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EXCELENTISSÍMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 36ª VARA DE CIVEL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE-MG
AUTOS Nº xxxx.xx.xxxx.xxx.xx.xxxx
XXXXXX, brasileiro, casado, portador do RG XXXXX, órgão expedidor SSP/MG, inscrito sob o CPF XXXX, residente e domiciliado à Rua XXXXXX, n. XXXXX, bairro XXXXXX, Contagem/MG, CEP: 32141-084, vêm vem por seu Advogado Ronneli Pietro Pereira, Brasileiro, solteiro, inscrito na OAB secção MG sob o número 189.576, com escritório sito à Rua Caeté, Nº 134, Bairro São Francisco, Esmeraldas-MG., endereço eletrônico: consultoriajúridicarv@gmail.com, que esta assina, apresentar CONTESTAÇÃO, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
PRELIMINARMENTE
JUSTIÇA GRATUITA
INICIALMENTE, o Requerido requer a V. Exa seja deferido pedido de Assistência Judiciária nos termos do art. 98 do Código de Processo Civil e declaração anexa. Porquanto é pessoa pobre na acepção jurídica do termo, não estando em condições de demandar, sem sacrifício do sustento próprio e de seus familiares, motivo pelo qual, pede que lhes conceda os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA
SINTESE DOS FATOS
Alega a parte autora que com o Réu, contraíram matrimonio, pelo regime de comunhão parcial de bens, no dia 23/06/2009, conforme certidão anexa aos autos, não houve prole advinda do matrimônio.
Ademais, aduz que com o passar dos anos, em razão do comportamento boêmio do Réu, o casamento se tornou insustentável.
DA REALIDADE DOS FATOS
O que se percebe das alegações da Autora, é uma tentativa de imputar a ele, sua responsabilidade pelo fim do casamento, haja vista que a Autora passou a sair com amigas para baladas e retornar com vários amigos para dentro de casa e continuar as festas, sem se importar com o cônjuge varão.
Salienta-se que o Réu chegou diversas vezes em casa, e flagrou a Autora conversando por telefone com outros homens, combinando encontro com amigas, bem como marcando festas em sua casa, sem o consentimento o Réu.
Além disso, a Autora saia de casa, para suas festas e não voltava pra casa, tampouco dava notícias de seu paradeiro.
Cumpre ressaltar, que o Réu sequer consome bebidas alcoólicas, e não tem o costume de sair de casa.
No que diz respeito à saída espontânea da parte Autora da residência, cumpre ressaltar que não houve e não há qualquer impedimento para sua permanência no imóvel.
Conforme se vê nas imagens abaixo, o imóvel possui 2 pavimentos, sendo que o 1º andar está totalmente acabado, pronto para morar (inclusive, durante o bem estar matrimonial, as partes residiam neste andar), e o 2º andar, falta acabamentos, janelas, reboco (segundo o réu, falta em média R$ 15.000,00 para deixar a ponto de morar).
img.jpg
Quando as partes perceberam que não havia mais como conviverem em união, o Réu propôs à Autora que ela continuasse morando no primeiro andar, e que ele faria os acabamentos necessários para ele morar na parte de cima. A Autora concordou.
Ocorre que após o Réu comprar os materiais para o acabamento do segundo andar, a Autora impediu que entregassem os materiais, bem como proibiu o Réu de fazer os acabamentos, informando que iriam vender o imóvel.
Ao tentar conversar com a Autora, ela o ameaçava, dizendo que iria ligar para a polícia, para que o retirassem de casa.
Cumpre mencionar, que mesmo sem poder fazer os acabamentos necessários, o Réu foi morar no segundo pavimento.
Não satisfeita, a Autora decidiu sair de casa, reitera-se, por vontade própria, vez que o Réu em momento algum a impediu de permanecer no imóvel, inclusive não medindo esforços para um acordo.
DO DIVÓRCIO
Devido a natureza impositiva do divórcio, não há o que se discutir nesse ponto, sendo inclusive de interesse do Réu o desfazimento da comunhão.
DOS BENS E DA PARTIHA
Conforme narrado pela parte Autora, na constância do casamento, foram adquiridos os seguintes bens:
- Um Imóvel, lote de terreno nº 59 (cinquenta e nove) da quadra nº 29 (vinte e nove), do Bairro xxxxxx no município de Contagem/MG, com área de 200m², situado na Rua xxxxxx.
- Um veículo automotor designado Motociclo HONDA/CG 150 TITAN KS, ano de fabricação e modelo 2006; xxxxx, cor vermelha, chassi xxxxxxxx.
A parte Autora pede um prazo de 6 meses para que o imóvel seja vendido e partilhado na proporção de 50% para cada.
Ocorre que não é razoável tal prazo, levando em consideração o momento de extrema vulnerabilidade econômica em que não só o país, mas como também o mundo está passando.
Ressalta-se que o bem imóvel, está avaliado em R$ 230.000,00. Nesse curto período de tempo, é evidente a impossibilidade da venda da casa.
É cediço por todos, que a pandemia do Covid-19, trouxe um atraso econômico sem precedentes para nossa sociedade.
Estabelecer um prazo tão curto para a venda deste imóvel, seria no mínimo, jogar no lixo, todo o esforço e suor, não só do Réu, mas também da Autora, para a construção do imóvel.
É necessário, ao menos 18 meses, para que a economia volte a se reestabelecer, bem com os acabamentos sejam terminados, pois como já dito anteriormente, o segundo pavimento do imóvel, não está com as obras finalizadas.
Por fim, conforme se verá no próximo tópico, não há o que se falar em arbitramento de aluguel, haja vista não haver óbices para que a Autora usufrua do imóvel.
INEXISTÊNCIA DE LUCROS CESSANTES – IMPOSSIBILIDADE DE ARBITRAMENTO DE ALUGUEL –
Conforme narrado acima, a Autora saiu do imóvel por vontade própria. Em momento algum o Réu a compeliu a deixar sua moradia.
Ressalta-se que, como alhures mencionado, as partes acordaram que cada um ficaria com um pavimento do imóvel, sendo que o Réu ficaria com o pavimento de cima, que por sua vez é menor e ainda não está a ponto de morar.
Vale dizer, que o Réu está arcando sozinho com todas as despesas do imóvel, como impostos, água e luz, assim como também com as despesas necessárias para terminar o acabamento do pavimento superior.
Não é moroso reiterar, que a Autora tem livre acesso à sua casa, pois o Réu continua a morar somente no pavimento superior, conforme haviam combinado anteriormente.
Por fim, conforme entendimento consolidado do Excelso STJ, não há possibilidade de arbitramento de aluguel por ocupação exclusiva por um dos cônjuges (o que não é o presente caso), enquanto não houver partilha dos bens.
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ARBITRAMENTO DE ALUGUEL. IMÓVEL DE PROPRIEDADE COMUM DOS CÔNJUGES. SEPARAÇÃO JUDICIAL EM CURSO. INEXISTÊNCIA DE PARTILHA DE BENS. IMPOSSIBILIDADE DA COBRANÇA DE ALUGUEL. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. SÚMULA N. 283/STF. DECISÃO MANTIDA. 1. De acordo com a jurisprudência desta Corte, é possível o pedido de arbitramento de aluguel pela ocupação exclusiva do imóvel por um dos ex-cônjuges somente após a separação judicial e a partilha dos bens. Precedentes. 2. O recurso especial que não impugna fundamento do acórdão recorrido suficiente para mantê-lo não deve ser admitido, a teor da Súmula n. 283/STF. 3. Agravo regimental a que se nega provimento.(STJ - AgRg no REsp: 1278071 MG 2011/0151459-7, Relator: Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, Data de Julgamento: 11/06/2013, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 21/06/2013)
Portanto, não há o que se falar em arbitramento de aluguéis, vez que não há impedimento para a Autora usufruir do imóvel, assim como não houve partilha dos bens.
DAS PROVAS
Protesta provar o alegado, por todos os meios admitidos em direito, principalmente prova documental, testemunhal e depoimento das partes.
DOS PEDIDOS
Ex positis, requer:
1. A improcedência do pedido de arbitramento de aluguel;
1. A decretação do divórcio com as referidas averbações;
1. A concessão dos benefícios da gratuidade de justiça, ao Réu;
1. Seja dado o prazo de 18 meses, para a venda do bem imóvel;
1. Após, intime-se a Requerente para apresentar a réplica ou apresentar proposta de acordo;
1. Seja a Requerente condenada ao pagamento de custas em honorários advocatícios, nos termos do art. 85 do CPC.
Pede deferimento.
Belo Horizonte, 26 de agosto de 2020.
RONNELI PIETRO PEREIRA
OAB/MG 189.576

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