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TRADUÇÃO RESUMIDA Arlene B Tickner - Latin America Still Policy Dependent After All These Years

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LATIN AMERICA: STILL POLICY DEPENDENT AFTER ALL THESE YEARS? 
Arlene B. Tickner 
> O campo das RI na AL e Caribe é limitado, e uma perspectiva do 
desenvolvimento da disciplina é difícil graças a uma mistura de secretismo, falta 
de registros e falta de vontade de escrutinizar que caracterizam muitos campos 
acadêmicos. Ademais, a região tem 34 nações independentes que são diversas 
em tamanho, história, língua, cultura, etc. 
> Busca analisar os caminhos pelos quais fatores como Estado, a natureza das RI e 
as ciências sociais influenciaram o desenvolvimento das relações internacionais 
em diferentes formas. 
> Conclui identificando vários desenvolvimentos regionais que podem contribuir 
para futuras transformações no campo. 
1. Latin American IR in historical perspective 
> Entre 1850 e o fim da IIGM a política externa da AL se focava em resolver 
conflitos intra regionais, dissuadindo intervenção estrangeira e participando no 
nascente sistema internacional. 
 - Com o início da Guerra Fria a política externa latinoamericana se tornou quase 
exclusivamente mediada pelas suas relações com EUA. 
> A tendência a identificar a ordem capitalista como a fonte primária dos 
problemas de desenvolvimento da América Latina e a "olhar para dentro" em 
busca de soluções foi fortalecida ainda mais pelo pensamento da dependência na 
década de 1960 e começo de 1970. 
 - Essa corrente destaca as manifestações domésticas de dependência e 
subdesenvolvimento (incluindo conflito de classes, inigualdade e exclusão e a 
deformação do Estado nacional). 
> Não obstante, ao colocar problemas regionais dentro do contexto do sistema 
econômico internacional e a existência de desiguais relações de produção, ambos 
dependência e sua ECLA (CEPAL) antecessor proveram rascunhos significantes 
para se pensar as relações internacionais latino-americanas, dado seus insights 
em problemas como capitalismo global, o Estado, desenvolvimento nacional, 
integração e soberania. 
> Num nível mais prático, as duas escolas falharam em criar soluções viáveis aos 
problemas da dependência (...). Além disso, tentativas de diversificar as relações 
externas da América Latina e aumentar sua influência em relação aos Estados 
Unidos levaram a novas necessidades analíticas para as quais as teorias locais 
existentes eram pouco adequadas. (...) Durante este período de fundação, a 
principal agenda de pesquisa das IR incluiu tópicos como as relações Norte-Sul e o 
papel do terceiro mundo, integração econômica e cooperação regional, política 
externa comparativa, negociação e transnacionalismo e interdependência. 
> Uma preocupação fundamental expressa no nascente campo das RI na América 
Latina estava relacionada ao problema da autonomia, visto como pré-condição 
tanto para o desenvolvimento interno quanto para uma estratégia de política 
externa bem-sucedida. A autonomia tornou-se vista de fora como um mecanismo 
de proteção contra os efeitos nocivos da dependência em nível local e de dentro 
para fora como um instrumento para afirmar interesses regionais no sistema 
internacional. Em ambos os casos, o principal ponto de referência foi os Estados 
Unidos. 
> Foi amplamente percebido entre os estudiosos de RI que tanto a dependência 
quanto as teorias de RI importadas que estavam disponíveis, o realismo clássico e 
a interdependência, eram de uso limitado individualmente para se pensar sobre o 
problema em questão. A fim de abordar essa lacuna, uma quantidade 
considerável de literatura sobre autonomia foi produzida na América Latina, 
principalmente durante a década de 1980. Dois autores, Helio Jaguaribe (1979) e 
Juan Carlos Puig (1980), foram particularmente influentes na análise, divulgação e 
prática do conceito de autonomia na região. Os acadêmicos de RI da América 
Latina atribuem a ambos os autores o pioneirismo da “incorporação criativa” dos 
princípios tradicionais de RI nas análises regionais de assuntos internacionais. 
Essa fusão de conceitos de dependência, realismo e interdependência levou à 
criação de um modelo “híbrido” latino-americano amplamente utilizado para 
analisar questões globais e que refletia a tendência, ainda prevalente hoje, de 
escolher categorias úteis de diferentes teorias. 
> A influência das abordagens de dependência se manifestou nas descrições 
acadêmicas do sistema internacional, caracterizado em termos de relações 
hierárquicas de dominação e o papel das forças globais na restrição das políticas 
externa e interna dos países da região. O fato de o Estado ter sido historicamente 
visto como o domínio central da regulação política, social e econômica, a 
expressão primária da “nação” e um símbolo-chave da soberania e independência 
nacional também facilitou o uso da leitura da dependência desse ator. 
> Um fator que distinguia os escritos de autonomia da dependência era a fé no 
papel das elites progressistas na mobilização de recursos do Estado em favor de 
um projeto nacional. Essa visão se encaixou melhor com os princípios realistas de 
Morgenthau, relativos ao papel do estadista como árbitro final do interesse 
nacional. Um segundo aspecto emprestado do realismo clássico foi a 
preocupação com o poder, embora tenha sido reformulado em termos de 
autonomia. Dado que muitos dos principais protagonistas do campo vinham da 
Argentina, Brasil e Chile autoritários, e do México dominado pelo PRI, a 
linguagem estatal e baseada na energia que caracterizava o pensamento realista 
permitia o envolvimento acadêmico com o discurso geopolítico de governos 
militares distintos e sua orientação nacionalista ferrenha, bem como com a do 
estado mexicano. 
> A interdependência foi prontamente incorporada nas discussões latino-
americanas de RI no final da década de 1970, dada sua abertura a questões 
econômicas e sociais, seu otimismo quanto ao papel dos recursos estratégicos e 
habilidades efetivas de negociação para impulsionar a influência internacional em 
países mais frágeis e seu reconhecimento de atores transnacionais como 
principais atores globais. 
> A RI da América Latina recebeu um impulso crucial do Programa de Estudos 
Conjuntos em Relações Internacionais na América Latina (RIAL), uma rede 
regional de centros acadêmicos criada em 1977 para promover a pesquisa e o 
ensino no campo. A RIAL foi criada por um pequeno grupo de indivíduos cujos 
interesses e atividades profissionais incluíam uma combinação de serviço 
acadêmico e público. Os objetivos do programa eram fomentar o interesse em 
estudos internacionais em nível regional e, ao fazê-lo, aumentar a capacidade de 
negociação internacional da América Latina. A RIAL foi indispensável para a 
consolidação e institucionalização do campo em toda a região. Antes de sua 
criação, os programas de Relações Internacionais estavam concentrados em 
relativamente poucas instituições em um pequeno número de países, como 
México, Chile, Brasil e Argentina. No auge das atividades da RIAL no final dos anos 
80, programas de RI foram estabelecidos na maior parte da região andina e da 
América Central, com os quais a rede acadêmica regional também cresceu. 
> Além de fortalecer os estudos de RI na América Latina, a considerável atividade 
resultante do programa e a crescente interação que nutria entre diversas 
instituições e estudiosos se prestaram à apropriação de novos conhecimentos 
teóricos e acadêmicos, abordagens metodológicas para o estudo de questões 
globais. Um dos resultados mais interessantes desse processo foi a gradual 
“latino-americanização” das teorias importadas da RI, principalmente através da 
ampla circulação do modelo híbrido latino-americano. Ao aumentar a consciência 
teórica, fomentar uma abordagem autóctone das questões internacionais e 
fomentar uma “massa crítica” de especialistas em RI, a RIAL também influenciou 
o pensamento da política externa na região, principalmente porque um número 
significativo de indivíduos ativos no programapassou a ocupar posições de alto 
nível nos seus respectivos ministérios das relações externas. 
> A correlação cronológica entre as atividades da RIAL e o interesse filantrópico - 
em particular no caso da Fundação Ford - em apoiar iniciativas acadêmicas em 
Relações Internacionais aponta para outro fator importante que explica a 
evolução histórica da RI na América Latina. A preocupação de Ford com o 
subdesenvolvimento de estudos regionais de RI coincidiu com a ascensão de 
regimes autoritários no Brasil e no Cone Sul. Entre o início da década de 1980 e 
meados da década de 1990, promoveu ativamente a pesquisa indígena sobre 
questões internacionais, a formação de especialistas em relações com a América 
Latina, a melhoria das infraestruturas institucionais e a disseminação de 
conhecimento para as elites políticas e o público em geral. Acreditava-se 
fortemente que uma rede regional de acadêmicos reforçaria as atividades de 
doação em países distintos, com os quais a Fundação também começou a apoiar 
a RIAL, cuja liderança compartilhou uma interpretação semelhante dos problemas 
enfrentados globalmente pela América Latina e identificou estratégias 
semelhantes para superá-las. Ao longo de seus 15 anos, as principais fontes de 
financiamento da RIAL foram o PNUD e a CEPAL, que forneceram apoio 
operacional, e a Fundação Ford, que concedeu doações no valor de mais de 
US$800.000 para financiar as reuniões anuais, relatórios e grupos de trabalho do 
programa. 
> Em grande medida, a transição para a democracia no Brasil e no Cone Sul 
sinalizou um ponto de virada na RI na América Latina. Muitas das principais 
figuras de RIAL entraram no estabelicmento da política externa e, como o 
programa girava em torno de um pequeno grupo de praticantes de alto nível 
acadêmico e pouca atenção era dada à preparação de gerações mais jovens no 
campo, um vazio foi criado. Em meados de 1990, em grande parte em resposta ao 
fim da Guerra Fria e à onda de democratização na América Latina, a Fundação 
Ford também reorientou suas prioridades para o desenvolvimento da sociedade 
civil, paz, justiça social e direitos humanos, entre outros. Em consequência, o 
financiamento fornecido a instituições regionais especializadas em RI foi 
drasticamente reduzido, levando muitos a reduzir o escopo de suas atividades ou 
simplesmente fechar, como foi o caso da RIAL. Globalmente, essas mudanças 
coincidiram com a renovada supremacia dos EUA e com a ascensão da 
globalização neoliberal, que reduziu consideravelmente a alavancagem política 
internacional da América Latina. Tanto o establishment da política externa como 
os estudiosos da RI abandonaram o discurso da autonomia que prevalecera 
anteriormente e se voltaram em grande medida para interpretações baseadas no 
liberalismo dos assuntos globais. 
2. The shape of IR in distinct national settings 
> Contra esse pano de fundo histórico, intelectual e político compartilhado, as 
formas variadas adquiridas pelos estudos de RI em contextos nacionais distintos 
também podem ser atribuídas a vários fatores estruturais. Níveis de 
institucionalização e profissionalização da prática acadêmica; o peso relativo de 
diversos campos dentro das ciências sociais; estágios comparativos de 
desenvolvimento e influência regional/internacional; tipo de regime político; e a 
natureza e a força do estabelecimento da política externa e seu grau de interação 
com o setor acadêmico merecem atenção especial. 
> A qualidade da educação mais alta na LA e Caribe é variada. Um número 
significante de instituições não tem funcionários em tempo integral queengajam 
em atividades acadêmicas diversas do ensino, e a falta de autonomia 
característica da prática acadêmica em muitos países também fazem disso uma 
profissão instável. 
> Na década de 1990 a educação pós secundária submeteu diferentes níveis de 
internacionalização aos desafios da globalização e para aumentar a integração 
regional. Um resultado foi uma forte preocupação estatal com a educação como 
cerne da competitividade global, que gerou esforços para treinar professores, 
criar redes de pesquisa e trocar recursos humanos, em particular com a Europa e 
EUA. Contudo, a crença neoliberal de que o livre mercado garantiria altos padrões 
de educação também levou ao desregulada explosão instituições privadas de 
baixa qualidade. Ademais, educação mais alta na região tem se tornado 
marcadamente desequilibrada: enquanto as universidades 
maisinfluentesexperienciam vários graus de profissionalização e 
institucionalização, muitas universidades "de garagem" tem surgido oferecendo 
baixos níveis educacionais e o pessoal não permanente não engaja muito a 
atividade acadêmica. 
> Além das diversas qualidades dos programas de Relações Internacionais 
oferecidos em diferentes países da América Latina e do Caribe, seus respectivos 
focos exibem altos graus de diversidade, embora quase todos sejam 
multidisciplinares. Ao contrário das RI nos EUA, que nasceu da Ciência Política 
relativamente fraca na AL e se desenvolveu depois das RI. 
>Assim, estudos internacionais na região são os descendentes de uma variedade 
de outras áreas das ciências sociais (...). Frequentemente, altos níveis de 
ecletismo acompanham o mix disciplinar particular que caracteriza programas 
distintos, tornando a identidade do campo em toda a região consideravelmente 
frágil. 
> Estudos de RI evoluíram primeiro nos países que se desenvolveram primeiro e 
que se tornaram potências regionais, como Chile, México, Brasil e Argentina. 
Entre os anos 1960 e início dos anos 1990, o Chile foi um protagonista 
fundamental, em grande parte porque instituições internacionais como ECLA e 
UNPD, responsáveis por iniciar as primeiras reflexões sistemáticas sobre as 
relações externas da América Latina, estavam localizadas na capital, Santiago, e 
da liderança da RIAL era de origem chilena. Durante a década de 1970, todos os 
quatro países se interessaram pelo seu status de “potências médias”, com as 
quais a atividade acadêmica emergente do IR girou em grande parte em torno do 
problema de aumentar a autonomia nacional em relação com os Estados Unidos. 
Após a assinatura do NAFTA em 1994, os estudos de relações internacionais no 
México seguiram um caminho um pouco diferente do de seus colegas, dado seu 
forte foco nas relações dentro da América do Norte. Em contraste, muito da 
produção intelectual na Argentina, Brasil e Chile tornou-se mais interessada em 
explorar as interações entre esses países e com outros países da Ásia e da Europa. 
> O tipo de regime político também tinha papel crucial no desenvolvimento das RI 
nesses países, relacionado com a regra autoritária entre as décadas 1960 e 1980. 
Embora os níveis de repressão direcionada a acadêmicos em Argentina e Chile era 
muito maior que no Brasil, nos três países muitos indivíduos que normalmente 
aspirariam participar da política foram excluídos desse reino e redirecionaram 
seus interesses profissionais ao setor acadêmico, frequentemente no exílio em 
países como México. Esse processo teve efeitos contraditórios. Estudos 
internacionais receberam um impulso intelectual da incorporação de importantes 
figuras políticas que construíram uma comunidade regional acadêmica incipiente; 
mas quando a ditadura acabou,muitos de seus membros desertaram a academia 
para o setor público, especialmente no Chile. 
> Da mesma forma que o autoritarismo condicionou a prática acadêmica no 
campo, assim também foi com a transição à democracia. Desafios relacionados à 
influência militar no reino da defesa e segurança, e seu continuado trato para a 
estabilidade democrática, apareceu amplamente em muitas ciências sociais, 
incluindo RI. Portanto, a relação entre segurança, democracia e estado de direito, 
bem como o papel de processos como a integração regional para enriquecer e 
manter a democracia, continuam a ser preocupações centrais de pesquisaem 
países como ARG, CHL e BR. 
> Desde seu começo como campo, RI na AL e Caribe tem sido concebida 
largamente em termos de prover conselhos práticos de política externa para os 
decisores políticos. De fato, ao largo da região muitos programas acadêmicos 
foram criados com o objetivo de treinar futuras elites políticas bem como servir 
aos interesses de seus respectivos países mais genericamente. Contudo, 
diferentes níveis de interação entre ministérios de relaçõess exteriores e o setor 
acadêmico, bem como a relativa influência política do antigo (?), determina a 
extensão na qual os estudos de RI tem sido instrumentos da política externa ou 
Não. Exs.de Trinidad e TObago, COlômbia e Costa Rica. 
> Embora os fortes níveis de sinergia existentes entre o setor público em países 
como Argentina, Chile e México tem provido um desenvolvimento condutivo ao 
fortalecimento do campo, distintos padrões de mudança entre os dois setores 
tem tido diferentes efeitos. No Chile, muitos acadêmicos terminam na política 
durante a transição democrática, enquanto o aposto ocorreu em Argentina. Em 
contraste, transição entre política e academia no México exibiu um "padrão porta 
giratória" (?). Essa última tendência é extensiva a uma boa parte da região, na 
qual prevalece a convicção de que a experiência prática no setor público é uma 
pré-condição para entender o "mundo real" das relações internacionais. Uma 
diferença maior que existe entre Brasil e outros países é que até a década de 
1980 o Itamaraty colocou freios significativos na consolidação de programas 
acadêmicos de RI e tinha medo de perder o monopólio sobre as relações 
estrangeiras do país. Outro fato que explica essa dissociação é o tamanho do país, 
e o fatode que os estudos de RI se concentram no sudeste, enquantoBrasília fica 
no centro-oeste. 
3. IR teachingandresearch 
> Durante a última década, o RI na América Latina e no Caribe passou por um 
crescimento fantástico, medido pelo número de programas acadêmicos, tanto de 
graduação quanto de pós-graduação, instituições de pesquisa, conferências e 
publicações. Grande parte desse aumento é atribuível à comercialização de quase 
tudo que leva o rótulo “internacional” em uma região profundamente afetada 
por processos e discursos relacionados à internacionalização e à globalização. 
>Quantidade no entantonão deve ser confundida com qualidade. São poucas 
instituições em que os acadêmicos ocupam posições de tempo integral e 
conduzem pesquisas, além de suas responsabilidades de ensino. Além disso, 
apenas em pouquíssimos países, principalmente ARG, BR e MEX, o florescimento 
dos estudos de relações internacionais levou à consolidação do campo em termos 
de sua identidade disciplinar e da força de sua comunidade acadêmica. Portanto, 
meu inventário de programas de RI na região é focado em um grupo de países e 
instituições nos quais os estudos internacionais são comparativamente bem 
desenvolvidos. 
> Os países selecionados também fornecem uma amostragem geográfica 
representativa das diferentes sub-regiões da América Latina e Caribe, incluindo 
dois países do Caribe de língua inglesa (Jamaica e Trinidad e Tobago); dois da 
América Central (Costa Rica e Guatemala); dois da região andina (Colômbia e 
Venezuela); duas do Cone Sul (Argentina e Chile); e no México e no Brasil. 
Instituições acadêmicas foram identificadas em cada um desses países com base 
na longevidade de seus programas de ensino (dez anos ou mais); a existência e 
tamanho de suas faculdades de IR; e sua exposição nacional, regional e 
internacional, conforme medido pela formação acadêmica formal de equipes, 
número e tipos de publicações e iniciativas de pesquisa, e participação em 
eventos acadêmicos. 
> Além das universidades, o ensino de relações internacionais, pesquisa e a 
disseminação ocorrem em vários outros ambientes institucionais. A Faculdade 
Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO), organização internacional 
autônoma de alcance regional, fundada em 1957 a pedido da UNESCO e de vários 
governos latino-americanos com o objetivo de promover as ciências sociais na 
região. A FLACSO possui programas acadêmicos na Argentina, Brasil, Chile, Costa 
Rica (onde a Secretaria-Geral também está localizada), Cuba, Equador, El 
Salvador, Guatemala, México e República Dominicana, entre os quais existem 
vários graus de interação. Cada escritório local opera com proporções variáveis 
??de apoio governamental nacional, financiamento privado e receitas internas, e 
diferentes ênfases temáticas e programas de pós-graduação (incluindo Mestrado 
e Ph.Ds), embora todos tenham graus significativos de reconhecimento e 
influência entre acadêmicos e políticos comunidades que fazem FLACSO 
Argentina, Equador, República Dominicana e Chile são os mais dinâmicos em 
estudos internacionais: os três primeiros oferecem programas de pós-graduação 
nessa área e realizam pesquisas consideráveis em temas como integração 
regional, multilateralismo, segurança, desenvolvimento, migração e comércio, 
embora a filial chilena não ofereça um programa de pós-graduação em RI, mas é 
altamente ativa em termos de pesquisa. 
> Cita também a CLACSO. 
> Muito poucos "think-tanks" independentes existem na região, embora 
especialistas econômicos em países como Chile, México, Colômbia, Brasil e 
Argentina tenham prosperado em tais locais, assim como alguns especialistas em 
defesa e segurança, embora em menor grau. Conselhos de relações exteriores 
compostos de influentes associações de ex-ministros e ex-diplomatas, com 
diferentes graus de apoio da comunidade empresarial e acadêmica, existem na 
Argentina, Brasil, Chile, México, Paraguai e Uruguai. Seu papel é basicamente 
limitado à construção de agenda, ao contrário de seu equivalente nos EUA, o 
CouncilonForeignRelations, que participa ativamente de empresas de construção 
de conhecimento. A influência política direta desses conselhos é relativamente 
limitada, dado que o acesso à formulação de políticas é geralmente restrito a 
redes pessoais menores de assessores. 
3.1. Academicfaculties 
> Os níveis de formação acadêmica e a concentração geográfica dos estudos de 
pós-graduação - o que é indicativo das fontes de influência intelectual sobre o 
corpo docente - são altamente variáveis entre as faculdades das universidades de 
IR. Algumas das maiores faculdades de tempo integral estão localizadas na 
Universidad Externado de Colombia (48), Universidade Nacional Autônoma do 
México (32), Colegio de México (24), Universidade Nacional, Costa Rica (24 
incluindo tempo parcial) e a UnB (16), que oferecem grandes programas de 
graduação. Dos 278 professores incluídos na minha pesquisa, apenas 164 (menos 
de 60%) possuem doutorado, enquanto quase todos concluíram um mestrado. O 
percentual de doutores em equipes universitárias distintas varia de 100% ou 
próximo a instituições como Brasília, Universidade Católica e PUC, Rio de Janeiro, 
até 25% ou menos na Universidade do Chile, Externado e Nacional Costa Rica. 
> A proveniência dos diplomas de pós-graduação dos professores de RI não indica 
uma forte concentração geográfica em nenhum país (...). No entanto, instituições 
individuais parecem favorecer os detentores de diplomas com formação 
acadêmica semelhante, o que pode estar relacionado às suas respectivas missões 
e vínculos globais. Quase todos os professores titulares de doutorado na 
Universidad Di Tella, Católica e Andes estudaram nos EUA, enquanto nenhum ou 
muito poucos dos afiliados com Brasília, UNAM, Antilhas (ambos Trinidad e 
Tobago e Jamaica), e Externado foram educados neste país. Da mesma forma, um 
número significativo de acadêmicos em Brasília, UNAM e Índias Ocidentais 
(Jamaica) foi educado no país ou internamente, sugerindo que um processo de 
auto-reprodução pode ter sido iniciado nesses países. 
4. IR theoryteaching 
> Os conteúdos dos currículos de relações internacionais fornecemoutra 
indicação do estado da RI na América Latina, pois permitem observações sobre os 
tipos de textos considerados autoritários no ensino do campo. (...) a principal 
fonte de informação utilizada foram as listas de leitura dos currículos do curso de 
teoria de RI. Dado que o número de cursos teóricos necessários varia 
dramaticamente entre as instituições acadêmicas, incluí apenas um curso por 
programa (teoria geral ou introdutória da RI). (...) 
> As seguintes categorias foram selecionadas com base nos referenciais teóricos 
que parecem ter sido os mais decisivos nos estudos de RI na América Latina 
durante a última década: 
1 - tradição clássica geral (principalmente livros didáticos que abordam os 
chamados “grandes debates” e aquele trabalho entre as variantes realistas e 
liberais da tradição clássica, sem expressar preferência por nenhuma delas); 
realismo (incluindo realismo clássico e neorrealismo); 
2 - liberalismo (incluindo interdependência e institucionalismo neoliberal, entre 
outros); 
3 - Marxismo / neo-marxismo; construtivismo; pós-positivismo (incluindo 
feminismo, pós-modernismo, pós-estruturalismo e pós-colonialismo); 
4 - análise de política externa; e outro. 
Embora muitos itens pudessem ser classificados em várias categorias, a atribuição 
de classificação única foi baseada nas questões e suposições centrais de pesquisa 
de cada texto, no foco das páginas específicas atribuídas e na colocação do texto 
dentro do programa do curso. Após a codificação de todos os itens contidos em 
uma determinada lista de leitura, as informações foram tabuladas em uma base 
de curso individual. Após a conclusão, os resultados de cada lista de leitura 
individual foram consolidados em um agregado regional. 
> Os currículos do curso de teoria de RI contêm vários recursos que merecem 
destaque. A grande maioria dos textos foi escrita por autores americanos e 
britânicos e é utilizada em suas versões em inglês, mesmo quando existem 
traduções em espanhol ou português. Nos cursos em que os livros didáticos em 
espanhol são usados, eles são normalmente de autoria de estudiosos espanhóis e 
são revisões da teoria clássica da RI. Por outro lado, textos de autoria de latino-
americanos raramente aparecem nos currículos do curso de teoria da RI, com 
exceção das instituições brasileiras pesquisadas, nas quais são utilizados vários 
livros de RI escritos por professores brasileiros. Além disso, muitos textos e 
tópicos que normalmente não são considerados “teoria da RI” também estão 
incluídos em vários dos programas do curso, principalmente aqueles oferecidos 
pela Universidade do Chile, Católica, Rafael Landívar e Nacional. Embora muitos 
dos itens classificados como “outros” - que representam aproximadamente 20% 
do total de textos incluídos em minha análise - pertençam à escola de inglês ou 
sejam livros didáticos de RI não facilmente categorizados como pertencentes a 
qualquer tradição teórica, uma infinidade de outros textos textos, desde a 
República de Platão até tratamentos empíricos do meio ambiente e o papel da 
Igreja também são necessários em vários dos cursos examinados. 
> A análise de conteúdo mostra que os cursos de teoria da RI na região favorecem 
predominantemente abordagens realistas e liberais no campo. (...) Apesar do 
peso majoritário das abordagens norte-americanas, debates recentes entre o 
neo-realismo e o neoliberalismo, e o racionalismo e o reflexivismo, recebem 
apenas atenção passageira nas dissertações examinadas. Além disso, textos que 
fazem uso dos métodos preferidos dos EUA, escolha racional e análise 
quantitativa, são completamente ignorados. 
> As estruturas marxistas e neo-marxistas são as terceiras mais usadas para 
ensinar a teoria da RI, mas representam uma pequena porcentagem dos textos 
consultados. É evidente que a dependência ocupa um lugar comparativamente 
insignificante entre os textos pertencentes a esse grupo, apesar de sua influência 
central nas ciências sociais na América Latina e no próprio campo das Relações 
Internacionais. O que isso sugere é que a dependência simplesmente não é 
identificada como uma teoria das relações internacionais pela maioria dos 
professores de RI da América Latina, provavelmente devido a sua ênfase nas 
manifestações domésticas da dependência. Relatos construtivistas e pós-
positivistas de assuntos internacionais, incluindo feminismo, pós-colonialismo e 
pós-estruturalismo, estão ausentes de mais de um terço dos cursos de teoria de 
RI analisados e recebem atenção apenas na maioria dos outros programas, 
somando menos de 5% do total de leituras. 
> Com base nos cursos da teoria de RI pesquisados, é justo dizer que as 
concepções predominantemente latino-americanas do que constitui a “teoria da 
RI” estão firmemente enraizadas nas interpretações da disciplina pelos EUA, mas 
não conseguem replicá-las completamente. O cardápio das teorias de RI utilizadas 
no ensino baseia-se em leituras realistas e liberais de assuntos internacionais, 
mas se desvia de desenvolvimentos atuais nos Estados Unidos, onde predominam 
abordagens científicas racionalistas ou comportamentais. Na medida em que uma 
grande porcentagem do corpo docente de RI da região continue a ser educada 
fora das universidades dos EUA, essa tendência provavelmente se aprofundará. O 
fato de que mais de 40% dos professores não receberam treinamento de 
doutorado - no qual o conhecimento teórico é transmitido mais intensamente - 
pode explicar por que os debates mais recentes que emergiram no IR tanto nos 
Estados Unidos quanto globalmente não “viajaram” com eficácia para muitos 
países como discussões teóricas anteriores dentro do campo. No entanto, o 
ensino de IR também tem sido bastante imune a discussões conceituais que 
ocorrem em outras áreas das ciências sociais na própria região, sugerindo que 
suas pistas intelectuais também não são derivadas de fontes nativas. 
> Os periódicos acadêmicos fornecem mais uma imagem do estado das disciplinas 
em termos de suas tendências teóricas, principais preocupações e debates 
primários. No entanto, casos como a América Latina e o Caribe sugerem que, em 
vez de oferecer o instantâneo definitivo de um campo, os periódicos fornecem 
apenas mais uma peça do quebra-cabeça disciplinar. Isso ocorre principalmente 
porque tais publicações não gozam do mesmo status que os veículos de produção 
e reconhecimento acadêmico, e não circulam facilmente entre os membros das 
comunidades de RIs nacionais e regionais. Universidades e estudiosos integrados 
com redes acadêmicas globais tendem a valorizar a publicação em uma revista 
norte-americana ou européia mais do que fazê-lo localmente ou regionalmente, 
embora isso certamente não seja o caso para a maior parte da professoria de RI 
da América Latina. Além disso, surpreendentemente poucos periódicos 
especializados existem em comparação com o número de programas de ensino 
que operam na região: com exceção do Brasil e do México, que tem vários 
periódicos de IR de longa data, os demais países têm um ou mais dois, ou 
nenhuma tal publicação. 
 
4.1. Thematic trends in journals and research 
 
5. National and regional IR community structures 
 
6. Explaining IR studies in Latin America and the Caribbean

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