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Análise Exploratória e Técnicas de Amostragem W B A 0 5 15 _ v1 _ 1 2/228 Análise Exploratória e Técnicas de Amostragem Autoria: Marcelo Tavares de Lima Como citar este documento: LIMA, M.T. Análise exploratória e técnicas de amostragem. Valinhos: 2017. Sumário Apresentação da Disciplina 03 Unidade 1: Conceitos Fundamentais 05 Unidade 2: Tipos de Coleta de Dados 30 Unidade 3: Tecnologia de Amostragem (amostragem probabilística) 55 Unidade 4: Tecnologia de Amostragem (amostragem não probabilística) 79 2/228 Unidade 5: Análise de dados/mineração de dados 100 Unidade 6: Escolha da melhor técnica para análise de dados 125 Unidade 7: Organização de dados em Excel 152 Unidade 8: Estudo de casos 200 3/228 Apresentação da Disciplina O mundo está cada vez mais dinâmico e, com isso, as informações circulam de for- ma mais rápida pelos meios de comuni- cação, sejam eles a mídia televisiva, a mídia impressa, redes sociais, ou qualquer outro. Mesmo com todo esse dinamismo, as infor- mações que circulam por esses canais de- vem ser muito bem tratadas antes de divul- gadas, para que tenham credibilidade junto ao seu destinatário. Uma das ferramentas de tratamento de in- formações é a estatística, a qual trabalha com diversos tipos de dados por métodos analíticos, com o intuito de dar o tratamen- to apropriado para facilitar a compreensão dos resultados encontrados nas pesqui- sas realizadas, tanto científicas quanto não científicas, de interesse geral. Os dados para análise estatística não po- dem ser coletados de qualquer forma. Ex- istem métodos analíticos que garantem a qualidade da seleção de dados para compor as amostras com o intuito final de análise estatística. Esses métodos compõem uma área da estatística chamada amostragem ou, técnicas de amostragem. Nesta área, foram desenvolvidos diversos métodos de seleção de amostras, que garantem a qual- idade dos dados coletados para, assim, tor- nar os resultados obtidos na amostra pos- síveis de serem extrapolados para a popu- lação de onde foram extraídos. O propósito da disciplina de análise ex- ploratória e técnicas de amostragem é in- troduzir o aluno de pós-graduação na práti- ca de análise de dados com aplicações em 4/228 programas computacionais e apresentar conceitos importantes da estatística, bem como os principais processos de amostr- agem para composição de amostras para análise estatística. 5/228 Unidade 1 Conceitos Fundamentais Objetivos 1. Definição de estatística, tipos de pes- quisas estatísticas, importância da análise exploratória, classificação de variáveis por nível de manipulação, definição de coeficiente de assimetria e de curtose, introdução dos tipos de amostragem, apresentação da intera- ção entre estatística e o método cien- tífico. Unidade 1 • Conceitos Fundamentais6/228 Introdução Neste tema serão abordados conceitos in- trodutórios e definições básicas para que você possa ingressar na análise exploratória de dados e nas principais técnicas de amos- tragem com um mínimo de conhecimento necessário para dar andamento nesta dis- ciplina. Nos últimos anos, tem crescido bastante a utilização de métodos estatísticos nos di- versos campos da ciência e fora dela. A razão para isso é diversa, por exemplo, o avanço do acesso à internet e, com isso, o aumento significativo de informações quantitativas, o desenvolvimento de programas compu- tacionais mais robustos e de computadores mais potentes. Mesmo que não se faça uso de métodos estatísticos, é importante ter um conheci- mento mínimo para que se possam com- preender as informações quantitativas di- vulgadas pelos meios científicos e de co- municação geral. Tais métodos ajudam a dar sentido a essas informações para que se possam extrair conclusões através dos da- dos resultantes. A intenção desta disciplina não é tornar o aluno um estatístico pleno, no entanto a intenção é torna-lo um leitor hábil para compreender e manipular, minimamente, as informações divulgadas que passaram por um processo de análise estatística. E é como essa intenção que esta disciplina será desenvolvida, juntamente com o apoio da ferramenta Microsoft Excel, quando forem aplicados exemplos práticos. Unidade 1 • Conceitos Fundamentais7/228 1. A pesquisa estatística Neste tópico serão apresentados os con- ceitos gerais de estatística e outros funda- mentos associados a ela. O intuito aqui é fa- miliarizar o aluno com os termos e concei- tos básicos difundidos na área da pesquisa estatística. 1.1 Tipos de pesquisas estatísti- cas Agresti e Finlay (2012, p. 19) definem esta- tística como “um conjunto de métodos para obter e analisar dados”. Mais especifica- mente, a estatística fornece métodos para planejar a coleta de dados, para descrevê- -los e fazer inferências a partir dos mesmos. A pesquisa estatística, basicamente, trata- -se de uma pesquisa com enfoque quanti- tativo, é uma pesquisa que tem como subsí- dios para suas conclusões os dados numé- ricos. Sampieri et al. (2013, p. 31) definem pesquisa como “um conjunto de processos sistemáticos, críticos e empíricos aplicados no estudo de um fenômeno”. Estes autores ainda dividem o tipo de pesquisa estatísti- ca como: exploratórios, descritivos, correla- cionais e explicativos ou causais. A pesquisa exploratória é realizada quan- do se tem pouco ou nada pesquisado sobre determinado assunto. A intenção deste tipo de pesquisa é, basicamente, preparar o ter- reno para novos estudos. Os estudos descritivos ajudam a caracteri- zar o fenômeno estudado. A partir deles é Unidade 1 • Conceitos Fundamentais8/228 possível tomar um ponto de partida para hi- póteses mais consolidadas. A pesquisa correlacional funciona como prognóstico para a relação entre as variá- veis do estudo. Ela ajuda a quantificar a for- ça dessas relações e, a pesquisa explicativa auxilia no entendimento das causas dessas relações, vai além de tudo o que foi dito até aqui. Ela tenta determinar as causas dos fe- nômenos, torná-los compreensíveis. Para isso, precisa ser muito bem estruturada. 1.2 Análise exploratória de da- dos Toda pesquisa é realizada com coleta de in- formações, portanto, a coleta é a essência de uma pesquisa. Ela fornece todo tipo de observação para ser utilizada numa análise estatística; essas observações são chama- das de dados. A análise exploratória ajuda na redução, exploração e interpretação de dados, suas principais ferramentas são as tabelas e os gráficos. Com a execução destas etapas é possível compreender a informação extra- ída do conjunto de dados. Um nome dado para a análise exploratória é estatística des- critiva. A estatística descritiva ou análise explora- tória, segundo Agresti e Finlay (2012, p. 20) “consiste em gráficos, tabelas e números tais como médias e percentuais”. Os referi- dos autores ainda afirmam que o seu prin- cipal objetivo é o de redução dos dados, no intuito de tornar mais simples o processo de interpretação, sem perder ou distorcer as informações. Unidade 1 • Conceitos Fundamentais9/228 1.3 Classificação das variáveis Nos estudos de fenômenos são estudadas diversas características, as quais são cha- madas variáveis. Através delas é possível descrever o fenômeno estudado. As variá- veis podem ser classificadas de acordo com o seu nível de manipulação/medição, con- forme mostra a Figura 1. Para saber mais Há pouco tempo a palavra estatística era inter- pretada, pela população geral como uma coleção de tabelas e gráficos, produtos de algum tipo de pesquisa. Isto tem origem no significado da pa- lavra em si. A palavra estatística deriva do grego, originária de ESTADO, era utilizada no passado para representar uma coleção de dados de órgãos governamentais. Em dias atuais, os métodos es- tatísticos são cada vez mais utilizados e as pesso- as estão cada vez mais sabendo o seu real signifi- cado. A estatística tem um conceito mais abran- gente. Ela é um conjunto de métodos que permite a análise einterpretação de dados provenientes de amostras, com o intuito de fazer inferências de características de uma população. Unidade 1 • Conceitos Fundamentais10/228 Figura 1- Classificação das variáveis segundo o nível de manipulação. Fonte: <http://www.inf.ufsc.br/~marcelo.menezes.reis/Caps1_e_2.pdf>. Acesso em: 5 nov. 2017. Uma primeira classificação das variáveis a se fazer seria ordená-las em quantitativas e qualita- tivas. As qualitativas também são conhecidas como categóricas. Como exemplo, são conside- radas variáveis quantitativas o número de filhos, a renda mensal, a idade, a estatura, o índice de Unidade 1 • Conceitos Fundamentais11/228 massa corporal (IMC), dentre outras. E são consideradas variáveis qualitativas o sexo, o nível de escolaridade, o estado civil, a na- cionalidade etc. As variáveis quantitativas podem ser subdi- vididas em discreta e contínua, e as variá- veis qualitativas podem ser subdivididas em nominal e ordinal. Uma variável quantitativa discreta pode as- sumir valores em um conjunto finito ou um enumerável de valores, geralmente sendo uma contagem, por exemplo, número de filhos, número de cursos realizados, quan- tidade de viagens feitas, dentre outras. As medidas possíveis de serem obtidas deste tipo de variável são: frequência, mediana, moda, amplitude e medidas separatrizes. Já as variáveis quantitativas contínuas po- dem assumir qualquer valor numérico den- tro de um determinado intervalo do conjun- to dos números reais, pois resultam de uma medição, como altura, peso, IMC. Com esse tipo de variável é possível extrair medidas estatísticas, como médias, medianas, vari- âncias etc. As variáveis qualitativas subdividem-se em: nominal e ordinal. As nominais são aque- las nas quais não existe uma ordenação em suas realizações. Por exemplo, estado civil de uma pessoa, cor/raça. As variáveis qua- litativas ordinais têm uma ordem em sua ocorrência. Por exemplo, nível de escolari- dade e classe social. Cada tipo de variável tem um método apro- priado para ser tratada estatisticamente. Unidade 1 • Conceitos Fundamentais12/228 Em muitos casos, é atribuído um valor nu- mérico para as categorias de uma variável qualitativa, porém isso não torna a variá- vel uma medida quantitativa. Esta é apenas uma forma de codificação da variável. Ain- da sobre variável qualitativa, é possível tor- nar uma medida quantitativa em qualitati- va pela transformação dos valores de uma medida numérica em intervalos de valores e atribuindo um número de codificação para o intervalo. 1.4 Coeficientes de assimetria e curtose Em um dos momentos do processo de análi- se exploratória de uma variável quantitativa, o conhecimento da sua simetria pode aju- Para saber mais Uma variável qualitativa com k categorias (k>2) pode ser codificada desmembrando-a em k-1 va- riáveis indicadoras (dummy), na qual cada nova variável se referirá à presença (atribuição de valor 1) ou ausência (atribuição de valor zero) de uma das categorias da variável original. Para isso, uma categoria deverá servir como referência (zero em todas as novas variáveis). Unidade 1 • Conceitos Fundamentais13/228 dar na compreensão e análise por três prin- cipais fatores: 1) Ajuda na seleção da dis- tribuição de probabilidade mais apropriada para o seu ajustamento teórico; 2) Identifica possíveis problemas na coleta dos dados, na qual, por exemplo, não deveria ocorrer assi- metria ou vice-versa; 3) Compara diferentes momentos de coleta da mesma caracterís- tica em termos de simetria. Para avaliar a assimetria de uma variável, é feita a comparação com a distribuição de probabilidade normal e, quando seu va- lor é igual a zero, a distribuição da variável avaliada é dita perfeitamente simétrica. Na prática, a verificação da assimetria é feita por gráficos do tipo histograma boxplot, ou através de uma medida chamada coeficien- te de assimetria. Uma distribuição é dita simétrica quando suas medidas de média, mediana e moda são todas iguais. Caso con- trário, é dita assimétrica, conforme se pode observar na Figura 2. Figura 2. Curvas em relação à assimetria. Distribuição simétrica Unidade 1 • Conceitos Fundamentais14/228 Distribuição assimétrica Fonte: Adaptado de Ribeiro (2015). O coeficiente de assimetria pode ser calcu- lado de duas formas: 1. Coeficiente de assimetria (AS): , onde é a média da variável, é a moda e, é o seu desvio padrão; 2. Coeficiente de assimetria (AS): , onde é a mediana da variável. O resultado numérico, em ambos os casos, é avaliado da seguinte maneira: • Se AS < 0: distribuição assimétrica ne- gativa (à esquerda); • Se AS > 0: distribuição assimétrica po- sitiva (à direita); • AS = 0: distribuição simétrica. A curtose mede o grau de achatamento da curva gerada pelos dados, em comparação com a curva da distribuição normal. Essa estatística só pode ser utilizada em dados unimodais, ou seja, dados possuem apenas Unidade 1 • Conceitos Fundamentais15/228 uma moda. Existem três classificações para uma curva de dados, em relação à medida de curtose: leptocúrtica, mesocúrtica e platicúrtica. A Figura 3 mostra as curvas e a descrição de cada tipo. Figura 3. Tipos de curtose. Fonte: Ribeiro (2015, p. 62) Unidade 1 • Conceitos Fundamentais16/228 1.5 Amostragem A amostragem é uma coleta parcial de uma população-alvo sobre a qual se deseja estu- dar alguma(s) característica(s). Ela se justi- fica por vários fatores, porém os principais são a inacessibilidade da população estu- dada, o custo e o tempo disponíveis para a realização da pesquisa. Os procedimentos de amostragem foram criados para garantir a representatividade de seus resultados em relação à população de onde foram extraídas amostras, ou seja, os resultados encontrados devem ser um reflexo da população original. Antes de iniciar a coleta dos dados para compor a amostra é preciso deixar muito bem definida a unidade de análise ou uni- dade amostral. Pois, dependendo do tipo, alguns procedimentos de coleta serão me- lhores que outros. Para saber mais A unidade de análise de uma pesquisa tem que ser muito bem determinada, a fim de evitar a ocorrência de erros. A unidade de análise são in- divíduos, organizações, periódicos, comunidades, situações, eventos etc. Depois de bem definida a unidade de análise, é possível delimitar, muito fa- cilmente, a população-alvo de qualquer pesquisa. A partir daí é possível definir a amostra que será coletada. Os autores Sampieri et al. (2013, p. 192) definem amostra como um “subgrupo da popu- lação de interesse sobre o qual os dados serão coletados, e que deve ser definido ou delimitado anteriormente com precisão”. Unidade 1 • Conceitos Fundamentais17/228 Os procedimentos de amostragem dividem- -se em duas classes: probabilísticos e não probabilísticos. A amostragem probabilísti- ca atribui probabilidade de seleção aos ele- mentos da população. Em geral, a probabi- lidade de seleção para compor a amostra é a mesma para todos os elementos. A amos- tragem não probabilística não atribui me- dida probabilística aos elementos da popu- lação; a seleção das unidades amostrais é feita por outros critérios, por exemplo, arbi- trariedade, intenção, qualquer outra carac- terística da pesquisa etc. A escolha do tipo de amostragem a ser feita vai depender dos objetivos da pesquisa, dentre outras carac- terísticas. Os tipos de amostragem probabilística e não probabilística ainda se subdividem da seguinte maneira: 1. amostragem probabi- lística: aleatória simples, estratificada, con- glomerados ou sistemática; 2. Amostragem não probabilística: acidental, intencional ou por cotas. Link Verifique os principais conceitos de técnicas de amostragem em: <http://www.ufscar.br/jc- fogo/EACH/Arquivos/Material_Aula_2.pdf>. Acesso em: 8 out. 2017. Unidade 1 • Conceitos Fundamentais18/228 1.6 O método científico e a es- tatística A ciência, de forma geral, é uma tentativa de explicare entender as relações entre al- guns aspectos do mundo em que vivemos. Através dela realizam-se classificações e generalizações dos achados das pesquisas científicas. Tais achados podem se tornar verdades ou não. A estatística é um meio eficiente de se conhecer, manipular, inter- pretar e divulgar os achados das pesquisas científicas. O método científico divide-se em dois ra- mos: observacional e experimental. Em am- bos, é possível fazer uso de métodos esta- tísticos apropriados para desenvolvimento de pesquisas. 1.7 Amostragem versus censo Pesquisas do tipo censo são realizadas quando se deseja obter a real informação sobre características populacionais. No entanto, nem sempre é possível realiza- -lo, pois, em muitos casos, é impossível ter acesso a todos os indivíduos pertencentes a ela, o custo envolvido pode ser muito alto e, também, há uma demanda maior de tempo Link Os conceitos básicos sobre o método científico e estatística estão disponibilizados em: <http:// www.ufscar.br/jcfogo/EACH/Arquivos/Ma- terial_Aula_1_SCo.pdf>. Acesso em: 8 out. 2017. http://www.ufscar.br/jcfogo/EACH/Arquivos/Material_Aula_1_SCo.pdf http://www.ufscar.br/jcfogo/EACH/Arquivos/Material_Aula_1_SCo.pdf http://www.ufscar.br/jcfogo/EACH/Arquivos/Material_Aula_1_SCo.pdf Unidade 1 • Conceitos Fundamentais19/228 necessário para completar a coleta das in- formações. Órgãos governamentais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizam o censo demográfico no Brasil a cada dez anos. O censo demográfico é a mais complexa operação estatística reali- zada por um país, quando são investigadas as características de toda a população e dos domicílios do território nacional. Por pes- quisarem todos os domicílios, constituem a única fonte de referência para o conheci- mento das condições de vida da população em todos os municípios e em seus recortes territoriais internos ̶ distritos, subdistritos, bairros e classificação de acordo com a lo- calização dos domicílios em áreas urbanas ou rurais. A principal vantagem de uma pesquisa fei- ta por amostragem se dá por conta dos fa- tores aqui já mencionados: desnecessidade de acesso a toda a população, menor cus- to para a pesquisa e menor tempo de cole- ta. Mesmo assim, quando bem planejada, a amostra será uma cópia fidedigna da popu- lação de onde foi extraída. Link Conheça como a pesquisa do Censo demográfico é realizada a partir da leitura de: <https://cen- so2010.ibge.gov.br/>. Acesso em: 10 out. 2017. Unidade 1 • Conceitos Fundamentais20/228 Glossário Boxplot: também conhecido como diagrama de caixas. É um gráfico que contém medidas resu- mo extraídas de amostras. Histograma: gráfico de barras contíguas, com as bases proporcionais aos intervalos das classes e área de cada barra (retângulo) proporcional à respectiva frequência. Mediana: valor que divide o conjunto de dados ordenados pela metade. Ou seja, metade dos ca- sos fica abaixo da mediana e a outra metade fica acima dela. Questão reflexão ? para 21/228 Discorra sobre uma situação de sua rotina na qual é pos- sível fazer um levantamento amostral e fazer um trata- mento estatístico com os dados coletados. Explique a técnica de amostragem escolhida e justifique a sua es- colha. 22/228 Considerações Finais • O método científico foi criado para a compreensão de fenômenos (experi- mentos, observações etc.). • A estatística é uma ferramenta importante para o método científico. • Os métodos estatísticos são diversos. Eles são usados conforme a caracte- rística dos dados da pesquisa. • Existem muitas formas de coletar uma amostra. É necessário conhecer o desenho da pesquisa e, utilizar uma técnica de amostragem apropriada. • A análise exploratória de dados é importante para compreender e extrair informações de registros de dados. Unidade 1 • Conceitos Fundamentais23/228 Referências AGRESTI, A.; FINLAY, B. Métodos estatísticos para as ciências sociais. 4. ed. Porto Alegre: Edito- ra Penso, 2012. 664 p. BUSSAB, W.; MORETTIN,P. Estatística básica. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 554p. HEATH, O.V.S. A estatística na pesquisa científica. Volume 1. São Paulo: EPU: Ed. da Universidade de São Paulo, 1981. 95 p. IBGE. Censo demográfico 2010. Disponível em <https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/po- pulacao/censo2010/>. Acesso em: 10 out. 2017. SAMPIERI, R. Hernández et al. Metodologia de pesquisa. 5. ed. Porto Alegre: Editora Penso, 2013. 624 p. 24/228 1. Em quais ramos se divide o método científico? a) Observacional e estatístico. b) Estatístico e experimental. c) Observacional e experimental. d) Amostral e populacional. e) Amostral e observacional. Questão 1 25/228 2. A coleta de observações de toda a população e a coleta parcial referem- -se a quais tipos de levantamento de dados, respectivamente? a) Observacional e total. b) Amostral e populacional. c) Amostral e observacional. d) Populacional e amostral. e) Observacional e experimental. Questão 2 26/228 3. A distribuição de probabilidade utilizada como referência para analisar os coeficientes de assimetria e de curtose é: a) Multinomial. b) Normal. c) Multimodal. d) Binomial. e) Log-normal. Questão 3 27/228 4. Como se dividem os tipos de variáveis estatísticas em primeiro nível? a) Categórica e qualitativa. b) Qualitativa e categórica. c) Quantitativa e qualitativa. d) Quantitativa e numérica. e) Numérica e ordinal. Questão 4 28/228 5. A técnica de amostragem apropriada para reduzir a variabilidade do conjunto de dados através da subdivisão da população em grupos é a: a) Aleatória simples. b) Estratificada. c) Sistemática. d) Conglomerados. e) Dois estágios. Questão 5 29/228 Gabarito 1. Resposta: C. Observacional e experimental. Essas são duas grandes divisões do método científico. A principal diferença entre elas é que a ob- servacional apenas observa o fenômeno, e a experimental realiza algum tipo de inter- venção e analisa seu resultado. 2. Resposta: D. Populacional e amostral. A coleta é popu- lacional quando se tomam medidas de to- dos os elementos da população e é amos- tral quando essa coleta é aplicada em parte dela. 3. Resposta: B. Normal. É a distribuição de referência por causa de várias propriedades matemáticas que ela possui. Uma delas é a simetria em relação a um eixo central, no caso, a média aritmética. 4. Resposta: C. Quantitativa e qualitativa. É a principal di- visão quanto ao tipo de variável estatística. 5. Resposta: B. Estratificada. Ela é utilizada para dividir a população em estratos mais homogêneos. 30/228 Unidade 2 Tipos de Coleta de Dados Objetivos 1. Apresentar as várias formas de se coletarem informações, as diversas fontes existentes e, a melhor maneira de realizar a etapa de coleta em uma pesquisa, visto a sua extrema impor- tância, pois, se for malfeita, é possí- vel que a pesquisa fique totalmente comprometida, ou nem mesmo seja possível dar continuidade a ela. Unidade 2 • Tipos de Coleta de Dados31/228 Introdução A coleta de dados tem como base a medição (as variáveis e/ou as definições contidas nas hipóteses da pesquisa são medidas). A par- tir daí a coleta é realizada com a utilização de procedimentos padronizados ou conhe- cidos dentro das diversas áreas da ciência e, para que seja confiável e aceita, é necessá- rio garantir que os procedimentos de coleta foram todos cumpridos de forma adequada. A coleta não pode ser feita com qualquer instrumento, como dito anteriormente, pois ela se baseia em instrumentos padroniza- dos e uniformes em todas as situações. Os dados são obtidos por observação, medição e documentação de medidas. Os instru- mentos utilizados devem ser aqueles que se mostraram válidos e confiáveis em estudos anteriores ou, então, novos instrumentos devem ser criados baseados em revisão de literatura, para serem testados e ajustados apropriadamente. Por serem coletadas por mensurações, as informações de interesse são representa-das por números (quantidades/medidas) e devem ser analisadas com métodos estatís- ticos apropriados. O propósito de uma boa coleta de dados é o controle máximo da informação que se de- seja obter, para conseguir que outras expli- cações possíveis ou diferentes da proposta do estudo (hipóteses) sejam descartadas ou excluídas as incertezas, e para que qualquer tipo de erro seja reduzido ao máximo possí- vel. Existem inúmeros procedimentos de coleta Unidade 2 • Tipos de Coleta de Dados32/228 de dados. A intenção aqui não é esgotar o assunto, mas apresentar de forma introdu- tória algumas possíveis formas de coleta de dados. 1. Tipos de Coleta de Dados O levantamento de dados pode ser realiza- do com o aproveitamento de registros exis- tentes (nascimentos, mortes, notificação de doença contagiosa etc.), aplicação de ques- tionários (autoadministrados ou por entre- vista) e por meio de experimentos controla- dos (testes de novos medicamentos). Serão apresentados neste texto alguns métodos de coleta de dados mais utilizados em pes- quisas estatísticas, assim como os proce- dimentos utilizados para uma boa coleta amostral. 1.1 Coleta direta (contínua, pe- riódica, ocasional) A coleta direta é realizada com informações de registros obrigatórios, prontuários ou coletados pelo próprio pesquisador, através de instrumento apropriado para isto, por exemplo, questionários, censo demográfico etc. Link Confira o texto a respeito de métodos para a re- alização de pesquisa científica. Disponível em: <https://docente.ifrn.edu.br/andreacosta/ desenvolvimento-de-pesquisa/metodolo- gia-da-pesquisa>. Acesso em: 15 out. 2017. Unidade 2 • Tipos de Coleta de Dados33/228 A coleta direta é considerada contínua quando realizada sobre dados de registro oficial, por exemplo, registros de nascimen- to, óbito, casamento, vacinações, consul- tas e impostos. Em outra situação, a cole- ta direta é considerada periódica quando é realizada periodicamente. Por exemplo, as pesquisas realizadas por órgãos governa- mentais, como o IBGE, que realiza o censo demográfico brasileiro a cada dez anos, a PNAD que é realizada anualmente, dentre outras pesquisas. O último caso de coleta direta é a coleta ocasional, realizada a qual- quer momento, sem ser periódica ou contí- nua, com o intuito de atender a alguma de- manda específica. Como exemplo, podem- -se citar pesquisas epidemiológicas, tipo dengue e Chikungunya. 1.2 Coleta indireta de dados (da- dos secundários) A coleta indireta de dados ocorre quando é obtida de dados coletados previamente (coleta direta em pesquisa anterior) em pes- quisas e/ou, do conhecimento de outros fe- Para saber mais O IBGE é uma entidade da administração pública federal, vinculada ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Nele são elaboradas inúmeras pesquisas de cunho social. O órgão pos- sui uma estrutura complexa para a elaboração de pesquisas sociais de grande magnitude e fornece os dados coletados para pessoas físicas ou jurídi- cas utilizarem em seus diversos interesses. Unidade 2 • Tipos de Coleta de Dados34/228 nômenos associados ao atual fenômeno em estudo. Implica na revisão de documentos, registros públicos e outros tipos de arquivos guardados de forma física ou eletrônica. Como exemplo para a utilização deste tipo de coleta, considere que uma pesquisa sobre violência na cidade de São Paulo esteja sen- do realizada. A hipótese inicial é “a violência na área central é maior que na zona leste da cidade”. O início da coleta das informações poderia se dar pela ida até as prefeituras e delegacias de polícia de cada região e, o(s) pesquisador(es) fazer(em) a solicitação dos dados relacionados à violência para estes órgãos, por exemplo, número de assaltos, estupros, roubos a moradias e assassinatos. Diversas pesquisas são realizadas com a coleta indireta, por exemplo, pesquisas em instituições de nosso país utilizam dados coletados pelo IBGE, Fundação SEADE e INEP, dentre outros. Por exemplo, deseja- -se conhecer os atributos das famílias resi- dentes em domicílios dos estados da região Nordeste do Brasil. Almeja-se saber que tipo de mudança de características entre os anos 2000 e 2010 podem ter ocorrido, como número médio de pessoas no domi- cílio, renda mensal domiciliar, composição dos moradores do domicílio etc. É possível fazer uso dos dados dos censos desses anos para construir os perfis desses domicílios e fazer comparações para identificar as pos- síveis mudanças ocorridas no período. Unidade 2 • Tipos de Coleta de Dados35/228 1.3 Tipos de fontes de dados (fonte primária e secundária) Conforme se desenvolve uma pesquisa, di- ferentes tipos de fontes de informação são consideradas, a depender da pesquisa, al- gumas mais importantes que outras. É pos- sível classificá-las em dois níveis: fontes pri- márias e secundárias. As fontes consideradas primárias são obti- das de dados brutos, sem interpretação, que ainda não receberam o devido tratamento analítico. Por exemplo, dados de memoran- do, cartas, entrevistas, discursos, leis e re- gulamentações, decisões judiciais, dados governamentais, econômicos, trabalhistas e inquéritos específicos. Por exemplo, um estudo realizado no intuito de coletar infor- mações sobre hábitos de consumo de fa- mílias de alguma região específica do país, ou, pesquisar características específicas de mulheres gestantes do seu primeiro filho. Para isso, é construído um instrumento de coleta dessas informações e, aplicados em amostra de pessoas específicas de uma po- pulação-alvo. Para saber mais O SEADE é o portal de estatísticas do Estado de São Paulo. É uma fundação vinculada à Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de São Paulo e corresponde a um centro de referência em nível nacional na produção e disseminação de análises e de estatísticas socioeconômicas e demográfi- cas. Unidade 2 • Tipos de Coleta de Dados36/228 As fontes de dados secundários são aquelas nas quais foram gerados dados primários previamente e disponibilizados para ou- tras pesquisas fazerem uso posterior. Como exemplo, as enciclopédias, os livros, manu- ais gerais, artigos de revistas e jornais, notí- cias em geral, dados oficiais divulgados por órgãos oficiais de pesquisa, dentre outras. 1.4 Tipo de observação (huma- na, mecânica e eletrônica) A observação humana para coleta de da- dos consiste no registro sistemático, válido e confiável de situações observáveis, atra- vés do uso de um conjunto de categorias de informações. Ela é útil, por exemplo, para analisar eventos de massa, como a violên- cia em estádios de futebol, conflitos fami- liares e pesquisas de mercado, para estu- dar a aceitação de algum novo produto. Por isso, é muito utilizado em pesquisas na área comportamental. Outro mecanismo de coleta de dados é o de coleta mecânica/eletrônica, que utiliza sis- temas de medição por aparelhos, tal como o detector de mentiras usado pela polícia; a Link Recomendamos a leitura de um portal de dados governamentais abertos para uso e informação de acesso público. Disponível em: <http://da- dos.gov.br/pagina/dados-abertos>. Acesso em: 15 out. 2017. Unidade 2 • Tipos de Coleta de Dados37/228 pistola a laser, que mede a velocidade de um automóvel, partindo de um ponto externo do veículo, para estudar comportamento, de forma geral, de condutores de veículos; aparelhos hospitalares, que realizam exa- mes médicos, também são exemplos de co- leta mecânica/eletrônica. A utilização de um mecanismo de um tipo ou outro para coleta de dados depende muito da área de desenvolvimento do estu- do, pois vai depender das especificidades de cada área. É claro que o uso de um tipo de coleta não exclui outros, pois é possível fazer uso de mais de um tipo de coleta de dados na mes- ma pesquisa, inclusive, isto é bastante di- fundido. Por exemplo, em pesquisa orga- nizacional, na qual é utilizada mais de uma forma de coleta, como envio decomunica- ção interna (telefone, reuniões etc.), envio de questionários por e-mail ou internet. 1.5 Método de pesquisa survey O termo survey é muito amplo na sua defi- nição. Ele se refere, na realidade, a um tipo específico de pesquisa social empírica, tal como: censo demográfico, pesquisa de opi- nião pública, pesquisa de mercado, estudos acadêmicos e estudos epidemiológicos. Os Link Uma série de dados da área da saúde são dispo- nibilizados pelo DATASUS. Para consulta, visite: <http://datasus.saude.gov.br/informacoes- -de-saude>. Acesso em: 15 out. 2017. Unidade 2 • Tipos de Coleta de Dados38/228 principais propósitos de uma pesquisa do tipo survey são a descrição, explicação e a exploração de algum assunto de interesse. Um survey é descritivo porque, em geral, a ideia é sempre descobrir a distribuição de certos tra- ços e atributos. Por exemplo, distribuição por idade, por sexo. É explicativo, como objetivo adicio- nal, pois tenta explicar comportamentos diversos da população-alvo estudada. É exploratório, pois nem sempre é possível, determinar com clareza o objetivo da pesquisa, o que torna neces- sário uma exploração inicial para que se possa direcionar com mais clareza os objetivos reais da pesquisa. É um método utilizado para fazer pesquisas de entendimento mais amplo. Babbie (2003, p. 78) descreve surveys como muito semelhantes a censos, sendo a diferença principal diferença entre eles que um survey, tipicamente, examina uma amostra de população, enquanto o censo geralmente implica uma enumeração da população toda. Unidade 2 • Tipos de Coleta de Dados39/228 Um dos primeiros registros de survey ocor- reu por volta de 1880, quando Karl Marx, sociólogo político alemão, enviou ques- tionários por correio para vinte e cinco mil trabalhadores franceses, com a intenção de verificar o nível de exploração que sofriam por parte de seus patrões. Não há registros de que ele tenha recebido retorno de ques- tionários. Já em dias atuais, a maioria da pesquisa sur- vey contemporânea foi realizada por pes- quisadores americanos, resultado do traba- lho desenvolvido em três setores da socie- dade americana: no U.S. Bureau of Census, em empresas comerciais de pesquisa de opinião e no refinamento científico deste método de pesquisa. No Brasil, o IBGE é um dos grandes órgãos governamentais responsáveis por pesquisa do tipo survey no país. Seu destaque se dá por realizar o censo demográfico brasileiro já há muitos anos, no qual parte desta pes- quisa, na realidade, é feita por amostragem. Existem outros órgãos também, tais como a fundação SEADE, o INEP/MEC, a fundação Joaquim Nabuco, entre outros. Para saber mais O IBGE possui outras pesquisas de grande di- mensão, além do Censo Demográfico, tais como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a Pesquisa Mensal de Emprego, entre outras. Seu foco, como dito em texto anterior, são as pesqui- sas populacionais, as quais se caracterizam, prin- cipalmente, por coleta de dados sociodemográfi- cos da população brasileira. Unidade 2 • Tipos de Coleta de Dados40/228 Uma pesquisa do tipo survey tem caracte- rística pedagógica muito intrínseca, pois é nela que as fragilidades de uma pesquisa fi- cam mais evidentes em relação à utilização de outros métodos de pesquisa, permitindo, assim, avaliações mais rigorosas dos seus resultados. As principais características de uma pesqui- sa do tipo survey, segundo Babbie (2003), são: ela é lógica, determinística, geral, par- cimoniosa e específica. É lógica porque per- mite, na prática, a aplicação cuidadosa do pensamento lógico. É determinística por- que permite a elaboração clara e rigorosa do modelo lógico de causa e efeito. É geral porque os resultados obtidos pela amostra levantada são extrapolados para a popu- lação de onde os dados foram coletados. É parcimoniosa porque permite um fácil tra- tamento das informações coletadas. As unidades de análise, em geral, são pes- soas, porém, também podem ser objetos, famílias, cidades, estados, países, indús- trias, entre outros. Em algumas pesquisas, um survey pode envolver mais de uma uni- dade de análise. Por exemplo, em pesquisas domiciliares, a unidade de análise é o domi- cílio, porém em alguns quesitos da pesquisa pode haver um questionamento individual, ou seja, uma pergunta para o indivíduo resi- dente em determinado domicílio. Um cuidado que deve ser tomado em termos de unidade de análise é o da falácia eco- lógica, ou seja, um cuidado ao tomar con- clusões dependendo da unidade de análise utilizada, pois uma má escolha pode levar a conclusões distorcidas. Unidade 2 • Tipos de Coleta de Dados41/228 Depois de especificar os objetivos e as uni- dades de análise, é possível escolher o de- senho amostral do survey, que são divididos em dois tipos: interseccional ou transversal e longitudinal. Num survey transversal, os dados são coletados em um único momen- to e, com ele, é possível determinar relações entre as variáveis observadas. Uma pesquisa sobre intenção de votos é um caso de survey transversal. Já num survey longitudinal, os dados são coletados em diferentes momen- tos, com a intenção de avaliar as mudanças possíveis dentro do intervalo de observação. Este tipo de survey pode ser subdividido em estudo de tendências, estudo de corte e es- tudo de painel. 1.5.1 Questionários autoadmi- nistrados Após a construção de um questionário apropriado para os objetivos da pesquisa, é necessário distribuir cópias dele para os componentes da amostra, que pode ser fei- to por correios, entrega pessoal, e-mail ou outro meio. Quando se utilizam os correios para coleta de dados por questionário, geralmente, há a necessidade de uma carta com explicações sobre a pesquisa estar acompanhada do instrumento. Esta situação é denominada de método básico. Uma outra forma de aplicação é pelo uso de questionário autopostável, ou seja, en- vio para o respondente de um questionário Unidade 2 • Tipos de Coleta de Dados42/228 construído de tal modo que o endereço para retorno, após ser respondido, esteja impres- so no instrumento, facilitando a sua devo- lução. Assim, o entrevistado não terá muito trabalho para devolver o questionário. Este método de aplicação é chamado método alternativo. De forma geral, o método al- ternativo tem mais vantagens em termos de facilidade, economia e taxa de respostas obtidas, pois são autopostáveis. Em ambos os casos, é necessário um moni- toramento rígido dos retornos, por exem- plo, fazer o acompanhamento por gráfico de taxa de retorno ou uma tabela com con- teúdo semelhante, anotando diariamente o fluxo, para fazer um controle de qualidade através da conferência de cada questioná- rio individualmente, no intuito de não haver inconsistências no momento da tabulação e da análise estatística. 1.5.2 Questionários administra- dos por entrevistador Neste método, diferente do anterior, existe a figura de um intermediador, o entrevistador, o qual tem papel importante para uma boa coleta das informações. As entrevistas, em geral, são feitas em encontros cara a cara ou por telefone. Uma pesquisa survey realizada com a figura do entrevistador tem vantagens em relação ao método autoadministrado, pois tem uma taxa de respostas maior, estima-se que a taxa de retorno seja de 80% ou mais. Uma das causas se dá porque há uma maior re- Unidade 2 • Tipos de Coleta de Dados43/228 lutância do entrevistado em se opor a parti- cipar. A presença de um entrevistador reduz significativamente a quantidade de respos- tas do tipo “não sei” e “sem resposta”, redu- zindo a ausência de informação nos dados. O entrevistador deve ser considerado um facilitador no processo da coleta das infor- mações, ele deve estar disposto a esclare- cer o assunto, o máximo possível, para que o entrevistado possa responder sem proble- mas, no intuito de evitar respostas distorci- das ou enviesadas. Apesar de ser um intermediador, o entre- vistador deve se manter neutropara não influenciar as respostas do entrevistado. A sua presença não pode afetar a percepção do entrevistado em relação às questões do instrumento. A neutralidade do entrevis- tador tem especial importância em surveys realizados, principalmente pessoalmente, ou seja, cara a cara. Como regras gerais, é importante que um entrevistador tenha aparência e comporta- mento apropriado para o ambiente do en- trevistado, tenha familiaridade com o ques- tionário, siga exatamente as redações das questões e que faça o registro das respostas de maneira exata. Para saber mais Existem inúmeros métodos de pesquisa. A esco- lha de um método para ser utilizado depende de alguns fatores como: as especificidades da área de pesquisa, os tipos de dados que serão coleta- dos, o tratamento que se pretende dar aos dados coletados e o alcance que se pretende atingir. Unidade 2 • Tipos de Coleta de Dados44/228 Glossário IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. PNAD: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. SEADE: Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados. INEP: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Enviesada: com distorção, com vício. Questão reflexão ? para 45/228 Avalie a seguinte situação: uma grande loja de depar- tamentos deseja pesquisar sobre a aceitação de deter- minado produto no mercado e está na dúvida se envia questionário por correio/e-mail para um grupo de po- tenciais usuários do produto, se realiza a pesquisa por telefone ou se envia entrevistadores aos seus domicí- lios. Você está encarregado em tomar essa decisão. E agora? Qual método escolher? Faça a sua escolha e dê justificativas para ela. 46/228 Considerações Finais • Um levantamento de dados não pode ser realizado de qualquer maneira, existem procedimentos validados para isso, os quais devem ser seguidos com rigor. • Uma coleta direta de dados é realizada quando se coletam os dados di- retamente da fonte. Ela pode ser feita de maneira contínua, periódica ou ocasional. • Uma coleta indireta de dados é realizada quando se faz através de fontes secundárias, ou seja, de fontes que já tenham feito a coleta primária ante- riormente. • É possível fazer coleta de dados de forma humana, mecânica ou eletrônica. • A pesquisa de tipo survey é um dos métodos mais importantes de coleta de dados. Unidade 2 • Tipos de Coleta de Dados47/228 Referências BABBIE, E. Métodos de pesquisa de survey. 2ª reimpressão. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2003. 519p. BUSSAB, W.; MORETTIN,P. Estatística básica. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 554p. SAMPIERI, R. Hernández et al. Metodologia de pesquisa. 5. ed. Porto Alegre: Editora Penso, 2013. 624 p. 48/228 1. No que se baseia uma coleta de dados? a) No olhar. b) Na audição. c) Na medição. d) Nas pessoas. e) Nos elementos da amostra. Questão 1 49/228 2. Órgão responsável pela realização do censo demográfico brasileiro é: Questão 2 a) INEP. b) IBGE. c) ENCE. d) USP. e) Receita federal. 50/228 3. Uma coleta direta de dados pode ser: Questão 3 a) Contínua, permanente e ocasional. b) Contínua, ocasional e de vez em quando. c) Periódica, contínua e única. d) Periódica, única e anual. e) Periódica, contínua e ocasional. 51/228 4. O tipo de coleta de dados realizada pelo INEP para o ENEM é de qual tipo? Questão 4 a) Direta. b) Indireta. c) Secundária. d) Qualitativa. e) Normal. 52/228 5. Uma pesquisa do tipo survey realizada com aplicação de questionário, pode ser aplicada das seguintes formas: Questão 5 a) Mecânica e eletrônica. b) Estratificada e sistemática. c) Autoadministrada e mecânica. d) Autoadministrada e entrevista. e) Entrevista e eletrônica. 53/228 Gabarito 1. Resposta: C. Os dados coletados numa pesquisa, geral- mente são medidas de características de interesse. Mesmo que, originalmente, não sejam números, é possível transformá-los assim, para facilitar a coleta. 2. Resposta: B. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís- tica (IBGE) realiza o censo demográfico bra- sileiro a cada dez anos. Muitas instituições fazem uso desses dados, que são públicos, para subsidiar suas pesquisas. 3. Resposta: E. Em relação à ocorrência da coleta de da- dos, é possível, classificá-la como contínua quando há uma continuidade na obtenção dos dados, periódica quando é realizada de tempos em tempos, e ocasional quando es- tiver atendendo a uma demanda específica. 4. Resposta: A. O INEP aplica questionários aos participan- tes do ENEM para conhecer o perfil socioe- conômico dos participantes, caracterizan- do, assim, uma coleta como direta. 54/228 Gabarito 5. Resposta: D. O survey tem como seu principal instru- mento o questionário, que pode ser auto- administrado ao participante da pesquisa, quando ele responde sem a intervenção de ninguém, e aplicado por entrevista, quando há um entrevistador auxiliando no processo de preenchimento do questionário. 55/228 Unidade 3 Tecnologia de Amostragem (amostragem probabilística) Objetivos 1. Apresentar os principais tipos de amos- tragem probabilística, a sua importância numa metodologia de pesquisa, como utilizá-las apropriadamente e algumas características de cada uma, assim como exemplos de aplicação. Unidade 3 • Tecnologia de Amostragem (amostragem probabilística)56/228 Introdução Nos registros históricos, a primeira utili- zação de métodos de amostragem em le- vantamentos (sample surveys) foi feita por Kiaer, com um método de representativi- dade, na reunião do Instituto Internacional de Estatística, em 1895, em Berna, Suíça. A fase moderna da teoria de amostragem se deu nas pesquisas agrícolas realizadas por Ronald A. Fisher, muitos anos depois de Kiaer. As principais razões para se fazer uma co- leta de dados por amostragem são o tempo e o custo envolvidos no processo, pois es- tes itens podem inviabilizar a realização de uma pesquisa. Por isso, realiza-se amostra- gem com o intuito de tornar a pesquisa mais econômica. Outra razão importante é a existência de variabilidade ou heterogenei- dade na população alvo, que pode requerer um número de elementos muito grande. Uma etapa de amostragem bem realizada, ou seja, feita com rigor, reduz possíveis er- ros de coleta, vícios e falta de representati- vidade em relação à população, permitindo, assim, estimativas muito precisas das ca- racterísticas de interesse. Existem dois tipos de amostragem, a cha- mada probabilística e a não probabilística. Neste texto, será abordado o primeiro tipo e, o segundo tipo, será abordado em outros textos. A amostragem probabilística é um método eficiente para coletar amostras que refli- tam, de forma correta, a variabilidade exis- tente na(s) característica(s) de interesse, na população alvo. O processo de definição de amostras probabilísticas está baseado em probabilidade de seleção dos seus compo- nentes, dos quais cada um deles tem igual Unidade 3 • Tecnologia de Amostragem (amostragem probabilística)57/228 chance de ser selecionado. As amostras construídas a partir de um pro- cedimento probabilístico não necessitam ser representativas em todos os aspectos. Isto deve ocorrer apenas para as caracterís- ticas que serão estudadas. Dentro da amostragem probabilística exis- tem subdivisões, que são: amostragem ale- atória simples, amostragem estratificada amostragem sistemática e amostragem por conglomerados. 1. Amostragem aleatória simples Técnica de amostragem probabilística mais básica e mais utilizada, em geral. A mate- mática por detrás deste método é particu- larmente complexa. Por isso, não vamos nos deter em muitos desses detalhes, pois não é o propósito deste texto. O procedimento baseia-se, de forma sim- plista, pela enumeração dos elementos da população, em que cada um recebe um nú- mero exclusivo e, em seguida, são sortea- dos aqueles que comporão a amostra. No método de amostragem aleatória simples todos os componentes da população têm igual chance de fazerparte da amostra. O mecanismo utilizado para sorteio pode ser uma tabela de números aleatórios ou um Link Veja um resumo sobre técnicas de amostragem em: <http://www.im.ufrj.br/ralph/amostra- gem/aula_01.pdf>. Acesso em: 23 out. 2017. Unidade 3 • Tecnologia de Amostragem (amostragem probabilística)58/228 programa computacional apropriado. É possível fazer inferências com a amostra por meio de estimadores, os quais podem ser classificados como: simples, do tipo ra- zão ou do tipo regressão. Os estimadores do tipo simples são os mais utilizados devido à sua praticidade, pois as estimativas são obtidas diretamente dos dados. Já os estimadores do tipo razão ou regressão são utilizados quando a informa- ção desejada está disponível de forma insu- ficiente ou, até mesmo, indisponível, fazen- do com que seja necessário recorrer a variá- veis auxiliares relacionadas ao interesse do estudo. Como exemplo do uso de um estimador do tipo razão, considere uma pesquisa na qual há o interesse em estudar o preço por ata- cado de laranjas, baseado na quantidade de açúcar existente na carga total. O ideal seria estimar a média populacional por intermé- dio de uma amostra de n laranjas e, então, estimar o total de açúcar em N laranjas. No entanto, o tamanho populacional N é geral- mente desconhecido. Então, considerando que a quantidade de açúcar em uma laran- ja está correlacionada com o seu peso, uma estimação do tipo razão permite conhecer o total de açúcar nas laranjas, obtendo o peso total da carga e relacionando a média do peso por laranja com a média da quantida- de de açúcar. Em situações nas quais se deseja determinar o tamanho da amostra, é necessário consi- derar uma possibilidade de errar com certa Unidade 3 • Tecnologia de Amostragem (amostragem probabilística)59/228 probabilidade. Tal erro é chamado erro de estimação, o qual deve ser previamente de- terminado pelo responsável da pesquisa. Supondo que a intenção é obter uma esti- mativa para a média populacional µ, utiliza- -se a média amostral , baseada numa amostra de tamanho n. Então, sem apre- sentar demonstrações, a equação que for- nece um tamanho amostral para se obter a medida desejada é onde, é a variância populacional, geral- mente desconhecida. Mas, para efetuar o cálculo, é necessário ter alguma informa- ção prévia sobre esta medida, extraída, por exemplo, de alguma pesquisa semelhan- te, realizada anteriormente, ou através de uma amostra piloto. O termo é o percen- til de ordem de uma distribuição normal padrão, como se o nível de signifi- cância a ser considerado para o cálculo for , o valor de será 1,96. Outros va- lores podem ser obtidos de uma tabela da distribuição normal padrão. O erro amos- tral máximo permitido é representado pelo termo , que também deve ser previamente determinado. Considerando o exemplo, suponha que uma amostra piloto de , retirada de uma população, forneceu as seguintes medidas e (variância amostral para utilizar como estimativa da variância popu- lacional). Fixado o erro amostral em e (significa que o nível de confian- Unidade 3 • Tecnologia de Amostragem (amostragem probabilística)60/228 ça é de 5%), teremos, utilizando a equação (1), que Quando a intenção é obter estimativas para uma medida qualitativa, o procedimento apropriado é fazer um cálculo de tamanho de amostra para uma proporção da carac- terística. Portanto, a equação apresentada em (1), precisa de ajuste, tornando-se em onde, é a proporção populacional da ca- racterística de interesse e os outros termos são definidos como anteriormente. No en- tanto, a proporção populacional é geral- mente desconhecida, podendo-se, então, utilizar uma estimativa ou o fato de que , para todo e, então, a equação (2) torna-se Por exemplo, numa pesquisa, estima-se que 55% dos entrevistados têm preferência por um determinado produto em relação a ou- tro. Tal informação fora obtida em pesquisa realizada previamente. Pretende-se obter o tamanho amostral necessário para um erro amostral igual a 0,04 com nível de signifi- cância de 5%. Teremos, então, Unidade 3 • Tecnologia de Amostragem (amostragem probabilística)61/228 1. Amostragem estratificada É uma técnica utilizada quando se deseja reduzir a variabilidade de alguma caracte- rística de interesse, dividindo a população em grupos (estratos) mais homogêneos com respeito a esta e heterogêneos entre si. Por exemplo, uma pesquisa com estudantes universitários pode estratificá-los por tur- mas, para obter de cada uma delas as infor- mações de interesse. Para saber mais Amostragem aleatória simples: as duas maneiras mais utilizadas de obter o tamanho amostral “n” são o método de sorteio, no qual são escolhidos um a um até que esteja completa a amostragem e a tabela de números aleatórios, na qual serão sorteados até que seja satisfeita a solicitação da amostra. Para saber mais Se uma população de estudo é muito heterogênea e a pesquisa possui limitações de custo, limitan- do o aumento do tamanho de uma amostra, é im- possível definir uma amostragem aleatória sim- ples desta população com uma boa precisão em termos das características desejáveis. Uma saída para isto é a divisão da população em subpopu- lações internas mais homogêneas, ou seja, em grupos com variabilidade menor que a população como um todo. Unidade 3 • Tecnologia de Amostragem (amostragem probabilística)62/228 Portanto, a técnica de amostragem estrati- ficada só é cabível quando, no que se refere à variável de interesse, existirem diferenças significativas entre os elementos da popu- lação. É possível fazer a estratificação por mais de uma característica, por exemplo, a estrati- ficação feita com os estudantes universitá- rios por turma também pode ser feita por gênero, por notas em estatística etc. Para uma boa estratificação, é importante ter informações anteriores para a sua apli- cação. Como dito anteriormente, é impor- tante estar com informações relevantes com respeito à variabilidade populacional. Pois, somente assim estratificar pode ser uma saída para o problema, com a obtenção de uma amostra menor, comparativamente, se tivesse sido utilizada uma amostragem aleatória simples. Por isso, é necessário deixar muito claro qual(is) característica(s) distingue um es- trato do outro, para que a estratificação não seja realizada de qualquer maneira. São duas as formas de realizar uma amos- tragem estratificada: alocação proporcional e alocação ótima. A alocação proporcional é mais simples que a ótima, pois, define a quantidade de ele- mentos a ser amostrada em cada estrato de forma proporcional ao tamanho de cada um, podendo ser obtida da seguinte manei- ra: Unidade 3 • Tecnologia de Amostragem (amostragem probabilística)63/228 onde, é o tamanho de cada estrato, é o tamanho amostral total, podendo ser obti- do por amostragem aleatória simples, é o tamanho dos estratos e, é o tamanho populacional. Já a alocação ótima, pode ser utilizada quando se tem conhecimento da variância dos estratos , ou pelo menos, o conhe- cimento de suas estimativas, podendo ser obtida pela seguinte equação: onde, os componentes da equação são de- finidos como na alocação proporcional. Como exemplo, suponha que uma pesqui- sa está sendo realizada com três cidades pequenas, com as respectivas populações , e . Uma amostra aleatória estratificada é obtida com tamanho (obtida por amostragem aleatória simples). Determina- remos o tamanho de amostra a ser coletada em cada cidade por (a) alocação proporcio- nal e (b) alocação ótima, sabendo-se que , e . • (a) Alocação proporcional () Unidade 3 • Tecnologia de Amostragem (amostragem probabilística)64/228 • (b) Alocação ótima Portanto, Unidade 3 • Tecnologia de Amostragem (amostragem probabilística)65/228 3. Amostragem sistemática Uma lista ordenada de elementos pode ser mais útil do que uma lista não ordenada, aleatória. Isso reforçaque nem sempre uma lista deve ser aleatorizada antes da realiza- ção de uma amostragem sistemática. Este procedimento é útil quando se tem o intuito de selecionar, dentro de uma popu- lação de tamanho , um número de ele- mentos a partir de um intervalo , sendo este, um intervalo determinado pelo tama- nho da população e pelo tamanho da amos- tra. Assim, temos que, . Portanto, a componente é um intervalo de seleção sistemática. Link Indicamos a leitura do material de Ralph dos San- tos Silva que explica sobre as principais diferenças entre Alocação proporcional e ótima. Disponível em: <http://www.im.ufrj.br/ralph/amostra- gem/aula_05.pdf>. Acesso em: 23 out. 2017. Link Uma breve explanação acerca da amostragem sis- temática está disponível em: <https://docs.ufpr. br/~niveam/ce070/exemplo%20geral%20 AS.pdf>. Acesso em: 23 out. 2017. Unidade 3 • Tecnologia de Amostragem (amostragem probabilística)66/228 Para exemplificar, suponha que se dese- ja realizar um estudo no qual se pretende medir a qualidade do atendimento em um serviço de saúde, através do trabalho de seus médicos e enfermeiros. Os pesquisa- dores pretendem avaliar os vídeos de aten- dimentos realizados em 1.548 plantões ( ). Com os vídeos dos plantões, os pesquisa- dores determinarão quantos vídeos devem ser avaliados. Através de um procedimento de amostragem aleatória simples, determi- nou-se que o tamanho amostral deverá ser , ou seja, deverão ser avaliados 308 vídeos para a pesquisa. Considerando que a coleta será realizada por amostragem siste- mática, o intervalo de seleção sistemática consistirá em . Portanto, será selecionado um vídeo a cada cinco vídeos da coleção disponível, orde- nados por data de gravação (é necessário algum tipo de ordenação), até completar o total da amostra. Para saber mais É possível fazer uma amostragem aleatória sis- temática somente quando há disponível uma listagem dos elementos da população, de onde serão sorteados alguns para compor a amostra. Por exemplo, um nome entre dez, dos quais foi decidido observar todo décimo indivíduo na lista a partir do primeiro selecionado. A seleção do pri- meiro componente da amostra pode ser feita por amostragem aleatória simples. Os demais com- ponentes são selecionados sistematicamente. Unidade 3 • Tecnologia de Amostragem (amostragem probabilística)67/228 4. Amostragem por conglome- rados O conjunto de elementos pertencentes a uma população é chamado conglomerado. Se a intenção de compor uma amostra fo- rem conglomerados, diz-se que a amostra- gem realizada é por conglomerados. Uma justificativa para o seu uso está base- ada na limitação por recursos financeiros, tempo, distâncias geográficas ou por com- binações desses e outros motivos. Neste método amostral, cada conglomera- do é visto como uma espécie de miniatura da população, o que, intuitivamente, faz com que a ocorrência de heterogeneidade dentro de cada um seja desejável. Isto ga- rante a representatividade da população. Seu uso é importante quando não é possí- vel obter unidades amostrais mais simples, como uma pessoa. Um caso particular de amostragem por conglomerado é a amostragem por áreas, quando estas são divididas por área ocu- pada por uma população em estudo, sendo cada parte uma unidade amostral ou con- glomerado. Link Uma explanação acerca de características da amostragem por conglomerados está disponível em: <http://www.ime.unicamp.br/~cnaber/ aula_AC.pdf>. Acesso em: 24 out. 2017. http://www.ime.unicamp.br/~cnaber/aula_AC.pdf http://www.ime.unicamp.br/~cnaber/aula_AC.pdf Unidade 3 • Tecnologia de Amostragem (amostragem probabilística)68/228 Muitos institutos de pesquisa fazem uso do procedimento amostral por conglomera- dos, nos quais as unidades amostrais são quarteirões, bairros, distritos, setores cen- sitários de uma cidade etc. Para saber mais Na amostragem por conglomerados, a população é dividida em subpopulações (conglomerados) distintas (quarteirões, domicílios, famílias, bair- ros etc.). A partir daí, alguns conglomerados são selecionados por amostragem aleatória simples e todos os elementos pertencentes ao conglome- rado selecionado são observados. Unidade 3 • Tecnologia de Amostragem (amostragem probabilística)69/228 Glossário Surveys: palavra de origem inglesa, porém muito utilizada em outras línguas para referenciar levantamentos amostrais. Heterogeneidade: qualidade de heterogêneo. Que difere dos outros componentes do todo do qual faz parte. Alocação: distribuição de itens, como objetos ou pessoas. Questão reflexão ? para 70/228 Imagine que você é o responsável por planejar uma pes- quisa no seu local de trabalho. A primeira coisa a se fazer é ter uma pergunta ou um problema para ser soluciona- do. Depois disto, é necessário escrever um documento, chamado protocolo de pesquisa ou projeto de pesquisa. Você já tem uma pergunta, já tem os objetivos e já sabe qual é sua população alvo, os colaboradores de sua em- presa. Resta fazer o planejamento amostral. Qual mé- todo utilizar? Por que você escolheu este método? Des- creva com detalhes. 71/228 Considerações Finais • Apresentamos diferentes maneiras de se coletar uma amostra representa- tiva. • Apresentamos as especificidades de cada procedimento de amostragem. • Indicamos métodos de amostragem mais apropriados dependendo do pro- blema e das características de interesse. • Realizamos aplicações dos principais métodos de amostragem probabilís- tica. Unidade 3 • Tecnologia de Amostragem (amostragem probabilística)72/228 Referências BABBIE, E. Métodos de pesquisa de survey. 2ª reimpressão. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2003. 519p. BUSSAB, W.; MORETTIN,P. Estatística básica. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 554p. OLIVEIRA, P.H.F.C. Amostragem básica: aplicações em auditoria. Rio de Janeiro: Ciência Moder- na, 2004, 260p. SAMPIERI, R. Hernández et al. Metodologia de pesquisa. 5. ed. Porto Alegre: Editora Penso, 2013. 624 p. 73/228 1. Qual a principal característica de uma amostragem bem-sucedida? a) Ser pequena. b) Ser grande. c) Ser representativa. d) Ser não representativa. e) Ser de tamanho médio. Questão 1 74/228 2. Atribui para cada elemento da população igual chance de compor a amos- tra. Esta característica pertence a qual técnica de amostragem? a) Estratificada. b) Conglomerados. c) Sistemática. d) Aleatória simples. e) Alocação proporcional. Questão 2 75/228 3. Qual é um dos estimadores apropriados para estudar a idade de uma po- pulação? a) Média amostral. b) Média populacional. c) Proporção amostral. d) Proporção populacional. e) Razão média proporção. Questão 3 76/228 4. Uma das possibilidades de obter estimativa dos parâmetros necessários para se calcular um tamanho amostral é: a) Amostra populacional. b) Amostra piloto. c) Chute inicial. d) Chute final. e) Qualquer valor. Questão 4 77/228 5. Qual técnica de amostragem utiliza como unidade amostral mais de um componente populacional? a) Aleatória simples. b) Estratificada proporcional. c) Estratificada ótima. d) Sistemática. e) Conglomerados. Questão 5 78/228 Gabarito 1. Resposta: C. Uma amostragem bem realizada tem como principal característica ser representativa da população de origem. 2. Resposta: D. Os elementos de uma população têm a mes- ma chance de compor uma amostra quando são sorteados pela técnica de amostragem aleatória simples. 3. Resposta: A. A idade é uma medida quantitativa, portan- to, a melhor medida para estudá-la em uma amostra é a média amostral. 4. Resposta: B. Uma das possibilidades de se obterem va- lores desconhecidos dos parâmetros neces- sários para calcular um tamanho de amos- tra é por intermédio de uma amostra piloto. 5. Resposta: E. A amostragem por conglomerados tem como unidade amostral, grupos de elemen- tos da população alvo. 79/228 Unidade 4 Tecnologia de Amostragem (amostragem não probabilística) Objetivos 1. Apresentar os tipos de técnicasde amostragem não probabilísticas exis- tentes, as especificidades de cada tipo de amostragem não probabilística, em quais tipos de pesquisa é possível utilizar amostragem não probabilís- tica, as vantagens e desvantagens da técnica de amostragem não probabi- lística. Unidade 4 • Tecnologia de Amostragem (amostragem não probabilística)80/228 Introdução Os métodos de amostragem não probabilís- tica são aqueles para os quais não é possível determinar as probabilidades de amostras possíveis, não é possível fazer inferências com elas e seus resultados são geralmente tendenciosos. No entanto, a facilidade e o baixo custo deste método de amostragem explicam a sua popularidade. Apesar da superioridade dos métodos de amostragem probabilísticos na pesquisa es- tatística, muitas vezes são usados métodos não probabilísticos em seu lugar, em geral, em situações em que a amostragem proba- bilística seria muito custosa e/ou quando a representatividade não é necessária, como muitos experimentos realizados em labo- ratórios. Por exemplo, onde se sabe que, ao se coletar determinada característica de al- guma célula tenha se percebido o padrão de comportamento, não há por que coletar uma amostra probabilística de células para compreender o fato, dado que todas elas terão o mesmo padrão de comportamento. Num processo de amostragem não proba- bilística, a escolha dos elementos que vão compor a amostra não depende da proba- bilidade, mas de causas relacionadas com as características da pesquisa ou de quem está realizando a amostragem. O procedimento não é mecanizado, nem baseado em equações probabilísticas. De- pende apenas do processo de tomada de decisões do pesquisador responsável, ou de um grupo de pesquisadores. Portanto, as amostras selecionadas obedecem a outros tipos de critérios. Unidade 4 • Tecnologia de Amostragem (amostragem não probabilística)81/228 Escolher entre uma amostra probabilística ou uma amostra não probabilística depen- de dos objetivos da pesquisa, do esquema de pesquisa e da contribuição que se deseja fazer com seus resultados. As amostras não probabilísticas são tam- bém conhecidas como amostras por julga- mento, para as quais é suposto o uso de um procedimento de seleção informal. Sua uti- lização é feita em diversos tipos de pesqui- sas, tanto quantitativas como qualitativas. Como dito anteriormente, a seleção dos componentes da amostra final é feita por julgamento subjetivo, sem tentar que sejam representativas da população de onde fo- ram extraídos. 1. Amostragem por conveniên- cia É o método de amostragem não probabilís- tica mais comum. Como o seu nome sugere, os elementos que vão compor a amostra são Para saber mais Uma amostragem de zonas eleitorais seleciona- das para uma pesquisa de intenção de votos é um processo bem elaborado de julgamento ou inten- ção. Baseados em resultados eleitorais prévios de uma determinada localidade (cidade, estado, país) o pesquisador seleciona de forma intencio- nal grupos das zonas selecionadas que possam, de certa forma, produzir resultados análogos aos de toda a região. Unidade 4 • Tecnologia de Amostragem (amostragem não probabilística)82/228 coletados de uma forma conveniente para a pesquisa, seja por seu fácil acesso ou por qualquer outro tipo de conveniência. Em muitas situações, é possível selecionar a amostra baseada no próprio conhecimento da população, dos seus elementos e da na- tureza dos objetivos de pesquisa e, princi- palmente, na experiência do pesquisador. Este método de amostragem é conhecido como amostragem por conveniência ou, amostragem intencional, ou ainda, amos- tragem por julgamento. Os elementos pesquisados por este pro- cesso de amostragem são selecionados simplesmente por estarem disponíveis no local e no momento em que a pesquisa foi realizada. A escolha, supostamente, pare- ce ser representativa das condições médias da população, porém acontece com grande subjetividade. Seu uso se dá principalmente no desenho inicial do instrumento de pesquisa, no qual é possível que se tenha o desejo de selecio- nar uma maior variedade de elementos para a amostra, no intuito de testar a sua aplica- bilidade geral. No entanto, caso os achados deste tipo de pesquisa não venham representar a popu- lação de forma significativa, é possível utili- zá-la com o propósito de descobrir qualquer tipo de problema que um dos instrumentos de coleta de dados possa ter. Esta é uma situação conhecida como pré-teste e não como um levantamento amostral propria- mente dito. Unidade 4 • Tecnologia de Amostragem (amostragem não probabilística)83/228 etc.), seleciona-se, intencionalmente, um grupo de bairros ou zonas eleitorais que, combinados, podem produzir resultados semelhantes aos de toda a região de inte- resse. Uma desvantagem deste tipo de amostra- gem é que as estimativas produzidas pela amostra são enviesadas com relação às ca- racterísticas da população, de tal forma que não é possível generalizá-las. Por exemplo, quando uma rede de televisão disponibiliza linhas telefônicas para que os telespectadores de um determinado pro- grama manifestem suas opiniões relaciona- das a determinado assunto, é possível obter uma amostragem rápida, porém sem capa- cidade de generalização. Muitas vezes, deseja-se estudar um peque- no grupo de uma população maior, no qual muitos elementos são facilmente identifi- cados, mas sua enumeração total é quase impossível de ser realizada. Por exemplo, es- tudar a liderança de um movimento de pro- testo de trabalhadores da indústria; muitos de seus líderes são facilmente identifica- dos, mas não é viável definir e amostrar to- dos eles. Ao estudar todos ou uma amostra desses líderes mais visíveis, é possível cole- tar dados suficientes para os propósitos da pesquisa. Outro exemplo, uma amostragem de zonas eleitorais para pesquisa de opinião política é um processo cuidadoso de julgamento. Com base nos resultados eleitorais prévios em alguma área específica (cidade, estado Unidade 4 • Tecnologia de Amostragem (amostragem não probabilística)84/228 Por essa razão, a menos que se esteja tra- balhando com uma população totalmente homogênea (na prática, impossível!) não é possível fazer qualquer tipo de extrapola- ção dos resultados. Uma situação radical ocorre quando o ta- manho da amostra é totalmente arbitrado pelo pesquisador responsável, sem passar por qualquer tipo de cálculo ou regra mate- mática. Isso ocorre, principalmente, quando o pesquisador estipula que a amostra será composta por um determinado percentual da população, definido em função de sua experiência, ou conhecimento prévio. É claro que essa atitude é extremamente conveniente, pois facilita muitas coisas, no entanto desconsidera totalmente todo tipo de rigor técnico. Amostras desse tipo, ja- mais poderão ser utilizadas para generali- zações dos seus resultados. Considere como exemplo deste tipo de co- leta de dados um estudo no qual foram se- lecionados alunos de educação infantil de três escolas de uma determinada cidade, com populações muito semelhantes, cujas mães trabalham para a Secretaria de Edu- cação Pública. Seis grupos escolares foram avaliados e, selecionados para três grupos experimentais (n 1 = 49, n 2 = 22 e n 3 = 79 crianças). No início do processo, foram obtidas as per- missões das autoridades escolares para a realização da pesquisa. Realizaram-se reu- niões prévias com os pais de família para dar informação sobre a pesquisa. Unidade 4 • Tecnologia de Amostragem (amostragem não probabilística)85/228 Houve, ainda, uma seção para que o en- trevistador que aplicou os instrumentos ti- vesse contato com as crianças por meio de atividades lúdicas, com o intuito de criar confiança e proximidade com os grupos. Ele teve como tarefa explicar, de forma geral, o processo a ser realizado e a questão da participação voluntária de cada criança. Os resultados encontrados com esta pesquisa serãoconsiderados como estudo de caso, abrangendo, apenas, as três escolas parti- cipantes da pesquisa. 2. Amostragem por cotas Esse tipo de amostragem começa com a descrição das características da população alvo. Por exemplo, deseja-se saber qual a proporção da população masculina e femi- nina; qual a proporção por faixa de idade, e assim por diante. Por conta desta caracte- rística, este processo amostral é conside- Link Confira uma apresentação de conceitos de amos- tragem por conveniência disponível em: <http:// arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu. br/principal/old/revista_odontologia/pdf/ maio_agosto_2008/Unicid_20(2_12)_2008. pdf>. Acesso em: 29 out. 2017. Unidade 4 • Tecnologia de Amostragem (amostragem não probabilística)86/228 rado análogo ao processo de amostragem estratificada. No entanto, o processo de amostragem por cotas difere da amostragem estratificada por não fazer uso de dados individualizados dos elementos que compõem a amostra. A informação considerada é apenas o total das cotas pretendidas para explicar fenô- menos pesquisados. Por isso, é considerada uma amostragem casual melhorada. Nela, tenta-se obter uma amostra mais representativa, pelo menos, em determinados aspectos. Ao se estabelecer uma amostra por cotas, você deve saber qual a proporção da popu- lação, por exemplo, do leste de uma deter- minada região, que seja do sexo masculino, abaixo de vinte e cinco anos, de raça branca, de classe operária, e assim por diante. Depois de determinadas as características de interesse na população, colhem-se os dados dos elementos com todas as caracte- rísticas de interesse. Todos os elementos se- Link As principais definições de amostragem por cotas estão disponíveis em: <http://www.bmj.com/ content/317/7160/728?variant=full>. Acesso em: 29 out. 2017. Unidade 4 • Tecnologia de Amostragem (amostragem não probabilística)87/228 lecionados, então, recebem um peso apro- priado à sua porção na população total. Nas pesquisas que envolvam maior número de variáveis e/ou categorias, a montagem de uma amostragem por cotas não será muito simples, pois, será necessário conhe- cer o percentual total de cada segmento em cada variável, para que, na amostra, sejam respeitadas essas mesmas proporções. Existe, nesse tipo de amostragem, o risco de serem escolhidas variáveis equivocadas (que não se adaptam ao caso pesquisado) e também existe o fator comodidade, uma vez que é usual tomar para análise aquilo que estiver mais fácil de coletar. Quando todos os elementos estiverem pon- derados da maneira apresentada anterior- mente, os dados como um todo devem re- sultar numa representação da população total, de maneira razoável. Neste tipo de amostragem podem ocor- rer muitos vícios de seleção, mesmo que se estime com precisão alguma proporção da população. Por exemplo, um entrevistador orientado a entrevistar cinco pessoas que se encaixam num dado conjunto complexo de características pode, mesmo assim, evi- tar pessoas que moram nos andares de cima de um prédio com sete andares de escadas, ou pessoas em residências muito precárias. Suponha que uma pesquisa seja realizada por telefone. Essa é uma técnica que os pes- quisadores utilizam para selecionar amos- tras com um determinado perfil, como mo- radores de uma determinada região de uma cidade, de um determinado sexo etc. Unidade 4 • Tecnologia de Amostragem (amostragem não probabilística)88/228 Outro tipo de pesquisa que muito utiliza o procedimento de amostragem por cotas são as pesquisas eleitorais. O seu planejamento inclui as características, supostamente im- portantes dos eleitores de determinada ci- dade ou região e, a partir disto, determina- -se uma porcentagem de eleitores com tal característica e se faz a coleta. 3. Amostragem snow ball (bola de neve) É um procedimento de amostragem não probabilística utilizado, principalmente, em pesquisas de opinião. A amostra é for- mada por todas as pessoas que vão surgin- do, onde quer que o pesquisador esteja, até completar a quantidade de elementos de- terminada pela pesquisa. Por exemplo, se um pesquisador deseja obter uma amostra de tamanho 50, ele entrevista as primeiras 50 pessoas que aparecerem na esquina de uma rua qualquer em que ele estiver. É, de certa forma, um procedimento seme- lhante à amostragem por conveniência, com o reforço de que tem um viés de localização do entrevistador. Portanto, é necessário que Para saber mais Há alguns problemas inerentes à amostragem não probabilística por cotas. O primeiro está re- lacionado à proporção de características da po- pulação, a qual deve ser, minimamente, precisa, o que é difícil de ser conseguido. O segundo diz respeito ao viés de seleção dos componentes da amostra de determinada característica, mesmo que a estimativa seja precisa em relação à pro- porção populacional. Unidade 4 • Tecnologia de Amostragem (amostragem não probabilística)89/228 o local da coleta dos dados seja considera- do no momento do planejamento amostral. Seu uso se justifica, principalmente, quando se pretende pesquisar elementos difíceis de serem acessados ou estudados, assim como quando não se tem informação sobre a quantidade de elementos disponíveis. Além disso, esse tipo de amostragem também é útil para estudar questões de âmbito priva- do, que requerem o conhecimento das pes- soas pertencentes ao grupo (não podendo ter resposta anônima) ou reconhecidos por estas para localizar informantes para estu- do. O desenvolvimento desta técnica de amos- tragem é dado da seguinte maneira: pri- meiramente, lança-se mão de documentos e/ou de informantes-chaves, denominados sementes, no intuito de localizar indivídu- os com o perfil necessário para a pesquisa, dentro da população alvo. Continuando, é solicitado que as pessoas indicadas pelas sementes indiquem novos indivíduos com as características procuradas, a partir de sua rede social, e assim sucessivamente e, dessa forma, a amostra pode ser completa- da. Para saber mais Na amostragem não probabilística snow ball, os componentes da amostra são identificados e se- lecionados. Após fazerem parte da amostra, os atuais componentes são questionados quanto ao conhecimento de outros potenciais participantes da pesquisa e, assim, sucessivamente, até que um número considerado suficiente seja atingido. Unidade 4 • Tecnologia de Amostragem (amostragem não probabilística)90/228 Glossário Extrapolação: ir além dos limites. Ultrapassar. Inferências: suposições, julgamentos, conclusões. Subjetividade: característica de subjetivo; pessoal; individual. Segmento: parte de um todo. Questão reflexão ? para 91/228 Faça uma análise dos procedimentos de amostragem apresentados, tanto probabilísticos quanto não proba- bilísticos e, descreva as principais diferenças existen- tes entre eles. Escolha um dos métodos e apresente um exemplo de aplicação. 92/228 Considerações Finais • Apresentamos as principais técnicas de amostragem não probabilística: in- tencional, cotas e snow ball. • Apresentamos as especificidades de cada tipo de amostragem não proba- bilística e onde cada tipo pode ser melhor utilizado. • Mostramos exemplos de aplicação de amostragem não probabilística. Unidade 4 • Tecnologia de Amostragem (amostragem não probabilística)93/228 Referências AGRESTI, A.; FINLAY, B. Métodos estatísticos para as ciências sociais. 4. ed. Porto Alegre: Edito- ra Penso, 2012. 664 p. BABBIE, E. Métodos de pesquisa de survey. 2ª reimpressão. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2003. 519 p. BUSSAB, W.; MORETTIN,P. Estatística básica. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 554 p. OLIVEIRA, P.H.F.C. Amostragem básica: aplicações em auditoria. Rio de Janeiro: Ciência Moder- na, 2004, 260 p. SAMPIERI, R.Hernández et al. Metodologia de pesquisa. 5. ed. Porto Alegre: Editora Penso, 2013. 624 p. 94/228 1. Uma das características da amostragem não probabilística é: a) Objetividade. b) Subjetividade. c) Sorteio
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