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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – UAB CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL DISCIPLINA: DESENVOLVIMENTO E MUDANÇAS NO ESTADO BRASILEIRO ALUNO: RONALDO JEISON DOS SANTOS ATIVIDADE 2 O período em que o Brasil passou a ser um país verdadeiramente democrático, após o regime militar, foi denominado “A Nova República”. Desse período, até os dias atuais o país enfrentou diversas mudanças que colaboraram para o seu crescimento diante do cenário mundial. A escolha de Tancredo Neves como Presidente deu um ponto final na Ditadura Militar, isso em 1985 quando ele foi eleito Presidente do Brasil pelo Colégio Eleitoral. Na véspera de tomar posse do governo, Tancredo Neves adoeceu, e dias depois, 21 de Abril de 1985, venho a falecer, sendo sucedido por José Sarney, que durou de 1985 até 1990. José Sarney governou o Brasil espelhado na imagem de Tancredo Neves, inclusive o seu ministério foi composto por nomes que haviam sido indicados por Tancredo Neves. O Governo Sarney deu inicio a Redemocratização do Brasil. Foi estabelecido eleições diretas para os cargos políticos. Também foi dado o direito de votar aos analfabetos e foi criada uma nova constituição. A Constituição de 1988 é a mais democrática que o Brasil já teve e é considerada um dos maiores avanços do país, com importantes direitos conquistados, como os fundamentais e os sociais. Apesar do país conseguir respirar com a redemocratização, os problemas econômicos persistiam. Buscando uma solução para a crise econômica, em Fevereiro de 1986 o Governo Sarney lançou um plano de estabilização econômica, o Plano Cruzado. A nova moeda, o Cruzado, tinha o valor de mil cruzeiro, antiga moeda. Pelo Plano Cruzado ficou estabelecido o congelamento de preços e salários. Estas medidas econômicas não surtiram efeito pois a inflação voltou a subir. Com o fracasso do Plano Cruzado, outros planos econômicos foram elaborados, foi o caso do Plano Blesser e Plano Verão que criou o Cruzado Novo, no entanto sem surtir o efeito esperado. Nas eleições de 1989, com o caos econômico instalado no Brasil, a população optou por votar num candidato que não fosse o indicado pelo governo Sarney. Foi eleito então Fernando Collor de Mello. Em sua campanha política Collor afirmava que buscaria melhorias na condição de vida do povo brasileiro, chamado por ele de pés-descalços e descamisados. Logo ao assumir a presidência, Collor pois em pratica o Plano Brasil Novo, conhecido também como Plano Collor. O Plano Collor em comparação aos planos tomados pelos governos anteriores foi o mais drástico. A moeda voltou a ser o cruzeiro que passou a ser circulado em menor quantidade. As contas bancárias e cadernetas de poupanças com saldo superior a 50 mil cruzeiros foram bloqueadas. Inicialmente, as medidas econômicas tomadas no Governo Collor até surtiram efeito, mas no andamento do governo a inflação voltou a subir. No entanto, a imagem do Presidente Collor ficou suja devido a denúncias de corrupção, feitas pelo próprio irmão, Pedro Collor. Demonstrando o seu descontentamento com o Governo Collor, boa parte da população brasileira surpreendentemente saiu as ruas para protestar. Queriam eles a imediata renuncia de Collor. O Congresso Nacional teve que se reunir para discutir a aprovação do Impeachment de Fernando Collor de Melo. Em 29 de Dezembro de 1993 Fernando Collor optou por renunciar a presidência deixando o cargo para o seu vice, Itamar Franco. Com a renuncia de Fernando Collor, Itamar Franco teve que assumir a Presidência do Brasil. Nesse governo foi encontrado uma solução para a crise econômica que assolava o Brasil. Em Maio de 1993 Itamar Franco nomeou Fernando Henrique Cardoso como Ministro da Fazenda. O novo ministro à Frente de um grupo de economistas elaborou um bem sucedido plano econômico, o Plano Real. A nova moeda, o Real, tornou-se um sucesso, vigente até os dias atuais. Com a nova moeda a população teve um melhor poder aquisitivo e seus salários não estavam mais sendo corroídos pela inflação. A população confiava em Fernando Henrique Cardoso e por isso ele sagrou-se como candidato vencedor nas eleições presidenciais de 1994. Tomou posse do Governo em 1 de Janeiro de 1995. Ao final de 1998 foi reeleito como presidente derrotando novamente Luís Inácio Lula da Silva. Além de se engajar na missão manter a inflação baixa, o Governo FHC optou por privatizar as empresas estatais e abrir economia brasileira para o MERCOSUL afim de ampliar sua produção industrial. A política econômica adotada no Governo Fernando Henrique Cardoso fez com que o Brasil recorresse ao FMI o que gerou a desvalorização do Real. No ano de 2002, algumas políticas do governo FHC o enfraqueceu. Apesar do desenvolvimento econômico trazido pelo Plano Real com grandes vantagens à população, entretanto, alguns problemas com o aumento do desemprego, o endividamento dos Estados e a distribuição de renda manchavam o bloco governista. Foi nesse contexto que Lula sagrou-se presidente do Brasil naquele ano. Lula se tornou presidente do Brasil e sua trajetória de vida fazia com que diversas expectativas cercassem o seu governo. Seria a primeira vez que as esquerdas tomariam controle da nação. No entanto, seu governo não se resume a essa simples mudança. Entre as primeiras medidas tomadas, o Governo Lula anunciou um projeto social destinado à melhoria da alimentação das populações menos favorecidas. Estava lançada a campanha “Fome Zero”. Essa seria um dos diversos programas sociais que marcaram o seu governo. A ação assistencialista do governo se justificava pela necessidade em sanar o problema da concentração de renda que assolava o país. Tal medida inovadora foi possível graças à continuidade dada às políticas econômicas traçadas durante a Era FHC. O combate à inflação, a ampliação das exportações e a contenção de despesas foram algumas das metas buscadas pelo governo. A ação política de Lula conseguiu empreender um desenvolvimento historicamente reclamado por diversos setores sociais. No entanto, o crescimento econômico do Brasil não conseguiu se desvencilhar de práticas econômicas semelhantes às dos governos anteriores. A manutenção de determinadas ações políticas foram alvo de duras críticas. No ano de 2005, o governo foi denunciado por realizar a venda de propinas para conseguir a aprovação de determinadas medidas. O esquema, que ficou conhecido como “Mensalão”, instaurou um acalorado debate político que questionava se existia algum tipo de oposição política no país. Em meio a esse clima de indefinição das posições políticas, o governo Lula conseguiu vencer uma segunda disputa eleitoral. O novo mandato de Lula é visto hoje mais como uma tendência continuísta a um quadro político estável, do que uma vitória dos setores de esquerda do Brasil. Independente de ser um governo vitorioso ou fracassado, o Governo Lula foi uma importante etapa para a experiência democrática no país. De certa forma, o fato de um partido formalmente considerado de esquerda ascender ao poder nos insere em uma nova etapa do jogo democrático nacional. Mesmo ainda sofrendo com o problema da corrupção, a chegada de Lula pode dar fim a um pensamento político que excluía a chegada de novos grupos ao poder. Com a saída de Lula, assume a presidência, após vitória nas eleições, a primeira presidente mulher do país, Dilma Roussef. A continuidade do governo pelo Partido dos Trabalhadores não trouxe grandes mudanças para o desenvolvimento do país. Após diversos escândalos envolvendo grandes nomes do partido e uma total falta de governabilidade porparte da presidenta, culminou com seu afastamento por impeachment. Assume então o vice-presidente Michel Temer, que se incumbiu de tomar medidas que nomeou-as de “necessárias”, porém “impopulares”. As principais medidas capitaneadas pelo governo de Michel Temer estavam a reforma trabalhista, esta já aprovada e sancionada, e a reforma da previdência, ainda pendente de apreciação pelo Congresso Nacional. O que vemos na política do atual governo, é a de rebobinar a história do país aos primórdios anteriores até da ditadura militar. Percebe-se que as medidas que o governo vem tirando da manga, utilizando-se da desculpa de alavancar a economia, não tem tido outros efeitos, senão, de acabar com direitos sociais insculpidos na Constituição de1988, após décadas de lutas. Com essas ações, podemos dizer que o pais vem cada vez mais retrocedendo graças a uma total ausência de preocupação, por parte do governo, de oferecer políticas públicas dignas para a população, sem perder o controle da economia do país.
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