Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
0 Curso de Engenharia Elétrica Distribuição de Energia Elétrica - Elementos Básicos - (Preliminar) Prof. Luiz Bizerra de Aguiar Novembro 2019 1 APRESENTAÇÃO A distribuição de energia elétrica corresponde à parte do sistema global de energia que possibilita a transferência desa energia Elétrica aos usuários ou consumidores, através das suas linhas e redes. Nas usinas geradoras a energia gerada é transformada, através de transformadores elevadores, permitindo o ransporte dessa energia através das linhas de transmissão, em tensões elevadas, indo até as áreas onde ocorrem novas transformaççoes, através de transformadores abaixadores, passando, então, para a distribução. Este texto apresenta os elementos básicos sobre a distribuição de energia elétrica, envolvendo as linhas e redes de distribuição e seu papel nos sistemas elétricos de potência, assim como os variados aspectos relacionados à utilização da energia pelos diversos consumidores. Trata-se de um texto básico relacionado com a distribuição e utilização da energia elétrica, para servir de orientação aos alunos da disciplina Distribuição de Energia Elétrica, cujos assuntos devem ser complementados com resoluções de exercícios, discussões em sala de aula e consultas às referências. Pressupóe-se conhecidos, além da matemática e fisica para a engenharia, conceitos vistos nas disciplinas relacionadas a análise de circuitos e introdução aos sistemas de potência. Prof. Luiz Bizerra de Aguiar Outubro 2019 2 INDICE 1. ENGENHARIA DA DISTRIBUIÇÃO.......................................................3 2. LEGISLAÇÃO BÁSICA SOBRE A DISTRIBUIÇÃO............................ 8 3. ITENS DE CONTROLE EM DISTRIBUIÇÃO.......................................15 3.1 INDICADORES GERAIS ................................................................15 3.2 QUALIDADE E CONFIABILIDADE ............................................... 21 4. TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO.......................................28 4.1 CONCEITOS BÁSICOS ................................................................ 28 3.2 TRANSFORMADORES IDEAIS E REAIS .....................................32 5. SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO E CARGAS...................................... 49 5.1 SISTEMA DE SUBTRANSMISSÃO .............................................. 49 5.2 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA......... 52 5.3 CARGAS ....................................................................................... 54 6. PERDAS TÉCNICAS E COMERCIAIS............................................... 61 7. BANCO DE CAPACITORES E FATOR DE POTÊNCIA..................... 66 7.1 FATOR DE POTÊNCIA ................................................................. 66 7.2 CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA ..................................... 69 8. REGULAÇÃO DE TENSÃO..................................................................74 8.1 REGULAÇÃO DE TENSÃO................................................................74 8.2 REGULADORES DE TENSÃO...................................................... 76 9. PRINCÍPIOS DE PROTEÇÃO DE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO... 81 REFERÊNCIAS.................................................................................... 94 3 1. ENGENHARIA DA DISTRIBUIÇÃO A distribuição é o segmento do setor elétrico em que se processa o abaixamento da tensão, proveniente do sistema de geração e transmissão, para o fornecimento de energia elétrica aos consumidores. Introdução O sistema de distribuição é constituído pela rede elétrica e pelo conjunto das instalações e equipamentos elétricos que operam em níveis de alta tensão (superior a 69 kV e inferior a 230 kV), média tensão (superior a 1 kV e inferior a 69 kV) e baixa tensão (igual ou inferior a 1 kV). Geralmente pode-se admitir a distribuição como sendo a parte do sistema nas tensões primárias de 13,8 kV e 34,5 kV, consideradas como alta tensão em distribuição, e nas tensões secundárias de 220/127 V e 380/220 V (tensões de linha/tensões de fase), consideradas como baixas tensões. No Brasil a distribuição de energia elétrica é realizada por intermédio de empresas de energia elétrica, concessionárias e permissionárias, como também algumas cooperativas de eletrização rural. As atividades relacionadas com a distribuição de energia, numa visão abrangente, tem como respaldo uma filosofia de atuação, diretrizes, objetivos, metas e planos, implementadas através de organizações responsáveis pela distribuição. Filosofia de Atuação na Distribuição Em sua filosofia de atuação, como norteadores para suas atividades, a distribuição pode ter como foco ou objetivos técnicos, basicamente, os seguintes pontos: ⚫ Assegurar o fornecimento de energia com qualidade; ⚫ Construir, operar, manter o sistema elétrico com segurança; ⚫ Atender aos novos consumidores e aos aumento de cargas; ⚫ Orientar os consumidores e poderes públicos quanto ao uso da energia; ⚫ Compatibilizar os requisitos de confiabilidade, flexibilidade, segurança e economia. 4 São objetivos gerais, e principais, que as organizações, as concessionárias de energia elétrica, devem considerar como base para o desenvolvimento de suas atividades, para o atendimento satisfatório dos consumidores Organização da Distribuição de Energia Elétrica Em princípio, as organizações para a distribuição de energia elétrica, ou as empresas concessionárias de energia elétrica, devem ser estruturadas considerando, basicamente, os seguintes aspectos, relativos à administração, áreas técnicas e tipos de atividades: • Administração Superior: Conselho, Diretoria e Superintendências; • Áreas Técnicas, Gerenciais, Administrativas e Comercialização; • Planejamento: Estratégico, Tático e Operacional; • Atividades de Supervisão, Controle e Coordenação; • Objetivos, Metas e Planos; • Planejamento, Projeto, Construção, Operação e manutenção. Cada concessionária de energia elétrica estabelece sua estrutura, dependendo, especialmente, do tamanho da empresa. Áreas na Engenharia de Distribuição Basicamente a Engenharia de Distribuição pode ser estruturada considerando as seguintes partes, ou áreas, e suas atribuições, ou subáreas: a) Normas e Especificações - Normas e padrões; - Desempenho de materiais e equipamentos; - Desenvolvimento da automação. b) Sistemas Técnicos de Distribuição - Manutenção de sistemas técnicos; - Supervisão de projetos e obras; - Manutenção e operação da distribuição. c) Controle de Qualidade e Desempenho do Sistema - Qualidade do fornecimento de energia; - Proteção do sistema de distribuição. d) Planejamento do Sistema Elétrico 5 - Expansão do sistema de distribuição; - Estudos de planejamento da distribuição; - Supervisão e planejamento de equipamentos corretivos. Cada concessionária de energia elétrica define a forma de desenvolver as atividades da Engenharia de Distribuição em função de suas particularidades, algumas delas através de um Departamento específico para tal fim. Problemas da Engenharia da Distribuição Diversos eventos e problemas podem ocorrer nos sistemas de distribuição, requerendo análises e estudos para sua operação satisfatória, destacando os seguintes: • Estudos das cargas; • Equipamentos da distribuição; • Fluxo de potência na distribuição; • Compensação de reativos; • Regulação de tensão; • Aterramento de sistemas de distribuição; • Proteção contra sobrecorrente; • Proteção contra sobretensões; • Perdas técnicas e comerciais; • Qualidade do fornecimento de energia. Esses eventos e problemas são analisados nas concessionárias pordiversos setores, um ou mais, dependendo das atribuições específicas de cada um. Documentos Técnicos da Distribuição As atividades da distribuição devem estar consolidadas ou registradas em determinados documentos, dependendo do caso ou tipo de problema, tais como: a) Normas; b) Padrões; c) Especificações; d) Orientações técnicas; e) Estudos técnicos; f) Relatórios técnicos; g) Procedimentos. 6 As normas estabelecem regras para a execução de cálculos, projetos, obras, controles serviços ou instalações, assim como para utilização e manutenção de sistemas, equipamentos e instalações, atendendo as condições mínimas de segurança. Os padrões estabelece as condições a serem satisfeitas pelos elementos de construção, materiais, aparelhos, objetos, desenhos e projetos, para restringir tipos, uniformizar formatos, dimensões, pesos e outras características, como estruturas e materiais padronizados das linhas e redes. As especificações definem preceitos necessários para fixar características, condições e requisitos para matérias primas, produtos, elementos de construção, materiais ou produtos industriais, como especificações de reguladores, chaves, postes, transformadores etc. da distribuição. As orientações técnicas detalham preceitos a serem seguidos na elaboração de projetos, relatórios, obras, cálculos e outros serviços técnicos, que podem servir de base à elaboração de normas; contem regras que visam padronização e uniformização de critérios, em particular voltadas para planejamento e operação da rede e de equipamentos. Os estudos técnicos consistem nas análises de determinados tipos de problemas relativos à rede de distribuição, equipamentos e materiais, relacionados a planejamento, operação, manutenção e construção, procurando verificar conformidade com as normas, padrões e critérios técnicos. Os relatórios técnicos são documentos que apresentam, basicamente, os resultados dos estudos técnicos realizados, por diversos setores da empresa; indicam os objetivos, desenvolvem os assuntos relacionados, apresentam conclusões e recomendações; podem indicar também as referências. Os procedimentos são documentos que normatizam e padronizam as atividades técnicas relacionadas ao funcionamento e desempenho dos sistemas de distribuição de energia elétrica. Exemplos de Linhas de Distribuição A Figura 1.1 mostra algumas imagens de linhas e redes de distribuição primária de energia elétrica, em13,8 kV. 7 Figura 1.1 - Linhas e redes de distribuição primária A Figura 1.2 mostra algumas fotos de redes de distribuição secundária, 220/127 V. Figura 1.2 - Redes de distribuição secundária * * * 8 2. LEGISLAÇÃO BÁSICA SOBRE A DISTRIBUIÇÃO A distribuição de energia elétrica é uma atividade regulada por uma legislação específica, sob a responsabilidade da ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica, que define as condições relativas ao fornecimento da energia aos consumidores através do sistema elétrico. ANEEL A ANEEL é uma autarquia em regime especial vinculada ao Ministério de Minas e Energia (atualmente vinculada ao Ministério de Infraestrutura), foi criada para regular o setor elétrico brasileiro, por meio da Lei nº 9.427/1996 e do Decreto nº 2.335/1997, e iniciou suas atividades em dezembro de 1997, tendo como principais atribuições: • Regular a geração (produção), transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica; • Fiscalizar, diretamente ou mediante convênios com órgãos estaduais, as concessões, as permissões e os serviços de energia elétrica; • Implementar as políticas e diretrizes do governo federal relativas à exploração da energia elétrica e ao aproveitamento dos potenciais hidráulicos; • Estabelecer tarifas; • Dirimir as divergências, na esfera administrativa, entre os agentes e entre esses agentes e os consumidores; • Promover as atividades de outorgas de concessão, permissão e autorização de empreendimentos e serviços de energia elétrica, por delegação do Governo Federal. Assim, cabe à ANEEL a responsabilidade de monitorar a continuidade do fornecimento de energia elétrica, utilizando-se de indicadores que fornecem a duração equivalente das interrupções e a frequência equivalente com que estas interrupções ocorrem, além de pesquisas de satisfação com os clientes. O sistema elétrico brasileiro é composto pela geração, transmissão e distribuição da energia elétrica. Todas essas operações são realizadas em um Sistema Interligado Nacional (SIN), onde são reunidas diversas fontes de produção http://www.aneel.gov.br/cedoc/lei19969427.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d2335.HTM http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d2335.HTM http://www.aneel.gov.br/regulacao-do-setor-eletrico http://www.aneel.gov.br/fiscalizacao-do-setor-eletrico http://www.aneel.gov.br/tarifas http://www.aneel.gov.br/espaco-do-consumidor http://www.aneel.gov.br/outorgas 9 como hidrelétricas, termelétricas, eólica, solar, etc., possibilitando a troca da energia que é gerada em todas as regiões do país, assegurando dessa forma maior controle e segurança para o mercado consumidor. As distribuidoras são as empresas proprietárias de linhas de distribuição e de equipamentos de transformação, sendo responsáveis por entregar a energia elétrica aos consumidores finais localizados em sua área geográfica de concessão, a maior parte dessas empresas são de origem privada. Visando realizar uma melhor gestão desse serviço essas áreas são subdivididas em conjuntos elétricos. Os conjuntos são compostos por unidades consumidoras (UC) termo que corresponde ao conjunto de instalações/equipamentos elétricos caracterizados pelo recebimento de energia elétrica em um único ponto de entrega, com medição individualizada e correspondente a um único consumidor. A distribuição de energia elétrica é um dos setores mais regulados e fiscalizados e que prestam serviço público sob contrato com a ANEEL, que é responsável por estabelecer regras e padrões mínimos de qualidade para o fornecimento de energia elétrica, sendo rigorosa com a sua fiscalização. Segundo a ANEEL a Qualidade da Energia Elétrica (QEE) deve ser abordada a partir de três quesitos, sendo eles a qualidade do produto, a qualidade do serviço prestado e a qualidade do atendimento ao consumidor. Para isto foram criados os Procedimentos de Distribuição (PRODIST), que normatizam e padronizam as atividades técnicas relacionadas ao funcionamento e desempenho dos sistemas de distribuição. Conhecer os indicadores de qualidade associados à distribuição de energia elétrica é de notável interesse do Engenheiro Eletricista, pois essas informações dão subsídios para uma atuação direta do planejamento, visando a melhoria, qualificação e consequentemente manutenção da qualidade do serviço prestado a população. Resoluções, Portarias e Decretos Para a distribuição são estabelecidas resoluções, portarias e decretos. Resolução e Portaria são formas de que se revestem os atos, gerais ou individuais, emanados de autoridades outras que não o Chefe do 10 Executivo. Resolução é deliberação ou determinação; indica, assim, o ato pelo qual a autoridade pública ou o poder público toma uma decisão, impõe uma ordem ou estabelece uma medida. Um decreto é uma ordem emanada de uma autoridade superior ou órgão (civil, militar, leigo ou eclesiástico) que determina o cumprimento de uma resolução; são atos administrativos da competência dos chefes dos poderes executivos (presidente, governadores e prefeitos) Resolução é um ato legislativo de conteúdo concreto, de efeitos internos. É a forma que revestem determinadas deliberações da Assembleia da República. As Resoluções não estão, em princípio, sujeitas a promulgação e também não estão sujeitas a controle preventivo da constitucionalidade, exceto as que aprovem acordosinternacionais. Portaria é um documento de ato administrativo de qualquer autoridade pública, que contém instruções acerca da aplicação de leis ou regulamentos, recomendações de caráter geral, normas de execução de serviço, nomeações, demissões, punições, ou qualquer outra determinação de sua competência. Fornecimento de Energia Elétrica A Resolução Normativa nº 414, de 9 de setembro de 2010, apresenta as regras gerais sobre o fornecimento de energia elétrica. Define as responsabilidades da distribuidora e também do consumidor. Estabelece as Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica de forma atualizada e consolidada, com os seguinte tópicos, em sequência: • Definições • Unidade Consumidora • Modalidades Tarifárias • Contratos • Medição para Faturamento. • Leitura • Cobrança e do Pagamento • Fatura • Inadimplemento dos Procedimentos Irregulares • Responsabilidades da Distribuidora 11 • Responsabilidades do Consumidor • Suspensão do Fornecimento . • Atendimento ao Público ... • Ressarcimento De Danos Elétricos • Disposições Gerais. Ouvidorias das Concessionárias Em 2011, a ANEEL regulamentou o funcionamento das ouvidorias das concessionárias de distribuição de energia elétrica, através da Resolução Normativa nº 470, de 13 de dezembro de 2011. Essa resolução estabelece as disposições relativas às Ouvidorias das concessionárias de serviço público de distribuição de energia elétrica e dá outras providências. Ouvidoria é a unidade organizacional composta de estrutura física específica e corpo de pessoal capacitado, responsável por receber, apurar, solucionar e responder as manifestações relativas à prestação do serviço e aos direitos do consumidor que não forem solucionadas pelos demais canais de atendimento disponibilizados pela distribuidora, bem como propor melhorias no processo interno e prevenir potenciais conflitos. Sistema de Bandeiras Tarifárias Através da Resolução Normativa nº 547/2013 são estabelecidos os procedimentos comerciais para aplicação do sistema de bandeiras tarifárias, ou seja, os procedimentos para diferentes valores das tarifas em função das condições de disponibilidade das fontes primárias de geração de energia. Geração Própria dos Consumidores O consumidor brasileiro pode, desde 2012, gerar a própria energia elétrica a partir de fontes renováveis e fornecer o excedente para a rede de distribuição. A Resolução Normativa nº 482/2012 estabelece as condições gerais para o acesso de microgeração e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica, o sistema de compensação de energia elétrica, e dá outras providências. Atividades Acessórias Em 2013, a ANEEL regulamentou a prestação de atividades acessórias pelas distribuidoras; trata-se de serviços que vão além das obrigações normativas. http://www.aneel.gov.br/cedoc/ren2011470.pdf http://www.aneel.gov.br/cedoc/ren2011470.pdf http://www.aneel.gov.br/cedoc/ren2013547.pdf http://www.aneel.gov.br/cedoc/bren2012482.pdf 12 A Resolução Normativa nº 581/2013 estabelece os procedimentos e as condições para a prestação de atividades acessórias, para o fornecimento de energia elétrica temporária com desconto na tarifa e para a exportação de energia elétrica para pequenos mercados em regiões de fronteira pelas concessionárias e permissionárias de serviço público de distribuição de energia elétrica. Processos Decisórios Os processos decisórios e o funcionamento da ANEEL estão estabelecidos em norma periodicamente atualizada. A Resolução Normativa nº 273/2007 aprova a revisão da Norma de Organização ANEEL 001, que dispõe sobre os procedimentos para o funcionamento, a ordem dos trabalhos e os processos decisórios da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL nas matérias relativas à regulação e à fiscalização dos serviços e instalações de energia elétrica. Portarias DNAEE Com antecessor da ANEEL, o DNAEE (Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica) estabeleceu portarias, destacando a PORTARIA DNAEE Nº 047, DE 17 DE ABRIL DE 1978, que estabelece os níveis das tensões de fornecimento de energia elétrica e definia os limites de variação dessas tensões, e a PORTARIA DNAEE Nº 046 de, 17 de abril de 1978, que estabelecia as disposições relativas à continuidade do fornecimento de energia elétrica aos consumidores. Procedimentos de Distribuição – PRODIST Os procedimentos de Distribuição – PRODIST são documentos elaborados pela ANEEL, com a participação dos agentes de distribuição e de outras entidades do setor elétrico nacional, que normatizam e padronizam as atividades técnicas relacionadas ao funcionamento e desempenho dos sistemas de distribuição de energia elétrica. Os principais objetivos do PRODIST são: a) Garantir que os sistemas de distribuição atuem com segurança, eficiência, qualidade e confiabilidade; b) Permitir o acesso aos sistemas de distribuição, garantindo tratamento não discriminatório entre agentes; http://www.aneel.gov.br/cedoc/atren2013581.pdf http://www.aneel.gov.br/cedoc/bren2007273.pdf 13 c) Instruir os procedimentos técnicos para as atividades relacionadas ao planejamento da expansão, à operação dos sistemas de distribuição, à medição e à qualidade da energia elétrica; d) Determinar as condições para os intercâmbios de informações entre os agentes setoriais; e) Assegurar o fluxo apropriado de informações à ANEEL; f) Disciplinar os requisitos técnicos na conexão com a Rede Básica, acrescentando de forma coerente os Procedimentos de Rede. O PRODIST é formado por onze módulos, conforme relação a seguir: • Módulo 1 - Introdução • Módulo 2 - Planejamento da Expansão do Sistema de Distribuição • Módulo 3 - Acesso ao Sistema de Distribuição • Módulo 4 - Procedimentos Operativos do Sistema de Distribuição • Módulo 5 - Sistemas de Medição • Módulo 6 - Informações Requeridas e Obrigações • Módulo 7 - Cálculo de Perdas na Distribuição • Módulo 8 - Qualidade da Energia Elétrica • Módulo 9 - Ressarcimento de Danos Elétricos • Módulo 10 - Sistema de Informação Geográfica Regulatório • Módulo 11 - Fatura de Energia Elétrica e Informações Suplementares Atuação das Concessionárias Na maioria dos estados, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, a área de concessão ainda corresponde aos limites geográficos estaduais; em outros, existem concessionárias com áreas de abrangência bem menores que a do Estado. Há, também, áreas de concessão descontínuas, que ultrapassam os limites geográficos do estado-sede da concessionária. A responsabilidade civil das concessionárias de energia elétrica são estabelecidas através de determinados documentos: contrato de concessão, responsabilidade objetiva e responsabilidade subsidiária: A concessão de serviço público é o contrato administrativo pelo qual a Administração Pública (concedente) transfere à pessoa jurídica ou a consórcio de http://www.aneel.gov.br/modulo-1 http://www.aneel.gov.br/modulo-2 http://www.aneel.gov.br/modulo-3 http://www.aneel.gov.br/modulo-4 http://www.aneel.gov.br/modulo-5 http://www.aneel.gov.br/modulo-6 http://www.aneel.gov.br/modulo-7 http://www.aneel.gov.br/modulo-8 http://www.aneel.gov.br/modulo-9 http://www.aneel.gov.br/modulo-10 http://www.aneel.gov.br/modulo-11 14 empresas (concessionário) a execução de certa atividade de interesse coletivo, remunerada através do sistema de tarifas pagas pelos usuários; Pela responsabilidade objetiva as concessionárias são responsáveis por atos de seus agentes, que no exercício da prestação de serviço público, causarem a terceiros, independentemente da lesão; esta responsabilidade da concessionária independe de qualquer previsão contratual. A responsabilidade subsidiária (não solidária), existente em certos casos, significa que os gravames suportados por terceiros hajam procedido do exercício, pelo concessionário, de uma atividadeque envolveu poderes especificamente do Estado. x x x 15 3. ITENS DE CONTROLE Em distribuição os itens de controle, ou indicadores de distribuição, referem- se basicamente à qualidade da energia elétrica - QEE, abordando a qualidade do produto e a qualidade do serviço prestado, como também à qualidade do tratamento de reclamações. 3.1 INDICADORES GERAIS Indicadores de Distribuição Para a qualidade do produto, são definidos a terminologia e os indicadores, a caracterização dos fenômenos envolvidos, e estabelecidos os limites ou valores de referência, a metodologia de medição, a gestão das reclamações relativas à conformidade de tensão em regime permanente e às perturbações na forma de onda de tensão e os estudos específicos de qualidade da energia elétrica para fins de acesso aos sistemas de distribuição. Para a qualidade do fornecimento de energia elétrica, ou qualidade do serviço, é estabelecida a metodologia para apuração dos indicadores de continuidade e dos tempos de atendimento a ocorrências emergenciais, definindo padrões e responsabilidades. Na qualidade do tratamento com as reclamações é estabelecida a metodologia de cálculo para os limites dos indicadores de qualidade comercial, como as empresas atendem às reclamações. Os procedimentos relativos a qualidade da energia elétrica definidos e os indicadores devem ser observados por: a) Consumidores com instalações conectadas em qualquer classe de tensão de distribuição; b) Centrais geradoras; c) Distribuidoras; d) Agentes importadores ou exportadores de energia elétrica; e) Transmissoras detentoras de Demais Instalações de Transmissão – DIT; f) Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS. 16 Indicadores de Qualidade O tratamento da qualidade do produto envolve os seguintes fenômenos, em regime permanente ou transitório: a) Permanente • Tensão em regime permanente; • Fator de potência; • Harmônicos; • Desequilíbrio de tensão; • Flutuação de tensão; • Variação de frequência. b) Transitório • Variações de tensão de curta duração – VTCD. A análise da qualidade do produto visa: • Definir os fenômenos da qualidade do produto, estabelecendo os seus indicadores e o seus valores de referência ou limites; • Estabelecer aspectos relacionados à instrumentação e à metodologia de medição dos fenômenos da qualidade do produto; • Definir procedimento para a gestão das reclamações dos acessantes sobre problemas relacionados à qualidade do produto; • Descrever os estudos sobre a qualidade do produto para fins de acesso aos sistemas de distribuição. Para tensão em regime permanente são estabelecidos os limites adequados, precários e críticos para os níveis de tensão em regime permanente, os indicadores individuais e coletivos de conformidade de tensão elétrica, os critérios de medição e de registro e os prazos para compensação ao consumidor, caso as medições de tensão excedam os limites dos indicadores. A tensão em regime permanente deve ser acompanhada em todo o sistema de distribuição, devendo a distribuidora dotar-se de recursos e técnicas modernas para tal acompanhamento, atuando de forma preventiva para que a tensão em regime permanente se mantenha dentro dos padrões adequados. 17 O termo “conformidade de tensão elétrica” refere-se à comparação do valor de tensão obtido por medição apropriada, no ponto de conexão, em relação aos níveis de tensão especificados como adequados, precários e críticos. Indicadores de Tensão em Regime Permanente Para indicadores individuais, em regime permanente, o conjunto de leituras deve compreender o registro de 1008 (mil e oito) leituras válidas obtidas em intervalos consecutivos (período de integralização) de 10 minutos cada, salvo as que eventualmente sejam expurgadas; para se obter 1008 (mil e oito) leituras válidas, intervalos adicionais devem ser agregados, sempre consecutivamente. Após a obtenção do conjunto de leituras válidas, quando de medições oriundas por reclamação ou amostrais, devem ser calculados o índice de duração relativa da transgressão para tensão precária (DRP) e o para tensão crítica (DRC) de acordo com as seguintes expressões: Os valores nlp e nlc representam os maiores valores entre as fases do número de leituras situadas nas faixas precária e crítica, respectivamente; os indicadores DRP e DRC serão associados a um mês civil. Para indicadores coletivos, com base nas medições amostrais efetuadas, será calculado o Índice de Unidades Consumidoras com Tensão Crítica (ICC), utilizando a seguinte fórmula: NC = total de unidades consumidoras com DRC, não nulo; NL = total de unidades consumidoras objeto de medição. Para a determinação de Índices Equivalentes por Consumidor, devem ser calculados o índice de duração relativa da transgressão para tensão precária equivalente (DRPE) e o índice de duração relativa da transgressão para tensão crítica equivalente (DRCE), de acordo com as seguintes expressões: 18 DRPi = duração relativa de transgressão de tensão precária individual da unidade consumidora (i); DRCi = duração relativa de transgressão de tensão crítica individual da unidade consumidora (i); DRPE = duração relativa de transgressão de tensão precária equivalente; DRCE = duração relativa de transgressão de tensão crítica equivalente; NL = total de unidades consumidoras objeto de medição. Fator de Potência O valor do fator de potência deve ser calculado a partir dos valores registrados das potências ativa e reativa (P, Q) ou das respectivas energias (EA, ER), utilizando-se as seguintes fórmulas: O controle do fator de potência deve ser efetuado por medição permanente e obrigatória no caso de unidades consumidoras atendidas pelo SDMT e SDAT e nas conexões entre distribuidoras, ou por medição individual permanente e facultativa nos casos de unidades consumidoras do Grupo B com instalações conectadas pelo SDBT, observando do disposto em regulamentação. Para unidade consumidora ou conexão entre distribuidoras com tensão inferior a 230 kV, o fator de potência no ponto de conexão deve estar compreendido entre 0,92 (noventa e dois centésimos) e 1,00 (um) indutivo ou 1,00 (um) e 0,92 (noventa e dois centésimos) capacitivo, de acordo com regulamentação vigente. Distorções Harmônicas As distorções harmônicas são fenômenos associados a deformações nas formas de onda das tensões e correntes em relação à onda senoidal da frequência fundamental; são definidos vários indicadores, envolvendo distorções harmônicas, individuais e totais, ordem dos harmônicos, tensões harmônicas, valores dos indicadores, valores limites etc. As expressões apresentadas a seguir determinam distorção harmônica individual de tensão de ordem h (DITh%) e a distorção harmônica total de tensão (DTT%) 19 Sendo h = ordem harmônica individual; V1 - Tensão fundamental medida; Vh - Tensão harmônica de ordem h. Desequilíbrio de Tensão O desequilíbrio de tensão é o fenômeno caracterizado por qualquer diferença verificada nas amplitudes entre as três tensões de fase de um determinado sistema trifásico, e/ou na defasagem elétrica de 120º entre as tensões de fase do mesmo sistema. A expressão para o cálculo do desequilíbrio de tensão, considerando as tensões de sequência negativa (V-) e positiva (V+), é dada por: Alternativamente, o desequilíbrio pode ser calculado a partir dos valores das tensões entre fases (Vab, Vbc, Vca), utilizando as expressões: Sendo: Flutuação de Tensão A flutuação de tensão é um fenômeno caracterizado pela variação aleatória, repetitiva ou esporádica do valor eficaz ou de pico da tensão instantânea. A determinação da qualidade da tensão do sistema de distribuição quanto à flutuação de tensão tem por objetivo avaliar o incômodo provocado peloefeito da cintilação luminosa no consumidor, que tenha em sua unidade consumidora pontos de iluminação alimentados em baixa tensão. 20 Nos procedimentos de distribuição são estabelecidas expressões relativamente complexas que permitem o cálculo das flutuações a partir de distribuição das cintilações. Uma avaliação simples e simplificada para a flutuação de tensão, ou variação de tensão máxima permitida ΔV%, pode ser obtida a partir da frequência das oscilações f, através da expressão: f3 15 ΔV% + = Variação de Frequência O sistema de distribuição e as instalações de geração conectadas ao mesmo devem, em condições normais de operação e em regime permanente, operar dentro dos limites de frequência situados entre 59,9 Hz e 60,1 Hz. Quando da ocorrência de distúrbios no sistema de distribuição, as instalações de geração devem garantir que a frequência retorne, no intervalo de tempo de 30 (trinta) segundos após a transgressão, para a faixa de 59,5 Hz a 60,5 Hz, para permitir a recuperação do equilíbrio carga-geração. Havendo necessidade de corte de geração ou de carga para permitir a recuperação do equilíbrio carga-geração, durante os distúrbios no sistema de distribuição, a frequência: a) não pode exceder 66 Hz ou ser inferior a 56,5 Hz em condições extremas; b) pode permanecer acima de 62 Hz por no máximo 30 (trinta) segundos e acima de 63,5 Hz por no máximo 10 (dez) segundos; c) pode permanecer abaixo de 58,5 Hz por no máximo 10 (dez) segundos e abaixo de 57,5 Hz por no máximo 05 (cinco) segundos. Variação de Tensão de Curta Duração Variações de tensão de curta duração (VTCD) são desvios significativos na amplitude do valor eficaz da tensão durante um intervalo de tempo inferior a três minutos. Os procedimentos de distribuição estabelecem várias definições envolvendo variações de tensão de curta, momentânea e temporária duração de tensão, valores limites etc., inclusive sobre interrupções e afundamentos 21 3.2 QUALIDADE E CONFIABILIDADE Qualidade do Serviço A qualidade do serviço refere-se a: • Estabelecer procedimentos relativos à qualidade do serviço prestado pelas distribuidoras aos consumidores, centrais geradoras e distribuidoras acessantes; estabelecer procedimentos relativos à qualidade do serviço prestado pelas transmissoras detentoras de Demais Instalações de Transmissão – DIT aos acessantes e distribuidoras. • Definir indicadores e padrões de qualidade de serviço de forma a: a) Fornecer mecanismos para acompanhamento e controle do desempenho das distribuidoras e das transmissoras detentoras de Demais Instalações de Transmissão - DIT; b) Fornecer subsídios para os planos de reforma, melhoramento e expansão da infraestrutura das distribuidoras; c) Oferecer aos consumidores e centrais geradoras parâmetros para avaliação do serviço prestado pela distribuidora. Conjunto de Unidades Consumidoras O conjunto de unidades consumidoras é definido por Subestação de Distribuição – SED; a abrangência do conjunto deve ser as redes MT à jusante da SED e de propriedade da distribuidora. • As SED que possuam número de unidades consumidoras igual ou inferior a 1.000 devem ser agregadas a outras, formando um único conjunto; • SED com número de unidades consumidoras superior a 1.000 e igual ou inferior a 10.000 podem ser agregadas a outras, formando um único conjunto; • A agregação de SED deve obedecer ao critério de contiguidade das áreas; • É vedada a agregação de duas ou mais SED cujos números de unidades consumidoras sejam superiores a 10.000. • Mediante aprovação da ANEEL, poderão formar diferentes conjuntos SED que atendam a áreas não contíguas, ou que atendam a subestações MT/MT cujas características de atendimento sejam muito distintas da subestação 22 supridora, desde que nenhum dos conjuntos resultantes possua número de unidades consumidoras igual ou inferior a 1.000. Indicadores de Tempo de Atendimento às Ocorrências Emergenciais O atendimento às ocorrências emergenciais deve ser supervisionado, avaliado e controlado por meio de indicadores que expressem os valores vinculados a conjuntos de unidades consumidoras. Devem ser avaliados: • Tempo médio de preparação, indicador que mede a eficiência dos meios de comunicação, dimensionamento das equipes e dos fluxos de informação dos Centros de Operação. • Tempo médio de deslocamento, indicador que mede a eficácia da localização geográfica das equipes de manutenção e operação. • Tempo médio de execução, indicador que mede a eficácia do restabelecimento do sistema de distribuição pelas equipes de manutenção e operação. Indicadores de Tempo de Atendimento. a) Tempo Médio de Preparação (TMP), utilizando a seguinte fórmula: b) Tempo Médio de Deslocamento (TMD), utilizando a seguinte fórmula: c) Tempo Médio de Execução (TME), utilizando a seguinte fórmula: d) Tempo Médio de Atendimento a Emergências (TMAE), utilizando a seguinte fórmula: TMAE = TMP + TMD + TME e) Percentual do número de ocorrências emergenciais com interrupção de energia (PNIE), utilizando a seguinte equação: 23 TMP = tempo médio de preparação da equipe de atendimento de emergência, expresso em minutos; TP = tempo de preparação da equipe de atendimento de emergência para cada ocorrência emergencial, expresso em minutos; n = número de ocorrências emergenciais verificadas no conjunto de unidades consumidoras, no período de apuração considerado; TMD = tempo médio de deslocamento da equipe de atendimento de emergência, expresso em minutos; TD = tempo de deslocamento da equipe de atendimento de emergência para cada ocorrência emergencial, expresso em minutos; TME = tempo médio de execução do serviço até seu restabelecimento pela equipe atendimento de emergência, expresso em minutos; TE = tempo de execução do serviço até seu restabelecimento pela equipe de atendimento de emergência para cada ocorrência emergencial, expresso em minutos; TMAE = tempo médio de atendimento a ocorrências emergenciais, representando o tempo médio para atendimento de emergência, expresso em minutos; PNIE = percentual do número de ocorrências emergenciais com interrupção de energia elétrica, expresso em %; NIE = número de ocorrências emergenciais com interrupção de energia elétrica. Indicadores de Continuidade do Serviço Por meio do controle das interrupções, do cálculo e da divulgação dos indicadores de continuidade de serviço, as distribuidoras, os consumidores, as centrais geradoras e a ANEEL podem avaliar a qualidade do serviço prestado e o desempenho do sistema elétrico. São estabelecidos os indicadores de continuidade do serviço de distribuição de energia elétrica quanto à duração e frequência de interrupção. Os indicadores devem ser calculados para períodos de apuração mensais, trimestrais e anuais, com exceção do indicador DICRI, que deverá ser apurado por interrupção ocorrida em Dia Crítico. 24 Indicadores de Continuidade Individuais Devem ser apurados para todas as unidades consumidoras ou por ponto de conexão, os indicadores de continuidade a seguir discriminados: a) Duração de Interrupção Individual por Unidade Consumidora ou por Ponto de Conexão (DIC), utilizando a seguinte fórmula: b) Frequência de Interrupção Individual por Unidade Consumidora ou por Ponto de Conexão (FIC), utilizando a seguinte fórmula: FIC = n c) Duração Máxima de Interrupção Contínua por Unidade Consumidora ou por Ponto de Conexão (DMIC), utilizando a seguinte fórmula: DMIC = t(i) max d) Duração da Interrupção Individual ocorrida em Dia Crítico por unidade consumidora ou por ponto de conexão (DICRI), utilizando a seguinte fórmula: DICRI = tcrítico DIC = duração de interrupção individual por unidade consumidora ou por ponto de conexão, expressa em horas e centésimos de hora; FIC =frequência de interrupção individual por unidade consumidora ou por ponto de conexão, expressa em número de interrupções; DMIC = duração máxima de interrupção contínua por unidade consumidora ou por ponto de conexão, expressa em horas e centésimos de hora; DICRI = duração da interrupção individual ocorrida em dia crítico por unidade consumidora ou ponto de conexão, expressa em horas e centésimos de hora; i = índice de interrupções da unidade consumidora ou por ponto de conexão no período de apuração, variando de 1 a n; n = número de interrupções da unidade consumidora ou por ponto de conexão considerado, no período de apuração; t(i) = tempo de duração da interrupção (i) da unidade consumidora considerada ou do ponto de conexão, no período de apuração; t(i) max = valor correspondente ao tempo da máxima duração de interrupção contínua (i), no período de apuração, verificada na unidade consumidora ou no ponto de conexão considerado, expresso em horas e centésimos de horas; 25 tcrítico = duração da interrupção ocorrida em Dia Crítico. Indicadores de Continuidade de Conjunto. Deverão ser apurados para cada conjunto de unidades consumidoras os indicadores de continuidade a seguir discriminados: a) Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC), utilizando a seguinte fórmula: b) Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC), utilizando a seguinte fórmula: DEC = duração equivalente de interrupção por unidade consumidora, expressa em horas e centésimos de hora; FEC = frequência equivalente de interrupção por unidade consumidora, expressa em número de interrupções e centésimos do número de interrupções; i = índice de unidades consumidoras atendidas em BT ou MT faturadas do conjunto; Cc = número total de unidades consumidoras faturadas do conjunto no período de apuração, atendidas em BT ou MT; DIC(i) = Duração de Interrupção Individual por Unidade Consumidora, excluindo-se as centrais geradoras; FIC(i) = Frequência de Interrupção Individual por Unidade Consumidora, excluindo- se as centrais geradoras. A duração média por interrupção pode ser expressa por: Confiabilidade em Sistemas de Distribuição Confiabilidade é a probabilidade do sistema ou componente cumprir sua finalidade. É, portanto, a probabilidade de falha zero, no intervalo de tempo considerado, e sob condições especificadas. 26 A confiabilidade trata das leis de falha dos componentes ou do sistema como um todo e dos métodos para a melhoria da qualidade do serviço. Formula modelos matemáticos adequados, estabelece índices de risco apropriados à qualidade do fornecimento e desenvolve procedimentos para acesso a dados de falha e operação dos componentes ou sistemas, ou ainda por barra. A falha é o evento que acarreta perda da capacidade do componente ou sistema desempenhar sua função, tornando sua função inadmissível; a taxa de falha (ou frequência de falha) λ é o número de vezes que, em média, o componente ou sistema falhou, no tempo considerado: λ = f/ano (falhas por ano). O tempo médio para falha m é a relação entre o tempo total de operação M e o número de falhas f, no tempo considerado: m = M/f ou m = h/f (horas por falha). Verifica-se que as falhas em sistemas de distribuição seguem um modelo de função de distribuição exponencial; resulta daí que a taxa de falha é o inverso do tempo médio para falha: λ = 1/m. 0 tempo médio entre falhas t é relação entre o tempo total acumulado de observação T (operando ou não) e o número de falhas, no tempo considerado: t = T/f ou T = h/ano (horas por ano). O tempo médio de reparo r é a relação entre o tempo total R em que o sistema ou componente ficou em reparo (fora de operação) e o número de vezes de reparo, no tempo considerado: r = R/f ou r = h/f (horas por reparo). Da função de distribuição exponencial resulta numa taxa de reparo μ como inverso do tempo médio de reparo: μ = 1/r. Tem-se para um ciclo operação, usualmente 1 ano: rmtRMT f R r f M m ΣriR ΣmiM +=→+= = = → = = Resulta para a Duração Total de interrupções: d = λr. 27 Disponibilidade D é a relação entre o tempo total em que o componente ou sistema ficou em operação e tempo considerado: T λr λDou T dT D −= − = Indisponibilidade I é a relação entre tempo em que o componente ou sistema ficou fora de operação e o tempo considerado: D1I T λr Iou T d I −=→== Verifica-se que: Confiabilidade Estrutural Série e Paralela Série (Componentes em série) + + = += → +++= += 21 2211 21 221122112211 21 ))(( rr rrrrrrrr Paralela (Componentes em paralelo) += + = → = +=→+= )()()( 111 2121 21 21 2211 21 21 rr rr rr r rr rrr == == /falhah2rr f/ano1λλ :Ex. 21 21 f/ano 8760 4 λ h/f1rParalelob) h/f2rf/ano2λSériea) ==→ =→=→ * * * 28 4. TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO Os transformadores são máquinas elétricas estáticas que funcionam à base do fenômeno da indução, dos acoplamentos magnéticos entre enrolamentos, transferindo potência através dos enrolamentos do primário para o secundário e alterando os valores das tensões e correntes. 4.1 CONCEITOS BÁSICOS Considera-se como transformador ideal, basicamente, o que transforma as tensões e correntes de forma inversamente proporcional; o transformador real leva em conta outras variáveis, com representações completas ou mesmo situações simplificadas. Alguns conceitos básicos são apresentados preliminarmente para o entendimento dos transformadores ideais e reais. Acoplamentos Magnéticos Numa estrutura magnética com dois circuitos, ou enrolamentos, aplicando-se uma tensão ou corrente elétrica em um dos circuitos, cria-se um fluxo magnético que se transfere para o outro circuito, resultando no aparecimento de tensão ou corrente nesse circuito. Há, dessa forma, um acoplamento magnético entre os circuitos. Na análise dos acoplamentos magnéticos são utilizados os conceitos já vistos, sobretudo de campo magnético, intensidade do campo magnético, indução magnética, fluxo magnético e fluxo concatenado. Conceitos adicionais são necessários, como os relativos à indução eletromagnética, tensão elétrica induzida, Lei de Faraday – Lenz e indutâncias própria e mútua. Indução Eletromagnética A indução eletromagnética é o fenômeno que origina a produção de uma força eletromotriz (f.e.m.), diferença de potencial ou tensão elétrica, num meio ou corpo exposto a um campo magnético variável, ou num meio móvel exposto a um campo magnético estático. Este fenômeno é expresso pela Lei de Faraday, que indica: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Faraday-Neumann-Lenz 29 “A magnitude da tensão induzida é proporcional à variação do fluxo magnético e ao número de espiras”. A geração da força eletromotriz (fem), ou tensão induzida e(t), é expressa em função do fluxo concatenado λ ou Nφ, dada pela relação seguinte: 𝑒(𝑡) = − 𝑑𝜆 𝑑𝑡 = −𝑁 𝑑𝜑 𝑑𝑡 O sinal negativo (-) indica que é uma tenão de reação, conforme a lei de Lenz que estabelece: “A corrente devida à f.e.m. induzida se opõe à mudança de fluxo magnético, de forma tal que a corrente tende a manter o fluxo”. A indução electromagnética é o princípio fundamental sobre o qual operam transformadores, geradores, motores elétricos e a maioria das demais máquinas elétricas. Os transformadores são equipamentos ou dispositivos que alteram níveis de tensão e de corrente através de estruturas magnéticas com enrolamentos, através de indução eletromagnética. Há, portanto, transformações dos níveis das variáveis envolvidas, tensão e corrente. A indução magnética de um campo magnético em um ponto qualquer émedida, portanto, pela capacidade em induzir força eletromotriz em um condutor que se desloque no campo. Por exemplo, se um condutor tem comprimento igual 1 m, a velocidade de deslocamento de 1m/seg e a f.e.m. induzida de 1 V, a indução magnética é de 1 Wb/m2. A indutância é o parâmetro que estabelece a relação entre o fluxo concatenado num circuito e a corrente elétrica que passa nesse circuito, expressa em Henry (H), isto é: 𝐿 = 𝜆 𝑖 Esta é uma indutância própria do circuito. A indutância mútua é a relação entre o fluxo concatenado num circuito e a corrente que passa no outro circuito, através do acoplamento magnético. Indutâncias Próprias e Mútuas A Figura 3.1 mostra uma forma de acoplamento magnético entre circuitos, http://pt.wikipedia.org/wiki/Heinrich_Lenz http://pt.wikipedia.org/wiki/Heinrich_Lenz http://pt.wikipedia.org/wiki/Transformador http://pt.wikipedia.org/wiki/Gerador http://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_el%C3%A9ctrico http://pt.wikipedia.org/wiki/Transformador 30 sem e com entreferro, com indicações dos parâmetros e variáveis envolvidos. Figura 3.1 - Acoplamento magnético entre circuitos Considerando dois circuitos elétricos num circuito magnético observa-se que a indutância de um circuito que estabelece a relação entre o fluxo concatenado e a corrente no circuito é a indutância própria. A relação entre o fluxo concatenado num circuito e a corrente em outro circuito define a indutância mútua. Tensão Induzida, Potência e Energia Os geradores ou transformadores geram tensões nas fases; são as tensões induzidas. As tensões e correntes são representadas por fasores que traduzem as suas variações ao longo do tempo. Um gerador monofásico possui apenas um enrolamento que, submetido à ação de um campo magnético, produz tensão em apenas uma fase, tendo o retorna pelo neutro. Um gerador trifásico possui três enrolamentos, como três circuitos monofásicos defasados mecanicamente de 1200 Nos circuitos de força, para motores ou outras máquinas, como na Figura 3.3, usam-se as três fases, havendo acoplamentos entre os circuitos nas partes fixas e partes móveis. Figura 3.3 - Acoplamentos em geradores e motores 31 Os grandes geradores e transformadores são quase sempre trifásicos. As três fases são geradas pelos enrolamentos do gerador e atingem os máximos e mínimos em tempos diferentes, com defasamentos de 120°. A representação dessas tensões pode ser indicada em um gráfico, sob a forma três ondas nos circuitos constituídos das três fases, ou sob a forma de três fasores defasados de 120°, cuja soma é zero, conforme mostra a Figura 3.4. Figura 3.4 – Tensões produzidas em geradores A potência elétrica p produzida é o produto da tensão induzida e pela corrente elétrica i no circuito, tanto nos geradores como nos transformadores. A energia elétrica W resulta do produto da potência pelo tempo, mas pode ser expressa em função do fluxo concatenado ou da corrente. Têm-se, então, as seguintes expressões: 𝑒 = 𝑑𝐿𝑖 𝑑𝑡 = 𝐿 𝑑𝑖 𝑑𝑡 𝑝 = 𝑒𝑖 = 𝑖 𝑑𝜆 𝑑𝑡 𝑊 = 1 2𝐿 𝜆2 = 𝐿 2 𝑖2 Em corrente alternada, a partir das expressões do fluxo e da tensão em função do tempo, pode-se determinar a relação entre a indução máxima B e a tensão eficaz V, conforme resumido no que segue: 𝑒(𝑡) = 𝑑𝑁𝜑(𝑡) 𝑑𝑥 = 𝑁𝜔𝛷𝑀𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡 = 𝐸𝑀𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡 𝐸𝑀 = 𝑁𝜔𝛷𝑀 = 2𝜋𝑓𝑁𝐴𝑐𝐵𝑀 Em termos de valores máximos (EM e BM ) ou eficazes (E e B), tem-se: 𝐸 = 2𝜋 √2 𝑓𝑁𝐴𝑐𝐵𝑀 = √2𝜋𝑓𝑁𝐴𝑐𝐵𝑀 32 Como é usual fazer EM = V e BM = B, tem-se: 𝑉 = 4,44𝑓𝑁𝐴𝑐𝐵 𝐵 = 𝑉 4,44𝑓𝑁𝐴𝑐 Fluxos Concatenados e Mútuos Os fluxos concatenados produzidos pelos enrolamentos circulam pelo circuito magnético, apresentando fluxos próprios, que passam por cada bobina resultante de sua própria corrente, e os fluxos mútuos, que passam por cada bobina, mas que são resultantes da corrente elétrica que circula no outro enrolamento. Os núcleos dos transformadores podem ser dos tipos envolvido ou envolvente, conforme mostra a Figura 3.5. Figura 3.5 – Tipos de núcleos de transformadores Esses dois componentes do transformador, núcleo e enrolamento, formam a parte ativa e os demais componentes, como o tanque e os acessórios, fazem parte dos complementos do transformador. Para se reduzir as perdas o núcleo de muitos transformadores são laminados para reduzir a indução de correntes parasitas ou de Foucault, no próprio núcleo. Em geral, utiliza-se aço-silício com o intuito de se aumentar a resistividade e diminuir ainda mais essas correntes parasitas. Há ainda os transformadores de núcleo de ar, que possui seus enrolamentos em contato com a atmosfera. 3.2 TRANSFORMADOR IDEAL Em geral, os transformadores reais podem ser considerados como ideais admitindo-se certos pressupostos simplificadores, visando facilitar a análise de seu comportamento. http://pt.wikipedia.org/wiki/Corrente_de_Foucault 33 No transformador ideal considera-se que o acoplamento entre suas bobinas é perfeito, ou seja, todas as bobinas concatenam, ou abraçam, o mesmo fluxo, o que vale dizer que não há dispersão de fluxo. Isso implica assumir a hipótese de que a permeabilidade magnética do núcleo ferromagnético é muito alta ou, no caso ideal, infinita, e o circuito magnético é totalmente fechado. Admite-se também que o transformador ideal não possui perdas de qualquer natureza, seja nos enrolamentos através da corrente elétrica, seja no núcleo através das correntes de Foucault e da histerese. Dessa forma, para muitas análises pode-se admitir que esses transformadores sejam não ideais, o que implica, portanto, em algumas simplificações no modelo, quais sejam: • Não há fluxo de dispersão: o fluxo está todo contido no núcleo e se concatena totalmente com as espiras do primário e do secundário; • As resistências elétricas e reatâncias dos enrolamentos não são consideradas; • As perdas no ferro (núcleo) são ignoradas; • A permeabilidade do núcleo é considerada muito elevada. A Figura 3.6 mostra representações usuais de um transformador ideal. Figura 3.6 - Representações de um transformador ideal Transformador Ideal em Vazio Considerando um transformador ideal em vazio, isto é sem carga, o fluxo total Ф é o mesmo em ambas as bobinas, já que os fluxos dispersos são desprezados e o núcleo tem permeabilidade infinita, as tensões e1 e e2, induzidas nessas bobinas, podem ser expressas como os produtos dos números de espiras pelas variações do fluxo magnético, isto é: 𝑣1 = 𝑒1 = 𝑁1 𝑑Ф 𝑑𝑡 𝑣2 = 𝑒2 = 𝑁2 𝑑Ф 𝑑𝑡 34 Dividindo-se uma expressão pela outra chega-se à relação entre as tensões do primário e do secundário: 𝑣1 𝑣2 = 𝑒1 𝑒2 = 𝑁1 𝑁2 = 𝑎 O valor de a é chamado de relação de espiras ou relação de transformação. Esta propriedade do transformador indica que a tensão é transferida ou refletida de um lado para outro segundo uma constante a. Em valores eficazes, tem-se que: 𝑉1 𝑉2 = 𝑁1 𝑁2 Ou seja: “No transformador ideal as tensões são diretamente proporcionais aos números de espiras” Por exemplo: Para um transformador ideal com N1=100 espiras no primário e N2 = 10 espiras no secundário, se a tensão do primário for V1 = 200 V, tem-se, então, uma tensão no secundário V2 = 20 V. O transformador ideal em vazio apresenta uma tensão aplicada no primário e uma tensão resultante no secundário, guardando a relação de proporcionalidade com os correspondentes números de espiras (Figura 3.7). Figura 3.7 - Transformador ideal em vazio A potência devido à magnetização no transformador em vazio Pc é dada pelo produto da tensão aplicada Ea e pela corrente de magnetização Iφ, isto é: 𝑃𝑐 = 𝐸𝑎𝐼𝜑 Transformador Ideal com Carga No transformador ideal com carga aparecem as correntes no secundárioque se refletem no primário. Como as potências no primário e no secundário são iguais, 35 isto é V1.I1 = V2.I2, como também são iguais as forças magnetomotriz, isto é, N1.I1=N2.I2, resultando em: 𝑉1 𝑉2 = 𝐼2 𝐼1 𝐼1 𝐼2 = 𝑁2 𝑁1 Ou seja: “No transformador ideal com cargas as correntes são inversamente proporcionais às tensões e aos números de espiras” A Figura 3.8 mostra um transformador ideal com carga. Figura 3.8 - Transformador ideal com carga Representação dos Transformadores Os transformadores podem ser estudados utilizando-se de representações adequadas através de circuitos elétricos. A Figura 3.9 mostra a representação de um transformador ideal com uma carga de impedância Z2 no secundário. Figura 3.9 - Transformador ideal com carga As tensões e correntes apresentam as seguintes relações: 𝑉1 = 𝑁1 𝑁2 𝑉2 𝐼1 = 𝑁2 𝑁1 𝐼2 𝑉2 = 𝑁2 𝑁1 𝑉1 𝐼2 = 𝑁1 𝑁2 𝐼1 Tem-se para as impedâncias: 𝑍1 = 𝑉1 𝐼1 𝑍2 = 𝑉2 𝐼2 Resulta que: 𝑍1 = ( 𝑁1 𝑁2 )2𝑍2 36 Ou seja: “A carga no secundário é refletida no primário através da multiplicação da sua impedância pelo quadrado da relação de espiras”. O circuito equivalente visto do primário está mostrado na Figura 3.10. Figura 3.10 - Circuitos equivalentes para um transformador ideal com carga. De forma semelhante, as impedâncias do primário podem ser refletidas no secundário com a multiplicação pelo quadrado da relação inversa dos números de espiras. 3.3 TRANSFORMADOR REAL No transformador real são considerados os parâmetros associados às resistências, indutâncias, histerese, correntes de Foucault e portanto, as quedas de tensão e as perdas. Verifica-se para as forças magnetomotriz que: 𝑁1𝑖1 − 𝑁1𝑖1 ≠ 0 𝑁1𝑖1 ≠ 𝑁1𝑖1 A Figura 3.10 mostra um esquema de um transformador real. Figura 3.11 – Representação de um transformador real Pode-se observar que a resistência e a indutância do secundário, assim como a impedância da carga, são refletidas no primário através da multiplicação de cada impedância pelo quadrado da relação de espiras. Esses valores são somados às correspondentes impedâncias do primário. 37 Igualmente as impedâncias do primário podem ser refletidas para o secundário com a multiplicação pelo quadrado da relação inversa dos números de espiras. No caso do transformador real em vazio a energização é feita através de uma pequema corrente de excitação Iφ. A potência devido à excitação do transformador em vazio Pc é dada pelo produto da tensão aplicada e pela corrente de excitação Iφ, isto é: 𝑃𝑐 = 𝐸𝑎𝐼𝜑 A corrente se excitação Iφ apresenta duas componentes, uma correspondente à magnetização IM, na direção do fluxo magnético, e a outra devido às perdas pelas correntes de Foucault Ic, defasadas de 900, na direção da tensão, conforme mostra a Figura 3.12. Figura 3.12 – Representação fasorial da corrente de excitação Circuitos Equivalentes Os transformadores podem ser representados por circuitos equivalentes através de diversas formas, dependendo do tipo de estudo a ser realizado e dos detalhes a serem considerados. A Figura 3.13 mostra circuitos equivalentes para um transformador com carga, com as impedâncias, na representação do primário, sem e com magnetização. Figura 3.13 - Circuitos equivalentes para um transformador 38 A Figuras 3.14 mostra a representação do circuito de um transformador real com as impedâncias no primário e secundário, come indicação da magnetização no primário. Figura 3.14 - Circuito equivalente de um transformador real A Figura 3.15 mostra o circuito equivalente do transformador com carga conforme visto do primário. Figuras 3.15 – Representação do transformador real visto do primário A Figura 3.16 mostra representações aproximadas de circuitos equivalentes de um transformador real, considerando as resistências equivalentes (em a) e apenas a reatância de dispersão equivalente.(em b). Figura 3.16 - Circuitos equivalentes aproximados Diagrama Fasorial A análise das tensões e correntes nos transformadores, assim como das queda de tensões, pode ser feita utilizando-se de diagramas fasoriais. 39 A Figura 3.17 mostra um circuito equivalente de um transformador e o correspondente diagrama fasorial. Figura 3.17 – Transformador e diagrama fasorial 3.4 TIPOS DE TRANSFORMADORES Os transformadores usuais podem ser monofásicos, bifásicos e trifásicos. A grande maioria dos transformadores nos sistemas de energia são trifásicos. Os trifásicos podem ser vistos como um grupo de três transformadores monofásicos devidamente conectados. Os enrolamentos são feitos basicamente em três pernas da estrutura magnética, uma fase para cada perna, com as bobinas do primário e do secundário uma encaixada sobre a outra. Um transformador é formado basicamente de enrolamentos e núcleo, dentro de um tanque com óleo isolante. Os enrolamentos são formados de várias bobinas, em geral feitas de cobre eletrolítico, que recebem uma camada de verniz sintético como isolante. Eles constituem os enrolamentos do primário e do secundário. Em geral o núcleo é feito de um material ferromagnético, sendo o responsável por transferir a tensão no enrolamento primário para o enrolamento secundário, como tensão induzaida, assim como transferir as correntes de carga no secundário para o primário. A Figura 3.18 mostra um transformador trifásico, indicando o núcleo com as bobinas. Figura 3.18 – Núcleo de um transformador http://pt.wikipedia.org/wiki/Cobre http://pt.wikipedia.org/wiki/Eletr%C3%B3lise http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferro http://pt.wikipedia.org/wiki/Magnetismo 40 Os transformadores são classificados de acordo com vários critérios. As classificações de acordo com finalidade, número de enroalmentos, material do núcleo, o número de fases e função são algumas das mais importantes. Quanto à finalidade: • Transformadores de força • Transformadores de distribuição • Transformadores de corrente • Transformadores de potencial Quanto aos enrolamentos: • Dois ou mais enrolamentos • Autotransformador Quanto ao material do núcleo: • Ferromagnético • Núcleo de ar Quanto ao número de fases: • Monofásico • Polifásico: Bifásicos, trifásicos, hexafásicos Quanto à função: • Elevador • Abaixador Os tipos de transformadores mais utilizados na distribuição são dos tipos: a) Convencionais – São os transformadores mais utilizados pelas indústrias e pelas concessionárias de energia, sob forma monofásica e trifásica, sendo relativamente os mais econômicos; b) Auto–protegidos – Possuem sistema de proteção contra descargas atmosféricas, sobrecargas e falhas no secundário, como também sistema de sinalização visual par indicar condições de operação em sobrecarga; c) Secos – Não utilizam o óleo como meio isolante e de refrigeração; precisam de grande área para troca de calor e, em alguns casos, de sistema de refrigeração forçada através de ventiladores; são fabricados para potências acima de 100 kVA, chegando-se a potências elevadas da ordem de 10.000 kVA; 41 d) Transformadores Herméticos – Possuem características semelhantes aos convencionais, mas são selados hermeticamente, não há contato do óleo com o ar, não há absorção de umidade nem deterioração da característica isolante do óleo, mantendo sua a rigidez dielétrica; as potências são de 100 a 3.000 kVA; e) Tipo pedestal (pad–mounted) – São montados sobre o solo em uma base de concreto, de onde chegam os cabos de AT e saem os de BT, normalmente fabricados nas potências de 150, 225, 300, 500, 750, 1.000 e 1.500 kVA; são associados a redes subterrâneas de AT e de BT sem necessidade de subestação subterrânea,economizando espaço e recursos; vem crescendo sua utilização em indústrias e áreas urbanas (condomínios, parques). A Figura 3.19 mostra esses tipos de transformadores Figura 3.19 - Tipos de transformadores Regulação A regulação de tensão nos tranformadores pode ser vista como a variação de tensão na carga, no secundário, tomando como referência a condição inicial em vazio. Preferencialmente essa análise pode ser feita com valores de im pedâncias, tensões e correntes em pu. A Figura 3.20 mostra um esquema de transformador, com diagrama fasorial e equações para estudos de regulação. Figura 3.20 – Regulação em transformadores 42 Tem-se a seguinte expressão com as tensões: 𝑽𝟏 = 𝑽𝟐 + (𝑅 + 𝒋𝑋)𝑰 𝑽𝟏 ≈ 𝑽𝟐 + 𝑅𝑰𝑐𝑜𝑠𝜃 + 𝑋𝑰𝑠𝑒𝑛𝜃 A queda de tensão ∆V e a regulação ρ são expressas por: ∆𝑉 = 𝑽𝟏 − 𝑽𝟐 𝜌 = 𝑉1−𝑉2 𝑽𝟐 = ∆𝑉 𝑽𝟐 𝜌 = ∆𝑉 𝑉2 𝑥100 % Perdas e Rendimento As perdas nos transformadores resultam das correntes de Foucault, da histerese e das correntes de carga As perdas devido às correntes de Foucault Pf dependem da densidade do campo máxima BM,, da frequência da tensão f, da espessura das chapas δ e de uma constante de proporcionalidade Kf , que depende do material, de acordo com a expressão: 𝑃𝑓 = 𝐾𝑓(𝐵𝑀𝑓𝛿) 2 As perdas devido à histerese Ph dependem da densidade do campo máxima BM,, da frequência da tensão f, de uma constante de proporcionalidade Kh, que depende do material e de um expoente n, com valor entre 1,5 e 2,5, de acordo com a expressão: 𝑃ℎ = 𝐾ℎ𝑓𝐵𝑀 𝑛 As perdas devido à corrente de carga Pc dependem da resistência do condutor R e da corrente I, de acordo com a expressão: 𝑃𝑐 = 𝑅𝐼 2 O rendimento do transformador r é dado pela relação entre a potência de saida Ps e a potência de entrada Pe, de acordo com a expressão: 𝑟 = 𝑃𝑠 𝑃𝑒 = 1 − 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 𝑃𝑒 Geralmente as perdas dos transformadores são muito baixas, resultando num rendimento muito elevado, na faixa de 95 a 100 %, dependendo do transformador. 43 Transformadores Trifásicos Em sistemas de potência os transformadores são, em geral, trifásicos; podem ser divididos em dois grupos: Transformador de força - São utilizados na geração, transmissão e distribuição de energia, em subestações das concessionárias e grandes consumidores industriais. Em geral possuem potência da ordem de alguns MVA até algumas centenas de MVA e operam em tensões entre 13,8 kV e 750 kV. Transformador de distribuição - São utilizados para abaixar a tensão para os consumidore das empresas de distribuição de energia; normalmente são instalados em postes ou em câmaras abrigadas ou subterrâneas; geralmente apresentam potência da ordem de 30 a 300 kVA, sendo a tensão primária em 13,8 ou 34,5 kV e tensão secundária, ou baixa tensão, em 380/220 ou 220/127 V. Conexões Trifásicas Nos circuitos trifásicos é possível ter duas formas de estabelecer as conexões dos transformadores trifásicos instalados na rede: através de uma única unidade trifásica ou através de três unidades monofásicas. O transformador trifásico formado de uma única unidade contem três enrolamentos no primário e três enrolamentos no secundário, ligados através de determinadas configurações, em estrela ou triângulo, com quatro possíveis combinações básicas. A Figura 3.21 mostra um esquema básico de um transformador trifásico, em que é feita no primário uma conexão estrela, ou delta, e no secundário conexão estrela, ou Y. Figura 3.21 – Conexão triângulo - estrela 44 O banco de transformadores monofásicos é composto por três transformadores monofásicos idênticos, convenientemente ligados para permitir a transformação trifásica. As três unidades são ligadas numa das quatro combinações. As ligações, ou conexões, tanto dos enrolamentos do primário como dos enrolamentos do secundário de um transformador trifásico, ou de um banco trifásico formado de transformadores monofásicos, podem ser, portanto, em estrela ou em triângulo. Assim, pode-se ter na prática quatro tipos de ligações, dependendo da sua aplicação: • Triângulo / Estrela (D/y) • Estrela / Triângulo (Y/d) • Triângulo / Triângulo (D/d) • Estrela / Estrela (Y/y) De forma mais compacta, as conexões dos transformadores trifásicos podem ser apresentadas conforme mostra a Figura 3.22. Figura 3.22 - Conexões dos transformadores Transformadores Especiais Como transformadores especiais são vistos a seguir os reatores, os reguladores de tensão, os transformadores de três enrolamentos, os 45 transformadores de aterramento e os transformadores para instrumentos, como transformadores de potencial e de corrente. Um reator é um equipamente semelhante ao transformador, porem com um só enrolamento; é constituído de determinado número de espinas de um condutor, arranjadas de modo a produzir fluxo magnético quando conduzindo corrente elétrica. Sua resistência é muito pequena, sendo normalmente desprezada. O reator é feito para funcionar como uma indutância de valor elevado, comparada com a do transformador normal correspondente. Nos sistemas de potência sua indutãncia é muito elevada muito, apresentando um comportamento como uma carga reativa, expressa em VA, kVAr ou MVAr, dependendo do porte ou tipo de aplicação. Os sistemas de geração de energia elétrica, distantes dos centros consumidores, requerem a construção de linhas de transmissão de alta tensão longas. Elas introduzem alta capacitância nos sistemas, resultando em potência capacitiva. Pode haver também variações de tensão no sistema, seja por chaveamentos ou em momentos de baixa demanda. A compensação desses reativos e reduções de sobretensões podem ser obtidas através da instalação de reatores em derivação (shunt). Os reatores podem ter também certas aplicações, inseridos nos circuitos em série, para limitar a corrente de curto circuito. Outras aplicações dos reatores são, por exemplo, em filtros para harmônicos e utilização em compensadores estáticos. Os reguladores de tensão são equipamentos destinados a manter determinado nível de tensão em um sistema elétrico quando submetido a variações de tensão fora de limites especificados. Eles estabelecem um controle ou regulação da tensão do sistema, e podem atuar de forma manual ou, como é mais frequente, automaticamente. São tipos de autotransformadores dotados de certo número de derivações no enrolamento série, que podem mudar de posições dependendo do nível de tensão, de forma automática ou não. É muito usual o emprego de transformadores com três enrolamentos contendo, portanto, três níveis de tensão. A Figura 4.22 mostra uma representação 46 de um tranformador de 3 enrolamentos, com os diagramas de reatâncias equivalentes, sob a forma delta ou triângulo e estrela ou Y. O transformador de aterramento é um tipo especial de transformador que torna acessível um neutro para possibilitar o aterramento do sistema elétrico de potência, possibilitando a atuação de alguns tipos de proteção. É constituído de 2 enrolamentos por perna, conectando-se o final do enrolamento de uma perna com o início do enrolamento de outra perna. Tem aplicações em problemas que envolvem sobretensões do tipo tensão fase-terra, sobretensões transitórias e, isolamento exigido, na proteção contra sobretensões devido a curtos circuitos e na proteção contra as correntes de curto circuito. Os instrumentos destinados servem para medir grandezas como corrente, tensão, frequência, potência ativa e potência reativa etc. Podem ser destacados os transformadores de corrente (TC) e os transformadores de tensão ou de potencial (TP), utilizados para os instrumentos de medição e de proteção. O transformador de corrente (TC) é um transformador para instrumento cujo enrolamento primário é ligado em série a um circuito elétrico ecujo enrolamento secundário se destina a alimentar bobinas de correntes de instrumentos elétricos de medição e proteção ou controle. O enrolamento primário dos TC’s é, normalmente, constituído de poucas espiras (2 ou 3 espiras, por exemplo) feitas de condutores de cobre de grande seção. A Figura 3.23 mostra esquemas básicos de transformadores de corrente. Figura 3.23 – Esquemas básicos de um TC O transformador de potencial (TP) é um transformador para instrumento cujo enrolamento primário é ligado em derivação a um circuito elétrico e cujo 47 enrolamento secundário se destina a alimentar bobinas de potencial de instrumentos elétricos de medição e proteção ou controle. Em geral, o primário é constituído de um número elevado de espiras e o secundário um número baixo. A Figura 3.24 mostra desenhos esquemáticos de transformadores de potencial.. Figura 3.24 - Desenho esquemático de um TP Óleo Isolante O meio de isolamento e refrigeração mais utilizado nos transformadores é o óleo isolante, especialmente refinados e se prestam a circulação de calor pelo contato com as paredes internas do equipamento, podendo, às vezes ser auxiliados por tubos irradiadores. Além da capacidade de refrigeração o óleo deve impedir a passagem de corrente elétricas. Desta forma, periodicamente devem ser feitos testes de isolação com o megger. O valor mínimo esperado situa-se em torno de 1 ΜΩ/kV da tensão de serviço do dispositivo testado Caso o teste de rigidez dielétrica apresente valores próximos (ou abaixo) dos valores mínimos, deve-se fazer um tratamento no óleo isolante visando purificá-lo. Tal tratamento normalmente é feito através de filtros-prensa, seja com o equipamento energizado ou não. Em transformadores de potência (transformadores de subestações) faz-se também testes de análise cromatográfica no óleo isolante, que podem indicar possíveis problemas a que os transformadores ficaram submetidos, a depender dos diversos tipos de gases encontrados em uma amostra de óleo retirada do transformador Características dos Transformadores de Distribuição (15kV) Em redes de distribuição utilizam-se transformadores monofásicos e trifásicos. As principais características técnicas e itens de identificação dos transformadores, de acordo com a NBR 5440/1999 são: 48 • Buchas de AT e BT • Dispositivo de aterramento • Abertura para inspeção (quando aplicável • Placa de identificação • Suporte para fixação ao poste • Olhais de suspensão e estrutura de apoio • Grampo de fixação da tampa • Radiador de tubo elíptico (quando aplicável • Placa logomarca (quando aplicável) e de identificação alternativa. Em redes de distribuição utilizam-se transformadores monofásicos e trifásicos. Na maioria são trifásicos, mas transformadores monofásicos podem ser utilizados quando necessário em sistemas mais baratos, de pequena potência e de menor complexidade, como por exemplo em sistemas de distribuição rural. Operação de Transformadores em Paralelo Visa o aumento da confiabilidade no suprimento de energia elétrica e aumento da capacidade de fornecimento de energia. O paralelismo de transformadores deve ser feito de forma a minimizar a circulação de corrente entre os mesmos, a fim de reduzir as perdas relativas a essa circulação; devem ser obedecidas as seguintes condições: 1) Mesmas tensões; 2) Mesma relação de transformação; 3) Mesmo grupo de defasamento angular. * * * * * 49 5. SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO E CARGAS O sistema de energia é composto da geração, da transmissão e da distribuição. A parte entre a transmissão e a distribuição constitui-se na subtransmissão, ficando melhor enquadrada na distribuição; entre essas partes ficam subestações, cujos transformadores fazem as alterações de níveis de tensão. Portanto, os sistemas de Distribuição de Energia Elétrica podem ser divididos da seguinte forma: ➢ Sistema de subtransmissão (34,5, 69 e 138 kV); ➢ Subestações de distribuição (34,5, 69 e 138 kV; ➢ Sistema de distribuição primária (34,5 e 13,8 kV; ➢ Sistema de distribuição secundário 380 e 220 kV. 5.1 SISTEMA DE SUBTRANSMISSÃO A Figura 5.1 mostra o esquema de um sistema de potência, com a geração, a transmissão, a subtransmissão e a distribuição, primária e secundária Figura 5.1 - Esquema de um sistema de potência Os sistemas de subtransmissão normalmente apresentam configuração radial; se a configuração formar uma malha aberta, há possibilidade de transferência de potência de um lado para outro, em condições de contingências; em algumas situações especiais o sistema pode operar em malha fechada. A Figura 5.2 mostra o esquema de um sistema de subtransmissão em malha, operando em condições normais e em contingência. 50 Figura 5.2 - Subtransmissão em malha em condições normais e em contingência. As configurações ou arranjos típicos dos sistemas de subtransmissão podem ser dos seguintes tipos: ✓ Radial simples ✓ Radial com recurso ✓ Barramento de subtransmissão ✓ Sangrias A Figura 5.3 mostra arranjos de subtransmissão radiais, sendo o primeiro radial simples e o segundo com recurso: Figura 5.3 - Arranjos de subtransmissão radiais simples e com recurso: A Figura 5.4 mostra arranjos de subtransmissão, em que no primeiro o barramento de alta faz parte da rede de subtransmissão, sendo semelhante ao radial com recurso, e o segundo corresponde a sangrias na linha simples e o segundo com recurso: 51 Figura 5.4 – Subtransmissão com o barramento de alta e em sangria As subestações (SE) de distribuição podem apresentar vários arranjos ou configurações, sendo usual os seguintes tipos: a) SE com barra simples c/ 1 circuito b) SE com barra simples c/ 2 circuitos c) SE com barra dupla c/ 2 circuitos d) SE com barra de transferência. A partir dessas subestações derivam os alimentadores primários para atendimento das cargas. A Figura 5.5 mostra arranjos de subestações com barra simples, com um e dois circuitos de suprimento: Figura 5.5 - Arranjos de SE com barra simples, um e dois circuitos de suprimento A Figura 5.6 mostra arranjos de subestações com barra dupla e com barramentos duplicados, ambos com dois circuitos de suprimento e dois transformadores: 52 Figura 5.6 -Arranjos de subestações com barra dupla e com barramentos duplicados A Figura 5.7 mostra arranjos de subestações com barra principal e com barra de transferência. Figura 5.7 - Arranjos de subestações com barras principal e de transferência 5.2 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO PRIMÁRIA Os sistemas de distribuição primária podem ser aéreos ou, em certos casos subterrâneos; as redes primárias aéreas apresentam os seguintes tipos de configuração: a) Radial simples b) Radial com recurso c) Primário seletivo A Figura 5.8 mostra o diagrama unifilar de uma rede primária; pode ser vista com constituída de duas partes radiais simples, como também radial com recurso. 53 Figura 5.9 - Diagrama unifilar de uma rede primária A Figura 5.10 mostra o diagrama unifilar de uma rede com primário seletivo e detalhe para a chave de transferência. Figura 5.10 - Rede com primário seletivo A Figura 5.11 mostra o diagrama unifilar de uma rede com primário em malha aberta. Figura 5.11 - Rede com primário em malha aberta As redes primárias subterrâneas apresentam os seguintes tipos de configuração: a) Primário seletivo b) Primário em malha c) Spot network 54 As configurações de primário seletivo e de primário em malha são semelhantes às das redes aéreas correspondentes; a rede spot network é mostrada na Figura 5.12. Figura 5.12 - Rede spot network As configurações no sistema de distribuição secundária, aéreas ou subterrâneas, podem ser: a) Rede aérea: radiais
Compartilhar