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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ-UFPI CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA E A DISTÂNCIA-CEAD CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PERÍODO: 2020.1 BLOCO: VII DISCIPLINA: GESTÃO DA REGULAÇÃO PROFESSOR FORMADOR: TIAGO SOARES SILVA PROF. TUTOR PRESENCIAL: RAILLANY SOUSA PROF. TUTOR A DISTÂNCIA: CINTHIA CARDOSO LISTA DE EXERCÍCIOS GESTÃO DA REGULAÇÃO WELTON NAAT DA SILVA MESQUITA REGENERAÇÃO-PI, 2020 2 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ Centro de Educação Aberta e a Distância – CEAD Coordenação do Curso de Administração Pública/EaD Rua Olavo Bilac, 1148 – Centro Sul CEP 64280-001 – Teresina PI Site: www.ufpi.br LISTA DE EXERCÍCIOS DISCIPLINA: GESTÃO DA REGULAÇÃO 1) A regulação não é um tema novo no Brasil, pois é uma das formas de intervenção do Estado na economia. A maioria dos produtos e serviços existentes obedece a um padrão. Cite dois exemplos que ilustrem esta situação. Para a existência da regulação dos produtos e serviços existem as agências reguladoras que são autarquias de controle. Estão previstas no ordenamento jurídico e têm, como finalidades principais, a regulação e o controle de atividades econômicas exercidas por entes privados, atuando conforme parâmetros fixados em lei, e tiveram sua criação pautada nos esforços para a desestatização de serviços públicos divisíveis e específicos (MOREIRA NETO, 2014, p. 588-589). No Brasil, no âmbito federal, foram instituídas várias agencias as quais podemos citar a Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL (prevista na Lei nº 9.472 de 16/07/97) e a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL (instituída pela Lei nº 9.427, de 26/12/96). A ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) é uma agência reguladora, vinculada ao Governo Federal. A ela compete, entre outras atribuições, a regulação do setor de telefonia, tanto fixa quanto celular. Já a ANEEL desempenha diversas atividades para garantir que o setor elétrico se desenvolva com equilíbrio e em benefício da sociedade. Ela fiscaliza as empresas do setor para garantir luz com qualidade. Aquelas que descumprem as normas podem sofrer punições, multas e até perder a concessão. 2) Temos a existência das seguintes estruturas de mercados-tipo: mercado livre e concorrencial, monopólio, oligopólio, monopsônio, oligopsônio. Pode-se afirmar que a melhor estrutura de mercado é a do mercado livre e concorrencial? Justifique sua resposta. Sim, a melhor estrutura de mercado é a do mercado livre e concorrencial, pois o seu funcionamento (sem intervenção governamental), em equilíbrio, conduz ao menor preço e à maior quantidade, satisfazendo igualmente as partes. 3) As falhas constituem a principal justificativa para a intervenção e a regulação dos mercados por parte dos governos. Uma dessas falhas de mercado são as externalidades, que podem ser positivas ou negativas. Explique o que são as externalidades, exemplificando positivamente e negativamente. Externalidades são os efeitos sociais, econômicos e ambientais indiretamente causados pela venda de um produto ou serviço. Estas se resumem à “diferença entre custos privados e custos sociais ou entre http://www.ufpi.br/ 3 lucros privados e lucros sociais”. Isso significa que as externalidades nascem na economia e podem ser negativas ou positivas para a sociedade. Uma externalidade positiva ocorre quando a ação de um indivíduo beneficia pessoas que não participaram diretamente dessa troca. Pense, por exemplo, no benefício que um homem recebe quando uma mulher bonita passa ao seu lado na calçada. Uma externalidade negativa impõe um custo sobre terceiros. Uma fábrica poluindo o ar ou o abastecimento de água de uma cidade é um exemplo típico desse caso. Muitos economistas utilizam a ideia de externalidades como base para fazer recomendações de políticas públicas: impor tributos ou conceder subsídios para "compensar" os custos externos. 4) Algumas práticas realizadas no mercado são ilegais e passíveis de penalidades às empresas que praticam tais atos. Neste sentido, estabeleça um comparativo entre a formação de cartel e a política de preços predatórios. Formação de cartel ocorre as práticas conjuntas entre concorrentes para a fixação de preços, quantidades produzidas, divisão do mercado consumidor, divisão territorial, adoção de postura preestabelecida em licitação pública, etc. Os cartéis têm como consequência o aumento dos preços e a diminuição da oferta do produto, constituindo grave abuso de poder econômico. Na política de preços predatórios a empresa mantém o preço do bem abaixo do custo de produção por um período, até que consiga eliminar o concorrente. Ela arca com um prejuízo temporário com o intuito de aumentar sua parcela de mercado e auferir maiores lucros futuros. 5) No que se refere aos mecanismos e instrumentos de regulação, tem-se os controles à entrada e à saída e a definição tarifária. Explique cada um deles, demonstrando qual o mais utilizado no Brasil. Controles à entrada e à saída: a criação de barreiras à entrada e à saída de agentes do mercado se verifica, sobretudo, por meio dos mecanismos que resultarão na outorga a uma ou mais empresas do direito de prestarem o serviço público em questão. Tarifária é o mecanismo, isolado ou combinado a outros, mais utilizado no Brasil. Há várias modalidades, cada qual apresentando vantagens e desvantagens frente à falha que pretende “corrigir”. 6) Escreva um pequeno texto apresentando sua opinião acerca da Regulação Contemporânea no Brasil. O Estado brasileiro vem passando por várias transformações na última década, que abrangem desde seus papéis e áreas de intervenção até as formas de organização e funcionamento. Como ocorreu em vários outros países latino-americanos, o Estado brasileiro caracterizou-se, entre as décadas de 1950 a 1970, por um forte papel na criação de infraestrutura para o desenvolvimento, nos moldes do paradigma nacional desenvolvimentista, por meio da criação de grandes empresas estatais. Este modelo parece esgotar-se ao final dos anos 70, seguindo-se a prolongada crise da chamada década perdida. A revisão dos papéis e áreas de intervenção do Estado brasileiro foi empreendida a partir do início dos anos 90, quando o governo brasileiro implementou um amplo programa de privatização de suas empresas estatais, premido pela crise financeira e pelo esgotamento da capacidade pública de realizar os investimentos necessários. Por meio deste programa, as empresas de telefonia, siderurgia, petroquímica, ferrovias e parte do setor elétrico e das rodovias, além de bancos estaduais, foram transferidos para a iniciativa privada. Na maioria dos setores, a criação de agências para regular e fiscalizar os novos agentes privados deu-se após a privatização. Assim, a criação do marco regulatório, ainda em construção, vem sendo posterior à privatização, o que tem sido objeto de crítica e talvez responsável por várias dificuldades em curso. Já a revisão das formas de organização e funcionamento do Estado brasileiro foi impulsionada a partir de 1995, com a proposição, pelo governo federal, de uma 4 ampla reforma gerencial, concebida pelo Ministro Luiz Carlos Bresser Pereira e sua equipe no Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado, então recém criado. A reforma gerencial assumiu o desafio de fortalecer o núcleo estratégico do Estado – responsável pela formulação de políticas públicas nacionais e pelas novas funções de regulação: “A reforma do Estado deve ser entendida dentro do contexto da redefinição do papel do Estado, que deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e social pela via da produção de bens e serviços, para fortalecer-se na função de promotor e regulador desse desenvolvimento. Busca-se o fortalecimento das funções de regulação e de coordenaçãodo Estado, particularmente no nível federal, e a progressiva descentralização vertical, para os níveis estadual e municipal, das funções executivas no campo da prestação de serviços sociais e infraestrutura”. Fonte: https://pesquisa-eaesp.fgv.br/sites/gvpesquisa.fgv.br/files/publicacoes/Rel122008.pdf Acesso em:18/03/2020 7) De acordo com o Decreto nº 2.594, que regulamenta a Lei nº 9.491, de 9 de setembro de 1997, que dispõe sobre o Programa Nacional de Desestatização, quais objetivos fundamentais do Programa Nacional de Desestatização? O Programa Nacional de Desestatização apresenta os seguintes objetivos fundamentais: reordenar a posição estratégica do Estado na economia, transferindo à iniciativa privada atividades indevidamente exploradas pelo setor público; contribuir para a redução da dívida pública, concorrendo para o saneamento das finanças do setor público; permitir a retomada de investimentos nas empresas e atividades que vierem a ser transferidas à iniciativa privada; contribuir para modernização do parque industrial do País, ampliando sua competitividade e reforçando a capacidade empresarial nos diversos setores da economia; permitir que a administração pública concentre seus esforços nas atividades em que a presença do Estado seja fundamental para a consecução das prioridades nacionais; contribuir para o fortalecimento do mercado de capitais, através do acréscimo da oferta de valores mobiliários e da democratização da propriedade do capital das empresas que integrarem o Programa. 8) A Gestão da Regulação surge em decorrência de serviços públicos prestados pela iniciativa privada. Neste sentido, discorra sobre as vantagens e desvantagens do instrumento da concessão. A grande vantagem do regime de concessão, para o Estado liberal, era de que, por meio dela, o Estado prestava um serviço público essencial sem que tivesse necessidade de investir recursos do Tesouro e, sobretudo, sem correr os riscos econômicos de toda a exploração industrial. Estas características originárias da concessão de serviço público foram, entretanto, sensivelmente alteradas, de começo pelas cláusulas de “garantias de juros” e mais tarde pela aplicação da “teoria da imprevisão”. Em razão destas modificações estruturais do contrato de concessão entre a concedente e o concessionário, surgiu como que uma associação financeira lesiva ao Poder Público, que, privado dos benefícios eventuais, estava, entretanto, obrigado a participar das perdas da exploração do serviço público concedido. De outro lado, cabe esclarecer que a opção pela concessão não desobriga o Estado de regulamentar e, por consequência, de fiscalizar a respectiva prestação do serviço público, pois são atividades distintas. Surge o primeiro conflito, pois, em determinadas áreas, o Estado (em sentido amplo, incluindo Estados-membros e municípios) continuava atuando como um competidor do concessionário privado. https://pesquisa-eaesp.fgv.br/sites/gvpesquisa.fgv.br/files/publicacoes/Rel122008.pdf 5 9) Para que as Agências Reguladoras possam desenvolver seu trabalho adequadamente é necessário dispor da autonomia administrativa. Comente os instrumentos utilizados para assegurar a autonomia das Agências Reguladoras. Basicamente, foram dois os instrumentos utilizados para assegurar, dentro dos limites da lei, a autonomia das Agências Reguladoras: Mandato fixo para os dirigentes (em oposição a até então livre nomeação e exoneração): estes passam a ter uma relação de vínculo em vez de subordinação com a autoridade superior (Ministros e Secretários); Recursos próprios: repassados em conta específica a cargo dos gestores da Agência. 10) As Agências Reguladoras Nacionais (ARN) caracterizam-se pela especialização, são unis setoriais, e pela abrangência de atuação, em todo o território nacional. Disserte sobre as ARN brasileiras. As Agências Reguladoras Nacionais (ARN) caracterizam-se pela especialização, são unissetoriais, e pela abrangência de atuação, em todo o território nacional. As datas das leis de criação confirmam o quanto as ARN são figuras recentes no quadro institucional brasileiro e permitem a conciliação cronológica com os demais eventos apresentados. Toda a pessoa jurídica de direito público interno, organizada quase sempre na forma de autarquia especial, cuja missão é regular e/ou fiscalizar a prestação de serviços públicos praticados pela iniciativa privada, zelando pela manutenção da qualidade na prestação dos serviços chamamos de ARNs. Assim, caso as atividades privadas não obedeçam aos limites impostos pelas agências em seus setores, os contratos de concessão conferidos aos particulares podem ser cassados.
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