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Manual Prático de Macroeconomia para Concursos

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1
Manual Prático de Macroeconomia para Concursos 
Públicos e Exame da ANPEC 
 
Volume I: Macroeconomia Normativa 
 
Balanço de Pagamentos 
Contabilidade Nacional 
Determinação da Taxa de Câmbio 
Oferta Monetária e Sistema Monetário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Editora Campus 
 2
Manual Prático de Macroeconomia para Concursos 
Públicos e Exame da ANPEC 
 
Volume I: Macroeconomia Normativa 
 
Balanço de Pagamentos 
Contabilidade Nacional 
Determinação da Taxa de Câmbio 
Oferta Monetária e Sistema Monetário 
 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Geraldo Sandoval Góes 
 
 
Sérgio Ricardo de Brito Gadelha 
 
 
 
 
 
Editora Campus 
 3
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Às nossas famílias, que sempre nos apoiaram ao longo de nossas vidas 
 4
Os Autores 
 
 
Geraldo Sandoval Góes 
 
Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental e Doutor em Economia pela 
Universidade de Brasília (2006). Possui pós-graduação em Economia pela Escola de Pós-
Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas (EPGE-FGV/RJ,1993/1994), e curso 
de aperfeiçoamento no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) em Economia 
Matemática (1991). Professor de Estatística, Matemática, Microeconomia e Macroeconomia 
em cursos preparatórios para o exame da ANPEC (prova de seleção nacional ao mestrado em 
Economia). Professor de Economia em preparatórios para concursos públicos. Em São Paulo, 
leciona no Uniequipe e no Obcursos, e nos cursos Formação e Unilean. No Rio de Janeiro, 
leciona nos cursos Gabarito, Companhia dos Módulos e MG. Em Porto Alegre, leciona nos 
cursos CPC e Márcia de Oliveira. Em Brasília, é professor do Obcursos. 
 
 
Atualmente, é pesquisador no Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada. Atuou na 
Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (2001-2003), na 
Secretaria de Previdência Complementar do Ministério da Previdência e Assistência Social 
(1999-2000) e na Secretaria de Previdência Social do Ministério da Previdência e Assistência 
Social (1999). Foi professor e coordenador do Instituto Superior de Economia e Gestão 
(ISEG), no período 2000-2006. Possui livros e artigos publicados. 
 
 
Sérgio Ricardo de Brito Gadelha 
 
 
Analista de Finanças e Controle da Secretaria do Tesouro Nacional e Mestre em Economia 
pela Universidade Católica de Brasília (2006). Possui cursos de aperfeiçoamento em Metas de 
Inflação pela UCB (2004), Teoria dos Jogos Aplicada às Finanças Públicas pela ESAF 
(2005), Econometria de Séries Temporais pelo CEFOR/Câmara dos Deputados (2006), e 
Programação e Políticas Financeiras pelo FMI (2006). Professor de Estatística, Matemática 
para Economia e Administração, Finanças Públicas, Microeconomia, Macroeconomia e 
Econometria em cursos preparatórios para o exame da ANPEC e concursos públicos. 
Lecionou no ISEG. Escreve artigos voltados para concursos públicos em seu sítio eletrônico 
(www.sergiogadelha.com.br) e no fórum dos concurseiros (www.forumconcurseiros.com). 
 
Atualmente, o professor Sérgio Gadelha tem desenvolvido pesquisas relacionadas à 
macroeconomia e economia do setor público, analisando a interação entre as políticas fiscal e 
monetária, a evolução das receitas e gastos públicos e os impactos dessas variáveis sobre o 
crescimento econômico brasileiro. Participante no debate acadêmico, possui capítulos de 
livros e artigos publicados. 
 
 
 
 
 5
Prefácio 
 
 
 
Macroeconomia é o estudo do comportamento agregado de uma economia no que 
concerne à produção, à geração de renda, ao uso de recursos, ao comportamento dos preços, e 
ao comércio exterior, dentre outros assuntos. Os objetivos da macroeconomia são o 
crescimento da produção e consumo, o pleno emprego, a estabilidade de preços, o controle 
inflacionário e uma balança comercial favorável, dentre outros. Trata-se de uma disciplina 
constantemente cobrada em concursos públicos voltados às áreas fiscal e ciclo de gestão. 
Nas livrarias, existem excelentes livros de macroeconomia voltados para concursos 
públicos e exame nacional da ANPEC, destacando-se autores renomados, por exemplo, Paulo 
Viceconti e Silvério das Neves, Vasconcellos e Lopes, Simonsen e Cysne, N. Gregory 
Mankiw, Olivier Blanchard, Bacha e Lima, R. Froyen, Sachs e Larrain, Bittencourt et al. e 
outros, cujas obras consagradas serviram de inspiração para a realização desse livro. 
O Manual Prático de Macroeconomia para Concursos Públicos e Exame da ANPEC é 
uma obra dividida em três volumes, resultado de um esforço e experiência adquiridos pelos 
autores no ensino dessa disciplina em cursos preparatórios. Essa obra tem o objetivo de 
auxiliar os alunos na preparação para concursos públicos de Auditor-Fiscal da Receita 
Federal, Analista do Tesouro Nacional, Analista do Banco Central, Gestor Governamental, 
Técnico de Pesquisa do IPEA, dentre outros, bem como para o exame nacional dos cursos de 
pós-graduação em Economia (ANPEC). Trata-se também de relevante guia de estudo aos 
alunos de cursos de graduação em Economia e Administração. 
 A teoria macroeconômica é bem explicada ao aluno, que poderá analisar inclusive 
questões de concursos públicos após cada tópico estudado. Ao final de cada capítulo, são 
apresentadas as soluções comentadas de questões de macroeconomia elaboradas pelas 
principais bancas examinadoras, como CESPE-UnB e ESAF, bem como as questões de 
macroeconomia cobradas no exame da ANPEC, de 1990 a 2007. Ao todo, são 
aproximadamente 412 itens de questões resolvidas e comentadas. Ao final desse volume, há 
um capítulo dedicado a temas para provas discursivas de macroeconomia, conforme os 
tópicos abordados nesse volume. Esse primeiro volume está dividido em quatro capítulos. 
 O primeiro capítulo trata do estudo do balanço de pagamentos, abrangendo inclusive 
as principais modificações apresentadas pelo Banco Central do Brasil a partir de 2001, 
segundo os princípios estabelecidos na quinta edição do Manual de Balanço de Pagamentos 
do FMI, publicado em 1993. O segundo capítulo refere-se ao estudo da contabilidade 
nacional, analisando conceitos de renda, produto e despesa, déficits gêmeos, índices de 
preços, PIB real e PIB nominal, absorção interna, dentre outros. São apresentados alguns 
conceitos macroeconômicos e sua relação com temas abordados no capítulo 1. O terceiro 
capítulo é dedicado ao estudo do mercado cambial, das taxas de câmbio nominal e real, e dos 
principais regimes cambiais vigentes. Finalmente, o quarto capítulo analisa as questões 
relacionadas à oferta monetária e ao sistema monetário, destacando-se conceitos como meios 
de pagamento, base monetária, coeficientes de comportamento, criação e destruição de 
moeda, instrumentos de política monetária, dentre outros. Bons estudos. 
 
Geraldo Sandoval Góes Sérgio Ricardo de Brito Gadelha 
 
 
Brasília-DF 
Outubro de 2007 
 
 6
Sumário 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1 – BALANÇO DE PAGAMENTOS............................................................... 10 
1. CONCEITOS INTRODUTÓRIOS................................................................................... 10 
1.1 – DEFINIÇÃO ........................................................................................................... 10 
1.2 – MEIOS (FORMAS) INTERNACIONAIS DE PAGAMENTO................................ 11 
1.3 - APRESENTAÇÃO DA ESTRUTURA ANTIGA DO BALANÇO DE PAGAMENTO
........................................................................................................................................ 12 
1.4 – CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS DO BP E REGISTROS CONTÁBEIS 
SEGUNDO O MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS .............................................. 16 
1.5 AS SUBCONTAS DAS CONTAS DE CAIXA: LANÇAMENTOS DE AJUSTES.... 20 
1.6 EXEMPLOS DE LANÇAMENTOS .......................................................................... 20 
2 – VARIAÇÃO DAS RESERVAS INTERNACIONAIS (ΔRes) ........................................ 26 
3. PRINCIPAIS IDENTIDADESDO BALANÇO DE PAGAMENTOS.............................. 27 
4. FORMA ALTERNATIVA DE APRESENTAÇÃO DO SALDO EM CONTA 
CORRENTE DO BALANÇO DE PAGAMENTO............................................................... 29 
4.1 A TRANSFERENCIA LÍQUIDA DE RECURSOS PARA O EXTERIOR E O HIATO 
DO PRODUTO (H).......................................................................................................... 30 
4.2. EXPORTAÇÕES DE BENS E DE SERVIÇOS NÃO FATORES (Xnf)..................... 30 
4.3. IMPORTAÇÕES DE BENS E DE SERVIÇOS NÃO FATORES (Mnf). ................... 30 
4.4 OUTRA FÓRMULA PARA H.................................................................................. 30 
4.5. RENDA LÍQUIDA RECEBIDA DO EXTERIOR (RLRE). ...................................... 31 
4.6 RENDA LÍQUIDA ENVIADA AO EXTERIOR (RLE)............................................. 31 
4.7 AS RENDAS RECEBIDAS DO EXTERIOR............................................................. 32 
4.8 AS RENDAS ENVIADAS AO EXTERIOR. ............................................................ 32 
4.9 OUTRAS FÓMULAS PARA RLRE E RLE. ............................................................. 33 
4.10 RELAÇÃO ENTRE O SALDO EM CONTA CORRENTE (T) E A RENDA 
LÍQUIDA RECEBIDA DO EXTERIOR (RLRE) ............................................................ 33 
4.11 RELAÇÃO ENTRE O SALDO EM CONTA CORRENTE (T) E A RENDA 
LÍQUIDA ENVIADA AO EXTERIOR (RLE)................................................................. 33 
4.12 RESUMO DOS CONCEITOS APRESENTADOS................................................... 33 
5. FORMAS DE COMBATE AO DÉFICIT NO BALANÇO DE PAGAMENTO. ............. 34 
6. TERMOS UTILIZADOS EM QUESTÕES DE PROVAS SOBRE BALANÇO DE 
PAGAMENTOS.................................................................................................................. 36 
6.1 TERMOS UTILIZADOS COMO SINÔNIMO DE DÉFICIT EM CONTA-
CORRENTE .................................................................................................................... 36 
6.2 TERMOS UTILIZADOS COMO SINÔNIMO DE SUPERÁVIT EM CONTA-
CORRENTE .................................................................................................................... 36 
7 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS DE CONCURSOS PÚBLICOS ...................................... 37 
APÊNDICE – A NOVA METODOLOGIA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS 
BRASILEIRO, SEGUNDO O MANUAL DE BALANÇO DE PAGAMENTOS DO FMI .. 70 
CAPÍTULO 2 - CONTABILIDADE NACIONAL............................................................... 83 
1 - DEFINIÇÃO .................................................................................................................. 83 
2 - FLUXO E ESTOQUE..................................................................................................... 83 
3 - AGENTES ECONÔMICOS ........................................................................................... 84 
4 - PRINCIPAIS CONCEITOS MACROECONOMICOS ................................................... 85 
4.1 - PRODUTO (P)......................................................................................................... 85 
 7
4.2 - RENDA (R ou Y)..................................................................................................... 86 
4.3 - CONSUMO DAS FAMÍLIAS (C) ........................................................................... 87 
4.4 - POUPANÇA (S) ...................................................................................................... 87 
4.5 - INVESTIMENTO OU TAXA DE ACUMULAÇÃO DE CAPITAL (I) ................... 87 
4.6 - GASTOS GOVERNAMENTAIS (G) ...................................................................... 87 
4.7 - TRANSFERÊNCIAS GOVERNAMENTAIS (transf) .............................................. 88 
4.8 - SUBSÍDIOS (Sub) ................................................................................................... 88 
4.9 - EXPORTAÇÕES DE BENS E SERVIÇOS (X)....................................................... 88 
4.10 - IMPORTAÇÕES DE BENS E SERVIÇOS (M)..................................................... 88 
4.11 - AS EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS (NX)................................................................. 88 
4.12 - IMPOSTOS DIRETOS (ID)................................................................................... 88 
4.13 - IMPOSTOS INDIRETOS (II) ................................................................................ 89 
4.14 - OUTRAS RECEITAS CORRENTES (LÍQUIDAS) DO GOVERNO (ORG)......... 89 
4.15 - RENDA LÍQUIDA DO GOVERNO (RLG)........................................................... 89 
5 - IDENTIDADES MACROECONÔMICAS BÁSICAS.................................................... 89 
6 - OS VÁRIOS CONCEITOS DE PRODUTO ................................................................... 91 
6.1 - PRODUTO INTERNO X PRODUTO NACIONAL................................................. 91 
6.2 - PRODUTO BRUTO X PRODUTO LÍQUIDO ........................................................ 94 
6.3 - PRODUTO A PREÇO DE MERCADO X PRODUTO A CUSTO DE FATORES... 94 
6.4 - CONVERSÃO (TRANSFORMAÇÃO) ENTRE OS DIVERSOS AGREGADOS ... 96 
6.4.1 - TRANSFORMAÇÃO DE UM PRODUTO INTERNO EM UM PRODUTO 
NACIONAL................................................................................................................. 96 
6.4.2 - TRANSFORMAÇÃO DE UM PRODUTO BRUTO EM UM PRODUTO 
LÍQUIDO..................................................................................................................... 96 
6.4.3 – TRANSFORMAÇÃO DE UM PRODUTO A PREÇOS DE MERCADO EM 
UM PRODUTO A CUSTO DE FATOR ...................................................................... 96 
6.4.4 RESUMO DAS CONVERSÕES ......................................................................... 96 
7. AS TRÊS ÓTICAS DO PIB............................................................................................. 97 
7.1 A ÓTICA DO PRODUTO.......................................................................................... 97 
7.1.1 A SOMA DOS BENS E SERVIÇOS FINAIS PRODUZIDOS ............................ 97 
7.1.2 SOMA DOS VALORES AGREGADOS OU VALORES ADICIONADOS ........ 97 
7.2 - A ÓTICA DA DESPESA......................................................................................... 99 
7.3 - A ÓTICA DA RENDA ............................................................................................ 99 
8 - O PIB NOMINAL ........................................................................................................ 102 
8.1 - DEFINIÇÃO.......................................................................................................... 102 
8.2 - PIB REAL ............................................................................................................. 103 
8.3 – DEFLATOR IMPLÍTICO DO PIB (DEF) ............................................................. 103 
8.4 - TAXA DE CRESCIMENTO DO PIB NOMINAL (g)............................................ 104 
8.5 – TAXA DE CRESCIMENTO DO PIB REAL ENTRE O ANO BASE E O ANO 
CORRENTE (w)............................................................................................................ 104 
8.6 - DEFICIÊNCIAS DO PIB COMO MEDIDOR DA PRODUÇÃO GLOBAL .......... 104 
8.7 - FONTES DE VARIAÇÃO DO PIB ....................................................................... 106 
9 - ÍNDICES DE PREÇOS E DE QUANTIDADE............................................................. 109 
9.1 - ÍNDICE DE LASPEYRES..................................................................................... 110 
9.2 - ÍNDICE DE PAASCHE......................................................................................... 111 
9.3 - ÍNDICE DE FISCHER OU ÍNDICE IDEAL.......................................................... 112 
10 - PRODUTO POTENCIAL X PRODUTO EFETIVO. HIATO INFLACIONÁRIO E 
HIATO DEFLACIONÁRIO. HIATO DO PRODUTO. LEI DE OKUN............................. 114 
11 - DÉFICITS GÊMEOS..................................................................................................118 
12 – ECONOMIA FECHADA E SEM GOVERNO........................................................... 122 
 8
13 – ECONOMIA FECHADA E COM GOVERNO .......................................................... 123 
14 – ECONOMIA ABERTA E COM GOVERNO............................................................. 124 
15 - OUTROS CONCEITOS MACROECONÔMICOS IMPORTANTES......................... 124 
16 - ÓTICA DAS INJEÇÕES E DOS VAZAMENTOS..................................................... 126 
17 – CARGA TRIBUTÁRIA BRUTA. CARGA TRIBUTÁRIA LÍQUIDA. RENDA 
LÍQUIDA DO SETOR PÚBLICO E RECEITA FISCAL DO GOVERNO ........................ 130 
18 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS DE CONCURSOS PÚBLICOS .................................. 132 
19 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS DA ANPEC................................................................ 160 
APÊNDICE – A NOVA METODOLOGIA DAS CONTAS NACIONAIS BRASILEIRAS 
(SNA 1993) ....................................................................................................................... 171 
CAPÍTULO 3 – DETERMINAÇÃO DA TAXA DE CÂMBIO ......................................... 182 
1 - DEFINIÇÃO DE DIVISAS .......................................................................................... 182 
2 - MERCADO DE DIVISAS............................................................................................ 182 
3 - OFERTA DE DÓLARES (DEMANDA POR REAL)................................................... 182 
4 - DEMANDA POR DÓLARES (OFERTA DE REAIS)................................................. 183 
5 - TAXA NOMINAL DE CAMBIO NA COTAÇÃO DO CERTO E DO INCERTO ...... 183 
6 - DIFERENÇA ENTRE A TAXA REAL DE CAMBIO E TAXA NOMINAL DE 
CÂMBIO........................................................................................................................... 185 
7 - A TAXA REAL DE CÃMBIO NA COTAÇÃO DO INCERTO ................................... 186 
8 - A TAXA REAL DE CÃMBIO NA COTAÇÃO DO CERTO ....................................... 187 
9 - TABELA RESUMO..................................................................................................... 187 
10 - EFEITOS DA INFLAÇAO NO CAMBIO. SISTEMA DE MINIDESVALORIZAÇÕES
.......................................................................................................................................... 197 
11 - A PARIDADE DO PODER DE COMPRA (PPC) ...................................................... 199 
11.1 - FÓRMULA DE CASSEL (FORMA COMPARATIVA) DA PPC NA COTAÇÃO 
DO INCERTO ............................................................................................................... 199 
11.2 - FÓRMULA DE CASSEL (FORMA COMPARATIVA) DA PPC NA COTAÇÃO 
DO CERTO ................................................................................................................... 200 
10 - ARBITRAGEM.......................................................................................................... 204 
11 - PARIDADE DA TAXA DE JUROS........................................................................... 204 
12 - MEDIDAS (REMÉDIOS) PARA SE COMBATER UM DÉFICIT EXTERNO......... 206 
13 - DESVALORIZAÇOES PERVERSAS........................................................................ 206 
13.1 - CONDIÇÃO DE MARSALL- LERNER PARA EVITAR DESVALORIZAÇÕES 
PERVERSAS................................................................................................................. 207 
14 - EFEITOS DO CÃMBIO SOBRE O BALANÇO DE PAGAMENTO ......................... 208 
15 - OS REGIMES CAMBIAIS......................................................................................... 211 
15.1 - FORMAÇÃO DA TAXA DE CÂMBIO NO REGIME FLUTUANTE ................ 213 
15.2 - FORMAÇÃO DA TAXA DE CÂMBIO NO REGIME DE CÂMBIO FIXO........ 223 
15.3 - FLUTUAÇÃO SUJA ........................................................................................... 234 
15.4 - BANDAS CÂMBIAIS ......................................................................................... 235 
15 - REGIME DE PADRÃO OURO.................................................................................. 236 
16 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS DE CONCURSOS PÚBLICOS .................................. 238 
17 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS DA ANPEC................................................................ 248 
CAPÍTULO 4 – OFERTA MONETÁRIA E SISTEMA MONETÁRIO............................. 251 
1 – ORIGEM, CONCEITO E FUNÇÃO DA MOEDA ...................................................... 251 
2 – MEIOS DE PAGAMENTO. BASE MONETÁRIA. COEFICIENTES DE 
COMPORTAMENTO. MULTIPLICADOR MONETÁRIO. MULTIPLICADOR 
BANCÁRIO ...................................................................................................................... 251 
2.1 – MEIOS DE PAGAMENTO................................................................................... 251 
2.2 – BASE MONETÁRIA............................................................................................ 252 
 9
2.3 – COEFICIENTES DE COMPORTAMENTO......................................................... 253 
2.4 – MULTIPLICADOR MONETÁRIO ...................................................................... 254 
2.5 – MULTIPLICADOR BANCÁRIO (MULTIPLICADOR DOS DEPÓSITOS) ........ 259 
3 – CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO DE MOEDA ................................................................. 259 
4 – AS CONTAS DO SISTEMA MONETÁRIO ............................................................... 264 
4.1 – BALANCETE CONSOLIDADO DO BANCO CENTRAL................................... 264 
4.2 – BALANCETE CONSOLIDADO SINTÉTICO DO BANCO CENTRAL.............. 265 
4.3 – BALANCETE DE UM BANCO COMERCIAL.................................................... 265 
4.4 – BALANCETE CONSOLIDADO DO SISTEMA MONETÁRIO .......................... 266 
5 - CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO DE BASE MONETÁRIA .............................................. 267 
6 – FUNÇÕES DO BANCO CENTRAL ........................................................................... 268 
7 – INSTRUMENTOS DE CONTROLE MONETÁRIO ................................................... 269 
7.2 – OPERAÇÕES DE ABERTO (OPEN MARKET) .................................................. 269 
7.2 – TAXA DE REDESCONTO................................................................................... 270 
7.3 – DEPÓSITOS COMPULSÓRIOS .......................................................................... 271 
7.4 – CONTROLE DA EMISSÃO DE MOEDA............................................................ 273 
7.5 – REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE DO CRÉDITO ....................................... 273 
8 - POLÍTICA MONETÁRIA............................................................................................ 273 
9 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS DE CONCURSOS PÚBLICOS .................................... 274 
10 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS DA ANPEC................................................................ 284 
11 – RESUMO DE OFERTA MONETÁRIA: QUADROS SINÓTICOS ........................... 303 
TEMAS PARA PROVAS DISCURSIVAS EM MACROECONOMIA ............................. 318 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 321 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10
CAPÍTULO 1 – BALANÇO DE PAGAMENTOS 
 
 
 
1. CONCEITOS INTRODUTÓRIOS 
 
 
1.1 – DEFINIÇÃO 
 
 Balanço de Pagamentos (BP) é o registro sistemático das transações entre residentes e 
não-residentes de um país durante determinado período de tempo. Em outras palavras, é o 
registro contábil de todas as transações de um país com o resto do mundo. Durante um 
determinado período, geralmente de um ano, um país realiza transações com o exterior, tais 
como as exportações e importações de bens e serviços, recebimento e envio de rendas para o 
exterior, entrada e saída de capitais, etc. Essas transações que um país realiza com o exterior 
são registradas contabilmente, isto é, para cada transação é feito um ou mais lançamentocontábil, esses lançamentos contábeis são feitos através dos débitos e créditos do método das 
partidas dobradas. Cada país publica anualmente seu Balanço de Pagamentos. No Brasil o 
Balanço de Pagamento é elaborado pelo Banco Central (BACEN) com base nos registros das 
transações efetuadas entre residentes no país e residentes em outras nações. 
 São considerados residentes no país: 
1. As pessoas físicas, nacionais ou não, cujo centro de interesse é o país isto é, pessoas que 
ajudam a formar e a absorver o PIB do país. Por exemplo: os indivíduos que vivem 
permanentemente no país (incluindo os estrangeiros que trabalham no país); os funcionários 
em serviço no exterior (por exemplo, oficiais de chancelaria, diplomatas e adidos militares); e 
demais pessoas que se encontram transitoriamente fora do país em viagens de negócios, 
educação (bolsistas de pós-graduação) e o turista brasileiro no exterior; 
2. Pessoas jurídicas de direito privado sediadas no país, isto é, as empresas, nacionais ou 
multinacionais, instaladas no país. Por exemplo, sucursais ou filiais de empresas estrangeiras 
no Brasil e instituições norte-americanas de ensino aqui instaladas. 
3. As embaixadas do país no mundo. Por exemplo, a embaixada brasileira em Paris, a 
embaixada brasileira em Washington, etc. 
4. Pessoas jurídicas de direito público sediadas no país, isto é, todos os órgãos e 
instituições de todos os Poderes, a nível federal, estadual e municipal . Por exemplo o Banco 
Central do Brasil, a Secretaria do Tesouro Nacional, o ministério da Saúde , a prefeitura de 
São Paulo, o Governo do Estado do Rio de Janeiro. 
 São considerados não residentes no país: 
1. As pessoas físicas, nacionais ou não, cujo centro de interesse não é o país. Por exemplo, 
o turista estrangeiro no país. 
2. As empresas, nacionais ou não, instaladas fora do país. Por exemplo, as filiais de 
empresas brasileiras no exterior tais como a filial da Gerdau no Chile e a filial da Camargo 
Correa em Angola. 
3. As embaixadas estrangeiras no país. Por exemplo, a embaixada americana em Brasília, a 
embaixada da Inglaterra em Brasília, o Consulado Geral da França em São Paulo. 
4. Todos os órgãos e instituições de outros países. 
 
 Observação: os organismos internacionais ou multilaterais não são considerados 
residentes em nenhum país. Por exemplo, a sede Banco Mundial em Washington ou a sede 
da ONU em Nova Iorque não são residentes nos Estados Unidos. 
 11
 É importante ressaltar que somente são registradas no Balanço de Pagamento (BP) de 
um país as transações entre residentes e não residentes desse país. Operações que só 
envolvem residentes de um país tais como turismo interno e pagamentos de juros da dívida 
interna não são registradas no BP desse país. Desse modo, um ano após a sua aprovação no 
concurso que agora você está estudando e gozar de suas primeiras férias numa viagem às 
paradisíacas praias de Natal no Estado do Rio Grande do Norte, seus gastos não serão 
computados no Balanço de Pagamento pois se trata de turismo interno e portanto um 
operação entre residentes; porém caso você decida passar suas férias em Aruba no Caribe, 
seus gastos serão contabilizados como despesa de viagem internacional no Balanço de 
Pagamento do Brasil pois trata-se de uma operação entre residente e não residente. Essa 
regra só possui duas únicas exceções: a monetização e desmonetização do ouro. 
 Chama-se ouro monetário ao ouro em poder do BACEN e de ouro não monetário 
ao ouro que não está em poder do BACEN. O ouro não monetário é o ouro utilizado para 
fins comerciais (transacionado nos bancos e no comércio em geral), industriais (utilizados 
nas linhas de produção de algumas fábricas) e artísticos (utilizados em obras de arte). Assim 
o ouro que o Silvio Santos mostra na maletinha em alguns de seus programas é ouro não 
monetário enquanto que o ouro que se encontra no subsolo do edifício-sede do BACEN é, 
portanto, ouro monetário. 
Definimos monetização a compra de ouro por parte do BACEN e desmonetização a 
venda de ouro pelo BACEN. Quando o Banco Central compra ouro, através do Banco do 
Brasil, de garimpeiros em Serra Pelada, ocorre uma monetização e quando o Banco Central 
vende ouro para uma indústria paulista ocorre uma desmonetização. As operações de 
monetização e desmonetização, apesar de só envolverem residentes, são registradas no BP. 
Como exemplo do assunto acima exposto vamos analisar a seguinte questão: 
 
(ESAF/Analista de Comércio Exterior/2002) - Tomando como caso o Brasil, não é 
considerado como residente para efeito de pagamento no balanço de pagamentos: 
a) embaixadas brasileiras no exterior. 
b) empresas multinacionais instaladas no Brasil. 
c) turistas brasileiros no exterior. 
d) instituições norte-americanas de ensino instaladas no Brasil. 
e) filiais de empresas brasileiras no exterior. 
 
Solução: A resposta é a letra “e” pois as empresas, nacionais ou não, instaladas fora do país 
são não residentes. 
 
1.2 – MEIOS (FORMAS) INTERNACIONAIS DE PAGAMENTO 
 
 Os meios internacionais de pagamento são: Haveres a Curto Prazo no Exterior; Ouro 
Monetário; Direitos Especiais de Saque (DES) e Posição das Reservas no FMI. Essas são as 
modalidades de pagamento (ou recebimento) que os bancos centrais dos países utilizam entre 
si. Vamos agora falar mais detalhadamente sobre cada uma dessas formas internacionais de 
pagamento: 
 Haveres a Curto Prazo no Exterior: É a liquidez imediata à disposição do país, 
utilizada para fazer pagamentos. São compostos por moeda forte (dólar, euro, libra, 
iene, etc.) e títulos de curto prazo, isto é, títulos aplicados pelo BACEN no mercado 
internacional e que podem rapidamente serem resgatados para honrar pagamentos do 
país. È o principal meio de pagamento internacional utilizados pelos bancos centrais. 
Quando nas questões de prova se referirem aos termos moeda forte, dólar ou 
pagamento à vista, devemos utilizar a rubrica haveres. 
 12
 Ouro Monetário: É o ouro em poder do BACEN. É aceito como pagamento nas 
transações no comércio internacional entre os bancos centrais. 
 Posição das Reservas no FMI: corresponde a cota-parte de cada país-membro no 
FMI. Todo país-membro do FMI é um país cotista, isto é, os recursos disponíveis do 
FMI são oriundos da cota parte dos países. Os maiores cotistas (EUA, Inglaterra, 
França, etc) fornecem a maior parte desses recursos. Quando um país retira do FMI 
exatamente sua cota parte, isso não representa um empréstimo, ou seja, sua posição de 
reservas no FMI é um saque incondicional e fazem parte das reservas internacionais 
do país. Somente quando o país retira do FMI recursos superiores a sua cota-parte é 
que se trata de um empréstimo, feito para regularizar um déficit no saldo total do BP 
(os chamados empréstimos de regularização). 
 Direito Especial de Saque (DES): É uma moeda escritural, criada pelo FMI1, 
utilizada para fazer pagamentos ou recebimentos, entre os Bancos Centrais dos países. 
O DES é uma espécie de “cheque especial” que o país possui no FMI, e tem as 
seguintes características: 
(i) Foi criado em 1967 na reunião do Rio de Janeiro e depositado pela primeira 
vez na conta especial dos países membro do FMI em 01/01/1970; 
(ii) A emissão de DES era feita pelo FMI com anuência de 85% dos países 
membros; 
(iii) O DES só é transacionado entre os bancos centrais e os tesouros dos países; 
(iv) É uma “moeda” escritural no sentido de que não existem cédulas de DES; 
(v) Possui curso forçado, isto é, os países membros do FMI são obrigados a aceitá-
la como forma de pagamento; 
(vi) É registrada em uma conta no FMI chamada conta especial; 
(vii) Não possui lastro, sendo seu poder de compra decorrente da concordância dos 
países membros em utilizá-la como meio de pagamento. Foi criada com o 
objetivo de dar liquidez ao mercado internacional; 
(viii) Após autorizada sua emissão é depositada na conta especial dos países do FMI 
na exata proporção de suas cota- parte; 
(ix) É conhecida como ouro-papel; 
(x)Sua paridade, atualmente (a partir de 01/01/1999) é calculada a partir de uma 
cesta ponderada de quatro moedas: dólar (39%), euro (32%), iene (18%) e libra 
(11%). 
 Resumindo, um banco central de um país pode pagar uma obrigação para outro banco 
central utilizando um desses meios internacionais de pagamento, por exemplo, se o Brasil 
importou uma maquina da França, o banco central do Brasil pode pagar ao banco central da 
França em Haveres (moeda forte: dólar, euro, etc), pagar em ouro monetário, pagar em DES 
ou pagar em Reservas no FMI. 
 
 
1.3 - APRESENTAÇÃO DA ESTRUTURA ANTIGA DO BALANÇO DE 
PAGAMENTO 
 
Apresentaremos agora a antiga estrutura do balanço de pagamento vigente até o ano de 
2000. Faremos isso pois, além de ser importante para entender a nova metodologia, muito dos 
fatos relacionados à antiga metodologia representam fatos que não se alteraram e, portanto, 
ainda são bastante cobrados nas provas. 
 
1 O Fundo Monetário Internacional foi estabelecido em 1945 para administrar os acordos monetários 
internacionais. 
 13
 
1. BALANÇO COMERCIAL (VALOR FOB): registra o saldo líquido entre as receitas de 
exportação e as despesas de importação. Quando o Brasil exporta uma mercadoria isso representa uma 
receita para o país. Quando o Brasil exporta uma mercadoria isso representa uma despesa para o país. 
No Balanço Comercial os valores das mercadorias são registrados pelo valor FOB (Free on Board) que 
é uma das 13 cláusulas dos Termos de Contratos Internacionais (Incoterms). 
1.1. Exportações FOB: receitas de exportações de bens (mercadorias), que são bens tangíveis. 
1.2. Importações FOB: despesa com importações de bens (mercadorias), que são bens tangíveis. 
2. BALANÇO DE SERVIÇOS: Registra o saldo líquido entre as receitas dos serviços prestados 
por residentes a não residentes e as despesas com serviços contratados por residentes junto a não 
residentes. O Balanço de serviços se divide em serviços fatores e serviços não fatores. Neste 
instante vamos chamar a atenção do caro leitor para o conceito de fatores de produção (ou 
recursos econômicos) que são os itens necessários para se produzir um bem ou serviço, a saber: 
trabalho (mão-de obra), capital (máquinas, ferramentas, edificações, etc), recursos naturais, 
tecnologia e capacidade empresarial. Os serviços são chamados de serviços fatores quando 
remunerarem esses fatores de produção trais como os juros (que remunera o capital finaceiro), o 
lucro (que remunera o capital de risco) e os royalties (que remuneram a tecnologia). Quando o 
serviço não remurera algum fator de produção, esse serviço é chamado de serviço não fator tais 
como viagens, fretes e seguros. 
2.1.BALANÇO DE SERVIÇOS NÃO FATORES. 
 Como dito acima os serviços não fatores são aqueles tais como viagens, fretes, 
seguros, serviços governamentais que não remuneram fatores de produção. 
2.1.1. Viagens Internacionais: Esta conta registra o saldo líquido entre receitas e despesas de 
viagens internacionais (de turismo, negócios, etc.). Os gastos de um turista americano no 
Brasil (que para o Brasil é um não residente) são considerados como receita de viagens 
internacionais e os gastos de um brasileiro no exterior são considerados despesas com viagens 
internacionais para o país. O saldo desta conta é dado por: receitas de viagens (-) despesas de 
viagens. O Brasil é historicamente deficitário nesta conta. Os países superavitários são os 
Estados Unidos (lembre-se que muitos recebem como presente de aniversários uma viagem à 
Disneylândia) e outros países que são os principais destinos do turismo internacional. 
2.1.2. Fretes: Esta conta registra o saldo líquido entre fretes recebidos e fretes pagos. Uma receita de 
frete ocorre, por exemplo, quando um navio brasileiro (ou de bandeira brasileira) é fretado 
para uma empresa argentina. Quando a Petrobrás freta um navio do Panamá nós pagamos 
fretes. O saldo da conta frete é dado por: fretes recebidos menos (–) fretes pagos. O Brasil é 
deficitário nesta conta, os países superavitários são os países que possuem grandes frotas 
mercantes tais como Estados Unidos, Japão, Panamá, Libéria. 
2.1.3. Seguros: Esta conta registra o saldo líquido entre seguros recebidos e seguros pagos. Uma 
receita de seguros ocorre, por exemplo, quando uma seguradora no Rio de Janeiro presta 
serviços de seguro para uma empresa no Paraguai, isto é, quando nós recebemos prêmios de 
seguros. Uma despesa de seguros ocorre, por exemplo, quando uma empresa brasileira 
contrata serviços de seguro junto a uma seguradora em Londres, isto é, quando nós pagamos 
prêmios de seguros. O saldo da conta de seguros é dado por: seguros recebidos menos (–) 
seguros pagos. O Brasil é deficitário nesta conta. Os países superavitários são aqueles onde se 
encontram as grandes praças seguradoras internacionais tais como Londres na Inglaterrra e 
Amsterdã na Holanda. 
2.1.4. Serviços Governamentais: Esta conta registra o saldo líquido entre as receitas e despesas das 
embaixadas, isto é, receitas com as embaixadas no país menos (–) despesas com as 
embaixadas do país. Uma embaixada brasileira no exterior pode vir a ter uma eventual receita 
ao cobrar por serviços prestado tais como a emissão de um passaporte e possui despesas com a 
sua manutenção, o que o caro leitor acha do resultado do saldo líquido entre essas receitas e 
despesas? O saldo é superavitário ou deficitário? Todos os países do mundo são deficitários 
nesta conta. 
2.1.5. Outros Serviços Não Fatores: Saldo líquido entre receitas e despesa com outros serviços não 
fatores. Exemplo: aluguéis recebidos – aluguéis pagos. 
2.2 BALANÇO DE SERVIÇOS FATORES 
 14
Os serviços fatores são aqueles que remuneram os fatores de produção tais como o juros que 
remunera o capital financeiro, o lucro que remunera o capital de risco, as rendas do trabalho que 
remuneram a mão-de-obra e os royalties que remuneram a tecnologia. 
2.2.1. Renda do Capital 
2.2.1a. Juros : Esta conta registra o saldo líquido entre os pagamentos e recebimentos de juros da 
dívida externa. Alguns países pequenos da América latina e da África devem recursos para o Brasil, 
isto é, o Brasil é um credor e portanto recebe juros (juros ativos) da dívida externa desses países para 
conosco. Por sua vez o Brasil também deve recursos financeiros para outros países tais com Estados 
Unidos e Alemanha e portanto paga juros (juros passivos) da sua dívida externa. O saldo da conta 
juros é dado por: recebimento de juros da dívida externa – pagamento de juros da dívida externa. 
2.21b. Lucros : Esta conta registra o saldo líquido entre lucros recebidos e lucros enviados. Os lucros 
recebidos do exterior (EX: lucros recebidos da filial da Camargo Corrêa em Angola) são considerados 
como receitas de lucro. Os lucros enviados ao exterior (EX: lucros enviados pela filial da IBM no 
Brasil para os EUA) são considerados despesas de lucros. O saldo da conta lucros é dado por: lucros 
recebidos do exterior – lucros enviados ao exterior. 
2.2.2. Rendas do Trabalho: Esta conta registra o saldo líquido entre receitas de renda do trabalho e 
despesas de renda do trabalho. Ocorre uma receita de renda do trabalho quando residentes prestam 
serviços de mão de obra para não residentes . Quando residentes contratam serviços de mão de obra de 
não residentes temos uma despesa de renda do trabalho. O saldo da conta rendas do trabalho é dado 
por: rendas do trabalho recebidas – rendas do trabalho pagas. 
2.2.3. Outros Serviços Fatores: saldo líquido entre as receitas e despesas de serviços que remuneram 
fatores de produção e que não são rendas do trabalho e nem do capital. Exemplo: royalties recebidos 
menos (–) royalties pagos 
3 TRANSFERENCIAS UNILATERAIS (DONATIVOS): Saldo líquido entre as receitas de 
donativos recebidos e despesas de donativos cedidos. Os donativos recebidos do exterior ( e também 
as remessas de imigrantes e reparações de guerra recebidas ) são consideradas receitaspara o país. 
Os donativos enviados ao exterior ( e também as remessas de imigrantes e reparações de guerra 
enviadas ) são consideradas despesas para o país. O saldo dessa conta é então dado por: donativos 
recebidos – donativos cedidos. 
4. SALDO EM CONTA-CORRENTE (OU TRANSAÇÃO CORRENTE) DO BP =1+2+3 
O quarto item do Balanço de pagamento é dado pelas soma dos três itens anteriores e recebe o 
nome de saldo em conta corrente do BP. O saldo em conta corrente (ou saldo em transação 
corrente) do balanço de pagamento é dado portanto pela soma do Balanço Comercial (BC) com o 
Balanço de Serviços (BS) e com as Transferências Unilaterais(TU). Nós denotaremos o saldo em 
conta-corrente (ou transação corrente) pela letra T. Desse modo temos que T = BC + BS + TU. 
5. MOVIMENTO DE CAPITAIS AUTÔNOMOS: São os capitais que livremente entram ou saem 
do país. A entrada de capitais no país representa uma receita e a saída de capitais do país representa 
uma despesa. Registramos nesta conta o saldo líquido entre essas receitas e despesas. 
5.1. Investimentos Diretos: Esta conta registra o saldo líquido entre as receitas e despesas de 
investimento direto. As entradas de capitais sob a forma de aquisição de propriedades ou de aquisição 
de ações na bolsa de valores de empresas residentes no país são consideradas receitas. As saídas de 
capitais sob a forma de aquisição de propriedades ou de compra de ações de empresas de não 
residentes são consideradas despesas. 
5.2. Empréstimos e financiamentos: Esta conta registra o saldo líquido entre os empréstimos obtidos 
e cedidos. Os empréstimos obtidos por residentes junto a não residentes representam uma receita pois 
se trata de uma entrada de capital do país. Os empréstimos cedidos por residentes a não residentes é 
uma despesa pois se trata de uma saída de capital do país. O saldo da conta empréstimo é dado por: 
empréstimo obtido – empréstimo cedido. 
5.3. Amortização: Saldo líquido entre amortizações recebidas e amortizações pagas. A dívida externa 
é composta do Principal e dos Juros. Os Juros da dívida externa são contabilizados no Balanço de 
serviço, enquanto que as amortizações relativas ao Principal (o valor emprestado) são contabilizados 
em Capitais Autônomos. Se o Brasil é credor do Paraguai e recebe parcelas de amortizações temos 
então uma receita para o país. Se o Brasil é devedor para a Alemanha e amortiza parte dessa divida 
temos então uma despesa para o país. O saldo é dado por: amortizações recebidas – amortizações 
pagas. 
 15
 5.4. Reinvestimento: contrapartida contábil de lucros reinvestidos. As contas reinvestimento (que se 
encontra em capitais autônomos ) e lucro reinvestido-ou lucro simplesmente-(que se encontra no 
balanço de serviços fatores) são sempre usadas conjuntamente. 
5.5 Refinanciamento: contrapartida contábil de juros refinanciados. As contas refinanciamento (que 
se encontra em capitais autônomos ) e juros refinanciados-ou juros simplesmente-(que se encontra no 
balanço de serviços fatores) são sempre usadas conjuntamente. 
5.5 Capitais a curto prazo: Os capitais a curto prazo representam a moeda nacional ou títulos de 
curto prazo nacionais em poder de não residentes. Quando um não residente no Brasil compra um 
título do Tesouro Nacional temos uma entrada de capitais à curto prazo. 
6.ERROS E OMISSÕES: conta de ajuste dos débitos e créditos. 
7.SALDO TOTAL DO BALANÇO DE PAGAMENTO = 4+5+6. 
O sétimo item do Balanço de pagamento é dado pelas soma dos itens 4,5 e 6 e recebe o nome 
de saldo total do Balanço de PAgamento. O saldo total corrente do balanço de pagamento é dado 
portanto pela soma do Saldo em Conta corrente (T) com Capitais autônomos (KA) e com Erros e 
Omissões (EO). Nós denotaremos o saldo total do balanço de pagamento pela letra B. Desse modo 
temos que B = T + KA + EO. 
8.MOVIMENTO DE CAPITAIS CONPENSATÓRIOS (Demonstrativo de Resultado). 
8.1Contas de Caixa: Haveres, ouro monetário, DES e Reservas no FMI. 
8.2.Empréstimos de Regularização: empréstimos obtidos junto ao FMI ou sob aval do FMI para 
regularizar as contas do país (cobrir um déficit no saldo total do Balanço de Pagamento). 
8.3.Atrasados: todos os compromissos vencidos e não pagos serão aqui registrados. 
 
De outro modo podemos apresentar o BP da seguinte forma: 
1. Balanço comercial



portação
Exportação
Im
 
2. Balanço de Serviços 
Balanço de serviços não-fatores











 fatoresnãoserviçosoutros
taisgovernamenserviços
seguros
fretes
viagens
 
Balanço de serviços fatores









fatoresserviçosoutros
trabalhodorendas
osreinvestidlucros
osrefinaciadjuros
)(
)(
 
3. Transferências Unilaterais (donativos) 
 4. Saldo em transação corrente do BP: 
 16
5.Capitais autônomos 











prazocurtoacapitais
entoreinvestim
mentorefinancia
oamortizaçã
ntosfinanciamesEmprestimo
DiretostosInvestimen
/
 
6.Erros e Omissões 
7.Saldo Total do BP 
8.Capitais Compensatórios 
8.1Contas de caixa








FMInoreservas
DES
monetárioouro
haveres
 
8.2 Empréstimos de Regularização 
8.3. Atrasados 
 E de forma mais esquematizada ainda temos: 
1. BC (balanço comercial) 
2. BS (balanço de serviço) 
3. TU (transferência unilateral) 
4. T (saldo em conta-corrente do balanço de pagamento) = BC+BS+TU 
5. KA (capitais autônomos) 
6. EO (erros e omissões) 
7. B (saldo total do balanço de pagamento) = T + KA + EO 
 8. KC (capitais compensatórios) 
8.1 CC (contas de caixa): haveres, OM, DES e Reservas no FMI 
8.2 ER (empréstimos de regularização) 
8.3 A (Atrasados) 
 
1.4 – CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS DO BP E REGISTROS CONTÁBEIS 
SEGUNDO O MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS 
 
Os registros contábeis no balanço de pagamentos são elaborados dentro do princípio 
das partidas dobradas: a um débito em determinada conta deve corresponder um crédito em 
uma outra conta e vice-versa. Pelo fato de que as transações com o exterior são efetuadas com 
diversos países (portanto, várias divisas), o BP é expresso em apenas uma divisa padrão 
(atualmente em dólar), objetivando, assim, a homogeneização. Os países usualmente 
apresentam suas estatísticas do BP anualmente (ano civil). Mas é comum a apresentação de 
balanços trimestrais e até contas mensais que possibilitem melhor acompanhamento da 
evolução da situação econômica internacional do país. 
 As contas do Balanço Patrimonial utilizado pela Contabilidade Geral é um estoque, 
sendo que as contas do Ativo (bens e direitos) representam uma aplicação de recursos e 
possuem natureza devedora, enquanto que as contas do passivo (obrigações) representam a 
origem dos recursos e possuem natureza credora; de modo que o método das partidas pode ser 
prontamente aplicado. Cabe destacar que o balanço de pagamentos é um fluxo (como uma 
DRE – Demonstração do Resultado do Exercício, em contabilidade) e não um estoque2, 
 
2 Os conceitos de variáveis de fluxo e de estoque serão vistos no capítulo 2 sobre contabilidade nacional. 
 17
portanto, precisamos de alguma convenção para podermos utilizar o método das partidas 
dobradas. Com esse fim, as contas do BP são divididas em dois tipos de contas: as contas 
operacionais e as contas de caixa. 
As contas operacionais correspondem aos fatos geradores do recebimento ou da 
transferência de recursos ao exterior, por exemplo: exportações, importações, fretes, seguros, 
juros, dividendos, investimentos, transferências unilaterais, empréstimos, amortizações etc. 
Quando o fato gerador da transação dá origem a uma entrada de recursos para o país, a conta 
operacional correspondente é creditada (ou seja, lançada com sinal positivo). Quando origina 
uma saída de recursos, a conta operacional é debitada pelo valor correspondente (lançamento 
com sinal negativo). Portanto, registra-se com sinal positivo (+) as transações que resultam 
em entrada de divisas. Por outro lado, registra-se com sinal negativo (-) as transações que 
resultamem saída de divisas. Quando uma conta operacional é creditada isso representa um 
aumento dos ativos ou uma diminuição das obrigações do país para com os não residentes; já 
quando se debita uma conta operacional, isso significa uma diminuição de divisas ou aumento 
das obrigações do país com o resto do mundo. 
 As contas de caixa registram o movimento dos meios de pagamento internacionais à 
disposição do país, e obedecem à sistemática usual de contabilidade das empresas para as 
contas patrimoniais: lança-se a débito o aumento e a crédito a diminuição no saldo de cada um 
dos itens relacionados. As únicas contas de caixa no Balanço de Pagamento são: (i) haveres a 
curto prazo no exterior; (ii) ouro monetário; (iii) direitos especiais de saque; e (iv) 
posição de reservas no FMI. As contas de caixa: aumentam seu saldo por débito e diminuem 
seu saldo por crédito. Isto é, se a operação representou uma entrada de divisas (uma receita) 
para o país as contas de caixa são debitadas (-). Se a operação representa uma saída de divisas 
(uma despesa) para o país as contas de caixa são creditadas (+). Em outras palavras quando 
uma conta de caixa é creditada (recebe um sinal positivo) isso representa uma saída de divisas 
(representa um pagamento) e quando uma conta de caixa é debitada (recebe um sinal 
negativo) isso representa uma entrada de divisas ( representa um recebimento). 
 Em resumo, no BP existem duas categorias de contas: 
(i) As contas de caixa: que registram se efetivamente entrou ou saiu meios internacionais 
de pagamento no país (isto é, se entrou ou saiu do país haveres, ouro monetário, DES 
ou reservas no FMI). Só existem quatro contas de Caixa no balanço de pagamento: 
haveres a curto prazo no exterior, ouro monetário, DES e reservas no FMI. 
Todas as demais contas do balanço de pagamento são contas operacionais. 
(ii) As contas operacionais: que registram os fatos geradores que dão origem à entrada 
ou saída de meios internacionais de pagamento (haveres, ouro monetário, DES e 
reservas no FMI). Por exemplo, as operações de exportações de bens, de recebimento 
de juros, de recebimento de lucros, de entrada de capitais dão origem à entrada de 
meios internacionais de pagamento no país. Já as operações de importações de bens, 
de pagamentos de juros e de investimentos de residentes no exterior dão origem à uma 
saída de meios internacionais de pagamento. 
 Apresentamos a seguir um resumo e a classificação das contas do BP como contas 
operacionais e de caixa: 
1. BC (balanço comercial): conta operacional 
2. BS (balanço de serviço): conta operacional 
3. TU (transferencia unilateral): conta operacional 
4. T (saldo em conta-corrente do balanço de pagamento) = BC+BS+TU: conta operacional 
5. KA (capitais autônomos): conta operacional 
6. EO (erros e omissões): conta operacional 
7. B (saldo total do balanço de pagamento) = T + KA + EO: conta operacional 
 8. KC (capitais compensatórios): conta operacional 
 18
8.1 CC (contas de caixa): haveres, OM,DES e Reservas no FMI 
8.2 ER (empréstimos de regularização): conta operacional 
 8.3 A (atrasados): conta operacional 
 
 Ou seja, para os lançamentos temos que: 
Tipos de Contas 
 
Contas 
Operacionais 
Contas de Caixa 
Receita: entrada de 
divisas (de reservas) 
Crédito (+) Débito (-) 
Despesa: saída de 
divisas (de reservas) 
Débito (-) Crédito (+) 
 
As transações a seguir quando são realizadas com cobertura cambial, isto é, com o 
recebimento em moeda estrangeira, essas transações são exemplos de entrada de divisas 
(receitas para o País, aumento das reservas internacionais): 
 
(i) Exportação de bens; 
(ii) Receitas de viagens internacionais: gastos de turistas estrangeiros no país; 
(iii) Receitas de fretes: fretes recebidos pelo país quando navios que pertencem à 
residentes são fretados para não residentes; 
(iv) Receitas de seguros: recebimento de prêmios de seguros quando seguradoras 
residentes no país prestam serviços de seguros para não residentes; 
(v) Receitas de serviços governamentais: por exemplo, as embaixadas brasileiras no 
exterior cobram para emitir passaportes; 
(vi) Receitas de outros serviços não fatores: por exemplo, receitas de aluguel para 
fins residenciais, receitas de assinatura de periódicos, receitas de aluguel de filmes. 
(vii) Receitas com juros da dívida externa: por exemplo quando o Brasil empresta 
para o Paraguai e recebe juros correspondentes. 
(viii) Receitas com lucros recebidos: quando o país recebe lucros de filiais de 
empresas nacionais instalados no exterior. Por exemplo quando a matriz da Gerdau 
(empresa gaúcha) no Brasil recebe lucros da sua filial no Chile, ou quando a filial 
da Camargo Corrêa em Angola envia lucros para sua matriz no Brasil isso 
representa uma receita de lucros para o Brasil; 
(ix) Receitas com rendas do trabalho: quando uma pessoa residente no País presta 
serviços de mão-de-obra para não residentes.Como exemplos quando um 
carpinteiro em Brasília (residente no Brasil) presta serviços para a Embaixada 
francesa em Brasília (não residente no Brasil); quando um brasileiro residente em 
Uruguaiana (RS) presta serviços para uma empresa no Uruguai. 
(x) Receitas de outros serviços fatores: receitas de tecnologia (título de royalties 
recebidos, recebimentos por assistência técnica prestadas , recebimento de aluguel 
de máquinas e equipamentos , receitas de patentes etc). 
(xi) Entrada de investimentos diretos: 
(xii) Empréstimos obtidos: 
(xiii) Amortizações recebidas 
 
 As operações acima citadas quando corresponderem a efetivos recebimentos em 
qualquer um dos meios internacionais de pagamento, isto é, seus respectivos recebimentos 
foram realizados em moeda forte, ouro monetário, DES ou reservas no FMI, representam: 
 19
1º) uma entrada de divisas para o país e, portanto as respectivas contas operacionais 
devem ser creditadas (receber o sinal positivo); 
2°) representam um aumento do saldo de alguma das contas de caixa (haveres, Ouro 
monetário, DES, reservas no FMI) que portanto devem ser debitadas (receber o sinal 
negativo). 
 Por outro lado, as transações a seguir quando são realizadas com cobertura cambial, 
isto é, com o pagamento em moeda estrangeira, essas transações são exemplos de saída de 
divisas (despesas para o País, diminuição das reservas internacionais): 
 
(i) Importação de bens; 
(ii) Despesas de viagens internacionais: gastos de turistas nacionais no exterior; 
(iii) Despesas de fretes: fretes pagos pelo país quando navios que pertencem à não-
residentes são fretados para residentes; 
(iv) Despesas de seguros: pagamentos de prêmios de seguros quando seguradoras não-
residentes no país prestam serviços de seguros para residentes; 
(v) Despesas de serviços governamentais: por exemplo, os gastos com as 
embaixadas brasileiras no exterior; 
(vi) Despesas de outros serviços não fatores: por exemplo, despesas de aluguel para 
fins residenciais, despesas de assinatura de periódicos, despesas de aluguel de 
filmes. 
(vii) Despesas com juros da dívida externa: por exemplo, quando o Brasil pega 
emprestado com os Estados Unidos e paga juros correspondentes. 
(viii) Despesas com lucros recebidos: quando o país envia lucros de filiais estrangeiras 
instaladas no país. Por exemplo, quando a filial da Ford no Brasil envia lucros 
para sua matriz nos Estados Unidos, ou quando a filial da IBM no Brasil envia 
lucros para sua matriz nos Estados Unidos isso representa uma despesa de lucros 
para o Brasil; 
(ix) Despesas com rendas do trabalho: quando uma pessoa não-residente no País 
presta serviços de mão-de-obra para residentes.Como exemplos quando um 
carpinteiro francês (residente na França) presta serviços para a Embaixada 
Brasileira em Paris (residente no Brasil); exemplo de migração de mão-de-obra. 
(x) Despesas com outros serviços fatores: despesas de tecnologia (título de royalties 
pagos, assistência técnica pagos, pagamento de aluguel de máquinas e 
equipamentos, pagamento de patentes etc). 
(xi)Saída de investimento direto 
(xii) Empréstimos cedidos: 
(xiii) Pagamento de amortizações 
 
 As operações acima citadas quando corresponderem a efetivos pagamentos em 
qualquer um dos meios internacionais de pagamento, isto é, seus respectivos pagamentos 
foram realizados em moeda forte, ouro monetário, DES ou reservas no FMI, representam: 
1º) uma saída de divisas para o país e, portanto as respectivas contas operacionais 
devem ser debitadas (receber o sinal negativo); 
2°) representam uma diminuição do saldo de alguma das contas de caixa (haveres, 
Ouro monetário, DES, reservas no FMI) que portanto devem ser creditadas (receber o 
sinal positivo). 
 
No BP podemos encontrar três gêneros de lançamentos: 
i. O lançamento é feito em uma conta operacional e a respectiva contrapartida contábil é 
feita em uma conta de caixa. Ocorre com as operações com cobertura cambial e que 
 20
envolvem os meios internacionais de pagamento (haveres, ouro monetário, DES e 
reservas no FMI). Veja os exemplos :1 a 3, 5 a 18, 21 a 24, 27 a 32, 35 a 38, 42 a 44, 
49,50. 
ii. O lançamento e a respectiva contrapartida contábil são ambos registrados em contas 
operacionais. Ocorrem nas operações sem cobertura cambial. Veja os exemplos: 4, 
19,20, 25,26, 33,34, 39 a 41 
iii. O lançamento e a respectiva contrapartida contábil são ambos registrados em contas de 
caixa. Ocorrem nas operações de ajuste tais como monetizações ou desmonetizações do 
ouro monetário; valorizações ou desvalorizações; alocação e cancelamento de DES. 
 
 
1.5 AS SUBCONTAS DAS CONTAS DE CAIXA: LANÇAMENTOS DE AJUSTES 
 
 
1.6 EXEMPLOS DE LANÇAMENTOS 
 
Avisamos ao leitor que para fazer os lançamentos contábeis no BP não há necessidade, 
na prática, de se preocupar em atender tanto o critério das contas operacionais (aumenta saldo 
por crédito e diminui saldo por débito) quanto o critério de lançamento das contas de caixa 
(aumenta saldo por débito e diminui saldo por crédito). Devemos fazer o lançamento em uma 
As contas de caixa (haveres, ouro monetário, DES e reservas no FMI) possuem 
subcontas utilizadas para realizar lançamentos de ajustes tais como: 
(i) valorizações e desvalorizações de haveres, do ouro monetário, do DES e 
das reservas no FMI; 
(ii) monetizações (compra) e desmonetizações (venda) do ouro monetário e 
(iii) alocações(compra) e cancelamentos (venda) de DES. 
(iv) Variação total de haveres, do ouro monetário, do DES e das reservas no 
FMI: registra o saldo total das respectivas contas, isto é, representa a 
própria conta 
As contas de caixa portanto podem ser “abertas” da seguinte maneira: 
1. Haveres 
1.1 Variação Total: registra o saldo total da conta haveres 
1.2 Contrapartida para valorização/desvalorização 
2. Ouro Monetário 
2.1 Variação Total: registra o saldo total da conta ouro monetário 
2.2 Contrapartida para valorização/desvalorização 
2.3 Contrapartida para monetização/desmonetização 
3. DES 
3.1 Variação Total: registra o saldo total da conta DES 
3.2 Contrapartida para valorização/desvalorização 
3.3 Contrapartida para alocação/cancelamento 
4. Posição de Reservas no FMI 
4.1 Variação Total: registra o saldo total da conta reservas no FMI 
4.2 Contrapartida para valorização/desvalorização 
As contrapartidas para valorização, monetização e alocação são sempre 
creditadas enquanto que as contrapartidas para desvalorização, desmonetização e 
cancelamento são sempre debitadas. A variação total é utilizada como 
contrapartida contábil dessas contrapartidas (veja os exemplos 45 à 60) 
 
 21
conta utilizando apenas o respectivo critério, e a correspondente contrapartida contábil será 
realizada na outra conta simplesmente trocando-se o sinal. 
 A seguir daremos exemplos de lançamentos, pedimos ao leitor que tenha muita 
atenção nos lançamentos em negrito, que são “armadilhas” que costumam ser muitos 
cobrados em prova pelo fato desses lançamentos alterarem alguns saldos do balanço de 
pagamento. 
 
1 Exportação de mercadorias. O Brasil exporta mercadorias no valor de 100 e recebe em 
moeda forte: 
 Exportação: + 100 
 Haveres: -100 
 
2 Exportação de bens. O Brasil exporta bens no valor de 100 e recebe metade em moeda 
forte e metade em DES: 
Exportação: +100 
Haveres: -50 
DES: -50 
 
3 Importação de bens. O Brasil importa bens no valor de 100 e paga metade sob a forma de 
moeda forte e metade em ouro: 
Importação: -100 
Haveres: +50 
Ouro monetário: +50 
 
4 Permuta de mercadorias. O Brasil importa automóveis, no valor de 100, pagando com 
madeira de pinho: 
Exportação: +100 
Importação: -100 
 
5 Pagamento de juros da dívida externa. O Brasil paga juros de sua dívida externa para 
credores no exterior no valor de 100, metade sob a forma de reservas no FMI e metade 
em moeda forte: 
Juros: -100 
Haveres: +50 
Reservas no FM: +50 
 
6 Recebimento de juros da dívida externa. O Brasil recebe da Bolívia juros da dívida 
externa boliviana junto a residentes no Brasil no valor de 100, em moeda forte: 
Juros: +100 
Haveres: -100 
 
7 Recebimento de lucros. A Camargo Corrêa recebe, de sua filial no exterior, lucros no total 
de 10 milhões de dólares: 
Lucros: +10 
Haveres: -10 
 
8 Envio de lucros. A IBM do Brasil envia para o exterior 20 milhões de dólares: 
Lucros: -20 
Haveres: +20 
 
 22
9 Pagamento de fretes. A Petrobrás paga frete de navio petroleiro no valor de 100, à vista: 
Fretes: -100 
Haveres: +100 
 
10 Recebimento de fretes. A Loyd do Brasil recebe frete de navio alugado para a Bolívia no 
valor de 100, à vista: 
Fretes: +100 
Haveres: -100 
 
11 Pagamento de seguro. Residentes no Brasil pagam prêmios de seguros para seguradoras 
no exterior no valor de 20, em moeda forte: 
Seguro: -20 
Haveres: +20 
 
12 Recebimento de seguro. Seguradora residente no Brasil recebe prêmios de seguros de 
firma por prestar serviços para uma empresa no Paraguai no valor de 20, em moeda forte: 
Seguro: +20 
Haveres: -20 
 
13 Despesas com serviços governamentais. Embaixadas e Consulados brasileiros no exterior 
gastam 10 milhões de dólares: 
Serviços governamentais: -10 
Haveres: +10 
 
14 Receitas de renda do trabalho. Carpinteiro presta serviço de mão-de-obra para a 
embaixada americana em Brasília, no valor de 10, recebendo à vista: 
Rendas do trabalho: +10 
Haveres: -10 
 
15 Despesas com rendas do trabalho. Um trabalhador uruguaio presta serviço de mão-de-obra 
para uma firma em Uruguaiana, no valor de 10 e a firma paga em moeda forte: 
Rendas do trabalho: -10 
Haveres: +10 
 
16 Pagamento de royalties. O Brasil paga 10 milhões de dólares em royalties: 
Outros serviços fatores: -10 
Haveres: +10 
 
17 Recebimento de donativos em moeda forte. Uma ONG no Rio de Janeiro recebe de uma 
organização da Alemanha 1 milhão de dólares: 
Transferências unilaterais: +1 
Haveres: - 1 
 
18 Doação em moeda forte. Uma entidade filantrópica no Rio Grande do Sul doa 100 mil 
dólares para uma ONG no Paraguai: 
Transferências unilaterais: -100 
Haveres: +100 
 
19 Recebimento de donativos em mercadoria. Uma ONG no Rio de Janeiro recebe de uma 
organização da Alemanha um milhão de dólares em remédios: 
 23
Transferências unilaterais: +1 
Importação: - 1 
 
20 Doação em mercadorias. O Brasil doa um milhão de dólares em remédios e alimentos 
para socorrer vítimas de terremoto na Nicarágua: 
Transferências unilaterais: -1 
Exportação: +1 
 
21 Recebimento de remessa de imigrantes. Uma família de Governador Valadares recebe de 
um parente nos Estados Unidos 3 mil dólares: 
 Transferências unilaterais: +3 
 Haveres: - 3 
 
22 Envio de remessa de imigrantes. Um português, morador do Bairro de São Cristovão no 
Rio de Janeiro, envia para seus familiares em Beira-Alta (Portugal) 2 mil dólares: 
Transferências unilaterais: -2 
 Haveres: +2 
 
23 Recebimento de reparações de guerra. Uma senhora de origem hebraica recebe do 
Governo da Alemanha dois mil dólares como reparação de guerra: 
Transferências unilaterais: +2 
 Haveres: - 2 
 
24 Pagamento de reparações de guerra. OJapão paga para famílias na China 10 milhões de 
dólares como reparação de guerra, no BP do Japão: 
Transferências unilaterais: -10 
 Haveres: +10 
 
25 Repatriações. Um brasileiro ao retornar para o Brasil traz bens no valor de 2, direitos no 
valor de 3 e obrigações no valor 4: 
Transferências unilaterais: +2+3- 4 = 1 
 Importação: -2 
Empréstimos: -3 + 4 = 1 
 
26 Migração. Um brasileiro ao emigrar para a Espanha leva consigo bens no valor de 2, 
direitos no valor de 3 e obrigações no valor 4: 
Transferências unilaterais: -2 –3 + 4 = -1 
 Exportação: + 2 
Empréstimos: + 3 - 4 = - 1 
 
27 Aquisição de propriedade no exterior por parte de residentes. Um brasileiro compra uma 
vila na Itália por 4 milhões de dólares: 
Investimento direto: - 4 
Haveres: +4 
 
28 Aquisição de propriedade no país por parte de não residentes. Um milionário árabe 
compra uma fazenda no Brasil por 2 milhões de dólares: 
Investimento direto: +2 
Haveres: -2 
 
 24
29 Entrada de investimentos diretos sob a forma de participação acionária. Um investidor 
nova-iorquino compra ações da Vale do Rio Doce no valor de 20 mil dólares: 
Investimento direto: +20 
Haveres: -20 
 
30 Saída de investimentos diretos sob a forma de participação acionária. Um investidor 
brasileiro compra ações da Exxon no valor de 20 mil dólares: 
Investimento direto: - 20 
Haveres: + 20 
 
31 Entrada (recebimento) de investimentos diretos (de risco). Não residentes investem no 
país 20 milhões de dólares: 
 Investimento direto: +20 
Haveres: -20 
 
32 Saída (pagamento) de investimentos diretos (de risco). Residentes no país investem no 
exterior 20 milhões de dólares: 
Investimento direto: - 20 
Haveres: + 20 
 
33 Entrada de investimentos diretos sem cobertura cambial. Ingressam no país, sob a 
forma de investimentos diretos, máquinas e equipamentos no valor de 3 milhões de 
dólares: 
Investimento direto: + 3 
Importação: - 3 
 
34 Saída de investimentos diretos sem cobertura cambial. Saem do país, sob a forma de 
investimentos diretos, máquinas e equipamentos no valor de 3 milhões de dólares: 
Investimento direto: - 3 
Exportação: + 3 
 
35 Recebimentos de empréstimos de não residentes. Residentes no país obtêm empréstimos 
junto à não residentes no valor de 10: 
Empréstimos/financiamentos: + 10 
Haveres: - 10 
 
36 Concessão de empréstimos à não residentes. Residentes no país cedem empréstimos à não 
residentes no valor de 10: 
Empréstimos/financiamentos: - 10 
Haveres: + 10 
 
37 Recebimento de amortização. O Brasil recebe da Bolívia amortização do principal de sua 
dívida para com o Brasil no valor de 10 milhões de dólares: 
Amortização: + 10 
Haveres: - 10 
 
38 Pagamento de amortização. O Brasil paga para os Estados Unidos amortização do 
principal de sua dívida no valor de 10 milhões de dólares: 
Amortização: - 10 
Haveres: + 10 
 25
 
39 Reinvestimento: A IBM do Brasil reinveste no país 10 milhões de dólares: 
Reinvestimento: + 10 
Lucro (reinvestido): - 10 
 
40 Refinanciamento. O Brasil refinancia parcela de juros da sua dívida com os Estados 
Unidos no valor de 10 bilhões de dólares: 
Refinanciamento: + 10 
Juros (refinanciados): - 10 
 
41 Atrasados. O país deixa de pagar juros no valor de 10: 
Juros: - 10 
Atrasados: +10 
 
42 Atrasados. Vencem fretes no valor de 10. O país paga apenas 8, sendo metade em moeda 
forte e metade em DES: 
Fretes: - 10 
Haveres: + 4 
DES: + 4 
Atrasados: +2 
 
43 Recebimento de empréstimos de regularização. O país obtém junto ao FMI 6 bilhões de 
dólares para cobrir déficit no saldo total do Balanço de pagamento: 
Empréstimo de Regularização: + 6 
Haveres: - 6 
 
44 Pagamento de empréstimo de regularização. O país paga em moeda forte empréstimo de 
regularização obtido junto ao FMI no valor de 4 bilhões de dólares: 
Amortização: - 4 
Haveres: + 4 
OBS: por convenção o pagamento de todo empréstimo, inclusive de regularização deve 
ser escriturado na conta de amortização. 
 
45 Monetização no mercado interno. Banco Central compra ouro de garimpeiros em Serra 
Pelada no valor de 10: 
Variação total de ouro monetário: - 10 
Contrapartida para monetização: + 10 
 
46 Desmonetização no mercado interno. Banco Central vende ouro para uma indústria de São 
Paulo no valor de 10: 
Variação total de ouro monetário: + 10 
Contrapartida para desmonetização: - 10 
 
47 Monetização no mercado externo. O BACEN compra ouro no exterior com o objetivo de 
aumentar suas reservas em ouro no valor de 10: 
Variação total de ouro monetário: - 10 
Contrapartida para monetização: + 10 
Importação: - 10 
Haveres: + 10 
 
 26
48 Desmonetização no mercado externo. O BACEN vende ouro no exterior com o 
diminuindo suas reservas em ouro no valor de 10: 
Variação total de ouro monetário: + 10 
Contrapartida para desmonetização: - 10 
Exportação: + 10 
Haveres: - 10 
 
49 Importação de ouro não-monetário. Uma indústria do Rio de Janeiro compra ouro no 
exterior para utilizar como insumo em sua linha de produção no valor de 10: 
Importação: - 10 
Haveres: + 10 
 
50 Exportação de ouro não monetário. Um artista da França compra ouro no Brasil para 
utilizar em suas esculturas, no valor de 10: 
Exportação: + 10 
Haveres: - 10 
 
2 – VARIAÇÃO DAS RESERVAS INTERNACIONAIS (ΔRes) 
 
A variação das reservas internacionais é dada pela equação: 
 
 
 
 
Onde: B = saldo total do balanço de pagamento, ER= Empréstimos de regularização; 
A= atrasados; C= saldo das contrapartidas. 
As contrapartidas para valorização, monetização do ouro monetário e alocação de DES 
são aqui tomadas como positivas e as contrapartidas para desvalorização , desmonetização do 
ouro monetário e cancelamento de DES são aqui tomadas como negativas. 
Note que se ΔRes é negativa isso significa um aumento das reservas internacionais do 
país (aumento do nível de reservas cambiais). Se ΔRes é positiva, isso significa uma redução 
das reservas internacionais do país (diminuição do nível de reservas cambiais). 
 Outra maneira de se calcular a variação das reservas é através da fórmula: 
 
 
 
 
Ou seja, como as contas de caixa representam a variação das reservas internacionais 
acrescidas dos ajustes (registrados nas respectivas contrapartidas) de 
monetização/desmonetização de ouro monetário, alocação/cancelamentos de DES e 
valorização/desvalorização das rubricas da conta de caixa, temos que para se calcular a 
variação das reservas devemos: 
(i) calcular o saldo da conta caixa 
(ii) trocar o sinal do saldo da conta caixa 
(iii) calcular o saldo de contrapartidas, lembrando que devemos ter o cuidado de 
imputar um sinal positivo para as contrapartidas de valorização, monetização e alocação e 
imputar um sinal negativo para as contrapartidas de desvalorização, desmonetização e 
cancelamento. 
(iv) somar o saldo da conta caixa com sinal invertido com o saldo de contrapartidas 
ΔRes = B + ER +A + C 
ΔRes = -(saldo da conta caixa) + C 
 27
3. PRINCIPAIS IDENTIDADES DO BALANÇO DE PAGAMENTOS. 
 
 Apresentaremos a seguir as principais relações que envolvem os itens do balanço de 
pagamento. Elas são muito importante pois costumam ser cobradas em prova. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 T = BC + BS + TU 
 O saldo em conta corrente (T) (ou saldo em transação corrente do balanço de 
pagamento) é igual à soma do balanço comercial (BC), com o balanço de serviço 
(BS) e das transferências unilaterais (TU). 
 
 B = T + KA + EO 
O saldo total do balanço de pagamento (B) é igual à soma do saldo em conta-corrente 
do balanço de pagamento (T) mais Capitais Autônomos (KA ) mais Erros e Omissões 
(EO). 
 
 T + KA + KC = 0, considerando EO = 0 
A soma algébrica do Saldo em Conta corrente do Balanço de Pagamento (T) mais 
Capitais Autônomos (KA) mais Capitais Compensatórios (KC) é igual a zero, salvo 
erros e omissões. 
 
 T = - ( KA + KC ) , considerando EO = 0 
O saldo em Conta Correntedo Balanço de Pagamento (T) é igual à soma de Capitais 
Autônomos (KA) mais Capitais Compensatórios (KC), com sinal trocado, salvo erros e 
omissões. 
 
 B + KC = 0 
A soma algébrica do Saldo Total do Balanço (B) com Capital Compensatório (KC) é 
zero. 
 B = - KC 
O Saldo Total do Balanço (B) iguala com sinal trocado o Capital Compensatório (KC). 
 
KC = CC + ER + A 
O Capital Compensatório (demonstrativo de resultado) é dado pela soma da conta de 
caixa (CC), dos Empréstimos de Regularização (ER) e de Atrasados (A). 
 28
 
 
 
(ESAF/AFRF/2000) - Considere os seguintes dados que refletem as relações de uma 
economia hipotética com o resto do mundo, num determinado período de tempo, em unidades 
monetárias: 
a) exportações com pagamento a vista: 100; 
b) importações com pagamento a vista: 50; 
c) entrada de investimento direto externo sob a forma de máquinas e equipamentos: 200; 
d) pagamento de juros de empréstimos, remessa de lucros e pagamento de aluguéis: 80; e 
e) amortização de empréstimos: 50. 
 
Pode-se afirmar que 
 
a) o saldo da balança comercial é de +50; o saldo da balança de serviços é de -130; o 
saldo em transações correntes é de -230; e o saldo total do balanço de pagamentos 
é de -80. 
b) o saldo da balança comercial é de +50; o saldo da balança de serviços é de -80; o 
saldo em transações correntes é de -230; e o saldo total do balanço de pagamentos é 
de -80. 
c) o saldo da balança comercial é de -150; o saldo da balança de serviços é de -130; o 
saldo em transações correntes é de -230; e o saldo total do balanço de pagamentos 
é de -80. 
d) o saldo da balança comercial é de -150; o saldo da balança de serviços é de -80; o 
saldo em transações correntes é de +230; e o saldo total do balanço de pagamentos 
é nulo. 
e) o saldo da balança comercial é de -150; o saldo da balança de serviços é de -80; o 
saldo em transações correntes é de -230; e o saldo total do balanço de pagamentos 
é de -80. 
 
 
Solução: A resposta é a letra “e”, conforme análise a seguir. Primeiro faremos os lançamentos 
dentro da estrutura do BP, conforme a seguir 
 
1. Balanço comercial  150BC
 
   





25020050:Im
100:
cb
a
portação
Exportação
 
2. Balanço de Serviços = -80 
2.1 Balanço de serviços não-fatores = 0 
2.2 Balanço de serviços fatores:  d80 
3. Transferências Unilaterais (donativos) = 0 
 4. Saldo em transação corrente do BP: T= -150-80+0 = -230 
T + KA + KC + EO = 0 
A soma algébrica do Saldo em Conta corrente do Balanço de Pagamento (T) 
mais Capitais Autônomos (KA) mais Capitais Compensatórios (KC) mais Erros 
e Omissões (EO) é igual a zero. 
 
 29
5.Capitais autônomos  150AK 
 
 













prazocurtoacapitais
entoreinvestim
mentorefinancia
oamortizaçã
ntosfinanciamesEmprestimo
DiretostosInvestimen
e
c
50:
/
200:
 
6.Erros e Omissões = 0 
7.Saldo Total do BP: B= -230+150+0 = -80 
8.Capitais Compensatórios : 80CK 
8.1Contas de caixa = +80 
       







 
FMInoreservas
DES
monetárioouro
haveres edba 80508050100:
 
8.2 Empréstimos de Regularização = 0 
8.3. Atrasados = 0 
 
 
4. FORMA ALTERNATIVA DE APRESENTAÇÃO DO SALDO EM CONTA 
CORRENTE DO BALANÇO DE PAGAMENTO 
 
 Caros alunos apresentaremos agora uma forma alternativa de apresentação do saldo 
em conta corrente do balanço de pagamento. Esse item é relevante pois faremos aqui uma 
série de definições e relações que são importantes tanto para questões sobre balanço de 
pagamento como para entender corretamente as contas nacionais, tema que será abordado nos 
próximos capítulos. Como você está lembrado a estrutura do saldo em conta-corrente (ou 
transação corrente) é dado por: 
 
1. Balanço Comercial BC 
2. Balanço de serviços (BS) 
 
 

 
BSFfatores
BSNFfatoresnão
 
3. Transferências Unilaterais (TU) 
4. Saldo em conta-corrente do BP (T) = BC + BS + TU 
 
 Na estrutura acima a divisão entre Balanço Comercial e Balanço de Serviços é o 
critério da tangibilidade, pois no Balanço Comercial registramos o saldo das exportações 
sobre as importações de bens (de mercadorias) que são tangíveis. Já no Balanço de Serviços 
registramos o saldo das exportações sobre as importações de serviços que são intangíveis. 
Mas o que importa para um país são os recursos (as divisas) que obtém e não a forma como 
foi obtida, ou seja, não importa se essas divisas por exemplo são obtidas com exportação de 
soja ou de receitas com turismo internacional. Portanto faremos agora uma reformulação da 
estrutura acima: 
 
 30
4.1 A TRANSFERENCIA LÍQUIDA DE RECURSOS PARA O EXTERIOR E O 
HIATO DO PRODUTO (H). 
 
 
 A soma do balanço comercial (BC) com o balanço de serviços não fatores (BSNF) é 
denotada por H e recebe dois nomes, caso seja positivo ou negativo. Quando H é positivo 
recebe o nome de Transferência Líquida de Recursos para o Exterior e quando H é 
negativo recebe o nome de Hiato do produto. 
 
4.2. EXPORTAÇÕES DE BENS E DE SERVIÇOS NÃO FATORES (Xnf). 
 
 
4.3. IMPORTAÇÕES DE BENS E DE SERVIÇOS NÃO FATORES (Mnf). 
 
 
4.4 OUTRA FÓRMULA PARA H. 
 
H = BC +BSNF 
Onde: 
BC = Balanço Comercial 
BSNF = Balanço de Serviços Não Fatores 
H > 0 : Transferência líquida de recursos para o exterior 
H < 0 : Hiato do produto 
 
Xnf = Exportação de Bens (FOB) + receitas do BSNF 
 
A exportação de bens e serviços não fatores (Xnf ) é dada pela soma 
das exportações de bens do balanço comercial com as exportações de serviços 
não fatores (receitas do balanço de serviços não fatores), ou seja : 
 
Xnf = Exportação FOB + receitas de viagens + receitas de fretes + receitas 
de seguros + receitas de serviços governamentais + receitas de outros 
serviços não fatores. 
 
Mnf = Importação de Bens (FOB) + despesas do BSNF 
 
A importação de bens e serviços não fatores (Mnf ) é dada pela soma das 
importações de bens do balanço comercial com as importações de serviços não 
fatores (despesas do balanço de serviços não fatores), ou seja : 
 
Mnf = Importação FOB + despesas de viagens + despesas de fretes + 
despesas de seguros + despesas de serviços governamentais + despesas de 
outros serviços não fatores. 
H = Xnf - Mnf 
 
Xnf = Exportação de bens e serviços não fatores 
Mnf = Importação de bens e serviços não fatores 
 
 31
Prova: 
 
( ) ( )
( ) ( )
bens bens snf snf
bens snf bens snf
nf nf
H BC BSNF
H X M X M
H X X M M
H X M
 
   
   
 
 
 Sabemos que a soma o balanço comercial com o balanço de serviço não fatores é 
denotada por H. O valor de H também é dado pela diferença entre as exportações de bens e 
serviços não fatores (Xnf ) e as importações de bens e serviços não fatores (Mnf ). O excesso 
das exportações de bens e serviços não fatores sobre as importações de bens e serviços não 
fatores chama-se transferência líquida de recursos para o exterior. O excesso das importações 
de bens e serviços não fatores sobre as exportações de bens e serviços não fatores chama-se 
hiato do produto. 
 Quando H é positivo as exportações de bens e serviços não fatores são maiores que as 
importações de bens e serviços não fatores (Xnf > Mnf ) conseqüentemente o país está 
transferindo liquidamente recursos (bens e serviços não fatores) para o exterior e portanto H 
recebe o nome de transferência líquida de recursos para o exterior. 
 Quando H é negativo as importações de bens e serviços não fatores são maiores que 
as exportações de bens e serviços não fatores (Mnf > Xnf ) conseqüentemente o país está mais 
importando do que exportando recursos (bens e serviços não fatores ) para o exterior pois há 
um gap (um hiato) na produção portanto H recebe o nome de hiato do produto. 
 
 
4.5. RENDA LÍQUIDA RECEBIDA DO EXTERIOR (RLRE). 
 
 
 A soma do Balanço de serviços Fatores (BSF) com as Transferências Unilaterais 
(TU) denotada por RLRE e recebe

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