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PCC de História da Educação

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Universidade Estácio de Sá 
 
 
Curso: Licenciatura em Química 
 
Disciplina: História da Educação (CEL01334) 
 
Título: Revisitando a história e projetando perspectivas futuras 
 
Aluno: Guilherme Coutinho Ozias Gabriel 
 
Matrícula: 201908107367 
 
Data: 10/06/2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Introdução: 
Em nosso contexto atual da educação formal ou institucionalizada vemos o fruto de longo 
processo histórico marcados por tensões e interesses. Sendo assim, em cada sociedade, as 
transformações sociais, políticas e econômicas mudam substancialmente as concepções e 
os padrões educacionais, assim como também tem acompanhado esta mudança a visão e 
o valor que se dá aos agentes centrais do processo educativo, que são eles: a escola, os 
alunos, os saberes e os professores. 
Como a educação é a expressão mais autêntica de socialização, onde os seres humanos 
aprendem e ensinam, e, por meio dessa interação e troca, cria as mais variadas formas de 
representação para estar e sentir-se no mundo, adaptando-o, modificando-o e projetando 
novas formas de viver neste mundo num devir permanente. É nesse sentido que 
corroboramos com Aranha (1996, p. 50), quando afirma que “a educação não é, porém, 
a simples transmissão da herança dos antepassados, mas o processo pelo qual também 
se torna possível a gestação do novo e ruptura com o velho”. 
 
2. Desenvolvimento 
2.1 Fatos marcantes na educação do mundo e no Brasil 
2.2 Comunidades tribais 
Como estudamos na disciplina de história da educação, nos primórdios da humanidade, 
podemos perceber o poder do ensino e da educação, bem como seu grande papel social, 
mas ela não se dava da forma como conhecemos hoje, e diferente era seu objetivo. Nas 
comunidades primitivas as crianças e jovens aprendiam técnicas grupais de sobrevivência 
e práticas coletivas como caça, pesca, plantio, enfim, sua cultura. Não existia uma 
instituição determinada para a educação: ela se dava em “casa” e no convívio com seu 
grupo ou tribo, e assim era repassada de pai para filho, confirmada através de gerações. 
Segundo o pensamento de Aranha (2006, p. 35), nas primeiras sociedades “os mitos e 
ritos são transmitidos oralmente, e a tradição se impõe por meio da crença”. A educação 
se dava por aquilo que as crianças viam e ouviam cotidianamente, criando repetições de 
comportamento e consequentemente uma tradição. Pode-se dizer que seu objetivo 
principal era a sobrevivência do grupo. 
2.3 Paideia Grega 
Após milhares de anos e gradativa evolução social, chegamos à Grécia Antiga, onde a 
educação sofre uma verdadeira dedicação e se revoluciona. Muito da educação ocidental 
é devida a Paidéia Grega, um complexo educacional de Ginastica, Gramática, Retórica, 
Música, Matemática, História, Filosofia, entre outras matérias, para formação de 
cidadãos capazes de exercer ativo papel na sociedade. Nesse contexto, a educação era 
para alunos seletos, excluindo-se mulheres, escravos e estrangeiros. Inclusive, a 
etimologia da palavra “escola” é de origem grega “scholé”, que significa “discussão”, 
“conferência” e também “tempo livre”, o que quer dizer, em outros termos, que no 
tempo livre pode-se desenvolver uma conversa útil, digna de aprendizado. 
Para Jaeger (1995, p. 5), “não é possível descrever em poucas palavras a posição 
revolucionadora e solidária da Grécia na história da educação humana”, pois toda a sua 
história se volta a esse destino: “a ideia de educação representava para ele o sentido de 
todo o esforço humano”. (JAEGER, 1995, p.5). 
 
2.4 Escolástica 
Avançando um pouco mais no tempo, chegando à Idade Média, temos os mosteiros 
como responsáveis pelo ensino, ainda assim muito seletos, com alunos da elite e estudos 
extremamente ligados à religião. De acordo com Terezinha Oliveira, doutora em 
História pela UNESP-Assis, em seu Artigo “Os mosteiros e a institucionalização do 
ensino na Alta Idade: uma análise da história da educação” baseando-se nas obras de 
Durkheim (2002), Grabamann (1949), Lauand (1998), Pieper (1973) e Nunes (1979): 
O mosteiro foi o primeiro espaço de organização e preservação dos saberes na Idade 
Média. Eles salientam que a concepção que temos de um local especialmente destinado à 
sistematização do ensino e do conhecimento nasceu da ideia cristã de evangelização 
presente no mosteiro e nas escolas cristãs dessa época. Afiançam que a palavra escolare 
deu origem não só a escola, mas que o conceito filosófico que norteou o ensino, ao longo 
do medievo, deriva dessa sistematização do conhecimento. Em razão disso recebeu o 
nome de Escolástica. (OLIVEIRA, 2008, p.208) 
Grande parte da população da época ainda não possuía habilidades educacionais básicas 
como ler, escrever e fazer contas matemáticas. Até que o comércio começou a crescer, e 
essas habilidades passaram a ser uma necessidade dos comerciantes, forçando a burguesia 
a investir em uma escola, uma instituição própria para ensinos práticos que os ajudassem 
a crescer ainda mais financeiramente, tocando seus negócios com maior sabedoria. Em 
outras palavras, o desenvolvimento da escola como instituição de ensino está intimamente 
ligado a burguesia e ao capitalismo. Um exemplo disso é o pensamento de Adam Smith, 
um dos grandes teóricos do Capitalismo, que educação como necessidade, em pequenas 
doses, à massa trabalhadora. 
 
2.5 O surgimento do ensino público 
Foi em 1717, na Prússia, que surgiu a educação pública, instituída escola obrigatória para 
crianças entre 5 e 12 anos, pelo rei Frederico Guilherme, surgindo posteriormente, 
inclusive, leis que impediam a contratação de qualquer criança que não concluísse esse 
estudo obrigatório. Essa educação obrigatória era de profundo interesse do Estado para a 
formação de soldados e operários, mas revolucionou a sociedade em vários aspectos. 
O sucessor de Frederico II, Frederico Guilherme III, Barão Vom Stein, deu continuidade 
a esse ideal educacional abolindo escolas privadas semirreligiosas, decretando a 
necessidade de um exame estatal e certificação a todos os professores, entre outras 
medidas políticas a respeito da educação. 
Em 1789, a França tentou instituir a mesma obrigatoriedade, mas contra o pensamento de 
iluministas da época, como Voltaire, que acreditava ser inútil a alfabetização do povo. 
Mas foi em 1833, que uma lei revolucionou a educação primária na França e no mundo: 
a lei que instituía a obrigação de uma escola primaria de meninos para comunas com mais 
de 500 habitantes, além de uma escola de formação de professores do ensino básico em 
cada departamento francês. Mais tarde, a instrução pública na França sofreria alterações 
pelas leis Falloux e Ferry. 
Sancionada em 15 de março de 1850, a Lei Falloux, chamada assim pela iniciativa do 
então ministro da educação, Alfred Falloux, fez distinção entre a educação pública e 
privada, deu liberdade ao ensino secundária, instituiu a obrigação de pelo menos uma 
escola para menina nas comunas com mais de 800 mil habitantes e favoreceu o 
 
catolicismo nas escolas primárias. Por essa última característica, ferindo a laicidade do 
Estado, foi revogada, dando lugar às Leis Ferry, em 1881. Jules Ferry, então ministro da 
Educação, aprovou em 1881 uma lei que estabelecia a escola gratuita, e em 1882 uma 
segunda lei, que tornou obrigatória, e laica, a educação para crianças de 3 a 6 anos. Essas 
leis serviram como pontapé para novas leis sobre a educação que surgiriam no mundo 
todo. 
A Revolução Francesa tentou plasmar o educando a partir da consciência de classe que 
era o centro do conteúdo programático. A burguesia tinha clareza do que queria da 
educação: trabalhadores com formação de cidadãos partícipes de uma nova sociedade 
liberal e democrática. (GADOTTI, 1993, p. 89) 
Já sobre o ensino superior, os registros históricos mais antigos relatam sua existência na 
Itália, em Bolonha para ser mais exata, em meados de 1088. Já no século XII, foi fundada 
na França a Universidade de Paris. Ambas instituições, totalmentedesprendidas da Igreja 
Católica e do Estado, eram responsáveis pelo ensino de medicina, astronomia, 
matemática, leis, e serviram como referência para o desenvolvimento do ensino superior 
em todo o mundo. 
2.6 A história da educação no Brasil 
2.6.1 A educação no Brasil Colônia (1530 a 1815) 
Em 1549 os primeiros padres jesuítas chegaram ao Brasil, e é assim que começa a história 
da educação no país até então habitado por nativos, chamados “índios”, desnudos, e 
considerados profanos. Educação essa totalmente ligada ao catolicismo, que foi 
praticamente a única no país por cerca de 200 anos. (MATTOS, 1958, p. 35). 
Aqui as escolas alfabetizavam, mas acima de tudo, pregavam sua fé e concretizavam a 
dominação portuguesa sobre os indígenas. Com certa prioridade estava o ensino 
secundário, com qualidade que chegava a equivalência com ensino superior. Nas palavras 
de Villalobos (1959, p.41), “a pedagogia autoritária de que se utilizavam servia tanto aos 
interesses da igreja como aos do governo português, que via na fé e na autoridade da 
religião o melhor instrumento de dominação política e na uniformidade”. 
Porém, em 1759, movidos por sentimentos despotistas, o rei D. José I e seu secretário, o 
Marquês de Pombal, acusaram os jesuítas de traição, expulsando-os de Portugal e suas 
colônias, bem como fechando todas as suas escolas. Algumas medidas referentes a 
educação foram tomadas para tentar suprir a falta do ensino criado pelos jesuítas, mas os 
resultados não foram como o esperado. Somente em 1808, com a vinda da família real 
para o Brasil, foi que a educação se reergueu, como por exemplo, com a criação da Escola 
de Cirurgia da Bahia (1808), e da Faculdade de Direito de São Paulo, e de Olinda (1827). 
É importante dizer que a educação no Brasil foi impulsionada pelo governo de D. João 
VI a fim de suprir as necessidades da corte, com profissionais que os atendessem em 
vários setores, e que deixava a desejar quanto à educação primária. Não era interessante 
à coroa que existissem críticos, filósofos, sociólogos ou cidadãos conscientes da crescente 
democracia mundial, mas apenas pessoas preparadas para servir a mão de obra necessária 
à época. 
 
 
 
2.6.2 A educação no Brasil Império (1822 a 1889) 
Após a Independência do Brasil, com a Constituinte de 1823, passou-se a discutir políticas 
de educação pública e a criação de universidades no Brasil. O resultado desse movimento 
veio na lei de 15 de outubro de 1827, que determinou a criação de escolas de primeiras 
letras em todas as cidades, vilas e vilarejos. 
Anos mais tarde, houve a descentralização das responsabilidades educacionais do 
governo, com o Ato Adicional de 1834, que delegou às províncias a legislar sobre a 
educação primária. Sistema esse que foi mantido, anos depois, pela República. Isso fez 
com aumentassem as assimetrias educacionais nas mais diversas camadas sociais e 
regionais brasileiras. 
Em 1843, um projeto de lei que pretendia a criação da “Universidade Pedro II”, formada 
de cinco faculdades: Direito, Teologia, Matemáticas, Filosofia e Medicina. O projeto foi 
aprovado pelo Senado, mas depois acabou “esquecido”, deixando o país aguardando 
durante todo o século XIX por sua primeira Universidade. 
2.6.3 A educação no Brasil República (1889 a 1964) 
Somente após a Primeira Guerra Mundial, em meados de 1920, a educação voltou a ser 
repensada e reformada, surgindo assim, a primeira grande geração de educadores 
brasileiros, dentre eles: Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço Filho e Almeida 
Júnior, que lideraram movimentos reformistas e tentaram implantar no país os ideais da 
Escola Nova. Esse movimento lançou o chamado Manifesto dos Pioneiros (1932), um 
documento que reuniu as ideias de redefinição do papel educacional do Estado. Nesse 
mesmo período surgiram as pioneiras Universidades do Rio de Janeiro (1920), Minas 
Gerais (1927), São Paulo (1934) e Porto Alegre (1934). 
A Constituição promulgada em 1934, em um momento histórico pós crise de 1929 e 
Revolução de 1930, trouxe consigo consideráveis avanços na área educacional, inclusive 
refletindo ideais da Escola Nova. 
A Constituição de 1937 é característica do Estado Novo, um Estado autoritário que fez 
retroceder os avanços alcançados pela Constituição anterior e voltou a educação aos 
princípios do Brasil Império, focada na profissionalização e incentivando a educação 
privada, deixando ao Estado uma mera função subsidiária. Enquanto na Constituição de 
1934 o ensino público, gratuito, era uma prioridade, na Constituição do Estado Novo 
valorizou-se a educação privada, acentuando a diferença de ensino entre as classes 
sociais. (PALMA FILHO, 2010, p.71) 
Esse estado ditatorial caiu em 1945, e um novo se instaurou em 1964. Nesse intervalo o 
sistema educacional brasileiro passou por relevantes mudanças, como por exemplo, a 
criação da Coordenação do Aperfeiçoamento do Pessoal do Ensino Superior, em 1951, 
do Conselho Federal de Educação, em 1961, expansão do ensino primário e superior, a 
criação de campanhas de alfabetização de adultos e grandes movimentos que defendiam 
a escola pública. 
A democrática Constituição de 1946 voltou a responsabilidade educacional ao Estado 
sem, contudo, extinguir a participação privada, e sistematizou o ensino em duas 
coordenações, uma realizada pela União e outra pelos Estados e Distrito Federal. Outro 
marco desse período foi a elaboração da Lei nº 4024, de 20 de dezembro de 1961, a 
chamada Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que veio para sistematizar o ensino e 
 
definir seus objetivos. Em 1962, o Conselho Federal de Educação redigiu um 
documento com metas qualitativas e quantitativas da educação a serem atingidas ao 
longo de 8 anos, o chamado Plano Nacional da Educação. 
Em 1967, um novo golpe de Estado, dessa vez sem grandes modificações no âmbito 
educacional, que se sustentou por anos, até o conhecido governo Médice, em 1971, onde 
uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação foi promulgada, restringindo-se ao 
ensino de 1º e 2º grau, com objetivo de formar pessoas qualificadas ao trabalho e 
conscientes de sua cidadania. (PALMA FILHO, 2010, p. 117). 
2.6.4 Crise na educação durante a Ditadura Militar (1964-1985) 
Com o golpe de estado e um novo governo militar ditatorial, a educação brasileira passou 
por drásticas mudanças. A principal delas está ligada ao objetivo final do ensino 
institucional, como sendo a formação e capacitação profissional para atender a 
necessidades capitalistas, ao invés da formação da capacidade crítica e aptidão cidadã dos 
alunos. Há que se lembrar também, que nesse período houve grande favorecimento e 
incentivo à privatização da educação, em contrapartida a desvinculação orçamentária da 
União com recursos mínimos para a educação pública. 
Diante da meta de “mão de obra” para o desenvolvimento industrial, até mesmo a escola 
primária e o ensino médio tornaram-se lugar de profissionalização, sendo imposta pela 
criação de legislação pertinente ao tema, como prova a criação da Lei n. 5.692/71, 
responsável pela unificação do até então chamado “ensino primário” com o “ginásio”, 
dando origem ao “curso de 1º grau”. Já no 2º grau, instituiu a profissionalização universal 
e compulsória. (SAVIANI, 2008). 
2.6.5 A educação na Constituição Federal de 1988 
A Constituição Federal em seu art. 6º dispõe que são direitos sociais a educação, a saúde, 
a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência 
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma 
desta Constituição. A carta magna prevê nos artigos 205 a 214 sobre o direito a educação 
e informa que é dever do Estado e da família como o intuito de garantir o pleno 
desenvolvimento da pessoa e permitir o seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho. 
Com a Constituição a educação passou a ser um direito de todos com a finalidade de 
permitir a pessoa o exercício da cidadania e a preparaçãoadequada para o mercado de 
trabalho. 
2.7 Características que destacam a contribuição para a formação da sociedade 
A educação é, por suas origens, seus objetivos e funções um fenômeno social, estando 
relacionada ao contexto político, econômico, científico e cultural de uma sociedade 
historicamente determinada. 
De tal conceito, pode-se deduzir que, não obstante a educação é um processo constante 
na história de todas as sociedades, ela não é a mesma em todos os tempos e todos os 
lugares, e se acha vinculada ao projeto de homem e de sociedade que se quer ver emergir 
através do processo educativo. Dermeval Saviani afirma que: 
O estudo das raízes históricas da educação contemporânea nos 
mostra a estreita relação entre a mesma e a consciência que o 
 
homem tem de si mesmo, consciência esta que se modifica de 
época para época, de lugar para lugar, de acordo com um modelo 
ideal de homem e de sociedade. (SAVIANI, 1991, p.55) 
A educação é, portanto, um processo social que se enquadra numa concepção determinada 
de mundo, a qual estabelece os fins a serem atingidos pelo ato educativo em consonância 
com as ideias dominantes numa dada sociedade. O fenômeno educativo não pode ser, 
pois, entendido de maneira fragmentada, ou como uma abstração válida para qualquer 
tempo e lugar, mas sim, como uma prática social, situada historicamente, numa realidade 
total, que envolve aspectos valorativos, culturais, políticos e econômicos, que permeiam 
a vida total do homem concreto a que a educação diz respeito. 
Então, nesse sentido, vivenciamos um tempo de crise paradigmática que, necessita, em 
nosso entender, ser estudada enquanto fenômeno cultural, embora relacionada com o 
modelo de produção do conhecimento, mas que deve ser analisada em suas dimensões 
históricas, políticas, econômicas e sociais. 
Embora a quebra na confiança epistemológica do paradigma dominante seja produzida 
por uma pluralidade de fatores, o grande avanço que o conhecimento científico 
possibilitou é, paradoxalmente, um fator significativo nessa ruptura. 
Toda construção da ciência moderna tem sido baseada na ideia de que ela é o único 
modelo de conhecimento, e toda e qualquer produção só faz sentido se esse modelo for o 
da racionalidade única, até por isso denominada científica. 
Esta concepção, hoje em declínio, “não mais sustenta a necessidade de negar a 
possibilidade do novo e do diverso, em nome de uma lei universal e imutável”. 
(PLASTINO, 1994, p.33). 
O conhecimento, nessa perspectiva do paradigma científico dominante, ganha em rigor, 
mas, sem dúvida, o modelo de racionalidade científica atravessa uma profunda crise. 
Entretanto, “os sinais nos permitem tão só especular acerca do paradigma que emergirá 
desse período revolucionário”. (SANTOS, 1996, p. 123) 
Assim sendo, tanto a teoria quanto as práticas educacionais desenvolvem-se, 
predominantemente, segundo os paradigmas dominantes num dado momento histórico, o 
que leva a educação a funcionar essencialmente como elemento reprodutor das condições 
científicas, políticas, econômicas e culturais de determinada sociedade. 
Tomando por referência o desenvolvimento e as rearticulações do capitalismo em 
períodos diversos, percebe-se que a educação tem sido utilizada no sentido de dar suporte 
ideológico a esse sistema, constituindo-se ao mesmo tempo num elemento produtivo, pela 
qualificação de recursos humanos para o capital, embora algumas vezes essas funções 
sejam percebidas e provoquem reações. 
 
 
 
 
 
 
3. Resultados e Conclusão: 
Como conseqüência, há enormes perdas de meios educativos na vida contemporânea. A 
única instituição que ainda mantém uma presença universal é a instituição escolar. 
Curiosamente, é ainda a única instituição para a qual se dirigem e são dirigidas todas as 
novas gerações, desde seu nascimento. 
Assim, gostaria de proclamar a seguinte perspectiva, que pode ser considerada como 
crença ou aposta de futuro: cada vez mais a Escola exercerá ou poderá exercer um papel 
que a ela jamais foi atribuído em tempos passados: o de ser a instituição formadora dos 
seres humanos. 
O processo educativo que ela deverá desenvolver não poderá ser fragmentado e 
hierarquizado, nem qualquer de suas partes ser eleita como mais importante do que outra. 
Esse procedimento tenderia a uma espécie de ideologização da Educação. Mas isso tem 
acontecido. Em que sentido? 
Desde os primórdios dos tempos modernos que alguns dos procedimentos próprios da 
ação escolar, isto é, a transmissão, a aquisição e o desenvolvimento de conhecimentos e 
habilidades têm sido destacados e constituídos em núcleo central da Educação. Os 
processos de escolarização têm colonizado a Educação. 
Pode-se identificar a lógica desse fenômeno. A partir dos tempos modernos ocorreram 
diversos movimentos para universalizar a Educação Escolar e essa universalização tem 
sido cada vez mais entendida como universalização da Educação. Como a Educação 
Escolar sempre teve por característica central lidar com questões do conhecimento e da 
formação de habilidades, ambas as concepções de Educação Escolar e Educação foram 
se identificando até dissolver absolutamente o sentido de formação humana. A concepção 
de formação foi reduzida ao plano dos domínios dos conhecimentos. 
No entanto, pode-se perceber, na atualidade, um movimento crescente em sentido 
contrário. Na medida em que os meios e as formas tradicionais de Educação acham-se de 
tal modo corroídos, começam a ser direcionados para a Escola os olhares dos povos, na 
esperança de que esta exerça uma função Educativa e não apenas a da Escolarização. 
Somente que será necessária uma outra visão da Escola, dos conteúdos escolares, do papel 
dos educadores e da relação da Escola com a sociedade. 
As crianças serão enviadas para a Escola cada vez mais cedo e nela permanecerão por um 
tempo mais extenso. E isso não será porque há um mundo novo de informações a ser 
processado e, sim, porque a Escola deverá exercer o tradicional papel das famílias, das 
comunidades, da Igreja, e ainda, o que lhe era próprio: desenvolver conhecimentos e 
habilidades. Ela deverá se ocupar com a formação integral do ser humano e terá como 
missão suprema a formação do sujeito ético. 
 
 
 
 
 
 
4. Referências Bibliográficas: 
ARANHA, Maria L. de Arruda. História da educação e da pedagogia: geral e Brasil. 3. 
Ed., São Paulo: Moderna, 2006. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do 
Brasil. Brasília. DF: Senado Federal, 1988. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituição/constituicaocompilado.ht 
ALVES, Luís Alberto Marques. História da educação: uma introdução. Faculdade de 
Letras da Universidade do Porto, 2012.

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