acione a carga. Figura 4 - Curvas torque-escorregamento Nos motores síncronos a potência ativa pode ser assumida pratica- mente constante com a tensão e para uma corrente de excitação constante, quando a tensão cai nos terminais do motor, a potência reativa cedida au- menta como pode ser visto na Figura 5. Figura 5 - Curvas P-V e Q-V de um motor síncrono Capítulo 6 Modelagem da Carga VI - 12 Uma carga é dita do tipo corrente constante quando a1 = 1.0 e a0 = a2 = 0, os equipamentos que mais se assemelham a um comportamento deste são os conversores e equipamentos eletrônicos como o vídeo e a televisão. No grupo de cargas que podem ser modeladas, dentro de boa preci- são, como impedância constante estão as cargas de iluminação e aquecimen- to. As lâmpadas incandescentes são cargas que podem ser aproximadas pelas seguintes equações 2 .0 VPPL = e 0=LQ , a referencia [3] ainda comenta que quando se quer considerar à variação da resistência do filamento com a tem- peratura, a representação mais precisa seria 6,1 0.VPPL = e 0=LQ . As lâmpadas de descarga em meio gasoso que possuem fator de po- tência entre 0,6 e 0,8 são modeladas pelas seguintes equações: 2 .0 VPPL = e 2 0.VQQL = . Exemplo 2: A carga medida na tensão de 13.8 kV num barramento de uma subestação é de (4 + j.3.6), obtenha as potências ativas e reativas fornecidas neste barra- mento quandoa tensão é de 14.2 kV. A carga neste barramento pode ser mo- delada tanto para a potência ativa como para a reativa com 40% de potência constante, 25% corrente constante e 35% de impedância constante. Solução: Admitindo SBASE = 5 MVA e VBASE = 13,8 kV : pu 0.72 5 6.3 Q e pu 0.8 5 4 00 ====P A tensão no qual se quer determinar a carga do barramento é: pu 1.028 8.13 2.14 1 ==V No enunciado são dados: a0 = b0 = 0.4, a1 = b1= 0.25 e a2 = b2 = 0.35, logo: ( ) ( ) pu 0,739028,1.35.0028,1.25,04,0.72,0)028,1( pu 0,821028,1.35.0028,1.25,04,0.8,0)028,1( 2 2 =++= =++= L L Q P Capítulo 6 Modelagem da Carga VI - 13 6. MODELAGEM EXPONENCIAL Em estudos envolvendo cargas especiais é também utilizado para a modelagem da carga o modelo exponencial, neste modelo a potência comple- xa fornecida a um barramento numa tensão V1 é expressa na seguinte forma geral: n NOM NOM V V SS = 1.1 [13] 7. MODELAGEM IMPEDÂNCIA CONSTANTE Em estudos de curto circuito, onde as correntes de carga são muito pequenas quando comparadas com as correntes de curto, e em análises onde a precisão na modelagem de carga não é tão necessária, o modelo mais ade- quado do ponto de vista de simplificação dos cálculos é o da impedância constante. Nesta modelagem, uma carga PL + j.QL num dada tensão V1 é repre- sentada por um dos circuitos mostrados na Figura 6. RL jX L L GjB L Figura 6 - Modelo da carga impedância constante Adotando o modelo impedância constante e escolhendo um dos cir- cuitos mostrados na Figura 6, quando são conhecidas as potências ativa (P0) e Capítulo 6 Modelagem da Carga VI - 14 reativa (Q0) supridas num dado barramento operando na tensão V1, os parâ- metros podem ser obtidos a partir das seguintes equações: 2 0 0 I P RL = [14] 2 0 0 I Q XL = [15] 2 1 0 V P GL = [16] 2 1 0 V Q BL = [17] 8. MODELAGEM DA CARGA EM ESTUDOS DE FLUXO DE PO- TÊNCIA Os estudos de fluxo de potência consistem em se determinar o estado de operação de um sistema elétrico para uma dada condição de carga. Eles são estudos imprescindíveis nas fases de planejamento e operação dos siste- mas elétricos. Num estudo de fluxo de carga ou 'load flow' são determinadas todas as tensões nas diferentes barras de um sistema elétrico e os respectivos fluxos de potência ativa e reativa nos diferentes circuitos de um sistema elétri- co numa dada condição de carga. Nesses os valores das cargas e as respectivas modelagens podem conduzir a significativas diferenças nos resultados obtidos. Na realização des- ses estudos, é importante conhecer o ciclo diário de carga de um dia útil e de final de semana e feriado para que se possa avaliar o momento mais adequa- do para, por exemplo, para decidir a inserção ou não de um banco de capaci- tores e / ou reatores. Geralmente o que se faz é decidir patamares de carga, ao longo da curva diária, para se fazer análises de fluxo de carga e avaliar a melhor política de utilização das fontes de reativo e de controle de tensão. Capítulo 6 Modelagem da Carga VI - 15 Para se definir a melhor estratégia para a utilização das fontes de controle ( capacitores, reatores, compensadores síncronos, compensadores estáticos, tapes de transformadores ...) são utilizados limites de carga repre- sentativos de cargas leve, média e pesada, e a partir daí se faz simulações de fluxo de carga. Para finais de semana e feriados o maior interesse é na condi- ção da menor carga registrada, com a finalidade de se analisar a pior situação em termos de absorção de reativos dos equipamentos. É importante a compa- tibilização , ou seja, investigações em outros patamares de carga pois em fi- nais de semana e em feriados geralmente se programam grandes desliga- mentos no sistema, para verificar se a capacidade do sistema suporta estas liberações. Em estudos de fluxo de carga convencionais as cargas, tanto ativas como reativa, são apresentadas como potência constante. Em estudos de sistemas que apresentam um perfil irregular de tensão ou em estudos de emergência no sistema é importante a representação real da carga. Por exemplo, quando a carga do sistema em estudo for predominantemente indutiva (constante), vari- ável com o quadrado da tensão, a redução nos níveis de tensão em uma emergência serão atenuados pelo decréscimo da carga absorvida com o novo perfil de tensão. Utilizando-se programas de computadores a representação correta das cargas não apresenta grandes dificuldades para manipulação e indicação de como proceder e as melhores alternativas de controle. A representação real das cargas pode, em alguns casos, conduzir a uma redução de investimentos em equipamentos compensadores de reativo ou mesmo evitar uma expansão prematura do sistema de transmissão, pois sabe-se que a carga varia ao longo do tempo. 9. BIBLIOGRAFIA [1] Weedy, B.M. – Sistemas Elétricos de Potência [2] Stevenson, W. D. – Elementos de Analise de Sistemas de Potência [3] Fitzgerald, A. E. - Máquinas Elétricas 6 Modelagem da Carga - 16 [5] Beeman - Industrial Power Systems Handbook [6] Stagg - Computação Aplicada a Sistemas Elétricos de Potência
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