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Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) http://www.tcpdf.org 1 Manual Prático de Macroeconomia para Concursos Públicos e Exame da ANPEC Volume I: Macroeconomia Normativa Balanço de Pagamentos Contabilidade Nacional Determinação da Taxa de Câmbio Oferta Monetária e Sistema Monetário Editora Campus 2 Manual Prático de Macroeconomia para Concursos Públicos e Exame da ANPEC Volume I: Macroeconomia Normativa Balanço de Pagamentos Contabilidade Nacional Determinação da Taxa de Câmbio Oferta Monetária e Sistema Monetário 1ª Edição Geraldo Sandoval Góes Sérgio Ricardo de Brito Gadelha Editora Campus 3 Às nossas famílias, que sempre nos apoiaram ao longo de nossas vidas 4 Os Autores Geraldo Sandoval Góes Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental e Doutor em Economia pela Universidade de Brasília (2006). Possui pós-graduação em Economia pela Escola de Pós- Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas (EPGE-FGV/RJ,1993/1994), e curso de aperfeiçoamento no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) em Economia Matemática (1991). Professor de Estatística, Matemática, Microeconomia e Macroeconomia em cursos preparatórios para o exame da ANPEC (prova de seleção nacional ao mestrado em Economia). Professor de Economia em preparatórios para concursos públicos. Em São Paulo, leciona no Uniequipe e no Obcursos, e nos cursos Formação e Unilean. No Rio de Janeiro, leciona nos cursos Gabarito, Companhia dos Módulos e MG. Em Porto Alegre, leciona nos cursos CPC e Márcia de Oliveira. Em Brasília, é professor do Obcursos. Atualmente, é pesquisador no Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada. Atuou na Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (2001-2003), na Secretaria de Previdência Complementar do Ministério da Previdência e Assistência Social (1999-2000) e na Secretaria de Previdência Social do Ministério da Previdência e Assistência Social (1999). Foi professor e coordenador do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), no período 2000-2006. Possui livros e artigos publicados. Sérgio Ricardo de Brito Gadelha Analista de Finanças e Controle da Secretaria do Tesouro Nacional e Mestre em Economia pela Universidade Católica de Brasília (2006). Possui cursos de aperfeiçoamento em Metas de Inflação pela UCB (2004), Teoria dos Jogos Aplicada às Finanças Públicas pela ESAF (2005), Econometria de Séries Temporais pelo CEFOR/Câmara dos Deputados (2006), e Programação e Políticas Financeiras pelo FMI (2006). Professor de Estatística, Matemática para Economia e Administração, Finanças Públicas, Microeconomia, Macroeconomia e Econometria em cursos preparatórios para o exame da ANPEC e concursos públicos. Lecionou no ISEG. Escreve artigos voltados para concursos públicos em seu sítio eletrônico (www.sergiogadelha.com.br) e no fórum dos concurseiros (www.forumconcurseiros.com). Atualmente, o professor Sérgio Gadelha tem desenvolvido pesquisas relacionadas à macroeconomia e economia do setor público, analisando a interação entre as políticas fiscal e monetária, a evolução das receitas e gastos públicos e os impactos dessas variáveis sobre o crescimento econômico brasileiro. Participante no debate acadêmico, possui capítulos de livros e artigos publicados. 5 Prefácio Macroeconomia é o estudo do comportamento agregado de uma economia no que concerne à produção, à geração de renda, ao uso de recursos, ao comportamento dos preços, e ao comércio exterior, dentre outros assuntos. Os objetivos da macroeconomia são o crescimento da produção e consumo, o pleno emprego, a estabilidade de preços, o controle inflacionário e uma balança comercial favorável, dentre outros. Trata-se de uma disciplina constantemente cobrada em concursos públicos voltados às áreas fiscal e ciclo de gestão. Nas livrarias, existem excelentes livros de macroeconomia voltados para concursos públicos e exame nacional da ANPEC, destacando-se autores renomados, por exemplo, Paulo Viceconti e Silvério das Neves, Vasconcellos e Lopes, Simonsen e Cysne, N. Gregory Mankiw, Olivier Blanchard, Bacha e Lima, R. Froyen, Sachs e Larrain, Bittencourt et al. e outros, cujas obras consagradas serviram de inspiração para a realização desse livro. O Manual Prático de Macroeconomia para Concursos Públicos e Exame da ANPEC é uma obra dividida em três volumes, resultado de um esforço e experiência adquiridos pelos autores no ensino dessa disciplina em cursos preparatórios. Essa obra tem o objetivo de auxiliar os alunos na preparação para concursos públicos de Auditor-Fiscal da Receita Federal, Analista do Tesouro Nacional, Analista do Banco Central, Gestor Governamental, Técnico de Pesquisa do IPEA, dentre outros, bem como para o exame nacional dos cursos de pós-graduação em Economia (ANPEC). Trata-se também de relevante guia de estudo aos alunos de cursos de graduação em Economia e Administração. A teoria macroeconômica é bem explicada ao aluno, que poderá analisar inclusive questões de concursos públicos após cada tópico estudado. Ao final de cada capítulo, são apresentadas as soluções comentadas de questões de macroeconomia elaboradas pelas principais bancas examinadoras, como CESPE-UnB e ESAF, bem como as questões de macroeconomia cobradas no exame da ANPEC, de 1990 a 2007. Ao todo, são aproximadamente 412 itens de questões resolvidas e comentadas. Ao final desse volume, há um capítulo dedicado a temas para provas discursivas de macroeconomia, conforme os tópicos abordados nesse volume. Esse primeiro volume está dividido em quatro capítulos. O primeiro capítulo trata do estudo do balanço de pagamentos, abrangendo inclusive as principais modificações apresentadas pelo Banco Central do Brasil a partir de 2001, segundo os princípios estabelecidos na quinta edição do Manual de Balanço de Pagamentos do FMI, publicado em 1993. O segundo capítulo refere-se ao estudo da contabilidade nacional, analisando conceitos de renda, produto e despesa, déficits gêmeos, índices de preços, PIB real e PIB nominal, absorção interna, dentre outros. São apresentados alguns conceitos macroeconômicos e sua relação com temas abordados no capítulo 1. O terceiro capítulo é dedicado ao estudo do mercado cambial, das taxas de câmbio nominal e real, e dos principais regimes cambiais vigentes. Finalmente, o quarto capítulo analisa as questões relacionadas à oferta monetária e ao sistema monetário, destacando-se conceitos como meios de pagamento, base monetária, coeficientes de comportamento, criação e destruição de moeda, instrumentos de política monetária, dentre outros. Bons estudos. Geraldo Sandoval Góes Sérgio Ricardo de Brito Gadelha Brasília-DF Outubro de 2007 6 Sumário CAPÍTULO 1 – BALANÇO DE PAGAMENTOS............................................................... 10 1. CONCEITOS INTRODUTÓRIOS................................................................................... 10 1.1 – DEFINIÇÃO ........................................................................................................... 10 1.2 – MEIOS (FORMAS) INTERNACIONAIS DE PAGAMENTO................................ 11 1.3 - APRESENTAÇÃO DA ESTRUTURA ANTIGA DO BALANÇO DE PAGAMENTO ........................................................................................................................................ 12 1.4 – CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS DO BP E REGISTROS CONTÁBEIS SEGUNDO O MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS .............................................. 16 1.5 AS SUBCONTAS DAS CONTAS DE CAIXA: LANÇAMENTOS DE AJUSTES.... 20 1.6 EXEMPLOS DE LANÇAMENTOS .......................................................................... 20 2 – VARIAÇÃO DAS RESERVAS INTERNACIONAIS (ΔRes) ........................................26 3. PRINCIPAIS IDENTIDADES DO BALANÇO DE PAGAMENTOS.............................. 27 4. FORMA ALTERNATIVA DE APRESENTAÇÃO DO SALDO EM CONTA CORRENTE DO BALANÇO DE PAGAMENTO............................................................... 29 4.1 A TRANSFERENCIA LÍQUIDA DE RECURSOS PARA O EXTERIOR E O HIATO DO PRODUTO (H).......................................................................................................... 30 4.2. EXPORTAÇÕES DE BENS E DE SERVIÇOS NÃO FATORES (Xnf)..................... 30 4.3. IMPORTAÇÕES DE BENS E DE SERVIÇOS NÃO FATORES (Mnf). ................... 30 4.4 OUTRA FÓRMULA PARA H.................................................................................. 30 4.5. RENDA LÍQUIDA RECEBIDA DO EXTERIOR (RLRE). ...................................... 31 4.6 RENDA LÍQUIDA ENVIADA AO EXTERIOR (RLE)............................................. 31 4.7 AS RENDAS RECEBIDAS DO EXTERIOR............................................................. 32 4.8 AS RENDAS ENVIADAS AO EXTERIOR. ............................................................ 32 4.9 OUTRAS FÓMULAS PARA RLRE E RLE. ............................................................. 33 4.10 RELAÇÃO ENTRE O SALDO EM CONTA CORRENTE (T) E A RENDA LÍQUIDA RECEBIDA DO EXTERIOR (RLRE) ............................................................ 33 4.11 RELAÇÃO ENTRE O SALDO EM CONTA CORRENTE (T) E A RENDA LÍQUIDA ENVIADA AO EXTERIOR (RLE)................................................................. 33 4.12 RESUMO DOS CONCEITOS APRESENTADOS................................................... 33 5. FORMAS DE COMBATE AO DÉFICIT NO BALANÇO DE PAGAMENTO. ............. 34 6. TERMOS UTILIZADOS EM QUESTÕES DE PROVAS SOBRE BALANÇO DE PAGAMENTOS.................................................................................................................. 36 6.1 TERMOS UTILIZADOS COMO SINÔNIMO DE DÉFICIT EM CONTA- CORRENTE .................................................................................................................... 36 6.2 TERMOS UTILIZADOS COMO SINÔNIMO DE SUPERÁVIT EM CONTA- CORRENTE .................................................................................................................... 36 7 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS DE CONCURSOS PÚBLICOS ...................................... 37 APÊNDICE – A NOVA METODOLOGIA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS BRASILEIRO, SEGUNDO O MANUAL DE BALANÇO DE PAGAMENTOS DO FMI .. 70 CAPÍTULO 2 - CONTABILIDADE NACIONAL............................................................... 83 1 - DEFINIÇÃO .................................................................................................................. 83 2 - FLUXO E ESTOQUE..................................................................................................... 83 3 - AGENTES ECONÔMICOS ........................................................................................... 84 4 - PRINCIPAIS CONCEITOS MACROECONOMICOS ................................................... 85 4.1 - PRODUTO (P)......................................................................................................... 85 7 4.2 - RENDA (R ou Y)..................................................................................................... 86 4.3 - CONSUMO DAS FAMÍLIAS (C) ........................................................................... 87 4.4 - POUPANÇA (S) ...................................................................................................... 87 4.5 - INVESTIMENTO OU TAXA DE ACUMULAÇÃO DE CAPITAL (I) ................... 87 4.6 - GASTOS GOVERNAMENTAIS (G) ...................................................................... 87 4.7 - TRANSFERÊNCIAS GOVERNAMENTAIS (transf) .............................................. 88 4.8 - SUBSÍDIOS (Sub) ................................................................................................... 88 4.9 - EXPORTAÇÕES DE BENS E SERVIÇOS (X)....................................................... 88 4.10 - IMPORTAÇÕES DE BENS E SERVIÇOS (M)..................................................... 88 4.11 - AS EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS (NX)................................................................. 88 4.12 - IMPOSTOS DIRETOS (ID)................................................................................... 88 4.13 - IMPOSTOS INDIRETOS (II) ................................................................................ 89 4.14 - OUTRAS RECEITAS CORRENTES (LÍQUIDAS) DO GOVERNO (ORG)......... 89 4.15 - RENDA LÍQUIDA DO GOVERNO (RLG)........................................................... 89 5 - IDENTIDADES MACROECONÔMICAS BÁSICAS.................................................... 89 6 - OS VÁRIOS CONCEITOS DE PRODUTO ................................................................... 91 6.1 - PRODUTO INTERNO X PRODUTO NACIONAL................................................. 91 6.2 - PRODUTO BRUTO X PRODUTO LÍQUIDO ........................................................ 94 6.3 - PRODUTO A PREÇO DE MERCADO X PRODUTO A CUSTO DE FATORES... 94 6.4 - CONVERSÃO (TRANSFORMAÇÃO) ENTRE OS DIVERSOS AGREGADOS ... 96 6.4.1 - TRANSFORMAÇÃO DE UM PRODUTO INTERNO EM UM PRODUTO NACIONAL................................................................................................................. 96 6.4.2 - TRANSFORMAÇÃO DE UM PRODUTO BRUTO EM UM PRODUTO LÍQUIDO..................................................................................................................... 96 6.4.3 – TRANSFORMAÇÃO DE UM PRODUTO A PREÇOS DE MERCADO EM UM PRODUTO A CUSTO DE FATOR ...................................................................... 96 6.4.4 RESUMO DAS CONVERSÕES ......................................................................... 96 7. AS TRÊS ÓTICAS DO PIB............................................................................................. 97 7.1 A ÓTICA DO PRODUTO.......................................................................................... 97 7.1.1 A SOMA DOS BENS E SERVIÇOS FINAIS PRODUZIDOS ............................ 97 7.1.2 SOMA DOS VALORES AGREGADOS OU VALORES ADICIONADOS ........ 97 7.2 - A ÓTICA DA DESPESA......................................................................................... 99 7.3 - A ÓTICA DA RENDA ............................................................................................ 99 8 - O PIB NOMINAL ........................................................................................................ 102 8.1 - DEFINIÇÃO.......................................................................................................... 102 8.2 - PIB REAL ............................................................................................................. 103 8.3 – DEFLATOR IMPLÍTICO DO PIB (DEF) ............................................................. 103 8.4 - TAXA DE CRESCIMENTO DO PIB NOMINAL (g)............................................ 104 8.5 – TAXA DE CRESCIMENTO DO PIB REAL ENTRE O ANO BASE E O ANO CORRENTE (w)............................................................................................................ 104 8.6 - DEFICIÊNCIAS DO PIB COMO MEDIDOR DA PRODUÇÃO GLOBAL .......... 104 8.7 - FONTES DE VARIAÇÃO DO PIB ....................................................................... 106 9 - ÍNDICES DE PREÇOS E DE QUANTIDADE............................................................. 109 9.1 - ÍNDICE DE LASPEYRES..................................................................................... 110 9.2 - ÍNDICE DE PAASCHE......................................................................................... 111 9.3 - ÍNDICE DE FISCHER OU ÍNDICE IDEAL.......................................................... 112 10 - PRODUTO POTENCIAL X PRODUTO EFETIVO. HIATO INFLACIONÁRIO E HIATO DEFLACIONÁRIO. HIATO DO PRODUTO. LEI DE OKUN............................. 114 11 - DÉFICITSGÊMEOS.................................................................................................. 118 12 – ECONOMIA FECHADA E SEM GOVERNO........................................................... 122 8 13 – ECONOMIA FECHADA E COM GOVERNO .......................................................... 123 14 – ECONOMIA ABERTA E COM GOVERNO............................................................. 124 15 - OUTROS CONCEITOS MACROECONÔMICOS IMPORTANTES......................... 124 16 - ÓTICA DAS INJEÇÕES E DOS VAZAMENTOS..................................................... 126 17 – CARGA TRIBUTÁRIA BRUTA. CARGA TRIBUTÁRIA LÍQUIDA. RENDA LÍQUIDA DO SETOR PÚBLICO E RECEITA FISCAL DO GOVERNO ........................ 130 18 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS DE CONCURSOS PÚBLICOS .................................. 132 19 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS DA ANPEC................................................................ 160 APÊNDICE – A NOVA METODOLOGIA DAS CONTAS NACIONAIS BRASILEIRAS (SNA 1993) ....................................................................................................................... 171 CAPÍTULO 3 – DETERMINAÇÃO DA TAXA DE CÂMBIO ......................................... 182 1 - DEFINIÇÃO DE DIVISAS .......................................................................................... 182 2 - MERCADO DE DIVISAS............................................................................................ 182 3 - OFERTA DE DÓLARES (DEMANDA POR REAL)................................................... 182 4 - DEMANDA POR DÓLARES (OFERTA DE REAIS)................................................. 183 5 - TAXA NOMINAL DE CAMBIO NA COTAÇÃO DO CERTO E DO INCERTO ...... 183 6 - DIFERENÇA ENTRE A TAXA REAL DE CAMBIO E TAXA NOMINAL DE CÂMBIO........................................................................................................................... 185 7 - A TAXA REAL DE CÃMBIO NA COTAÇÃO DO INCERTO ................................... 186 8 - A TAXA REAL DE CÃMBIO NA COTAÇÃO DO CERTO ....................................... 187 9 - TABELA RESUMO..................................................................................................... 187 10 - EFEITOS DA INFLAÇAO NO CAMBIO. SISTEMA DE MINIDESVALORIZAÇÕES .......................................................................................................................................... 197 11 - A PARIDADE DO PODER DE COMPRA (PPC) ...................................................... 199 11.1 - FÓRMULA DE CASSEL (FORMA COMPARATIVA) DA PPC NA COTAÇÃO DO INCERTO ............................................................................................................... 199 11.2 - FÓRMULA DE CASSEL (FORMA COMPARATIVA) DA PPC NA COTAÇÃO DO CERTO ................................................................................................................... 200 10 - ARBITRAGEM.......................................................................................................... 204 11 - PARIDADE DA TAXA DE JUROS........................................................................... 204 12 - MEDIDAS (REMÉDIOS) PARA SE COMBATER UM DÉFICIT EXTERNO......... 206 13 - DESVALORIZAÇOES PERVERSAS........................................................................ 206 13.1 - CONDIÇÃO DE MARSALL- LERNER PARA EVITAR DESVALORIZAÇÕES PERVERSAS................................................................................................................. 207 14 - EFEITOS DO CÃMBIO SOBRE O BALANÇO DE PAGAMENTO ......................... 208 15 - OS REGIMES CAMBIAIS......................................................................................... 211 15.1 - FORMAÇÃO DA TAXA DE CÂMBIO NO REGIME FLUTUANTE ................ 213 15.2 - FORMAÇÃO DA TAXA DE CÂMBIO NO REGIME DE CÂMBIO FIXO........ 223 15.3 - FLUTUAÇÃO SUJA ........................................................................................... 234 15.4 - BANDAS CÂMBIAIS ......................................................................................... 235 15 - REGIME DE PADRÃO OURO.................................................................................. 236 16 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS DE CONCURSOS PÚBLICOS .................................. 238 17 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS DA ANPEC................................................................ 248 CAPÍTULO 4 – OFERTA MONETÁRIA E SISTEMA MONETÁRIO............................. 251 1 – ORIGEM, CONCEITO E FUNÇÃO DA MOEDA ...................................................... 251 2 – MEIOS DE PAGAMENTO. BASE MONETÁRIA. COEFICIENTES DE COMPORTAMENTO. MULTIPLICADOR MONETÁRIO. MULTIPLICADOR BANCÁRIO ...................................................................................................................... 251 2.1 – MEIOS DE PAGAMENTO................................................................................... 251 2.2 – BASE MONETÁRIA............................................................................................ 252 9 2.3 – COEFICIENTES DE COMPORTAMENTO......................................................... 253 2.4 – MULTIPLICADOR MONETÁRIO ...................................................................... 254 2.5 – MULTIPLICADOR BANCÁRIO (MULTIPLICADOR DOS DEPÓSITOS) ........ 259 3 – CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO DE MOEDA ................................................................. 259 4 – AS CONTAS DO SISTEMA MONETÁRIO ............................................................... 264 4.1 – BALANCETE CONSOLIDADO DO BANCO CENTRAL................................... 264 4.2 – BALANCETE CONSOLIDADO SINTÉTICO DO BANCO CENTRAL.............. 265 4.3 – BALANCETE DE UM BANCO COMERCIAL.................................................... 265 4.4 – BALANCETE CONSOLIDADO DO SISTEMA MONETÁRIO .......................... 266 5 - CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO DE BASE MONETÁRIA .............................................. 267 6 – FUNÇÕES DO BANCO CENTRAL ........................................................................... 268 7 – INSTRUMENTOS DE CONTROLE MONETÁRIO ................................................... 269 7.2 – OPERAÇÕES DE ABERTO (OPEN MARKET) .................................................. 269 7.2 – TAXA DE REDESCONTO................................................................................... 270 7.3 – DEPÓSITOS COMPULSÓRIOS .......................................................................... 271 7.4 – CONTROLE DA EMISSÃO DE MOEDA............................................................ 273 7.5 – REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE DO CRÉDITO ....................................... 273 8 - POLÍTICA MONETÁRIA............................................................................................ 273 9 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS DE CONCURSOS PÚBLICOS .................................... 274 10 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS DA ANPEC................................................................ 284 11 – RESUMO DE OFERTA MONETÁRIA: QUADROS SINÓTICOS ........................... 303 TEMAS PARA PROVAS DISCURSIVAS EM MACROECONOMIA ............................. 318 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 321 10 CAPÍTULO 1 – BALANÇO DE PAGAMENTOS 1. CONCEITOS INTRODUTÓRIOS 1.1 – DEFINIÇÃO Balanço de Pagamentos (BP) é o registro sistemático das transações entre residentes e não-residentes de um país durante determinado período de tempo. Em outras palavras, é o registro contábil de todas as transações de um país com o resto do mundo. Durante um determinado período, geralmente de um ano, um país realiza transações com o exterior, tais como as exportações e importações de bens e serviços, recebimento e envio de rendas para o exterior, entrada e saída de capitais, etc. Essas transações que um país realizacom o exterior são registradas contabilmente, isto é, para cada transação é feito um ou mais lançamento contábil, esses lançamentos contábeis são feitos através dos débitos e créditos do método das partidas dobradas. Cada país publica anualmente seu Balanço de Pagamentos. No Brasil o Balanço de Pagamento é elaborado pelo Banco Central (BACEN) com base nos registros das transações efetuadas entre residentes no país e residentes em outras nações. São considerados residentes no país: 1. As pessoas físicas, nacionais ou não, cujo centro de interesse é o país isto é, pessoas que ajudam a formar e a absorver o PIB do país. Por exemplo: os indivíduos que vivem permanentemente no país (incluindo os estrangeiros que trabalham no país); os funcionários em serviço no exterior (por exemplo, oficiais de chancelaria, diplomatas e adidos militares); e demais pessoas que se encontram transitoriamente fora do país em viagens de negócios, educação (bolsistas de pós-graduação) e o turista brasileiro no exterior; 2. Pessoas jurídicas de direito privado sediadas no país, isto é, as empresas, nacionais ou multinacionais, instaladas no país. Por exemplo, sucursais ou filiais de empresas estrangeiras no Brasil e instituições norte-americanas de ensino aqui instaladas. 3. As embaixadas do país no mundo. Por exemplo, a embaixada brasileira em Paris, a embaixada brasileira em Washington, etc. 4. Pessoas jurídicas de direito público sediadas no país, isto é, todos os órgãos e instituições de todos os Poderes, a nível federal, estadual e municipal . Por exemplo o Banco Central do Brasil, a Secretaria do Tesouro Nacional, o ministério da Saúde , a prefeitura de São Paulo, o Governo do Estado do Rio de Janeiro. São considerados não residentes no país: 1. As pessoas físicas, nacionais ou não, cujo centro de interesse não é o país. Por exemplo, o turista estrangeiro no país. 2. As empresas, nacionais ou não, instaladas fora do país. Por exemplo, as filiais de empresas brasileiras no exterior tais como a filial da Gerdau no Chile e a filial da Camargo Correa em Angola. 3. As embaixadas estrangeiras no país. Por exemplo, a embaixada americana em Brasília, a embaixada da Inglaterra em Brasília, o Consulado Geral da França em São Paulo. 4. Todos os órgãos e instituições de outros países. Observação: os organismos internacionais ou multilaterais não são considerados residentes em nenhum país. Por exemplo, a sede Banco Mundial em Washington ou a sede da ONU em Nova Iorque não são residentes nos Estados Unidos. 11 É importante ressaltar que somente são registradas no Balanço de Pagamento (BP) de um país as transações entre residentes e não residentes desse país. Operações que só envolvem residentes de um país tais como turismo interno e pagamentos de juros da dívida interna não são registradas no BP desse país. Desse modo, um ano após a sua aprovação no concurso que agora você está estudando e gozar de suas primeiras férias numa viagem às paradisíacas praias de Natal no Estado do Rio Grande do Norte, seus gastos não serão computados no Balanço de Pagamento pois se trata de turismo interno e portanto um operação entre residentes; porém caso você decida passar suas férias em Aruba no Caribe, seus gastos serão contabilizados como despesa de viagem internacional no Balanço de Pagamento do Brasil pois trata-se de uma operação entre residente e não residente. Essa regra só possui duas únicas exceções: a monetização e desmonetização do ouro. Chama-se ouro monetário ao ouro em poder do BACEN e de ouro não monetário ao ouro que não está em poder do BACEN. O ouro não monetário é o ouro utilizado para fins comerciais (transacionado nos bancos e no comércio em geral), industriais (utilizados nas linhas de produção de algumas fábricas) e artísticos (utilizados em obras de arte). Assim o ouro que o Silvio Santos mostra na maletinha em alguns de seus programas é ouro não monetário enquanto que o ouro que se encontra no subsolo do edifício-sede do BACEN é, portanto, ouro monetário. Definimos monetização a compra de ouro por parte do BACEN e desmonetização a venda de ouro pelo BACEN. Quando o Banco Central compra ouro, através do Banco do Brasil, de garimpeiros em Serra Pelada, ocorre uma monetização e quando o Banco Central vende ouro para uma indústria paulista ocorre uma desmonetização. As operações de monetização e desmonetização, apesar de só envolverem residentes, são registradas no BP. Como exemplo do assunto acima exposto vamos analisar a seguinte questão: (ESAF/Analista de Comércio Exterior/2002) - Tomando como caso o Brasil, não é considerado como residente para efeito de pagamento no balanço de pagamentos: a) embaixadas brasileiras no exterior. b) empresas multinacionais instaladas no Brasil. c) turistas brasileiros no exterior. d) instituições norte-americanas de ensino instaladas no Brasil. e) filiais de empresas brasileiras no exterior. Solução: A resposta é a letra “e” pois as empresas, nacionais ou não, instaladas fora do país são não residentes. 1.2 – MEIOS (FORMAS) INTERNACIONAIS DE PAGAMENTO Os meios internacionais de pagamento são: Haveres a Curto Prazo no Exterior; Ouro Monetário; Direitos Especiais de Saque (DES) e Posição das Reservas no FMI. Essas são as modalidades de pagamento (ou recebimento) que os bancos centrais dos países utilizam entre si. Vamos agora falar mais detalhadamente sobre cada uma dessas formas internacionais de pagamento: Haveres a Curto Prazo no Exterior: É a liquidez imediata à disposição do país, utilizada para fazer pagamentos. São compostos por moeda forte (dólar, euro, libra, iene, etc.) e títulos de curto prazo, isto é, títulos aplicados pelo BACEN no mercado internacional e que podem rapidamente serem resgatados para honrar pagamentos do país. È o principal meio de pagamento internacional utilizados pelos bancos centrais. Quando nas questões de prova se referirem aos termos moeda forte, dólar ou pagamento à vista, devemos utilizar a rubrica haveres. 12 Ouro Monetário: É o ouro em poder do BACEN. É aceito como pagamento nas transações no comércio internacional entre os bancos centrais. Posição das Reservas no FMI: corresponde a cota-parte de cada país-membro no FMI. Todo país-membro do FMI é um país cotista, isto é, os recursos disponíveis do FMI são oriundos da cota parte dos países. Os maiores cotistas (EUA, Inglaterra, França, etc) fornecem a maior parte desses recursos. Quando um país retira do FMI exatamente sua cota parte, isso não representa um empréstimo, ou seja, sua posição de reservas no FMI é um saque incondicional e fazem parte das reservas internacionais do país. Somente quando o país retira do FMI recursos superiores a sua cota-parte é que se trata de um empréstimo, feito para regularizar um déficit no saldo total do BP (os chamados empréstimos de regularização). Direito Especial de Saque (DES): É uma moeda escritural, criada pelo FMI1, utilizada para fazer pagamentos ou recebimentos, entre os Bancos Centrais dos países. O DES é uma espécie de “cheque especial” que o país possui no FMI, e tem as seguintes características: (i) Foi criado em 1967 na reunião do Rio de Janeiro e depositado pela primeira vez na conta especial dos países membro do FMI em 01/01/1970; (ii) A emissão de DES era feita pelo FMI com anuência de 85% dos países membros; (iii) O DES só é transacionado entre os bancos centrais e os tesouros dos países; (iv) É uma “moeda” escritural no sentido de que não existem cédulas de DES; (v) Possui curso forçado, isto é, os países membros do FMI são obrigados a aceitá- la como forma de pagamento; (vi) É registrada em uma conta no FMI chamada conta especial; (vii) Não possui lastro, sendo seu poder de compra decorrente da concordância dos países membros em utilizá-la como meio de pagamento. Foi criada com o objetivo de dar liquidez ao mercado internacional; (viii) Após autorizada sua emissão é depositada na contaespecial dos países do FMI na exata proporção de suas cota- parte; (ix) É conhecida como ouro-papel; (x) Sua paridade, atualmente (a partir de 01/01/1999) é calculada a partir de uma cesta ponderada de quatro moedas: dólar (39%), euro (32%), iene (18%) e libra (11%). Resumindo, um banco central de um país pode pagar uma obrigação para outro banco central utilizando um desses meios internacionais de pagamento, por exemplo, se o Brasil importou uma maquina da França, o banco central do Brasil pode pagar ao banco central da França em Haveres (moeda forte: dólar, euro, etc), pagar em ouro monetário, pagar em DES ou pagar em Reservas no FMI. 1.3 - APRESENTAÇÃO DA ESTRUTURA ANTIGA DO BALANÇO DE PAGAMENTO Apresentaremos agora a antiga estrutura do balanço de pagamento vigente até o ano de 2000. Faremos isso pois, além de ser importante para entender a nova metodologia, muito dos fatos relacionados à antiga metodologia representam fatos que não se alteraram e, portanto, ainda são bastante cobrados nas provas. 1 O Fundo Monetário Internacional foi estabelecido em 1945 para administrar os acordos monetários internacionais. 13 1. BALANÇO COMERCIAL (VALOR FOB): registra o saldo líquido entre as receitas de exportação e as despesas de importação. Quando o Brasil exporta uma mercadoria isso representa uma receita para o país. Quando o Brasil exporta uma mercadoria isso representa uma despesa para o país. No Balanço Comercial os valores das mercadorias são registrados pelo valor FOB (Free on Board) que é uma das 13 cláusulas dos Termos de Contratos Internacionais (Incoterms). 1.1. Exportações FOB: receitas de exportações de bens (mercadorias), que são bens tangíveis. 1.2. Importações FOB: despesa com importações de bens (mercadorias), que são bens tangíveis. 2. BALANÇO DE SERVIÇOS: Registra o saldo líquido entre as receitas dos serviços prestados por residentes a não residentes e as despesas com serviços contratados por residentes junto a não residentes. O Balanço de serviços se divide em serviços fatores e serviços não fatores. Neste instante vamos chamar a atenção do caro leitor para o conceito de fatores de produção (ou recursos econômicos) que são os itens necessários para se produzir um bem ou serviço, a saber: trabalho (mão-de obra), capital (máquinas, ferramentas, edificações, etc), recursos naturais, tecnologia e capacidade empresarial. Os serviços são chamados de serviços fatores quando remunerarem esses fatores de produção trais como os juros (que remunera o capital finaceiro), o lucro (que remunera o capital de risco) e os royalties (que remuneram a tecnologia). Quando o serviço não remurera algum fator de produção, esse serviço é chamado de serviço não fator tais como viagens, fretes e seguros. 2.1.BALANÇO DE SERVIÇOS NÃO FATORES. Como dito acima os serviços não fatores são aqueles tais como viagens, fretes, seguros, serviços governamentais que não remuneram fatores de produção. 2.1.1. Viagens Internacionais: Esta conta registra o saldo líquido entre receitas e despesas de viagens internacionais (de turismo, negócios, etc.). Os gastos de um turista americano no Brasil (que para o Brasil é um não residente) são considerados como receita de viagens internacionais e os gastos de um brasileiro no exterior são considerados despesas com viagens internacionais para o país. O saldo desta conta é dado por: receitas de viagens (-) despesas de viagens. O Brasil é historicamente deficitário nesta conta. Os países superavitários são os Estados Unidos (lembre-se que muitos recebem como presente de aniversários uma viagem à Disneylândia) e outros países que são os principais destinos do turismo internacional. 2.1.2. Fretes: Esta conta registra o saldo líquido entre fretes recebidos e fretes pagos. Uma receita de frete ocorre, por exemplo, quando um navio brasileiro (ou de bandeira brasileira) é fretado para uma empresa argentina. Quando a Petrobrás freta um navio do Panamá nós pagamos fretes. O saldo da conta frete é dado por: fretes recebidos menos (–) fretes pagos. O Brasil é deficitário nesta conta, os países superavitários são os países que possuem grandes frotas mercantes tais como Estados Unidos, Japão, Panamá, Libéria. 2.1.3. Seguros: Esta conta registra o saldo líquido entre seguros recebidos e seguros pagos. Uma receita de seguros ocorre, por exemplo, quando uma seguradora no Rio de Janeiro presta serviços de seguro para uma empresa no Paraguai, isto é, quando nós recebemos prêmios de seguros. Uma despesa de seguros ocorre, por exemplo, quando uma empresa brasileira contrata serviços de seguro junto a uma seguradora em Londres, isto é, quando nós pagamos prêmios de seguros. O saldo da conta de seguros é dado por: seguros recebidos menos (–) seguros pagos. O Brasil é deficitário nesta conta. Os países superavitários são aqueles onde se encontram as grandes praças seguradoras internacionais tais como Londres na Inglaterrra e Amsterdã na Holanda. 2.1.4. Serviços Governamentais: Esta conta registra o saldo líquido entre as receitas e despesas das embaixadas, isto é, receitas com as embaixadas no país menos (–) despesas com as embaixadas do país. Uma embaixada brasileira no exterior pode vir a ter uma eventual receita ao cobrar por serviços prestado tais como a emissão de um passaporte e possui despesas com a sua manutenção, o que o caro leitor acha do resultado do saldo líquido entre essas receitas e despesas? O saldo é superavitário ou deficitário? Todos os países do mundo são deficitários nesta conta. 2.1.5. Outros Serviços Não Fatores: Saldo líquido entre receitas e despesa com outros serviços não fatores. Exemplo: aluguéis recebidos – aluguéis pagos. 2.2 BALANÇO DE SERVIÇOS FATORES 14 Os serviços fatores são aqueles que remuneram os fatores de produção tais como o juros que remunera o capital financeiro, o lucro que remunera o capital de risco, as rendas do trabalho que remuneram a mão-de-obra e os royalties que remuneram a tecnologia. 2.2.1. Renda do Capital 2.2.1a. Juros : Esta conta registra o saldo líquido entre os pagamentos e recebimentos de juros da dívida externa. Alguns países pequenos da América latina e da África devem recursos para o Brasil, isto é, o Brasil é um credor e portanto recebe juros (juros ativos) da dívida externa desses países para conosco. Por sua vez o Brasil também deve recursos financeiros para outros países tais com Estados Unidos e Alemanha e portanto paga juros (juros passivos) da sua dívida externa. O saldo da conta juros é dado por: recebimento de juros da dívida externa – pagamento de juros da dívida externa. 2.21b. Lucros : Esta conta registra o saldo líquido entre lucros recebidos e lucros enviados. Os lucros recebidos do exterior (EX: lucros recebidos da filial da Camargo Corrêa em Angola) são considerados como receitas de lucro. Os lucros enviados ao exterior (EX: lucros enviados pela filial da IBM no Brasil para os EUA) são considerados despesas de lucros. O saldo da conta lucros é dado por: lucros recebidos do exterior – lucros enviados ao exterior. 2.2.2. Rendas do Trabalho: Esta conta registra o saldo líquido entre receitas de renda do trabalho e despesas de renda do trabalho. Ocorre uma receita de renda do trabalho quando residentes prestam serviços de mão de obra para não residentes . Quando residentes contratam serviços de mão de obra de não residentes temos uma despesa de renda do trabalho. O saldo da conta rendas do trabalho é dado por: rendas do trabalho recebidas – rendas do trabalho pagas. 2.2.3. Outros Serviços Fatores: saldo líquido entre as receitas e despesas de serviços que remuneram fatores de produção e que não são rendas do trabalho e nem do capital. Exemplo: royalties recebidos menos (–) royalties pagos 3 TRANSFERENCIAS UNILATERAIS (DONATIVOS): Saldo líquido entre as receitas de donativos recebidos e despesas de donativos cedidos. Os donativos recebidos doexterior ( e também as remessas de imigrantes e reparações de guerra recebidas ) são consideradas receitas para o país. Os donativos enviados ao exterior ( e também as remessas de imigrantes e reparações de guerra enviadas ) são consideradas despesas para o país. O saldo dessa conta é então dado por: donativos recebidos – donativos cedidos. 4. SALDO EM CONTA-CORRENTE (OU TRANSAÇÃO CORRENTE) DO BP =1+2+3 O quarto item do Balanço de pagamento é dado pelas soma dos três itens anteriores e recebe o nome de saldo em conta corrente do BP. O saldo em conta corrente (ou saldo em transação corrente) do balanço de pagamento é dado portanto pela soma do Balanço Comercial (BC) com o Balanço de Serviços (BS) e com as Transferências Unilaterais(TU). Nós denotaremos o saldo em conta-corrente (ou transação corrente) pela letra T. Desse modo temos que T = BC + BS + TU. 5. MOVIMENTO DE CAPITAIS AUTÔNOMOS: São os capitais que livremente entram ou saem do país. A entrada de capitais no país representa uma receita e a saída de capitais do país representa uma despesa. Registramos nesta conta o saldo líquido entre essas receitas e despesas. 5.1. Investimentos Diretos: Esta conta registra o saldo líquido entre as receitas e despesas de investimento direto. As entradas de capitais sob a forma de aquisição de propriedades ou de aquisição de ações na bolsa de valores de empresas residentes no país são consideradas receitas. As saídas de capitais sob a forma de aquisição de propriedades ou de compra de ações de empresas de não residentes são consideradas despesas. 5.2. Empréstimos e financiamentos: Esta conta registra o saldo líquido entre os empréstimos obtidos e cedidos. Os empréstimos obtidos por residentes junto a não residentes representam uma receita pois se trata de uma entrada de capital do país. Os empréstimos cedidos por residentes a não residentes é uma despesa pois se trata de uma saída de capital do país. O saldo da conta empréstimo é dado por: empréstimo obtido – empréstimo cedido. 5.3. Amortização: Saldo líquido entre amortizações recebidas e amortizações pagas. A dívida externa é composta do Principal e dos Juros. Os Juros da dívida externa são contabilizados no Balanço de serviço, enquanto que as amortizações relativas ao Principal (o valor emprestado) são contabilizados em Capitais Autônomos. Se o Brasil é credor do Paraguai e recebe parcelas de amortizações temos então uma receita para o país. Se o Brasil é devedor para a Alemanha e amortiza parte dessa divida temos então uma despesa para o país. O saldo é dado por: amortizações recebidas – amortizações pagas. 15 5.4. Reinvestimento: contrapartida contábil de lucros reinvestidos. As contas reinvestimento (que se encontra em capitais autônomos ) e lucro reinvestido-ou lucro simplesmente-(que se encontra no balanço de serviços fatores) são sempre usadas conjuntamente. 5.5 Refinanciamento: contrapartida contábil de juros refinanciados. As contas refinanciamento (que se encontra em capitais autônomos ) e juros refinanciados-ou juros simplesmente-(que se encontra no balanço de serviços fatores) são sempre usadas conjuntamente. 5.5 Capitais a curto prazo: Os capitais a curto prazo representam a moeda nacional ou títulos de curto prazo nacionais em poder de não residentes. Quando um não residente no Brasil compra um título do Tesouro Nacional temos uma entrada de capitais à curto prazo. 6.ERROS E OMISSÕES: conta de ajuste dos débitos e créditos. 7.SALDO TOTAL DO BALANÇO DE PAGAMENTO = 4+5+6. O sétimo item do Balanço de pagamento é dado pelas soma dos itens 4,5 e 6 e recebe o nome de saldo total do Balanço de PAgamento. O saldo total corrente do balanço de pagamento é dado portanto pela soma do Saldo em Conta corrente (T) com Capitais autônomos (KA) e com Erros e Omissões (EO). Nós denotaremos o saldo total do balanço de pagamento pela letra B. Desse modo temos que B = T + KA + EO. 8.MOVIMENTO DE CAPITAIS CONPENSATÓRIOS (Demonstrativo de Resultado). 8.1Contas de Caixa: Haveres, ouro monetário, DES e Reservas no FMI. 8.2.Empréstimos de Regularização: empréstimos obtidos junto ao FMI ou sob aval do FMI para regularizar as contas do país (cobrir um déficit no saldo total do Balanço de Pagamento). 8.3.Atrasados: todos os compromissos vencidos e não pagos serão aqui registrados. De outro modo podemos apresentar o BP da seguinte forma: 1. Balanço comercial portação Exportação Im 2. Balanço de Serviços Balanço de serviços não-fatores fatoresnãoserviçosoutros taisgovernamenserviços seguros fretes viagens Balanço de serviços fatores fatoresserviçosoutros trabalhodorendas osreinvestidlucros osrefinaciadjuros )( )( 3. Transferências Unilaterais (donativos) 4. Saldo em transação corrente do BP: 16 5.Capitais autônomos prazocurtoacapitais entoreinvestim mentorefinancia oamortizaçã ntosfinanciamesEmprestimo DiretostosInvestimen / 6.Erros e Omissões 7.Saldo Total do BP 8.Capitais Compensatórios 8.1Contas de caixa FMInoreservas DES monetárioouro haveres 8.2 Empréstimos de Regularização 8.3. Atrasados E de forma mais esquematizada ainda temos: 1. BC (balanço comercial) 2. BS (balanço de serviço) 3. TU (transferência unilateral) 4. T (saldo em conta-corrente do balanço de pagamento) = BC+BS+TU 5. KA (capitais autônomos) 6. EO (erros e omissões) 7. B (saldo total do balanço de pagamento) = T + KA + EO 8. KC (capitais compensatórios) 8.1 CC (contas de caixa): haveres, OM, DES e Reservas no FMI 8.2 ER (empréstimos de regularização) 8.3 A (Atrasados) 1.4 – CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS DO BP E REGISTROS CONTÁBEIS SEGUNDO O MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS Os registros contábeis no balanço de pagamentos são elaborados dentro do princípio das partidas dobradas: a um débito em determinada conta deve corresponder um crédito em uma outra conta e vice-versa. Pelo fato de que as transações com o exterior são efetuadas com diversos países (portanto, várias divisas), o BP é expresso em apenas uma divisa padrão (atualmente em dólar), objetivando, assim, a homogeneização. Os países usualmente apresentam suas estatísticas do BP anualmente (ano civil). Mas é comum a apresentação de balanços trimestrais e até contas mensais que possibilitem melhor acompanhamento da evolução da situação econômica internacional do país. As contas do Balanço Patrimonial utilizado pela Contabilidade Geral é um estoque, sendo que as contas do Ativo (bens e direitos) representam uma aplicação de recursos e possuem natureza devedora, enquanto que as contas do passivo (obrigações) representam a origem dos recursos e possuem natureza credora; de modo que o método das partidas pode ser prontamente aplicado. Cabe destacar que o balanço de pagamentos é um fluxo (como uma DRE – Demonstração do Resultado do Exercício, em contabilidade) e não um estoque2, 2 Os conceitos de variáveis de fluxo e de estoque serão vistos no capítulo 2 sobre contabilidade nacional. 17 portanto, precisamos de alguma convenção para podermos utilizar o método das partidas dobradas. Com esse fim, as contas do BP são divididas em dois tipos de contas: as contas operacionais e as contas de caixa. As contas operacionais correspondem aos fatos geradores do recebimento ou da transferência de recursos ao exterior, por exemplo: exportações, importações, fretes, seguros, juros, dividendos, investimentos, transferências unilaterais, empréstimos, amortizações etc. Quando o fato gerador da transação dá origem a uma entrada de recursos para o país, a conta operacional correspondente é creditada (ou seja, lançada com sinal positivo). Quando origina uma saída de recursos, a conta operacional é debitada pelo valor correspondente (lançamento com sinal negativo). Portanto, registra-se com sinal positivo (+) as transaçõesque resultam em entrada de divisas. Por outro lado, registra-se com sinal negativo (-) as transações que resultam em saída de divisas. Quando uma conta operacional é creditada isso representa um aumento dos ativos ou uma diminuição das obrigações do país para com os não residentes; já quando se debita uma conta operacional, isso significa uma diminuição de divisas ou aumento das obrigações do país com o resto do mundo. As contas de caixa registram o movimento dos meios de pagamento internacionais à disposição do país, e obedecem à sistemática usual de contabilidade das empresas para as contas patrimoniais: lança-se a débito o aumento e a crédito a diminuição no saldo de cada um dos itens relacionados. As únicas contas de caixa no Balanço de Pagamento são: (i) haveres a curto prazo no exterior; (ii) ouro monetário; (iii) direitos especiais de saque; e (iv) posição de reservas no FMI. As contas de caixa: aumentam seu saldo por débito e diminuem seu saldo por crédito. Isto é, se a operação representou uma entrada de divisas (uma receita) para o país as contas de caixa são debitadas (-). Se a operação representa uma saída de divisas (uma despesa) para o país as contas de caixa são creditadas (+). Em outras palavras quando uma conta de caixa é creditada (recebe um sinal positivo) isso representa uma saída de divisas (representa um pagamento) e quando uma conta de caixa é debitada (recebe um sinal negativo) isso representa uma entrada de divisas ( representa um recebimento). Em resumo, no BP existem duas categorias de contas: (i) As contas de caixa: que registram se efetivamente entrou ou saiu meios internacionais de pagamento no país (isto é, se entrou ou saiu do país haveres, ouro monetário, DES ou reservas no FMI). Só existem quatro contas de Caixa no balanço de pagamento: haveres a curto prazo no exterior, ouro monetário, DES e reservas no FMI. Todas as demais contas do balanço de pagamento são contas operacionais. (ii) As contas operacionais: que registram os fatos geradores que dão origem à entrada ou saída de meios internacionais de pagamento (haveres, ouro monetário, DES e reservas no FMI). Por exemplo, as operações de exportações de bens, de recebimento de juros, de recebimento de lucros, de entrada de capitais dão origem à entrada de meios internacionais de pagamento no país. Já as operações de importações de bens, de pagamentos de juros e de investimentos de residentes no exterior dão origem à uma saída de meios internacionais de pagamento. Apresentamos a seguir um resumo e a classificação das contas do BP como contas operacionais e de caixa: 1. BC (balanço comercial): conta operacional 2. BS (balanço de serviço): conta operacional 3. TU (transferencia unilateral): conta operacional 4. T (saldo em conta-corrente do balanço de pagamento) = BC+BS+TU: conta operacional 5. KA (capitais autônomos): conta operacional 6. EO (erros e omissões): conta operacional 7. B (saldo total do balanço de pagamento) = T + KA + EO: conta operacional 8. KC (capitais compensatórios): conta operacional 18 8.1 CC (contas de caixa): haveres, OM,DES e Reservas no FMI 8.2 ER (empréstimos de regularização): conta operacional 8.3 A (atrasados): conta operacional Ou seja, para os lançamentos temos que: Tipos de Contas Contas Operacionais Contas de Caixa Receita: entrada de divisas (de reservas) Crédito (+) Débito (-) Despesa: saída de divisas (de reservas) Débito (-) Crédito (+) As transações a seguir quando são realizadas com cobertura cambial, isto é, com o recebimento em moeda estrangeira, essas transações são exemplos de entrada de divisas (receitas para o País, aumento das reservas internacionais): (i) Exportação de bens; (ii) Receitas de viagens internacionais: gastos de turistas estrangeiros no país; (iii) Receitas de fretes: fretes recebidos pelo país quando navios que pertencem à residentes são fretados para não residentes; (iv) Receitas de seguros: recebimento de prêmios de seguros quando seguradoras residentes no país prestam serviços de seguros para não residentes; (v) Receitas de serviços governamentais: por exemplo, as embaixadas brasileiras no exterior cobram para emitir passaportes; (vi) Receitas de outros serviços não fatores: por exemplo, receitas de aluguel para fins residenciais, receitas de assinatura de periódicos, receitas de aluguel de filmes. (vii) Receitas com juros da dívida externa: por exemplo quando o Brasil empresta para o Paraguai e recebe juros correspondentes. (viii) Receitas com lucros recebidos: quando o país recebe lucros de filiais de empresas nacionais instalados no exterior. Por exemplo quando a matriz da Gerdau (empresa gaúcha) no Brasil recebe lucros da sua filial no Chile, ou quando a filial da Camargo Corrêa em Angola envia lucros para sua matriz no Brasil isso representa uma receita de lucros para o Brasil; (ix) Receitas com rendas do trabalho: quando uma pessoa residente no País presta serviços de mão-de-obra para não residentes.Como exemplos quando um carpinteiro em Brasília (residente no Brasil) presta serviços para a Embaixada francesa em Brasília (não residente no Brasil); quando um brasileiro residente em Uruguaiana (RS) presta serviços para uma empresa no Uruguai. (x) Receitas de outros serviços fatores: receitas de tecnologia (título de royalties recebidos, recebimentos por assistência técnica prestadas , recebimento de aluguel de máquinas e equipamentos , receitas de patentes etc). (xi) Entrada de investimentos diretos: (xii) Empréstimos obtidos: (xiii) Amortizações recebidas As operações acima citadas quando corresponderem a efetivos recebimentos em qualquer um dos meios internacionais de pagamento, isto é, seus respectivos recebimentos foram realizados em moeda forte, ouro monetário, DES ou reservas no FMI, representam: 19 1º) uma entrada de divisas para o país e, portanto as respectivas contas operacionais devem ser creditadas (receber o sinal positivo); 2°) representam um aumento do saldo de alguma das contas de caixa (haveres, Ouro monetário, DES, reservas no FMI) que portanto devem ser debitadas (receber o sinal negativo). Por outro lado, as transações a seguir quando são realizadas com cobertura cambial, isto é, com o pagamento em moeda estrangeira, essas transações são exemplos de saída de divisas (despesas para o País, diminuição das reservas internacionais): (i) Importação de bens; (ii) Despesas de viagens internacionais: gastos de turistas nacionais no exterior; (iii) Despesas de fretes: fretes pagos pelo país quando navios que pertencem à não- residentes são fretados para residentes; (iv) Despesas de seguros: pagamentos de prêmios de seguros quando seguradoras não- residentes no país prestam serviços de seguros para residentes; (v) Despesas de serviços governamentais: por exemplo, os gastos com as embaixadas brasileiras no exterior; (vi) Despesas de outros serviços não fatores: por exemplo, despesas de aluguel para fins residenciais, despesas de assinatura de periódicos, despesas de aluguel de filmes. (vii) Despesas com juros da dívida externa: por exemplo, quando o Brasil pega emprestado com os Estados Unidos e paga juros correspondentes. (viii) Despesas com lucros recebidos: quando o país envia lucros de filiais estrangeiras instaladas no país. Por exemplo, quando a filial da Ford no Brasil envia lucros para sua matriz nos Estados Unidos, ou quando a filial da IBM no Brasil envia lucros para sua matriz nos Estados Unidos isso representa uma despesa de lucros para o Brasil; (ix) Despesas com rendas do trabalho: quando uma pessoa não-residente no País presta serviços de mão-de-obra para residentes.Como exemplos quando um carpinteiro francês (residente na França) presta serviços para a Embaixada Brasileira em Paris (residente no Brasil); exemplo de migração de mão-de-obra. (x) Despesas com outros serviços fatores: despesas de tecnologia (título de royaltiespagos, assistência técnica pagos, pagamento de aluguel de máquinas e equipamentos, pagamento de patentes etc). (xi) Saída de investimento direto (xii) Empréstimos cedidos: (xiii) Pagamento de amortizações As operações acima citadas quando corresponderem a efetivos pagamentos em qualquer um dos meios internacionais de pagamento, isto é, seus respectivos pagamentos foram realizados em moeda forte, ouro monetário, DES ou reservas no FMI, representam: 1º) uma saída de divisas para o país e, portanto as respectivas contas operacionais devem ser debitadas (receber o sinal negativo); 2°) representam uma diminuição do saldo de alguma das contas de caixa (haveres, Ouro monetário, DES, reservas no FMI) que portanto devem ser creditadas (receber o sinal positivo). No BP podemos encontrar três gêneros de lançamentos: i. O lançamento é feito em uma conta operacional e a respectiva contrapartida contábil é feita em uma conta de caixa. Ocorre com as operações com cobertura cambial e que 20 envolvem os meios internacionais de pagamento (haveres, ouro monetário, DES e reservas no FMI). Veja os exemplos :1 a 3, 5 a 18, 21 a 24, 27 a 32, 35 a 38, 42 a 44, 49,50. ii. O lançamento e a respectiva contrapartida contábil são ambos registrados em contas operacionais. Ocorrem nas operações sem cobertura cambial. Veja os exemplos: 4, 19,20, 25,26, 33,34, 39 a 41 iii. O lançamento e a respectiva contrapartida contábil são ambos registrados em contas de caixa. Ocorrem nas operações de ajuste tais como monetizações ou desmonetizações do ouro monetário; valorizações ou desvalorizações; alocação e cancelamento de DES. 1.5 AS SUBCONTAS DAS CONTAS DE CAIXA: LANÇAMENTOS DE AJUSTES 1.6 EXEMPLOS DE LANÇAMENTOS Avisamos ao leitor que para fazer os lançamentos contábeis no BP não há necessidade, na prática, de se preocupar em atender tanto o critério das contas operacionais (aumenta saldo por crédito e diminui saldo por débito) quanto o critério de lançamento das contas de caixa (aumenta saldo por débito e diminui saldo por crédito). Devemos fazer o lançamento em uma As contas de caixa (haveres, ouro monetário, DES e reservas no FMI) possuem subcontas utilizadas para realizar lançamentos de ajustes tais como: (i) valorizações e desvalorizações de haveres, do ouro monetário, do DES e das reservas no FMI; (ii) monetizações (compra) e desmonetizações (venda) do ouro monetário e (iii) alocações(compra) e cancelamentos (venda) de DES. (iv) Variação total de haveres, do ouro monetário, do DES e das reservas no FMI: registra o saldo total das respectivas contas, isto é, representa a própria conta As contas de caixa portanto podem ser “abertas” da seguinte maneira: 1. Haveres 1.1 Variação Total: registra o saldo total da conta haveres 1.2 Contrapartida para valorização/desvalorização 2. Ouro Monetário 2.1 Variação Total: registra o saldo total da conta ouro monetário 2.2 Contrapartida para valorização/desvalorização 2.3 Contrapartida para monetização/desmonetização 3. DES 3.1 Variação Total: registra o saldo total da conta DES 3.2 Contrapartida para valorização/desvalorização 3.3 Contrapartida para alocação/cancelamento 4. Posição de Reservas no FMI 4.1 Variação Total: registra o saldo total da conta reservas no FMI 4.2 Contrapartida para valorização/desvalorização As contrapartidas para valorização, monetização e alocação são sempre creditadas enquanto que as contrapartidas para desvalorização, desmonetização e cancelamento são sempre debitadas. A variação total é utilizada como contrapartida contábil dessas contrapartidas (veja os exemplos 45 à 60) 21 conta utilizando apenas o respectivo critério, e a correspondente contrapartida contábil será realizada na outra conta simplesmente trocando-se o sinal. A seguir daremos exemplos de lançamentos, pedimos ao leitor que tenha muita atenção nos lançamentos em negrito, que são “armadilhas” que costumam ser muitos cobrados em prova pelo fato desses lançamentos alterarem alguns saldos do balanço de pagamento. 1 Exportação de mercadorias. O Brasil exporta mercadorias no valor de 100 e recebe em moeda forte: Exportação: + 100 Haveres: -100 2 Exportação de bens. O Brasil exporta bens no valor de 100 e recebe metade em moeda forte e metade em DES: Exportação: +100 Haveres: -50 DES: -50 3 Importação de bens. O Brasil importa bens no valor de 100 e paga metade sob a forma de moeda forte e metade em ouro: Importação: -100 Haveres: +50 Ouro monetário: +50 4 Permuta de mercadorias. O Brasil importa automóveis, no valor de 100, pagando com madeira de pinho: Exportação: +100 Importação: -100 5 Pagamento de juros da dívida externa. O Brasil paga juros de sua dívida externa para credores no exterior no valor de 100, metade sob a forma de reservas no FMI e metade em moeda forte: Juros: -100 Haveres: +50 Reservas no FM: +50 6 Recebimento de juros da dívida externa. O Brasil recebe da Bolívia juros da dívida externa boliviana junto a residentes no Brasil no valor de 100, em moeda forte: Juros: +100 Haveres: -100 7 Recebimento de lucros. A Camargo Corrêa recebe, de sua filial no exterior, lucros no total de 10 milhões de dólares: Lucros: +10 Haveres: -10 8 Envio de lucros. A IBM do Brasil envia para o exterior 20 milhões de dólares: Lucros: -20 Haveres: +20 22 9 Pagamento de fretes. A Petrobrás paga frete de navio petroleiro no valor de 100, à vista: Fretes: -100 Haveres: +100 10 Recebimento de fretes. A Loyd do Brasil recebe frete de navio alugado para a Bolívia no valor de 100, à vista: Fretes: +100 Haveres: -100 11 Pagamento de seguro. Residentes no Brasil pagam prêmios de seguros para seguradoras no exterior no valor de 20, em moeda forte: Seguro: -20 Haveres: +20 12 Recebimento de seguro. Seguradora residente no Brasil recebe prêmios de seguros de firma por prestar serviços para uma empresa no Paraguai no valor de 20, em moeda forte: Seguro: +20 Haveres: -20 13 Despesas com serviços governamentais. Embaixadas e Consulados brasileiros no exterior gastam 10 milhões de dólares: Serviços governamentais: -10 Haveres: +10 14 Receitas de renda do trabalho. Carpinteiro presta serviço de mão-de-obra para a embaixada americana em Brasília, no valor de 10, recebendo à vista: Rendas do trabalho: +10 Haveres: -10 15 Despesas com rendas do trabalho. Um trabalhador uruguaio presta serviço de mão-de-obra para uma firma em Uruguaiana, no valor de 10 e a firma paga em moeda forte: Rendas do trabalho: -10 Haveres: +10 16 Pagamento de royalties. O Brasil paga 10 milhões de dólares em royalties: Outros serviços fatores: -10 Haveres: +10 17 Recebimento de donativos em moeda forte. Uma ONG no Rio de Janeiro recebe de uma organização da Alemanha 1 milhão de dólares: Transferências unilaterais: +1 Haveres: - 1 18 Doação em moeda forte. Uma entidade filantrópica no Rio Grande do Sul doa 100 mil dólares para uma ONG no Paraguai: Transferências unilaterais: -100 Haveres: +100 19 Recebimento de donativos em mercadoria. Uma ONG no Rio de Janeiro recebe de uma organização da Alemanha um milhão de dólares em remédios: 23 Transferências unilaterais: +1 Importação: - 1 20 Doação em mercadorias. O Brasil doa um milhão de dólares em remédios e alimentos para socorrer vítimas de terremoto na Nicarágua: Transferências unilaterais: -1 Exportação: +1 21 Recebimento de remessa de imigrantes. Uma família de Governador Valadares recebe de um parente nos Estados Unidos 3 mil dólares: Transferências unilaterais: +3 Haveres: - 3 22 Envio de remessa de imigrantes. Um português, morador do Bairro de São Cristovão no Rio de Janeiro, envia para seus familiares em Beira-Alta (Portugal) 2 mil dólares: Transferências unilaterais: -2 Haveres: +2 23 Recebimento de reparações de guerra. Uma senhora de origem hebraica recebe do Governo da Alemanha dois mil dólarescomo reparação de guerra: Transferências unilaterais: +2 Haveres: - 2 24 Pagamento de reparações de guerra. O Japão paga para famílias na China 10 milhões de dólares como reparação de guerra, no BP do Japão: Transferências unilaterais: -10 Haveres: +10 25 Repatriações. Um brasileiro ao retornar para o Brasil traz bens no valor de 2, direitos no valor de 3 e obrigações no valor 4: Transferências unilaterais: +2+3- 4 = 1 Importação: -2 Empréstimos: -3 + 4 = 1 26 Migração. Um brasileiro ao emigrar para a Espanha leva consigo bens no valor de 2, direitos no valor de 3 e obrigações no valor 4: Transferências unilaterais: -2 –3 + 4 = -1 Exportação: + 2 Empréstimos: + 3 - 4 = - 1 27 Aquisição de propriedade no exterior por parte de residentes. Um brasileiro compra uma vila na Itália por 4 milhões de dólares: Investimento direto: - 4 Haveres: +4 28 Aquisição de propriedade no país por parte de não residentes. Um milionário árabe compra uma fazenda no Brasil por 2 milhões de dólares: Investimento direto: +2 Haveres: -2 24 29 Entrada de investimentos diretos sob a forma de participação acionária. Um investidor nova-iorquino compra ações da Vale do Rio Doce no valor de 20 mil dólares: Investimento direto: +20 Haveres: -20 30 Saída de investimentos diretos sob a forma de participação acionária. Um investidor brasileiro compra ações da Exxon no valor de 20 mil dólares: Investimento direto: - 20 Haveres: + 20 31 Entrada (recebimento) de investimentos diretos (de risco). Não residentes investem no país 20 milhões de dólares: Investimento direto: +20 Haveres: -20 32 Saída (pagamento) de investimentos diretos (de risco). Residentes no país investem no exterior 20 milhões de dólares: Investimento direto: - 20 Haveres: + 20 33 Entrada de investimentos diretos sem cobertura cambial. Ingressam no país, sob a forma de investimentos diretos, máquinas e equipamentos no valor de 3 milhões de dólares: Investimento direto: + 3 Importação: - 3 34 Saída de investimentos diretos sem cobertura cambial. Saem do país, sob a forma de investimentos diretos, máquinas e equipamentos no valor de 3 milhões de dólares: Investimento direto: - 3 Exportação: + 3 35 Recebimentos de empréstimos de não residentes. Residentes no país obtêm empréstimos junto à não residentes no valor de 10: Empréstimos/financiamentos: + 10 Haveres: - 10 36 Concessão de empréstimos à não residentes. Residentes no país cedem empréstimos à não residentes no valor de 10: Empréstimos/financiamentos: - 10 Haveres: + 10 37 Recebimento de amortização. O Brasil recebe da Bolívia amortização do principal de sua dívida para com o Brasil no valor de 10 milhões de dólares: Amortização: + 10 Haveres: - 10 38 Pagamento de amortização. O Brasil paga para os Estados Unidos amortização do principal de sua dívida no valor de 10 milhões de dólares: Amortização: - 10 Haveres: + 10 25 39 Reinvestimento: A IBM do Brasil reinveste no país 10 milhões de dólares: Reinvestimento: + 10 Lucro (reinvestido): - 10 40 Refinanciamento. O Brasil refinancia parcela de juros da sua dívida com os Estados Unidos no valor de 10 bilhões de dólares: Refinanciamento: + 10 Juros (refinanciados): - 10 41 Atrasados. O país deixa de pagar juros no valor de 10: Juros: - 10 Atrasados: +10 42 Atrasados. Vencem fretes no valor de 10. O país paga apenas 8, sendo metade em moeda forte e metade em DES: Fretes: - 10 Haveres: + 4 DES: + 4 Atrasados: +2 43 Recebimento de empréstimos de regularização. O país obtém junto ao FMI 6 bilhões de dólares para cobrir déficit no saldo total do Balanço de pagamento: Empréstimo de Regularização: + 6 Haveres: - 6 44 Pagamento de empréstimo de regularização. O país paga em moeda forte empréstimo de regularização obtido junto ao FMI no valor de 4 bilhões de dólares: Amortização: - 4 Haveres: + 4 OBS: por convenção o pagamento de todo empréstimo, inclusive de regularização deve ser escriturado na conta de amortização. 45 Monetização no mercado interno. Banco Central compra ouro de garimpeiros em Serra Pelada no valor de 10: Variação total de ouro monetário: - 10 Contrapartida para monetização: + 10 46 Desmonetização no mercado interno. Banco Central vende ouro para uma indústria de São Paulo no valor de 10: Variação total de ouro monetário: + 10 Contrapartida para desmonetização: - 10 47 Monetização no mercado externo. O BACEN compra ouro no exterior com o objetivo de aumentar suas reservas em ouro no valor de 10: Variação total de ouro monetário: - 10 Contrapartida para monetização: + 10 Importação: - 10 Haveres: + 10 26 48 Desmonetização no mercado externo. O BACEN vende ouro no exterior com o diminuindo suas reservas em ouro no valor de 10: Variação total de ouro monetário: + 10 Contrapartida para desmonetização: - 10 Exportação: + 10 Haveres: - 10 49 Importação de ouro não-monetário. Uma indústria do Rio de Janeiro compra ouro no exterior para utilizar como insumo em sua linha de produção no valor de 10: Importação: - 10 Haveres: + 10 50 Exportação de ouro não monetário. Um artista da França compra ouro no Brasil para utilizar em suas esculturas, no valor de 10: Exportação: + 10 Haveres: - 10 2 – VARIAÇÃO DAS RESERVAS INTERNACIONAIS (ΔRes) A variação das reservas internacionais é dada pela equação: Onde: B = saldo total do balanço de pagamento, ER= Empréstimos de regularização; A= atrasados; C= saldo das contrapartidas. As contrapartidas para valorização, monetização do ouro monetário e alocação de DES são aqui tomadas como positivas e as contrapartidas para desvalorização , desmonetização do ouro monetário e cancelamento de DES são aqui tomadas como negativas. Note que se ΔRes é negativa isso significa um aumento das reservas internacionais do país (aumento do nível de reservas cambiais). Se ΔRes é positiva, isso significa uma redução das reservas internacionais do país (diminuição do nível de reservas cambiais). Outra maneira de se calcular a variação das reservas é através da fórmula: Ou seja, como as contas de caixa representam a variação das reservas internacionais acrescidas dos ajustes (registrados nas respectivas contrapartidas) de monetização/desmonetização de ouro monetário, alocação/cancelamentos de DES e valorização/desvalorização das rubricas da conta de caixa, temos que para se calcular a variação das reservas devemos: (i) calcular o saldo da conta caixa (ii) trocar o sinal do saldo da conta caixa (iii) calcular o saldo de contrapartidas, lembrando que devemos ter o cuidado de imputar um sinal positivo para as contrapartidas de valorização, monetização e alocação e imputar um sinal negativo para as contrapartidas de desvalorização, desmonetização e cancelamento. (iv) somar o saldo da conta caixa com sinal invertido com o saldo de contrapartidas ΔRes = B + ER +A + C ΔRes = -(saldo da conta caixa) + C 27 3. PRINCIPAIS IDENTIDADES DO BALANÇO DE PAGAMENTOS. Apresentaremos a seguir as principais relações que envolvem os itens do balanço de pagamento. Elas são muito importante pois costumam ser cobradas em prova. T = BC + BS + TU O saldo em conta corrente (T) (ou saldo em transação corrente do balanço de pagamento) é igual à soma do balanço comercial (BC), com o balanço de serviço (BS) e das transferências unilaterais (TU). B = T + KA + EO O saldo total do balanço de pagamento (B) é igual à soma do saldo em conta-corrente do balanço de pagamento (T) mais Capitais Autônomos (KA ) mais Erros e Omissões (EO). T + KA + KC = 0, considerando EO = 0 A soma algébrica do Saldo em Conta corrente do Balanço de Pagamento (T) mais Capitais Autônomos (KA) mais Capitais Compensatórios (KC)é igual a zero, salvo erros e omissões. T = - ( KA + KC ) , considerando EO = 0 O saldo em Conta Corrente do Balanço de Pagamento (T) é igual à soma de Capitais Autônomos (KA) mais Capitais Compensatórios (KC), com sinal trocado, salvo erros e omissões. B + KC = 0 A soma algébrica do Saldo Total do Balanço (B) com Capital Compensatório (KC) é zero. B = - KC O Saldo Total do Balanço (B) iguala com sinal trocado o Capital Compensatório (KC). KC = CC + ER + A O Capital Compensatório (demonstrativo de resultado) é dado pela soma da conta de caixa (CC), dos Empréstimos de Regularização (ER) e de Atrasados (A). 28 (ESAF/AFRF/2000) - Considere os seguintes dados que refletem as relações de uma economia hipotética com o resto do mundo, num determinado período de tempo, em unidades monetárias: a) exportações com pagamento a vista: 100; b) importações com pagamento a vista: 50; c) entrada de investimento direto externo sob a forma de máquinas e equipamentos: 200; d) pagamento de juros de empréstimos, remessa de lucros e pagamento de aluguéis: 80; e e) amortização de empréstimos: 50. Pode-se afirmar que a) o saldo da balança comercial é de +50; o saldo da balança de serviços é de -130; o saldo em transações correntes é de -230; e o saldo total do balanço de pagamentos é de -80. b) o saldo da balança comercial é de +50; o saldo da balança de serviços é de -80; o saldo em transações correntes é de -230; e o saldo total do balanço de pagamentos é de -80. c) o saldo da balança comercial é de -150; o saldo da balança de serviços é de -130; o saldo em transações correntes é de -230; e o saldo total do balanço de pagamentos é de -80. d) o saldo da balança comercial é de -150; o saldo da balança de serviços é de -80; o saldo em transações correntes é de +230; e o saldo total do balanço de pagamentos é nulo. e) o saldo da balança comercial é de -150; o saldo da balança de serviços é de -80; o saldo em transações correntes é de -230; e o saldo total do balanço de pagamentos é de -80. Solução: A resposta é a letra “e”, conforme análise a seguir. Primeiro faremos os lançamentos dentro da estrutura do BP, conforme a seguir 1. Balanço comercial 150BC 25020050:Im 100: cb a portação Exportação 2. Balanço de Serviços = -80 2.1 Balanço de serviços não-fatores = 0 2.2 Balanço de serviços fatores: d80 3. Transferências Unilaterais (donativos) = 0 4. Saldo em transação corrente do BP: T= -150-80+0 = -230 T + KA + KC + EO = 0 A soma algébrica do Saldo em Conta corrente do Balanço de Pagamento (T) mais Capitais Autônomos (KA) mais Capitais Compensatórios (KC) mais Erros e Omissões (EO) é igual a zero. 29 5.Capitais autônomos 150AK prazocurtoacapitais entoreinvestim mentorefinancia oamortizaçã ntosfinanciamesEmprestimo DiretostosInvestimen e c 50: / 200: 6.Erros e Omissões = 0 7.Saldo Total do BP: B= -230+150+0 = -80 8.Capitais Compensatórios : 80CK 8.1Contas de caixa = +80 FMInoreservas DES monetárioouro haveres edba 80508050100: 8.2 Empréstimos de Regularização = 0 8.3. Atrasados = 0 4. FORMA ALTERNATIVA DE APRESENTAÇÃO DO SALDO EM CONTA CORRENTE DO BALANÇO DE PAGAMENTO Caros alunos apresentaremos agora uma forma alternativa de apresentação do saldo em conta corrente do balanço de pagamento. Esse item é relevante pois faremos aqui uma série de definições e relações que são importantes tanto para questões sobre balanço de pagamento como para entender corretamente as contas nacionais, tema que será abordado nos próximos capítulos. Como você está lembrado a estrutura do saldo em conta-corrente (ou transação corrente) é dado por: 1. Balanço Comercial BC 2. Balanço de serviços (BS) BSFfatores BSNFfatoresnão 3. Transferências Unilaterais (TU) 4. Saldo em conta-corrente do BP (T) = BC + BS + TU Na estrutura acima a divisão entre Balanço Comercial e Balanço de Serviços é o critério da tangibilidade, pois no Balanço Comercial registramos o saldo das exportações sobre as importações de bens (de mercadorias) que são tangíveis. Já no Balanço de Serviços registramos o saldo das exportações sobre as importações de serviços que são intangíveis. Mas o que importa para um país são os recursos (as divisas) que obtém e não a forma como foi obtida, ou seja, não importa se essas divisas por exemplo são obtidas com exportação de soja ou de receitas com turismo internacional. Portanto faremos agora uma reformulação da estrutura acima: 30 4.1 A TRANSFERENCIA LÍQUIDA DE RECURSOS PARA O EXTERIOR E O HIATO DO PRODUTO (H). A soma do balanço comercial (BC) com o balanço de serviços não fatores (BSNF) é denotada por H e recebe dois nomes, caso seja positivo ou negativo. Quando H é positivo recebe o nome de Transferência Líquida de Recursos para o Exterior e quando H é negativo recebe o nome de Hiato do produto. 4.2. EXPORTAÇÕES DE BENS E DE SERVIÇOS NÃO FATORES (Xnf). 4.3. IMPORTAÇÕES DE BENS E DE SERVIÇOS NÃO FATORES (Mnf). 4.4 OUTRA FÓRMULA PARA H. H = BC +BSNF Onde: BC = Balanço Comercial BSNF = Balanço de Serviços Não Fatores H > 0 : Transferência líquida de recursos para o exterior H < 0 : Hiato do produto Xnf = Exportação de Bens (FOB) + receitas do BSNF A exportação de bens e serviços não fatores (Xnf ) é dada pela soma das exportações de bens do balanço comercial com as exportações de serviços não fatores (receitas do balanço de serviços não fatores), ou seja : Xnf = Exportação FOB + receitas de viagens + receitas de fretes + receitas de seguros + receitas de serviços governamentais + receitas de outros serviços não fatores. Mnf = Importação de Bens (FOB) + despesas do BSNF A importação de bens e serviços não fatores (Mnf ) é dada pela soma das importações de bens do balanço comercial com as importações de serviços não fatores (despesas do balanço de serviços não fatores), ou seja : Mnf = Importação FOB + despesas de viagens + despesas de fretes + despesas de seguros + despesas de serviços governamentais + despesas de outros serviços não fatores. H = Xnf - Mnf Xnf = Exportação de bens e serviços não fatores Mnf = Importação de bens e serviços não fatores 31 Prova: ( ) ( ) ( ) ( ) bens bens snf snf bens snf bens snf nf nf H BC BSNF H X M X M H X X M M H X M Sabemos que a soma o balanço comercial com o balanço de serviço não fatores é denotada por H. O valor de H também é dado pela diferença entre as exportações de bens e serviços não fatores (Xnf ) e as importações de bens e serviços não fatores (Mnf ). O excesso das exportações de bens e serviços não fatores sobre as importações de bens e serviços não fatores chama-se transferência líquida de recursos para o exterior. O excesso das importações de bens e serviços não fatores sobre as exportações de bens e serviços não fatores chama-se hiato do produto. Quando H é positivo as exportações de bens e serviços não fatores são maiores que as importações de bens e serviços não fatores (Xnf > Mnf ) conseqüentemente o país está transferindo liquidamente recursos (bens e serviços não fatores) para o exterior e portanto H recebe o nome de transferência líquida de recursos para o exterior. Quando H é negativo as importações de bens e serviços não fatores são maiores que as exportações de bens e serviços não fatores (Mnf > Xnf ) conseqüentemente o país está mais importando do que exportando recursos (bens e serviços não fatores ) para o exterior pois há um gap (um hiato) na produção portanto H recebe o nome de hiato do produto. 4.5. RENDA LÍQUIDA RECEBIDA DO EXTERIOR (RLRE).
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