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RESUMO - As teorias dos movimentos socais

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As teorias dos movimentos socais: um balanço do debate
Angela Alonso
Resumo por Susy <3
· A formação da teoria dos movimentos sociais emergiu em meados de 1960, quando surgiu o termo “movimentos socais”. 
· O texto apresenta 3 explicações para o termo.
A era clássica das teorias dos movimentos sociais (MS) 
· Os movimentos são ações coordenadas que acontecem fora das instituições políticas em busca de demandas que não estão sendo supridas; busca por qualidade de vida no âmbito social e cultural.
· Nos anos 1970 surgiram 3 explicações.
[abre aspas]
· Teoria da Mobilização dos Recursos TRM (cafecomsociologia) – surge nos anos 1960. Preocupada em entender o papel da burocracia na organização dos MS; focam nos recursos disponíveis, sejam humanos, financeiros ou de infraestrutura; foco no papel das lideranças; as ações coletivas são explicadas da visão comportamentista organizacional. Os MS são entendidos como grupos de interesses, visto como organizações e analisados sob a ótica da burocracia de uma instituição, tendo como influencia a Sociologia weberiana (uma ação social constitui-se como ação que parte da intenção de seu autor em relação à resposta que deseja de seu interlocutor). 
· Teoria dos Processos Políticos (cafecomsociologia) – surge nos anos 1970 como crítica ao utilitarismo e ao individualismo metodológico da TMR. 1) Traz para o debate elementos político-culturais e simbólicos  os quais passam a ser entendidos como importantes para atrair novos membros, mobilizar o apoio de variados públicos, constranger as opções de controle social de seus oponentes e tentar direcionar as políticas públicas e as ações do Estado; 2) preocupação em observar as dimensões externas das lutas dos movimentos que são tidas como relevantes para a competição por poder; 3) ideias, símbolos e palavras-chave são observados como importantes na construção da identidade dos movimentos sociais e sua mobilização; 4) foco nos processos sociais de longa e média duração e; 5) ênfase nas estruturas das oportunidades e restrições políticas. Os movimentos sociais são entendidos como um ator político de mudança social, esta entendida como uma ação reformista e não revolucionária. [fecha aspas]
· A TRM nega relevo a ideologias e valores na conformação das mobilizações coletivas. O autor diz que gerou uma antipatia por parte da esquerda por essa teoria comparar os movimentos sociais com empresas. 
· A Teoria do Processo Político (TPP) e a Teoria dos Novos Movimentos Sociais (TNMS) nasceram da exaustão dos debates marxistas sobre a possibilidade de revolução. AS duas constroem explicações macro-históricas, que combinam política e cultura. Porém, a TPP investe numa teoria da mobilização política e a TNMS se alicerça numa teoria da mudança cultural. 
· A TPP engloba casos europeus em suas analises, apesar de ter nascido nos EUA.
· Charles Tilly (1975) estudou com profundidade o movimento revolucionário na França e os movimentos por reformas na Inglaterra, nos séculos XVIII e XIX. Ele construiu uma sociologia política histórica, que combina tradições e cuja ambição é identificar os mecanismos que oragnizam os macroprocessos políticos no Ocidente, por meio da comparação entre casos. 
· Tilly critica a tradição sociológica por ter segregado o estudo das disputas entre elites da análise dos movimentos populares. A distinção entre eles é de grau de organização e de uso da violência, não de natureza. A prevalência de uma dessas formas depende de dois gêneros de parâmetros: um, político; outro, histórico-cultural.
· O conceito de “estrutura de oportunidades políticas” (EOP) dá o parâmetro político. Dentro da EOP pode haver reivindicação por grupos sociais fora da política. Isso acontece quando há instituições políticas e administrativas por um longo prazo sem atender às reivindicações da sociedade.; também por mudanças na interação entre o Estado e a sociedade; e pela presença de aliados potenciais. É nas EOPs favoráveis que os grupos se manifestam.
· A TPP diz que a coordenação dos potenciais grupos é essencial, mas que não há agentes preexistentes, eles surgem no momento em que há o processo contencioso. ELEMENTO CULTURAL: essa coordenação precisa de solidariedade, ou seja, depende é a combinação entre o pertencimento a um grupo e a densidade das redes interpessoais vinculando os membros do grupo entre si. MAS a solidariedade não gera ação, é preciso “estruturas de mobilização” - A mobilização é, então, o processo pelo qual um grupo cria solidariedade e adquire controle coletivo sobre os recursos necessários para sua ação. 
· A TPP não define Estado versus sociedade, em vez disso, define que um movimento social é uma “interação contenciosa”, que “envolve demandas mútuas entre desafiantes e detentores do poder”. Portanto, o Estado e os movimentos sociais são FORMAS DE AÇÃO COLETIVA, não atores. 
· OS MOVIMENTOS SOCIAIS SERIAM UMA FORMA HISTÓRICA DE EXPRESSÃO DE REIVINDICAÇÕES. 
· No Ocidente, encontra apenas dois “repertórios de ações coletivas”. 
· REPERTÓRIO: é um conjunto limitado de rotinas que são aprendidas, compartilhadas e postas em ação por meio de um processo relativamente deliberado de escolha”. O repertório de ação coletiva não é peculiar a um grupo, mas a uma estrutura de conflito.
· A partir dos anos 1960 se configurou um novo padrão de sociedade, em que a indústria e o trabalho perderam o foco das contenções. Técnica e cultura passariam a interpenetrar-se, as distinções entre mundo público e privado teriam se nublado, fazendo com que os conflitos, antes restritos ao plano econômico, avançassem para a vida privada (família, educação, sexo) e ganhassem dimensões simbólicas - o conflito está em todos os lugares. 
· Os movimentos sociais nasceriam na sociedade civil e, portadores de uma nova “imagem da sociedade”, tentariam mudar suas orientações valorativas (contribuição de Touraine). Esses “novos movimentos sociais” não se organizariam em combate ao Estado, nem com a finalidade de conquistá-lo. Os movimentos sociais aparecem, então, como o novo ator coletivo, portador de um projeto cultural.
· Os novos movimentos sociais seriam, então, formas de resistência à colonização do mundo da vida, reações à padronização e à racionalização das interações sociais e em favor da manutenção ou expansão de estruturas comunicativas, demandando qualidade de vida, equidade, realização pessoal, participação, direitos humanos (Habermas, 1981, p. 33).
· Os novos movimentos sociais seriam “subculturas defensivas”, nascidas em reação a “situações-problema”. Há dois grandes tipos de problemas: os green problems e os over-complexity da sociedade contemporânea - riscos potenciais de usinas nucleares, poder militar, manipulação genética, controle e uso de informações pessoais, isto é, problemas que geram “riscos invisíveis”.
· Os novos movimentos sociais defenderiam formas autogestionárias, novos modelos participatórios e a criação de “contrainstituições”, protegidas da influência dos partidos de massa, da indústria cultural e da mídia, nas quais a comunicação livre fosse possível. 
· Melucci (1988) produziu uma nova teoria psicossocial da identidade coletiva. “Como um ator coletivo é formado ou quais relações e processos levam os indivíduos a se envolverem coletivamente numa ação política?” Melucci recorre a uma argumentação construcionista e processual. Os atores construiriam a ação coletiva, à medida que se comunicam, produzem e negociam significados, avaliam e reconhecem o que têm em comum, tomam decisões. 
· Como Tilly – e à diferença de Touraine e Habermas –, Melucci define os movimentos sociais não como um agente, mas como uma forma de ação coletiva, que surge a partir de um campo de oportunidades e constrangimentos e que possui organização, lideranças e estratégias. Melucci incorpora também a tese da TMR e da TPP de que relações ou organizações já existentes facilitam o engajamento. Mas em vez de falar de “estruturas de mobilização”, recorre à noção mais compatível com a agency que quer enfatizar: as “redes de relacionamento”. Nelas se construiriama motivação para a ação coletiva e a própria interação.

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